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JEANINNE MACHADO BOTEGA - PEÇAS PROC CIVIL

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Nome: JEANINNE MACHADO BOTEGA
Turma: 189
Data: 20/06/2022
Disciplina: Prática de processo Civil Professor: FABIANO KINGESKI CLEMENTEL
Caso 01: Procuração. No dia 03/04/2019, JULIETA, por indicação médica, dirigiu-se à clínica de imagem RAIO X para fazer um exame de ecografia abdominal total, com uso de contraste. Na ocasião, ao receber o contraste na mão direita, a paciente informou ao médico que estava sentindo dor, o qual informou que a dor era natural naquele procedimento. Contudo, segundos depois, o contraste acabou extravasando, corroendo os tecidos da mão de JULIETA, causando-lhe hipersensibilidade na mão direita. Em razão destas circunstâncias, JULIETA restou com lesões na mão direita, necessitando passar por 03 (três) procedimentos de reconstituição cirúrgica e fisioterapia por um período de um ano, tendo como sequelas irreversíveis a cicatriz na mão direita e a hipersensibilidade.
Para tratar as lesões, JULIETA despendeu, até o presente momento, com medicamentos, transporte e fisioterapia, a quantia de R$30.000,00 (trinta mil reais). Diante desta situação, JULIETA o procura, na data de 12/03/2022, para fazer uma consulta e constituí- lo(a) como advogado(a) no intuito de representar os seus interesses em juízo e fora dele, sobre o caso em testilha. Diante da consulta, e considerando que você, na condição de advogado(a) contratado(a) por JULIETA concorda em representa-la, inexistindo impedimento, elabore o instrumento de mandato que legitime sua capacidade postulatória em juízo e fora dele.
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUÍZ DE DIREITO DA VARA CÍVEL DO FORO DA COMARCA DE
JULIETA, estado civil, profissão, CPF, RG, usuário do endereço eletrônico (e-mail), residente e domiciliado na Rua xxxxxxxxxxxxxxxxx, bairro, cidade, Estado, vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, por meio de seu advogado que esta subscreve, instrumento de procuração em anexo (doc. 01), escritório em (Rua, número, bairro, CEP, cidade), propor, com base no art. 319, do CPC c/c xxxxxxx, a presente
AÇÃO DE INDENIZAÇÃO DE DANOS MORAIS E ESTÉTICOS, PELO PROCEDIMENTO COMUM ORDINÁRIO.
Contra MÉDICO, estado civil, profissão, CPF, RG, usuário do endereço eletrônico (e- mail), residente e domiciliado na Rua xxxxxxxxxxxxxxxxx, bairro, cidade, Estado, vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, por meio de seu advogado que esta subscreve, instrumento de procuração em anexo (doc. 01), escritório em (Rua, número, bairro, CEP, cidade) e
Contra RAIO X, pessoa jurídica de direito privado, CNPJ, e-mail, sediada na Rua xxxxxxxxxxxxxxxxxxx, cidade, Estado, pelos fatos e fundamentos jurídicos a seguir:
1- DOS FATOS:
No dia 03/04/2019, Julieta, por indicação médica e por um problema no abdômen, dirigiu-se à clínica de imagem RAIO X para fazer um exame de ecografia abdominal total, com uso de contraste. Na ocasião, ao receber o contraste na mão direita, a paciente informou ao médico que estava sentindo dor, o qual informou que a dor era natural naquele procedimento, sem a devida atenção e preocupação com a paciente. Logo após o procedimento o contraste extravasou e começou a corroer os tecidos da mão direita da autora, esse procedimento deixou a paciente com hipersensibilidade na mão e dores. Em razão destas circunstâncias, Julieta precisou de fisioterapia durante todo um ano, precisou passar por 03 (três) procedimentos de reconstituição cirúrgica e mesmo assim ficou com sequelas irreversíveis e cicatrizes na mão.
2- DO DIREITO:
Trata-se da aplicação direta e inequívoca do Código Civil, que tratou de prever o dever de indenizar nos casos de lesão ou ofensa à saúde:
Art. 950. Se da ofensa resultar defeito pelo qual o ofendido não possa exercer o seu ofício ou profissão, ou se lhe diminua a capacidade de trabalho, a indenização, além das despesas do tratamento e lucros cessantes até ao fim da convalescença, incluirá pensão correspondente à importância do trabalho para que se inabilitou, ou da depreciação que ele sofreu.
Parágrafo único. O prejudicado, se preferir, poderá exigir que a indenização seja arbitrada e paga de uma só vez.
Art. 951. O disposto nos arts. 948, 949 e 950 aplica-se ainda no caso de indenização devida por aquele que, no exercício de atividade profissional, por negligência, imprudência ou imperícia, causar a morte do paciente, agravar-lhe o mal, causar-lhe lesão, ou inabilitá-lo para o trabalho.
Portanto, inequívoco o dever indenizatório dos Réus, já que após o procedimento citado a ré ficou com sequelas, cicatrizes e hipersensibilidade na mão.
DA RESPONSABILIDADE OBJETIVA E SOLIDÁRIA DOS RÉUS
Inquestionável a responsabilidade objetiva do requerido, a qual independe do seu grau de culpabilidade, uma vez que incorreu em uma falha, gerando o dever de indenizar, nos termos do Código de Defesa do Consumidor em seu artigo 14:
Art. 14. O fornecedor de serviço responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.
O Médico detém de responsabilidade, porém mesmo após a ré ter comunicado que estava sentido dor no procedimento, ele continuou, sem o devido cuidado e atenção, colocando a paciente em risco e o que acabou gerando os danos.
APELAÇÃO	CÍVEL. RESPONSABILIDADE	CIVIL. AÇÃO INDENIZATÓRIA. ALEGAÇÃO DE DANOS MORAIS, MATERIAIS E ESTÉTICOS. ERRO MÉDICO. DEVER DE INDENIZAR. RECONHECIMENTO. VALOR DOS DANOS MORAIS E ESTÉTICOS MANTIDOS. PENSIONAMENTO INDEVIDO.
Trata-se, consoante sumário relatório, de ação de indenizatória na qual a parte autora objetiva a condenação da parte requerida ao
pagamento de indenização a título de danos materiais, morais e estéticos, sob alegação de erro médico no procedimento cirúrgico realizado no interior do nosocômio, que redundou na lesão permanente de seu braço direito, julgada parcialmente procedente na origem. O hospital, na qualidade de prestador de serviços, na área da saúde, possui responsabilidade objetiva pelos danos causados aos consumidores, conforme prevê o artigo 14 do Código de Defesa do Consumidor. Assim sendo, devem responder independentemente de culpa pelo serviço defeituoso prestado ou posto à disposição do consumidor. No caso telado, da análise do conjunto fático-probatório colacionado aos autos, em especial o laudo médico pericial (fls. 157/166), há a efetiva comprovação do nexo causal entre a cirurgia ocorrida em 16/10/2008 (fls. 49/58) e a lesão constatada no braço direito do autor, sendo o perito médico taxativo nesse sentido. Desta feita, a parte autora se desincumbiu do ônus que lhe recaia, ex vi legis do artigo 373, I, da novel legislação processual. Por outro lado, a apelante não demonstrou que os profissionais efetuaram o atendimento adequado durante a internação da apelada, pelo que, resta configurado o defeito na prestação do serviço e o respectivo dever de indenizar da recorrente. No que tange ao quantum debeatur da indenização, o juiz deve ter em mente o princípio de que o dano moral não pode ser fonte de lucro, posto que extrapatrimonial, fundado na dor, no sentimento de perda e na diminuição da auto-estima pessoal e familiar. A indenização, não há dúvida, deve ser suficiente para reparar o dano, o mais completamente possível, e nada mais. Qualquer quantia a maior importará enriquecimento sem causa, ensejador de novo dano. O valor a ser arbitrado deve ser compatível com a reprovabilidade da conduta ilícita, a intensidade e duração do sofrimento experimentado pela vítima, a capacidade econômica do causador do dano, as condições sociais do ofendido, e outras circunstâncias mais que se fizerem presentes. Portanto, valorando-se as peculiaridades da hipótese concreta, bem como os parâmetros adotados normalmente pela jurisprudência para a fixação de indenização em hipóteses símiles, entendo que o valor fixado pelo juízo de origem a título de indenização por danos morais no montante de R$ 15.000,00 (...) e indenização no montante de r$10.000,00(...) a título de dano estéticose mostram adequadas, e devem ser mantidas, uma vez que está de acordo com os critérios da razoabilidade e proporcionalidade. Por fim, relativamente ao pensionamento, o art. 950 do CCB, assegura uma pensão mensal, de caráter alimentar à vítima, na hipótese de a ofensa resultar incapacidade total ou parcial, no entanto, no caso em concreto, este não merece prosperar, isto porque, consoante o laudo médico exarado pelo o expert (fl. 164), o demandante encontra-se apto para o trabalho, o que afasta de plano o pedido, diante da inexistência de incapacidade. Desta feita, imperiosa a manutenção da r. Sentença de origem. Dupla apelação. Apelações desprovidas [ ... ]
DO DANO MORAL E ESTÉTICO (CUMULATIVOS)
Conforme demonstrado pelos fatos narrados e prova que junta no presente processo, o réu deixou de cumprir com sua obrigação primária de zelo e cuidado nas atividades, colocando o autor em risco, o procedimento gerou cicatrizes que deixam a autora constrangida, afetando sua qualidade de vida. A hipersensibilidade atrapalha de realizar tarefas do dia a dia e afeta na convivência em sociedade.
