Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Faculdades Integradas Norte do Paraná - UNOPAR AGRONOMIA - BACHARELADO Laís Marengoni Rohling Estágio Supervisionado I Paranavaí – PR 2022 LAÍS MARENGONI ROHLING Estágio Supervisionado I Relatório apresentado a Faculdades Integradas Norte do Paraná - Unopar, como requisito parcial para o aproveitamento da disciplina de Estágio Supervisionado I do Curso de Agronomia. Tutor à Distância: Karina Silva dos Santos Tutor Presencial: Isabela Professores: Luciana Rodrigues Cardoso Trigueiro Paranavaí – PR 2022 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO 6 2 OBJETIVOS 7 3 JUSTIFICATIVA 8 4 REVISÃO DE LITERATURA 9 5 METODOLOGIA OU MATERIAIS E MÉTODOS 11 6 RESULTADOS OBTIDOS 13 CONSIDERAÇÕES FINAIS 14 REFERÊNCIAS 15 1 INTRODUÇÃO O estágio de conclusão de curso foi realizado na empresa COOPERSANTA - Cooperativa de Produtores de Frutas de Santa Maria, no município de Alto Paraná, estado do Paraná. As atividades concernentes ao estágio envolveram visitas aos campos de produção de laranjas, visando à manutenção da qualidade genética e fisiológica das linhagens. Além disso, as atividades tiveram interação com a área de planejamento da empresa e a Unidade de Beneficiamento de sementes (Citrus sinensis). Devido à época de realização do estágio, foi possível participar das etapas da safra 2022, desde o planejamento, plantio, acompanhamento da qualidade dos campos, colheita e beneficiamento das sementes. Por ser uma região em que o agronegócio apresenta grande crescimento, a busca por profissionais qualificados se torna cada vez maior, sendo a região uma excelente oportunidade de trabalho para Agrônomos. A COOPERSANTA, vem se destacando entre as melhores cooperativas do PR, onde teve início no ano de 2008, no noroeste do Estado, com o cultivo da laranja. Foi oriunda de uma associação de treze trabalhadores rurais que não podiam comercializar o suco como associação e decidiram então, criar a cooperativa. Hoje a cooperativa se destaca por obter o certificado Fairtrade, onde o seu objetivo é ter um comércio justo e solidário em parceria com os produtores, assegurando aos consumidores que os produtos respeitem as normas sócio econômicas e ambientais. Atualmente, a COOPERSANTA, possui 5 funcionários e 68 cooperados, destacando-se na produção de laranjas, porém, contando também, com outros tipos de produtos, tais como: mandioca, piscicultura entre outros. Desta forma, para melhor compreensão, este relatório foi estruturado em tópicos sobre, as atividades desenvolvidas durante o estágio que envolveram o entendimento da cadeia de produção de sementes de laranja e a manutenção da qualidade dos campos de produção de beneficiamento de sementes. 2 OBJETIVOS 2.1 OBJETIVOS GERAL Acompanhar os trabalhos na área de manufatura de sementes básicas da cultura da laranja. 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 1- Conhecer a dinâmica de uma unidade de produção de sementes básicas da laranja; 2- Acompanhar e descrever as atividades realizadas pelos agrônomos, buscando enriquecer o conhecimento teórico já adquirido; 3- Realizar troca de conhecimento e informações com os produtores e demais envolvidos, afim de tomar decisões dentro da futura profissão. 3 JUSTIFICATIVA O agronegócio é uma das mais importantes fontes geradoras de riquezas para o Brasil. O setor coloca o país entre as nações mais competitivas do mundo na produção de commodities agrícolas, com enorme potencial de expansão de oferta. Esse aspecto é resultado de uma combinação de fatores, entre eles, destacam-se os investimentos das empresas do setor em tecnologia, pesquisa e desenvolvimento, que levaram a um aumento exponencial da produtividade (FRISCHTAK, 2014). Segundo Fornasieri Filho (2007), a cultura da laranja no Brasil vem passando por modificações tecnológicas relevantes, resultando em aumentos significativos da produtividade bem como na produção total. Entre as adotadas, destaca-se a utilização de sementes de cultivares melhoradas, alterações no espaçamento, além de materiais geneticamente modificados. É de suma importância vivenciar a prática e o dia-a-dia do profissional de agronomia. Escolhi a empresa COOPERSANTA por ser referência na região na produção de frutos e suco com certificado Frairtrade, podendo assim ganhar conhecimento sobre essa certificação e também sobre a cultura citrus entre outras. 