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processo penal oficial de promotoria

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Crimes Contra a Fé Pública. 
 
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Sumário 
SUMÁRIO 2 
DOS CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA. 3 
INTRODUÇÃO. 3 
CAPÍTULO II – DA FALSIDADE DE TÍTULOS E OUTROS PAPÉIS PÚBLICOS (ARTS. 293 A 295). 5 
Falsificação de papéis públicos. 5 
Petrechos de falsificação. 8 
CAPÍTULO III – DA FALSIDADE DOCUMENTAL (ARTS. 296 A 305). 9 
Falsificação de selo ou sinal público. 9 
Falsificação de documento público. (art. 297, CP) 10 
Falsificação de documento particular (art. 298, CP). 14 
Falsidade ideológica (art. 299, CP). 15 
Falso reconhecimento de firma ou letra (art. 300, CP) 17 
Certidão ou atestado ideologicamente falso (art. 301). 19 
Supressão de documento público (art. 305, CP). 20 
CAPÍTULO V – DAS FRAUDES EM CERTAMES DE INTERESSE PÚBLICO. 22 
Fraudes em certames de interesse público (art. 311-A). 22 
QUESTÕES COMENTADAS PELO PROFESSOR. 24 
LISTA DE QUESTÕES. 38 
GABARITO. 46 
RESUMO DIRECIONADO. 47 
 
 
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DOS CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA. 
INTRODUÇÃO. 
Olá, meu amigo(a), dando início ao nosso encontro, hoje trataremos de outro grande tema da parte especial 
do Código Penal. É chegado o momento de iniciarmos o estudo sobre os crimes contra a fé pública. 
O Código Penal, depois de tutelar o ser humano e, também, o seu patrimônio sob diversos aspectos, reserva 
para o penúltimo título da Parte Especial, a exposição dos crimes contra a fé pública. Atualmente, o estatuto 
repressivo dispõe acerca das infrações penais que violam a correta crença coletiva que recai sobre a veracidade e 
a autenticidade dos documentos. Em outras palavras: os estudiosos do direito penal e, também, o próprio 
ordenamento jurídico, acabaram por reconhecer um fenômeno autônomo, inerente à ida da coletividade. 
Algumas aulas atrás falei a vocês sobre o pai do direito penal, nosso famoso jurista Nelson Hungria. Então, 
para que fique mais próximo de nossa realidade, o mestre define a fé pública com uma realidade coletiva, um 
fenômeno social, provocada pelo curso normal dos negócios1. 
Pois bem, meu amigo(a), feitos esses breves comentários, é necessário construirmos uma base com os 
requisitos essenciais para a existência dos crimes contra a fé pública. Vamos lá?! 
São necessários quatro requisitos para a existência da falsidade documental. Vejamos: 
1. Alteração da verdade sobre fato juridicamente relevante. (immutatio veritatis); 
2. A imitação da verdade. (immitatio veritatis); 
3. A potencialidade de dano; 
4. Dolo. 
Postos tais requisitos, quero que você tenha em mente que os requisitos da immutatio veritatis e da immitatio 
veritatis correspondem aos verbos nucleares falsificar e alterar, respectivamente e que serão analisados 
pormenorizadamente quando estudarmos cada um dos crimes individualmente. 
A immutatio veritatis representa ponto chave na estrutura do crime, tendo em vista que o falsário 
modifica/altera a verdade exposta em um documento que represente um fato ou uma relação jurídica. Outra 
curiosidade importante acerca do tema é que a alteração da verdade atua de forma diferente a depender da 
natureza do documento, público ou particular. Quanto aos documentos particulares, é necessário verificar dentro 
do caso concreto se o documento possui algum valor probante. Quanto aos documentos públicos, por estarem 
diretamente ligados à atividade estatal, caso ocorra o crime, a figura da immutatio veritatis é presumida. 
Já a immitatio veritatis é o meio executório pelo qual se vale o falsário para iludir terceiros. Para tanto, a 
falsificação deve ser apta a reproduzir, com alguma fidelidade, o documento original. 
 
 
 
1 HUNGRIA, Nelson. Comentários ao código penal, v. IX, p.188. 
 
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Também, é preciso que você saiba que os crimes contra a fé pública estão inseridos na categoria dos crimes 
formais, razão pela qual, eles não dependem da produção de dano efetivo para sua consumação. 
Então, para fecharmos nossa introdução, o título X do CP é dividido em cinco capítulos, veja só: 
1. Da moeda falsa (arts. 289 a 292); 
2. Da falsidade de títulos e outros papéis públicos (arts. 293 a 295); 
3. Da falsidade documental (arts. 296 a 305); 
4. De outras falsidades (arts. 306 a 311); 
5. Das fraudes em certames de interesse público (art.311-A). 
Assim, meu amigo(a), dentro desse emaranhado de crimes, vamos nos deter naqueles que mais possuem 
incidência em concurso. 
Saiba que é um enorme prazer estar na sua presença!! 
Vamos começar?! 
Venha comigo! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Capítulo II – Da falsidade de títulos e outros papéis públicos (arts. 293 a 295). 
Falsificação de papéis públicos. 
Seja muito bem-vindo, caríssimo(a)! 
Nesse momento, vamos inaugurar mais um capítulo dentro do grande título dos crimes contra a fé pública. 
Desse modo está redigido o artigo 293 do Código Penal: 
Falsificação de papéis públicos 
 Art. 293 - Falsificar, fabricando-os ou alterando-os: 
 I – selo destinado a controle tributário, papel selado ou qualquer papel de emissão legal destinado à 
arrecadação de tributo; 
 II - papel de crédito público que não seja moeda de curso legal; 
 III - vale postal; 
 IV - cautela de penhor, caderneta de depósito de caixa econômica ou de outro estabelecimento mantido 
por entidade de direito público; 
 V - talão, recibo, guia, alvará ou qualquer outro documento relativo a arrecadação de rendas públicas 
ou a depósito ou caução por que o poder público seja responsável; 
 VI - bilhete, passe ou conhecimento de empresa de transporte administrada pela União, por Estado ou 
por Município: 
 Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa. 
 § 1o Incorre na mesma pena quem: 
 I – usa, guarda, possui ou detém qualquer dos papéis falsificados a que se refere este artigo; 
 II – importa, exporta, adquire, vende, troca, cede, empresta, guarda, fornece ou restitui à circulação 
selo falsificado destinado a controle tributário; 
 III – importa, exporta, adquire, vende, expõe à venda, mantém em depósito, guarda, troca, cede, 
empresta, fornece, porta ou, de qualquer forma, utiliza em proveito próprio ou alheio, no exercício de 
atividade comercial ou industrial, produto ou mercadoria: 
 a) em que tenha sido aplicado selo que se destine a controle tributário, falsificado; 
 b) sem selo oficial, nos casos em que a legislação tributária determina a obrigatoriedade de sua 
aplicação. 
 § 2º - Suprimir, em qualquer desses papéis, quando legítimos, com o fim de torná-los novamente 
utilizáveis, carimbo ou sinal indicativo de sua inutilização: 
 Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. 
 § 3º - Incorre na mesma pena quem usa, depois de alterado, qualquer dos papéis a que se refere o 
parágrafo anterior. 
 § 4º - Quem usa ou restitui à circulação, embora recibo de boa-fé, qualquer dos papéis falsificados oualterados, a que se referem este artigo e o seu § 2º, depois de conhecer a falsidade ou alteração, incorre na 
pena de detenção, de seis meses a dois anos, ou multa. 
 
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 § 5o Equipara-se a atividade comercial, para os fins do inciso III do § 1o, qualquer forma de comércio 
irregular ou clandestino, inclusive o exercido em vias, praças ou outros logradouros públicos e em 
residências. 
O crime ora analisado, meu amigo(a) visa proteger a fé pública. 
Também, estamos diante de um crime comum, ou seja, é aquele tipo penal que pode ser praticado por 
qualquer pessoa. Porém, quero que você fique atendo ao fato de que, caso o sujeito ativo seja funcionário público, 
a pena será majorada, conforme dispõe o artigo 295 do CP2. 
O sujeito passivo do crime será o Estado e, de forma secundária, eventual lesado pela conduta do agente 
criminoso. 
Vamos diante! 
A conduta nuclear do crime consiste em falsificar (contrafazer), fabricando (criando objeto) ou alterando 
(modificando objeto já existente): 
1. selo destinado a controle tributário (esse é o selo adesivado que se destina à comprovação de 
tributos), papel selado (aquele adquirido nas repartições tributárias) ou qualquer papel de emissão 
legal destinado à arrecadação de tributo (aqui, meu amigo(a), a legislação adotou uma fórmula 
genérica, prevendo qualquer outro papel de emissão legal que seja destinado a arrecadar tributos); 
 
2. papel de crédito público que não seja moeda de curso legal. Trata-se aqui, na verdade, dos títulos da 
dívida pública, como, por exemplo apólices e obrigações do Tesouro, emitidas pelos entes 
federativos); 
 
3. vale postal – trata-se de inciso revogado tacitamente por conta do artigo 36 da Lei 3.538/78, que pune 
de forma especial o crime de falsificação do vale postal; 
 
4. cautela de penhor (é qualquer documento que representa o pagamento da quantia tomada 
emprestada e que autoriza o resgate do objeto empenhado), caderneta de depósito de caixa 
econômica ou de outro estabelecimento mantido por entidade de direito público; 
 
5. talão (trata-se do documento que quitação, aquele que possui canhoto fixo), recibo (documento 
destinado a comprovar pagamento), guia (documento oficial destinado à arrecadação), alvará ou 
 
 
 
2 Art. 295 - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de sexta parte. 
 
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qualquer outro documento relativo a arrecadação de rendas públicas ou a depósito ou caução por 
que o poder público seja responsável. 
 