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Segundo a jurisprudência, dano moral é:
"Lição de Aguiar Dias: o dano moral é o efeito não patrimonial da lesão de direito e não a própria lesão abstratamente considerada. Lição de Savatier: dano moral é todo sofrimento humano que não é causado por uma perda pecuniária. Lição de Pontes de Miranda: nos danos morais, a esfera ética da pessoa é que é ofendida; o dano não patrimonial é o que, só atingindo o devedor como ser humano, não lhe atinge o patrimônio." (TJRJ. 1a c. - Ap . - Rel. Carlos Alberto Menezes - Direito , j. 19/11/91-RDP 185/198).
A Súmula 37 do Superior Tribunal de Justiça elucida o tema da seguinte forma:
"O dano moral alcança prevalentemente valores ideais, não goza apenas a dor física que geralmente o acompanha, nem se descaracteriza quando simultaneamente ocorrem danos patrimoniais, que podem até consistir numa decorrência de sorte que as duas modalidades se acumulam e tem incidências autônomas.".
Trata-se de dano que independe de provas, conforme entendimento dos tribunais:
“RESPONSABILIDADE CIVIL. ERRO MÉDICO. DANO MORAL. - AGRAVO
RETIDO.(...). - CULPA DAS RÉS. A questão já foi decidida. Trânsito em julgado. Não há mais espaço para se rediscutir fatos já decididos. Eficácia preclusiva da coisa julgada (art. 474). - DANO MORAL. O indispensável para a indenização não é a prova do dano moral em si, isto é, do aborrecimento, do abalo à pessoa física no seio da sociedade: basta a prova dos fatos ilícitos que sejam por si só aptos a gerar dano moral na vítima (dano in re ipsa). - VALOR DO DANO MORAL. MINORAÇÃO. No caso concreto, revela-se adequado e proporcional o valor de R$250.000,00 (duzentos e cinquenta mil reais). O montante não causa enriquecimento indevido ao autor, nem exagerado fardo financeiro às rés. Juros a partir da citação, pela excepcionalidade (demora no ajuizamento) e correção monetária a partir do presente julgamento. - HONORÁRIOS. Muito embora tenha havido a reforma parcial da sentença, deve ser levado em conta que o autor decaiu de parte mínima do pedido, ficando, portanto, mantidos os ônus da sucumbência. O valor fixado pelo magistrado a quo não se mostra exagerado, como aduz a ré, pois de acordo com o
disposto no art. 20, § 3º, do CPC. Dá-se PROVIMENTO EM PARTE aos recursos das rés. (APL 00734997220048260100 SP 0073499-
72.2004.8.26.0100 Relator (a): Enio Zuliani 4ª Câmara de Direito Privado:14/09/2015)”
Lesão no corpo já é algo que afetará o emocional de uma pessoa, pois afeta a autoestima e a forma que a pessoa se vê, porém quando lesionado um local que é extremamente visível, como neste caso as mãos da autora, atinge ainda mais a vida e o dia a dia, a lesão será visível em todos os momentos, até em um aperto de mãos, podendo gerar preconceito contra ela na sociedade, gerando além da dor que é sentido na lesão e a hipersensibilidade, gera uma imensa dor emocional também.
Nesse passo, uma vez que essa qualidade de dano tem como característica danosa a perpetuação do dano, necessária uma condenação financeira que importe amenizar, igualmente, essa situação danosa que o ofendido terá que conviver para o resto de sua vida.
No que diz respeito ao dano estético, bem descreve, mair uma vez, Sérgio Cavalieri:
“Inicialmente ligado As deformidades físicas que provocam aleijão e repugnância, aos poucos passou-se a admitir o dano estético também nos casos de marcas e outros defeitos físicos que causem à vítima desgosto ou complexo de inferioridade – como, por exemplo, cicatriz no rosto da atriz, manequim ou ator [ ... ]”
DO DANO PATRIMONIAL
É indiscutível a condenação ao pagamento de todas as despesas decorrentes dos diversos exames necessários, aquisição de inúmeros medicamentos para o tratamento, transporte para exames, gastos com fisioterapia para amenizar os danos, além de um segundo tratamento para correção das lesões sofridas.
Tais despesas totalizam um valor aproximado de R$ 30.000, cujas parcelas e provas em específico restam demonstradas na memória de cálculo, anexa a esta inicial.
Art. 949. No caso de lesão ou outra ofensa à saúde, o ofensor indenizará o ofendido das despesas do tratamento e dos lucros cessantes até ao fim da convalescença, além de algum outro prejuízo que o ofendido prove haver sofrido.
DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA
A parte autora não possui condições financeiras para arcar com as custas processuais sem prejuízo do seu sustento e de sua família, conforme declaração de hipossuficiência e cópia dos seus contracheques que junta em anexo. Por tais razões, com fulcro no artigo 5º, LXXIV da Constituição Federal, e, pelo artigo 98, do CPC, requer seja deferida a gratuidade da justiça.
DOS PEDIDOS
Por todo o exposto, REQUER:
1. A concessão da Justiça Gratuita, nos termos do art. 98 do Código de Processo Civil;
2. A citação do Réu para, querendo, responder;
3. Reconhecimento da total procedência do pedido;
4. A condenação da ré ao pagamento de uma indenização por danos morais e estéticos no montante de R$50.000, com juros e correção monetária nos termos legais e jurisprudenciais;
5. A condenação da ré à reparação dos danos materiais suportados pela parte autora, no montante já apurado de R$30.000, com juros e correção monetária nos termos legais e jurisprudenciais;
6. A produção de todas as provas admitidas em direito, em especial a prova pericial e prova oral;
7. Manifestar o interesse na realização de audiência conciliatória;
8. A condenação do réu ao pagamento de honorários advocatícios nos parâmetros previstos no art. 85, § 2º, do CPC;
Dá-se à causa o valor de R$ 80.000.
Nestes termos, pede deferimento
18 de Junho, 2022.
JEANINNE MACHADO BOTEGA OAB/XXXXX
Caso 02: Contestação. JULIETA, residente e domiciliada na cidade de Canoas, ingressou com ação de reparação de danos materiais e indenizatória por danos morais contra Clínica RAIO X na 1ª Vara Cível do Foro Central, da Comarca de Porto Alegre/RS, distribuído o feito por autos eletrônicos (E-proc), ao argumento de que, no dia 03/08/2018, por indicação médica, dirigiu-se até à referida clínica de imagem, sediada na cidade de Novo Hamburgo/RS, para fazer um exame de ecografia abdominal total, com uso de contraste. Na ocasião, após ler e assinar o termo de consentimento livre e esclarecido – que apontava como risco do procedimento o extravasamento do contraste –, a paciente submeteu-se ao procedimento e, ao receber a injeção do mesmo na mão direita, informou ao médico que estava sentindo dor, o qual informou que a dor era natural naquele procedimento. Contudo, segundos depois, o contraste acabou extravasando, corroendo os tecidos da mão de JULIETA, causando-lhe hipersensibilidade. Em razão destas circunstâncias, JULIETA restou com lesões na mão direita, necessitando passar por 03 (três) procedimentos de reconstituiçãocirúrgica e fisioterapia por um período de um ano, tendo como sequelas irreversíveis a cicatriz na mão direita e a hipersensibilidade, comprovadas por fotos e laudo médico, elaborado por seu clínico geral. Para tratar as lesões, JULIETA referiu que despendeu, no período de 03 (três) anos, da quantia de R$30.000,00, gastos com medicamentos, transporte e fisioterapia, juntando notas fiscais de medicamentos e combustível. Aduziu, ainda que sem demonstrar os seus ganhos mensais, que trabalhava e percebia a quantia de R$4.500,00 ao mês e que em razão das lesões não está mais trabalhando, o que lhe tem causado, ao lado da cicatriz, depressão e baixa estima. Diante desta situação, JULIETA, conforme mencionado no início do caso, ajuizou, em 13/03/2021, ação indenizatória contra a Clínica RAIO X, postulando indenização por danos materiais no montante de R$30.000,00, danos morais, a serem arbitrados pelo juízo, e pedido de pensionamento mensal, na quantia de R$4.500,00, tudo com incidência de juros e correção monetária pelo IGPM a partir da data do evento danoso (procedimento de contraste). Ainda, a autora manifestou não ter interesse na audiência de conciliação. A Clínica RAIO X é citada em 23/03/2022 (quarta-feira), sem que tenha sido aprazada audiência de conciliação, com o mandado de citação juntado aos autos em 08/04/2022 (sexta-feira), sendo aberto no sistema o seu prazo para defesa em 18/04/2022 (segunda-feira). Com base apenas nas informações de que dispõe e nas que podem ser inferidas pelo caso concreto, você, na condição de advogado(a), é contratado(a) pela Clínica RAIO X para representa-la em juízo. Sua cliente informou que não tem interesse na audiência de conciliação. Assim, faça a medida judicial adequada na defesa dos interesses de sua cliente. Apresente a peça no último dia do prazo, e assine-a como Rui Barbosa, OAB 001.
