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Macroeconomia aberta Aula 1: Introdução ao balanço de pagamentos MÓDULO 1 De�nição e importância do balanço de pagamentos Estrutura do Balanço de Pagamentos O funcionamento dos registros contá MÓDULO 2 O mercado de divisas: uma análise introdutória Depreciação (ou desvalorização) e Apreciação (ou valorização) da moeda nacional Regimes ou Sistemas de Taxas de Câ Objetivos MÓDULO 1 Explicar a organização do balanço de pagamentos segundo as normas do Banco Central do Brasil. MÓDULO 2 Explicar o que é mercado de moeda estrangeira, descrevendo as situações da depreciação e da apreciação da moeda, e os regimes cambiais em diferentes países. Definição O conteúdo de Macroeconomia Aberta é interdisciplinar e permeia uma enorme gama de atividades, principalmente da área de comércio exterior e economia internacional, no âmbito do setor privado ou público. Os problemas discutidos em um contexto de economia globalizada, incrementam a demanda por pro�ssionais que detenham esse conhecimento. Vídeo Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online MÓDULO1 De�nir balanço de pagamentos. Introdução Abordaremos o balanço de pagamentos, de�nindo-o conceitualmente e identi�cando a estrutura das suas contas. O conjunto de informações aqui apresentadas respeita as normas contidas no Banco Central do Brasil. Definição e importância do balanço de pagamentos Pixabay Na discussão sobre os aspectos macroeconômicos das relações entre países, o ponto de partida é justamente o balanço de pagamentos, instrumento em que são registradas as transações econômicas entre determinado país e o resto do mundo. Destaca-se que tal instrumento é um documento útil nas análises econômicas apresentadas pelos meios de comunicação e no planejamento do governo, das empresas públicas e privadas, servindo de referência para comparações internacionais. Balanço de pagamentos tem superávit de US$ 2,155 bilhões em janeiro BRASÍLIA - O balanço de pagamentos do país foi superavitário em US$ 2,155 bilhões em janeiro, informou o Banco Central (BC) nesta terça-feira. As transações correntes registraram déficit de US$ 3,841 bilhões no mês, enquanto a conta de capital e financeira fechou positiva em US$ 6,245 bilhões. A conta de erros e omissões foi deficitária em US$ 249 milhões. Em janeiro de 2009, o balanço de pagamentos teve superávit de US$ 2,235 bilhões. Segundo o BC, houve aquisição de dólares no mercado interno pela autoridade monetária no valor líquido de US$ 1,9 bilhão. Assim, as reservas internacionais do país aumentaram para US$ 240,484 bilhões (...) ante US$ 238,520 bilhões em dezembro de 2009. Contando com empréstimos que o BC tem a receber do mercado, no valor de US$ 339 milhões, as reservas subiram a US$ 240,823 bilhões em janeiro. O balanço de pagamentos registra a conta de transações correntes (balança comercial, conta de serviços e transferências) e a conta de capital e financeira. Esta última inclui ainda as transferências de patrimônio, além de empréstimos e financiamentos de todas as modalidades, desembolsos de curto, médio e longo prazo e amortizações. Além disso, são descontados erros e omissões do balanço. - Fonte: O Globo Online (2009, atualizado em 2011) O balanço de pagamentos (BP) é utilizado como instrumento para analisar o estado das transações econômicas e das �nanças internacionais de um país. A estrutura das suas contas retrata os �uxos de entrada e saída de mercadorias, ativos �nanceiros e monetários ao longo de um certo período de tempo 1 1: A abertura da Economia introduz o exterior (resto do mundo) nos quatro mercados agregados, em torno dos quais a macroeconomia é abordada, isto é, bens e serviços, trabalho, capitais (ativos �nanceiros e não monetários) e moeda. Em virtude disso, no Brasil, por exemplo, os registros do BP seguem as normas publicadas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). Contudo, segundo Carvalho e Da Silva, o FMI de�ne o balanço de pagamentos como o registro sistemático das transações econômicas entre residentes e não residentes de um país durante determinado período de tempo. Sobre este contexto, é importante entender a distinção entre residentes e não residentes, ou seja, tais conceitos não se referem à nacionalidade, mas, sim, ao centro de interesse econômico. Ainda, de acordo com esses autores, no caso do Brasil, especi�camente, “são considerados residentes em nosso país todos os indivíduos que vivem aqui em caráter permanente, os que estão no exterior transitoriamente em viagem de negócios, estudo e turismo; todas as empresas aqui instaladas, independente da origem do capital, bem como o corpo diplomático brasileiro em serviço em algum país no exterior. Entretanto, algum brasileiro que viva por um ano ou mais no exterior é considerado não residente, mesmo que ele esteja empregado em alguma empresa de origem brasileira.” (p. 109). Estrutura do Balanço de Pagamentos Introdução: uma visão geral Apresentaremos a estrutura fundamental do balanço de pagamentos (BP) por meio da análise das principais contas e subcontas que compõem este balanço. Observe um resumo do BP do Brasil com valores (em US$ milhões) ao mês e acumulados ao ano. Resultado do Balanço de Pagamentos (valores mensais e acumulados no ano – US$ milhões) Mês Ac. No Ano Projeção Dez 17 Dez 18 2017 2018 2019* TRANSAÇÕES CORRENTES -2.069 -815 -7235 -14.511 -11.500 Balança Comercial (bens) 4.642 6.179 64.028 53.587 61.000 https://stecine.azureedge.net/webaula/estacio/go0315/tema1.html Serviços -3.674 -3.273 -33.850 -33.952 -35.600 Renda primária -3.605 -3.861 -40.045 -36.668 39.400 Renda Secundária 569 140 2.632 2.522 2.600 CONTA CAPITAL 6 23 379 440 400 CONTA FINANCEIRA – captações líquida (-) -2.311 -1.368 -443 -9.318 -11.100 Investimento Direto 1.179 -5.252 -50.905 -74.254 -64.000 Investimento Direto no país (IDP) 3.067 8.950 70.258 88.314 70.000 Investimento em Carteira 2.545 5.380 14.042 11.707 Outros Investimentos 857 5.937 30.622 47.548 ERROS E OMISSÕES -148 -576 6.413 4.754 Memo: Transações correntes (12M) PIB (%) -0,4 -0,8 -0,6 IDP (12M) PIB (%) 3,4 4,7 