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Quirópteros como importante reservatório de viroses emergentes

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Quirópteros como importantes 
reservatórios de viroses emergentes 
 
Raimundo Pacheco 
Bolsista de IC do PIBIC/ IEC/ CNPq 
Seção de Virologia 
Laboratório de Vírus Respiratórios 
 
Graduando em Ciências Biológicas – UFPa 
Introdução 
Morcegos: Hospedeiros de inúmeras doenças. 
Ordem Chiroptera: Asas nas mãos 
Segunda maior ordem entre os mamíferos 
 São conhecidas 4600 espécies de mamíferos 
25% são de morcegos 1200 espécies 
Hábito alimentar generalista: Insetos, plantas, peixes, 
mamíferos, frutas e sangue. 
São animais sociais, migratórios e de ampla distribuição geográfica (Exceto na Antártida). São animais sociais, migratórios e de ampla distribuição geográfica (Exceto na Antártida). São animais sociais, migratórios e de ampla distribuição geográfica (Exceto na Antártida). 
São animais sociais e 
migratórios 
Introdução 
Ampla distribuição geográfica (Exceto nos polos) 
Saúde humana e animal 
 Hospedeiros naturais de viroses emergentes 
A habilidade de voar ajudou a disseminar doenças 
Na França alguns casos de raiva foram associados a rotas migratórias 
dos Morcego-de-nathusius (Pipistrellus nathusii). (BROSSET, 1990) 
Um estudo realizado no colorado encontrou associação de variantes 
genotípicas de Lyssavirus de morcegos e de vertebrados terrestres 
infectados, o que aponta o morcego como o principal transmissor do 
vírus naquela região. (SHANKAR, 2005) 
Algumas espécies de pequenos morcegos vivem até 35 
anos, isso favorece infecções persistentes. 
Saúde humana e animal 
“Se você está em busca de novos vírus, 
comece investigando os morcegos”. 
Dr. Albert Osterhaus 
Chefe do Departamento de 
Virologia - Universidade de 
Rotterdam. 
Viroses e morcegos 
Uma diversidade de patógenos 
Viroses e morcegos 
Muito vírus já foram detectados ou isolados a partir de morcegos. 
 
Somente o Vírus da raiva, Lyssavirus aparentados à raiva, Nipah e 
Hendra vírus, o vírus Ebola e SARS-CoV comprovadamente causam 
doenças em animais e seres humanos. 
Viroses e morcegos 
Uma relação evolutiva? 
Estudos sugerem que Lyssavirus e hendra vírus acompanharam a evolução desses animais, num mecanismo de co-evolução. 
Filovírus, rhabdoviruses e paramyxoviroses são todos membros da 
ordem Mononegavirales... 
Será que estes vírus 
acompanharam a 
evolução desses animais, 
num mecanismo de co-
evolução? 
Este mecanismo evolutivo pode ter 
favorecido a infecção de outros 
animais por estes vírus. 
 
Mamíferos que surgiram após os 
morcegos conservaram alguns 
receptores celulares e vias 
bioquímicas que participam da 
replicação viral. 
Viroses e morcegos 
Uma relação evolutiva! 
Vírus da Raiva 
Vírus da Raiva 
Um pouco de história 
O termo vírus (Veneno no latim) deriva desta 
doença 
A palavra raiva do latim rabere 
(significando fúria ou delírio), rabhas (tornar-
se violento) 
É a doença de registro mais antigo, descrita 
há mais de 4000 anos atrás 
Final do século XIX, no ano de 1886, Louis 
Pasteur, desenvolveu a primeira vacina anti-
rábica 
Na Grécia: Lyssa ou Lytta (loucura, 
demência) 
Vírus da Raiva 
Generalidades 
Família: Rhabdoviridae 
 