6. bilhete, passe ou conhecimento de empresa de transporte administrada pela União, por Estado ou 
por Município 
 
É importante que você se lembre que o documento falsificado deve ser apto a iludir, pois, do contrário, caso 
a falsificação seja grosseira, não haverá o crime em análise. Assim, é necessária a realização de exame pericial nos 
documentos falsificados ou adulterados. 
O tipo penal que estamos estudando somente pode ser punido a título de dolo. 
Também, a consumação do crime restará configurada no momento da falsificação, razão pela qual, trata-
se de crime formal, pouco importando a ocorrência de eventual prejuízo ou não. 
O §1º, por sua vez, nos traz algumas figuras equiparadas, então, vejamos cada uma delas: 
I – usa, guarda, possui ou detém qualquer dos papéis falsificados a que se refere este artigo: fique atento 
aos verbos nucleares “guardar”, “possuir” e “deter”, que são formas permanentes do crime. Outro ponto 
importante é que, somente quem não concorreu na falsificação dos papéis referidos no caput poderá responder 
por essa figura (do contrário, a ação subsequente será considerada post factum impunível). 
II – importa, exporta, adquire, vende, troca, cede, empresta, guarda, fornece ou restitui à circulação 
selo falsificado destinado a controle tributário: a “guarda” do material falsificado se trata de modalidade de 
crime permanente. 
III – importa, exporta, adquire, vende, expõe à venda, mantém em depósito, guarda, troca, cede, 
empresta, fornece, porta ou, de qualquer forma, utiliza em proveito próprio ou alheio, no exercício de 
atividade comercial ou industrial, produto ou mercadoria: 
 a) em que tenha sido aplicado selo que se destine a controle tributário, falsificado: nesse caso, meu amigo(a), 
diferente da figura do caput, aqui o crime é próprio, podendo ser praticado somente por comerciante ou 
industriário. 
 b) sem selo oficial, nos casos em que a legislação tributária determina a obrigatoriedade de sua aplicação: 
esse é o típico exemplo do agente criminoso que pratica uma das condutas descritas acima, utilizando, por 
exemplo, bebidas alcoólicas e cigarros. 
Há, também, as figuras delituosas complementaras, conforme os §§2º, 3º e 4º. 
O §2º visa coibir a conduta do agente criminoso que suprime, em qualquer dos papéis previstos no 
dispositivo, quando legítimos com o fim de torná-los novamente utilizáveis, carimbo ou sinal indicativo de sua 
inutilização. Porém, nesse caso, há a presença de elemento subjetivo específico, eis que o agente, com o intuito 
de reutilizar papéis já recolhidos elimina sina que identifica a retirada. A conduta pode se dar de inúmeras formas, 
como, p.ex. agentes químicos e etc. 
Já o §3º pune a conduta de quem usa, depois de alterado, qualquer dos papéis a que se refere o parágrafo 
anterior, cominando a mesma pena deste. 
 
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Por fim, o §4º traz outra figura criminosa, incriminando a ação de quem usa ou restitui à circulação, embora 
recebido de boa-fé, qualquer dos papéis falsificados ou alterados a que se referem este artigo e o se §2º, depois de 
conhecer a falsidade ou alteração. 
Desse modo, meu amigo(a), encerramos o estudo o crime do artigo 293! 
Vamos em frente! 
Petrechos de falsificação. 
Você já conhece muito bem nossa sistemática de aula, não é mesmo?! 
Então, vamos direito para nossa leitura do texto legal. 
 Petrechos de falsificação 
 Art. 294 - Fabricar, adquirir, fornecer, possuir ou guardar objeto especialmente destinado à falsificação 
de qualquer dos papéis referidos no artigo anterior: 
 Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. 
Você lembra o que conversamos em nossa aula sobre o crime do artigo 294? 
Caso você não se recorde ou, ainda, não tenha assistido nossa aula, quando lecionei sobre o crime do artigo 
294 do CP, falei sobre a antecipação da tutela penal. Ou seja, meu amigo(a), no crime em análise, o legislador 
resolveu antecipar a tutela penal e punir aqueles que possuem maquinários destinados a falsificar qualquer dos 
papéis referidos no artigo 293. 
Caso você não tenha assistido as aulas, fica minha dica: assista, caríssimo(a)! Desse modo, você poderá casar 
informações da aula com as lecionadas aqui, ficando com seu estudo completo. 
Assim como nos demais crimes já estudados por aqui, a infração do artigo 294 tutela a fé pública. 
O crime também é comum. Porém, lembre-se: se o agente for funcionário público, a pena será majorada 
conforme o artigo 295. 
A conduta nuclear do tipo penal é de fabricar (criar, manufaturar), adquirir (obter), fornecer (proporcionar, 
entregar), possuir (ter a posse ou propriedade) ou guardar (conservar) objeto especialmente destinado à 
falsificação de qualquer dos papéis referidos no art. 293. 
O elemento subjetivo é o dolo, dispensando-se finalidade especial do agente. 
O crime é formal, consumando-se com a ocorrência de qualquer uma das condutas.Porém, no verbo nuclear 
“guardar” e “possuir” o crime é permanente. 
Voltando a falar da antecipação da tutela penal, o crime do artigo 294 ficará absorvido pelo artigo 293, caso 
o agente, ao adquirir o objeto destinado a falsificar, efetivamente opere a contrafação de algum dos papéis de que 
trata o artigo anterior. 
Assim, encerramos mais um capítulo do nosso estudo. 
Aguardo você no próximo! Até lá! 
 
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Capítulo III – Da falsidade documental (arts. 296 a 305). 
Falsificação de selo ou sinal público. 
Vamos a leitura do texto legal! 
Falsificação do selo ou sinal público 
 Art. 296 - Falsificar, fabricando-os ou alterando-os: 
 I - selo público destinado a autenticar atos oficiais da União, de Estado ou de Município; 
 II - selo ou sinal atribuído por lei a entidade de direito público, ou a autoridade, ou sinal público de 
tabelião: 
 Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa. 
 § 1º - Incorre nas mesmas penas: 
 I - quem faz uso do selo ou sinal falsificado; 
 II - quem utiliza indevidamente o selo ou sinal verdadeiro em prejuízo de outrem ou em proveito próprio 
ou alheio. 
 III - quem altera, falsifica ou faz uso indevido de marcas, logotipos, siglas ou quaisquer outros símbolos 
utilizados ou identificadores de órgãos ou entidades da Administração Pública. 
 § 2º - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena 
de sexta parte. 
Realizada uma leitura atenta do dispositivo legal, vamos aos nossos comentários. 
O bem juridicamente tutelado da figura em tela é a fé pública. 
O crime também é comum. 
A conduta nuclear consiste em falsificar (contrafazer), fabricando (manufaturando) ou alterando 
(modificando). 
I - selo público destinado a autenticar atos oficiais da União, de Estado ou de Município – esse objeto 
material, meu amigo(a), é o selo público utilizado pelos entes federativos, com características próprias destes 
entes, reservados a reconhecer como verdadeiros os atos dele emanados. 
II - selo ou sinal atribuído por lei a entidade de direito público, ou a autoridade, ou sinal público de tabelião - 
aqui, três são os objetos materiais: 
➢ selo ou sinal atribuído por lei a entidade de direito público: leia-se pessoas jurídicas de direito público, 
abrangendo autarquias e fundações. 
➢ Selo ou sinal atribuído por lei a autoridade: a autoridade na qual a lei faz menção é aquela que 
autentica documentos utilizando selos ou sinais. 
➢ Sinal público de tabelião: é o escrito que integra sua assinatura, que se destina a comprovar a 
veracidade do seu ato ao atestar determinado documento. 
O elemento subjetivo do tipo penal é o dolo. 
O crime é formal, consumando-se no momento em que é praticada qualquer das condutas típicas. 
 