3,6 Observação: para 2019*, projeções do BCB – Relatório d in�ação (Jun/18) Fonte: Ministério da Economia, apud Banco Central do Brasil (2019) Começando pelas informações mais importantes, a seguir, temos os principais grupamentos de contas por seu interesse analítico, pois são informações relevantes para análise econômica do BP. Estas contas são a Conta Corrente (ou Transações Correntes – TC), a Conta Capital (CC) e a Conta Financeira (CF). Segundo Feijó e Ramos (2016), a Conta Corrente registra o comércio de bens e serviços, os pagamentos e recebimentos de rendas de capital e trabalho e as transferências unilaterais de renda entre o país e o resto do mundo. Ainda de acordo com esses autores, a Conta Capital (CC) mensura as transferências unilaterais de ativos reais, ativos �nanceiros e de ativos intangíveis (sendo que essas transferências também são de�nidas como transferências de patrimônio) entre residentes e não residentes. Já a Conta Financeira (CF) está constituída por todos os tipos de �uxos decorrentes de transações com ativos e passivos �nanceiros entre residentes e não residentes. Em função das informações anteriores, podemos formar a seguinte expressão matemática a seguir. TC + CC + CF = SBP (excetuando a conta Erros e Omissões) Destaca-se que, conforme Feijó e Ramos (2016), o saldo do balanço de pagamentos refere-se ao resultado da variação das (ΔR) no conceito da autoridade monetária do país decorrente de transações com o resto do mundo. reservas internacionais liquidez internacional https://stecine.azureedge.net/webaula/estacio/go0315/tema1.html https://stecine.azureedge.net/webaula/estacio/go0315/tema1.html Reservas internacionais: As reservas internacionais são recursos �nanceiros que o Brasil investe e guarda no Banco Central. É uma espécie de poupança do país, também chamada de reserva cambial.Essas reservas são formadas por valores em dólares, outras moedas e investimentos feitos pelos país, e são administradas pelo Banco Central do Brasil. De uma maneira geral, tais reservas são compostas por (a) Haveres (a Curto Prazo) no Exterior (ou Reservas em Divisas Conversíveis em moeda, depósitos e títulos); (b) Ouro Monetário; (c) Direitos Especiais de Saque; e Reservas (próprias) no FMI. Conceito liquidez internacional: O conceito de liquidez internacional demonstra que são deduzidos: (a) os ajustes relativos à valorização/desvalorização das moedas estrangeiras e do ouro em relação ao dólar e (b) os ganhos e as perdas devidos a �utuações nos preços dos títulos. Atenção Uma das principais funções de ter reservas internacionais é proteger a economia e conseguir garantir a estabilidade do mercado �nanceiro em momentos de desequilíbrio ou crise. Melhor colocando, essas reservas acabam sendo uma segurança, uma garantia de que o país tem condições de lidar com situações que poderiam deixar o mercado �nanceiro mais instável, bem como assegurar que o país cumpra os compromissos �nanceiros assumidos com seus credores, tanto internacionais como nacionais. O quadro a seguir apresenta a evolução das reservas internacionais do Brasil nos anos de 2008 a 2018: Descrição / Fonte alternativa (Fonte: Link) Fonte: Ministério da Economia, apud Banco Central do Brasil (2019) No entanto, muitas vezes existem diferenças no resultado do somatório TC + CC + CF com o resultado da ΔR ao �nal do tempo em análise. As informações dessas contas provêm de várias fontes, e, muitas vezes, tais informações são obtidas com algumas discrepâncias temporais em função das diversas origens dos dados coletados. Nesse sentido, a quarta conta do BP, ou seja, a conta Erros e Omissões se presta a compensar toda e qualquer transação que não foi registrada adequadamente pela autoridade monetária javascript:void(0); (neste caso, o Banco Central do Brasil). Assim, ao incluirmos a conta Erros e Omissões (EO), temos a seguinte equação matemática sobre o saldo do balanço de pagamentos: SBP = TC + CC + CF + EO Transações correntes (ou conta corrente) O que mais chama atenção sobre as contas do balanço de pagamentos são os componentes da conta de transações correntes constituída por quatro subcontas: balança comercial, balança de serviços, balança de rendas (ou renda primária) e transferências unilaterais de rendas (ou renda secundária). O quadro a seguir chama atenção para estas subcontas. Transações Correntes (valores anuais– US$ milhões) 2013 2014 2015 2016 2017 2018 TRANSAÇÕES CORRENTES -79.792 -101.431 -54.472 -24.009 -7.235 -14.511 Exportações 389 -6.629 17.655 45.037 64.028 53.587 Importações 241.189 230.727 172.422 139.416 153.215 185.447 Serviços -46.372 -48.107 -36.915 -30.447 -33.850 -33.952 Transportes -9.376 -8.697 -5.664 -3.731 -4.975 -6.154 Viagens -18.554 -18.724 -11.513 -8.473 -13.192 -12.346 Telecomunicação, computação e informações -4.501 -2.224 -1.768 -1.445 -1.673 -2.037 Serviços de propriedade intelectual -4.199 -5.548 -4.669 -4.490 -4.570 -4.098 Aluguel de equipamentos -19.056 -22.629 -21.532 -19.506 -16.838 -15.032 Outros serviços de negócios 8.326 12.651 10.250 9.528 9.602 7.899 Demais 987 -2.937 -2.019 -2.331 -2.204 -2.184 Renda primária -37.492 -49.420 -37.963 -41.544 -40.045 -36.668 Juros (saldo) -19.324 -21.421 -22.854 -22.929 -24.502 -19.970 Lucros e Dividendos (saldo) -18.679 -28.356 -15.458 -18.905 -15.827 -16.946 Salário e ordenado 511 357 349 290 284 248 Renda Secundária 3.683 2.725 2.751 2.944 2.632 2.522/td> Memo: Transações Correntes (% do PIB) -3,23 -4,13 -3,03 -1,34 -0,35 -0,77 Fonte: Ministério da Economia, apud Banco Central do Brasil (2019) Vídeo Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online A primeira subconta de transações correntes refere-se à Balança Comercial. Dividida em exportações e importações, ela registra as transações de compra e venda de bens entre residentes e não residentes, sendo que os valores são registrados pelos preços FOB ( Free On Board ), isto é, sem frete, comissões e seguros Já a Balança de Serviços (BS) mensura as receitas e despesas relativas à prestação de serviços entre residentes e não residentes. Segundo o quadro anterior, ou seja, das transações