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As teorias cognitivo-comportamentais 11/03/2022 Turma 3046 As teorias cognitivo-comportamentais O modelo da contingência operante As teorias cognitivo-comportamentais • A maior parte de nossos comportamentos são emitidos. • Se estou com calo,r e quero me refrescar, posso sair à rua, ou ligar um ventilador, ou tomar um banho frio. Todos esses são comportamentos emitidos para satisfazer a necessidade de diminuir ou eliminar o incômodo causado pelo calor. • Numa sala de aula, uma aluna que tenha uma dúvida sobre o tema apresentado pela professora pode levantar a mão e fazer uma pergunta, ou perguntar a um colega, ou pesquisar no Google. Todos esses são comportamentos emitidos para satisfazer a necessidade de dirimir a dúvida que ocorreu à aluna. Comportamentos operantes (ou emitidos, ou voluntários) As teorias cognitivo-comportamentais Comportamentos operantes (ou emitidos, ou voluntários) Todo comportamento emitido é determinado pelo ambiente, mais especificamente, pelas mudanças que ele causa no ambiente. Tais comportamentos são conhecidos como operantes, termo que foi cunhado por Skinner. Parei aqui em 11/03 As teorias cognitivo-comportamentais Comportamento respondente X comportamento operante O comportamento reflexo é determinado pelos estímulos anteriores, que atuam como disparadores do comportamento. Diz-se, então, que o estímulo eliciou a resposta. Entretanto, a maioria dos comportamentos é emitida, não sendo disparados por estímulos antecedentes. O que se percebe, na verdade, é que a frequência do comportamento varia conforme as consequências que ele produz. Comportamento Respondente S → R (Uma alteração no ambiente elicia uma resposta no organismo) Comportamento Operante R → C (uma resposta emitida pelo organismo produz uma alteração no ambiente) As teorias cognitivo-comportamentais Enquanto que, no comportamento respondente, o estímulo (S) elicia uma resposta (R), no comportamento operante é a resposta que gera uma modificação no ambiente, uma consequência (C). No primeiro, a ocorrência da resposta está atrelada às características do estímulo e de sua apresentação (como na lei de relação entre intensidade e magnitude), mas no segundo a frequência de comportamentos emitidos dependerá das consequências que eles produzem no ambiente. Exemplo: o choro da criança pode ser tanto um comportamento respondente quanto um comportamento operante; deve ser analisada a situação de emissão do mesmo. Comportamento respondente X comportamento operante Menino chorando: machucou-se ou está de birra? As teorias cognitivo-comportamentais Ao se constatar que são as consequências que permitem controlar a frequência do comportamento, pode-se então manipular tais efeitos, com o intuito de controlar o comportamento emitido. Qualquer comportamento operante é influenciado pelo que produz no ambiente, seja ele adequado e aceito socialmente, seja ao contrário, um comportamento inadequado. Comportamento respondente X comportamento operante As teorias cognitivo-comportamentais É com a investigação de relações operantes, a partir do final da década de 1930, que a abordagem skinneriana começou a assumir seus contornos definitivos, dando origem ao programa de pesquisas que viria a exercer grande impacto na Psicologia Experimental das três décadas seguintes. Comportamento respondente X comportamento operante As teorias cognitivo-comportamentais Desenvolvendo a Lei do Efeito, postulada por E. Thorndike, Skinner classifica as consequências de acordo com o efeito das mesmas sobre o comportamento operante emitido pelo sujeito. Dessa maneira, as consequências podem ser classificadas como: Reforço - que é “um tipo de consequência do comportamento que aumenta a probabilidade de um determinado comportamento voltar a ocorrer”. A relação entre o comportamento e a consequência reforçadora é chamada de contingência de reforço, e pode ser expressa pela expressão “se R, então C”. Se o rato pressiona a barra, então ele recebe comida. Sendo “R” a resposta emitida e “C” a consequência. Deve-se ressaltar que algo só pode ser considerado reforçado quando ele aumenta as chances de uma determinada resposta. Ou seja, é na relação R → C que se pode determinar se algo é reforçador ou não. Comportamento operante As teorias cognitivo-comportamentais O conceito de reforço é descritivo, ou seja, ele nomeia a relação estabelecida entre o comportamento e o ambiente no qual ele ocorre. Para se identificar uma relação de reforço é necessário que essa inclua três componentes: 1. As respostas devem ter consequências. 