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Forma equiparada (§1º): incorre nas mesmas penas quem: 
I – quem faz uso de selo ou sinal falsificado: nesse caso, somente irá responder pela prática criminosa o 
agente que não tenha praticado a falsificação, já que, se também o fez, a conduta subsequente constituirá post 
factum impunível. 
II – quem utiliza indevidamente o selo ou sinal verdadeiro em prejuízo de outrem ou em proveito próprio 
ou alheio: nesse caso, o dolo do agente deve ser específico e voltando para proveito próprio ou prejuízo alheio. 
III - quem altera, falsifica ou faz uso indevido de marcas, logotipos, siglas ou quaisquer outros símbolos 
utilizados ou identificadores de órgãos ou entidades da Administração Pública 
Por fim, o §2º prevê uma majorante para o caso do indivíduo que é funcionário público e comete o crime 
prevalecendo-se do cargo. 
Falsificação de documento público. (art. 297, CP) 
Seja bem-vindo(a), novamente, caríssimo(a)! 
Dando seguimento ao nosso estudo, vamos direto para o que interessa! 
Assim está redigido o artigo 297 do CP: 
 Falsificação de documento público 
 Art. 297 - Falsificar, no todo ou em parte, documento público, ou alterar documento público verdadeiro: 
 Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa. 
 § 1º - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena 
de sexta parte. 
 § 2º - Para os efeitos penais, equiparam-se a documento público o emanado de entidade paraestatal, 
o título ao portador ou transmissível por endosso, as ações de sociedade comercial, os livros mercantis e o 
testamento particular. 
 § 3o Nas mesmas penas incorre quem insere ou faz inserir: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) 
 I – na folha de pagamento ou em documento de informações que seja destinado a fazer prova perante 
a previdência social, pessoa que não possua a qualidade de segurado obrigatório;(Incluído pela Lei nº 
9.983, de 2000) 
 II – na Carteira de Trabalho e Previdência Social do empregado ou em documento que deva produzir 
efeito perante a previdência social, declaração falsa ou diversa da que deveria ter sido escrita; (Incluído 
pela Lei nº 9.983, de 2000) 
 III – em documento contábil ou em qualquer outro documento relacionado com as obrigações da 
empresa perante a previdência social, declaração falsa ou diversa da que deveria ter constado. (Incluído 
pela Lei nº 9.983, de 2000) 
 § 4o Nas mesmas penas incorre quem omite, nos documentos mencionados no § 3o, nome do segurado 
e seus dados pessoais, a remuneração, a vigência do contrato de trabalho ou de prestação de 
serviços.(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) 
O crime em tela visa proteger a fé pública, assim como os demais já estudados até aqui. 
 
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O crime é comum, podendo ser praticado por qualquer pessoa. O sujeito passivo, nesse caso, é o Estado e, 
de forma secundária, eventual particular lesado com a conduta do agente. 
A conduta nuclear do tipo penal em análise consiste em falsificar, documento público ou alterar (modificar) 
documento público verdadeiro. 
Nesse caso, caríssimo(a), a falsificação pode ser total ou parcial. No caso da falsidade total, o documento é 
inteiramente criado, ao passo que, na falsificação parcial, o falsário adiciona novos elementos nos espaços em 
branco do documento. 
No tocante a conduta de alterar, o agente criminoso modifica documento público existente (e verdadeiro), 
substituindo ou introduzindo informações inerentes a própria essência do documento. 
Saiba que o objeto material do crime é o documento público, que a doutrina penalista resolveu dividir em 
dois grupos, vejamos: 
Documento formal e substancialmente público Documento público mas substancialmente privado 
Esse é o lavrado por agente público no exercício de 
suas funções e o seu conteúdo corresponde a 
questões inerentes ao interesse público. (atos 
legislativos, executivos e judiciários, p.ex.) 
Nesse caso, o interesse é essencialmente privado, 
mas o documento é emanado de entes públicos. 
(escritura pública de compra e venda de imóvel, 
lavrada no tabelionato de notas, p.ex.) 
Uma informação valiosa para seu estudo é que o Superior Tribunal de Justiça (STJ), possui entendimento no 
sentido de que haverá o crime do art. 297 caso o documento seja originário de outro país. 
Não se esqueça, meu amigo(a), a falsificação do documento deve ser apta a iludir aquele que o visualiza. Se 
o documento for grosseiramente falso, podemos estar diante do crime de estelionato. 
No parágrafo primeiro temos uma causa de aumento que corresponderá a um acréscimode sexta parte caso 
tenha sido praticado por funcionário público. 
Já quanto ao parágrafo segundo, o art. 297 traz as figuras de equiparação. Vejamos cada uma delas: 
Emanado por entidade paraestatal Trata-se dos documentos oriundos de pessoas 
jurídicas de Direito Privado postas paralelamente ao 
Estado para executar atividades de interesse público. 
O título ao portador ou transmissível por endosso Aqui, meu(a) caro(a) colega, estamos tratando do 
cheque, nota promissória, letra de câmbio e etc. 
As ações de sociedade comercial Nesse caso, a equiparação recai sobre qualquer 
espécie de ação que seja oriunda de sociedades 
anônimas e de sociedades comandita por ações. 
Os livros mercantis Sejam eles facultativos ou obrigatórios. 
O testamento particular A declaração de última vontade do de cujus. 
 
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O crime em estudo somente é punido a título de dolo (genérico), não havendo que se falar em elemento 
subjetivo específico ou figura culposa. 
O momento consumativo do crime ocorre no momento em que o falsário pratica uma das condutas 
nucleares prevista no tipo (falsificação ou alteração). Lembre-se, meu amigo(a), é irrelevante que o falsário faça 
o uso do documento que produziu ou alterou. Porém, caso faça o uso (artigo 304 do CP - que veremos adiante), 
a conduta será considerada post factum impunível. 
Caminhando para o final do estudo do nosso e crime e, aí partirmos para a resolução de algumas questões, 
o parágrafo terceiro traz as figuras de equiparação. 
As equiparações correspondem à falsificação de documento público realizado a partir de documentos 
previdenciários. Nesse caso, a falsidade não é a material, mas, sim a ideológica (uma mentira reduzida a termo) 
pois, embora o documento previdenciário seja formalmente verdadeiro, seu conteúdo é viciado. 
Inciso I Incrimina a conduta do falsário que insere na folha de 
pagamento ou em documento que se destine a fazer 
prova perante a Previdência Social, pessoa que não 
possui a qualidade de segurado obrigatório. O ponto 
importante aqui, meu amigo(a) é que o Direito Penal 
quer proteger a previdência com do custeio de 
pessoas que não sejam seguradas dos sistema. 
Inciso II Prevê punição para aquele criminoso que insere ou 
faz inserir na CTPS declaração diversa da que deveria 
ter sido escrita. Aqui, também, procura-se evitar que 
a Previdência Social seja lesada. 
Inciso III O crime é o de inserir ou fazer inserir, em documento 
contábil ou em qualquer outro documento 
relacionado com as obrigações da empresa perante a 
Previdência, declaração falsa ou diversa daquela que 
deveria ter constado. A finalidade é inibir as fraudes 
aos lançamentos nos documentos das empresas. 
Finalmente, meu amigo(a), o parágrafo quarto prevê a punição do agente que omite, nos documentos 
dispostos no parágrafo terceiro (que acabamos de estudar), o nome do segurado e seus dados pessoais, bem como 
a remuneração e a vigência do contrato de trabalho ou prestação de serviço. Desse modo, podemos concluir que 
essa modalidade só poderá ser praticada por omissão e, também ser crime unisubssistente, não admitindo a 
tentativa. 
Vamos as questões?? 
(CESPE – Analista Judiciário – Área Judiciária – CNJ/2013) 
Crime de falsificação de documento público, quando cometido por funcionário público, admite a modalidade 
culposa, hipótese em que a pena é reduzida. 
 
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( ) CERTO 
( ) ERRADO 
 
Resolução: perceba, meu amigo(a), como a leitura do texto legal é de suma importância para sua aprovação. Aos 
nos depararmos com a redação do artigo 297 do CP, é possível verificarmos que não há previsão culposa para o 
crime. 
Gabarito: ERRADO. 
Julgue o item seguinte, relativos a institutos complementares do direito empresarial, teoria geral dos títulos de 
crédito, responsabilidade dos sócios, falência e recuperação empresarial. 
 
Os livros comerciais, os títulos ao portador e os transmissíveis por endosso equiparam-se, para fins penais, a 
documento público, sendo a sua falsificação tipificada como crime. 
( ) Certo 
( ) Errado 
 
Resolução: veja, meu amigo(a), o enunciado da questão nos traz a figura criminosa prevista no artigo 297, §2, do 
CP. Desse modo, a questão é cópia integral da literalidade do CP. 
 
Gabarito: CORRETO. 
E, fechando por completo o estudo do crime em tela, quero deixar registrado para você algumas súmulas do 
STJ. 
107, STJ – Compete à justiça comum estadual processar e julgar crime de estelionato praticado 
mediante a falsificação das guias de recolhimento das contribuições previdenciárias, quando não ocorrente 
lesão a autarquia federal. 
104, STJ – Compete à Justiça Estadual o processo e julgamento dos crimes de falsificação e uso de 
documento falso relativo a estabelecimento particular de ensino. 
62, STJ – Compete à Justiça Estadual processar e julgar o crime de falsa anotação na CTPS, atribuído à 
empresa privada. 
17, STJ – Quando o falso se exaure no estelionato, sem mais potencialidade lesiva, é por este absorvido. 
E assim, concluímos o estudo de mais um crime em nossa aula. 
Assim, espero ansiosamente estar na sua presença no próximo tópico. 
Até lá! 
 
