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ARTIGO FARMACO - ZOLPIDEM docx

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS
CURSO DE MEDICINA
ANTONIO VICTOR CONDEZ ALAGIA
JORGE CARLOS HIDEYOSHI TAKAHASHI
JULIA COUTO FEIO
LUCAS MOREIRA FERNANDES GUERRA
LUIS FELIPE ALVES SILVA
PAULO ANTONIO VELLOSO MARTINS PANZI
OS EFEITOS ADVERSOS DO USO PROLONGADO DO ZOLPIDEM NA
POPULAÇÃO IDOSA: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA DA LITERATURA
BETIM
2022
ANTONIO VICTOR CONDEZ ALAGIA
JORGE CARLOS HIDEYOSHI TAKAHASHI
JULIA COUTO FEIO
LUCAS MOREIRA FERNANDES GUERRA
LUIS FELIPE ALVES SILVA
PAULO ANTONIO VELLOSO MARTINS PANZI
OS EFEITOS ADVERSOS DO USO PROLONGADO DO ZOLPIDEM NA
POPULAÇÃO IDOSA: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA DA LITERATURA
Artigo final, focado nos efeitos adversos do uso
prolongado do Zolpidem na população idosa
apresentado à disciplina Terapêutica Médica I
(345100) do Curso de Medicina da Pontifícia
Universidade Católica de Minas Gerais (PUC MG)
como requisito parcial para a aprovação na disciplina.
Professor: Lucas Ferreira Alves
BETIM
2022
RESUMO
Introdução: O Zolpidem é um medicamento hipnótico derivado da imidazopiridina, que
atua no tratamento da insônia como indutor do sono, e deve ser usado como tratamento
de curto prazo, uma vez que, tem um potencial de causar dependência. Assim como
toda medicação depressória do Sistema nervoso central, apresenta efeitos colaterais
importantes em idosos como: sonolência, interações medicamentosas, amnésia,
distúrbios de marcha, visão dupla, e perda de equilíbrio. Consequentemente, por deixar
o indivíduo mais desatento e mais vulnerável, seu uso pode resultar em um aumento
considerável do risco de quedas. Acidente que pode gerar lesões cerebrais, fraturas e
até a morte. Entre 2011 e 2018, as vendas de Zolpidem aumentaram 560% no Brasil. Só
em 2018 foram vendidas mais de 11 milhões de caixas, e quando consideramos o risco
de uso dessa medicação, esse dado é muito preocupante. Objetivos: Entender os
efeitos a longo prazo do uso contínuo do Zolpidem e procurar alternativas mais seguras
para o tratamento de insônia em idosos. Metodologia: Trata-se de uma revisão
sistemática da literatura realizada nas bases de dados digitais Portal Capes, Scielo e
PubMed. Foram encontrados 124 artigos utilizando os seguintes descritores em ciências
da saúde (DeCS): “zolpidem”, "dependência", “idosos”, “efeitos colaterais”, “uso
prolongado” e “quedas”. Foram selecionados 12 artigos para análise dos resultados e
construção da pesquisa de dados, considerando os seguintes critérios de inclusão:
artigos publicados a partir de 2010 e nos idiomas inglês, portugues e espanhol.
Resultados e Discussão: O Zolpidem é um fármaco hipnótico do grupo das
imidazopiridinas, não-benzodiazepínico, de rápida ação e de curta meia-vida. Possui
eficácia semelhante aos benzodiazepínicos no tratamento dos distúrbios do sono e
possui um rápido início de atividade associado a uma modesta depressão psicomotora
no dia seguinte. É utilizado para o tratamento a curto prazo da insônia (de 2 a 6
semanas). Seus efeitos acontecem pela sua alta afinidade pelos receptores GABA A,
que modulam a transmissão sináptica em todo SNC. É absorvido no trato
gastrointestinal, e quando comparado aos benzodiazepínicos apresenta poucos efeitos
colaterais, sendo mais seguro. Apesar dos seus benefícios apresenta vários riscos à
população idosa, como o aumento de quedas e efeitos adversos específicos na
cognição. Conclusão: O zolpidem é um medicamento indicado para o tratamento de
insônia e possui poucas contraindicações se comparado com outros fármacos no
Mercado. Entretanto, mesmo sendo uma das melhores escolhas, ainda causa efeitos
que podem ser prejudiciais principalmente para os idosos. Tendo em vista o
apresentado, devem ser preferidas as práticas não medicamentosas como,
regularização do horário de dormir; restrição de cochilos; limitação da ingestão de
cafeína e álcool à noite; banhos quentes e massagem antes de dormir.