correntes, as principais subcontas são: Transportes Viagens internacionais Telecomunicação Computação e informações; serviços de propriedade intelectual Aluguel de equipamentos Outros serviços de negócios (como serviços governamentais, serviços pessoais, culturais e de recreação); e demais Segundo Feijó e Ramos (2016), essa conta é chamada de conta residual e é destinada a registrar todas as transações que não se enquadram nas classi�cações anteriores. A Balança de Rendas (ou de renda primária) registra as receitas e despesas relacionadas às rendas provenientes do trabalho e do capital em transações entre residentes e não residentes. Destacam-se, como renda do trabalho, os salários e ordenados (recebidos ou pagos em contratos de curta duração ou sazonais, por exemplo) e, como renda do capital , o saldo de lucros, dividendos e juros No caso das Transferências Unilaterais de Rendas (ou renda secundária), essa conta registra as rendas que não têm como contrapartida a aquisição de um bem, a prestação de um serviço ou a utilização de um fator de produção. Tais transações dizem respeito às transferências unilaterais de poder de compra entre residentes e não residentes e são divididas, basicamente, em duas categorias: Transferências governamentais e transferências privadas. Vídeo Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online Contas capital e financeira (valores mensais e acumulados no ano – US$ milhões) Mês Ac. No Ano dez-17 dez18 2017 2018 CONTA CAPITAL 6 23 379 440 CONTA FINANCEIRA -2,311 -1.368 -443 -9.318 Investimento Direto 1.179 -5.252 -50.905 -74.254 Investimentos diretos no exterior 4.246 3.698 19.352 14.060 Investimentos diretos no país 3.067 8.950 70.258 88.314 Investimento em Carteira 2.545 5.380 14.042 11.707 Investimentos em carteira (ativos) -847 248 12.371 3.303 Ações e fundos de investimentos 727 283 10.002 1.990 Títulos de renda fixa LP e CP -1.574 -35 2.368 1.313 Investimentos em carteira (passivos) -3.392 -5.132 -1.671 -8.404 Ações e fundos de investimento 2.755 -1.7002 5.674 -5.634 Títulos de renda fixa LP e CP -6.146 -3.430 -7.345 -2.770 Derivativos 563 215 705 2.753 Ativos -504 -1.051 -8.153 -12.079 Passivos -1.067 -1.266 -8.858 -14.832 Outro Investimentos 857 5.937 30.622 47.548 Ativos 2.262 2.591 36.520 49.958 Passivos 1.405 -3.347 5.897 2.410 Ativos de Reserva -7.455 -7.648 5.093 2.928 Fonte: Ministério da Economia, apud Banco Central do Brasil (2019) Texto essencial: Conta capital e Conta financeira Conta capital “A Conta Capital (CC) mede as transferências unilaterais de ativos reais, �nanceiros e intangíveis entre residentes e não residentes. A principal diferença em relação às transferências unilaterais registradas na conta corrente é o fato de que as transferências de capital envolvem direitos de propriedade sobre ativos em vez de renda.” (FEIJÓ E RAMOS, 2016, p. 172, grifo nosso). Em função de tais considerações, e ainda segundo esses autores, essa conta é dividida basicamente em duas categorias: Transferências unilaterais de capital (que envolvem ativos reais e �nanceiros) e transferências de bens não �nanceiros não produzidos como, por exemplo, a cessão de patentes e direitos autorais sem contrapartida �nanceira. Destaca-se que, segundo Carvalho e Da Silva (2015), essa conta é uma inovação introduzida pelo Fundo Monetário Internacional - FMI em 1993 e mensura as transações que normalmente envolvem poucos recursos, sendo que, no passado, eram registradas como transferências unilaterais na conta de Transações Correntes. Conta �nanceira O saldo dessa conta registra a diferença entre os �uxos dos ativose passivos externos relacionados aos �uxos de capital entre residentes e não residentes por tipo de instrumento �nanceiro. Seus principais componentes são: Investimento Direto, Investimento em Carteira, Derivativos e Outros Investimentos. No que diz respeito à Conta Investimento Direto, ela está subdividida em duas categorias: e os investimentos brasileiros diretos denominados de Investimentos Diretos no Exterior (IDE). Já a conta Investimento em Carteira registra as receitas e despesas constituídas pela emissão de . Neste caso, é importante colocar que, diferentemente do investimento direto, o investimento em carteira não caracteriza o estabelecimento de um vínculo duradouro entre o investidor e o ativo em questão, além de não proporcionar o controle formal no negócio correspondente ao . No que diz respeito aos Derivativos, essa conta registra, em separado, os ativos e passivos associados a instrumentos �nanceiros; sendo que sobre tais instrumentos não há pagamento de juros nem adiantamento ou . E a Conta Outros Investimentos é uma conta residual, ou seja, registra todos os �uxos de capitais que não se enquadram em nenhuma das de�nições anteriores. Segundo o Banco Central do Brasil, e conforme o apresenta, a Conta Outros Investimentos engloba as subcontas créditos comerciais e adiantamentos, empréstimos, moeda e depósitos e outros ativos e passivo Investimentos Diretos no País (IDP) títulos de crédito negociados em mercados secundários de papéis título mobiliário repagamento de capital quadro a seguir Investimentos Diretos no País (IDP) - As categorias IDP e IDE estão divididas nos componentes Participação no Capital e Empréstimos Intercompanhias. No que diz respeito ao primeiro componente, essa subconta registra as entradas e saídas de recursos para, além dos lucros reinvestidos, aquisição/subscrição/aumento do capital social de empresas residentes e não residentes. Já sobre os Empréstimos (ou Operações) Intercompanhias, essa subconta registra os créditos concedidos pela matriz às suas �liais e destas para a matriz, a partir da identi�cação das residências do credor e do devedor. Títulos de crédito negociados em mercados secundários de papéis: Correspondem aos títulos de renda variável (ações de companhias adquiridas em bolsa de valores) e títulos de renda �xa (bônus e notes emitidos por não residentes e títulos da dívida pública). https://stecine.azureedge.net/webaula/estacio/go0315/tema1.html https://stecine.azureedge.net/webaula/estacio/go0315/tema1.html