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Falsificação de documento particular (art. 298, CP). 
Salve, meu(a) amigo(a), dando início a mais um tópico na nossa aula de crimes contra a fé pública, vamos 
tratar do crime de falsificação de documento particular, do artigo 298 do CP. 
Conforme mencionei a você no início do nosso estudo, seguiremos a ordem do Código Penal em consonância 
com aqueles delitos mais cobrados em prova. 
Vamos a leitura do texto seco da lei!! 
Falsificação de documento particular 
Art. 298 - Falsificar, no todo ou em parte, documento particular ou alterar documento particular 
verdadeiro: 
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa. 
Leitura feita, vamos direto ao que interessa! 
O bem protegido pela normal é a fé pública, consubstanciada na crença que a coletividade deposita nos 
documentos. 
Também, o crime é comum, tendo como autor da infração, qualquer pessoa. A vítima inicial é o Estado e, 
logo em seguida, terceiro prejudicado com a ajuda do falsário. 
A conduta nuclear do tipo penal consiste em falsificar (contrafazer), no todo ou em parte, documento 
particular ou alterar (modificar) documento particular verdadeiro. 
Meu amigo(a), preste bem atenção! Ambas as condutas nucleares do art.298 são idênticas àquelas do 
art.297, aplicando-se aqui, os mesmos comentários que fizemos no tópico anterior. A única diferença reside no 
fato de que aqui, o objeto material do crime é o documento particular. 
“Certo, Arpini. Mas quais são os documentos particulares?” 
O conceito de documento particular nos é dado por exclusão. Desse modo, são particulares todos aqueles 
documentos que não forem públicos. 
O nosso elemento subjetivo é o dolo (genérico), não havendo modalidade culposa do artigo 298. 
Assim como os outros crimes já estudados até o momento, o do artigo 298 também é um crime formal e, 
desse modo, tem sua consumação antecipada para o momento em que realizada a conduta, sendo dispensável a 
produção de qualquer resultado. Porém, é necessário que a falsificação seja apta a iludir, comprovada através de 
perícia técnica. 
Note, meu(a) caro(a) colega, que o parágrafo único equiparou a documento particular o cartão de débito 
ou crédito. 
Veja como esse tema vem sendo cobrado: 
Ano: 2014 Banca: Aroeira Órgão: PC-TO 
A falsificação de cartão de créditoou de débito da Caixa Econômica Federal configura o crime de : 
 
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A) falsificação de papéis públicos. 
B) falsificação de documento público. 
C) falsificação de documento particular. 
D) falsidade ideológica. 
 
Resolução: analisando o teor do parágrafo único do art. 298 do CP, podemos concluir, sem sombra de dúvida, que 
a falsificação do cartão de débito ou de crédito configura o crime de falsificação de documento particular. 
Gabarito: Letra C. 
Tenha a certeza de que tudo que visualizamos até esse momento é amplamente seguro para você enfrentar 
qualquer questão envolvendo o tema. 
Porém, nossa aula ainda não acabou! Para tanto, aguardo você no próximo tópico, onde vamos dar início ao 
crime de falsidade ideológica. 
Até lá! 
Falsidade ideológica (art. 299, CP). 
Olá, doutor(a)! 
Chegou o momento de tratarmos do crime de falsidade ideológica, então, não percamos tempo! 
 Falsidade ideológica 
 Art. 299 - Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar, ou nele 
inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito, 
criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante: 
 Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é público, e reclusão de um a três anos, 
e multa, de quinhentos mil réis a cinco contos de réis, se o documento é particular. (Vide Lei nº 7.209, de 
1984) 
 Parágrafo único - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, ou se 
a falsificação ou alteração é de assentamento de registro civil, aumenta-se a pena de sexta parte. 
Agora que pudemos analisar o texto legal exposto pelo código penal, é necessário que passemos a 
desmembrar o crime de falsidade ideológica. 
Avante, guerreiro(a)! 
O crime do artigo 299 do CP é figura típica que visa proteger a fé pública. 
Outrossim, o crime é comum, podendo ser praticado por qualquer pessoa e terá como vítima inicial, o Estado 
e, de forma secundária, a pessoa prejudicada pela conduta do falsário. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art2.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art2.
 
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Nesse caso, meu(a) jovem, o tipo penal pune a conduta do agente criminoso que omite, em documento 
público ou particular, declaração que dele devia constar, ou nele insere ou faz inserir declaração falsa ou diversa 
da que devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato 
juridicamente relevante. 
Resumindo, caríssimo(a), o crime de falsidade ideológica é a mentira reduzida a termo. 
Perceba, também, que o crime é de tipo misto alternativo. 
Vejamos cada uma das condutas nucleares: 
OMITIR DECLARAÇÃO. Nesse caso, o agente criminoso, ao criar o documento 
(seja público ou particular), deixa de mencionar 
informação que nele deveria constar (se trata de um 
crime omissivo puro) 
INSERIR DECLARAÇÃO FALSA O agente introduz uma falsa ideia no documento 
(público ou particular) 
INSERIR DECLARAÇÃO DIVERSA DA QUE 
DEVERIA SER ESCRITA 
Aqui, o criminoso substitui o conteúdo verdadeiro por 
outro que, embora contenha informações diversas, 
tem a mesma natureza 
FAZER INSERIR DECLARAÇÃO FALSA Nesse caso, a falsidade é mediata, tendo em vista que 
o falsário induz terceiro a inserir informação falsa no 
documento. É claro que o terceiro não responderá 
pelo crime, a menos que tenha consciência de estar 
praticando a falsificação. 
FAZER INSERIR DECLARAÇÃO DIVERSA DA QUE 
DEVIA CONSTAR 
O agente induz um terceiro a substituir uma 
informação verdadeira por outra. 
Como exemplo das referidas condutas típicas, temos as seguintes situações: 
• Inserir falsa declaração de emprego em carteira de trabalho; 
• Fazer constar da CNH a aptidão para conduzir caminhões, quando o condutor é habilitado somente 
para dirigir veículo; 
• Fornecer dados alusivos a outra pessoa, diferente daquela cuja fotografia foi colocada em 
passaporte. 
Por fim, meu amigo(a), fique atento ao fato de que, conforme o entendimento 
lançado pelo STJ no RHC 81.451/RJ, de relatoria da Ministra Maria Thereza de 
Assis Moura, julgado em 22/08/2017, noticiado no informativo nº 610, não se 
configura o crime de falsidade ideológica a inserção de informações falsas 
 
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em currículo “lattes”, uma vez que não se pode ser considerado documento 
eletrônico e, também, por se tratar de informações passíveis de verificação. 
Avançando, o elemento subjetivo do tipo penal é o dolo, entretanto, exige-se também, o elemento 
subjetivo específico do tipo, consistente no propósito de lesar direito, criar obrigação ou alterar a veracidade sobre 
fato juridicamente relevante. 
Assim, o crime estará consumado com a prática de qualquer conduta nuclear, independentemente do 
resultado que possa advir da conduta e, por isso, o crime de falsidade ideológica é considerado crime formal. 
O §1º traz uma causa de aumento de pena de sexta parte se o agente criminoso for funcionário público e 
utiliza-se do seu cargo para a pratica do crime 
Chegou o momento de fazermos nossas questões! 
Venha comigo! 
Ano: 2012 Banca: ESAF Órgão: Receita Federal Prova: ESAF - 2012 - Receita Federal - Auditor Fiscal da Receita 
Federal - Prova 1 - Gabarito 1 
Sebastião, condutor e proprietário de veículo automotor, recebe multa do órgão de trânsito estadual (DETRAN) 
cometida por ele. No entanto, ao preencher o documento, indica que o condutor era Manuel. Manuel acaba 
recebendo três pontos na carteira em razão do preenchimento incorreto de documento oficial do DETRAN. Com 
base nessa informação e na legislação penal, é correto afirmar que há crime de 
A) falsidade ideológica. 
B) falsificação de sinal público. 
C) falsificação de documento particular. 
D) falsificação de documento público. 
E) falso reconhecimento de firma. 
Resolução: analisando a situação hipotética proposta na questão, conseguimos verificar que a conduta de 
Sebastião é uma “mentira reduzida a termo”, razão pela qual, o crime é o de falsidade ideológica. 
 
Gabarito: Letra A. 
Agora que encerramos o crime de falsidade ideológica, passemos a análise do próximo tipo penal. 
Então, venha comigo para o próximo tópico! 
Falso reconhecimento de firma ou letra (art. 300, CP) 
Seja muito bem-vindo(a), meu amigo(a)! 
Sem mais tempo a perder, vamos direto para a análise do texto legal! 
 
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 Falso reconhecimento de firma ou letra 
 Art. 300 - Reconhecer, como verdadeira, no exercício de função pública, firma ou letra que o não seja: 
 Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é público; e de um a três anos, e multa, 
se o documento é particular. 
Análise feita, passemos a desmembrar o crime. 
O bem jurídico que a norma penal visa proteger, meu amigo(a), é a fé pública, conforme exaustivamente já 
visualizamos ao longo do curso. 
Trata-se de crime próprio, caríssimo, podendo ser praticado somente por quem exerce função pública, com 
poderes para o reconhecimento de firma ou letra. Nesse caso, estão inseridos os tabeliães de notas, oficiais de 
registro civil, cônsules e etc. Já o sujeito passivo será o Estado e, ao seu lado, eventual particular prejudicadopela 
conduta do criminoso. 
A conduta punida pelo tipo penal é a de reconhecer, como verdadeira, no exercício de função pública, firma 
ou letra que não o seja. 
Então, imagine a situação em que Austin, tabelião de notas, reconhece em uma procuração, uma assinatura 
sabidamente falsa como se verdadeira fosse. Nesse caso, podemos concluir, sem maiores problemas, que estamos 
diante do crime do art. 300 do CP. 
A pena imposta para o crime varia de acordo com a natureza do objeto material (documento público ou 
particular). Caso se trate de documento particular, a pena varia de 1 a 3 anos e multa. Sendo o documento público, 
a pena é maior, sendo de 1 a 5 anos e multa. 
O crime do art. 3oo do CP só é punido a título de dolo, não se exigindo qualquer finalidade especial por parte 
do agente. 
O crime tem o seu momento consumativo quando o agente efetua o reconhecimento irregular. 
Vejamos essa questão: 
(VUNESP – CARTÓRIO – TJ/SP – 2014) 
A consumação do crime de falso reconhecimento de firma ou letra se da quando: 
a) O reconhecimento é realizado. 
b) O respectivo documento é entregue a quem possa fazer dele o mau uso. 
c) O respectivo documento é utilizado por qualquer pessoa. 
d) O pagamento do ato de reconhecimento é realizado 
 
Resolução: dada todas as informações que visualizamos até o momento, podemos concluir que o momento 
consumativo do crime se dá no momento em que é realizado o reconhecimento por parte do agente criminoso. 
Gabarito: Letra A. 
 
