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Prof. Leonardo dos Santos Arpini Aula 00 1 de 52| www.direcaoconcursos.com.br Direito Penal e Processual Penal para Oficial de Promotoria do MP SP Aula 00 Crimes Contra a Fé Pública. Direito Penal e Processual Penal para Oficial de Promotoria do MP SP Prof. Leonardo dos Santos Arpini Prof. Leonardo dos Santos Arpini Aula 00 2 de 52| www.direcaoconcursos.com.br Direito Penal e Processual Penal para Oficial de Promotoria do MP SP Sumário SUMÁRIO 2 DOS CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA. 3 INTRODUÇÃO. 3 CAPÍTULO II – DA FALSIDADE DE TÍTULOS E OUTROS PAPÉIS PÚBLICOS (ARTS. 293 A 295). 5 Falsificação de papéis públicos. 5 Petrechos de falsificação. 8 CAPÍTULO III – DA FALSIDADE DOCUMENTAL (ARTS. 296 A 305). 9 Falsificação de selo ou sinal público. 9 Falsificação de documento público. (art. 297, CP) 10 Falsificação de documento particular (art. 298, CP). 14 Falsidade ideológica (art. 299, CP). 15 Falso reconhecimento de firma ou letra (art. 300, CP) 17 Certidão ou atestado ideologicamente falso (art. 301). 19 Supressão de documento público (art. 305, CP). 20 CAPÍTULO V – DAS FRAUDES EM CERTAMES DE INTERESSE PÚBLICO. 22 Fraudes em certames de interesse público (art. 311-A). 22 QUESTÕES COMENTADAS PELO PROFESSOR. 24 LISTA DE QUESTÕES. 38 GABARITO. 46 RESUMO DIRECIONADO. 47 Prof. Leonardo dos Santos Arpini Aula 00 3 de 52| www.direcaoconcursos.com.br Direito Penal e Processual Penal para Oficial de Promotoria do MP SP DOS CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA. INTRODUÇÃO. Olá, meu amigo(a), dando início ao nosso encontro, hoje trataremos de outro grande tema da parte especial do Código Penal. É chegado o momento de iniciarmos o estudo sobre os crimes contra a fé pública. O Código Penal, depois de tutelar o ser humano e, também, o seu patrimônio sob diversos aspectos, reserva para o penúltimo título da Parte Especial, a exposição dos crimes contra a fé pública. Atualmente, o estatuto repressivo dispõe acerca das infrações penais que violam a correta crença coletiva que recai sobre a veracidade e a autenticidade dos documentos. Em outras palavras: os estudiosos do direito penal e, também, o próprio ordenamento jurídico, acabaram por reconhecer um fenômeno autônomo, inerente à ida da coletividade. Algumas aulas atrás falei a vocês sobre o pai do direito penal, nosso famoso jurista Nelson Hungria. Então, para que fique mais próximo de nossa realidade, o mestre define a fé pública com uma realidade coletiva, um fenômeno social, provocada pelo curso normal dos negócios1. Pois bem, meu amigo(a), feitos esses breves comentários, é necessário construirmos uma base com os requisitos essenciais para a existência dos crimes contra a fé pública. Vamos lá?! São necessários quatro requisitos para a existência da falsidade documental. Vejamos: 1. Alteração da verdade sobre fato juridicamente relevante. (immutatio veritatis); 2. A imitação da verdade. (immitatio veritatis); 3. A potencialidade de dano; 4. Dolo. Postos tais requisitos, quero que você tenha em mente que os requisitos da immutatio veritatis e da immitatio veritatis correspondem aos verbos nucleares falsificar e alterar, respectivamente e que serão analisados pormenorizadamente quando estudarmos cada um dos crimes individualmente. A immutatio veritatis representa ponto chave na estrutura do crime, tendo em vista que o falsário modifica/altera a verdade exposta em um documento que represente um fato ou uma relação jurídica. Outra curiosidade importante acerca do tema é que a alteração da verdade atua de forma diferente a depender da natureza do documento, público ou particular. Quanto aos documentos particulares, é necessário verificar dentro do caso concreto se o documento possui algum valor probante. Quanto aos documentos públicos, por estarem diretamente ligados à atividade estatal, caso ocorra o crime, a figura da immutatio veritatis é presumida. Já a immitatio veritatis é o meio executório pelo qual se vale o falsário para iludir terceiros. Para tanto, a falsificação deve ser apta a reproduzir, com alguma fidelidade, o documento original. 