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* * GESTÃO AMBIENTAL: conceitos e perspectivas Prof. Serigne Ababacar Cisse Ba UFG- Catalão –março/abril 2012 * * DESDE OS PRIMÓRDIOS A Gestão Ambiental surgiu como alternativa de busca de sustentabilidade dos ecossistemas antrópicos, (é aquele em que a ordem nativa foi drasticamente substituída por uma ordem humana a ponto de, muita vez, desaparecer) harmonizando suas interações com os ecossistemas naturais (é uma unidade natural consistindo de todas as plantas, animais e micro-organismos (fatores bióticos) em uma área funcionando em conjunto com todos os fatores físicos não-vivos (abióticos) do ambiente. Amadurecido, o conceito tomou configuração definitiva e um caráter consensual. * * CONTROVÉRSIAS G.A. não é uma atividade filantrópica; G.A. não é tema restrito apenas para ecologistas ou ambientalistas; G.A é uma atividade propiciadora de ganhos financeiros para as empresas entre outros. * * A RELAÇÃO EXISTENTE A GESTÃO ECOLÓGICA, BASE PARA A GESTÃO AMBIENTAL É UMA DISCIPLINA A FAVOR DO CRESCIMENTO ECONÔMICO, MAS, IMPLICA REJEITAR A BUSCA DESENFREADA DO CRESCIMENTO ECONÔMICO IRRESTRITO, ENTENDIDO EM TERMOS PURAMENTE QUANTITATIVOS, COMO MAXIMIZAÇÃO DO LUCRO E DO PIB. * * ENQUANTO QUE... A G.A. EVOLUIU HISTORICAMENTE DAS DEMANDAS ASSOCIADAS AOS SISTEMAS DE SANEAMENTO BÁSICO, EM VIRTUDE DO CRESCIMENTO DAS METROPOLES. DAÍ, COMEÇOU-SE A VERIFICAR O AVANÇO DA COMPREENSÃO DA RELAÇÃO ENTRE OS SERES HUMANOS E O MEIO AMBIENTE QUE PODE SER CONDUZIDA ATRAVÉS DO PROCESSO DE GESTÃO AMBIENTAL. * * REQUISITOS NECESSÁRIOS PROFUNDO ENTENDIMENTO DAS DINAMICAS QUE ENVOLVEM AMBOS OS TIPOS DE ECOSSISTEMAS (antrópicos e naturais), POIS, OS PROCESSOS HUMANOS, QUE ENVOLVEM ASPECTOS SOCIAIS, ECONOMICOS E CULTURAIS DE CADA REGIÃO, ESTÃO EM CONSTANTE INTERAÇÃO COM OS PROCESSOS NATURAIS; TEM QUE SE LEVAR EM CONSIDERAÇÃO A PERCEPÇÃO DOS VÁRIOS AGENTES ENVOLVIDOS NO PROCESSO (DECISORES – INVESTIDORES, GOVERNO, STAKEHOLDERS, CONSUMIDORES, EMPREGADOS) CUJOS INTERESSES COSTUMAM SER CONFLITANTES; * * ISSO ENVOLVE... APTIDÃO DE LIDAR COM COMPLEXIDADE; LIDAR COM LIMITAÇÕES DE TIPO: DISTRIBUIÇÃO DE RENDA DESIGUAL; PLANEJAMENTO FAMILIAR; ESTRUTURA FUNDIÁRIA BEM DESCENTRALIZADA; SISTEMA EDUCACIONAL DE QUALIDADE; REESTRUTURAÇÃO DA MATRIZ ENERGÉTICA, CONSUMO CONSCIENTE ETC.. * * E TAMBÉM... A INCORPORAÇÃO DO PÚBLICO NO PRIVADO E NÃO-GOVERNAMENTAL (ONG´S, OSCIP´S, ASSOCIAÇÕES ETC.) NA BUSCA DE UMA GESTÃO COMPARTILHADA ENTRE OS DIFERENTES AGENTES ENVOLVIDOS E ARTICULADOS EM SEUS DIFERENTES PAPÉIS). * * DAÍ... A PREOCUPAÇÃO COM O MEIO AMBIENTE DEIXOU DE SER UMA FUNÇÃO EXCLUSIVA DE PROTEÇÃO PARA TORNAR-SE TAMBÉM UMA FUNÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO. ISSO REQUER MUDANÇA DE PARADIGMAS, DA CULTURA ORGANIZACIONAL ENTRE OUTROS.. * * HISTORICO E PARADIGMAS DO PROCESSO DE GESTÃO AMBIENTAL ATÉ A DÉCADA DE 70, O PARADIGMA IMPERANTE ERA DISPERSAR OS POLUENTES PRODUZIDOS O MAIS LONGE POSSÍVEL DA FONTE GERADORA; (POSTURA AMADORA); DAS DÉCADAS DE 70 A 80, COMEÇOU A EXISTIR UM CONTROLE AMBIENTAL DE FIM DE LINHA (FIM-DE-TUBO); INVESTIMENTOS EM PROCESSOS DE TRATAMENTO DE RESIDUOS SÓLIDOS, EFLUENTES LÍQUIDOS E EMISSÕES ATMOSFÉRICAS; (POSTURA REATIVA); DÉCADA DE 90 EM DIANTE, ÊNFASE NOS PROCESSOS DE PREVENÇÃO DA POLUIÇÃO, LEVANDO A INVESTIMENTOS EM PRODUÇÃO MAIS LIMPA (P+L) VISANDO MAXIMIZAR O USO DAS MATÉRIAS-PRIMAS NOS PROCESSOS. POLUIÇÃO PASSA A SER SINONIMO DE UM DESPERDÍCIO QUE A ORGANIZAÇÃO NÃO PODE SE DAR O LUXO DE MANTER. (POSTURA PRO-ATIVA) * * Com isso, chegou-se a formas de: Empresas em Estágio Passivo – que não cumprem regulamentação, consideram a questão ambiental como redução do lucro, e não realizam investimentos. São sempre fiscalizadas, multadas, perdem mercado, têm considerados passivos ambientais, elevados riscos de acidentes com graves consequências humanas, econômicas e financeiras etc.. * * E.. Empresas em estágio reativo – que buscam cumprir a lei e postergar ao máximo os investimentos em controle ambiental. Estão sujeitas a multas, se expõem aos concorrentes, tem riscos menores de acidentes, passivos etc.. * * E ..