https://stecine.azureedge.net/webaula/estacio/go0315/tema1.html https://stecine.azureedge.net/webaula/estacio/go0315/tema1.html https://stecine.azureedge.net/webaula/estacio/go0315/tema1.html Título mobiliário - As debêntures das empresas, por exemplo, são títulos mobiliários emitidos por empresas para captar recursos no mercado. Repagamento de capital: A conta Derivativos registra os �uxos �nanceiros relativos à liquidação de haveres e obrigações decorrentes de operações de swap, opções e futuros e os �uxos relativos aos prêmios de opções. Quadro a seguir: Neste quadro, chama atenção a sigla NFE. As Necessidades de Financiamento Externo (NFE) compreendem o dé�cit em transações correntes deduzido do saldo do investimento externo direto (incluindo empréstimos intercompanhias), isto é, correspondem à parcela do dé�cit de transações correntes não �nanciada pela entrada líquida de investimentos diretos. Nesse sentido, se o ingresso líquido de investimentos diretos é maior do que o dé�cit em conta corrente, por exemplo, as NFE são negativas. Paralelamente a isso, chamamos atenção ao que o Banco Central do Brasil de�ne como fragilidade externa da Economia Brasileira. Melhor colocando, quanto menores os �uxos de capitais internacionais de longo prazo, em comparação com os de curto prazo, maior será a fragilidade externa da Economia Brasileira. Investimentos Estrangeiros Valores líquidos anuais – US$ milhões 2013 2014 2015 2016 2017 2018 Investimento direto no país 75.211 87.714 60.334 73.378 70.258 88.314 Memo: NFE= Déficit em TC – IDP 4.581 13.717 -5.862 -49.369 -63.023 -73.803 Investimento em carteira (passivos) 41.263 44.238 18.677 -19.591 -1.671 -8.404 Ações e fundos de investimentos 37.671 7.174 5.602 11.636 5.674 -5.364 Títulos de renda fixa 33.977 17.218 17.627 30.131 -7.345 -2.770 Derivativos (passivos) -387 -9.182 -24.109 -12.905 -8.858 -14.832 Outros investimentos (passivos) 19.046 51.108 20.688 12.026 5.897 2.410 Empréstimos 3.184 40.802 -2.015 -7.340 -8.674 -8.336 Banco Central 0 0 0 0 0 0 Créditos comerciais e adiantamentos (1) 18.878 13.869 23.541 19.717 17.369 12.940 Banco Central -3.015 -3.563 -838 -350 -2.797 -2.194 (1)Inclui crédito comercial de fornecedores de CP e de LP e crédito comercial de compradores. (2)Inclui empréstimos de Organismos, Agências, empréstimos diretos de curto prazo, moeda e depósitos e outros passivos. Fonte: Ministério da Economia, apud Banco Central do Brasil (2019) Uma complementação: o balanço de capitais compensatórios Ao incluirmos a conta Erros e Omissões (EO), temos a seguinte expressão matemática sobre o saldo do balanço de pagamentos: SBP = TC + CC + CF + EO = - ΔR refere-se à variação das reservas internacionais. Atenção A partir de tal expressão, é importante fazer uma observação sobre o chamado Balanço de Capitais Compensatórios. Nesse balanço, são registrados os empréstimos de regularização (ou �nanciamento compensatório) do FMI destinados a cobrir os dé�cits do balanço de pagamentos e a variação das reservas do país. Nesse sentido, pode-se informar que o Saldo do Balanço de Capitais Compensatórios (SBCC), conhecido também como Demonstrativo de Resultado, é numericamente igual ao saldo do balanço de pagamentos com sinal invertido: SBCC = Δ R + Financiamento Compensatório = - SB SBP: Se houver superávit no SBP (SBP > 0): reservas têm acréscimo; se houver dé�cit no SBP (SBP<0): país perde reservas. Nesse sentido, se o país não dispuser de reservas su�cientes, ou não quiser dispor delas, pode receber empréstimo de regularização do FMI, desde que se submeta a um programa de ajuste. Contudo, se nenhum dos dois casos ocorrer, as obrigações não pagas são lançadas como Atrasados. O funcionamento dos registros contábeis No Brasil, a confecção do balanço de pagamentos é de responsabilidade do Banco Central. Os registros contábeis no BP são feitos dentro do princípio das partidas dobradas, em dois grupos de contas: Contas Operacionais e de Caixa, sendo que um débito, em uma delas, corresponde necessariamente a um crédito na outra. As Contas Operacionais registram os fatos geradores do recebimento ou do pagamento de recursos do exterior, tais como as exportações, as importações, os fretes, os seguros, os dividendos, donativos etc. Nesse caso, temos: Entrada de recursos no país = registra como crédito (+) https://stecine.azureedge.net/webaula/estacio/go0315/tema1.html Saída de recursos do país = registra como débito (-). mensuram o movimento dos meios de pagamentos internacionais à disposição do país, isto é, das reservas internacionais e dos empréstimos de regularização do FMI. Nesse sentido, percebemos que: As Contas de Caixa Contas de Caixa - O registro nas Contas de Caixa segue a mesma sistemática das empresas. Aumento no saldo das contas (moeda de outro país) = registra como débito(-) Redução no saldo das contas = registra como crédito (+). Assim, temos a seguinte síntese das condições acima explicadas: Sintese Conta Entrada de Reservas Saída de Reservas Operacional Crédito (+) Débito (-) Caixa Débito (-) Crédito (+) Dadas as considerações anteriores, vamos a um exemplo numérico hipotético que irá nos ajudar a compreender melhor o funcionamento dos registros contábeis do balanço de pagamentos. O exemplo a seguir apresenta diversos tipos de registros entre residentes e não residentes, em dado ano de 20XY, supondo que todas as transações realizadas se façam em moeda estrangeira (US$).https://stecine.azureedge.net/webaula/estacio/go0315/tema1.html Texto essencial: T ipos de registros entre residentes e não residente 1: O Brasil exporta, recebendo à vista, mercadorias no valor de US$ 450 milhões: Lançamento a crédito (+) na conta de exportaçõe Em contrapartida, será lançada a débito (-) na conta na variação das reservas para o país 2: O Brasil importa equipamentos no valor de US$ 50 milhões, �nanciados a longo prazo: Lançamento a débito (-) na conta importaçõe Em contrapartida, será lançada a crédito (+) na conta �nanciamentos. 