1ª VARA CÍVEL DO FORO CENTRAL DA COMARCA DE PORTO ALEGRE/RS
Processo nº: XXXXXXXXXXXX
Ação de danos materiais c/c danos materiais e pensionamento mensal
Processo nº. XXXXXXXXXXX Autora: JULIETA
Ré: CLÍNICA RAIO X
CLÍNICA RAIO X, sociedade empresarial de direito privado, estabelecida na Rua X, nº. 0000, CIDADE/UF, CEP nº 0000-00, possuidora do CNPJ(MF) nº. XXXXXX, com endereço eletrônico..., vem, com o devido respeito à presença de Vossa Excelência, por intermédio de seu patrono que ao final subscreve -- instrumento procuratório anexo - inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil, Seção do Estado..., sob o nº. XXXXX, com seu escritório profissional consignado no mandato acostado na presente peça de defesa, o qual, em atendimento aos ditames contidos no art. 77, inciso V, do CPC, indica-o para as intimações necessárias, para, com supedâneo no art. 335 do Código de Processo Civil ofertar a presente
CONTESTAÇÃO
em face de Ação de danos materiais c/c danos materiais e pensionamento mensal em que lhe move JULIETA, já qualificado na peça de ingresso, em razão das justificativas de ordem fática e de direito abaixo estipuladas.
DA VERDADE DOS FATOS
No dia 03/08/2018 a autora, por indicação médica, dirigiu-se à clínica de imagem RAIO X para fazer um exame de ecografia abdominal total, com uso de contraste.
Na ocasião, ao receber o contraste na mão direita, a paciente assinou termo de consentimento livre e esclarecido – que apontava como risco do procedimento o extravasamento do contraste – e após submeter ao procedimento, a autora informou ao médico que estava sentindo dor, o qual esclareceu que a dor era natural naquele procedimento.
Contudo, a autora alega que segundos depois o contraste acabou extravasando, corroendo os tecidos de sua mão, causando-lhe hipersensibilidade na mão direita. Em razão destas circunstâncias Julieta supostamente restou com lesões na mão direita, necessitando passar por 03 procedimentos de reconstituição cirúrgica e fisioterapia por um período de um ano, tendo como sequelas irreversíveis a cicatriz na mão direita e a hipersensibilidade.
Para tratar as lesões Julieta aduziu que no período de um ano gastou R$30.000,00 com medicamentos, transporte e fisioterapia. Diante desta situação, Julieta ajuizou, no dia 13/03/2021 ação de reparação de danos morais, materiais e estéticos contra a clínica de imagem RAIO X postulando indenização por danos morais e danos estéticos, em valor a ser arbitrado pelo juízo, bem como materiais, no montante de R$30.000,00, atualizados em juros e correção monetária desde a data do evento danoso e pensionamento mensal no valor de R$ 4.500,00 por mês, em razão da impossibilidade de continuar trabalhando.
A requerida desde já reputa como aventureira e temerária a presente demanda e provará no curso dos autos.
DO DESINTERESSE NA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO
A contestante desde já assevera que não tem interesse na audiência de conciliação.
§ 4º A audiência não será realizada:
I - se ambas as partes manifestarem, expressamente, desinteresse na composição consensual;
§ 5º O autor deverá indicar, na petição inicial, seu desinteresse na autocomposição, e o réu deverá fazê-lo, por petição, apresentada com 10 (dez) dias de antecedência, contados da data da audiência.
PRELIMINARMENTE
DA INCOMPETÊNCIA TERRITORIAL (art 337, III, do CPC)
A regra geral de competência é a do art. 53, IV, “a”, do CPC (do lugar do ato ou fato para a ação de reparação de dano).
Art. 53. É competente o foro:
IV - do lugar do ato ou fato para a ação:
a) de reparação de dano;
A autora reside em Canoas/RS e a clínica da contestante labora em Novo Hamburgo/RS. Sendo assim, a requerente ajuizou erroneamente a presente ação no foro de Porto Alegre/RS.
No caso de norma mais benéfica, aplicando-se o art. 101, I, do CDC, o foro do domicilio do autor. Assim, Canoas (domicílio da autora) ou Novo Hamburgo (sede da ré e local do fato).
Art. 101. Na ação de responsabilidade civil do fornecedor de produtos e serviços, sem prejuízo do disposto nos Capítulos I e II deste título, serão observadas as seguintes normas:
I - a ação pode ser proposta no domicílio do autor;
Portanto, deve ser acolhido o pedido preliminar de reconhecimento de incompetência deste juízo.
DA INÉPCIA A INICIAL
A parte autora deixou de quantificar o dano moral, pelo que o pedido deve ser certo, determinado e quantificado (art. 330, §1º, I, do CPC).
Art. 330. A petição inicial será indeferida quando:
§ 1º Considera-se inepta a petição inicial quando: I - lhe faltar pedido ou causa de pedir;
Houve a clarividente violação ao art. 292, inciso V, do CPC.
Art. 292. O valor da causa constará da petição inicial ou da reconvenção e será: V - na ação indenizatória, inclusive a fundada em dano moral, o valor pretendido;
DA DENUNCIAÇÃO DA LIDE
Nos termos do art. 125 e 128, do CPC. A responsabilidade pelo procedimento é do médico, cabendo a ele, caso se entenda havido o ato ilícito, responder por eventual dano causado à parte autora.
Art. 125. É admissível a denunciação da lide, promovida por qualquer das partes: Art. 128. Feita a denunciação pelo réu:
I - se o denunciado contestar o pedido formulado pelo autor, o processo prosseguirá tendo, na ação principal, em litisconsórcio, denunciante e denunciado;
DO MÉRITO
DA INAPLICABILIDADE DO CDC
Defende-se não se tratar, na hipótese, de relação de consumo.
De todo modo, ainda que fosse a situação abordada pela legislação consumerista, mesmíssimo destino tomaria o resultado da querela, ou seja, a improcedência do pedido indenizatório.
Com respeito à responsabilidade civil do prestador de serviços, vale conferir a dicção contida no Código de Defesa do Consumidor:
Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.
§ 3° O fornecedor de serviços só não será responsabilizado quando provar: I - que, tendo prestado o serviço, o defeito inexiste;
II - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro.
Dito isso, nada mais lógico afirmar-seque inexiste culpa àquele que, nada obstante participe da cadeia de consumo como fornecedor de produto ou serviços, não tenha minimamente dado azo ao resultado danoso do evento. Em outras palavras, não compõe o nexo de causalidade.
Ademais, no caso em concreto, trata-se de responsabilidade da esfera civilista, a teor da teoria da responsabilidade subjetiva pelo ato do médico.
DO RISCO DO PROCEDIMENTO
No caso dos autos não houve ato ilícito por parte da Clínica Raio X, ora demandada, visto que a autora desde o início sabia do risco do procedimento com o uso de contraste, inclusive assinou termo de consentimento livre e esclarecido, não podendo agora se esquivar de sua ciência sobre o uso do contraste.
Ademais, não estão preenchidos os requisitos do art. 186, do CC:
ilícito”.
“Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato
Portanto, não houve na ação voluntária por negligência ou imprudência, pois o extravasamento é um risco do procedimento, e o médico observou o dever de informação ao entregar o termo de consentimento ao paciente, que o leu e o assinou.
Assim, inexistindo ato ilícito NÃO há que se falar em obrigação de reparar danos ou indenizar, conforme art. 927, do CC.
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
DA AUSÊNCIA DE DANO MORAL e NEXO CAUSAL
Os elementos dão ensejo à responsabilidade civil, decorrente de ato ilícito, são a conduta ilícita, dano e nexo de causalidade entre a conduta e o dano. Na ausência de um desses, não há o dever de indenizar, como decorre da Legislação Substantiva Civil:
CÓDIGO CIVIL
Art. 186 – Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito, ou causa dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comente ato ilícito.
Dessa forma, a responsabilidade civil tem como pressupostos básicos três elementos fundamentais, quais sejam: a culpa, de forma que só fato lesivo intencional ou imputável ao agente por omissão de dever autoriza a reparação; o dano, como lesão provocada ao patrimônio ou à honra da vítima e; o nexo de causalidade, entre o dano e o efetivo comportamento censurável do agente.
Com efeito, a situação fática descrita na inicial de longe representa qualquer forma de dano a Autora. O extravasamento do uso do contraste é natural do procedimento, tendo a autora total ciência de seu risco e ao assinar o termo de responsabilidade não pode imputar o seu sofrimento a contestante, visto que a suposta lesão é incapaz de considerado ato ilícito capaz de ensejar um dano moral.
O instituto da indenização por dano moral não pode ser banalizado ao ponto de levar qualquer inconveniente da vida social aos Tribunais, sob pena de ser judicializada toda a vida social e até a tornar inviável. De outro bordo, é cediço que o descumprimento contratual, como na hipótese tratada, por si só, não dá ensejo à reparação por dano moral. Acrescente-se que não comprovada ofensa efetiva à honra, à moral ou imagem da parte prejudicada, como in casu. Os danos ventilados pela Autora não passam de conjecturas.
Igualmente a dor moral, decorrente da ofensa aos direitos da personalidade, conquanto subjetiva, deve ser diferenciada do mero aborrecimento. Isso qualquer um está sujeito a suportar. Nesse compasso, o dever de indenizar por dano moral reclama um ato ilícito capaz de imputar um sofrimento físico ou espiritual, impingindo tristezas, preocupações, angústias ou humilhações. É dizer, o abalo moral há de ser de tal monta que adentre na proteção jurídica e, por isso, necessária cabal prova de acontecimentos específicos e de sua intensidade.
Assim, inexiste qualquer liame de nexo de causalidade a justificar condenação da Ré, sobretudo quando os transtornos levantados pelo Autor não passam de meros aborrecimentos. E esses, bem como quaisquer chateações do dia-a-dia, desavenças ou inadimplemento negocial, são fatos corriqueiros e não podem ensejar indenização por danos morais. Afinal, faz parte da vida cotidiana, com seus incômodos normais.
Com efeito, para que se possa falar em dano moral, é preciso que a pessoa seja atingida em sua honra, sua reputação, sua personalidade, seu sentimento de dignidade, passe por dor, humilhação, constrangimentos, tenha os seus sentimentos violados. Em nada disso se apoia a petição inicial.