Gênero: Lyssavirus 
 
Genoma: RNA fs (-) linear e não 
segmentado 
 
A particula viral é envelopada e em 
formato de ―bala de revolver‖ 
O Vírus da Raiva e os morcegos 
Transmissão: mordida que inocula vírus da raiva presentes na 
saliva de individuos infectados. 
Desmodus rotundus (Morcego vampiro) 
Em 1953, na Flórida (EUA): morcego insetívoro Lasiurus 
intermedius. 
Pouco tempo depois, a infecção pelo vírus da raiva foi confirmada em diferentes espécies de morcegos de hábitos alimentares distintos. 
Pouco tempo depois, a infecção pelo vírus da raiva foi confirmada em 
diferentes espécies de morcegos de hábitos alimentares distintos. 
RABV circulam em morcegos só nas Américas, enquanto que em 
outros mamíferos, a doença circula globalmente. 
Desmodus rotundus Lasiurus intermedius 
O Vírus da Raiva e os morcegos 
Mundialmente, uma proporção pequena de mortes anuais está relacionada à transmissão por morcegos, em torno de 55.000. 
Mundialmente, uma proporção pequena de mortes anuais está 
relacionada à transmissão por morcegos, em torno de 55.000. 
Nos Estados Unidos, foram registrados somente dois casos de 
infecção autóctone pelo vírus nas duas últimas décadas. 
Estudos recentes sugerem que todas as variantes do vírus da 
raiva que infectam carnívoros terrestres, teriam sido originadas a 
partir do cruzamento entre espécies de morcegos transmitindo 
variantes do vírus. 
 
Messenger, 2003. 
 
 Fonte: SVS/MS * dados atualizados em 22.06.2012 . 
? 
LYSSAVIRUS APARENTADOS À RAIVA 
Há 7 genótipos de Lyssavirus e mais quatro isolados 
recenteme de morcegos na Eurasia. 
São antigenicamente aparentados mas geneticamente distintos dos vírus da raiva. (Viroses emergentes do sistema nevosos. TYLER, 2009) 
São antigenicamente aparentados mas geneticamente 
distintos dos vírus da raiva. (TYLER, 2009) 
“Australian bat lyssavirus‖ (ABLV) pode infectar seres 
humanos causando uma doença fatal indistinguível dos 
casos clássicos de raiva. 
LYSSAVIRUS APARENTADOS À RAIVA 
Generalidades 
Genoma: RNA fs (-) 
Ordem: Mononegavirales 
Familia: Rhabdoviridae 
Gênero: Lyssavirus 
LYSSAVIRUS APARENTADOS À RAIVA 
Generalidades 
Em 1996, uma mulher de 39 anos morreu apresentando um 
quadro de encefalite após ter sido arranhada por morcegos 
frugívoros. 
 
A autopsia revelou meningoencefalite com inclusões 
citoplasmáticas eosinofílicas semelhantes a corpúsculos de Negri, 
porém menores e bem menos definidos. 
 
 A RT-PCR do Líquido Cefalo raquidiano (LCR) e de fragmentos do 
tecido cerebral detectou um vírus semelhante ao vírus da raiva, até 
então infectava somente morcegos. 
LYSSAVIRUS APARENTADOS À RAIVA 
Epidemiologia do ABLV 
Samaratunga H, Searle JW, Hudson N. Non-rabies lyssavirus human encephalitis from 
fruit bats: Australian bat lyssavirus (Pteropid lyssavirus) infection. Neuropathol Appl 
Neurobiol 1998;24(4): 331–335. [PubMed: 9775399] 
LYSSAVIRUS APARENTADOS À RAIVA 
Epidemiologia 
2º caso: Em 1998, Austrália, com uma mulher de 37 
anos que foi mordida por um morcego. 
 
A RT-PCR detectou o genoma do ABLV e autopsia 
revelou encefalite no hipocampo e tronco cerebral. 
 
E o vírus foi isolado em cultivo celular de 
neuroblastoma. 
Hanna JN, Carney IK, Smith GA, et al. Australian bat lyssavirus infection: a second human case, with a long incubation period. Med J Aust 2000;172(12):597–599. [PubMed: 10914106] 
Hanna JN, Carney IK, Smith GA, et al. Australian bat lyssavirus infection: a 
second human case, with a long incubation period. Med J Aust 2000;172(12):597–
599. [PubMed: 10914106] 
 
O caso mais recente: 2002, na Europa. 
 