1 HUNGRIA, Nelson. Comentários ao código penal, v. IX, p.188. Prof. Leonardo dos Santos Arpini Aula 00 4 de 52| www.direcaoconcursos.com.br Direito Penal e Processual Penal para Oficial de Promotoria do MP SP Também, é preciso que você saiba que os crimes contra a fé pública estão inseridos na categoria dos crimes formais, razão pela qual, eles não dependem da produção de dano efetivo para sua consumação. Então, para fecharmos nossa introdução, o título X do CP é dividido em cinco capítulos, veja só: 1. Da moeda falsa (arts. 289 a 292); 2. Da falsidade de títulos e outros papéis públicos (arts. 293 a 295); 3. Da falsidade documental (arts. 296 a 305); 4. De outras falsidades (arts. 306 a 311); 5. Das fraudes em certames de interesse público (art.311-A). Assim, meu amigo(a), dentro desse emaranhado de crimes, vamos nos deter naqueles que mais possuem incidência em concurso. Saiba que é um enorme prazer estar na sua presença!! Vamos começar?! Venha comigo! Prof. Leonardo dos Santos Arpini Aula 00 5 de 52| www.direcaoconcursos.com.br Direito Penal e Processual Penal para Oficial de Promotoria do MP SP Capítulo II – Da falsidade de títulos e outros papéis públicos (arts. 293 a 295). Falsificação de papéis públicos. Seja muito bem-vindo, caríssimo(a)! Nesse momento, vamos inaugurar mais um capítulo dentro do grande título dos crimes contra a fé pública. Desse modo está redigido o artigo 293 do Código Penal: Falsificação de papéis públicos Art. 293 - Falsificar, fabricando-os ou alterando-os: I – selo destinado a controle tributário, papel selado ou qualquer papel de emissão legal destinado à arrecadação de tributo; II - papel de crédito público que não seja moeda de curso legal; III - vale postal; IV - cautela de penhor, caderneta de depósito de caixa econômica ou de outro estabelecimento mantido por entidade de direito público; V - talão, recibo, guia, alvará ou qualquer outro documento relativo a arrecadação de rendas públicas ou a depósito ou caução por que o poder público seja responsável; VI - bilhete, passe ou conhecimento de empresa de transporte administrada pela União, por Estado ou por Município: Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa. § 1o Incorre na mesma pena quem: I – usa, guarda, possui ou detém qualquer dos papéis falsificados a que se refere este artigo; II – importa, exporta, adquire, vende, troca, cede, empresta, guarda, fornece ou restitui à circulação selo falsificado destinado a controle tributário; III – importa, exporta, adquire, vende, expõe à venda, mantém em depósito, guarda, troca, cede, empresta, fornece, porta ou, de qualquer forma, utiliza em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, produto ou mercadoria: a) em que tenha sido aplicado selo que se destine a controle tributário, falsificado; b) sem selo oficial, nos casos em que a legislação tributária determina a obrigatoriedade de sua aplicação. § 2º - Suprimir, em qualquer desses papéis, quando legítimos, com o fim de torná-los novamente utilizáveis, carimbo ou sinal indicativo de sua inutilização: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. § 3º - Incorre na mesma pena quem usa, depois de alterado, qualquer dos papéis a que se refere o parágrafo anterior. § 4º - Quem usa ou restitui à circulação, embora recibo de boa-fé, qualquer dos papéis falsificados oualterados, a que se referem este artigo e o seu § 2º, depois de conhecer a falsidade ou alteração, incorre na pena de detenção, de seis meses a dois anos, ou multa. Prof. Leonardo dos Santos Arpini Aula 00 6 de 52| www.direcaoconcursos.com.br Direito Penal e Processual Penal para Oficial de Promotoria do MP SP § 5o Equipara-se a atividade comercial, para os fins do inciso III do § 1o, qualquer forma de comércio irregular ou clandestino, inclusive o exercido em vias, praças ou outros logradouros públicos e em residências. O crime ora analisado, meu amigo(a) visa proteger a fé pública. Também, estamos diante de um crime comum, ou