(aquelas...) Empresas em Estágio Proativo - que sabem que é melhor e mais barato “fazer certo desde o início”; gerenciam riscos e identificam inadimplências legais e as corrigem a tempo; possuem um SGA (Sistema de Gestão Ambiental) integrada às funções corporativas. Têm uma relação de parceria com órgãos ambientais, gerenciam riscos ambientais, racionalizam investimentos, têm produtos bem aceitos no mercado, possibilidade de ampliar seus mercados, atraem investidores e acionistas, têm acesso facilitado a financiamentos e seguros patrimoniais a preços reduzidos, negociam em bolsas. * * Gestão ou Gerenciamento ambiental A amplitude envolve diretamente questões estratégicas. Materializados através de posturas e ações altamente objetivas. GESTÃO AMBIENTAL INTEGRA: 1- A POLITICA AMBIENTAL: princípios doutrinários que conformam as aspirações sociais e ou governamentais no que concerne a regulamentação ou modificação no uso, controle, proteção e conservação do meio ambiente. * * 2- PLANEJAMENTO AMBIENTAL: é o estudo prospectivo que visa a adequação do uso, controle e proteção do ambiente as aspirações sociais expressas formalmente em uma política ambiental. 3 – GERENCIAMENTO AMBIENTAL: conjunto de ações destinado a regular o uso, controle, proteção e conservação do meio ambiente e a avaliar a conformidade da situação corrente com os princípios doutrinários estabelecidos pela política ambiental. * * Concluindo.... O gerenciamento ambiental na verdade é parte integrante da gestão ambiental, ou seja, gestão ambiental pressupõe uma política ambiental, o planejamento ambiental e o próprio gerenciamento ambiental. Este conceito é aplicável tanto ao processo de gestão ambiental em vários níveis de abrangência: municipal, estadual, regional e nacional. * * Diferenciando os conceitos Gestão e Gerenciamento ambiental têm portanto, um caráter bem diferente à medida que o processo de gerenciamento está associado a medidas de caráter mais tático na organização, enquanto a gestão implica em processo de ordem mais estratégica. O processo de gestão sempre implicará na implantação de políticas ambientais, enquanto o gerenciamento não necessariamente. * * Materializando o processo de Gestão ambiental Diagnóstico (características atuais da situação-problema); Objetivos claros (gestão da diferença existente); Visão de Prognóstico (cenários desejados); * * Porém... Cabe destacar que não existe um caminho ótimo no processo de gestão ambiental, mas sim o mais adequado para a realidade local; isso parte do princípio da EQUIFINALIDADE SISTEMICA . * * Instrumentos de Gestão Ambiental Aplicação do princípio POLUIDOR PAGADOR (quem fará a contabilidade ambiental?) Comando e Controle – implementação de acordo com a PNMA (Política Nacional de Meio Ambiente) que preza a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia a vida, visando assegurar, no pais, condições ao desenvolvimento socioeconômicos, aos interesses da segurança nacional e a proteção da dignidade da vida humana. O art 9 da lei estabelece os Instrumentos da PNMA: * * 1- Zoneamento ambiental; 2- Criação de área de proteção ambiental; 3- Licenciamento e revisão de atividades poluidoras; 4- Avaliação de Impactos Ambientais – EIA/RIMA; 5- Estabelecimento de padrões de qualidade Ambiental; 6- Cadastro Técnico Federal de atividades potencialmente poluidoras e usuários de recursos ambientais (IBAMA); 7- Cadastro Técnico Federal de atividades de Instrumento de Defesa Ambiental; 8- Penalidades disciplinares ou compensatórias em caso de não cumprimento das medidas necessárias a preservação ou correção da degradação ambiental. * * 9- Instituição do Relatório de Qualidade do Meio ambiente, a ser divulgado anualmente pelo IBAMA; 10- Instituir um Sistema Nacional de Informações sobre Meio Ambiente; 11- Garantia da prestação de informações relativas ao meio ambiente obrigando-se o Poder Público a produzí-las, quando inexistentes; 12- Instrumentos econômicos, como concessão florestal, servidão ambiental, seguro ambiental e outros. *