O diagnóstico molecular confirmou a infecção por 
BLV, juntamente com o isolamento viral. 
LYSSAVIRUS APARENTADOS À RAIVA 
Epidemiologia 
Nathwani D, McIntyre PG, White K, et al. Fatal human rabies caused by European 
Bat Lyssavirus type 2a infection in Scotland. Clin Infect Dis 2003;37(4):598–601. 
[PubMed: 12905146] 
 
Fooks AR, McElhinney LM, Pounder DJ, et al. Case report: Isolation of a European 
Bat Lyssavirus type 2a from a fatal human case of rabies encephalitis. J Med Virol 
2003;71(2):281–289. [PubMed:12938204] 
HENIPAHVIROSES 
Hendra virus e Nipah virus 
HENIPAHVIROSES 
Hendra virus 
Chamado anteriormente de morbillivirus equino. 
São vírus que tem tropismo pelo sist. nervoso. 
Ordem: Mononegavirales 
Família: Paramixoviridae 
Gênero: HenipahvirusGenoma: RNA fs (-) não segmentado. 
É um vírus envelopado 
Os hospedeiros naturais são morcegos do gênero 
Pteropus 
Os sintomas em seres humanos: 
 
respiratório, incluindo a 
hemorragia e edema pulmonar. 
 
encefalítico, resultando na 
meningite. 
 
Em cavalos: 
sinais pulmonares, congestão, 
edema. 
 
Neurológicos. 
HENIPAHVIROSES 
Hendra virus 
Isolado em 1994, no bairro de hendra em Brisbane na Austrália 
Causando a morte de 14 cavalos e um ser humano. 
A causa mortis foi pneumonia intersticial grave levando à insuficiência 
respiratória, agravada por insuficiência renal, trombose arterial, e 
parada cardíaca. 
HENIPAHVIROSES 
Hendra virus 
Murray K, Selleck P, Hooper P, et al. A Morbillivirus that caused fatal disease in horses and humans. Science 
1995;268(5207):94–97. [PubMed: 7701348] 
 
Selvey LA, Wells RM, McCormack JG, et al. Infection of humans and horses by a newly described Morbillivirus. Med J 
Aust 1995;162(12):642–645. [PubMed: 7603375] 
 
O’Sullivan JD, Allworth AM, Paterson DL, et al. Fatal encephalitis due to novel paramyxovirus transmitted from horses. 
Lancet 1997;349(9045):93–95. [PubMed: 8996421] 
 
Hanna JN, McBride WJ, Brookes DL, et al. Hendra virus infection in a veterinarian. Med J Aust 2006;185(10):562–564. 
[PubMed: 17115969] 
HENIPAHVIROSES 
Hendra virus 
Murray K, Selleck P, Hooper P, et al. A Morbillivirus that caused fatal disease in horses and humans. Science 
1995;268(5207):94–97. [PubMed: 7701348] 
 
Selvey LA, Wells RM, McCormack JG, et al. Infection of humans and horses by a newly described Morbillivirus. Med J 
Aust 1995;162(12):642–645. [PubMed: 7603375] 
 
O’Sullivan JD, Allworth AM, Paterson DL, et al. Fatal encephalitis due to novel paramyxovirus transmitted from horses. 
Lancet 1997;349(9045):93–95. [PubMed: 8996421] 
 
Hanna JN, McBride WJ, Brookes DL, et al. Hendra virus infection in a veterinarian. Med J Aust 2006;185(10):562–564. 
[PubMed: 17115969] 
2º caso: 1994, em Mackay, localizada 1000km ao norte de Brisbane. 
Dois cavalos e um ser humano morreram. 
 
Quadro de meningite ―asséptica‖. Na autópsia, foram observadas 
lesões em várias regiões do encefalo. 
 