Palavras-Chave: Zolpidem, Dependência, Idosos, Efeitos Colaterais, Uso
Prolongado e Quedas.
SUMÁRIO
1) INTRODUÇÃO………………………………………………………… 05
2) OBJETIVOS…………………………………………………………… 06
2.1) Objetivos Gerais…………………………………………………06
2.2) Objetivos Específicos…………………………………………. 06
3) METODOLOGIA……………………………………………………… 06
4) RESULTADOS E DISCUSSÃO…………………………………….. 07
5) CONCLUSÃO………………………………………………………… 11
6) REFERÊNCIAS………………………………………………………. 12
1) INTRODUÇÃO:
O Zolpidem é um medicamento hipnótico derivado da imidazopiridina, que atua no
tratamento da insônia como indutor do sono, e deve ser usado como tratamento de
curto prazo, uma vez que, tem um potencial de causar dependência. Assim como toda
medicação depressória do Sistema nervoso central, apresenta efeitos colaterais
importantes em idosos como: sonolência, interações medicamentosas, amnésia,
distúrbios de marcha, visão dupla, e perda de equilíbrio. Consequentemente, por deixar
o indivíduo mais desatento e mais vulnerável, seu uso pode resultar em um aumento
considerável do risco de quedas. Acidente que pode gerar lesões cerebrais, fraturas e
até a morte. Entre 2011 e 2018, as vendas de Zolpidem aumentaram 560% no Brasil.
Só em 2018 foram vendidas mais de 11 milhões de caixas, e quando consideramos o
risco de uso dessa medicação, esse dado é muito preocupante.
Insônia é uma queixa comum que aumenta com a idade e existem estratégias
não medicamentosas e medicamentosas. As primeiras podem resultar em efeitos
semelhantes aos fármacos sedativos, estes têm a vantagem de não se associarem a
eventos adversos. Benzodiazepinas e novos agonistas de receptor benzodiazepínico
(zopiclona, zolpidem e zaleplona) não apresentam diferenças clinicamente relevantes
entre si, no que se refere ao controle da insônia em idosos, mas os efeitos adversos
sérios nesta faixa etária constituem limitação ao tratamento farmacológico. Antes de
prescrever tais agentes, é preciso analisar os riscos e benefícios (WANNMACHER,
2017).
A falta de sono, que é utilizada como justifica o uso desses medicamentos, revela
situações culturais, sociais e familiares que precisam ser abordadas nos serviços de
saúde. Necessita Se de um olhar ampliado e integralizado para compreender se essas
prescrições para dormir e acalmar pessoas idosas angustiadas, aflitas, solitárias, não
estaria reduzindo a oportunidade de escutar problemas existenciais e avaliar opções
para melhora da qualidade de vida, pensando em um atendimento longitudinal que
muitas vezes essas prescrições representam uma comodidade para o profissional
diante das limitações do cuidado e do serviço (ALVARENGA et al., 2015).
2) OBJETIVOS:
2.1) Objetivo Geral:
Entender os efeitos a longo prazo do uso contínuo do Zolpidem e procurar
alternativas mais seguras para o tratamento de insônia em idosos.
2.2) Objetivos Específicos:
● Compreender o mecanismo de ação e seus efeitos ao utilizar para tratar doenças
crônicas.
● Buscar alternativas seguras para o tratamento da insônia crônica em idosos.
● Estabelecer as motivações da procura por esse tratamento.
● Relacionar a idade mais avançada com os efeitos adversos.
3) METODOLOGIA:
Trata-se de uma revisão sistemática da literatura realizada nas bases de dados
digitais Portal Capes, Scielo e PubMed. Realizou-se a busca por publicações que
contemplassem a temática do impacto do uso de zolpidem por idosos. As bases de
referência de dados foram Scientific Electronic Library Online – Scielo
(http://scielo.org/php/index.php) e no portal de Periódicos da Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – Capes
(http://periodicos.capes.gov.br/), e Base de dados MEDLINE - PubMed
(https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov), combinando os descritores em ciências da saúde
(DeCS): “zolpidem”, "dependência", “idosos”, “efeitos colaterais”, “uso prolongado” e
“quedas”. A partir desta primeira seleção foram encontrados 124 artigos e textos,
utilizou-se como critério para uma filtragem mais específica, a leitura dos títulos de
cada produção e seleção daquelas em que ocorresse obrigatoriamente a presença dos
termos “idoso” e “zolpidem”,ou em que houvesse relação com o uso crônico por um
idoso. Dos iniciais 124, permaneceram 42 produções. Por fim, após a leitura dos
resumos das 42 produções, foram selecionadas somente aqueles em cujo conteúdo
apresentava a relação do uso prolongado e seus efeitos nos idosos. Foram então
selecionadas 24 produções, que compuseram este estudo. Para o tratamento dos
dados, procedeu-se à análise do conteúdo das produções selecionadas foram
separadas em 12 produções a serem utilizadas, seguindo a proposta por Bardin (2009),
que a define como o conjunto de técnicas de análise das comunicações que fazem uso
de procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens.