6 4 REVISÃO DE LITERATURA O Brasil é o maior produtor de laranja do mundo e o maior produtor e exportador do seu suco. Considerado os citros como um todo, o Brasil está em segundo lugar em produção, sendo a China a maior produtora de citros do mundo. A maior produção de citros está concentrada nos estados de São Paulo e Minas Gerais, o chamado cinturão citrícola. Na sequência, os estados da Bahia e Sergipe são outros grandes produtores de citros (COSTA, 2009). Assim como em qualquer outra cultura, produzir citro de qualidade não é uma tarefa fácil. São originários principalmente das regiões subtropicais e tropicais do sul e sudeste da Ásia, incluindo áreas da Austrália e África. Foram levados para a Europa na época das Cruzadas (MACHADO & PARTENIANI, 2008). Por volta de 1530, os portugueses introduziram as primeiras sementes de laranja doce nos Estados da Bahia e de São Paulo. Dadas às condições ecológicas favoráveis, as plantas produziram satisfatoriamente, e as frutas já eram de excelente qualidade, mas somente a partir de 1930 é que a citricultura começou a ser implantada comercialmente nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia, e posteriormente se espalhou por todo o país (CRUZ et al., 2010). Segundo Frischtak e Belluzzo (2014) a produção mundial de citros é de aproximadamente 102 milhões de t por ano, e é oriunda de extensa área cultivada, com 7,3 milhões ha, que supera em grande parte outras fruteiras tropicais e subtropicais como banana, maçã, manga, pera, pêssego e mamão. Os maiores produtores de laranjas são o Brasil e os Estados Unidos, que juntos representam cerca de 45% do total mundial (MAGALHÃES et al., 2005). O plantio de citros deve ser feito no período chuvoso ou em outra época desde que exista água suficiente para irrigar ou regar. Evitar plantio nos dias de muito sol. A definição do espaçamento depende de alguns fatores como o porte da planta, textura e níveis de nutrientes do solo, tratos culturais, culturas intercalares e irrigação (FRISCHTAK e BELLUZZO, 2014). A escolha de variedades é feita em função da expectativa de comercialização do produto no mercado, quer seja para a indústria ou para o mercado de fruta fresca. São estabelecidos talhões com área de até 10 hectares, onde são plantadas uma única combinação de copa e porta-enxerto, o que viabiliza o manejo, tratos cultuais e colheita. Em chácara e quintais, é possível plantar árvores de diversas variedades para garantir produção durante o ano inteiro (CRUZ et al., 2010). A laranjeira e os outros citros são atacados por ácaros, cochonilhas, coleobrocas (besouros que perfuram tronco e ramos), pulgões, moscas-das-frutas, lagartas, cochonilhas e formigas. As doenças mais comuns são causadas por fungos: verrugosa (lesões nas folhas e brotos), gomose (afeta os ramos, raízes e caule), melanose (lesões nos frutos, folhas e ramos), rubelose (ramos e tronco), mancha preta (frutos), e bactérias: cancro cítrico (folhas, ramos e frutos), clorose variegada dos citros (folhas e frutos) e huanglongbing (HLB) = exgreening (folhas e frutos) (COSTA, 2009). É preciso ter cuidado durante a colheita. Quando o fruto é derrubado no chão, podem ocorrer pequenas lesões e ferimentos provocados pelo contato com grãos de terra ou areia. Mesmo quando microscópicos, esses ferimentos podem facilitar a entrada de fungos e bactérias que causarão o apodrecimento precoce do fruto (MAGALHÃES et al., 2005). 4.1 IDENTIFICAÇÃO DO CAMPO DE ESTÁGIO Gestão 2022 Presidente: Sidinei Rodrigues da Silva Gestora administrativa: Cristielly Alves Secretária: Cristiane Falasque Alves da Silva Agrônomos responsáveis: Luan Felipe Martins Pereira(responsável pela Fairtrade) e Marlene de Fátima Calzavara (responsável por ministrar cursos, palestras e orientações aos produtores). 