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Macroeconomia II 2020 - Macro Aberta - Taxa de Câmbio, Regimes Cambiais e Balanço de Pagamentos

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MACRO ABERTA:
Taxa de Câmbio, Regimes Cambiais e Balanço de Pagamentos
Froyen – Caps. 14
Manual de Macro – Cap. 6
Paulani e Braga – Cap. 6
MACROECONOMIA II
Prof. Andrés Vivas Frontana
e-mail: andresvf@fecap.br
1
SADNFDSFASD
Demanda agregada
COMPONENTES DA DEMANDA NO PIB
C = CONSUMO
I = INVESTIMENTO
G = GASTOS DO GOVERNO
 T = TRIBUTOS (financiam G)
X = EXPORTAÇÃO
M = IMPORTAÇÃO
Demanda do setor privado
Demanda do setor público
Demanda do resto do mundo
DEMANDA AGREGADA – SETOR EXTERNO
Modelos macroeconômicos:
Economia com setor privado (economia fechada e sem governo)
DA = C + I
Economia com setor privado e governo (fechada ao comércio exterior): 
DA = C + I + G
Economia com setor privado, governo e aberta ao comércio exterior: 
DA = C + I + G + (X – M)
TAXA DE CÂMBIO
As transações do País com o exterior são feitas em moeda estrangeira, sobretudo o dólar, que é hoje a moeda de referência para as transações internacionais.
Entretanto, a moeda usada pelos residentes é a moeda doméstica, o real, no caso brasileiro.
Dessa forma, toda entrada de divisas no país, ou quase toda, tem de ser convertida em moeda doméstica, assim como toda saída implica conversão da moeda doméstica para o dólar.
Surge então a necessidade de algum parâmetro que permita operar essas conversões: esse parâmetro é dado pela Taxa de Câmbio.
TAXA DE CÂMBIO
	Taxa de câmbio: é o preço, em moeda nacional, de uma unidade de moeda estrangeira.
Ex.: R$ 5,00 / US$ 1,00 (ou apenas R$ 5,00).
Essa taxa de câmbio indica que são necessários R$ 5,00 para comprar US$ 1,00.
É uma definição que vale para moedas com taxa de câmbio Tipo A, como a brasileira.
Moeda Tipo B (dólar, libra e euro): taxa de câmbio é igual ao preço, em moeda estrangeira, de uma unidade de moeda nacional.
No mercado de câmbio, a taxa de câmbio é formada a partir da interação entre oferta e demanda de divisas.
Oferta de divisas: exportações, turismo estrangeiro (turismo internacional receptivo), entrada de capitais (diversas naturezas).
Demanda por divisas: importações, turismo no exterior (turismo internacional emissivo), saída de capitais (diversas naturezas).
TAXA DE CÂMBIO
Od = X + Ek
	Od: oferta de divisas
	X: exportações de	mercadorias e serviços
	Ek: entradas de capitais (rendas, empréstimos, financiamentos e investimentos)
Dd = M + Sk
	Dd: demanda de divisas
	M: importações de 	mercadorias e serviços
	Sk: saídas de capitais
Quantidade 
de divisas
e
(taxa de câmbio de equilíbrio)
Taxa de câmbio
Od = Dd
EQUILÍBRIO DO MERCADO DE CÂMBIO
7
TAXA DE CÂMBIO
Uma elevação da taxa de câmbio (por exemplo, de R$ 5,00 para R$ 5,50 por dólar) representa uma desvalorização ou depreciação nominal da taxa de câmbio (indica redução do poder de compra da moeda nacional perante a outra moeda).
Uma queda da taxa de câmbio (por exemplo, de R$ 5,00 para R$ 4,50 por dólar) representa uma valorização ou apreciação nominal da taxa de câmbio (indica aumento do poder de compra da moeda nacional perante a outra moeda).
TAXA DE CÂMBIO
Dois conceitos fundamentais:
 Valorização ou apreciação cambial
Aumento do poder de compra da moeda nacional perante outras moedas
Queda na taxa de câmbio (menos R$ por US$), no caso de moeda tipo A 
 Desvalorização ou depreciação cambial
Redução do poder de compra da moeda nacional
Aumento da taxa de câmbio (mais R$ por US$)
TAXA DE CÂMBIO
Exemplo: considere-se um produtor que exporte, à vista, mercadorias no valor de US$ 1.000. Após receber os US$ 1.000, o exportador troca seus dólares por reais à taxa de câmbio vigente.
	Se a taxa de câmbio estiver em R$ 5,00, o exportador irá receber R$ 5.000.
	Considere-se agora uma elevação da taxa de câmbio para R$ 5,50 (desvalorização cambial). 
	Pergunta: de quanto é a desvalorização cambial?
TAXA DE CÂMBIO
Resposta: a desvalorização cambial foi de 9,1%.
	Se R$ 5,50 = US$ 1,00, então
	R$ 5,00 = x, ou seja, 
	x = (5,00 x 1,00) / 5,50 = US 0,909
	Como, antes da mudança, cinco reais valiam um dólar, a desvalorização foi de
 (US$ 1 - US$ 0,909)/US$ 1,00 = 9,1%.
	(assim, houve uma valorização nominal do dólar frente ao real de 10% e uma desvalorização nominal do real de 9,1%).
TAXA DE CÂMBIO
Voltando ao exemplo, se o exportador vender novamente US$ 1.000 em mercadorias, a essa nova taxa de câmbio ele irá receber R$ 5.500, ou seja, tudo o mais constante, ele aumentou a sua receita e o seu poder de compra no mercado interno.
Conclusão: uma desvalorização estimula as exportações, já que as mercadorias exportadas ficam mais caras em moeda nacional e elevam a renda de quem as vende.
Obviamente, o raciocínio vale para as importações, que são prejudicadas por uma desvalorização.
TAXA DE CÂMBIO
Como a taxa de câmbio faz a intermediação da totalidade das transações econômicas entre residentes e não-residentes, suas alterações afetam (como veremos mais adiante) todas as contas do Balanço de Pagamentos do país: exportações, importações, compra e venda de ativos, entradas e saídas de capitais estrangeiros, rentabilidade de aplicações no exterior, volume de reservas etc.
Tais alterações também têm reflexos sobre o mercado interno. 
TAXA DE CÂMBIO
Competitividade – Exemplo numérico
Preço internacional: US$ 1.000
e = R$ 5,00 → R$ 5.000
e = R$ 5,50 → R$ 5.500
Custo de produção: R$ 4.500
+ Margem 10%: R$ 4.950
Portanto, e = 4,95 é suficiente.
Preço em dólar: US$ 900
e = R$ 5,50 → R$ 4.950
Conclusão: empresa pode vender mais barato.
TAXA DE CÂMBIO
Uma desvalorização aumenta a competiti-vidade dos produtos domésticos, estimulando as exportações, a produção e o emprego.
Contudo, pode levar a um aumento de preços internos (insumos importados mais caros), provocando inflação.
Este exemplo ilustra como é delicada a administração da política cambial, pois toda medida tem efeitos positivos e negativos.
TAXA DE CÂMBIO