HENIPAHVIROSES 
Hendra virus – CRONOLOGIA DOS CASOS 
O último caso em animais matou um cavalo em 27 de julho deste ano em Cairns, Queeland, Austrália. 
** O último caso ocorreu em animais matou um cavalo em 
27 de julho deste ano em Cairns, Queeland, Austrália. 
HENIPAHVIROSES 
Nipah virus 
É capaz de infectar uma grande variedade de animais e causar 
doença grave, levando à morte de seres humanos. 
HENIPAHVIROSES 
Nipah virus 
O nome ―Nipah‖: Kampung Baru Sungai Nipah em Negeri 
Sembilan, na Malásia. (CHUA, 2000) 
Os hospedeiros naturais: morcegos frugívoros do gênero 
Pteropus. 
A distribuição das Henipahviroses está relacionada com a 
distribuição das espécies de Pteropus. 
Esta hipótese foi reforçada com a evidência sorológica de infecção 
por Henipavirus em morcegos Pteropus da Austrália, Bangladesh, 
Camboja, China, Índia, Indonésia, Madagascar, Malásia, Papua Nova 
Guiné, Tailândia e Timor-Leste. (OMS, 2009) 
HENIPAHVIROSES 
Nipah virus 
Primeiro Surto: 276 casos notificados em 
Malásia peninsular e Singapura a partir de 
setembro de 1998 a Maio de 1999 
Nos primeiros casos 93% dos indivíduos infectados trabalhavam diretamente com os suínos. 
Nos primeiros casos 93% dos indivíduos 
infectados trabalhavam diretamente com 
suínos e 39% dos pacientes morreram 
O surto foi inicialmente confundida com 
encefalite japonesa (JE) 
Ordem: Mononegavirales 
Família: Paramixoviridae 
Gênero: Henipahvirus 
Genoma: RNA fs (-) não segmentado. 
É um vírus envelopado 
Os hospedeiros naturais são morcegos do gênero 
Pteropus 
HENIPAHVIROSES 
Nipah virus 
Nº de casos Malásia + Cingapura: 276 casos de encefalite 
Mortalidade: 40% dos casos. 
1 milhão de porcos foram abatidos. 
HENIPAHVIROSES 
Nipah virus 
Fevereiro - 2011 : Um surto de vírus de Nipah ocorreu em 
Hatibandha, Lalmonirhat, Bangladesh. 
 
21 crianças em idade escolar morreram devido à infecção por 
vírus de Nipah. 
 
Escolas locais foram fechadas durante uma semana para 
evitar a propagação do vírus. 
 
Foi solicitado às pessoas que evitassem o consumo de frutas. 
 
HENIPAHVIROSES 
Nipah virus 
HENIPAHVIROSES 
Nipah virus - SINTOMATOLOGIA 
Em seres humanos: infecções 
assintomáticas a encefalites 
fatais. 
No surto da Malásia: 
Manifestação encefálica em 
humanos e respiratórias em 
suínos 
Em casos graves, encefalites e 
convulsões progridem para coma 
dentro de 24 e 48 horas. 
Em surtos, a taxa de letalidade é estimada entre 40% e 75%, dependendo da estrutura local de vigilância. 
Em surtos, a taxa de letalidade é 
estimada entre 40% e 75%, dependendo 
da estrutura local de vigilância. 
Os sintomas iniciais são semelhantes à 
gripe + tonturas, sonolência, desmaios e 
sinais neurológicos que indicam 
encefalite aguda. 
Uma vacina está em desenvolvimento, disponível em 2013. 
A vacina será destina a cavalos 
HENIPAHVIROSES 
Hendra virus e Nipah virus – PREVENÇÃO e TRATAMENTO 
Atualmente não existem medicamentos e vacinas contra o Nipah virus. 
Hendra virus 
Coronavirus associado à 
Sindrome Respiratória 
Aguda (SARS – CoV) 
 
SARS - CoV 
Generalidades 
2002: foi identificado um Coronavirus (Família Coronaviridae), ocasionando 
Síndrome Respiratória Aguda Grave na Republica popular da China. 
O vírus denominado SARs – CoV é um parente distante de Coronavírus do 
tipo 2 que infecta outros mamíferos. 
Genoma: RNA fs (+) 
Ordem: Nidovirales 
Família: Coronaviridae 
Gênero: Coronavirus 
Os principais sinais e sintomas são: 
febre alta, mal-estar geral, dor 
muscular, cefaléia e tosse seca. 
SARS - CoV 
Generalidades 
Reservatório animal do SARs – CoV seria o civeta (Viverra 
civetta) 
Recentemente foi descoberto um grupo de SARs – CoV em 
morcegos de ferradura, gênero Rhinolophus . 
 
Li e colaboradores (2005): Na China 4 espécies de morcegos de 
ferradura tinha evidências de infecção por SARs – CoV. 
Lau e colaboradores (2005): 
- 39% de positividade pela técnica de PCR para o SARs – CoV 
em 59 swabs anais de morcegos do gênero Rhinolophus 
 
- 84% dos morcegos possuíam anticorpos para o SARs – CoV. 
 
