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AULA 5 SISTEMAS DE INFORMAÇÕES GERENCIAIS – SIG Prof. Carlos Costa Cedro 2 TEMA 1 – INDÚSTRIA 4.0 Há muito tempo, a humanidade tem buscado novas formas de melhorar e aumentar a produção. Esse é o principal motivador da indústria 4.0: padronizar, melhorar e potencializar a manufatura através do uso de tecnologias emergentes. Para entender o que á a indústria 4.0, precisamos primeiramente relembrar a evolução da revolução industrial ao longo do tempo. Esse movimento iniciou na primeira Revolução Industrial, onde o uso de máquinas a vapor acelerou o processo produtivo que antes era artesanal. Já na segunda Revolução Industrial, o uso da eletricidade para ativar e iniciar os componentes da linha de produção trouxe ainda mais produtividade para as fábricas. Na terceira Revolução Industrial, durante o século 20, o uso da automação em processos repetitivos garantiu mais padronização e melhor performance das linhas de produção. Recentemente, vivemos uma nova revolução industrial, a indústria 4.0, que inclui a inteligência aos processos automatizados, que através das tecnologias habilitadoras, permite a tomada de decisão automática por sistemas informatizados. Essa é a principal diferença entre a terceira Revolução Industrial e a indústria 4.0, a máxima potencialização da automação do processo produtivo, através de sistemas informatizados inteligente, capazes de tomar decisões de maneira independente. Existem atualmente organizações que aplicam o conceito da indústria 4.0 para criar produtos altamente customizados para seus clientes, como tênis, sapatos e roupas feitos sob medida e até mesmo pranchas de surf projetadas para o tamanho da pessoa e o ambiente onde ela costuma praticar esse tipo de esporte. Segundo o site da ABDI (2019), são esperados os seguintes resultados da migração da indústria brasileira para o conceito 4.0: • Redução de R$ 73 bilhões por ano com os custos industriais. • Ganhos de eficiência de R$ 34 bilhões por ano. • Redução de custos de manutenção de máquina de R$ 31 bilhões por ano. • Economia de energia de R$ 7 bilhões por ano. Para possibilitar esses resultados, a indústria 4.0 é sustentada por seis princípios: 3 • Tempo Real: os dados da linha de produção são coletados ao mesmo tempo em que são gerados, ou seja, em tempo real. • Virtualização: a simulação da fábrica em um ambiente virtual, que replica os dados recebidos dos sensores existentes no ambiente produtivo, permite rastrear e monitorar os processos de manufatura. • Descentralização: a própria máquina é capaz de tomar algumas decisões e ajustar o curso do processo produtivo, baseada nos dados coletados na linha de produção em tempo real. • Orientação a serviços: os softwares são desenvolvidos com uma finalidade específica do processo produtivo, atendendo à um serviço específico, o que proporciona o baixo acoplamento. • Modularidade: permite a agilidade na configuração da linha de produção, ativando e desativando módulos conforme a demanda. • Interoperabilidade: todos os componentes de hardware e software presentes na linha de produção têm capacidade de se conectarem e compartilharem informações entre si. A indústria 4.0 eleva o potencial da automação nos processos produtivos fazendo o uso de várias tecnologias emergentes. Vamos conhecer algumas delas. 1.1 Rastreabilidade São componentes tecnológicos que permitem rastrear todo o ciclo de vida do produto, desde a criação até o descarte. Um exemplo é o uso dos Manufacturing Execution Systems (MES) que atualizam o estado de um suprimento desde que ele é recebido como matéria prima até ser transformado em produto. Outro exemplo de rastreabilidade é o uso de etiquetas eletrônicas em pallets e volumes transportados, possibilitando rastrear a logística de entrega durante todo o processo. 1.2 Visão artificial A visão artificial emprega técnicas computacionais que fazem com que o sistema informatizado enxergue objetos do mundo real. Um exemplo do uso da visão artificial poderia ser um sistema que, por meio de câmeras de alta resolução, é capaz de monitorar a linha de produção e realizar a inspeção de defeitos, como 4 uma etiqueta mau colada em um produto ou até mesmo a cor do líquido envasado em um recipiente. 