As alterações na taxa de câmbio afetam particularmente os preços relativos de bens, serviços e fatores de produção entre o mercado interno e o externo, podendo induzir ao aumento ou à diminuição do saldo em transações correntes do país.
O impacto da variação da taxa de câmbio sobre o saldo em transações correntes depende da resposta dos agentes econômicos à variação de preços.
Ou seja, depende das elasticidades da oferta e da demanda por exportações e importações em relação aos preços.
CÂMBIO E COMÉRCIO EXTERIOR
Além da política cambial, o comércio exterior depende de uma série de outros fatores:
	i) Política Tarifária (ou Política Comercial): depende dos setores que se quer estimular ou proteger, dos bens importados que são considerados essenciais, dos países que são considerados parceiros comerciais, dos tratados internacionais firmados etc.;
	ii) Inflação nos países com os quais se realizam trocas;
	iii) Ganhos de produtividade nos setores exportadores;
	iv) Condições de financiamento das exporta-ções (outro aspecto da Política Comercial).
CÂMBIO E INFLAÇÃO
A inflação, em particular, não pode ser desconsiderada quando se analisa os efeitos das variações cambiais no comércio exterior.
Como a inflação significa elevação dos preços, ela aumenta os custos de produção, tanto para exportadores quanto para importadores.
A taxa de câmbio nominal, utilizada até aqui, é simplesmente aquela expressa em unidades monetárias. Ela não revela o poder de compra da moeda nacional nas transações externas, que depende da inflação.
TAXA DE CÂMBIO
Inflação – Exemplo numérico
Preço internacional: US$ 1.000
e = R$ 5,00 → R$ 5.000
e = R$ 5,50 → R$ 5.500
Custo de produção: R$ 4.500
+ Margem 10%: R$ 4.950
Inflação doméstica = 10% (aumenta custo)
Custo de produção = R$ 4.950
+ Margem 10%: R$ 5.445
Inflação externa = 10%
Preço internacional = US$ 1.100 (aumenta receita)
TAXA DE CÂMBIO REAL
Portanto, a taxa nominal de câmbio não é a mais adequada para a análise das transações econômicas externas de um país. É preciso calcular a taxa de câmbio em seu conceito real.
	Taxa de Câmbio Real: expressa o poder de compra da moeda nacional envolvida em transaçõesexternas.
TAXA DE CÂMBIO REAL
A Taxa de Câmbio Real pode ser avaliada a partir da seguinte fórmula:
 P*
E = e . ——
 P
 	Em que:
	E = taxa de câmbio real,
	e = taxa de câmbio nominal,
	P* = índice de preços do país estrangeiro (inflação dos EUA, no caso do dólar),
	P = índice de preços no mercado nacional.
TAXA DE CÂMBIO REAL
O conceito de taxa real de câmbio, portanto, leva em consideração tanto a inflação interna quanto a externa.
A inflação interna tende a encarecer os produtos de exportação e a tornar mais baratos os produtos importados.
Já a inflação externa tende a encarecer os produtos importados e a estimular as exportações.
Supondo, por exemplo, que a inflação dos EUA tenha sido de 5% num determinado período (Var. P* = 5%), quem exportava um produto para lá e recebia US$ 100,00, passa agora a receber, em média, US$ 105,00.
TAXA DE CÂMBIO REAL
Assim, para calcular a taxa real de câmbio ao longo de um período é preciso:
	i) descontar da variação nominal do câmbio a elevação interna dos preços (Var. P);
	ii) e também descontar desse desconto a inflação sofrida pela moeda estrangeira (Var. P*, no caso do dólar, a inflação norte- americana).
TAXA DE CÂMBIO REAL
Exemplo: Suponha-se que, no Período 1, a taxa de câmbio nominal do país (e) tenha sido de $1,00 e que, no início do Período 2, tenha mudado para $1,10. Ou seja, há uma valorização nominal do dólar de 10% e desvalorização nominal da moeda doméstica de 9,1%. 
Suponha-se ainda que, do Per. 1 para o Per. 2, a inflação interna tenha sido de 20%, enquanto a externa (dos Estados Unidos) tenha sido de 5%. Considerando que P e P* são índices de preços, tem-se P* = 105 e P = 120 no Período 2. 
Vejamos num quadro o que acontece com a taxa real de câmbio:
TAXA DE CÂMBIO REAL
Houve uma valorização cambial real de 3,9%.
	Se $ 0,9625 = US$ 1,00, então
	$ 1,00 = x, ou seja, 
	x = (1,00 x 1,00) / 0,9625 = US 1,0389
	Portanto, apesar da desvalorização nominal de 9,1%, houve valorização real da moeda doméstica de 3,9%.
TAXA DE CÂMBIO REAL EFETIVA
A taxa de câmbio real em relação ao dólar permite avaliar melhor o comércio bilateral do país com os Estados Unidos.
Contudo, cada país mantém relações comerciais com vários países.
Para obter uma mensuração mais precisa das variações reais do câmbio, utiliza-se um conceito mais abrangente: 
	Taxa de câmbio real efetiva: taxa de câmbio real cuja estimativa leva em conta o peso relativo de cada parceiro no comércio, bem como a respectiva taxa de câmbio.
TAXA DE CÂMBIO REAL
Contudo, não é apenas a taxa de inflação que afeta a taxa real de câmbio. Há uma série de outros fatores importantes a serem levados em conta, tais como:
	i) o grau de abertura da economia;
	ii) a preferência dos consumidores;
	iii) os ganhos de produtividade no setor exportador.
Além disso, a inflação é um cálculo médio que inclui uma série de bens e serviços, muitos dos quais não são comercializados no mercado internacional (non-tradables). Assim, uma inflação anual de 20% não significa que todos os bens e serviços tenham aumentado 20%.
REGIMES CAMBIAIS
Regime cambial é o conjunto de regras, acordos e instituições que um país adota para regular os pagamentos internacionais e a atuação no mercado de divisas e no preço aí definido, a taxa de câmbio.
O nível da taxa de câmbio nominal pode ser determinado:
	i) ou exclusivamente pelas forças de mercado (pelo confronto entre oferta e demanda de divisas);
	ii) ou a partir da interferência do governo no mercado cambial (fixando a taxa);
	iii) ou por uma conjugação de ambas as forças (mercado e governo).
REGIMES CAMBIAIS
Dadas essas possibilidades, podem ser definidos basicamente três regimes para o Mercado de Divisas:
	1) Regime de Câmbio Flutuante;
	2) Regime de Câmbio Fixo; e
	3) Regime Misto.
REGIMES CAMBIAIS
Câmbio fixo
