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TRABALHO - INFRAVERMELHO

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Universidade Federal do Oeste da Bahia 
Centro das Ciências Exatas e das Tecnologias 
Disciplina: Química Analítica Instrumental 
Prof. Dr. Jonatas Gomes da Silva 
Aluna: Mariane Miclos Monteiro 
 
 
INFRAVERMELHO 
 
Introdução 
 A radiação eletromagnética é uma forma de energia que é transmitida 
através do espaço a velocidades enormes. É possível denominar a radiação 
eletromagnética nas regiões do UV/visível e algumas vezes no infravermelho 
(IV) de luz. A radiação eletromagnética pode ser descrita como uma onda com 
propriedades como comprimento de onda, frequência, velocidade e amplitude. 
E por não ser como as ondas sonoras, a radiação eletromagnética não requer 
nenhum meio transmissor, dessa forma, ela se propaga rapidamente através 
do vácuo. 
 Sendo um tipo de radiação eletromagnética, o infravermelho é uma radiação 
não ionizante na porção invisível do espectro eletromagnético que está 
adjacente aos comprimentos de ondas longos, ou final vermelho do espectro 
da luz visível. Ela foi descoberta em 1800 por William Herschel, um astrônomo 
inglês de origem alemã. Ele colocou um termômetro de mercúrio no espectro 
obtido por um prisma de cristal com o a finalidade de medir o calor emitido por 
cada cor. Dessa forma, ele descobriu que o calor era mais forte ao lado do 
vermelho do espectro, observando que ali não havia luz. E essa foi a primeira 
experiência que demonstrou que o calor pode ser captado em forma de 
imagem, como acontece com a luz visível. 
 De acordo com seus efeitos biológicos, a radiação IV é dividida em três 
categorias, a radiação infravermelha curta, média e longa. Os primeiros 
trabalhos com os diferentes tipos de radiação IV, relatavam diferenças entre as 
formas de ação biológicas do infravermelho curto e médio/longo (Dover et al., 
1989). Acreditava-se que a radiação curta penetrava igualmente na porção 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Radia%C3%A7%C3%A3o_n%C3%A3o_ionizante
https://pt.wikipedia.org/wiki/Radia%C3%A7%C3%A3o_n%C3%A3o_ionizante
https://pt.wikipedia.org/wiki/Eletromagn%C3%A9tico
https://pt.wikipedia.org/wiki/William_Herschel
https://pt.wikipedia.org/wiki/Term%C3%B4metro_de_merc%C3%BArio
https://pt.wikipedia.org/wiki/Espectro_(f%C3%ADsica)
profunda da pele sem causar aumento marcante na temperatura da superfície 
do epitélio, enquanto que a maior parte da energia do infravermelho 
médio/longo era absorvida pela camada superior da pele e frequentemente 
causasse efeitos térmicos danosos, como queimaduras térmicas ou a 
sensação de queimação (relato de pacientes). Mas alguns anos depois, uma 
nova visão do infravermelho médio/longo foi apresentada demonstrando que 
todas as faixas da radiação infravermelha possuem efeitos biológicos de 
regeneração celular. 
Absorção no infravermelho 
 Quando absorvem radiação no infravermelho, as moléculas são excitadas 
para atingir um estado de maior energia. Assim como outros processos de 
absorção, a absorção no infravermelho é um processo quantizado, e além 
disso, uma molécula absorve apenas frequências selecionadas de radiação do 
infravermelho. No processo de absorção são absorvidas as frequências de 
radiação no infravermelho que equivalem às frequências vibracionais naturais 
da molécula em questão, e a energia absorvida serve para aumentar a 
amplitude dos movimentos vibracionais das ligações na molécula. Mas, nem 
todas as ligações em uma molécula são capazes de absorver energia no 
infravermelho, mesmo que a frequência da radiação seja exatamente igual à do 
movimento vibracional. Apenas as ligações que têm um momento de dipolo 
que muda como uma função do tempo são capazes de absorver radiação no 
infravermelho. Ligações simétricas, como as do H2 ou Cl2, não absorvem 
radiação no infravermelho. Para transferir energia, uma ligação deve 
apresentar um dipolo elétrico que mude na mesma frequência da radiação que 
está sendo introduzida. O dipolo elétrico oscilante da ligação pode, então, 
acoplar-se com o campo eletromagnético da radiação incidente, que varia de 
forma senoidal. Assim, uma ligação simétrica que tenha grupos idênticos ou 
praticamente idênticos em cada ponta não absorverá no infravermelho. 
Usos do espectro no infravermelho 
 Como cada tipo de ligação tem sua própria frequência natural de vibração, e 
como dois tipos idênticos de ligações em dois diferentes compostos estão em 
dois ambientes levemente diferentes, os padrões de absorção no 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Epit%C3%A9lio
infravermelho, ou espectro infravermelho, em duas moléculas de estruturas 
diferentes nunca são exatamente idênticos. Apesar de as frequências 