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Mais um crime encerrado! 
Aguardo você no próximo tópico! 
Forte abraço! 
Certidão ou atestado ideologicamente falso (art. 301). 
Mais um crime para estudarmos! 
Vamos adiante! 
Art. 301 - Atestar ou certificar falsamente, em razão de função pública, fato ou circunstância que habilite 
alguém a obter cargo público, isenção de ônus ou de serviço de caráter público, ou qualquer outra 
vantagem: 
Pena - detenção, de dois meses a um ano. 
Falsidade material de atestado ou certidão 
§ 1º - Falsificar, no todo ou em parte, atestado ou certidão, ou alterar o teor de certidão ou de atestado 
verdadeiro, para prova de fato ou circunstância que habilite alguém a obter cargo público, isenção de ônus 
ou de serviço de caráter público, ou qualquer outra vantagem: 
Pena - detenção, de três meses a dois anos. 
§ 2º - Se o crime é praticado com o fim de lucro, aplica-se, além da pena privativa de liberdade, a de multa. 
Nesse caso, meu amigo(a), diferentemente do que estudamos até agora (salvo algumas exceções) o crime 
aqui é próprio, podendo ser cometido somente por quem ocupa função pública. 
Aqui, pune-se a conduta do funcionário público que, no desempenho de sua função, afirma oficialmente 
(atesta) ou afirma a certeza (certifica) falsamente, fato ou circunstancia que habilite alguém a obter cargo público, 
isenção de ônus ou de serviço de caráter público, ou qualquer outra vantagem. 
Nesse caso, caríssimo(a), imagine a situação do Oficial de Justiça, que certifique falsamente que 
seu amigo (réu em processo criminal) está em local incerto e não sabido, somente para que este 
seja beneficiado por uma citação por edital e tenha seu processo suspenso. 
O elemento subjetivo é o dolo, porém, havendo o intuito de lucro, a pena será cumulada com multa (§2º). 
Falsidade material de atestado ou certidão (§1º): a figura do §1º traz um crime autônomo. 
Essa figura do §1º, conforme entendimento jurisprudencial e doutrina majoritária, é considerada crime 
comum. 
Não esqueça que, caso o crime seja praticado com o fim de lucrativo, aplica-se, também, a pena de multa 
(§2º). 
 
 
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Supressão de documento público (art. 305, CP). 
Olá, meu(a) parceiro(a)! 
Chegou o momento de tratarmos do crime de supressão de documento público. 
O art. 305 do Código Penal está assim redigido: 
 Supressão de documento 
 Art. 305 - Destruir, suprimir ou ocultar, em benefício próprio ou de outrem, ou em prejuízo alheio, 
documento público ou particular verdadeiro, de que não podia dispor: 
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa, se o documento é público, e reclusão, de um a cinco anos, e 
multa, se o documento é particular. 
O bem juridicamente tutelado nesse caso é a fé pública. 
O crime, assim como todos os outros que analisamos, por estar dentro do capítulo III do título X, é comum, 
podendo ser praticado por qualquer pessoa. Já o sujeito passivo é o Estado e, de forma secundária, o terceiro 
lesado pela ação criminosa. 
Ao nos depararmos com os verbos nucleares apresentados pelo tipo penal, podemos concluir que estamos 
diante de um crime de tipo misto alternativo. 
As condutas perpetradas pelo agente criminoso são destruir (eliminar), suprimir (extinguir) ou ocultar 
(esconder), em benefício próprio ou de outrem, ou em prejuízo alheio. A forma como o documento chegou ao 
agente não tem relevância para o crime ora narrado, importando somente a conduta de destruição, supressão ou 
a ocultação. 
O elemento subjetivo do crime é dolo. Porém, atenção, meu amigo(a), o autor do crime deve agir com 
finalidade específica de executar o crime em benefício próprio ou de outrem, ou em prejuízo alheio. Do contrário, 
não havendo essa finalidade, não restará configurado o crime. 
Quanto ao momento consumativo, o art. 305 está inserido na categoria dos crimes formais e, desse modo, 
alcança a consumação com a realização da conduta típica, não exigindo a produção do resultado. 
Veja essa questão: 
Ano: 2013 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: PC-BA Provas: CESPE / CEBRASPE - 2013 - PC-BA - Investigador de 
Polícia 
Julgue o próximo item, relativo a crimes contra a fé pública. 
 
Considere que Silas, maior, capaz, ao examinar os autos do inquérito policial no qual figure como investigado pela 
prática de estelionato, encontre os documentos originais colhidos pela autoridade, nos quais seja demonstrada a 
materialidade do delito investigado, e os destrua. Nessa situação, em razão desse ato, Silas responderá pelo crime 
de supressão de documento 
( ) Certo 
 
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( ) Errado 
 
Resolução: veja, caríssimo(a), no momento em que Silas destrói os documentos que atestam a materialidade e 
autoria do seu estelionato, sua conduta se amolda perfeitamente ao crime do art. 305 do CP. 
 
Gabarito: CERTO 
Vamos adiante, meu amigo(a)! 
 
 
 
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Capítulo V – Das fraudes em certames de interesse público. 
Fraudes em certames de interesse público (art. 311-A). 
Seja bem-vindo, meu amigo(a), ao nosso último capítulo nessa aula sobre crimes contra a fé-pública. 
Portanto, para encerrarmos com chave de ouro, vamos estudar o crime do artigo 311-A do CP. 
Veja só: 
Fraudes em certames de interesse público 
Art. 311-A. Utilizar ou divulgar, indevidamente, com o fim de beneficiar a si ou a outrem, ou de 
comprometer a credibilidade do certame, conteúdo sigiloso de: 
I - concurso público; 
II - avaliação ou exame públicos; 
III - processo seletivo para ingresso no ensino superior; ou 
IV - exame ou processo seletivo previstos em lei: 
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. 
§ 1o Nas mesmas penas incorre quem permite ou facilita, por qualquer meio, o acesso de pessoas não 
autorizadas às informações mencionadas no caput. 
§ 2o Se da ação ou omissão resultadano à administração pública: 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa. 
§ 3o Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o fato é cometido por funcionário público. 
O bem juridicamente tutelado do artigo em tela, trata-se da lisura, transparência, legalidade, moralidade 
dos certames públicos. 
O crime é comum. 
O sujeito passivo, nesse caso, primeiramente é o Estado e, logo em seguida, todas aquelas pessoas que 
foram prejudicadas por conta da conduta criminosa do agente. 
É punida a conduta de quem utiliza (emprega, aplica) ou divulga (efeito de tornar público), indevidamente, 
com o fim de beneficiar a si mesmo ou a outrem, ou de comprometer a credibilidade do certame, conteúdo sigiloso 
de: 
I - concurso público; 
II - avaliação ou exame públicos; 
III - processo seletivo para ingresso no ensino superior; (p.ex. vestibulares e ENEM) ou 
IV - exame ou processo seletivo previstos em lei (p.ex. o Exame da OAB) 
Nas mesmas penas incorre quem permite (dar liberdade) ou facilita, por qualquer meio, o acesso de pessoa 
não autorizada às informações mencionadas no caput do art. 311-A. 
 
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Aqui, o crime só é punido na forma dolosa, porém, com a finalidade específica de beneficiar a si ou a outrem, 
ou de comprometer a credibilidade do certame. 
Forma equiparada (§1º): nas mesmas penas incorre o criminoso que permite o facilita, por qualquer meio, 
o acesso de pessoas não autorizadas as informações mencionadas no caput. 
Qualificadora (§2º): o crime será qualificado se da ação ou omissão resultar dano à Administração Pública. 
Majorante (§3º): sendo funcionário público, a pena será aumentada de 1/3. 
Assim, caríssimo(a), encerramos mais uma aula no nosso curso regular. 
Foi um imenso prazer estar na sua presença durante esse encontro! 
Espero que tenha deixado tudo muito claro para você! Saiba que estou amplamente ao seu dispor em minhas 
redes sociais. 
Me mande um direct no instagram @prof.arpini para que possamos estreitar o nosso estudo compartilhado. 
Bons estudos! Forte abraço! Fique com Deus! 
Até a próxima! 
 
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Questões comentadas pelo professor. 
1) Em crimes de moeda falsa, a jurisprudência predominante do STF é no sentido de reconhecer como bem penal 
tutelado não somente o valor correspondente à expressão monetária contida nas cédulas ou moedas falsas, mas 
a fé pública, a qual pode ser definida como bem intangível, que corresponde, exatamente, à confiança que a 
população deposita em sua moeda. 
( ) Certo 
( )Errado 
 
Resolução: e agora, meu amigo(a), o que você acha? A partir do conteúdo que visualizamos até aqui, podemos 
concluir que o ponto chave da fé pública é justamente a confiança que a coletividade deposita na moeda em curso 
no território nacional. 
 