Corroborando com tal entendimento, vejamos o magistério de Flávio Tartuce: Inicialmente, tanto doutrina como jurisprudência sinalizam para o fato de que os danos morais suportados por alguém não se confundem com os meros transtornos ou aborrecimentos que a pessoa sofre no dia a dia. Isso sob pena de colocar em descrédito a própria concepção da responsabilidade civil e do dano moral. [ ... ]
Na mesma linha de orientação, professa Sílvio de Salvo Venosa que:
Não é também qualquer dissabor comezinho da vida que pode acarretar a indenização. Aqui, também é importante o critério objetivo do homem médio, o bonus pater famílias: não se levará em conta o psiquismo do homem excessivamente sensível, que se aborrece com fatos diuturnos da vida, nem o homem de pouca ou nenhuma sensibilidade, capaz de resistir sempre às rudezas do destino [ ... ]
De toda conveniência também demonstrar que o tema já restou debatido e definido na III Jornada de Direito Civil, do Conselho da Justiça Federal:
Enunciado 159
Art. 186: O dano moral, assim compreendido todo dano extrapatrimonial, não se caracteriza quando há mero aborrecimento inerente a prejuízo material.
É de se concluir, destarte, que o fato narrado não teve maiores consequências e não passou de percalço comercial, não sendo apto a causar constrangimento e dor ao Autor. Por via de consequência, improcedente o pedido de indenização sob o enfoque de dano moral.
Do mero aborrecimento do cotidiano - inexistência de danos morais
Pela doutrina e jurisprudência, o dano moral é conceituado e exclusivamente como aquele que abala a honra e a dignidade humana, sendo exigido para sua configuração um impacto psicológico, humilhação ou severo constrangimento. No entanto, a inicial não descreve qualquer linha acerca de alguma humilhação ou constrangimento a honra ou a imagem do Autor.
Nesse sentido coaduna a seguinte jurisprudência:
APELAÇÃO. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER E INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. EXTINÇÃO SEM RESOLUÇÃO DO MÉRITO EM RELAÇÃO À OBRIGAÇÃO DE FAZER. CARÊNCIA DE INTERESSE PROCESSUAL. CONTRATAÇÃO DE PROFISSIONAL ESPECIALIZADO EM LÍBRAS ANTES DO DEFERIMENTO DA TUTELA DE URGÊNCIA. IMPROCEDÊNCIA DO PEDIDO DE DANOS MORAIS. INSATISFAÇÃO COM O PROFISSIONAL CONTRATADO POR SI SÓ NÃO GERA DANO MORAL. MERO DISSABOR. INOCORRÊNCIA DE OFENSA ANORMAL À PERSONALIDADE. PRECEDENTE DO STJ. I - Trata-se de apelação
interposta em ação de obrigação de fazer com indenização por danos morais em face de sentença que julgou extinto sem resolução do mérito o pedido de obrigação de fazer, em razão da carência de interesse processual, e improcedente o pedido de indenização (...) autor. O aluno necessitava de atendimento especial para que pudesse usufruir do serviço educacional e o inadimplemento inicial da Universidade foi corrigido prontamente com a disponibilização de profissional e de equipamentos. O que chamou de dano moral compreende mero dissabor, em razão de sua situação ser excepcional e ensejar serviços especiais, os quais foram atendidos pela Universidade. Portanto, o ocorrido compreende fato da vida cotidiana, não passando de mero aborrecimento, o que não importa em ofensa à honra ou reputação e nem justifica situação dolorosa ou degradante. V - Honorários majorados em 20%, totalizando 12% sobre o valor atualizado da causa, obrigação que continua sob condição suspensiva de exigibilidade. Apelação conhecida e improvida. (TJ-CE; Relator (a): PAULO AIRTON ALBUQUERQUE FILHO; Comarca: Crato; Órgão julgador: 2ª Vara Cível da Comarca de Crato; Data do julgamento: 28/09/2020; Data de registro: 28/09/2020)
Portanto, o mero aborrecimento dodia a dia não tem o condão de conferir o direito a danos morais, sob o risco de banalizar o instituto do dano a dignidade, transformando em verdadeira Indústria de indenizações.
Além disso, cabe destacar que em meio a pandemia os pedidos de danos morais devem ser vistos como parcimônia, afinal, todos foram pegos de surpresa e não tiveram tempo hábil para se adequar às mudanças drásticas impostas.
Caso não seja esse o entendimento deste juízo, o que se admite apenas para argumentar, e pelo princípio da eventualidade, a autora deixou de quantificar o dano moral pretendido, pelo que, considerando a superficial cicatriz, e a prudência de Vossa Excelência, até mesmo considerando casos semelhantes, que a indenização seja fixada sem ultrapassar o máximo de R$1.000,00.
DOS DANOS MATERIAIS
Os recibos apresentados pela autora não possuem vínculo com o evento, posto que recibos de combustível podem ser para qualquer finalidade sem relação direta com o episódio, além do que os recibos de medicamentos não estão acompanhados de receita médica referente ao tratamento sobre a lesão, bem como inexiste comprovação da necessidade de tratamento fisioterápico. Logo, restam impugnados, pelo que inexiste dever material de indenizar.
DO PENSIONAMENTO MENSAL
Não lhe assiste razão para a autora o fato de postular pensionamento sem que ao menos fizesse prova de que exercia atividade laboral. Logo, inexiste dever de indenizar pensionamento para quem não exercia atividade laboral, exigência do art. 950, do CC:
“Se da ofensa resultar defeito pelo qual o ofendido não possa exercer o seu ofício ou profissão, ou se lhe diminua a capacidade de trabalho, a indenização, além das despesas do tratamento e lucros cessantes até ao fim da convalescença, incluirá pensão correspondente à importância do trabalho para que se inabilitou, ou da depreciação que ele sofreu.”
DOS PEDIDOS:
Ante ao exposto, requer:
a) Preliminarmente, o reconhecimento da incompetência territorial e da inépcia a inicial com extinção do feito, sem resolução de mérito, com base no art. 485 do CPC;
b) Se afastadas a preliminares, o que não se espera, a total improcedência da ação, com o reconhecimento, no mérito, de que inexistência de dano material e dano moral.
c) Na remota hipótese de procedência da ação, que seja julgada procedente a denunciação da lide, condenando-se, nos termos do art. 129, do CPC, o denunciado Sr. Médico XXX a pagar a indenização;
d) Subsidiariamente, sendo julgada procedente a ação, que seja estabelecida a indenização em patamares menores que não causem enquecimento ilícito a autora, inclusive fixação dano moral no valor de 1 salário mínimo, visto que a requerente não quantificou na exordial;
e) A condenação da parte autora no ônus da sucumbência, nos termos do art. 85, do CPC;
f) Provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos, especialmente pelos documentos ora juntados aos autos, bem como provas oral e pericial, com depoimento pessoal da autora, inclusive, a ser designada por este douto juízo.
Termos em que pede e espera deferimento. Porto Alegre, 09 de maio de 2022.
Rui Barbosa OAB 001
Caso 03: Memoriais. Aniceto Galvão e Juliana Galvão ajuizaram ação em desfavor de Julieta Soares, Antonieta Soares e Segura Consultoria Imobiliária Ltda, alegando, em síntese, que em julho de 2018 celebraram contrato de compra e venda de imóvel localizado no loteamento residencial Altos da serra, obtendo a informação da imobiliária, pelo site, de que o bem encontrava-se em perfeitas condições de moradia, sem necessidade de reformas. Disseram que confiaram nas informações da intermediadora e efetuaram o pagamento integral à parte ré, recebendo o imóvel em setembro de 2018.
Narraram que, na primeira chuva forte, no mês de novembro, o imóvel apresentou grave problema de infiltração. Aduziram não ser visível qualquer dano no telhado ou no interior do imóvel na ocasião da compra. Relataram que realizaram reparo, mas em dezembro do mesmo ano houve nova infiltração e, ao investigarem as causas, descobriram que existe um problema na estrutura do telhado, o que desde então vem lhes causando inúmeros aborrecimentos e angústias a cada chuva que se anuncia. Afirmaram que a situação não restou resolvida administrativamente e que contrataram um profissional arquiteto para elaboração de laudo técnico, o qual confirmou os problemas de infiltração, referindo que “é na estrutura do telhado que as marcas de umidade são mais perceptíveis, pela deterioração do madeiramento. Frisa-se, todavia, que este tipo de análise (na estrutura do telhado) só é feita quando se pretende realizar reformas, até mesmo pelo local onde encontra-se deteriorado, razão pela qual pode-se concluir ser imperceptível em visitas não técnicas específicas”. Apontaram a realização de orçamento para conserto do vício oculto. Requereram, liminarmente, a determinação de antecipação do pagamento da quantia para conserto do imóvel, conforme orçamento de menor valor. Pugnaram pela procedência da ação para obterem a confirmação da medida liminar e a condenação da parte ré, solidariamente, ao pagamento de indenização por danos morais. Juntaram documentos. Pagaram as custas. Foi indeferida a antecipação de tutela, sendo os réus Julieta Soares e Antonieta Soares citados, os quais apresentaram contestação, alegando, em síntese, que o autor trata-se de engenheiro civil com mais de trinta anos de experiência, e que realizou vistorias no imóvel. Afirmaram que o bem em questão foi construído em 1990, possuindo, portanto, mais de 25 anos de uso. Defenderam que o imóvel não foi construído pela parte ré e que sofreu o desgaste natural do tempo.