Dessa forma, foram excluídos os trabalhos que mencionaram o assunto apenas como
parte secundária. Após o levantamento das produções procedeu-se à leitura. Para
compreensão do conteúdo dos estudos, foram lidos todos os artigos. Dissertações,
teses, trabalhos de conclusão de curso e relatório de iniciação científica, selecionou-se
para a leitura apenas os segmentos que apresentavam contribuição para este estudo.
Dessa forma, foram lidos os resumos, a metodologia, resultados e conclusões. Dos
selecionados para análise dos resultados e construção da pesquisa de dados,
considerando os seguintes critérios de inclusão: artigos publicados a partir de 2010 e
nos idiomas inglês, portugues e espanhol.
4) RESULTADOS E DISCUSSÃO:
O Zolpidem é um fármaco hipnótico do grupo das imidazopiridinas,
não-benzodiazepínico, de rápida ação e de curta meia-vida. O zolpidem possui
mecanismo de ação mais seletivo na ligação ,pela sua alta afinidade, aos receptores
GABA A, que modulam a transmissão sináptica em todo SNC. É absorvido no trato
gastrointestinal, e quando comparado aos benzodiazepínicos apresenta poucos efeitos
colaterais, sendo mais seguro. Dessa forma mostra-se bem tolerado e está muito
pouco associado à ocorrência de tolerância e à dependência ao uso prolongado, sua
na meia-vida de eliminação é curta para o zolpidem (2,4 h). E desse modo, têm sido as
drogas de escolha no tratamento da insônia em muitos países. O zolpidem é eficaz em
reduzir a latência para o início do sono e leva a um aumento adicional do tempo total de
sono, não apresentando efeitos residuais e sedativos durante o dia. O zolpidem pode
aumentar o sono de ondas lentas, que normalmente em pacientes com insônia são
reduzidas, e não tem efeito no sono REM ou estágio 2 não-REM. Tratar o sintoma
insônia, sendo provavelmente crônico, observa-se uma problematização em sua
prescrição, para ser um tratamento eficaz necessita ser utilizado a curto prazo da
insônia (de 2 a 6 semanas), mas isso aumenta o risco de dependência (POYARES et al.,
2015).
Dessa forma, os médicos e a equipe de saúde devem estar atentos a maior
suscetibilidade dos idosos ao aparecimento das consequências do uso de zolpidem,
especialmente o risco potencial aumentado de quedas, devido ao rebaixamento dos
das taxas de depuração e aumento dos níveis séricos máximos a concentração dessas
drogas. As fraturas e lesões ocasionadas por quedas prejudicam a capacidade
funcional e a saúde, consequentemente a qualidade de vida no seguimento a longo
prazo. Essas prescrições devem ser limitadas a fim de diminuir o risco de equilíbrio
entre os pacientes. Sendo assim o motor crônico e disfunção de pacientes com AVC,
diabéticos periféricos, pacientes neuropáticos, já apresentam alto risco individual de
perda de equilíbrio e quedas, sendo algo a ser avaliado com cautela na escolha de
tratamento com o zolpidem. Além disso, os pacientes osteoporóticos estão associados
a um risco elevado de lesões relacionadas, também sendo pacientes que deve se ter
proteção a utilização de zolpidem (TAVARES et al., 2021).
O uso de zolpidem vem demonstrando em idosos com distúrbios do sono uma
melhora na qualidade do sono, agregando a uma contribuição significativa para a
qualidade de vida, esses efeitos dos distúrbios do sono estão associados a uma ampla
uma gama de condições de saúde, incluindo a um aumento do risco de hipertensão,
diabetes, obesidade, depressão, ataque cardíaco e acidente vascular cerebral. Para
Tavares et al. (2021), garantir a qualidade do sono e evitar tais doenças sem prejuízo da
cognição, é de extrema importância para manter habilidades de comunicação, ou seja,
a vida social.