2. Sua probabilidade deve aumentar (isto é, as respostas devem-se tornar mais prováveis do que quando não tinham essas consequências). 3. O aumento da probabilidade deve ocorrer porque a resposta tem essa consequência e não por outra razão qualquer. Comportamento operante - Reforço As teorias cognitivo-comportamentais O conceito de punição também é descritivo, ou seja, ele nomeia a relação estabelecida entre o comportamento e o ambiente no qual ele ocorre. Para se identificar uma relação de punição é necessário que essa inclua três componentes: 1. As respostas devem ter consequências. 2. Sua probabilidade deve diminuir (isto é, as respostas devem-se tornar menos prováveis do que quando não tinham essas consequências). 3. A diminuição da probabilidade deve ocorrer porque a resposta tem essa consequência e não por outra razão qualquer. Comportamento operante - Punição As teorias cognitivo-comportamentais Comportamentos operantes (ou emitidos, ou voluntários) As teorias cognitivo-comportamentais Condicionamento operante EV1 Slide 13 EV1 Edson Vizzoni; 20/04/2020 As teorias cognitivo-comportamentais Reforçadores primários X reforçadores secundários Acerca dos efeitos reforçadores de determinadas consequências, uma distinção importante é feita entre reforçadores naturais e arbitrários, que também podem ser denominados reforçadores primários e secundários. A diferença básica entre essas duas categorias de reforços é que os primários são naturais enquanto os secundários são aprendidos. Um dos mais importantes reforços primários do ser humano é a atenção, enquanto um dos mais importantes reforços secundários do ser humano é o dinheiro. As teorias cognitivo-comportamentais Reforçadores primários X reforçadores secundários Ao se estabelecer um reforço, deve-se compreender que os efeitos não incidem somente no comportamento reforçado, aumentando sua frequência, mas também sobre outros comportamentos, diminuindo sua frequência. Assim, quando o ratinho aprende que ao apertar a barra ele ganha água ou comida, ele deixa de explorar a caixa de Skinner, limpar-se etc., e passa somente a pressionar a barra. Além disso, há também uma diminuição da topografia da resposta reforçada. Topografia significa que o mesmo comportamento pode ser realizado de formas diferentes. No início do condicionamento, o ratinho pressiona a barra de várias maneiras: com a pata direita, com a pata esquerda, subindo na barra, entre outros. Com o estabelecimento do efeito reforçador, a tendência é que o comportamento seja realizado da mesma forma na próxima vez. Isso também ocorre no cotidiano das pessoas, de modo que muitos comportamentos tidos como automáticos são fruto de um processo de condicionamento. As teorias cognitivo-comportamentais Esquemas de reforçamento Esquemas de reforçamento Contínuo Parcial Ritmo Fixo Variável Intervalo Fixo Variável As teorias cognitivo-comportamentais Extinção Operante O processo de extinção operante mostra que os efeitos do reforçamento no comportamento não são permanentes, e só são mantidos frente à manutenção da relação reforçadora. Entretanto, percebe-se que o processo de extinção não se realiza imediatamente com a retirada da consequência reforçadora. O tempo que se leva desde a retirada do reforçador até a volta do comportamento aos níveis normais anteriores ao reforçamentoé variável. As teorias cognitivo-comportamentais Resistência à extinção É na história de aprendizagem que se pode compreender tal fenômeno. Essa história se refere aos reforçamentos que foram se estabelecendo ao longo da vida do organismo. O que se percebe é que três fatores são importantes para se entender a resistência à extinção de um determinado comportamento: 1. Número de reforçamentos anteriores: quanto mais um comportamento for reforçado, até o momento da suspensão do reforçador, mais difícil será sua extinção; 2. Custo da