MENOS INTERVENÇÃO
MAIS INTERVENÇÃO
Livre flutuação (free floating)
Flutuação suja (dirty floating)
Bandas cambiais, câmbio administrado e âncora cambial (crawling peg)
Intervenção do Governo no Mercado de Divisas:
REGIMES CAMBIAIS
	Regime de Câmbio Flutuante: a taxa de câmbio é determinada pelo mercado.
Nesse regime, a oferta é determinada pelos exportadores e pelos demais residentes que recebem renda e outros recursos de não-residentes.
Já a demanda é exercida pelos importadores e pelos residentes que transferem renda e demais recursos para o resto do mundo.
Quanto maior for a taxa real de câmbio, menor será a quantidade de moeda estrangeira procurada
Quanto menor for a taxa real de câmbio, maior será a procura por divisas.
REGIMES CAMBIAIS
Od = X + Ek
	Od: oferta de divisas
	X: exportações de	mercadorias e serviços
	Ek: entradas de capitais (rendas, empréstimos, financiamentos e investimentos)
Dd = M + Sk
	Dd: demanda de divisas
	M: importações de 	mercadorias e serviços
	Sk: saídas de capitais
Quantidade 
de divisas
e0
(taxa de câmbio de equilíbrio)
Taxa de câmbio
Od = Dd
No Regime de Câmbio Flutuante, a moeda estrangeira é uma mercadoria como outra qualquer. 
REGIMES CAMBIAIS
	Regime de Câmbio Fixo: a taxa de câmbio é determinada pelo Banco Central, por meio da compra e venda de divisas no mercado. 
Neste regime, o Banco Central fixa a taxa de câmbio e garante a conversão de moeda estrangeira em nacional. Todas as transações com o exterior devem obedecer à taxa de câmbio estabelecida.
Logo, é necessário que a autoridade monetária disponha de reservas suficientes em moeda estrangeira para ser o grande vendedor e comprador do mercado.
REGIMES CAMBIAIS
Adotar um regime de câmbio fixo significa ancorar o valor da moeda local no de outra moeda, ou no de uma cesta de moedas.
Se o governo julgar que não possui reservas suficientes, ou que não é conveniente perder um montante muito grande de reservas para defender a cotação da taxa de câmbio, só lhe restará a alternativa de deixar a moeda doméstica se desvalorizar, desestimulando sua demanda. 
REGIMES CAMBIAIS
Na prática, a maioria dos países não adota nenhum dos regimes mencionados (câmbio fixo e câmbio flutuante) de forma radical, recorrendo freqüentemente a regimes mistos.
No caso de um regime de taxas flutuantes, por exemplo, há uma relação bastante estreita entre o mercado cambial e a política monetária. 
Para não perder o controle sobre a oferta de moeda, é comum que o BC intervenha no mercado cambial para evitar que o preço da divisa se afaste muito de um valor que o governo julgue conveniente.
REGIMES CAMBIAIS
	Regime Misto: a taxa de câmbio pode variar dentro de determinados limites estabelecidos pela política econômica (de forma explícita ou implícita). 
Nesse regime, a taxa de câmbio pode variar dentro de um limite mínimo e outro máximo, determinados pelo Banco Central de forma explícita (bandas cambiais largas ou estreitas) ou implícita (flutuação suja).
Caso a taxa atinja qualquer um desses limites, o Banco Central intervém no mercado, comprando (caso o câmbio atinja o limite mínimo) ou vendendo divisas (caso o câmbio atinja o limite máximo). 
O BALANÇO DE PAGAMENTOS
A compreensão do funcionamento da estrutura econômica de um país passa necessariamente pela análise de suas relações econômicas internacionais.
Os países não são estruturas isoladas. Mesmo aqueles mais "fechados", mais autárquicos, acabam por manter uma série de relações econômicas com outros países, envolvendo a troca:
	a) de Mercadorias
	b) de Serviços
	c) de Fatores de Produção
	d) e de Ativos Reais e Financeiros.
O BALANÇO DE PAGAMENTOS
Tais relações acabam tendo importantes implicações no cômputo de determinados agregados macroeconômicos.
Em uma Economia Aberta, 
 Oferta Agregada = Produção Doméstica + Bens e Serviços Importados
 Poupança Total = Poupança Interna + Poupança Externa
Ou seja, a existência de transações econômicas internacionais produz inúmeras implicações para as Contas Nacionais de um país.
O BALANÇO DE PAGAMENTOS
 O Balanço de Pagamentos (BP) registra todas as transações econômicas que um país realiza com o restodo mundo, num determinado período de tempo, servindo de referência para comparações internacionais.
O BALANÇO DE PAGAMENTOS
O BP é um documento útil:
nas análises econômicas (permite avaliar a situação econômica do país em relação à economia mundial);
e no planejamento do governo e das empresas privadas.
O BALANÇO DE PAGAMENTOS
A partir do BP é possível avaliar, quantitativamente (ou mesmo qualitativamente), as diversas transações que o país mantém com outros países. Por exemplo:
	a) a compra ou venda de mercadorias e serviços,
	b) a remessa de lucros para o exterior pelas empresas estrangeiras instaladas no país,
	c) a atividade do turismo (emissor e receptor),
	d) os empréstimos internacionais etc.
O BP ocupa um papel cada vez mais importante no estudo da Macroeconomia, tendo em vista a intensificação do fluxo real e financeiro entre os países, particularmente a partir dos anos 1980. 
ESTRUTURA DO BP
O Balanço de Pagamentos registra a totalidade das transações entre o país e o resto do mundo, isto é,
 O Balanço de Pagamentos registra todas as transações econômicas entre Residentes e Não-Residentes de um país durante determinado período de tempo. 
	Definem-se como Residentes de um país todas as pessoas, físicas ou jurídicas, que tenham esse país como seu principal centro de interesse.
ESTRUTURA DO BP
Ou seja, a distinção entre residentes e não-residentes não se refere à nacionalidade ou a critério legal, e sim ao centro de interesse econômico.
Considera-se que uma pessoa, física ou jurídica, tem interesse econômico em determinado país quando está engajada em atividade econômica por pelo menos um ano nesse país (critério arbitrário).
ESTRUTURA DO BP
São Residentes:
	a) pessoas que moram em caráter permanente no país (residência fixa), mesmo estrangeiros;