seja, é aquele tipo penal que pode ser praticado por qualquer pessoa. Porém, quero que você fique atendo ao fato de que, caso o sujeito ativo seja funcionário público, a pena será majorada, conforme dispõe o artigo 295 do CP2. O sujeito passivo do crime será o Estado e, de forma secundária, eventual lesado pela conduta do agente criminoso. Vamos diante! A conduta nuclear do crime consiste em falsificar (contrafazer), fabricando (criando objeto) ou alterando (modificando objeto já existente): 1. selo destinado a controle tributário (esse é o selo adesivado que se destina à comprovação de tributos), papel selado (aquele adquirido nas repartições tributárias) ou qualquer papel de emissão legal destinado à arrecadação de tributo (aqui, meu amigo(a), a legislação adotou uma fórmula genérica, prevendo qualquer outro papel de emissão legal que seja destinado a arrecadar tributos); 2. papel de crédito público que não seja moeda de curso legal. Trata-se aqui, na verdade, dos títulos da dívida pública, como, por exemplo apólices e obrigações do Tesouro, emitidas pelos entes federativos); 3. vale postal – trata-se de inciso revogado tacitamente por conta do artigo 36 da Lei 3.538/78, que pune de forma especial o crime de falsificação do vale postal; 4. cautela de penhor (é qualquer documento que representa o pagamento da quantia tomada emprestada e que autoriza o resgate do objeto empenhado), caderneta de depósito de caixa econômica ou de outro estabelecimento mantido por entidade de direito público; 5. talão (trata-se do documento que quitação, aquele que possui canhoto fixo), recibo (documento destinado a comprovar pagamento), guia (documento oficial destinado à arrecadação), alvará ou 2 Art. 295 - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de sexta parte. Prof. Leonardo dos Santos Arpini Aula 00 7 de 52| www.direcaoconcursos.com.br Direito Penal e Processual Penal para Oficial de Promotoria do MP SP qualquer outro documento relativo a arrecadação de rendas públicas ou a depósito ou caução por que o poder público seja responsável. 6. bilhete, passe ou conhecimento de empresa de transporte administrada pela União, por Estado ou por Município É importante que você se lembre que o documento falsificado deve ser apto a iludir, pois, do contrário, caso a falsificação seja grosseira, não haverá o crime em análise. Assim, é necessária a realização de exame pericial nos documentos falsificados ou adulterados. O tipo penal que estamos estudando somente pode ser punido a título de dolo. Também, a consumação do crime restará configurada no momento da falsificação, razão pela qual, trata- se de crime formal, pouco importando a ocorrência de eventual prejuízo ou não. O §1º, por sua vez, nos traz algumas figuras equiparadas, então, vejamos cada uma delas: I – usa, guarda, possui ou detém qualquer dos papéis falsificados a que se refere este artigo: fique atento aos verbos nucleares “guardar”, “possuir” e “deter”, que são formas permanentes do crime. Outro ponto importante é que, somente quem não concorreu na falsificação dos papéis referidos no caput poderá responder por essa figura (do contrário, a ação subsequente será considerada post factum impunível). II – importa, exporta, adquire, vende, troca, cede, empresta, guarda, fornece ou restitui à circulação selo falsificado destinado a controle tributário: a “guarda” do material falsificado se trata de modalidade de crime permanente. III – importa, exporta, adquire, vende, expõe à venda, mantém em depósito, guarda, troca, cede, empresta, fornece, porta ou, de qualquer forma, utiliza em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, produto ou mercadoria: a) em que tenha sido aplicado selo que se destine a controle tributário, falsificado: nesse caso, meu amigo(a), diferente da figura do caput, aqui o crime é próprio, podendo ser praticado somente por comerciante ou industriário. b) sem selo oficial, nos casos em que a legislação tributária determina a obrigatoriedade de sua aplicação: esse é o típico exemplo do agente criminoso que pratica