1.3 Computação em nuvem A computação em nuvem, em inglês cloud computing, permite que grandes volumes de dados sejam armazenados e disponibilizados por meio da internet, comparado ao datacenter tradicional, traz uma série de benefícios, sendo o principal deles a redução de custos, já que o modelo é cobrado pelo uso, ou seja, a organização paga apenas pelo poder computacional que utilizou de fato. Outra característica importante da computação em nuvem é a elasticidade, que permite que o poder computacional seja aumentado ou diminuído conforme a demanda, isso é o que garante recursos ilimitados de processamento e armazenamento para os sistemas informatizados da fábrica. 1.4 Big data O big data utiliza dados de fontes internas e externas para gerar valor para a organização, entregando recomendações e tendências para a otimização dos processos. Um exemplo de utilização de big data na indústria 4.0, aliado à visão artificial, poderia ser o uso de câmeras em gôndolas de um supermercado, que envia em tempo real a informação sobre quais produtos são mais procurados no varejo e que usa essa informação para replanejar a produção da fábrica. 1.5 Simulação digital A simulação digital permite criar um ambiente virtualizado idêntico ao da planta da fábrica. Nesse ambiente virtual são realizadas simulações sobre a manufatura sem que seja necessário o uso de protótipos físicos e sem que seja necessário parar os processos produtivos durante os testes. Além da simulação nesse ambiente virtual, a simulação digital é capaz de recomendar alterações que otimizem os recursos da planta física, como pessoas, máquinas e energia. Uma das principais aplicações da simulação são os gêmeos digitais ou digital twins, em inglês, que permitem, por exemplo, visualizar em um modelo tridimensional como seria o produto acabado, depois do processo produtivo. Um exemplo típico do uso da simulação digital na indústria 4.0 é o uso dos gêmeos 5 digitais para identificar oportunidades de melhorias na programação e controle da produção (PCP). 1.6 Realidade aumentada A realidade aumentada introduz objetos virtuais no mundo real, possibilitando que o usuário aumente sua percepção da realidade. Atualmente, há vários produtos no mercado que fazem uso da realidade aumentada, como Google Glass e Microsoft Hololens, que adicionam informações obtidas da internet aos objetos que o usuário enxerga naquele momento. Um exemplo da aplicação da realidade aumentada na indústria 4.0 são os treinamentos em que, por meio de óculos de realidade aumentada e um smartphone, é possível realizar capacitar um operador sobre a operação de uma nova máquina, mesmo a distância. 1.7 Internet das coisas A internet das coisas ou internet of things (IoT) em inglês, conecta sensores digitais aos sistemas informatizados e permitem medir informações como temperatura, pressão, direção do vento e posição geográfica entre outros. Um exemplo de aplicação da internet das coisas na indústria 4.0 é o uso de sensores digitais, que são conectados fisicamente às máquinas da linha de produção. Com essas informações é possível prever quando aquela máquina pode apresentar algum tipo de falha. 1.8 CPS A sigla CPS vem do termo em inglês cyber physical systems, ou em sua tradução, sistemas físicos cibernéticos, e representa a conexão entre os mundos físico e virtual na indústria 4.0. Por exemplo, os dados coletados pelos sensores da internet das coisas são armazenados no big data e após processamento em tempo real, usando computação em nuvem, são apresentados objetos virtuais, como setas e faixas,que orientam o operador de uma máquina na linha de produção. 1.9 Manufatura aditiva A manufatura aditiva preenche uma lacuna em aberto dos processos de fabricação convencionais, e permite a criação de peças e componentes por meio da impressão tridimensional. 6 1.10 Manutenção preditiva A manutenção preditiva utiliza a informação produzida pelo sistema físico cibernético para prever a necessidade de manutenção de máquinas e equipamentos. TEMA 2 – MARKETING 4.0 A indústria 4.0 causou um processo de transformação digital no processo produtivo das fábricas; da mesma forma, o uso das tecnologias emergentes causou um processo de transformação no marketing tradicional dando início ao que é conhecido como marketing 4.0. Segundo Kotler (2016) “o marketing 4.0 trata da revolução digital. As empresas continuarão a fazer marketing tradicional, centrado na TV e na mídia impressa, mas o marketing digital (mídias sociais, mobile e internet) aumentará. As empresas precisam saber como misturar e conectar seu marketing tradicional e seu marketing digital”. Isso porque o perfil do consumidor mudou, a nova geração, conhecida como millenials cria suas relações de