3: Ingressam no Brasil, sob forma de investimento direto sem cobertura cambial, US$ 20 milhões em equipamentos: Lançamento a débito (-) na conta importações; Em contrapartida, será lançada a crédito (+) na conta de investimentos (diretos 4: O Brasil importa bens de consumo duráveis pagando à vista US$ 480 milhões: Lançamento a débito (-) na conta de importações; Em contrapartida, será lançada a crédito (+) na conta (haveres no exterior na) variação das reservas para o país 5: Despesa total de US$ 50 milhões, por parte de turistas brasileiros no exterior, em viagens internacionais: Lançamento a débito (-) na conta em viagens internacionais Em contrapartida, será lançada a crédito (+) na conta (haveres no exterior na) variação das reservas para o país 6: Remete-se em dinheiro para o exterior: US$ 10 milhões de lucros de empresas estrangeiras, US$ 20 milhões de juros e US$ 30 milhões em pagamento por amortizações: Lançamento a débitos (-) nas contas lucros, juros e amortizações Em contrapartida, serão lançados estes registros a crédito (+) na conta (haveres no exterior na) variação das reservas para o país 7: O Brasil recebe doação de medicamentos do exterior no valor de US$ 10 milhões: Lançamento a débito (-) nas importações: Em contrapartida, será lançada a crédito (+) na conta donativos. 8: O Brasil, para regularização do dé�cit no seu balanço de pagamentos, recebe um empréstimo compensatório do FMI no valor de US$ 30 milhões: Lançamento a crédito (+) na conta Empréstimos do FMI: Em contrapartida, será lançada a débito na conta haveres no exterio haveres no exterior Haveres no exterior - Supondo como conta os Haveres (a Curto Prazo) no Exterior. Dadas as informações anteriores, o quadro a seguir contabiliza os devidos registros realizados hipoteticamente. Contabilização dos Registros do Balanço de Pagamentos Contas Registros (em US$ Milhões) 1 2 3 4 5 6 7 8 Total Exportações 450 450 Importações -50 -20 -480 -10 -560 Viagens Internacionais -50 -50 Lucros 10 10 Juros -20 -20 https://stecine.azureedge.net/webaula/estacio/go0315/tema1.html Donativos 10 10 Investimentos 20 200 Financiamentos 50 50 Amortizações -30 -30 Empréstimos do FMI 30 30 Haveres no Exterior -450 480 50 60 -30 110 Total 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Podemos observar que o resultado �nal foi igual a zero. Nesse sentido, �nalmente, supondo que não tenha havido Erros e Omissões na mensuração realizada no ano de 20XY, podemos compor o resultado do balanço de pagamentos da seguinte forma no exercício em questão. 1: Balança Comercial: - 110 Exportações: + 450 Importações: - 560 2: Serviços: - 50 Viagens Internacionais: - 50 3: Renda Primária: - 30 Lucros: - 10 Juros: - 20 4: Renda Secundária: + 10 Donativos: + 10 5: Transações Correntes: I + II + III + IV = - 180 6: Conta Capital e Financeira: + 40 Investimentos: + 20 Financiamentos: + 50 Amortizações: - 30 7: Erros e Omissões: 0 8: Saldo do Balanço de Pagamentos: V + VI + VII = - 140 Lançamento a crédito (+) na conta Empréstimos do FMI: Em contrapartida, será lançada a débito na conta haveres no exterio 9: Balanço de Capitais Compensatórios: +140 Haveres (de Curto Prazo) no Exterior: + 110 Empréstimos de Regularização do FMI: +30 Verificando o aprendizado Atenção Para desbloquear o próximo módulo, é necessário que responda corretamente a uma das questões a seguir. Atividade 1: Sobre o balanço de pagamentos: I: É um documento em que se registram as transações econômicas entre determinado país e o resto do mundo. II: Refere-se ao registro sistemático das transações econômicas entre residentes e não-residentes de um país durante determinado período de tempo. III: Determina e prevê o comportamento dos agregados externos em função das condições macroeconômicas existentes. a) I, II e III são verdadeiras. b) I, II e III são falsas. c) Somente III é falsa. d) Somente I e III são verdadeiras. Atividade 2. Leia as considerações a seguir e assinale a a�rmativa correta. I: Os balanços de pagamentos fornecem o registro contábil de todas as transações comerciais e �nanceiras de um país com o resto do mundo, durante determinado período (um ano, em geral). II: Dado um balanço de pagamento, adota-se a convenção de que as transações associadas a uma entrada de dólares no país são registradas com sinal positivo, enquanto aquelas que resultam em saída de dólares são registradas com sinal negativo. III: A conta erros e omissões é um item destinado a compensar superestimações ou subestimações dos componentes registrados, por de�ciência de registros estatísticos. IV: O resultado do balanço de pagamentos é, por de�nição, diferente da variação das reservas internacionais do país, ou seja, do estoque de moeda estrangeira detido pelo Banco Central. a) I, II, III e IV são verdadeiras. b) I, II, III e IV são falsas. c) Somente I, II e III são falsas. d) Somente I, II e III são verdadeiras. MÓDULO2 Explicar o que é mercado de moeda estrangeira, descrevendo as situações da depreciação e da apreciação da moeda de um país. Introdução Contextualizaremos o mercado de moeda estrangeira, descrevendo o que são depreciação e apreciação de uma dada moeda e, ao mesmo tempo, apresentando geometricamente o comportamento da demanda e da oferta por moeda estrangeira, destacando as diferentes situações dos regimes cambiais. O mercado de divisas: uma análise introdutória Vídeo Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online Estudaremos o mercado de moeda estrangeira, mais propriamente dito o mercado em que se compra e vende as moedas dos diferentes países, tomando-se como parâmetro a relação real (R$)/dólar norte americano (US$). Pixabay Nesse sentido, é no mercado de divisas (ou mercado de moeda estrangeira) que é formada a taxa de câmbio . Segundo Gonçalves (2016), a taxa de câmbio (nominal) 1 é o preço de uma moeda expressa em outra. A refere-se ao número de unidades da moeda nacional (R$) por unidade de moeda estrangeira (US$). Por exemplo, se a taxa de câmbio do real frente ao dólar é de R$ 2,00, signi�ca que entregam-se R$ 2,00 para cada US$ 1,00 transacionado taxa de câmbio Taxa de cambio: Ainda de acordo com Gonçalves (2016), a introdução dos preços das mercadorias na taxa de câmbio acaba permitindo introduzir