5 METODOLOGIA OU MATERIAIS E MÉTODOS As atividades exercidas durante o estágio supervisionado I, foram realizados no período de 07 de fevereiro a 22 de março de 2022, onde envolveram visitas nas lavouras dos Cooperados, no Distrito de Santa Maria – Alto Paraná e realização de trabalhos internos no escritório da Cooperativa. O contato direto com o profissional possibilitou um conhecimento mais aprofundado sobre as culturas trabalhadas proporcionando um aprofundamento de cada cultura visitada. Figura 1: Talhão Fonte: Autor (2022) Figura 2: Embalagens Fonte: Autor (2022) Figura 3: Laranja Fonte: Autor (2022) 6 RESULTADOS OBTIDOS Ao se considerar Basioli (2007), pode-se afirmar que a citricultura mundial, assim como todos os demais segmentos produtivos, atravessa momentos de grandes transformações provocadas pelos diversos movimentos naturais, políticos e econômicos do processo evolutivo. No Brasil, principalmente no estado de São Paulo, este fator é evidenciado pela regionalização dos pomares citrícolas e a busca constante por uma produtividade de melhor qualidade e menores custos. Em referência às perspectivas favoráveis de Amaro (2005) e Basioli (2007) para o mercado mundial da laranja e seus derivados, pode-se considerar que a produção paulista destinada à exportação torna-se cada vez mais atrativa em termos gerais. Cabe, entretanto, a devida atenção para se repensar adequadamente a possibilidade de uma homogeneização produtiva, bem como a atual influência política e cambial sobre estes aspectos, e ater-se ao fato de que as flutuações políticas e econômicas mundiais definem a situação desses produtos nas diversas economias. Se, por um lado, no contexto da produção de laranja, manifestam-se projeções favoráveis para o produto brasileiro nas diversas economias, considerando-se as negociações em curso junto à OMC, à ALCA e ao Acordo União Europeia-Mercosul, bem como o fato da manutenção da União Europeia como grande importadora do suco de laranja brasileiro, conforme Marino, Nassar e Neves (2003) e também considerado por Amaro (2005), torna-se conveniente para a produção citrícola brasileira repensar seu entusiasmo quanto à sua posição neste ranking mundial. Há a necessidade de se considerar a importância de incentivos promovidos por políticas governamentais que reduzam o custo da operacionalidade e da logística produtiva, e que minimizem o desgaste gerado pelo Custo Brasil no desenvolvimento deste processo. CONSIDERAÇÕES FINAIS A oportunidade de realizar o estágio em uma cooperativa rural foi uma experiência completa. A COOPERSANTA é uma empresa que tem a preocupação de proporcionar o entendimento sobre todo o seu negócio e que está comprometida com o desenvolvimento das pessoas e cujos resultados terão um impacto real nos processos da área de manufatura de sementes de laranja. Esse fato foi desafiador, mas, da mesma forma, gerador de grande motivação. Por fim, o estágio na região do Alto Paraná foi capaz de ampliar a visão deste acadêmico sobre a agricultura brasileira, sobretudo em relação aos grandes produtores na região Sul do Brasil, a alta tecnificação do sistema produtivo e o melhor aproveitamento dos recursos, transformando-os em aumento da produtividade. A importância da realização de um estágio a campo é a melhor forma de colocar em prática o que foi aprendido ao longo da vida acadêmica. REFERÊNCIAS COSTA, A. F. S. Influência das condições climáticas no crescimento e desenvolvimento de laranja, avaliadas em diferentes épocas de plantio. Viçosa, 2009. 109p. Tese (Doutorado) - Universidade Federal de Viçosa. CRUZ, J. C.; FILHO, I. A. P; GARCIA, J. C.; DUARTE, J. de. Cultivo da laranja: cultivares. Sistema de Produção, 1 - Versão Eletrônica - 6. ed. 2010. FRISCHTAK, C.; BELLUZZO, L. G. Produção de commodities e desenvolvimento econômico: uma Introdução. Campinas: UNICAMP. Instituto de Economia, 2014. 126p. MACHADO, C. T. T.; PARTENIANI, M. L. S. Origem, domesticação e difusão. In: SOARES, A. D.; MACHADO, A. T.; SILVA, B. M.; WEID, J. M. (organizadores). Laranjas: conservação e uso da biodiversidade. Rede Projetos Tecnologias Alternativas. Rio de Janeiro. 2008. MAGALHÃES, P. C.; DURÃES, F. O. M.; PAIVA, E. Fisiologia da planta de laranja. Sete Lagoas: EMBRAPA-CNPMS, 2015. 27 p. (EMBRAPA-CNPMS. Circular Técnica, 20).
Compartilhar