uma das condutas descritas acima, utilizando, por exemplo, bebidas alcoólicas e cigarros. Há, também, as figuras delituosas complementaras, conforme os §§2º, 3º e 4º. O §2º visa coibir a conduta do agente criminoso que suprime, em qualquer dos papéis previstos no dispositivo, quando legítimos com o fim de torná-los novamente utilizáveis, carimbo ou sinal indicativo de sua inutilização. Porém, nesse caso, há a presença de elemento subjetivo específico, eis que o agente, com o intuito de reutilizar papéis já recolhidos elimina sina que identifica a retirada. A conduta pode se dar de inúmeras formas, como, p.ex. agentes químicos e etc. Já o §3º pune a conduta de quem usa, depois de alterado, qualquer dos papéis a que se refere o parágrafo anterior, cominando a mesma pena deste. Prof. Leonardo dos Santos Arpini Aula 00 8 de 52| www.direcaoconcursos.com.br Direito Penal e Processual Penal para Oficial de Promotoria do MP SP Por fim, o §4º traz outra figura criminosa, incriminando a ação de quem usa ou restitui à circulação, embora recebido de boa-fé, qualquer dos papéis falsificados ou alterados a que se referem este artigo e o se §2º, depois de conhecer a falsidade ou alteração. Desse modo, meu amigo(a), encerramos o estudo o crime do artigo 293! Vamos em frente! Petrechos de falsificação. Você já conhece muito bem nossa sistemática de aula, não é mesmo?! Então, vamos direito para nossa leitura do texto legal. Petrechos de falsificação Art. 294 - Fabricar, adquirir, fornecer, possuir ou guardar objeto especialmente destinado à falsificação de qualquer dos papéis referidos no artigo anterior: Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. Você lembra o que conversamos em nossa aula sobre o crime do artigo 294? Caso você não se recorde ou, ainda, não tenha assistido nossa aula, quando lecionei sobre o crime do artigo 294 do CP, falei sobre a antecipação da tutela penal. Ou seja, meu amigo(a), no crime em análise, o legislador resolveu antecipar a tutela penal e punir aqueles que possuem maquinários destinados a falsificar qualquer dos papéis referidos no artigo 293. Caso você não tenha assistido as aulas, fica minha dica: assista, caríssimo(a)! Desse modo, você poderá casar informações da aula com as lecionadas aqui, ficando com seu estudo completo. Assim como nos demais crimes já estudados por aqui, a infração do artigo 294 tutela a fé pública. O crime também é comum. Porém, lembre-se: se o agente for funcionário público, a pena será majorada conforme o artigo 295. A conduta nuclear do tipo penal é de fabricar (criar, manufaturar), adquirir (obter), fornecer (proporcionar, entregar), possuir (ter a posse ou propriedade) ou guardar (conservar) objeto especialmente destinado à falsificação de qualquer dos papéis referidos no art. 293. O elemento subjetivo é o dolo, dispensando-se finalidade especial do agente. O crime é formal, consumando-se com a ocorrência de qualquer uma das condutas.Porém, no verbo nuclear “guardar” e “possuir” o crime é permanente. Voltando a falar da antecipação da tutela penal, o crime do artigo 294 ficará absorvido pelo artigo 293, caso o agente, ao adquirir o objeto destinado a falsificar, efetivamente opere a contrafação de algum dos papéis de que trata o artigo anterior. Assim, encerramos mais um capítulo do nosso estudo. Aguardo você no próximo! Até lá! Prof. Leonardo dos Santos Arpini Aula 00 9 de 52| www.direcaoconcursos.com.br Direito Penal e Processual Penal para Oficial de Promotoria do MP SP Capítulo III – Da falsidade documental (arts. 296 a 305). Falsificação de selo ou sinal público. Vamos a leitura do texto legal! Falsificação do selo ou sinal público Art. 296 - Falsificar, fabricando-os ou alterando-os: I - selo público destinado a autenticar atos oficiais da União, de Estado ou de Município; II - selo ou sinal atribuído por lei a entidade de direito público, ou a autoridade, ou sinal público de tabelião: Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa. § 1º - Incorre nas mesmas penas: I - quem faz uso do selo ou sinal falsificado; II - quem