Gabarito: CERTO. 
 
2) Ano: 2014 Banca: VUNESP Órgão: PC-SP Prova: VUNESP - 2014 - PC-SP - Escrivão de Polícia Civil 
Imagine que Pedro, ilicitamente, guarda consigo tintas, papéis e um aparelho capaz de fabricar moeda falsa. Tal 
conduta. 
A) configura o crime de petrechos para falsificação de moeda (CP, art. 291) 
B) configura crime assimilado ao de moeda falsa (CP, art. 290). 
C) configura o crime de moeda falsa (CP, art. 289) 
D) não configura crime algum, por ausência de previsão legal. 
E) não configura crime algum, por se tratar de mero ato preparatório. 
 
Resolução: analisando a conduta de Pedro e, levando em conta os objetos materiais que o agente criminoso 
detinha, é claro concluirmos que se trata do crime de petrechos para falsificação de moeda, o qual o legislador 
decidiu antecipar a tutela penal. 
 
Gabarito: Letra A. 
 
3) Ano: 2012 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: Polícia Federal Prova: CESPE - 2012 - Polícia Federal - Agente 
da Polícia Federal 
Em cada um dos itens de 92 a 95 é apresentada uma situação hipotética, acerca dos crimes contra a pessoa, 
contra o patrimônio, contra a fé pública e contra a administração pública, seguida de uma assertiva a ser 
julgada. 
 
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Luiz, proprietário da mercearia Pague Menos, foi preso em flagrante por policiais militares logo após passar troco 
para cliente com cédulas falsas de moeda nacional de R$ 20,00 e R$ 10,00. Os policiais ainda apreenderam, no 
caixa da mercearia, 22 cédulas de R$ 20,00 e seis cédulas de R$ 10,00 falsas. Nessa situação, as ações praticadas 
por Luiz — guardar e introduzir em circulação moeda falsa — configuram crime único. 
( ) Certo 
( ) Errado 
 
Resolução: nesse caso, conforme o artigo 289, §1, do CP, que trata de um crime de tipo misto alternativo, Luiz, 
ao guardar e, logo em seguida, introduzir em circulação moeda falsa, responderá por crime único do art. 289, §1, 
do CP. 
 
Gabarito: CERTO. 
4) (FCC – Analista Judiciário – TRF 5/2012 – Adaptada). 
No crime de moeda falsa, mesmo ausente a capacidade ilusória da contrafação, tem-se caracterizada sua 
consumação. 
 
( ) Certo 
( ) Errado 
 
Resolução: lembre-se, caríssimo(a), a capacidade de iludir o homem de mediana prudência e discernimento é 
essencial nos crimes contra a fé pública, desse modo, estando ausente, não há que se falar em consumação. 
 
Gabarito: ERRADO. 
 
5) (CESPE – Procurador BACEN/2013 - Adaptada) 
Ao delito de emissão de vinte e cinco moedas falsas nos valores de dois reais é aplicável o princípio da 
insignificância, em face da inexistência de grave prejuízo ao sistema financeiro e da observância de princípios 
constitucionais aplicáveis aos crimes. 
( ) Certo 
( ) Errado 
 
Resolução: conforme estudamos ao longo da nossa aula, os Tribunais Superiores não admitem a aplicação do 
princípio da insignificância nos crimes contra a fé pública. 
 
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Gabarito: ERRADO. 
 
6) (Delegado de Polícia – PC/AP – 2010 – Adaptada) 
A simples posse de qualquer objeto especialmente destinado a falsificação de moeda constitui crime punido com 
pena de reclusão. 
( ) Certo 
( ) Errado 
 
Resolução: para matarmos essa charada, meu amigo(a) é de suma importância lembrarmos sobre a antecipação 
da tutela penal proposta por nosso legislador. Desse modo, qualquer objeto destinado a falsificação de moeda já 
é apto a incriminação pelo crime do artigo 291 do estatuto repressivo 
 
Gabarito: CERTO. 
 
7) (CESPE – Analista Judiciário – Área Judiciária – CNJ/2013) 
Crime de falsificação de documento público, quando cometido por funcionário público, admite a modalidade 
culposa, hipótese em que a pena é reduzida. 
( ) CERTO 
( ) ERRADO 
 
Resolução: perceba, meu amigo(a), como a leitura do texto legal é de suma importância para sua aprovação. Aos 
nos depararmos com a redação do artigo 297 do CP, é possível verificarmos que não previsão culposa para o crime. 
 
Gabarito: ERRADO. 
 
8) (Analista – MPU – 2010) 
Diogo, com a finalidade específica de cometer sonegação fiscal, falsificou documento público e o utilizou na 
declaração feita a autoridade fazendária, com o escopo de pagar tributo em valor menor do que o efetivamente 
devido. Nessa situação, de acordo com a legislação especial de regência, as infrações penais cometidas – 
falsificação, uso de documento falso e sonegação fiscal – serão punidas de forma autônoma e em concurso 
material. 
( ) CERTO 
 
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( ) ERRADO 
 
Resolução: nesse caso, conforme visualizamos anteriormente, o crime de uso de documento falso não será punido 
de forma autônoma, tendo em vista que estará absorvido pela falsificação. Entretanto, haverá o concurso material 
entre a falsificação e o crime de sonegação fiscal. 
 
Gabarito: ERRADO. 
 
9) Julgue o item seguinte, relativos a institutos complementares do direito empresarial, teoria geral dos títulos de 
crédito, responsabilidade dos sócios, falência e recuperação empresarial. 
 
Os livros comerciais, os títulos ao portador e os transmissíveis por endosso equiparam-se, para fins penais, a 
documento público, sendo a sua falsificação tipificada como crime. 
( ) Certo 
( ) Errado 
 
Resolução: veja, meu amigo(a), o enunciado da questão nos traz a figura criminosa prevista no artigo 297, §2, do 
CP. Desse modo, a questão é cópia integral da literalidade do CP. 
 
Gabarito: CERTO. 
 
10) Ano: 2018 Banca: FUNDATEC Órgão: PC-RS Prova: FUNDATEC - 2018 - PC-RS - Escrivão e de Inspetor de 
Polícia - Tarde 
Em relação à falsificação de documento particular e à falsidade ideológica, assinale a alternativa correta. 
A) Reza o Código Penal que a falsificação do documento particular consiste em falsificar, no todo ou em parte, 
documento particular ou alterar documento particular verdadeiro. 
B) Fotocópias sem autenticação, documentos impressos sem assinatura ou documentos anônimos podem ser 
considerados documentos particulares para efeito do crime de falsificação de documento particular. 
C) O objeto material da falsidade ideológica é tão somente o documento público. 
D) Reza o Código Penal que se o agente é funcionário público e comete o crime de falsidade ideológica, 
prevalecendo-se do cargo, ou se a falsificação ou alteração é de assentamento de registro civil, a pena será aplicada 
em quádruplo. 
E) O momento consumativo da falsidade ideológica se dá com a efetiva concretização de prejuízo material para o 
Estado ou para o particular. 
 
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Resolução: nesse caso, meu amigo(a), o crime de falsidade ideológica será nosso próximo alvo de estudos, porém, 
analisando o teor da assertiva “A”, estamos aptos a concluir que o seu teor é a cópia integral da redação do artigo 
298 do CP. 
 
Gabarito: Letra A. 
11) Durante a instrução de determinado processo judicial, foi comprovada falsificação da escrituração em um dos 
livros comerciais de uma sociedade limitada, em decorrência da criação do chamado “caixa dois”. A sentença 
proferida condenou pelo crime apenas o sócio com poderes de gerência. A respeito dessa situação hipotética, 
assinale a opção correta. 
A) A conduta praticada pelo sócio constitui crime falimentar. 
B)Na situação, configura-se crime de falsificação de documento público. 
C) Sendo o diário e o livro de registro de atas de assembleia livros obrigatórios da sociedade citada, a referida 
falsificação pode ter ocorrido em qualquer um deles. 
D)Em decorrência da condenação criminal, o sócio-gerente deverá ser excluído definitivamente da sociedade. 
E) O nome do condenado não pode ser excluído da firma social, que deve conter o nome de todos os sócios, 
seguido da palavra “limitada”. 
 
Resolução: perceba, meu amigo(a), comprovada a falsificação da escrituração de um dos livros comerciais, o crime 
é o de falsificação do art. 297, §2, do CP. 
 
Gabarito: Letra B. 
 
12) Ano: 2015 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: TCU Provas: CESPE - 2015 - TCU - Auditor Federal de Controle 
Externo - Conhecimentos Gerais 
Em relação aos crimes contra a fé pública, contra o patrimônio e contra a administração pública, julgue o item 
subsecutivo. 
 
Situação hipotética: Com o intuito de viajar para o exterior, Pedro, que não possui passaporte, usou como seu o 
documento de Paulo, seu irmão — com quem se parece muito —, tendo-o apresentado, sem adulterações, para os 
agentes da companhia aérea e da Polícia Federal no aeroporto. Pedro e Paulo têm mais de dezoito anos de idade. 
Assertiva: Nessa situação, de acordo com o Código Penal, Pedro cometeu o crime de falsidade ideológica. 
( ) Certo 
( ) Errado 
 
 
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Resolução: nesse caso, o crime não é o de falsidade ideológica, tendo em vista que o passaporte era verdadeiro e, 
desse modo, a conduta de Pedro trata-se de falsa identidade, previsto no artigo 307 do CP. 
 