também o conceito de taxa de câmbio real (εR) . Mas, o que é esta taxa? A mesma é a relação à qual os produtos de um dado país podem ser trocados pelos de outro (país). Na verdade, a εR mede o preço de uma cesta de mercadorias disponíveis no mercado interno ( pint ) em relação aos preços da mesma cesta se comprada no exterior ( pext ). Sua fórmula é dada por εR = [(εN x pext)/pint] , em que εN é a taxa de câmbio nominal. Destaca- se que, por essa fórmula, se a taxa de câmbio real sobe, signi�ca que a cesta de mercadorias é mais barata no país do que no exterior; contudo, essa cesta é mais cara se a taxa de câmbio real. Atenção É interessante notar que no mercado de divisas as famílias brasileiras podem adquirir moeda estrangeira para fazer turismo no exterior, e as empresas brasileiras adquirem divisas para pagar as importações de bens realizadas por elas. Por outro lado, os turistas estrangeiros que passam férias no Brasil, ou mesmo as multinacionais que estão em território brasileiro e que exportaram produtos para o resto do mundo, acabam obtendo reais (R$) que necessitam. Em suma, esses tipos de transações, por exemplo,determinam o preço ou a taxa de câmbio do real (R$) em relação à moeda estrangeira. (KRUGMAN; OBSTFELD, 2016). Depreciação (ou desvalorização) e Apreciação (ou valorização) da moeda nacional https://stecine.azureedge.net/webaula/estacio/go0315/tema1.html Observe o quadro a seguir. Vídeo Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online ANO JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ 2014 2,3470 2,3924 2,3638 2,2257 2,2166 2,2347 2,2195 2,2690 2,3401 2,4316 2,6136 2,6717 2015 2,6122 2,8392 3,2264 3,0681 2,9884 3,1036 3,1532 3,4761 3,8599 3,8344 3,8023 3,8703 2016 3,8711 3,9885 3,7116 3,5276 3,5041 3,4768 3,2656 3,1672 3,3326 3,1864 3,4446 3,3830 2017 3,2034 3,0779 3,1629 3,1269 3,1011 3,2836 3,1899 3,1976 3,1255 3,1572 3,2802 3,3176 2018 3,1963 3,2208 3,2859 3,4105 3,6753 3,7738 3,8745 3,9134 4,1879 3,7332 3,7924 3,9090 Fonte: Banco Central do Brasil O quadro apresenta uma série de valores da taxa de câmbio R$/US$ na economia brasileira. Há momentos em que a tendência é de aumento da taxa de câmbio, como ocorreu entre janeiro/2014 e dezembro/2014 e entre janeiro/2015 e dezembro/2015. Entretanto, há outros momentos em que a tendência é de queda da taxa de câmbio, como ocorreu entre janeiro/2016 e dezembro/2016. Nesse sentido, quando o preço em reais de uma unidade de moeda estrangeira sobe — por exemplo, quando a taxa de câmbio passou de R$ 3,7924 (novembro/2018) para R$ 3,9090 (dezembro/2018) —, dizemos que o real (R$) se desvalorizou ou houve uma depreciação do seu poder de troca em relação ao valor da moeda estrangeira (US$). Se compararmos os meses de janeiro e fevereiro de 2017, e de setembro e outubro de 2018, notamos que ocorreu, na verdade, uma queda da taxa de câmbio, ou seja, de R$ 3,2034 para R$ 3,0779 e de R$ 4,1879 para R$ 3,7332, respectivamente. No momento em que o preço em reais de uma unidade de moeda estrangeira cai, observa-se que o real (R$) se valorizou ou ocorreu uma apreciação do seu poder de troca em relação ao valor da moeda estrangeira (US$). Regimes ou O Brasil é um país que não emite moeda de ampla aceitação internacional. Nesse sentido, a taxa de câmbio é uma variável fundamental para a nossa economia, pois temos uma restrição externa, isto é, para adquirir bens (e serviços) no resto do mundo necessitamos de moedas fortes, entre elas, o dólar norte-americano (US$). Sendo assim, o nosso país não pode gastar mais moeda estrangeira do que recebe com suas exportações e deve manter uma balança comercial superavitária por períodos prolongados. Sistemas de Taxas de Câmbio https://stecine.azureedge.net/webaula/estacio/go0315/tema1.html Sistemas de taxas de câmbio: Ocorre certa confusão terminológica sobre os termos sistema e regime que, com frequência, confundem-se ao mesmo tempo que se interligam. Contudo, para simpli�carmos as explicações, tais conceitos são de�nidos a partir de um mesmo repertório de discussão. Shutterstock Em função das colocações acima, cabe uma pergunta: dado o mercado de divisas (ou de moeda estrangeira), como podem ser determinadas as taxas de câmbio? Vamos discutir os chamados regimes ou sistemas cambiais e, ao mesmo tempo, as suas vantagens e desvantagens. Tais regimes que aqui serão debatidos estão classi�cados em taxas de câmbio �xas, taxas de câmbio �utuantes e taxas de câmbio administradas. Taxa de câmbio flexível (ou flutuante) Nesse regime, em função da não intervenção do Banco Central, são as livres forças do mercado, ou seja, a interação entre oferta e demanda de divisas, que determinam a taxa de câmbio. Segundo Carvalho e Silva (2015), a oferta de moeda estrangeira (US$) é realizada por pessoas físicas e jurídicas que desejam trocar dólares (US$) por reais (R$), tais como os exportadores brasileiros, os investidores diretos estrangeiros, os turistas estrangeiros que chegam ao país e os empréstimos externos recebidos pelo país. Resumindo, a oferta de moeda estrangeira fundamenta-se nas exportações, nos recebimentos por serviços e rendas e pela entrada de capitais. Já a demanda por moeda estrangeira (US$), ainda conforme esses autores, é realizada, por exemplo, pelos importadores nacionais, por turistas nacionais que vão ao exterior e investidores diretos das empresas brasileiras no exterior. Sintetizando, a demanda por moeda estrangeira está baseada nas importações de bens, nos pagamentos de serviços e rendas e por saídas de capitais. Pixabay Pixabay Link). Texto essencial: Análise gráfica do mercado, d eterminação da taxa de câmbio de equilíbrio e mudanças nas posições das curvas de demanda e de oferta de divisas e o ajuste da taxa de câmbio Análise grá�ca do mercado Veja o grá�co a seguir. javascript:void(0); Fonte: Elaborado pelo próprio autor. (Fonte: Link) Elaborado pelo próprio autor. (Fonte: Link) Nesse grá�co, ao longo do eixo das ordenadas demonstra-se a taxa de câmbio, ou seja, o preço em reais (R$) em relação a uma unidade de dólar norte-americano (US$). Nesse eixo, uma elevação da taxa de