Análises filogenéticas entre SARs – CoV isolados de outros 
animais e os de morcegos mostraram uma intima relação entre 
os coronavirus que infectaram seres humanos com os isolados 
a partir de morcegos. 
 Li W, Shi Z, Yu M, Ren W, Smith C, Epstein JH, et al. Bats are natural reservoirs of SARS-like coronaviruses. 
Science. 2005;310:676–9. 
 
Lau SKP, Woo PCY, Li KSM, Huang Y, Tsoi HW, Wong BHL, et al. Severe acute respiratory syndrome coronavirus-
like virus in Chinese horseshoe bats. Proc Natl Acad Sci U S A. 2005;102:14040–5. 
Primeira pandemia do século XXI de 
uma doença previamente 
desconhecida. 
 
33 países e 5 continentes: 8.000 
casos e 700 mortes. 
No final de 2003 e início de 2004: Na 
Republica popular da China, vírus 
diferente do que ocasionou o surto em 
2002. 
 
Este fato implica na possibilidade, 
no futuro, de epidemias do SARs – 
CoV em populações por cepas 
diferentes do vírus. 
SARS - CoV 
Epidemiologia 
Uma linhagem diferente de vírus Influenza em 
Morcegos (TONG et al., 2012) 
Uma linhagem diferente de vírus Influenza em 
Morcegos (TONG et al., 2012) 
OBJETIVO 
 
Identificar novos vírus Influenza em morcegos frutíferos da 
Guatemala durante os anos de 2009 e 2010.A Guatemala foi escolhida como polo principal de um novo 
estudo de nível mundial realizado pelo CDC a fim de detectar 
doenças emergentes. 
 
O estudo utilizando animais foi projetado a fim de fornecer 
informações preliminares para possíveis associações da etiologia e 
ecologia de doenças que são provenientes da interação entre seres 
humanos e animais domésticos – selvagens. 
Uma linhagem diferente de vírus Influenza em 
Morcegos (TONG et al., 2012) 
MATERIAL E MÉTODOS 
 
 
Coleta dos espécimes 
 
Locais com histórico de surtos de raiva bovina, com base em 
dados de vigilância, ou em locais próximos a aldeias que 
apresentam casos de predação por morcegos sobre a população 
humana. 
 
Foi coletado sangue, fragmentos de órgãos (fígado, intestino, 
pulmão, rins), swab retal e oral dos morcegos. 
 
Uma linhagem diferente de vírus Influenza em 
Morcegos (TONG et al., 2012) 
Pan – Influenza RT-PCR 
 
 Ácidos Nucleicos Totais (ANT) de 316 amostras de Swabs retais 
foram extraídos e submetidas à pan – Influenza RT-PCR a fim de 
detectar RNA de vírus Influenza. 
 
 
Oligonucleotídeos iniciadores conseso-degenerados foram 
utilizados e tinham como alvo uma região conservada do gene PB1 
do vírus Influenza. 
 
Cada um dos resultados positivos foi repetido com alíquotas 
diferentes do ANT extraído. 
MATERIAL E MÉTODOS 
Uma linhagem diferente de vírus Influenza em 
Morcegos (TONG et al., 2012) 
MATERIAL E MÉTODOS 
Duas estratégias de sequenciamento foram utilizadas: 
 
Sequenciamento de alta performance / de nova 
geração 
Sequenciamento baseado no método de Sanger. 
SEQUENCIAMENTO COMPLETO DO GENOMA 
Uma linhagem diferente de vírus Influenza em 
Morcegos (TONG et al., 2012) 
Sequenciamento de nova geração 
 
1º Sequenciamento: em sequenciador Illumina GAIIx (Illumina) na Universidade de Emory (Atlanta, 
EUA). 
As sequências obtidas foram comparadas com sequencias do GenBank (Programas BLASTn e 
tBLASTx) 
 
A fim de melhorar a confiabilidade dos resultados... 
 
2º sequenciamento: Pirosequenciamento, em sequenciador 454 GS-FLX (Roche 454 Life Sciences) no 
CDC (Atlanta, EUA). 
** As sequências mais longas têm a vantagem de produzir uma maior significância estatística, em 
pesquisas de similaridade de sequências de vírus diferentes. 
 
Sequenciamento baseado no método de Sanger 
 
Realizado em sequenciador automático 3130 (Applied Biosystems), as sequencias foram montadas e 
analisadas utilizando o Sequencher software (Gene Codes). 
 