consumo pelo reconhecimento da marca como autoridade no assunto. O processo de vendas tradicional, baseado na exposição em massa do produto e nos canais de distribuição tem pouca efetividade na atração desse novo perfil de consumidor. Para atrair a atenção dos consumidores, as marcas precisam estar presentes nos meios digitais, como redes sociais e blogs, e gerar conteúdo relevante relacionado ao seu produto ou serviço. Um exemplo dessa mudança é o site de streaming Netflix, que mantém presença relevante nas redes sociais, produz conteúdos relevantes para os seus consumidores e usa tecnologias emergentes, como a inteligência artificial para criar uma experiência customizada para cada cliente, em que as sugestões de conteúdo são baseadas no perfil do cliente. Para atrair esse novo perfil de consumidor é preciso entender o funcionamento dessa nova relação de consumo, a qual exige que por meio da geração de conteúdo relevante a marca seja reconhecida como autoridade pelo consumidor para, a partir desse momento, iniciar o processo de venda. O marketing de atração, ou inbound marketing, em inglês, utiliza os pilares de marketing de conteúdo, SEO e estratégias de redes sociais para atrair, converter e encantar os clientes e está intimamente ligado ao marketing 4.0. O marketing digital utiliza tecnologia para aplicar as ações de marketing no ambiente digital, pelas 7 ferramentas como redes sociais, e-mail marketing, blogs e sites entre outros. O marketing digital é um dos mecanismos que possibilita a estratégia do marketing de atração. As principais tendências de tecnologia para o marketing digital nos próximos anos são: mobile marketing, videomarketing, big data, automação, whatsapp marketing, IGTV, relacionamento por bots, AMP, podcasts e imagens no Google. 2.1 Mobile marketing O estudo da Canal Tech (2020) mostra que 80% do tráfego de internet teve origem em dispositivos móveis, no fim de 2019. Essa informação mostra que a disponibilidade de conteúdo adequado para os dispositivos móveis é um fator importante para a estratégia de marketing de atração. O mobile marketing realiza avaliações nos conteúdos digitais, como sites, blogs e anúncios, para validar a responsividade, que garante que o layout da mídia será ajustado automaticamente de acordo com o tamanho da tela do usuário. 2.2 Videomarketing Sabemos que é preciso atrair a atenção do consumidor nessa nova relação de consumo do marketing 4.0. Portanto, é necessário estar presente onde o consumidor também está. A criação de páginas institucionais em sites de vídeo coo Vimeo e Youtube, possibilita maior engajamento dos consumidores e consequentemente maior relevância da marca – esse é o propósito do videomarketing. A utilização de conteúdo audiovisual em outras mídias digitais, como landing pages e e-mail marketing, contribuem substancialmente para o aumento da taxa de conversão e para o encantamento do consumidor. 2.3 Big data O big data possibilita a coleta de grandes volumes de dados, de diferentes fontes e formatos, como por exemplo, os posts de redes sociais. O processamento desses dados pode gerar uma vantagem competitiva para a organização pela da previsão e análise do posicionamento do mercado. 2.4 Automação A automação por robôs de software (RPA) é uma importante ferramenta para a automação de processos repetitivos da organização. Processos como 8 cadastramento de leads e envio de e-mail marketing, por exemplo, podem ser automatizados, dando maior rapidez na execução desses processos e aumentando a taxa de conversão dos leads. 2.5 WhatsApp marketing De acordo com o site do jornal O Estado de São Paulo, a quantidade de usuários do WhatsApp no Brasil passa dos 120 milhões (Estadão, 2017). Existe uma versão empresarial do aplicativo, chamada WhatsApp business que é gratuita. Esse aplicativo pode ser utilizado em estratégias de marketing digital, para o suporte ao consumidor e envio de promoções. Uma boa alternativa é utilizar a automação para melhorar o tempo de resposta para o consumidor. 2.6 Relacionamento por bots O crescimento do mercado de bots, apresentado na Figura 1, é um forte indicador de que a automação, baseada em robôs de software, é uma grande tendência, inclusive para a comunicação com usuários em redes sociais. Figura 1 – Crescimento do mercado de bots até 2025 Fonte: elaborado com base em Grand View Research, 2017. 