Disseram que o preço foi reduzido justamente porque os compradores alegaram a necessidade de reparos no imóvel, entre os quais o telhado. Apontaram que o bem foi vistoriado pelo autor e pela unidade de Engenharia do banco, sem ressalvar nenhum problema grave. Sustentaram que o alegado vício não era oculto, pois o telhado, de fácil acesso, foi inspecionado pelo demandante. Afirmaram que nada foi omitido aos compradores, juntando documentos. Defenderam a inexistência do dever de reparação por dano moral. Pugnaram pela improcedência da demanda. A ré Segura Consultoria Imobiliária Ltda apresentou contestação, alegando, preliminarmente, sua ilegitimidade passiva. Sustentou que não cabe à contestante o conhecimento prévio ou mesmo técnico para fins de conserto de vícios ocultos no imóvel. Aduziu não caber à corretora a vistoria dos imóveis. Defendeu a ausência de dano moral. Requereu o acolhimento da preliminar suscitada. No mérito, pugnou pela improcedência da demanda. Juntou documentos. A parte autora apresentou réplica e juntou CD com filmagem de chuva e alagamento no imóvel. Intimadas para que se manifestassem acerca do interesse na produção de outras provas, ambas as partes postularam a produção de prova oral. Na solenidade, foram
ouvidos os informantes Adriano, agenciador, o qual “informou ser amigo íntimo de Julieta, e que foi gerente de vendas da Segura imobiliária na época da compra e venda. Disse ainda que foi o agenciador do imóvel, e que este estava em perfeitas condições, o
que foi informado no site da imobiliária, desconhecendo como se deu o negócio entre as partes. Disse que a imobiliária agiu com transparência.” Ruiz, por sua vez, foi o corretor da transação. Disse que “fez todas as visitas com os compradores, e que em nenhum momento os proprietários comentaram com os compradores sobre a existência de defeito no imóvel. Pelo contrário, falaram que o imóvel estava em perfeito estado.” Ainda, foi ouvido Ourides, engenheiro contratado pelo banco para avaliar as condições do imóvel antes da liberação do financiamento, o qual referiu que “a avaliação realizada por ele é para verificar se o imóvel está em boas condições, se tem alguma infiltração visível que possa comprometer o imóvel, algum dano visível, mas que não são realizadas vistorias em hidráulica, elétrica ou mesmo subir em telhado. Afirmou que é apontado caso seja visível alguma rachadura naparede, na sala, banheiro. Informou que se não apontar nada na vistoria é porque não foi visto nada que possa comprometer o imóvel.” Por fim, foram ouvidas as testemunhas Eduardo e Marcelo, os quais trabalham com
Aniceto, e mencionaram que “percebiam a sua angústia e tristeza quando sua esposa o chamava para casa, sempre quando estava para chover. Ainda, informaram que viram fotografias dos alagamentos na casa.” Por fim, declarada encerrada a instrução, as partes são intimadas por Nota de Expediente, publicada em 02/05/2022 (segunda-feira), para se manifestarem, sucessivamente, no prazo legal, a iniciar pela parte autora. Considerando a situação hipotética apresentada, na qualidade de advogado(a) contratado(a) por Aniceto e Juliana, redija a peça processual cabível na defesa dos interesses de seus clientes. Date o documento no último dia do prazo.
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA	VARA CÍVEL DO FORO DA COMARCA DE 	
ANICETO GALVÃO e JULIANA GALVÃO, já qualificados.	ação que movem contra Julieta
Soares, Antonieta Soares e Segura Consultoria Imobiliária Ltda.	apresentar razões finais
escritas em forma de memoriais (ou simplesmente memoriais), nos termos do art. 364,
§2º, do CPC, conforme fundamentos de fato e de direito a seguir aduzidos:
SÍNTESE DA DEMANDA
Aniceto Galvão e Juliana Galvão ajuizaram ação em desfavor de Julieta Soares, Antonieta Soares e Segura Consultoria Imobiliária Ltda, alegando, em síntese, que em julho de 2018 celebraram contrato de compra e venda de imóvel localizado no loteamento residencial Altos da serra, obtendo a informação da imobiliária, pelo site, de que o bem encontrava-se em perfeitas condições de moradia, sem necessidade de reformas.
Os autores confiaram nas informações da intermediadora e efetuaram o pagamento integral à parte ré, recebendo o imóvel em setembro de 2018. Narraram que, na primeira chuva forte, no mês de novembro, o imóvel apresentou grave problema de infiltração.
Em que pese não ser visível qualquer dano no telhado ou no interior do imóvel na ocasião da compra, o telhado apresentou muitos problemas. Após a realização de reparo,em dezembro do mesmo ano houve nova infiltração e, ao investigarem as causas, descobriram que existe um problema na estrutura do telhado, o que desde então vem lhes causando inúmeros aborrecimentos e angústias a cada chuva que se anuncia.
Os autores não resolveram administrativamente e que contrataram um profissional arquiteto para elaboração de laudo técnico, o qual confirmou os problemas de infiltração, referindo que “é na estrutura do telhado que as marcas de umidade são mais perceptíveis, pela deterioração do madeiramento. Frisa-se, todavia, que este tipo de análise (na estrutura do telhado) só é feita quando se pretende realizar reformas, até mesmo pelo local onde encontra-se deteriorado, razão pela qual pode-se concluir ser imperceptível em visitas não técnicas específicas”.
Apontaram a realização de orçamento para conserto do vício oculto.
Foi requerido, liminarmente, a determinação de antecipação do pagamento da quantia para conserto do imóvel, conforme orçamento de menor valor. Foi pleiteado
pela procedência da ação para obterem a confirmação da medida liminar e a condenação da parte ré, solidariamente, ao pagamento de indenização por danos morais.
Foi indeferida a antecipação de tutela, sendo os réus Julieta Soares e Antonieta Soares citados, os quais apresentaram contestação, alegando, em síntese, que o autor trata-se de engenheiro civil com mais de trinta anos de experiência, e que realizou vistorias no imóvel. Afirmaram que o bem em questão foi construído em 1990, possuindo, portanto, mais de 25 anos de uso. Defenderam que o imóvel não foi construído pela parte ré e que sofreu o desgaste natural do tempo.
Os réus disseram que o preço foi reduzido justamente porque os compradores alegaram a necessidade de reparos no imóvel, entre os quais o telhado. Apontaram que o bem foi vistoriado pelo autor e pela unidade de Engenharia do banco, sem ressalvar nenhum problema grave. Sustentaram que o alegado vício não era oculto, pois o telhado, de fácil acesso, foi inspecionado pelo demandante. Afirmaram que nada foi omitido aos compradores.
Os demandados alegaram a inexistência do dever de reparação por dano moral e pugnaram pela improcedência da demanda. A ré Segura Consultoria Imobiliária Ltda apresentou contestação, alegando, preliminarmente, sua ilegitimidade passiva.
Sustentou que não cabe à contestante o conhecimento prévio ou mesmo técnico para fins de conserto de vícios ocultos no imóvel. Aduziu não caber à corretora a vistoria dos imóveis. Defendeu a ausência de dano moral. Requereu o acolhimento da preliminar suscitada. No mérito, pugnou pela improcedência da demanda. Juntou documentos. A parte autora apresentou réplica e juntou CD com filmagem de chuva e alagamento no imóvel. Intimadas para que se manifestassem acerca do interesse na produção de outras provas, ambas as partes postularam a produção de prova oral.
Na solenidade, foram ouvidos os informantes Adriano, agenciador, o qual
“informou ser amigo íntimo de Julieta, e que foi gerente de vendas da Segura imobiliária na época da compra e venda. Disse ainda que foi o agenciador do imóvel, e que este estava em perfeitas condições, o que foi informado no site da imobiliária, desconhecendo como se deu o negócio entre as partes. Disse que a imobiliária agiu com transparência.” Ruiz, por sua vez, foi o corretor da transação. Disse que “fez todas as visitas com os compradores, e que em nenhum momento os proprietários comentaram com os compradores sobre a existência de defeito no imóvel. Pelo contrário, falaram que o imóvel estava em perfeito estado.”
Ainda, foi ouvido Ourides, engenheiro contratado pelo banco para avaliar as condições do imóvel antes da liberação do financiamento, o qual referiu que “a avaliação realizada por ele é para verificar se o imóvel está em boas condições, se tem alguma infiltração visível que possa comprometer o imóvel, algum dano visível, mas que não são realizadas vistorias em hidráulica, elétrica ou mesmo subir em telhado. Afirmou que é apontado caso seja visível alguma rachadura na parede, na sala, banheiro. Informou que se não apontar nada na vistoria é porque não foi visto nada que possa comprometer o
imóvel.”
Por fim, foram ouvidas as testemunhas Eduardo e Marcelo, os quais trabalham com Aniceto, e mencionaram que “percebiam a sua angústia e tristeza quando sua esposa o chamava para casa, sempre quando estava para chover. Ainda, informaram que viram fotografias dos alagamentos na casa.”
Por fim, declarada encerrada a instrução vem os autores apresentar suas razões
finais.
DAS PROVAS PRODUZIDAS
O laudo técnico do arquiteto confirmou os problemas de infiltração referindo que “é na estrutura do telhado que as marcas de umidade são mais perceptíveis, pela deterioração do madeiramento. Frisa-se, todavia, que este tipo de análise (na estrutura do telhado) só é feita quando se pretende realizar reformas, até mesmo pelo local onde encontra-se deteriorado, razão pela qual pode-se concluir ser imperceptível em visitas não técnicas específicas”
Houve a juntada de CD com filmagem de chuva comprovando o alagamento no imóvel.