	b) pessoas que moram no país, mas que estão temporariamente em outros países (turismo, viagem de negócios, estudo ou qualquer outro);
	c) todas as Empresas instaladas no país, inclusive as filiais de empresas estrangeiras;
	d) o próprio Governo; e
	e) Embaixadas e Consulados em outros países.
ESTRUTURA DO BP
Os Não-Residentes, por exclusão, são aqueles que não se incluem nesses grupos.
Um brasileiro que viva por um ano ou mais no exterior é considerado não-residente, mesmo que seja empregado de empresa brasileira (exceto no caso do corpo diplomático brasileiro).
ESTRUTURA DO BP
	Transação é definida como o fluxo econômico que reflete a criação, transformação, troca, transferência ou extinção de valor econômico e envolve troca de propriedade entre os agentes envolvidos.
As transações econômicas que constam do BP envolvem bens, serviços, rendas, doações, direitos e obrigações.
Regra geral, elas são registradas pelo valor de mercado, acordado entre as partes, à taxa de câmbio vigente na data da transação
ESTRUTURA DO BP
A estrutura básica do BP, apresentada a seguir, obedece à metodologia contida na 5ª edição do Manual de Balanço de Pagamentos do Fundo Monetário Internacional (FMI, 1993), a qual, em 2001, passou a ser empregada pelo Banco Central do Brasil para a elaboração do BP brasileiro.
ESTRUTURA DO BP
TC – TRANSAÇÕES CORRENTES (BC + BS + BR + TU)
 BC – Balança Comercial
 BS – Balança de Serviços
 BR – Balança de Rendas
 TU – Transferências Unilaterais Correntes
CK – CONTA CAPITAL E FINANCEIRA (CC + CF)
 CC – Conta Capital
 CF – Conta Financeira 
		 Investimentos Estrangeiro Direto (IED)
		 Investimento em Carteira (IC)
		 Derivativos (DER)
		 Outros Empréstimos e Investimentos (Outros)
EO – ERROS E OMISSÕES
BP – SALDO TOTAL DO BP (TC + CK + EO)
VR – VARIAÇÃO DAS RESERVAS (– BP) 
ESTRUTURA COMPLETA DO BP
TC – TRANSAÇÕES CORRENTES (BC + BS + BR + TU)
 BC – Balança Comercial
 Exportações (FOB)
 Importações (FOB)
 BS – Balança de Serviços
 Transportes
 Viagens internacionais
 Serviços de seguros
 Serviços financeiros
 Serviços de computação e informação
 Royalties e licenças
 Aluguel de equipamentos
 Serviços governamentais
 Serviços de comunicação
 Serviços de construção
 Serviços relativos ao comércio
 Serviços empresariais, profissionais e técnicos
 Serviços pessoais, culturais e recreacionais
 BR – Balança de Rendas
 Salários e ordenados
 Renda de investimentos
 Renda de investimento direto
 Lucros e dividendos
 Juros de empréstimos intercompanhias
 Renda de investimentos em carteira
 Lucros e dividendos
 Juros de títulos da dívida (renda fixa)
 Renda de outros investimentos (juros)
ESTRUTURA COMPLETA DO BP
TC – TRANSAÇÕES CORRENTES (BC + BS + BR + TU)
 TU – Transferências Unilaterais Correntes
 Transferências correntes governamentais
 Transferências correntes privadas
 Manutenção de residentes
 Outras transferências
CK – CONTA CAPITAL E FINANCEIRA (CC + CF)
 CC – Conta Capital
 CF – Conta Financeira
 Investimento direto
 Participação no capital
 Empréstimos intercompanhias
 Investimento em carteira
 Ações
 Títulos de renda fixa
 Derivativos
 Outros investimentos
 Créditos comerciais
 Empréstimos
 Operações de regularização
 Outros empréstimos de longo prazo
 Empréstimos de curto prazo 
 Moeda e depósitos
 Outros ativos e passivos
EO – ERROS E OMISSÕES
BP – SALDO TOTAL DO BALANÇO DE PAGAMENTOS (TC + CK + EO)
ESTRUTURA COMPLETA DO BP
BP – SALDO TOTAL DO BALANÇO DE PAGAMENTOS (TC + CK + EO)
VR – VARIAÇÃO DAS RESERVAS (– BP) 
 Ouro monetário
 Direitos Especiais de Saque (DES)
 Posição das reservas no FMI
 Ativos em divisas
 Outros ativos
ESTRUTURA DO BP
TC – TRANSAÇÕES CORRENTES 
 BC – Balança Comercial
 BS – Balança de Serviços
 BR – Balança de Rendas
 TU – Transferências Unilaterais Correntes
CK – CONTA CAPITAL E FINANCEIRA 
 CC – Conta Capital
 CF – Conta Financeira 
		 Investimentos Estrangeiro Direto (IED)
		 Investimento em Carteira (IC)
		 Derivativos (DER)
		 Outros Empréstimos e Investimentos 
EO – ERROS E OMISSÕES
BP – SALDO TOTAL DO BP (TC + CK + EO)
VR – VARIAÇÃO DAS RESERVAS (– BP) 
0
0
0
0 
BALANÇO DE PAGAMENTOS
APÊNDICE 
ESTRUTURA DO BP – REGISTROS
Quando se trata de transações com o exterior, os registros são todos efetuados em Dólar (US$), que é o principal meio de pagamento internacional.
Os registros no Balanço de Pagamentos também obedecem às regras da contabilidade, isto, vale o Princípio (Método) das Partidas Dobradas, segundo a qual um débito em uma conta corresponde a um crédito em outra.
ESTRUTURA DO BP – CONTAS
Como se pode observar, as transações econômicas registradas no BP são subdivididas em vários grupos de contas. 
Os principais grupamentos, por seu interesse analítico, são as transações correntes (TC) e os movimentos de capitais (conta capital e financeira – CK).
ESTRUTURA DO BP – CONTAS
	Transações Correntes (TC) do BP são aquelas que produzem fluxos de bens reais, ou seja, movimentação de mercadorias, serviços e rendas entre residentes e não-residentes de um país.
São subdividas em:
BalançaComercial (BC),
Balança de Serviços (BS),
Balança de Rendas (BR) e
Transferências Unilaterais Correntes (TU).
TC = BC + BS + BR + TU
ESTRUTURA DO BP – CONTAS
 Balança Comercial (BC): registra a movimentação de mercadorias (compra e venda de bens tangíveis).
Saldo BC = Exportações - Importações
As Exportações geram lançamentos a Crédito, enquanto as Importações geram lançamentos a Débito nessa balança.
Se as Exportações excedem as Importações, há um Superávit e, ocorrendo o contrário, há um Déficit na Balança Comercial.
ESTRUTURA DO BP – CONTAS
Existem duas maneiras de contabilizar as Exportações e as Importações:
 a) Pelo conceito FOB (free on board), que representa o valor de embarque da mercadoria.
 b) Pelo conceito CIF (cost, insurance and freight), que inclui, além do custo das mercadorias, os fretes e os seguros relacionados ao seu transporte.
Na Balança Comercial, tanto as Exportações quanto as Importações são registradas por seu valor FOB.
ESTRUTURA DO BP – CONTAS
ESTRUTURA DO BP – CONTAS