9 Os bots podem ser utilizados para automatizar a comunicação por meio das redes sociais, fornecer respostas às perguntas frequentes e criar uma comunicação personalizada com cada consumidor. Existem diversas ferramentas no mercado que cumprem esse objetivo e que entregam como principal resultado aumento na taxa de conversão de leads da organização. 2.7 AMP O projeto acceletared mobile pages (AMP) é uma iniciativa conjunta das empresas Google, Linkedin, Pinterest e Twitter que fornece base tecnológica para melhorar o carregamento das páginas web, principalmente a partir de dispositivos móveis. O tempo de carregamento da página é um dos fatores de ranking do Google, aliado a uma boa estratégia de search engine optimization (SEO) pode melhorar a classificação dos canais digitais da organização, no mecanismo de busca do Google, e consequentemente aumentar a atração de leads. TEMA 3 – VAREJO 4.0 Os impactos da revolução digital, que impulsionaram a indústria e o marketing 4.0, são também observados no varejo, em que a tecnologia é empregada para criar uma experiência de compra única e customizada para cada cliente. Como a tecnologia deixou de ser um produto para se tornar um serviço, pequenas empresas podem consumir as mesmas tecnologias das grandes organizações, já que essas são cobradas pelo uso. Esse fator fez com que pequenos varejistas concorressem igualmente com grandes lojas, sob o aspecto tecnológico. Um exemplo é o uso de smartphones ou tablets para apresentar um estoque virtual ao consumidor, esse estoque inclusive pode não existir fisicamente na loja, melhorando, portanto, a oferta e a experiência de consumo, além de tornar cada vez mais desnecessário o investimento em grandes showrooms. O termo bespoke, que significa ter produtos customizados para cada cliente, como uma venda consultiva, é um dos pilares do varejo 4.0. Como o perfil do consumidor mudou ao longo do tempo, as lojas têm buscado proporcionar uma experiência única de compra, personalizada para cada cliente, ao invés de trabalhar como grandes depósitos de mercadoria onde os clientes tiram os seus pedidos. Com a alternativa do comércio eletrônico, as lojas precisam criar uma experiência prazerosa como diferencial de atração para os clientes.Para tanto, é 10 preciso entregar as mesmas vantagens do mundo digital no espaço físico, de maneira transparente ao consumidor. 3.1 Varejo 4.0 – exemplos práticos A tecnologia permite diversas ações que contribuem para a criação de uma experiência personalizada de compra para o consumidor. Vamos conhecer alguns exemplos práticos do uso da tecnologia no varejo 4.0. 3.1.1 Beacons Os beacons são dispositivos eletrônicos que podem transmitir informações para os smartphones dos consumidores, pela conexão bluetooth, melhorando ainda mais a experiência do consumidor. Os beacons podem ser usados para enviar cupons de desconto personalizados para consumidores próximos da loja. Outra aplicação próxima é o uso como mapas interativos que guiam o consumidor no espaço físico da loja. 3.1.2 Sensores de calor As informações de localização dos smatphones dos consumidores, obtidas por meio dos beacons, podem ser consolidadas e gerar um mapa de calor, com informações sobre quais espaços físicos da loja são os mais visitados e qual o caminho que os clientes mais utilizam dentro da loja. 3.1.3 Self-checkout Os meios de pagamento automáticos ampliam a experiência de autoatendimento nas lojas. Pelo self-checkout, ou pagamento automático, o consumidor pode pagar as suas compras sem precisar passar no caixa. Essa tecnologia utiliza reconhecimento facial para identificar os consumidores e QR Code ou etiquetas RFID para identificar os produtos consumidor. 3.4 Locker O locker é um armário inteligente que permite ao consumidor retirar suas compras na loja física, ou seja, o cliente pode comprar os itens pelo e-commerce e retirar os produtos na loja física sem nenhum contato humano. A demanda por 11 esse serviço cresceu exponencialmente devido à pandemia do covid-19. Por meio de sistemas de segurança baseados em tecnologia, a entrega do produto é feita sem contato físico o que mitiga o risco de contaminação. 3.1.5 PDV mobile O PDV mobile é um ponto de venda móvel, baseado em smartphone, que serve como alternativa para a fila dos caixas. Com o uso dessa tecnologia, o consumidor pode, com apoio de um funcionário, realizar o pagamento de suas compras sem precisar ir à fila do caixa. 3.1.6 Provadores interativos Os provadores interativos fazem uso da tecnologia de realidade aumentada para simular produtos sobrepostos à imagem real do consumidor. Essa é uma tecnologia muito útil para as lojas de vestuário, onde o consumidor pode projetar imagens de roupas e acessórios virtuais à sua imagem refletida em um espelho. 