Para o idoso, essas medicações são soluções eficazes para o alívio do sofrimento
mental decorrentes de problemas de vida, da solidão e da falta de sono, tornando-se
essenciais como a alimentação. Os riscos envolvidos no uso do medicamento são
muitas vezes minimizados e não há uma preocupação em relação à dependência. O
profissional de saúde é procurado pela prescrição, que é obtida muitas vezes sem a
avaliação adequada e sua pertinência clínica, também deixando a desejar nas devidas
orientações. Houve um aumento significativo no uso de BZD e hipnóticos não BZD em
uma população idosa mais velha, especialmente entre as mulheres, isso é
preocupante, pois são medicamentos, em princípio, contraindicados para idosos,
especialmente se utilizados cronicamente ( OLIVEIRA et al., 2020).
O zolpidem possui eficácia semelhante aos benzodiazepínicos no tratamento dos
distúrbios do sono e possui um rápido início de atividade associado a uma modesta
depressão psicomotora no dia seguinte. Mediante o exposto por Wannmacher uma das
maiores queixas de insônia em idosos correspondem a mudanças na arquitetura do
sono, que são esperadas no processo de envelhecimento, em conjunto a isso ocorre o
aparecimento de problemas clínicos ou psiquiátricos que afetam o sono. Nas últimas
décadas ocorreu mudanças aos medicamentos prescritos para a insônia aguda, sendo
previamente o medicamento de 1 escolha os benzodiazepínicos, e atualmente sendo
introduzido alternativas como os hipnóticos não-benzodiazepínicos - zolpidem,
zopiclona e zaleplon - e por não apresentarem os efeitos adversos associados às
benzodiazepinas, tais como tolerância, dependência física, sintomas de abstinência e
diminuição de desempenho psicomotor sendo uma forma de evitar esses efeitos
adversos, principalmente pelo público da terceira idade, pois há aumento do consumo
de hipnosedativos com a idade. O uso dos benzodiazepínicos acompanha de riscos
potenciais, especialmente quedas, sedação exacerbada, sedação diurna, confusão
mental e incoordenação motora, fisiologicamente os idosos têm predisposição a serem
mais sensíveis a agentes que deprimem o sistema nervoso central, acentuando os
efeitos para uma dada concentração plasmática, podendo surgir prejuízos cognitivos,
confusão, delírio, sintomas de retirada e dependência, o que recomenda cautela nessa
faixa etária (WANNMACHER, 2017).
Apesar dos seus benefícios apresenta vários riscos à população idosa, como o
aumento de quedas e efeitos adversos específicos na cognição. Em uma revisão crítica
realizada por Ribeiro et al. (2018) mostra que o uso de drogas do sistema nervoso
(incluindo ansiolíticos; hipnóticos e sedativos; antipsicóticos; opióides; antiepilépticos e
antidepressivos) é susceptível de induzir incidentes de queda em pacientes. Há uma
associação entre os idosos que fazem uso de sedativos/hipnóticos, antidepressivos e
benzodiazepínicos e quedas acidentais.
Os pacientes usuários desses fármacos são recomendados a não se empenharem
em atividades que exijam esforço mental e completa atenção e vivacidade, tal como
dirigir e outras tarefas que exijam coordenação motora fina, pois efeitos colaterais como
ataxia e sonolência são comuns. Alteração de horários, portanto, podem provocar
surgimentos imprevistos desses efeitos indesejados, colocando o paciente em risco
durante alguma atividade diária, o que pode ser danoso principalmente a pacientes
idosos, que já demonstram dificuldades em atividades diárias, desse modo mostra
deficiências no atendimento ao prescrever medicações prejudiciais para o cotidiano do
paciente, deve-se então mais atenção ao noque concerne a dosagem, horário e tempo
de utilização do medicamento, além de maior eficácia no seguimento das prescrições
pelos idosos, uma vez que se registraram discrepâncias entre o prescrito e a forma de
utilização ( TELLES et al., 2011).