PAUTA EXPORTADORA BRASILEIRA
Fonte: MDIC, 2018
BRASIL AO LONGO DO SÉCULO XX
ESTRUTURA DO BP – CONTAS
Os registros de bens intangíveis (serviços) podem ser classificados em duas categorias:  
Serviços de Fatores: correspondem ao pagamento ou recebimento em função da utilização de fatores de produção.
Serviços de Não-Fatores: Não envolvem qualquer transação relacionada com fatores de produção.
A Balança de Serviços (BS) registra apenas os Serviços de Não-Fatores.
A Balança de Rendas (BR) registra apenas os Serviços de Fatores.
ESTRUTURA DO BP – CONTAS
 Balança de Serviços (BS): registra as transações com intangíveis (receitas e despesas com serviços), exceto as remunerações relativas a fatores de produção (rendas).
Tais transações incluem serviços prestados e recebidos com:
Transportes (fretes, passageiros e serviços auxiliares, como armazenamento, carga, descarga etc.); 
Viagens internacionais (conta turismo); 
Serviços de seguros; 
Serviços financeiros (intermediação financeira); 
Serviços de computação e informação (banco de dados, hardware e software); 
ESTRUTURA DO BP – CONTAS
Royalties e licenças (uso de direitos de propriedade); 
Aluguel de equipamentos (leasing, fretamento sem tripulação); 
Serviços governamentais (embaixadas, consulados, unidades militares, missões etc.);
Serviços de comunicação (postais e telegráficos); 
Serviços de construção (projetos até um ano);
Serviços relativos ao comércio (outros serv.);
Serviços empresariais, profissionais e técnicos;
Serviços pessoais, culturais e de recreação.
ESTRUTURA DO BP – CONTAS
Quando o país recebe divisas relacionadas à prestação desses serviços, efetua-se um lançamento a Crédito.
Quando o país gasta divisas com qualquer desses serviços, efetua-se um lançamento a Débito na Balança de Serviços
Se o país recebe mais recursos relacionados com esses serviços do que envia, tem-se um Superávit na Balança de Serviços. Caso contrário, tem-se um Déficit. 
ESTRUTURA DO BP – CONTAS
 Balança de Rendas (BR): registra as transações envolvendo remunerações relativas a fatores de produção (rendas).
Trata-se de um desmembramento da antiga balança de serviços, introduzido pelo FMI em 1993. 
É composta por:
	a) salários e ordenados;
	b) renda de investimentos diretos, em carteira e outros investimentos (lucros, juros e dividendos).
ESTRUTURA DO BP – CONTAS
 Transferências Unilaterais Correntes (TU): são transações, tanto em moeda quanto em bens, que não envolvem obrigações em contrapartida.
Ausência de “contrapartida” significa que houve uma transferência de recursos entre os países sem que tenha havido em sua origem uma troca. 
Mas não significa que as Transferências Unilaterais não guardem contrapartida de lançamento contábil. Todo e qualquer lançamento no Balanço de Pagamentos tem de respeitar o Método das Partidas Dobradas.
ESTRUTURA DO BP – CONTAS
As transferências unilaterais são transações que afetam o nível de renda disponível e podem influenciar o consumo de bens e serviços.
É o caso de donativos em dinheiro ou em mercadorias (alimentos, roupas, medicamentos etc.).
Na contabilidade brasileira, as transferências unilaterais são subdivididas em governamentais e privadas.
Dentre as transferências privadas, o subitem “manutenção de residentes” tem grande destaque, dada a forte presença de trabalhadores brasileiros no exterior.
ESTRUTURA DO BP – CONTAS
 Resumo:
 A Balança Comercial registra as exportações e as importações de bens tangíveis; a Balança de Serviços a movimentação dos intangíveis não-fatores; a Balança de Rendas a movimentação dos intangíveis relativos a fatores de produção; e as Transferências Unilaterais, os envios ou recebimentos de recursos ou mercadorias sem contrapartida. Somando o saldo desses quatro grupos de contas, chega-se ao saldo do Balanço de Pagamentos em Transações Correntes.
ESTRUTURA DO BP – CONTAS
Se o país envia mais recursos do que recebe (tangíveis, intangíveis e transferências unilaterais), tem-se Déficit em Transações Correntes. Caso contrário, tem-se um Superávit.
A ocorrência de um Déficit em Transações Correntes significa que, num determinado período, o país "produziu", por meio da venda de bens e serviços e recebimentos de transferências, uma quantidade de divisas (dólares) insuficiente para pagar as despesas em divisas contraídas no mesmo período.
ESTRUTURA DO BP – CONTAS
O país pode financiar um eventual Déficit em Transações Correntes de duas maneiras:
 No Movimento de Capitais; ou
 Na Variação de Reservas.
ESTRUTURA DO BP – CONTAS
 Movimento de Capitais: são as transações envolvendo os fluxos de moeda e de títulos representativos de investimentos, empréstimos e financiamentos entre países.
No BP, os movimentos de capitais são registrados na Conta Capital e Financeira (CK).
ESTRUTURA DO BP – CONTAS
 Conta Capital e Financeira (CK): registra os direitos adquiridos e as obrigações assumidas nas transações entre residentes e não-residentes do país. É composta pela conta capital (CC) e pela conta financeira (CF).
CK = CC + CF
ESTRUTURA DO BP – CONTAS
 Conta Capital (CC): registra as transações relativas às transferências unilaterais de patrimônio de migrantes e a aquisição/ alienação de bens não-financeiros não produzidos, como cessão de marcas e patentes.
Essas transações normalmente envolvem poucos recursos e, até a revisão do FMI em 1993, eram registradas como transferências unilaterais, nas transações correntes do BP.
ESTRUTURA DO BP – CONTAS
 Conta Financeira (CF): registra as transações relativas à formação de ativos e passivos externos (antiga conta de capitais autônomos). 
Devido à importância assumida pelas transações financeiras na atualidade, essa conta foi estruturada para evidenciar as transações ativas e passivas por tipo de instrumento financeiros.
A conta é dividida em quatro componentes: investimento direto, investimento em carteira, derivativos e outros investimentos.
ESTRUTURA DO BP – CONTAS