câmbio refere-se à desvalorização do real; e uma redução dessa taxa, a uma valorização do real frente ao dólar. Ao longo do eixo das abscissas, mede-se a quantidade de divisas (QUS$). A curva de oferta de divisas (OUS$) foi formada supondo constantes (pela condição coeteris paribus) as variáveis renda do exterior, preços nacionais e preços no exterior, subsídios e incentivos às exportações e o diferencial entre as taxas de juros interna e externa. Em função dessa suposição, uma elevação da taxa de câmbio (R$/US$) in�uencia, por exemplo, os preços dos produtos brasileiros em dólares (US$) a �car relativamente mais baratos no exterior. A quantidade demandada desses produtos brasileiros, assim como os gastos em exportações brasileiras, irá aumentar. Por esse exemplo, podemos entender porque a curva de oferta de divisas possui uma inclinação positiva. (KRUGMAN; OBSTFELD, 2016). A curva de demanda de divisas (DUS$) foi construída considerando constantes (também pela condição coeteris paribus) as variáveis renda nacional, preços nacionais e preços no exterior, tarifas e barreiras às importações, bem como a diferença entre as taxas de juros nacional e do exterior. Em função disso, por exemplo, uma depreciação do valor da moeda nacional (R$) (ou uma elevação da taxa de câmbio) acaba gerando uma redução do gasto com importações, em saídas ao exterior de turistas brasileiros, e uma queda dos investimentos brasileiros no exterior. A partir desse exemplo, percebe-se que a curva de demanda de divisas tem uma inclinação negativa. (KRUGMAN; OBSTFELD, 2016). Determinação da taxa de câmbio de equilíbrio Para determinar a taxa de câmbio de equilíbrio, estamos considerando constantes (condição coeteris paribus) todas as demais variáveis que afetam tanto a demanda quanto a oferta de divisas, exceto a taxa de câmbio. Nesse contexto, em um sistema de taxas de câmbio �utuantes ou �exíveis, a taxa de câmbio é determinada mediante o livre jogo da oferta (OUS$) e da demanda (DUS$) de divisas em relação ao real (R$) no mercado de câmbio. Em função das considerações acima, observe o grá�co a seguir. Veja o grá�co a seguir. javascript:void(0); javascript:void(0); Elaborado pelo próprio autor. Fonte: Elaborado pelo próprio autor. Percebe-se que a taxa de câmbio de equilíbrio vale R$3,50/US$1,00. Entretanto, havendo uma taxa de câmbio de R$ 4,45/US$1,00, a oferta de dólares acaba sendo superior à demanda por dólares, ou seja, há um superávit de divisas. Tal condição acaba ocasionando um aumento das exportações e das demais transações anteriormente citadas que dependem da depreciação da moeda nacional. Por conseguinte, o aumento de tais transações fará com que a taxa de câmbio (R$/US$) diminua ao longo do tempo, isto é, irá ocorrer uma valorização da taxa de câmbio até o ponto em que a oferta e a demanda se equilibram (ε). (KRUGMAN; OBSTFELD, 2016). Se a taxa de câmbio é inferior à de equilíbrio, no valor, por exemplo,a R$2,89/US$1,00, a oferta de dólares acaba sendo inferior à demanda por dólares, isto é, há um dé�cit de divisas. Essa situação fará com que sejam elevadas as importações e as demais transações anteriormente citadas que dependem da apreciação da moeda. Nesse caso, o aumento dessas transações provocará, consequentemente, uma elevação da taxa de câmbio e o equilíbrio (E) será restabelecido ao longo do tempo. Mudanças nas posições das curvas de demanda e de oferta de divisas e o ajuste da taxa de câmbio Conforme foi dito anteriormente, há uma série de fatores que, de fato, incidem sobre o mercado de divisas. A alteração de algum desses elementos fará com que haja um deslocamento na curva de oferta ou na curva de demanda por divisas. Desse modo, se, por exemplo, há um aumento do PIB brasileiro, que acabará elevando a renda interna da economia brasileira, consequentemente, a demanda por importações e por divisas aumenta; isso determina que a curva D0(US$) se desloque até a posição D1(US$), conforme o grá�co a seguir. Esta marca d'água se aplica a fundos escuros Fonte: Elaborado pelo próprio autor. Observamos que na taxa de câmbio inicial (E0) aparecerá um excesso de demanda de divisas. Porém, esse dé�cit elevará a taxa de câmbio, depreciando o valor do real (R$), de forma que o novo equilíbrio será alcançado na posição E1. Exemplo Outro exemplo: Quando as exportações de cereais brasileiras aumentam (devido a um aumento dos preços dos cereais nos EUA e na Europa), ou quando aumentam os investimentos estrangeiros em carteiras no Brasil, por uma elevação da taxa de juros brasileira, a oferta de dólares aumenta. Isso ocasiona um deslocamento da curva de oferta de dólares para a direita, reduzindo a taxa de câmbio, já que é necessário entregar menos reais por cada unidade de dólar transacionada. Contextualizações do sistema/regime de câmbio flutuante ou flexível VANTAGEM Teoricamente, o regime de câmbio �utuante corrige automaticamente qualquer pressão de geração de dé�cit ou superávit no balanço de pagamentos (BP). Como isso pode acontecer? Vamos a um exemplo simples. Suponhamos que, inicialmente, o BP da economia brasileira esteja em equilíbrio. Se acontece um aumento na demanda por importações, a tendência é de que se incorra um dé�cit na balança comercial e, por conseguinte, no BP. Esse aumento por importações acabará elevando a demanda por dólares (US$) no mercado de divisas em um primeiro momento. Por conseguinte, em um segundo momento, o real (R$) �cará depreciado em relação ao dólar (US$), o que fará com que, em um terceiro momento, as importações �quem mais caras e as exportações mais baratas. Continue lendo... https://stecine.azureedge.net/webaula/estacio/go0315/tema1.html LIMITES Na prática, o mecanismo descrito no item anterior pode até não funcionar por diversas razões; destacaremos algumas mais signi�cativas. A primeira delas: Vamos supor que a balança comercial apresenta um dé�cit e o real (R$) se desvaloriza. Apesar dessa desvalorização, as exportações podem não aumentar o su�ciente e as importações não reduzir de maneira considerável. Gera-se, a partir daí, uma complicação. Melhor colocando, com a