3.2 Tecnologias para o varejo 4.0 Existem várias tecnologias que apoiam as estratégias do varejo 4.0. Vamos conhecer as principais utilizadas atualmente. 3.2.1 Omnichannel O omnichannel é um conceito que busca entregar a mesma experiência para o consumidor, independentemente do canal de comunicação utilizado, seja ele físico ou virtual. Por exemplo, o consumidor pode enviar uma pergunta para a loja sobre determinado produto pelas redes sociais e, num momento, futuro visitar a loja física, onde o vendedor tem acesso à consulta feita anteriormente e pode dar sequência ao atendimento do cliente. 3.2.2 Big data O big data pode ser usado no varejo 4.0 para criar uma experiência customizada ao consumidor pelo entendimento do perfil de consumo deste, com base nas informações coletadas de diversas fontes, como as redes sociais. Por exemplo, é possível identificar por meio das imagens postadas nas redes sociais 12 do consumidor, quais são as marcas preferidas por ele, com isso é possível enviar mensagens sempre que novos produtos destas marcas estiverem disponíveis. 3.2.3 Inteligência artificial A inteligência artificial pode ser usada no varejo 4.0 para sugerir novos produtos para o cliente, com base em suas escolhas. Por exemplo, em uma loja de roupas, o consumidor pode ver uma blusa e receber sugestões de outras peças para combinar, com base nas preferências coletadas nas redes sociais do cliente. TEMA 4 – LOGÍSTICA 4.0 A logística 4.0 também usa tecnologias emergentes para aprimorar processos logísticos e suportar a indústria 4.0. Um dos objetivos é conectar toda a cadeia logística com i uso de tecnologias, reduzindo custos e aumentando a produtividade. O principal pilar da logística 4.0 usar plataformas abertas que integram gêmeos digitais das indústrias, modais de transportes, informações sobre estradas e outras informações necessárias para o processo logístico, em uma estrutura conectada pela computação em nuvem, que permite monitorar em tempo real a cadeia logística e seus recursos compartilhados. Essas plataformas hospedam o comércio eletrônico B2B, que integra pequenas e médias empresas ao processo logístico, para aumentar a eficácia de todo o processo. Por exemplo, um armazém automatizado pode executar ações automaticamente, como enviar pedidos de compras de novos insumos de produção, com base em sensores e informações existentes sobre o estoque, alinhados à programação de produção. A Amazon é um dos líderes em comércio eletrônico mundial e tem feito o uso da logística 4.0 para criar uma experiência única para o consumidor, como o uso de drones para a entrega de encomendas e também o uso de um aplicativo que permite ao cliente abrir o porta-malas de seu carro para que o entregador deixe o produto. O uso dessas tecnologias reduz custos, traz maior produtividade da cadeia logística e consequentemente aumenta a satisfação do cliente. Vamos ver agora algumas das principais tecnologias utilizadas na logística 4.0. 4.1 Gêmeos digitais O uso dos gêmeos digitais permite simular diversas configurações diferentes para o espaço físico disponível na fábrica, com isso é possível descobrir a melhor configuração para o planejamento logístico. 13 4.2 Internet das coisas O uso de sensores nos armazéns automatizados permite maior controle sobre os produtos transportados. Por exemplo, sensores de peso, umidade, luz e calor, com o apoio da visão artificial, podem identificar se determinado volume está ou não dentro das especificações de qualidade durante todo o processo logístico e assim adiantar eventuais problemas para o cliente. 4.3 Aprendizado de máquina O aprendizado de máquina pode ser utilizado para capacitar sistemas de informações gerenciais, que suportam o processo logístico, a tomar decisões em tempo real, por exemplo, sobre o controle do estoque mínimo de segurança, com base em informações externas como lead time do fornecedor e disponibilidade de determinada matéria-prima. TEMA 5 – ESTUDO DE CASO Com base no que vimos até o momento, você é capaz de resolver os estudos de casos fictícios abaixo e escolher qual a melhor abordagem tecnológica para cada um dos problemas apresentados? 