Gabarito: ERRADO. 
 
13) Ano: 2010 Banca: FUNIVERSA Órgão: SPTC-GO Provas: FUNIVERSA - 2010 - SPTC-GO - Perito Criminal - 
Superior 
Nos crimes contra a fé pública, é incorreto afirmar que 
A) a utilização de papel-moeda grosseiramente falsificado configura, em tese, o crime de estelionato. 
B) o testamento particular, para os efeitos penais do crime de falsificação de documento público, equipara-se a 
documento público. 
C) comete o crime de falsidade ideológica o agente que apresenta declaração de pobreza para obtenção dos 
benefícios da justiça gratuita. 
D) o tipo penal de falsificar documento público verdadeiro exige apenas a editio falsi, sendo prescindível a posterior 
utilização do falso, que consiste em mero exaurimento. 
E) falsificar, no todo ou em parte, documento particular ou alterar documento particular verdadeiro configura 
crime de falsificação de documento particular. 
 
Resolução: 
a) é o teor da súmula 17 do STJ 
b) é a previsão exposta no artigo 29 
c) tendo em vista o que analisamos ao longo da aula, o crime de falsidade ideológica é conhecido como a “mentira 
reduzida à termo”. Desse modo, quando o agente criminoso insere declaração falsa da que devia ser escrita 
(declaração de pobreza), alterando a verdade sobre fato juridicamente relevante (justiça gratuita), comete o crime 
do art. 299 do CP. 
d) para a configuração do crime de falsificação de documento público é dispensável o seu uso. 
e) é a cópia integral do 298 do CP. 
 
Gabarito: Letra C. 
 
14) Ano: 2015 Banca: VUNESP Órgão: PC-CE Prova: VUNESP - 2015 - PC-CE - Inspetor de Polícia Civil de 1a Classe 
Com relação aos crimes contra a fé pública, é correto afirmar: 
 
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A) Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar, com o fim de prejudicar direito, 
criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante configura crime diverso daquele que insere 
ou faz inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita naqueles documentos e demais condições. 
B) Aquele que falsifica, no todo ou em parte, cartão de crédito ou débito pratica o crime de falsificação de 
documento público. 
C) A pena prevista para aquele que destrói documento público é a mesma prevista para aquele que destrói 
documento particular de que não podia dispor, desde que ambas sejam praticadas em benefício próprio ou de 
outrem, ou em prejuízo alheio. 
D) Aquele que falsifica, no todo ou em parte, testamento particular pratica o crime de falsificação de documento 
particular. 
E) Aquele que apenas cede moedas falsas incorre nas mesmas penas previstas para aquele que as falsifica, 
fabricando-as ou alterando-as. 
 
Resolução: 
a) a assertiva está tentando lhe confundir, meu amigo(a). Nesse caso, todas as condutas ali descritas configuram, 
única e tão somente, o crime de falsidade ideológica. 
b) aquele que falsifica, no todo ou em parte, cartão de crédito ou débito, comete o crime de falsificação de 
documento particular. 
c) nessecaso, as penas são diversas, conforme o artigo 306, parágrafo único do CP. Caso o documento seja público 
a pena é de reclusão de dois a seis anos, e multa. Se for particular a pena é de reclusão, de um a cinco anos, e multa. 
d) nesse caso, o indivíduo comete falsificação de documento público. 
e) a assertiva é cópia integral do art. 289, §1, do CP e, nesse caso, nas mesmas penas (reclusão, de três a doze anos, 
e multa) incorrerá quem, por conta própria ou alheia, importa ou exporta, adquire, vende, troca, cede, empresta, 
guarda ou introduz na circulação moeda falsa. 
 
Gabarito: Letra E. 
 
15) Ano: 2014 Banca: IBFC Órgão: PC-SE Prova: IBFC - 2014 - PC-SE - Escrivão Substituto - A 
No crime de falsificação de documento público, previsto no título “Dos Crimes contra a Fé Pública” do Código 
Penal, equipara-se a documento público, exceto: 
A) O documento emanado de entidade paraestatal. 
B) O título não à ordem ou transmissível por aval 
C) As ações de sociedade comercial 
D) Os livros mercantis 
 
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Resolução: veja como a leitura do texto legal é importantíssima, meu amigo(a). O título transmissível por aval não 
está expressamente previsto no artigo 297, §2, do CP. 
 
Gabarito: Letra B. 
 
16) A falsificação de cartão de crédito ou de débito da Caixa Econômica Federal configura o crime de : 
A) falsificação de papéis públicos. 
B) falsificação de documento público. 
C) falsificação de documento particular. 
D) falsidade ideológica. 
 
Resolução: analisando o teor do parágrafo único do art. 298 do CP, podemos concluir, sem sombra de dúvida, que 
a falsificação do cartão de débito ou de crédito configura o crime de falsificação de documento particular. 
 
Gabarito: Letra C. 
 
17) Ano: 2014 Banca: VUNESP Órgão: PC-SP Prova: VUNESP - 2014 - PC-SP - Delegado de Polícia 
“X”, valendo-se de um documento de identidade falsificado, consegue abrir uma conta corrente no Banco do Brasil 
com a finalidade de lavar dinheiro. O bem jurídico tutelado no crime praticado por “X” é(são) 
A) o patrimônio. 
B) a administração da justiça. 
C) a administração pública. 
D) a fé pública. 
E) as finanças públicas. 
 
Resolução: ao se utilizar de um documento de identidade falso, o criminoso “x” violou a fé pública, bem 
juridicamente tutelado pelos crimes elencados no título X. 
 
Gabarito: Letra D. 
 
18) Ano: 2013 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: PC-DF Prova: CESPE - 2013 - PC-DF - Escrivão de Polícia 
 
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A respeito de crimes contra a fé pública e a administração pública, julgue os itens subsequentes. 
 
Restituir moeda falsa à circulação, ciente de sua falsidade, é crime que admite a modalidade culposa se o agente 
tiver recebido a moeda, de boa-fé, como verdadeira. 
( ) Certo 
( ) Errado 
 
Resolução: nesse caso, não estamos diante de uma figura culposa. Aqui, estamos diante do crime de moeda falsa 
privilegiado, em que o agente tendo recebido de boa-fé, como verdadeira, moeda falsa ou alterada, a restitui à 
circulação, depois de conhecer a falsidade, é punido com detenção, de seis meses a dois anos, e multa. 
 
Gabarito: ERRADO. 
 
19) Ano: 2012 Banca: ESAF Órgão: Receita Federal Prova: ESAF - 2012 - Receita Federal - Auditor Fiscal da Receita 
Federal - Prova 1 - Gabarito 1 
Sebastião, condutor e proprietário de veículo automotor, recebe multa do órgão de trânsito estadual (DETRAN) 
cometida por ele. No entanto, ao preencher o documento, indica que o condutor era Manuel. Manuel acaba 
recebendo três pontos na carteira em razão do preenchimento incorreto de documento oficial do DETRAN. Com 
base nessa informação e na legislação penal, é correto afirmar que há crime de 
A) falsidade ideológica. 
B) falsificação de sinal público. 
C) falsificação de documento particular. 
D) falsificação de documento público. 
E) falso reconhecimento de firma. 
 
Resolução: analisando a situação hipotética proposta na questão, conseguimos verificar que a conduta de 
Sebastião é uma “mentira reduzida a termo”, razão pela qual, o crime é o de falsidade ideológica. 
 
Gabarito: Letra A. 
 
20) (CESPE – Analista do MPU/2013 – Adaptada) 
 
A inserção, em assentamento de registro civil, de declaração falsa com vistas à alteração da verdade sobre fato 
juridicamente relevante configura crime de falsidade ideológica, com aumento de pena em razão da natureza do 
documento. 
 
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( ) Certo 
( ) Errado. 
 
Resolução: o enunciado da questão retrata a literalidade do artigo 299 do CP e seu parágrafo único. 
 
Gabarito: CERTO. 
 
21) (VUNESP – CARTÓRIO – TJ/SP – 2014) 
A consumação do crime de falso reconhecimento de firma ou letra se da quando: 
a) O reconhecimento é realizado. 
b) O respectivo documento é entregue a quem possa fazer dele o mau uso. 
c) O respectivo documento é utilizado por qualquer pessoa. 
d) O pagamento do ato de reconhecimento é realizado 
 
Resolução: dada todas as informações que visualizamos até o momento, podemos concluir que o momento 
consumativo do crime se dá no momento em que é realizado o reconhecimento por parte do agente criminoso. 
 
Gabarito: Letra A. 
 
22) Dentre os crimes contra a fé pública, não constitui crime próprio o falso reconhecimento de firma ou letra. 
( ) Certo. 
( ) Errado. 
 
Resolução: conforme estudamos ao longo da nossa aula, o crime do art. 300 do CP é próprio, podendo ser 
praticado somente por tabeliães, oficiais de registro, cônsules e etc. 
 
Gabarito: ERRADO. 
 