Em um estudo realizado por Naloto et al. (2016) foram comparados os indicadores
de uso apropriado de benzodiazepínicos e hipnóticos não BZN entre idosos atendidos
no ambulatório de saúde mental, seus resultados apresentaram o uso inapropriado
destes, uma pequena parcela das prescrições era racional ou estava adequada quanto
ao tempo de uso, dosagem e função, sendo observado a alta taxa do uso crônico
desses fármacos nos pacientes com transtornos depressivos e ansiosos. Das
prescrições, o fato de menos de 6% dos idosos estão adequados, chama a atenção
para erros relacionados à indicação de uso, condutas não recomendadas para a faixa
etária e/ou paciente; riscos de interações medicamentosas graves; e problemas
relacionados à dosagem, frequência e, principalmente, duração do tratamento, sendo
muitos utilizados cronicamente.
A prevalência de uso de BZDs e hipnóticos nao BZN por idosos com queixa de
ansiedade e diagnósticos de transtornos ansiosos e depressivos está cada vez maior,
mesmo essa classe sendo considerada MPIs para a população idosa. O tratamento de
idosos muitas vezes não é considerado prioritário, não recebendo os devidos cuidados
com um olhar integral direcionados às demandas que esse público exige e isso gera
risco. O conhecimento epidemiológico da população idosa expõe características
específicas que auxiliam na elaboração de estratégias, com uma atuação voltada ao
grupo, visando a qualidade do tratamento e de vida (COUTO et al., 2021).
O elevado número de benzodiazepínicos e fármacos hipnóticos não BZN em idosas
se deve ao fato da maior vivência e seus impactos do envelhecimento e
consequentemente a uma maior procura por assistência médica. Isso alerta sobre a
necessidade de realização de revisão periódica e sistemática do esquema terapêutico
utilizado pelos idosos, que muitas vezes há um uso de medicamentos para tratamento
de doenças agudas, no caso para tratar doenças crônicas, aumentando efeitos
indesejados a longo prazo (ABSTRACTS OF XV BRAZILIAN SLEEP CONGRESS, 2015).
Há um baixo interesse em desbravar a psiquiatria geriátrica isso é demonstrado
pela falta de informações e estudos nacionais e internacionais de acordo com Couto et
al. (2021), mas há novas evidências sobre efeitos de medicamentos largamente
utilizados sem uma segurança estabelecida e o crescente número de diagnósticos
psiquiátricos nesta faixa etária. A otimização de tratamentos pode ser obtida e dessa
forma os profissionais de saúde com o conhecimento podendo evitar iatrogenias.
Existem diversos métodos para auxiliar o processo do sono do idoso, dessa forma
evitando a iatrogenia, com respeito à insônia crônica, medidas de controle de estímulos
podem ajudar e devem ser incentivadas nos idosos. Incluindo medidas da Higiene do
sono sendo estas: regularização do horário para deitar, com restrição de cochilos
durante o dia; saída da cama se houver dificuldade para dormir, só retornando quando
o sono se apresentar; limitação da ingestão de cafeína e álcool à noite; redução da
ingestão de líquidos e alimentos durante a noite; quarto com temperatura adequada e
suficiente silêncio; banhos quentes e massagem antes de dormir. Também existem
algumas estratégias e abordagens comportamentais que podem ser empregadas, tais
como técnicas de relaxamento e exercícios moderados durante o dia. E essas
orientações sempre devem ser prioridades antes do uso de fármacos hipnóticos
(WANNMACHER, 2017).
5) CONCLUSÃO:
O zolpidem é um medicamento indicado para o tratamento de insônia e possui
poucas contra indicações se comparado com outros fármacos no mercado. Entretanto,
mesmo sendo uma das melhores escolhas, ainda causa efeitos que podem ser
prejudiciais principalmente para os idosos, como foi discutido o aumento do risco de
quedas, pois um de seus efeitos causa instabilidade postural sendo um dos i’s da
Geriatria, a utilização indevida sem uma avaliação com um olhar longitudinal voltado
para o idoso compõe outro i da Geriatria sendo a iatrogenia. O objetivo desta revisão
literária é expor que a falta de atenção no cuidado do idoso pode ser muito danosa, e o
objetivo do olhar com equidade e integralizado é aumentar a qualidade de vida desses
pacientes preservando um envelhecimento saudável. Tendo em vista o apresentado,
devem ser preferidas as práticas não medicamentosas como, a higiene do sono
incluindo a regularização do horário de dormir; restrição de cochilos; limitação da
ingestão de cafeína e álcool à noite; banhos quentes e massagem antes de dormir.