Na produção de prova oral foram ouvidos informantes. Ruiz o corretor da transação disse que “fez todas as visitas com os compradores, e que em nenhum momento os proprietários comentaram com os compradores sobre a existência de
defeito no imóvel. Pelo contrário, falaram que o imóvel estava em perfeito estado.”
Por fim, foram ouvidas as testemunhas Eduardo e Marcelo, os quais trabalham com Aniceto, e mencionaram que “percebiam a sua angústia e tristeza quando sua esposa o chamava para casa, sempre quando estava para chover. Ainda, informaram que viram fotografias dos alagamentos na casa.”
DOS REQUERIMENTOS
Por todo o exposto, requer a parte autora seja a presente ação julgada procedente, condenando-se os demandados solidariamente ao pagamento da quantia despendida para o conserto do imóvel, conformeorçamento de menor valor, bem como ao pagamento de uma indenização por danos morais. Requer, ainda, a condenação dos réus às custas processuais e honorários de sucumbência, fixados em 20%, com base no art. 85, do CPC.
Nestes termos, pede e espera deferimento. Local, 23 de maio de 2022.
Advogado OAB
Caso 04: Apelação. No dia 03/08/2016 JULIETA, por indicação médica, dirigiu-se à clínica de imagem RAIO X para fazer um exame de ecografia abdominal total, com uso de contraste. Na ocasião, ao receber o contraste na mão direita, a paciente informou ao médico que estava sentindo dor, o qual informou que a dor era natural naquele procedimento. Contudo, segundos depois o contraste acabou extravasando, corroendo os tecidos da mão de JULIETA, causando-lhe hipersensibilidade na mão direita. Em razão destas circunstâncias JULIETA restou com lesões na mão direita, necessitando passar por 03 procedimentos de reconstituição cirúrgica e fisioterapia por um período de um ano, tendo como sequelas irreversíveis a cicatriz na mão direita e a hipersensibilidade. Para tratar as lesões JULIETA despendeu no período de um ano R$12.000,00 com medicamentos, transporte e fisioterapia. Diante desta situação, JULIETA ajuizou, no dia 27/06/2021 ação de reparação de danos morais, materiais e estéticos contra a clínica de imagem RAIO X postulando indenização por danos morais e danos estéticos, em valor a ser arbitrado pelo juízo, bem como materiais, no montante de R$12.000,00, atualizados em juros e correção monetária desde a data do evento danoso. Sobreveio instrução processual, com prova documental, pericial e testemunhal. A perícia concluiu que o procedimento foi inadequado, e que restou forte cicatriz na mão, além da hipersensibilidade; a prova documental demonstrou a evolução do prontuário médico e os gastos que teve o paciente; a prova testemunhal, embora não uníssona, trouxe informações sobre JULIETA estar chorosa, não querendo sair de casa. Encerrada a instrução, o juiz profere sentença julgando improcedente a ação, reconhecendo, de ofício, prejudicial de mérito, posto que, no seu entender, já teria ocorrido a prescrição trienal da ação de reparação, condenando JULIETA em custas e honorários. JULIETA é intimada da sentença em 20/05/2022 (sexta-feira). Como advogado(a) contratado(a) por JULIETA, elabore a peça processual cabível, interpondo-a no último dia do prazo.
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA	VARACÍVEL DO FORO DA COMARCA DE	.
JULIETA, nacionalidade, estado civil, profissão, CPF, RG, email, endereço ..., vem, respeitosamente, peranteVossa Excelência, nos autos da ação indenizatória e de reparação de danos em epígrafe, que move contra Clínica de Imagem Raio X, inconformado com a sentença de fl., interpor recurso de Apelação, com fundamento no art. 1.009 e seguintes, do Código de Processo Civil, consoante razões que seguem em anexo.
Requer seja o presente recurso conhecido e recebido no duplo efeito, nos termos do art. 1.012, do Códigode Processo Civil. Requer, ainda, a intimação do Apelado para, querendo, apresentar Contrarrazões ao recurso, com o consequente processamento e encaminhamento dos autos ao Egrégio Tribunal de Justiça do Estado do	, esperando-se seja a ele dado provimento.
Por fim, informa que estão preenchidos os pressupostos de admissibilidade do presente Recurso, sendo interposto dentro do prazo, com o respectivo preparo, conforme comprovante anexo, nos termos do art. 1.003, §5º c/c art. 1.007, ambos do Código de Processo Civil.
Nestes termos, pede e espera deferimento. Cidade, data, assinatura, OAB.
RAZÕES DE RECURSO
Pelo apelante: Julieta
Apelado: Clínica de Imagem Raio X Autos: (número)
Vara de origem:	Vara Cível do Foro da Comarca de	.
EGRÉGIO TRIBUNAL, COLENDA CÂMARA, NOBRES JULGADORES!
– BREVE SÍNTESE DOS FATOS:
A autora desta ação ajuizou em 27/06/2021 de ação de reparação de danos morais, materiais e estéticos. Sobreveio instrução processual com prova documental, pericial e testemunhal. A perícia concluiu que o procedimento foi inadequado, de acordo com o que a autora trouxe na exordial, realmente houve um erro médico. A prova documental demonstrou a evolução do prontuário médico e os gastos que teve o paciente; a prova testemunhal, embora não uníssona, trouxe informações sobre Julieta ainda sofrer com a mão.
Encerrada a instrução, o juiz profereiu a sentença julgando improcedente a ação, reconhecendo, de ofício, prejudicial de mérito, posto que, no seu entender, já teria ocorrido a prescrição trienal da ação de reparação, condenando a autora da ação em custas e honorários, intimada em sentença no dia 20/05/2022.
Em que pese o costumeiro acerto do d. Juízo a quo, não pode a Apelante concordar com a r. sentença em questão, tendo em vista, com a devida vênia, a má aplicação do Direito na hipótese, como passamos a demonstrar.
– DAS RAZÕES DO INCONFORMISMO:
Conforme analisado em sede de sentença, cabe a apelante informar que a decisão do juízo a quo está equivocado, apontando os fatos já apresentados na exordial, que foram deixados de ser analisados, requerendo a reforma da sentença.
Não poderá ser aceito a forma que estão julgando um caso de extrema complexidade, estamos falando de um dos membros mais importantes do corpo humano, isto é, a mão da autora que jamais poderá exercer qualquer atividade como antes, devido a esse procedimento no qual gerou sequelas para uma vida inteira. Assegurado nos artigos 186 e 927 do CC.
Além de tudo isso, tivemos uma prova pericial na qual avaliou a verdadeira situação e não pode ser invalida, Excelência, veja bem, após passar por todas as cirurgias, fazer inúmeros curativos e ter gastos extraordinários, tendo em vista às condições financeiras da parte apelante, tudo isso gerou uma extrema depressão.
Sabemos que a doença depressão é a consequências do acúmulo de frustrações e problemas, o motivo já sabemos qual é, o acidente durante o exame. Além disso, a apelante sofre diariamente e provavelmente sofrerá até o resto de sua vida, sentindo vergonha, não querendo sequer em expor a cicatriz. Eis a verdadeira razão do inconformismo, pelo qual a autora expõe o princípio a autora JAMAIS terá uma mão normal, de modo que a Apelação deve ser provida.
E caso não ter o benefício da gratuidade de justiça cedido, requerer que a parte apelada também seja condenada ao pagamento das custas e das despesas processuais, bem como honorários advocatícios, nos termos do artigo 82, inciso 2 e do artigo 85 do CPC.
II.a O Juízo a quo entendeu por julgar improcedente a demanda em facede ter reconhecido a prescrição trienal do direito da Recorrente.
Ocorre que, conforme se depreende da situação fática narrada, ao caso em apreço aplica-se o Código de Defesa do Consumidor, em especial o art. 27.
É que, no caso em exame, não se aplica a regra contida no art. 205, §3º, inciso V, do CPC, mas sim, por se tratar de relação de consumo, aplica-se o disposto no art. 27, do CDC, o qual dispõe que o prazo prescricional éde 05 anos.
– DO PEDIDO DE REFORMA (ou ANULAÇÃO, em outros casos):
Diante do exposto, requer seja o presente recurso conhecido e provido para o fim de reformar a sentença, afastando a prescrição e julgando totalmente procedente os pedidos formulados na inicial (dano moral, material e estético), em toda a sua extensão, com a inversão do ônus sucumbencial e condenação em honorários advocatícios em 20%, nos termos do art. 85, do CPC.
Nos casos de anulação: caso entenda impossível a apreciação dos pedidos em sua integralidade, que seja anulado o julgado com a devolução dos autos para o primeiro grau.
Cidade, data, assinatura, advogado.
Caso 05: Agravo de Instrumento. No dia 06/05/2022 (sexta-feira), CRISTIANO foi intimado de decisão proferida pelo juízo da 1ª Vara Cível do Foro da Comarca de Cachoeirinha/RS no sentido de que lhe estava sendo indeferido o pedido de gratuidade da justiça haja vista que o mesmo não apresentou, juntamente com seu pedido, os seus comprovantes de rendimentos, tampouco carteira de trabalho e declaração de imposto de rendado último exercício. Fundamentou o magistrado, ainda, como razões de decidir, que CRISTIANO teria dolosamente omitido sua profissão para evitar que se pudesse chegar à conclusão de que ele não teria direito à gratuidade prevista na lei e na CF/88, só tendo conhecimento dos seus ganhos em razão do documento presente no portal da transparência, obtido pelo autor, datado de 31/01/2022, em que consta ter CRISTIANO recebido, naquele mês, a quantia de 18.689,00 (dezoito mil, seiscentos e oitenta e nove reais). Ocorre que CRISTIANO informou – em contestação à ação monitória movida contra ele pela agência de publicidade OCP publicidade e propaganda, em que lhe é exigido o pagamento da importância de R$60.000,00 – que estava, atualmente, desempregado, não tendo condições de arcar com as custas processuais sem comprometer o seu sustento e de sua família, haja vista que é separado e pai de três filhos, motivo pelo qual, na própria contestação, requereu a gratuidade da justiça. Diante desta decisão, CRISTIANO o (a) procura para que providencie a medida adequada para obter, de imediato, a gratuidade da justiça. Faça, com isso, a medida adequada, interpondo-a no último dia do prazo, assinando-a como Rui Barbosa, OAB 001.