As sequências geradas pelo método de Sanger foram comparadas com as obtidas através do 
sequenciamento de nova geração. 
MATERIAL E MÉTODOS 
SEQUENCIAMENTO COMPLETO DO GENOMA 
Uma linhagem diferente de vírus Influenza em 
Morcegos (TONG et al., 2012) 
PCR EM TEMPO REAL (qRT-PCR) 
 
Os oligonucleotideos iniciadores e a sonda Taq Man foram sintetizados 
tendo como alvo a Nucleoproteína (NP) de novos vírus Influenza de 
morcegos. 
 
A especificidade da sonda e dos primers foi testada buscando o 
alinhamento com sequencias de vírus Influenza ou outros organismos do 
Genbank diferentes dos alvos. 
 
A reação foi realizada no termociclador MX3005P (Agilent Technologies) 
utilizando o kit comercial Superscript III platinum one-step quantitative rt-pcr 
system. 
 
As reações foram realizadas em triplicata, uma amostra era considerada 
positiva quando mais do que uma reação, das três, era positiva. 
MATERIAL E MÉTODOS 
Uma linhagem diferente de vírus Influenza em 
Morcegos (TONG et al., 2012) 
Uma linhagem diferente de vírus Influenza em 
Morcegos (TONG et al., 2012) 
Sequências de vírus Influenza A e B foram baixadas do GISAID 
(http://platform.gisaid.Org). 
 
Todas as sequencias disponíveis de vírus Influenza foram utilizadas para gerar uma 
sequencia consenso de vírus Influenza de morcegos 
 
As análises filogenéticas foram baseadas em 66 vírus Influenza A, 6 vírus Influenza B 
e 1 vírus Influenza C. 
 
Foram utilizados todos os dados disponíveis sobre a Hemaglutinina (HA) e 
Neuraminidase (NA) de vírus Influenza. 
 
As árvores filogenéticas dos oito segmentos de vírus Influenza foram construídas 
utilizando o método de máxima verossimilhança através do programa PAUP* v4.0b10. 
 
Perfis de similaridade entre aminoácidos foram construídos em alinhamentos de 
pares dos vírus Influenza A/bat/Guat/09, Southcarolina/1918 (H1N1), e 
A/Panama/2007/1999 (H3N2) para a HA, e para a NA A / bat/Guat/09, 
A/Tokyo/3/1967 (H2N2), e B/Lee/40. 
MATERIAL E MÉTODOS ANÁLISE FILOGENÉTICA 
Uma linhagem diferente de vírus Influenza em 
Morcegos (TONG et al., 2012) 
 Células de adenocarcinoma de pulmão humano A549 foram 
co-transfectadas com o vetor pPol1-NS-Renilla: 
 
- Gene reporter do Influenza A controlado pelo promotor da RNA 
polimerase I humana 
 
- Gene pSV-Luc que codifica a luciferase de vagalume 
controlado pelo promotor da RNA polimerase II do SV40 
 
- Quatro plasmídios expressando PB2, PB1, PA, NP do vírus 
Influenza A 
ENSAIO DO “MINI GENOME REPORTER” 
MATERIAL E MÉTODOS 
Uma linhagem diferente de vírus Influenza em 
Morcegos (TONG et al., 2012) 
RESULTADOS 
DETECÇÃO DE VÍRUS INFLUENZA A EM MORCEGOS 
 
Foram capturados 316 morcegos de 21 espécies diferentes, provenientes de oito 
locais do sul da Guatemala, durante um período de 2 anos (Em maio de 2009 180 
morcegos e em setembro de 2010 foram capturados 136 morcegos). 
 
Das 316 amostras, 3 foram positivas pelo RT-PCR pan-influenza. 
Morcegos da espécie Sturnira lilium, chamados de morcegos de ombros amarelos, um 
morcego frugívoro que é abundante em toda a América Central e América do Sul. 
 
2 das amotras positivas foram coletadas em 2009 (―A/little yellow-shouldered 
bat/Guatemala/153/2009 e A/little yellow-shouldered bat/Guatemala/164/ 2009) 
em El jobo e a terceira foi coletada em 2010 (A/little yellow-shouldered 
bat/Guatemala/ 060/2010) em Aguero, a 50km de El jobo. 
 