desvalorização do real, há uma variação crescente dos preços das importações, o que, além de incidir sobre o custo de vida do brasileiro (por meio da elevação da in�ação), pode incorrer sobre os custos de produção de muitas empresas, in�uenciando negativamente os próprios preços das exportações. (KRUGMAN; OBSTFELD, 2016). Continue lendo... Taxa de câmbio fixa Pixabay Pixabay Sob um arranjo de taxa de câmbio �xa, ela tende a ser estritamente imutável ao longo do tempo. O governo, por meio do Banco Central, compromete-se a comprar e vender moeda estrangeira (US$) a um dado valor por ele preestabelecido, o qual deve permanecer constante por longos períodos. Contudo, destaca-se que um arranjo de taxa de câmbio �xa di�culta a função clássica do Banco Central, que é a de administrar juros e manusear a base monetária, conforme veremos a seguir. https://stecine.azureedge.net/webaula/estacio/go0315/tema1.html Atenção É comum confundir taxa de câmbio �xa com taxa de câmbio atrelada. Na taxa de câmbio atrelada, utilizada a partir da segunda metade dos anos 1990 no Brasil, a taxa de câmbio sofre mudanças diárias, só que dentro de bandas estritamente determinadas pelo Banco Central. Texto essencial: Limitações Um sistema de câmbio �xo acaba in�uenciando as decisões sobre a política monetária, pois restringe a capacidade do governo de gerir a taxa de juros com o objetivo de estimular a atividade econômica. Por exemplo, vamos supor que o valor do dólar seja �xado em R$ 3,20. Nesse sentido, o Banco Central assume o compromisso de comprar qualquer quantidade de dólar por esse preço. Se ocorrer uma crise �nanceira internacional, as condições do mercado de divisas tendem a se deteriorar, pois, nesse ambiente, os investidores estrangeiros procuram retirar seus recursos do país; para isso, acabam comprando dólares (US$) no mercado, o que leva a uma depreciação da moeda nacional (R$). O Banco Central, então, será forçado a vender dólares neste valor, isto é, R$3,20; entretanto, sua capacidade em vender essa moeda estará limitada à quantidade de divisas acumuladas, ou seja, das reservas internacionais. Se houver uma queda signi�cativa das reservas internacionais, o país será obrigado a elevar a taxa de juros visando manter o equilíbrio do mercado de câmbio. Tal aumento acaba re�etindo na política �scal, pois provocará uma elevação do dé�cit nominal das contas públicas. Para mostrar aos investidores sua capacidade de honrar o pagamento dos juros da dívida pública, o governo, então, será obrigado a praticar uma política �scal contracionista, por meio de cortes signi�cativos nos gastos públicos. VANTAGEM: Para países com histórico de taxas elevadas de in�ação, como ocorreu no Brasil ao longo dos anos 1980 e até a primeira metade dos anos 1990, o regime de taxa de câmbio �xa acaba contribuindo para combater essa in�ação. Vamos supor que o governo �xe a taxa de câmbio em R$3,20/US$1,0010 (estamos, neste exemplo, desconsiderando impostos e taxas e supondo uma dada abertura comercial). Se, por exemplo, um produto X custa US$1,00 nos EUA, ele poderá ser importado por R$3,20. Como a in�ação neste país é baixa, daqui a um ano este produto poderá estar custando o mesmo valor em dólar. Como a taxa permanece em R$3,20/US$1,00, o produto X continuará sendo importado por R$ 3,20, obrigando, portanto, os produtores nacionais a realizarem suas vendas tomando como base este preço, gerando, consequentemente, maior concorrência no mercado interno e, em seguida, uma queda da in�ação. Taxa de câmbio administrada Leia o artigo do Jornal O Globo a seguir: Vídeo Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online Como funciona o câmbio no Brasil? O Banco Central anunciou intervenção no câmbio nesta quinta-feira (23) depois de vários dias sem agir nesse mercado – a interferência mais recente havia sido no último dia de negócios de maio. Antes disso, BC vinha atuando diariamente por meio da oferta de swaps cambiais, operação que equivale à venda futura de dólares e teria a função de evitar a volatilidade – política adotada a partir de 2013. Existem outras formas de interferência do BC no dólar, como venda direta e leilão de linha (...), mas nas últimas semanas o banco vinha deixando o valor do dólar �utuar livremente sobre o real – isso é, de acordo com a oferta e demanda da moeda pelo mercado. Fonte: Jornal O Globo Dado o artigo anterior, destaca-se que as autoridades monetárias, ou melhor dizendo, os Bancos Centrais de nenhum país deixam de atuar para evitar �utuações consideradas excessivas na taxa de câmbio. Dessa forma, por exemplo, embora o regime cambial no Brasil seja, em tese, o de taxa de câmbio �utuante, na prática, o regime cambial é de taxa administrada, também chamada de �utuaçãosuja. Dessa forma, quando se considera necessário, o Banco Central adota medidas que visam in�uenciar o comportamento do mercado de divisas, que é onde são realizadas as operações de venda e compra de moeda estrangeira. Existem diferentes formas de intervenção do Banco Central no câmbio, entre as principais estão: swaps cambiais, venda direta e leilões de linha. Verificando o aprendizado Atividade 1. Leia as considerações a seguir. I: É um documento em que se registram as transações econômicas entre determinado país e o resto do mundo. II: Refere-se ao registro sistemático das transações econômicas entre residentes e não-residentes de um país durante determinado período de tempo. III: Determina e prevê o comportamento dos agregados externos em função das condições macroeconômicas existentes. a) I, II e III são verdadeiraS. b) I, II e III são falsas. c) Somente I e II são verdadeiras. d) Somente I e II são falsas. Atividade 2. Suponha um aumento da taxa de câmbio. Neste sentido, poderá (assinale a a�rmativa errada): a) Elevar as exportações. b) Melhorar o resultado do saldo da balança comercial. c) Tornar mais barato os preços de empresas estatais que possam ser privatizadas. d) Elevar a concorrência interna devido às importações. Texto1 TEXTO Referências TEXTO Próxima aula TEXTO Explore mais TEXTO
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