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR, PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL.
Processo n. 	
O Agravante, CRISTIANO, separado, desempregado, CPF xxxxx, RG xxxxx, e-mail xxxxx, endereço xxxxx, por meio de seu advogado signatário, vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, nos termos do art. 1015, V do Código de Processo Civil, interpor o presente Agravo de Instrumento, com pedido de antecipação de tutela de pretensão recursal, contra a decisão proferida pelo juízo da 1a Vara Cível do Foro da Comarca de Cachoeirinha/RS, que indeferiu o pedido de gratuidade da justiça, no autos da Ação xxxxx, que lhe move OCP publicidade e propaganda, o Agravado, sociedade empresária, inscrita no CNPJ sob o n. xxxxx, e-mail xxxxx, com endereço xxxxx, pelas razões que acompanham a presente peça de interposição.
Requer seja deferida inaudita altera pars a tutela pleiteada, e, após os regulares trâmites, seja o agravo conhecido e integralmente provido.
Justifica-se a interposição do presente recurso na modalidade de instrumento por se tratar de uma das hipóteses do rol do art. 1015, inciso V, do Código de Processo Civil.
Em cumprimento ao art. 1.016, IV, informa o agravante nome e endereço dos advogados constantes do processo:
Pelo agravante: Dr. Rui Barbosa – OAB 001, com escritório em xxxxx. Pelo agravado: Dr. Xxxxx – OAB - xxxxx, com escritório em xxxxx.
Com fulcro no art. 1.017, I e III, do Código de Processo Civil, vem indicar as peças que instruem o presente recurso:
a) Peças obrigatórias - art.1.017, I – cópias da petição inicial, da contestação, da petição que ensejou a decisão agravada, da certidão da respectiva intimação ou outro documento oficial que comprove a tempestividade e das procurações outorgadas aos advogados do agravante e do agravado;
b) Peças facultativas - art. 1.017, III – pedido de reconsideração ao magistrado.
Assim, estão sendo juntados todos os documentos para que o agravo seja conhecido. Caso Vossa Excelência entenda não serem eles suficientes, requer-se a intimação do agravante para que junte eventuais cópias adicionais (art. 1.017, §3o).
Nos termos do art. 425, IV, do Código de Processo Civil, as cópias das peças do processo são declaradas autênticas pelo advogado sob sua responsabilidade pessoal.
Informa, outrossim, que, em cumprimento ao art. 1.018, do Código de Processo Civil, dentro do prazo legal de 03 (três) dias, juntará aos autos do processo de origem cópia do presente recurso, da prova de sua interposição e do rol dos documentos que o instruem.
Informa ainda que, embora a previsão do art. 1.017, §1o, do Código de Processo Civil, o agravante, conforme art. 101, §1o, do Código de Processo Civil, deixa de recolher os valores exigidos legalmente relativo às custas e ao porte de retorno, posto que o objeto do presente recurso diz respeito ao pedido de gratuidade da justiça.
Nestes termos,
Pede e espera deferimento.
Porto Alegre/RS, 27 de maio de 2022.
Rui Barbosa OAB 001
RAZÕES DO AGRAVO DE INSTRUMENTO
Agravante: CRISTIANO
Agravado: OCP publicidade e propaganda Autos do Processo: xxxxx
Vara de Origem: 1a Vara Cível do Foro da Comarca de Cachoeirinha/RS Egrégio Tribunal,
Colenda Câmara, Ínclitos Julgadores,
I – DA SÍNTESE FÁTICA
Excelências, o agravante teve seu pedido de gratuidade de justiça indeferido pelo Juízo da 1a Vara Cível do Foro da Comarca de Cachoeirinha/RS, sob o fundamento de que não teria apresentado, juntamente com seu pedido, os comprovantes de rendimento, tampouco carteira de trabalho e declaração de imposto de renda do último exercício.
Fundamentou o magistrado, ainda, como razões de decidir, que CRISTIANO, teria dolosamente omitido sua profissão para evitar que se pudesse chegar à conclusão de que ele não teria direito à gratuidade prevista na lei e na CF/88, só tendo conhecimento dos seus ganhos em razão do documento presente no portal da transparência, obtido pelo autor, datado de 31/01/2022, em que consta ter CRISTIANO recebido, naquele mês, a quantia de 18.689,00 (dezoito mil, seiscentos e oitenta e nove reais).
Ocorre que CRISTIANO informou – em contestação à ação monitória movida contra ele pela agência de publicidade OCP publicidade e propaganda, em que lhe é exigido o pagamento da importância de R$60.000,00 – que estava, atualmente, desempregado, não tendo condições de arcar com as custas processuais sem comprometer o seu sustento e de sua família, haja vista que é separado e pai de três filhos, motivo pelo qual, na própria contestação, requereu a gratuidade da justiça.
Em síntese, eis os fatos.
II - DAS RAZÕES DE REFORMA DA DECISÃO
Data máxima vênia, o argumento utilizado para negar o beneficio da gratuidade de justiça fora complemente equivocado pelo seguintes motivos.
1. Por violar o Direito Fundamental à gratuidade que está referido no art. 5º, LXXIV, da Constituição da República, estabelecendo que: “O Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos”. Portanto, consubstancia-se em uma garantia constitucional que assegura aos hipossuficientes a prestação de assistência judiciária gratuita.
Neste mesmo sentido, a redação do art. 99, §§ 2o e 3o do Código de Processo Civil diz:
Art. 99. O pedido de gratuidade da justiça pode ser formulado na petição inicial,
na contestação, na petição para ingresso de terceiro no processo ou em recurso.
§ 2º O juiz somente poderá indeferir o pedido se houver nos autos elementos que evidenciem a falta dos pressupostos legais para a concessão de gratuidade, devendo, antes de indeferir o pedido, determinar à parte a comprovação do preenchimento dos referidos pressupostos.
§ 3o Presume-se verdadeira a alegação de isuficiência deduzida exclusivamente por pessoa natural.
Assim como no sistema anterior, no hodierno, adotado pelo novo Código de Processo Civil (Lei 13.105/15), em conjunto com a Lei 1.060/50, que não foi totalmente revogada por aquele, a declaração de pobreza firmada por pessoa natural possui presunção "iuris tantum de veracidade", sendo que, na inexistência de provas ou indícios da suficiência financeira, a concessão dos benefícios da justiça gratuita é medida imperativa (art. 99, §§ 2º e 3º, do CPC).
Desta forma por simples petição, sem outras formas exigíveis por Lei, faz jus o Agravante ao benefício da gratuidade de justiça, nesse sentido
AGRAVO DE INSTRUMENTO -MANDADO DE SEGURANÇA - JUSTIÇA GRATUITA-
Assistência Judiciária indeferida-Inexistência de elementos nos autos a indicar que o impetrante tem condições de suportar o pagamento das custas e despesas processuais sem comprometer o sustento próprio e familiar, presumindo-se como verdadeira a afirmação de hipossuficiência formulada nos autos principais -Decisão reformada- Recurso provido.
	TJSP; Agravode Instrumento:2083920-71.2019.8.26.0000; Relator(a) Maria
	Laura Tavares; Comarca: São Paulo; Órgão julgador: 5ª Câmara de Direito
	Público; Data do julgamento: 23/05/2019; Data de publicação: 23/05/2019.
	
Cabe destacar que a Lei não exige atestada miserabilidade da requerente, sendo suficiente a “insuficiência de recursos para pagar com custas, despesas processuais e honorários advocatícios (art. 98 CPC/15), conforme destaca a Doutrina 
“Não se exige miserabilidade, nem estado de necessidade, nem tampouco se fala em renda familiar ou faturamentos máximos. É possível que uma pessoa natural, mesmo com boa renda mensal, seja merecedora do benefício, e que também o
seja aquele sujeito que é proprietário de bens imóveis, mas não dispõe de liquidez. A gratuidade judiciária é um dos mecanismos de viabilização do acesso a justiça; não se pode exigir que, para ter acesso a justiça, o sujeito tenha que comprometer significativamente sua renda, ou tenha que se desfazer de seus bens, liquidando-os para angariar recursos e custear o processo. (DIDIER JR. Fredie. OLIVEIRA, Rafael Alexandria de. Benefício da Justiça Gratuita. 6ª Ed. Editora JusPodivm, 2016, pg.60)”
III – Nos termos do art. 300 do CPC, a tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.
A tutela provisória de urgência é instituto que permite ao Poder Judiciário efetivar, de modo célere e eficaz, a proteção dos direitos pleiteados na inicial, estando sua concessão condicionada à demonstração de elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo, bem como à reversibilidade dos efeitos da decisão. Neste caso, a não concessão da tutela antecipada ao agravante, pode causar-lhe inúmeros prejuízos visto que encontra-se desempregado, não podendo assim, comprometer o seu sustendo e de sua família.