absorvidas nos dois casos poderem ser iguais, nunca os espectros 
infravermelhos (os padrões de absorção) de duas moléculas diferentes serão 
idênticos. Dessa forma, o espectro infravermelho pode servir para moléculas da 
mesma forma que impressões digitais. Quando se comparam os espectros 
infravermelhos de duas substâncias que se acredita serem idênticas, pode-se 
descobrir se elas são, de fato, idênticas. Se os espectros infravermelhos 
coincidirem pico a pico (absorção a absorção), na maioria das vezes as duas 
substâncias serão idênticas. Outro uso do espectro infravermelho é fornecer a 
informação estrutural de uma molécula. As absorções de cada tipo de ligação 
são, em geral, encontradas apenas em certas pequenas regiões do 
infravermelho vibracional. Uma pequena faixa de absorção pode ser definida 
para cada tipo de ligação, fora dessa faixa, as absorções normalmente se 
devem a algum outro tipo de ligação. 
Preparo de amostras 
 Para a obtenção do espectro infravermelho, deve-se colocar o composto em 
um recipiente de amostra ou cela. Na espectroscopia no infravermelho, isso é 
um problema. Vidros e plásticos absorvem muito em quase toda essa região do 
espectro. As celas devem ser construídas a partir de substâncias iônicas, 
normalmente cloreto de sódio, mas são úteis em uma faixa de 4000 a 400 cm-
1. Placas de cloreto de sódio são mais usadas por causa de seu custo mais 
baixo, mas seu uso em espectroscopia vai de 4000 a 650 cm-1. O cloreto de 
sódio começa a absorver em 650 cm-1, e qualquer banda com frequências 
mais baixas que isso não será observada. Como poucas bandas importantes 
aparecem em menos de 650 cm-1, as placas de cloreto de sódio são mais 
comuns na espectroscopia no infravermelho. 
Espectrômetro 
 O equipamento que obtém o espectro de absorção no infravermelho de um 
composto é chamado de espectrômetro de infravermelho ou, mais 
precisamente, espectrofotômetro. Dois tipos de espectrômetros de 
infravermelho são bastante utilizados em laboratórios químicos: instrumentos 
dispersivos e de transformada de Fourier (FT). Os dois oferecem espectros de 
compostos em uma faixa comum de 4.000 a 400 cm-1. Mas, apesar de os dois 
produzirem espectros praticamente idênticos para um composto qualquer, 
espectrômetros de infravermelho FT produzem o espectro muito mais 
rapidamente do que os instrumentos dispersivos. 
Aplicações do infravermelho 
- Pode ser usada para detectar a temperatura de objetos distantes, sendo 
muito útil à astronomia. 
- Os controles remotos enviam as informações aos respectivos receptores por 
meio da radiação infravermelha. 
- As fotografias térmicas são utilizadas na medicina para diagnosticar a 
aterosclerose (bloqueio dos vasos sanguíneos). Isso é possível porque a região 
mal irrigada apresenta menor temperatura, emitindo menos radiação 
infravermelha do que as regiões irrigadas normalmente. 
- Além disso, lâmpadas de emissão no infravermelho são de uso tradicional na 
área de fisioterapia sendo utilizadas em tratamentos fitoterápicos tanto de 
doenças crônicas (artrites e tendinites) como em traumatismos. 
- Mas apesar da radiação infravermelha poder ser transmitida, refletida ou 
penetrar no material, ela só produz efeito terapêutico quando é absorvida pela 
pele. A radiação no infravermelhopróximo pode penetrar alguns centímetros 
em tecidos biológicos, contudo, grande parte da radiação é absorvida pela pele 
devido a grande quantidade de água presente. 
- Os efeitos fisiológicos advindos da radiação infravermelha podem se 
apresentar nas seguintes formas: 
- vasodilatação cutânea: o calor gerado pela radiação gera a liberação de 
substâncias vasodilatadoras (histamina dentre outros) promovendo a dilatação 
dos vasos sanguíneos. 
- Aumento do metabolismo: o aumento da temperatura cutânea promove maior 
irrigação levando ao aumento do metabolismo. 
https://www.ecycle.com.br/categoria/consumo-e-producao/residuos/lampadas/
- Alterações crônicas: apesar de todos os benefícios do uso do infravermelho 
para fins terapêuticos, sua aplicação prolongada e excessiva pode causar a 
destruição de hemácias. 
Referências 
C., H. D. Análise Química Quantitativa, 9ª edição. São Paulo, SP: Grupo GEN, 
2017. 9788521634522. Disponível em: 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788521634522/. Acesso em: 
2021 ago. 26. 
Skoog, D. A.; West, D. M.; Holler, F. J.; Crouch, S. R. Fundamentos de Química 
Analítica: Tradução da 9ª edição norte-americana. São Paulo, SP: Cengage 
Learning Brasil, 2015. 9788522121373. Disponível em: 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788522121373/. Acesso em: 
2021 ago. 26. 
ECYCLE. Radiação Infravermelha. Disponível em: 
https://www.ecycle.com.br/radiacao-infravermelha/. Acesso em: 26 ago. 2021.

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