5.1 Estudo de caso 1: fábrica de alimentos Você é o novo gerente de produção de uma fábrica de alimentos. A fábrica produz produtos alimentícios perecíveis que são comercializados para clientes do país inteiro. Recentemente, sua organização foi a vencedora de um edital de licitação que prevê o fornecimento desses alimentos para escolas da rede pública federal de ensino. Essas unidades de ensino estão distribuídas nas cidades do interior dos estados do Centro-Oeste. O edital prevê a aplicação de multa caso sua organização não entregue os produtos nos prazos estabelecidos. Uma das grandes dificuldades logísticas na Região do Centro-Oeste é a malha rodoviária, que pode prejudicar o cumprimento deste prazo. Qual(is) alternativa(s) a seguir você escolheria como provável(is) solução(ões) para esse problema? a) Utilizar técnicas de aprendizado de máquina e inteligência artificial, para obter dados históricos sobre o tempo médio gasto em cada trajeto, média 14 de acidentes nas rodovias e previsão de fatores climáticos para fazer o planejamento logístico. b) Utilizar ainternet das coisas para conectar sensores aos veículos de transporte, para ter estimativa de entrega dos produtos atualizada em tempo real. c) Utilizar beacons em pontos estratégicos em cada unidade de ensino, com o objetivo de descobrir qual cardápio agrada mais os alunos, com base em um mapa de calor. 5.2 Estudo de caso 2: novo aplicativo de relacionamento Você é o novo gerente de marketing de uma startup de tecnologia, que desenvolveu um novo aplicativo de relacionamento e já conta com mais de 300 milhões de usuários. Uma situação comum atualmente é a cultura do cancelamento, onde grupos de influenciadores digitais contrários a alguma ação tomada por determinada marca promovem o cancelamento digital, que é o abandono da marca pelos seus usuários. Qual(is) alternativa(s) a seguir você escolheria como provável(is) solução(ões) para esse problema? a) Utilizar técnicas de big data para coletar dados das redes sociais sobre os principais influenciadores digitais, e com base nesses dados aplicar técnicas de aprendizado de máquina para destacar as principais palavras utilizadas nessas mídias por eles e, assim, traçar um plano de marketing que mitigue a questão do cancelamento digital. b) Criar um mecanismo de relacionamento por bots que seja capaz de avaliar as postagens feitas pelos usuários da sua rede de relacionamento, aplicar técnicas de inteligência artificial sobre essas postagens para disparar alertas em tempo real, caso seja identificada alguma postagem com conteúdo ofensivo ou discriminatório. c) Configurar seu site de relacionamento utilizando as técnicas de AMP para que o carregamento no dispositivo do usuário seja feito no menor tempo possível e assim melhorar a experiência do usuário com o aplicativo. 5.3 Estudo de caso 3: rede de lojas de vestuário Você foi contratado como gerente de tecnologia da maior rede varejista do setor vestuário nacional. Com o advento da pandemia do covid-19, você foi 15 instruído a buscar tecnologias que permitam a experiência de compra do consumidor com o mínimo contato humano possível. Qual(is) alternativa(s) a seguir você escolheria como provável(is) solução(ões) para esse problema? a) Utilizar PDV mobile e aumentar a quantidade de vendedores nas lojas físicas para eliminar a aglomeração nas filas dos caixas. b) Criar dispositivos de locker em todas as lojas físicas, para que os clientes possam retirar os produtos comprados pelo site de comércio eletrônico, sem a necessidade de contato humano com os funcionários das lojas. c) Desenvolver recursos que favoreçam o autoatendimento, para que os clientes possam encontrar informações sobre os produtos, receber cupons de promoção e realizar o pagamento por conta própria. 16 REFERÊNCIAS ABDI. Indústria 4.0. Agenda da Indústria 4.0. 2019. Disponível em: <http://www.industria40.gov.br/>. Acesso em: 05 jul. 2021. ESTADÃO. Empresas. Jornal O Estado de São Paulo. 2017. Disponível em: <https://link.estadao.com.br/noticias/empresas,whatsapp-chega-a-120-milhoes- de-usuarios-no-brasil,70001817647>. Acesso em: 05 jul. 2021. PHILIP KOTLER, H. K. I. S. Marketing 4.0: Moving from Traditional to Digital. 1. ed. [S.l.]: John Wiley & Sons, 2016. RESEARCH, G. V. Market analysis report. Chatbot Market Size, Share, Trends, Industry Report, 2025. 2017. Disponível em: <https://www.grandviewresearch.com/indu stry-analysis/chatbot-market>. Acesso em: 05 jul. 2021. TECH, C. Mercado. Canal Tech. 2020. Disponível em: <https://canaltech.com.br/mercado/80-trafego-internet-dispositivos-moveis- mundo-2019-159562/>. Acesso em: 05 jul. 2021.
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