Por estes motivos também requer o agravante, a concessão de efeito suspensivo e/ou antecipação dos efeitos da tutela recursal. O agravo de instrumento, como regra, não tem efeito suspensivo (cf. regra geral prevista no art. 995 do CPC/2015). De acordo com o art. 1019, I CPC “o agravo de instrumento no tribunal e distribuído imediatamente, se não for o caso de aplicação do art. 932, incisos III e IV , o relator, no prazo de 5 (cinco) dias:
I - poderá atribuir efeito suspensivo ao recurso ou deferir, em antecipação de tutela, total ou parcialmente, a pretensão recursal, comunicando ao juiz sua decisão;”
IV - Conclusão e pedido:
Por todo o exposto, o agravante requer que o recurso seja conhecido, que seja liminarmente deferida a antecipação de tutela da pretensão recursal para_______, e que, após a apresentação de contrarrazões pela parte agravada, se assim o quiser, seja
dado provimento integral ao recurso para reformar a decisão impugnada, confirmando a antecipação de tutela que se espera seja liminarmente deferida.
Nestes termos,
Pede e espera deferimento. Porto Alegre/RS, 27 de maio de 2022. 
Rui Barbosa
OAB 001
Caso 06: execução Paulo contraiu empréstimo pessoal de Tiago em 15/12/2016, no montante de R$45.000,00 (quarenta e cinco mil reais), comprometendo-se a pagar o valor em 10 vezes de R$5.000,00 (cinco mil reais). Ambos são residentes em Porto Alegre/RS. Ocorre que Paulo conseguiu pagar quatro prestações, conforme ajustado, deixando de pagar a dívida a partir da quinta parcela, inclusive, em razão de ter perdido o emprego. Posteriormente, considerando a recolocação de Paulo no mercado, este empreendeu esforços e tratativas de acordo com Tiago, firmando, em 10/01/2019, uma confissão de dívida reconhecendo dever-lhe o valor de 30.000,00 (trinta mil reais), instrumento este que foi assinado por duas testemunhas, Mariana de 17 anos, assistida por sua mãe, e Rodrigo, de 21 anos. Ajustaram que o pagamento seria feito em cinco parcelas de R$6.000,00 (seis mil reais), com vencimentos para os dias 15 de cada mês subsequente. Ocorre que, novamente, Paulo restou inadimplente, pagando apenas uma das parcelas, no mês de fevereiro de 2019, não realizando o pagamento das demais na data aprazada. Sabe-se que Paulo é proprietário de um automóvel Gol, avaliado em 19.000,00 (dezenove mil reais), e que possui 20.000,00 em conta poupança. Diante desta situação, na condição de advogado(a) contratado por Tiago, faça a medida jurídica adequada para satisfação de seu direito.
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA	VARA CÍVEL DO FORO DA COMARCA DE PORTO ALEGRE/RS
TIAGO, exequente, nacionalidade, estado civil, profissão, inscrito no CPF/ MF sob o no , portador da cédula de identidade RG no , domiciliado e residente na cidade de Santos, Estado de São Paulo, na rua , no , bairro , CEP , [endereço eletrônico], [contato WhatsApp nº], vem respeitosamente perante Vossa Excelência por intermédio de seu advogado e bastante procurador (a) infra-assinado (a), com a mencionada procuração inclusa (cópia anexa - nº 01 - procuração), propor:
AÇÃO DE EXECUÇÃO POR QUANTIA CERTA CONTRA DEVEDOR SOLVENTE Como lhe faculta,
conforme e com fulcro no art. 827 e ss., do CPC, amparado pelo título executivo extrajudicial com previsão no art. 784, III, do mencionado diploma civilista, em face de PAULO, executado, nacionalidade, estado civil, profissão, inscrito no CPF/ MF sob o no , portador da cédula de identidade RG no , domiciliado e residente na cidade de Peruíbe, Estado de São Paulo, na rua , no , bairro , CEP , [endereço eletrônico], [contato WhatsApp nº], pelas razões de fato e de direito fundamentados e descritos a diante:
DOS FATOS E DO DIREITO
Paulo contraiu empréstimo pessoal de Tiago em 15/12/2016, no montante de R$45.000,00 (quarenta e cinco mil reais), comprometendo-se a pagar o valor em 10 vezes de R$5.000,00 (cinco mil reais).
Ambos são residentes em Porto Alegre/RS. Ocorre que Paulo conseguiu pagar quatro prestações, conforme ajustado, deixando de pagar a dívida a partir da quinta parcela, inclusive, em razão de ter perdido o emprego.
Posteriormente, considerando a recolocação de Paulo no mercado, este empreendeu esforços e tratativas de acordo com Tiago, firmando, em 10/01/2019, uma confissão de dívida reconhecendo dever-lhe o valor de 30.000,00 (trinta mil reais), instrumento este que foi assinado por duas testemunhas.
Mariana de 17 anos, assistida por sua mãe, e Rodrigo, de 21 anos. Ajustaram que o pagamento seria feito em cinco parcelas de R$6.000,00 (seis mil reais), com vencimentos para os dias 15 de cada mês subsequente. Ocorre que, novamente, Paulo restou inadimplente, pagando apenas uma das parcelas, no mês de fevereiro de 2019, não realizando o pagamento das demais na data aprazada
Ademais, o exequente sabe que Paulo é proprietário de um automóvel Gol, avaliado em 19.000,00 (dezenove mil reais), e que possui 20.000,00 em conta poupança.
A relação jurídica estabelecida, livremente entre as partes se deu por intermédio de contrato particular e escrito, de compra e venda (cópia anexa - nº 02 – contrato de compra e venda) assinado, além das partes, em que uma delas é o devedor, também pelas duas testemunhas. O que constitui por si só em 1título executivo extrajudicial nos termos do art. 784, III, do CPC, basilar à propositura da ação.
Art. 784. São títulos executivos extrajudiciais:
III - o documento particular assinado pelo devedor e por 2 (duas) testemunhas;
Art. 827. Ao despachar a inicial, o juiz fixará, de plano, os honorários advocatícios de dez por cento, a serem pagos pelo executado.
A presente execução direta, em que pese sem a necessidade do trâmite pelo procedimento comum, a partir do 1título explicitado tende, assim, com fulcro possibilitar que o exequente da ação, na posse deste venha buscar ver satisfeito o cumprimento do pagamento do seu crédito líquido, certo e exequível ao propor, atinente à inteligência do art. 781, I, CPC no foro de domicílio do executado a corrente ação de execução inicialmente nominada.
Art. 781. Aexecução fundada em título extrajudicial será processada perante o juízo competente, observando-se o seguinte:
I - a execução poderá ser proposta no foro de domicílio do executado, de eleição constante do título ou, ainda, de situação dos bens a ela sujeitos;
O contrato particular e escrito, de compra e venda, nos termos do art. 784, III, do CPC foi regularmente assinado pela parte devedora e por duas testemunhas perfazendo-se como título executivo extrajudicial válido.
Ademais, insta salientar que a testemunha maior de 16 anos, conforme art 228 do CC pode ser testemunha, inclusive os que são proibidos, podem ser autorizados judicialmente. A testemunha foi legalmente assistida.
Art. 228. Não podem ser admitidos como testemunhas:
I - os menores de dezesseis anos;
Com a obrigação líquida, certa e exigível demonstrada até a data da presente propositura, com o valor devido, bem como a memória de cálculo, respectivos apontamentos constando inclusos na cópia da planilha de cálculo atualizada anexa (cópia anexa - nº 03 – planilha de cálculo atualizada);
Art. 389. Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de advogado.
Art. 406. Quando os juros moratórios não forem convencionados, ou o forem sem taxa estipulada, ou quando provierem de determinação da lei, serão fixados segundo a taxa que estiver em vigor para a mora do pagamento de impostos devidos à Fazenda Nacional.
Por fim, na inteligência do art. 824, e ss., do CPC, que se refere à parte procedimental da execução conclui-se, que o objetivo do deslinde é o pagamento da dívida expressa no título extrajudicial válido, atualizada e de valor líquido, certo e exigível. Em que pese após o ajuizamento da ação e a citação do devedor para pagamento em 3 (três) dias, os atos que
integrem o procedimento em tela “consistam, especialmente, na expropriação dos bens do executado (...) e a entrega do pagamento ao exequente”. Concluído no todo o descrito e fundamentado, passamos à fixação dos limites da lide a seguir.
DOS PEDIDOS:
Face ao exposto, fartamente desenvolvido, descrito e fundamentado, o exequente requer de
V. Exa.:
a) Citação do executado, pelo correio – art. 247, CPC (3 dias para pagar, art. 829, CPC);
b) Na hipótese de não pagamento, seja realizada a penhora dos seguintes bens (art. 824, §2º, CPC): Dinheiro existente em conta, indicando penhora online da poupança do devedor (ordem de preferência – art. 835, CPC + S. 417, STJ: R$20.000,00 em conta poupança, art. 854 e ss., CPC); Sendo insuficiente, requer a penhora no automóvel Gol, avaliado em 19.000,00 (dezenove mil reais);
c) Não sendo encontrado o executado, que se proceda ao arresto dos bens encontrados, tantos quantos bastem para garantir a execução, inclusive por meio eletrônico (art. 830, CPC);
d) Que conste no mandado de citação que será lícito ao executado, independentemente de penhora, apresentar embargos, se entender (art. 914, CPC);
e) Requer que as intimações sejam feitas em nome do advogado que firma a presente. Valor da causa: R$ 24.000,00
Nestes termos, pede e espera deferimento. Porto Alegre/RS, 19 de junho de 2022.
Jeaninne Machado Botega/ xxx.xxx

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