resposta: Quanto maior o esforço necessário para se emitir um comportamento, mais fácil ele é extinto; 3. Esquemas de reforçamento: Existem diferentes formas de se realizar um reforçamento operante. As teorias cognitivo-comportamentais Recuperação espontânea O processo de extinção também não é contínuo. Há que se considerar um fenômeno chamado recuperação espontânea. Após um tempo depois da realização do processo de extinção, a emissão do comportamento pode retornar em uma frequência mais alta que anteriormente. As teorias cognitivo-comportamentais Outros efeitos Além da recuperação espontânea, outros efeitos podem ser notados em um processo de extinção: Aumento da frequência da resposta no início da extinção (jorro de resposta): Quando se retira o reforçador, a frequência da resposta emitida aumenta rapidamente, antes de diminuir; Aumento da variabilidade topográfica: durante o reforçamento, a variabilidade da forma na qual o organismo responde (topografia) tende a diminuir. Já no início do processo extinção ocorre o oposto. Imagine que, ao apertar a campainha, ninguém atendesse a porta. Você começa a apertar mais forte, a bater na porta, e a chamar o nome do morador; Eliciação de respostas emocionais: Retome o exemplo da campainha. Além de você apertar mais vezes, e tentar chamar a pessoa de outras formas, você pode começar a se sentir irritado ou mesmo frustrado por ninguém lhe atender. O processo de extinção provavelmente elicia diversas respostas emocionais. As teorias cognitivo-comportamentais Questão 01: Paulo era uma criança de 21 meses, fisicamente muito fraca e necessitando de muito cuidado especial, como consequência de uma séria enfermidade sofrida durante os primeiros 18 meses de vida. Agora, como já garantira o médico, sua saúde havia melhorado bastante, entretanto, ele continuava a exigir muita atenção e cuidado, impondo os seus desejos com um comportamento de birra, especialmente à noite. Sistematicamente, quando colocado na cama, fazia birra, desde que seus pais deixassem o quarto antes que ele já tivesse dormido. Os pais perceberam que o menino protelava o sono pelo máximo de tempo que aquentasse, exercendo assim grande controle sobre eles. Podemos dizer que Paulo aprendeu a controlar seu ambiente. O nome do conceito que vai demonstrar como Paulo adquiriu esse padrão de comportamento é: a. Condicionamento Respondente b. Modelagem c. Modelação d. Reflexo Condicionado e. Punição Negativa EXERCÍCIOS As teorias cognitivo-comportamentais Questão 02: Esta profissão precisa de se dizer e de se contar: é uma maneira de compreendê-la em toda a sua complexidade humana e científica. É que ser professor obriga a opções constantes, que cruzam a nossa maneira de ser com a nossa maneira de ensinar, e que desvendam na nossa maneira de ensinar a nossa maneira de ser. (Antonio Nóvoa) A fala poética de Antonio Nóvoa reproduz um conceito bastante interessante relacionado ao comportamento. A maneira de ser e a maneira de ensinar se constituem como formas de comportamento. Considerando que o professor em sala de aula, emite respostas, e estas produzem alterações no ambiente, na ocasião de alguém lhe fazer uma pergunta, e sua resposta for precisa (não deixando dúvidas ao interlocutor), é bem provável que na próxima vez que lhe fizerem a mesma pergunta, o professor responda da mesma forma. Tal situação expressa a ideia do: I. Condicionamento Operante, através da modelação II. Condicionamento Respondente, através do condicionamento clássico III. Condicionamento Operante, através de um reforçador É correto o que se afirma em a. I, apenas. b. II, apenas. c. III, apenas. d. II e III, apenas. e. I e III, apenas. EXERCÍCIOS As teorias cognitivo-comportamentais REFERÊNCIAS MOREIRA, M. B.; MEDEIROS, C. A. Princípios básicos de análise do comportamento. 2. ed.. Porto Alegre: Artmed, 2019. Capítulo 9 Sobre o controle aversivo. Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=IguNUhxKNCg Acesso em 01/06/2020. B.F. Skinner at the APA Annual Convention 8/10/1990 (Apresentação de Skinner na Associação de Psicologia Norte Americana). Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=obsqiCg1p2Y Acesso em 01/06/2020.
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