 Investimento Direto (IED): registra as transações envolvendo participação no capital e empréstimos intercompanhias.
	a) Participação no capital: registra as entradas e saídas de recursos para aquisição/ subscrição/ aumento do capital social de empresas residentes e não-residentes, respectivamente.
	b) Empréstimos intercompanhias: registra os créditos concedidos pela matriz às suas filiais e destas para a matriz (exceto empréstimos entre bancos ligados).
ESTRUTURA DO BP – CONTAS
O Saldo da conta de Investimento Direto registra o resultado líquido das entradas e saídas de recursos.
Se o resultado da conta for positivo em um certo período, os Investimentos Diretos foram uma fonte de obtenção de divisas para o país.
Como o Investimento Direto envolve a transferência de propriedade de ativos reais e a revenda destes envolve custos, trata-se de capital cuja permanência no país tende a ser mais longa. 
ESTRUTURA DO BP – CONTAS
Essa expectativa fundamenta o emprego do conceito de necessidadede financiamento (NF), que é igual à diferença entre o saldo em transações correntes e os investimentos diretos (IED) de estrangeitps direcionados à produção:
NF = TC - IED 
Quanto maior a parcela do déficit coberta por investimentos diretos, menor a necessidade de financiamento.
ESTRUTURA DO BP – CONTAS
A parte do déficit em TC não compensada por IED gera dependência externa e incertezas para o país.
Quanto maior a participação de capitais de curto prazo na composição do financiamento do déficit, maior a exposição do país ao risco dos movimentos especulativos de capital, pois esses recursos podem retornar a qualquer momento para o exterior.
ESTRUTURA DO BP – CONTAS
ESTRUTURA DO BP – CONTAS
ESTRUTURA DO BP – CONTAS
 Investimento em Carteira: registra fluxos de ativos e passivos constituídos pela emissão de títulos de crédito negociados em mercados secundários de papéis.
Compreendem:
Títulos de renda variável (ações de companhias adquiridas em bolsas de valores); e
Títulos de renda fixa (bônus e notes emitidos por empresas e títulos da dívida soberana).
ESTRUTURA DO BP – CONTAS
Os investimentos em carteira adquiriram grande importância nas últimas três décadas, devido à maior liberalização nas regras relativas aos movimentos dos fluxos financeiros e aos avanços da tecnologia da comunicação.
ESTRUTURA DO BP – CONTAS
 Derivativos: registra os fluxos financeiros relativos à liquidação de haveres e obrigações decorrentes de operações de swap, opções e futuros, bem como os fluxos relativos aos prêmios de opções. 
ESTRUTURA DO BP – CONTAS
 Outros Investimentos: engloba créditos comerciais, empréstimos, moeda e depósitos e outros ativos e passivos. 
	a) Créditos Comerciais: conta que registra ativos e passivos relacionados com a concessão de crédito (financiamentos) por parte de fornecedores e compradores em transações de bens e serviços e pagamentos antecipados por produtos contratados ou em elaboração.
ESTRUTURA DO BP – CONTAS
	b) Empréstimos: registra as operações de empréstimos (e respectivas amortizações) realizadas por agentes públicos e privados. 
As Operações de Regularização concedidas pelo FMI ou outras instituições internacionais também são registradas nesta conta, bem como os Operações em Atraso, isto é, os valores não pagos de obrigações em moeda estrangeira.
Até 2001, o BP do Brasil computava os itens Empréstimos de Regularização e Atrasados separadamente, figurando, juntamente com a Variação de Reservas, dentro de uma rubrica denominada Transações Compensatórias.
ESTRUTURA DO BP – CONTAS
As Operações de Regularização não constituem direito dos países membros do FMI e, portanto, sua obtenção se dá sob condições. 
O país que quiser obter esse tipo de ajuda tem de se submeter a uma série de exigências em termos de condução de política econômica e obtenção de resultados, impostas pelos Organismos Internacionais credores.
O recurso às Operações em Atraso é utilizado quando o país não dispõe nem de reservas nem de ajuda dos Organismos Internacionais (representa uma decretação de moratória). 
ESTRUTURA DO BP – CONTAS
	c) Moeda e Depósitos: saldo da movimentação de depósitos mantidos no exterior (disponibilidades, cauções, depósitos judiciais etc.) e as disponibilidades de não-residentes depositadas no país.
	d) Outros Ativos e Passivos: registra a participação do país no capital de organismos internacionais, depósitos de cauções de longo prazo, depósitos de margens de garantias relativas a operações de derivativos etc.
ESTRUTURA DO BP – CONTAS
 Erros e Omissões (EO): lançamento que apresenta o valor calculado para tornar nula, no Balanço de Pagamentos, a somatória de Débitos e Créditos (valor de chegada).
A contabilização do BP pelo sistema de partidas dobradas, com base em diversas fontes de informação, não garante que o resultado agregado seja zero.
Se o BP totaliza saldo líquido diferente de zero, esta conta tem o papel de realizar o balanceamento do conjunto de contas, isto é, compensar a sobreestimação ou subestimação dos demais componentes.
ESTRUTURA DO BP – CONTAS
 Variação de Reservas (VR): é a contrapartida do resultado global do Balanço de Pagamentos (-BP).
	Reservas Internacionais: estoque de ativos, em poder das autoridades monetárias, disponível para pagamento de dívidas ou aquisição de direitos de não-residentes do país.
ESTRUTURA DO BP – CONTAS
As Reservas Internacionais são avaliadas pelo conceito de liquidez internacional e são compostas por: 
ouro monetário, 
direitos especiais de saque (DES), 
posição das reservas no FMI, 
ativos em divisas (moeda, depósitos, cheques, ordens de pagamentos etc.) e 
outros ativos.
ESTRUTURA DO BP – CONTAS
ESTRUTURA DO BP – CONTAS
Para a contabilização do BP, são excluídas as variações de reservas não atribuídas a transações econômicas entre residentes e não-residentes. Por exemplo: 
ajustes relativos a valorizações/ desvalorizações das moedas estrangeiras e do ouro em relação ao dólar; e
ganhos e perdas devido a flutuações nos preços dos títulos.