23) Ano: 2013 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: PC-BA Provas: CESPE / CEBRASPE - 2013 - PC-BA - Investigador 
de Polícia 
Julgue o próximo item, relativo a crimes contra a fé pública. 
 
 
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Considere a seguinte situação hipotética. Celso, maior, capaz, quando trafegava com seu veículo em via pública, 
foi abordado por policiais militares, que lhe exigiram a apresentação dos documentos do veículo e da carteira de 
habilitação. Celso, então, apresentou habilitação falsa. Nessa situação, a conduta de Celso é considerada atípica, 
visto que a apresentação do documento falso decorreu de circunstância alheia à sua vontade. 
( ) Certo 
( ) Errado 
 
Resolução: nesse caso, a conduta de Celso é típica, caracterizando o uso de documento falso. Aqui, não podemos 
imputar a falsificação a Celso, tendo em vista que não há nenhuma informação nesse sentido. Desse modo, resta 
configurado o crime do art. 304 do CP. 
 
Gabarito: ERRADO 
 
24) No dia 09/07/2017, Henrique foi parado em uma fiscalização da Operação Lei Seca. Após solicitar a Carteira 
Nacional de Habilitação (CNH) de Henrique, o policial militar que participava da operação suspeitou do documento 
apresentado. Procedeu então à verificação na base de dados do DETRAN e confirmou a suspeita, não encontrando 
o número de registro que constava na CNH, embora as demais informações (nome e CPF), a respeito de Henrique, 
estivessem corretas. Questionado pelo policial, Henrique confessou que havia adquirido o documento com 
Marcos, seu vizinho, que atuava como despachante, tendo pago R$ 2.000,00 pelo documento. Afirmou ainda que 
sequer havia feito prova no DETRAN. Acrescente-se que, durante a instrução criminal, ficou comprovado que, de 
fato, Henrique obteve o documento de Marcos, sendo este o autor da contrafação. Além disso, foiverificado por 
meio de perícia judicial que, no estado em que se encontra o documento, e em face de sua aparência, pode iludir 
terceiros como se documento idôneo fosse. Logo, pode-se afirmar que a conduta de Henrique se amolda ao crime 
de 
A) falsificação de documento público, previsto no caput do art. 297 do Código Penal. 
B) uso de documento falso, previsto no art. 304 do Código Penal. 
C) falsa identidade, previsto no art. 307 do Código Penal. 
D) falsidade ideológica, previsto no caput art. 299 do Código Penal. 
E) falsificação de documento particular, previsto no caput do art. 298 do Código Penal. 
 
Resolução: nesse caso, a única conduta possível de ser imputada a Henrique é o uso de documento falso, tendo 
em vista a descoberta da contrafação do documento por parte de Marcos. 
 
Gabarito: Letra B. 
 
 
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25) (Analista – TRE/MT – 2010 – Adaptada) 
O crime de uso de documento falso não possui preceito secundário específico, sendo aplicável a tal crime a pena 
cominada à falsificação ou à alteração do documento. 
( ) Certo 
( ) Errado. 
 
Resolução: o enunciado da questão é uma cópia literal do parágrafo único do art. 304 que, em caso de uso, se 
aplica a pena correspondente a falsidade do documento. 
 
Gabarito: CERTO. 
 
26) Ano: 2013 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: PC-BA Provas: CESPE / CEBRASPE - 2013 - PC-BA - Investigador 
de Polícia 
Julgue o próximo item, relativo a crimes contra a fé pública. 
 
Considere que Silas, maior, capaz, ao examinar os autos do inquérito policial no qual figure como investigado pela 
prática de estelionato, encontre os documentos originais colhidos pela autoridade, nos quais seja demonstrada a 
materialidade do delito investigado, e os destrua. Nessa situação, em razão desse ato, Silas responderá pelo crime 
de supressão de documento 
( ) Certo 
( ) Errado 
 
Resolução: veja, caríssimo(a), no momento em que Silas destrói os documentos que atestam a materialidade e 
autoria do seu estelionato, sua conduta se amolda perfeitamente ao crime do art. 305 do CP. 
 
Gabarito: CERTO 
 
27) Sobre o crime de supressão de documento público assinale a alternativa correta: 
a) absorve o crime de dano 
b) se consuma independentemente de eventual de eventual prejuízo ou benefício decorrente 
c) pode incidir em documento público ou particular falso se este constituir meio de prova 
d) abrange o extravio 
 
 
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Resolução: a partir de todas as informações que compartilhamos durante nossa aula, o ponto central da questão 
é sabermos o momento consumativo do crime. Assim, conforme verificamos, a supressão de documento público 
é crime formal e, portanto, restará consumada no momento em que for realizada a conduta. 
 
Gabarito: Letra B. 
 
28) O agente que falsificar e, em seguida, usar o documento falsificado responderá apenas pelo crime de 
falsificação. 
 
( ) Certo 
( ) Errado. 
 
Resolução: para resolvermos a questão proposta é necessário que você lembre o que estudamos acerca do post 
factum impunível. Assim, conforme entendimento do Supremo, o agente que falsifica documento público e logo 
em seguida o usa, responderá apenas pelo crime do art. 297, sendo o crime do art. 304 considerado post factum 
impunível. 
 
Gabarito: CERTO. 
 
29) O uso de documento falso não é crime formal e sua caracterização depende da ocorrência de um resultado 
naturalístico específico e determinado. 
( ) Certo 
( ) Errado 
 
Resolução: o crime de uso de documento falso, conforme estudamos, é formal, razão pela qual, independe da 
produção do resultado. 
 
Gabarito: ERRADO. 
 
30) O objeto material do crime de uso de documento falso constitui-se de papéis materialmente ou 
ideologicamente falsos. 
( ) Certo 
( ) Errado. 
 
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Resolução: conforme estudamos durante nossa aula, os objetos materiais do crime de uso de documento falso 
são aqueles elencados ao longo do artigo 293, do CP. 
 
Gabarito: CERTO. 
 
Agradeço, mais uma vez a sua companhia! 
Encerramos nosso sexto encontro por aqui! 
Aguardo a sua presença em nossa próxima aula. 
Bons estudo! Fique com Deus! 
Até lá, 
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Lista de questões. 
1) Em crimes de moeda falsa, a jurisprudência predominante do STF é no sentido de reconhecer como bem penal 
tutelado não somente o valor correspondente à expressão monetária contida nas cédulas ou moedas falsas, mas 
a fé pública, a qual pode ser definida como bem intangível, que corresponde, exatamente, à confiança que a 
população deposita em sua moeda. 
( ) Certo 
( )Errado 
 
2) Ano: 2014 Banca: VUNESP Órgão: PC-SP Prova: VUNESP - 2014 - PC-SP - Escrivão de Polícia Civil 
Imagine que Pedro, ilicitamente, guarda consigo tintas, papéis e um aparelho capaz de fabricar moeda falsa. Tal 
conduta. 
A) configura o crime de petrechos para falsificação de moeda (CP, art. 291) 
B) configura crime assimilado ao de moeda falsa (CP, art. 290). 
C) configura o crime de moeda falsa (CP, art. 289) 
D) não configura crime algum, por ausência de previsão legal. 
E) não configura crime algum, por se tratar de mero ato preparatório. 
 
3) Ano: 2012 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: Polícia Federal Prova: CESPE - 2012 - Polícia Federal - Agente 
da Polícia Federal 
Em cada um dos itens de 92 a 95 é apresentada uma situação hipotética, acerca dos crimes contra a pessoa, 
contra o patrimônio, contra a fé pública e contra a administração pública, seguida de uma assertiva a ser 
julgada. 
 
Luiz, proprietário da mercearia Pague Menos, foi preso em flagrante por policiais militares logo após passar troco 
para cliente com cédulas falsas de moeda nacional de R$ 20,00 e R$ 10,00. Os policiais ainda apreenderam, no 
caixa da mercearia, 22 cédulas de R$ 20,00 e seis cédulas de R$ 10,00 falsas. Nessa situação, as ações praticadas 
por Luiz — guardar e introduzir em circulação moeda falsa — configuram crime único. 
( ) Certo 
( ) Errado 
 
4) (FCC – Analista Judiciário – TRF 5/2012 – Adaptada). 
No crime de moeda falsa, mesmo ausente a capacidade ilusória da contrafação, tem-se caracterizada sua 
consumação. 
 
( ) Certo 
 
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( ) Errado 
 
5) (CESPE – Procurador BACEN/2013 - Adaptada) 
Ao delito de emissão de vinte e cinco moedas falsas nos valores de dois reais é aplicável o princípio da 
insignificância, em face da inexistência de grave prejuízo ao sistema financeiro e da observância de princípios 
constitucionais aplicáveis aos crimes. 
( ) Certo 
( ) Errado 
 
6) (Delegado de Polícia – PC/AP – 2010 – Adaptada) 
A simples posse de qualquer objeto especialmente destinado a falsificação de moeda constitui crime punido com 
pena de reclusão. 
( ) Certo 
( ) Errado 
 
7) (CESPE – Analista Judiciário – Área Judiciária – CNJ/2013) 
Crime de falsificação de documento público, quando cometido por funcionário público, admite a modalidade 
culposa, hipótese em que a pena é reduzida. 
( ) CERTO 
( ) ERRADO 
 
8) (Analista – MPU – 2010) 
Diogo, com a finalidade específica de cometer sonegação fiscal, falsificou documento público e o utilizou na 
declaração

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