A qPCR mostrou que a cada 100µl de suspensão das amostras positivas havia ~106 
cópias do genoma viral. 
 
Todas as amostras de fragmentos de tecidos coletadas foram positivas, exceto a do 
swab oral. 
Uma linhagem diferente de vírus Influenza em 
Morcegos (TONG et al., 2012) 
RESULTADOS 
 
SEQUENCIAMENTO DO GENOMA VIRAL 
 
Os genomas dos vírus de morcegos capturados em 2009 apresentavam 99, 9% e dos capturados em 2010 
96,1 % de similaridade. 
 
 
Todos os segmentos do genoma do vírus detectado em morcegos foram alinhados com segmentos de vírus 
Influenza A existentes em bancos de dados. *Com exceção da NA que não alinhou em todas as regiões com 
as sequencias de NA existentes nos bancos de dados. 
 
 
O sequenciamento dos genomas virais detectados permitiu observar a relação deste vírus com os vírus 
Influenza A. 
 
Estes vírus foram nomeados com “A/little yellow-shouldered bat/Guatemala/153/2009, A/little yellow-
shouldered bat/Guatemala/164/ 2009 e A/little yellow-shouldered bat/Guatemala/ 060/2010. 
 
 
A HA dos vírus Influenza A/bat/Guat/09 apresentou 49% de similaridade com as 16 HA conhecidas de 
vírus Influenza A. 
 
 
Já a NA divergiu significativamente da NA conhecidas dos vírus Influenza, com apenas 24% de 
similaridade. 
 
A NA de vírus detectados a partir de morcegos mantém as características principais da NA de vírus 
Influenza A e B. 
Uma linhagem diferente de vírus Influenza em 
Morcegos (TONG et al., 2012) 
Uma linhagem diferente de vírus Influenza em 
Morcegos (TONG et al., 2012) 
RESULTADOS 
 
ANÁLISE FILOGENÉTICA 
 
As análises filogenéticasdos oito segmentos do vírus Influenza 
A/bat/Guat/09, o método de máxima verossimilhança e inferências 
Bayesianas, mostrou três tipos distintos de relações entre este vírus e os 
demais Influenza conhecidos. 
 
 
 
A análise filogenética da HA do vírus 
A/bat/Guat/09 relaciona-se melhor com o 
grupo 1 (H1, 2, 5, 6, 8, 10,11, 12, 13 e 16) do 
que o grupo 2 (H3, 4, 7, 10, 14 e 15), formando 
um clado monofilético com H1, H2, H5 e H6. 
 
Assim, a HA do A/bat/Guat/09 foi denominada 
provisoriamente como H17, por ser 
representante de um grupo monofilético. 
 
A NA do A/bat/Guat/09 foi divergente do vírus 
Influenza A e B compartilhando uma relação 
com ancestral comum dos vírus Influenza. A 
nomenclatura deste gene requer estudos mais 
aprofundados da evolução dos vírus da família 
Orthomixoviridae. 
 
Os seis outros genes (PB2, PB1, PA, NP, M e NS) 
de A/bat/Guat/09 foram agrupados fora de 
ramos dos genes da influenza A e B. Suas 
posições na árvore filogenética foram entre o 
vírus influenza A e B, porém relacionados com 
os genes virais do tipo A. 
Uma linhagem diferente de vírus Influenza em 
Morcegos (TONG et al., 2012) 
Uma linhagem diferente de vírus Influenza em 
Morcegos (TONG et al., 2012) 
Alinhamento da HA e NA do A/Bat/Guat/09 com HA e NA de H1 e H3 
Uma linhagem diferente de vírus Influenza em 
Morcegos (TONG et al., 2012) 
RESULTADOS 
 
TESTE DO MINI-GENOME REPORTER 
 
Para testar a eficiência do complexo da polimerase (PB1, PB2 e PA) e a 
NP no interior de células humanas (A549) foi utilizado o sistema de 
replicação “gene reporter”. 
 
Foi observada expressão eficiente do “reporter” luciferase, o que indica 
que células humanas são compatíveis com este mecanismo de 
replicação viral. A reação indicou também que o vírus pode sofrer um 
rearranjo com vírus que infectam humanos. 
 