Se o país registra superávit no BP (BP > 0), tem aumento das reservas. O déficit (BP < 0) implica redução das reservas do país.
ESTRUTURA DO BP
O BP compreende dois grupos de contas, as contas operacionais e as contas de caixa.
	Contas operacionais: correspondem aos fatos geradores de pagamentos e recebimentos de recursos. 
Nas contas operacionais, sempre que uma transação resultar em entrada de divisas é lançada a crédito (+); quando representar saída de divisas, é lançada a débito (-).
ESTRUTURA DO BP
As contas operacionais são agrupadas no balanço de pagamentos em transações correntes (TC) e na conta capital e financeira (CK), cujo resultado conjunto é o saldo total do balanço de pagamentos (BP).
BP = TC + CK
	Contas de Caixa: correspondem à contrapartida das contas operacionais, ou seja, são os próprios pagamentos e recebimentos de recursos.
ESTRUTURA DO BP
Por serem contrapartida das contas operacionais, o lançamento nas contas de caixa é inverso, ou seja, o débito (-) significa aumento e o crédito (+) significa redução.
As contas de caixa do BP registram as variações das reservas internacionais (VR).
ESTRUTURA DO BP
Pela lógica da contabilidade (a todo crédito corresponde um débito), o saldo de todas a contas será necessariamente igual a zero. 
Logo, o Saldo do Balanço de Pagamentos deve ser idêntico ao Saldo da Variação de Reservas.
Como a Variação de Reservas é uma conta de caixa (ou seja, os acréscimos são lançados a débito e as diminuições a crédito), deduz-se que a soma de ambos os saldos deve ser nula.
 VR = - BP
BP + VR = 0
ESTRUTURA DO BP
Assim, quando há superávit no Balanço de Pagamentos total (BP > 0), as reservas têm acréscimo (VR < 0) no período analisado.
Quando há déficit (BP < 0), o país perde reservas (VR > 0).
Obs.: se o país não dispuser de reservas suficientes para cobrir o déficit, ou não quiser dispor delas, pode buscar empréstimos de regularização do FMI. Tais recursos podem financiar o excesso de gastos e são lançados no item “outros investimentos – empréstimos”, na Conta Financeira (CF).
ESTRUTURA DO BP
Como BP = - VR = TC + CK, o resultado do Balanço de Pagamentos em Transações Correntes (TC) é igual ao sinal inverso da soma do Resultado do Movimento de Capitais (CK) com o Saldo das Variações de Reservas (VR):
TC = - (CK + VR)
ESTRUTURA DO BP
Logo, em caso de Déficit na Conta Corrente do Balanço de Pagamentos (TC < 0), a soma de CK com VR explica como o país resolveu o seu problema.
Da mesma maneira, no caso de um Superávit em Conta Corrente (TC > 0), a soma de CK com VR explica qual destino o país deu aos recursos adicionais obtidos no período.
ESTRUTURA DO BP
Contudo, as imperfeições existentes no processo de registro das informações (várias fontes e momentos diferentes no tempo) fazem com que haja diferenças freqüentes entre os valores apurados para o BP e o saldo de VR, de modo que sua soma não se mostre nula, ou seja, 
TC + CK + VR  0.
Para compensaras informações sub ou sobreestimadas, o BP inclui a conta erros e omissões (EO).
BP = TC + CK + EO
ESTRUTURA DO BP
Pergunta: mas por que a conta Erros e Omissões (EO) é último lançamento antes da apuração do Saldo Total do Balanço de Pagamentos?
Como as Reservas são de controle muito mais preciso (exercido pelo Banco Central), parte-se então do pressuposto de que os erros e omissões (EO) devem estar nas contas que integram as Transações Correntes (TC) ou o Movimento de Capitais (CK).
ESTRUTURA DO BP
Daí a decisão de incluir os Erros e Omissões (EO) antes do Saldo Total do BP, garantindo-se assim a igualdade entre BP e VR.
Assim, TC + CK + EO + VR = 0
Essa expressão possibilita estimar EO por resíduo: EO = - (TC + CK + VR).
Obs.: a magnitude de EO não constitui evidência da exatidão do BP, uma vez que alguns erros e omissões referem-se a débitos e outros a créditos, que se compensam em parte quando são contabilizados.
ESTRUTURA DO BP - RESUMO
A conta capital e financeira (CK) registra os investimentos, empréstimos e financiamentos entre países.
Somando o seu saldo ao saldo do balanço de pagamentos em transações correntes (TC) e considerando eventuais erros e omissões (EO), chega-se ao saldo total do balanço de pagamentos (BP).
A conta variação de reservas (VR) demonstra esse resultado, ou seja, mostra o impacto das transações entre residentes e não-residentes sobre o nível de reservas do país.
AJUSTE DO BP
A persistência de déficits em transações correntes (TC < 0) constitui problema para a economia e só pode ocorrer enquanto houver recursos para financiá-los.
O déficit em TC implica que o país tem mais débitos a pagar do que créditos a receber durante determinado período de tempo.
Em condições normais, o déficit pode ser financiado mediante IED, investimentos em carteira, derivativos e outras fontes de recursos da conta capital e financeira (CK).
AJUSTE DO BP
Contudo, nem sempre um déficit nas contas externas indica necessariamente um mau desempenho econômico do país.
Um déficit temporário no balanço de pagamentos em transações correntes (TC < 0) pode ser resultado, por exemplo, de grandes volumes de importação de máquinas e equipamentos, ou mesmo de tecnologia, com o objetivo de elevar a eficiência econômica do país.
AJUSTE DO BP
Quando um país enfrenta um choque transitório qualquer (por exemplo, uma deterioração momentânea nas relações de troca, quebra de safra ou desastre natural), pode financiar o déficit externo sem maiores problemas, pois, uma vez vencida a dificuldade, a economia volta à normalidade.
O déficit só se torna um problema quanto ele é sistemático e sem perspectiva de reversão no longo prazo, o que consome as reservas, provoca a venda de ativos, aumenta a dívida externa e compromete o futuro do país.
AJUSTE DO BP
No caso de déficit externo persistente, que pode levar a uma crise no Balanço de Pagamentos (situação na qual o país não dispõe mais de reservas para pagar seus compromissos, também conhecida como crise cambial), a autoridade econômica deve pôr em prática alguma medida de ajuste.