Dessarte a importância na atenção primária à prescrição desnorteada de
medicamentos, pensados somente em tratar sintomatologia sem avaliar a longo prazo
as consequências de utilização indiscriminada de fármacos de tratamentos agudos,
mas prescritos a doenças crônicas, sem previsão de fazer um tratamento voltado a
resolubilidade das causas da insônia crônica, fazendo assim um tratamento perpétuo
sem uma real necessidade. Devemos voltar aos princípios do Sistema Único de Saúde
e realmente almejar o tratamento visando a condição do indivíduo.
7) REFERÊNCIAS:
● ABSTRACTS OF XV BRAZILIAN SLEEP CONGRESS, 2015, Prefeitura Municipal
Patrocínio. INCIDÊNCIA DO CONSUMO DE BENZODIAZEPÍNICOS POR
IDOSOS FRÁGEIS OU EM RISCO DE FRAGILIDADE [...]. Sleep Science: [s. n.],
2015. 169–255 p. v. 8. DOI http://dx.doi.org/10.1016/j.slsci.2016.02.084. Disponível
em: Abstracts of XV Brazilian Sleep Congress / Sleep Science. Acesso em: 15 jun.
2022.
● ALVARENGA, Jussara Mendonça et al. Uso de benzodiazepínicos entre idosos: o
alívio de “jogar água no fogo”, não pensar e dormir. Rev. Brasil. Geriatr., [s. l.],
2015. DOI http://dx.doi.org/10.1590/1809-9823.2015.14045. Disponível em:
Fundação Oswaldo Cruz. Acesso em: 14 jun. 2022.
● BARDIN, Laurence. Análise de conteúdo: Laurence Bardin. Tradução Luís Antero
Reto e Augusto Pinheiro. Lisboa: Edições 70, 2009. 281
● COUTO, Isabella Serafin et al. Prevalência e fatores associados ao uso de
benzodiazepínicos em idosos atendidos em um ambulatório especializado em
Porto Alegre, Brasil. PAJAR Pan American Journal of Aging Research, [s. l.],
ano ISSN-L: 2357-9641, n. Porto Alegre, v. 9, p. 1-10, 2021. DOI
http://dx.doi.org/10.15448/2357-9641.2021.1.40298. Disponível em: Pan American
Journal of Aging Research. Acesso em: 14 jun. 2022.
● NALOTO, Daniele Cristina Comino et al. Prescrição de benzodiazepínicos para
adultos e idosos de um ambulatório de saúde mental. Ciência & Saúde Coletiva,
[s. l.], ed. 21(4):1267-1276, 2016. DOI DOI:
10.1590/1413-81232015214.10292015. Disponível em: Ciência & Saúde Coletiva.
Acesso em: 7 jun. 2022.
● RIBEIRO, Tatiane Bomfim et al. Medication-related inpatient falls: a critical review.
Brazilian Journal of Pharmaceutical Sciences, [s. l.], 2018. DOI
https://doi.org/10.1590/s2175-97902018000117355. Disponível em:
https://www.scielo.br/. Acesso em: 13 jun. 2022.
● OLIVEIRA, Aline Luiza Marcondes Lopes et al. Aumento da utilização de
benzodiazepínicos entre idosos mais velhos: Projeto Bambuí. REV BRAS
EPIDEMIOL, [s. l.], 2020. DOI DOI: 10.1590/1980-549720200029. Disponível em:
Associação Brasileira de Saúde Coletiva. Acesso em: 6 jun. 2022.
● POYARES, Dalva et al. Hipnoindutores e insônia. Rev Bras Psiquiatr., [s. l.], n.
27(Supl I):2-7, 2015.
● TAVARES, Guilherme et al. Cognitive and balance dysfunctions due to the use of
zolpidem in the elderly: a systematic review. Dement Neuropsychol, [s. l.], n.
15(3):396-404, Setembro 2021. DOI
https://doi.org/10.1590/1980-57642021dn15-030013. Disponível em: the
Department of Evidence-Based Medicine,. Acesso em: 16 jun. 2022.
● TELLES , Paulo Celso Prado Filho et al. UTILIZAÇÃO DE BENZODIAZEPÍNICOS
POR IDOSOS DE UMA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA: IMPLICAÇÕESPARA ENFERMAGEM. Esc Anna Nery (impr.)2011 jul-set; 15 (3):581-586, 2011.
● WANNMACHER, Lenita. Uso racional de medicamentos:: Como manejar a insônia
em idosos: riscos e benefícios. Organização Pan-Americana da Saúde/
Organização Mundial da Saúde: [s. n.], 2017. v. 4. ISBN ISSN 1810-0791.

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