 
As tentativas de cultivar o vírus Influenza A/bat/Guat/09 em ovos 
embrionados e em diversas células de mamíferos (incluindo morcegos) 
não foram eficientes. 
 
 
Uma linhagem diferente de vírus Influenza em 
Morcegos (TONG et al., 2012) 
Morcegos de ombros amarelos da América Central também são 
hospedeiros de um subtipo de vírus Influenza 
 
Reservatório animal com potencial transmissão da gripe a outros 
mamíferos. 
Não há dados que comprovem a circulação do vírus em morcegos de 
outras regiões do mundo. 
 
Estudos sorológicos estão em andamento a fim de reconhecer a 
soroprevalência em morcegos da América central e outras regiões. 
Com base nestes dados, os morcegos podem ser adicionados à lista 
de mamíferos que albergam os vírus Influenza. 
CONCLUSÕES 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Quirópteros como importante 
reservatório de viroses emergentes 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Quatro eventos são necessários para o surgimento de um vírus 
zoonótico: I) Contato interespecífico; II) Rompimento da barreira 
espécie-específica; III) Transmissão sustentada do vírus; IV) Adaptação 
do vírus nas espécies 
Estes eventos foram responsáveis por surtos de diversas doenças que 
emergiram a partir de reservatórios animais. 
A descoberta recente de uma diversidade de patógenos em morcegos 
volta, ainda mais, às atenções para estes animais como reservatórios 
de doenças. 
Estas evidências também sugerem que as viroses de RNA possuem 
um potencial maior de romper as barreiras inter-específicas causando 
doenças em seres humanos, devido a alta taxa de mutação. 
Quirópteros como importante 
reservatório de viroses emergentes 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
O aparecimento de cada um destes vírus tem sido associado 
ao aumento no contato entre os morcegos e seres humanos, 
por vezes tendo um animal doméstico como hospedeiro 
intermediário. 
 
O maior contato é impulsionado pela invasão humana nos 
habitats dos morcegos. 
 
Migração de morcegos para áreas ocupadas por populações 
humanas, devido a alterações na distribuição de alimentos e 
perda de habitat. 
Quirópteros como importante 
reservatório de viroses emergentes 
 
Quirópteros como importante 
reservatório de viroses emergentes 
 
REFERÊNCIAS 
Brosset, A. 1990. The migrations of Pipistrellus nathusii in France—possible implication on the spreading of 
rabies. Mammal 54:207–212. (In French.) 
 
Bigler WJ, Hoff GL, Buff EE. Chiropteran rabies in Florida: a twenty-year analysis, 1954 to 1973. Am J Trop 
Med Hyg. 1974;24(2):347-52. 
 
Shankar, V., L. A. Orciari, C. D. Mattos, I. V. Kuzmin, W. J. Pape, T. J. O’Shea, and C. E. Rupprecht. 2005. 
Genetic divergence of rabies viruses from bat species of Colorado, USA. Vector-Borne Zoon. Dis. 5:330–341. 
 
Turmelle AS, Olival KJ. Correlates of viral richness in bats (order chiroptera). Ecohealth. 2009;6:522_39. 
 
Turner, D. C. 1975. The vampire bat. Johns Hopkins University Press, Baltimore, Md. 
 
Lau SKP, Woo PCY, Li KSM, Huang Y, Tsoi HW, Wong BHL, et al. Severe acute respiratory syndrome 
coronavirus-like virus in Chinese horseshoe bats. Proc Natl Acad Sci U S A. 2005;102:14040–5. 
 
Li W, Shi Z, Yu M, Ren W, Smith C, Epstein JH, et al. Bats are natural reservoirs of SARS-like coronaviruses. 
Science. 2005;310:676–9. 
 
Messenger, S. L., C. E. Rupprecht, and J. S. Smith. 2003. Bats, emerging virus infections, and the rabies 
paradigm, p. 622–679. In T. H. Kunz and M. B. Fenton (ed.), Bat ecology. University of Chicago Press, Chicago, 
Ill. 
OBRIGADO! 
Quirópteros como importantes 
reservatórios de viroses emergentes 
 
Raimundo Pacheco 
Bolsista de IC do PIBIC/ IEC/ CNPq 
Seção de Virologia 
Laboratório de Vírus Respiratórios 
 
Graduando em Ciências Biológicas – UFPa 
PERGUNTAS?

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