Existem inúmeros instrumentos para o ajuste do Balanço de Pagamentos de um país. Esses instrumentos:
	 atuam sobre elementos distintos do BP;
	 têm efeitos em prazos variáveis.
AJUSTE DO BP
Principais Instrumentos:
 Desvalorização real da taxa de câmbio 
Atua principalmente no balanço de pagamentos em transações correntes: balança comercial (aumento de X e redução de Y), balança de serviços (turismo) e balança de rendas (remessas de lucros).
Prazo: em geral, relativamente curto.
Inconvenientes: desajustes nos preços relativos, redução dos salários reais e eventuais pressões inflacionárias (pass-through, que pode neutralizar a depreciação).
AJUSTE DO BP
2) Elevação das tarifas de importação e/ou estabelecimento de cotas de importação 
As restrições tarifárias ou quantitativas às importações atuam sobre o saldo da balança comercial, representando uma redução no grau de abertura comercial do país (é uma medida protecionista).
Prazo: curto.
Inconvenientes: pode gerar retaliações dos outros países, afetando as exportações, além de distorcer a alocação de recursos.
AJUSTE DO BP
3) Concessão de subsídios às exportações 
Atua sobre o saldo da balança comercial (exportações). Subsídios tomam a forma, em geral, de isenção fiscal, com o objetivo de tornar as exportações mais competitivas, melhorando o saldo comercial.
Prazo: seus efeitos requerem prazo maior.
Inconvenientes: para alguns economistas, os subsídios prejudicam a alocação de recursos (viabilizam atividades ineficientes). Além disso, podem gerar acusações de protecionismo e prática de dumping.
AJUSTE DO BP
4) Imposição de restrições à saída de capitais e à remessa de recursos ao exterior
As restrições à saída atuam sobre o saldo do movimento de capitais, particularmente sobre os capitais de curto prazo. Já as restrições à remessa de recursos ao exterior (lucros e juros) atuam sobre a Balança de Rendas.
Prazo: curto.
Inconvenientes: tais medidas podem resultar, num momento seguinte à sua implantação, em grande desconfiança por parte dos investidores internacionais, que ficarão mais cautelosos em suas decisões de investimento no país. 
AJUSTE DO BP
OBS.: A tributação ao capital que ingressa no país é um mecanismo utilizado para minimizar a apreciação da taxa de câmbio, ou seja, não se constitui em instrumento tradicional de ajuste do Balanço de Pagamentos. 
AJUSTE DO BP
5) Redução no nível de atividade da economia por meio de política fiscal restritiva (redução de gastos e aumento de tributos) 
Atua também mais diretamente sobre o saldo da balança comercial (redução de importações e, eventualmente, aumento das exportações).
Prazo: relativamente curto.
Inconvenientes: o grande problema desse tipo de medida (preferida pelo FMI) está na própria redução do nível de atividade, dadas as suas indesejáveis conseqüências do ponto de vista social, particularmente o aumento do desemprego. 
AJUSTE DO BP
6) Elevação da taxa interna de juros 
Atua sobre o movimento de capitais – particularmente sobre os capitais de curto prazo, procurando elevar o seu saldo (diferencial entre juro doméstico e externo) – e também sobre a balança comercial.
Prazo: relativamente curto, dependendo do desenvolvimento do mercado financeiro local.
Inconvenientes: redução do nível de atividade econômica (desestimula o investimento produtivo, o consumo e as importações), aumento do desemprego e dependência de capitais de curto prazo (maior vulnerabilidade a movimentos especulativos). 
AJUSTE DO BP
Pode-se dizer que cada uma das medidas de ajuste possui aspectos positivos e negativos.
Desafio das autoridades econômicas é implementar uma ou mais medidas que, em seu conjunto, tragam menor prejuízo para a sociedade. 
Para alguns economistas, o mais adequado é entender o ajuste do Balanço de Pagamentos como um processo de longo prazo, no qual cabe ao governo o importante papel de estimular o crescimento da produtividade e da qualidade dos bens e serviços produzidos domesticamente, viabilizando as exportações e desestimulando as importações supérfluas.
AJUSTE DO BP
A aplicação dos capitais recebidos do exterior (IED) em projetos de investimento que venham a gerar exportações adicionais ou a reduzir importações poderia compensar o pagamento de juros e as futuras remessas de lucros.
Não foi o que aconteceu no Brasil, por exemplo, durante o surto de endividamento externo na segunda metade da década de 1990, quando os IED foram destinados à privatização de empresas estatais prestadoras de serviços, que não geram exportações, mas elevam as remessas de lucros.
AJUSTE DO BP
Cabe ressaltar, porém, que mesmo ganhos significativos de produtividade nas exportações, mediante investimentos em tecnologia e modernização de processos produtivos, podem ser integralmente anulados por movimentos de apreciação excessiva da taxa de câmbio.
O BP NO BRASIL
O BP no Brasil tem nova metodologia desde 2001.
Nova metodologia segue normaspadronizadas pelo FMI (1993)
 Principais alterações:
 Serviços (antiga)  Serviços (não fatores) / Rendas (fatores)
 Antiga Conta Capital  Conta Financeira
 Nova Conta Financeira: valores líquidos de amortizações
 Nova Conta Capital  Transferência de patrimônio de migrantes e aquisição de ativos intangíveis não-produzidos (patentes, marcas, concessões etc.)
 Investimento Direto no Exterior: inclusão dos empréstimos intercompanhias
 Antiga Conta de Portfólio  Investimentos em Carteira
 Registro de operações com derivativos na CK (antes não eram separados)
Referência para a nova metodologia: Banco Central, Nota Técnica 01/2001
BRASIL – DÍVIDA EXTERNA
BRASIL – RESERVAS INTERNACIONAIS
BRASIL – IED
{
V
ARIAÇÃO DA 
T
AXA DE 
C
ÂMBIO 
R
EAL
 
Período
 
Taxa de 
Câmbio 
Nominal (e)
 
P*
 
P
 
Taxa de 
Câmbio Re
al
 
E = e . (P*/P)
 
Variação %
 
-
{
[(1/E
2
)/(1/E
1
)]
–
 
–
 
1}
 x 100
 
Período 1
 
1,00
 
100
 
100
 
1,00 (E
1
)
 
-
 
Período 2
 
1,10
 
105
 
120
 
0,9625 (E
2
)
 
-
3,90

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