utiliza indevidamente o selo ou sinal verdadeiro em prejuízo de outrem ou em proveito próprio ou alheio. III - quem altera, falsifica ou faz uso indevido de marcas, logotipos, siglas ou quaisquer outros símbolos utilizados ou identificadores de órgãos ou entidades da Administração Pública. § 2º - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de sexta parte. Realizada uma leitura atenta do dispositivo legal, vamos aos nossos comentários. O bem juridicamente tutelado da figura em tela é a fé pública. O crime também é comum. A conduta nuclear consiste em falsificar (contrafazer), fabricando (manufaturando) ou alterando (modificando). I - selo público destinado a autenticar atos oficiais da União, de Estado ou de Município – esse objeto material, meu amigo(a), é o selo público utilizado pelos entes federativos, com características próprias destes entes, reservados a reconhecer como verdadeiros os atos dele emanados. II - selo ou sinal atribuído por lei a entidade de direito público, ou a autoridade, ou sinal público de tabelião - aqui, três são os objetos materiais: ➢ selo ou sinal atribuído por lei a entidade de direito público: leia-se pessoas jurídicas de direito público, abrangendo autarquias e fundações. ➢ Selo ou sinal atribuído por lei a autoridade: a autoridade na qual a lei faz menção é aquela que autentica documentos utilizando selos ou sinais. ➢ Sinal público de tabelião: é o escrito que integra sua assinatura, que se destina a comprovar a veracidade do seu ato ao atestar determinado documento. O elemento subjetivo do tipo penal é o dolo. O crime é formal, consumando-se no momento em que é praticada qualquer das condutas típicas. Prof. Leonardo dos Santos Arpini Aula 00 10 de 52| www.direcaoconcursos.com.br Direito Penal e Processual Penal para Oficial de Promotoria do MP SP Forma equiparada (§1º): incorre nas mesmas penas quem: I – quem faz uso de selo ou sinal falsificado: nesse caso, somente irá responder pela prática criminosa o agente que não tenha praticado a falsificação, já que, se também o fez, a conduta subsequente constituirá post factum impunível. II – quem utiliza indevidamente o selo ou sinal verdadeiro em prejuízo de outrem ou em proveito próprio ou alheio: nesse caso, o dolo do agente deve ser específico e voltando para proveito próprio ou prejuízo alheio. III - quem altera, falsifica ou faz uso indevido de marcas, logotipos, siglas ou quaisquer outros símbolos utilizados ou identificadores de órgãos ou entidades da Administração Pública Por fim, o §2º prevê uma majorante para o caso do indivíduo que é funcionário público e comete o crime prevalecendo-se do cargo. Falsificação de documento público. (art. 297, CP) Seja bem-vindo(a), novamente, caríssimo(a)! Dando seguimento ao nosso estudo, vamos direto para o que interessa! Assim está redigido o artigo 297 do CP: Falsificação de documento público Art. 297 - Falsificar, no todo ou em parte, documento público, ou alterar documento público verdadeiro: Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa. § 1º - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de sexta parte. § 2º - Para os efeitos penais, equiparam-se a documento público o emanado de entidade paraestatal, o título ao portador ou transmissível por endosso, as ações de sociedade comercial, os livros mercantis e o testamento particular. § 3o Nas mesmas penas incorre quem insere ou faz inserir: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) I – na folha de pagamento ou em documento de informações que seja destinado a fazer prova perante a previdência social, pessoa que não possua a qualidade de segurado obrigatório;(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) II – na Carteira de Trabalho e Previdência Social do empregado ou em documento que deva produzir efeito perante a previdência social, declaração falsa ou diversa da que deveria ter sido escrita; (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) III – em documento contábil ou em qualquer outro documento relacionado com as obrigações da empresa perante a previdência social, declaração falsa ou diversa da que deveria ter constado. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) § 4o Nas mesmas penas incorre quem omite, nos documentos mencionados no § 3o, nome do segurado e seus dados pessoais, a remuneração, a vigência do contrato de trabalho ou de prestação de serviços.(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) O crime em tela visa proteger a fé pública, assim como os demais já estudados até aqui. Prof. Leonardo dos Santos Arpini Aula 00 11 de 52| www.direcaoconcursos.com.br Direito Penal e Processual Penal para Oficial de Promotoria do MP SP O crime é comum, podendo ser praticado por qualquer pessoa. O sujeito passivo, nesse caso, é o Estado e, de forma secundária, eventual particular lesado com a conduta do agente. A conduta nuclear do tipo penal em análise consiste em falsificar, documento público ou alterar (modificar) documento público verdadeiro. Nesse caso, caríssimo(a), a falsificação pode ser total ou parcial. No caso da falsidade total, o documento é inteiramente criado, ao passo que, na falsificação parcial, o falsário adiciona novos elementos nos espaços em branco do documento. No tocante a conduta de alterar, o agente criminoso modifica documento público existente (e verdadeiro), substituindo ou introduzindo informações inerentes a própria essência do documento. Saiba que o objeto material do crime é o documento público, que a doutrina penalista resolveu dividir em dois grupos, vejamos: Documento formal e substancialmente público Documento público mas substancialmente privado Esse é o lavrado por agente público no exercício de suas funções e o seu conteúdo corresponde a questões inerentes ao interesse público. (atos legislativos, executivos e judiciários, p.ex.) Nesse caso, o interesse é essencialmente privado, mas o documento é emanado de entes públicos. (escritura pública de compra e venda de imóvel, lavrada no tabelionato de notas, p.ex.) Uma informação valiosa para seu estudo é que o Superior Tribunal de Justiça (STJ), possui entendimento no sentido de que haverá o crime do art. 297 caso o documento seja originário de outro país. Não se esqueça, meu amigo(a), a falsificação do documento deve ser apta a iludir aquele que o visualiza. Se o documento for grosseiramente falso, podemos estar diante do crime de estelionato. No parágrafo primeiro temos uma causa de aumento que corresponderá a um acréscimode sexta parte caso tenha sido praticado por funcionário público. Já quanto ao parágrafo segundo, o art. 297 traz as figuras de equiparação. Vejamos cada uma delas: Emanado por entidade paraestatal Trata-se dos documentos oriundos de pessoas jurídicas de Direito Privado postas paralelamente ao Estado para executar atividades de interesse público. O título ao portador ou transmissível por endosso Aqui, meu(a) caro(a) colega, estamos tratando do cheque, nota promissória, letra de câmbio e etc. As ações de sociedade comercial Nesse caso, a equiparação recai sobre qualquer espécie de ação que seja oriunda de sociedades anônimas e de sociedades comandita por ações. Os livros mercantis Sejam eles facultativos ou obrigatórios. O testamento particular A declaração de última vontade do de cujus. Prof. Leonardo dos Santos Arpini Aula 00 12 de 52| www.direcaoconcursos.com.br Direito Penal e Processual Penal para Oficial de Promotoria do MP SP O crime em estudo somente é punido a título de dolo (genérico), não havendo que se falar em elemento subjetivo específico ou figura culposa. O momento consumativo do crime ocorre no momento em que o falsário pratica uma das condutas nucleares prevista no tipo (falsificação ou alteração). Lembre-se, meu amigo(a), é irrelevante que o falsário faça o uso do documento que produziu ou alterou. Porém, caso faça o uso (artigo 304 do CP - que veremos adiante), a conduta será considerada post factum impunível. Caminhando para o final do estudo do nosso e crime e, aí partirmos para a resolução de algumas questões, o parágrafo terceiro traz as figuras de equiparação. As equiparações correspondem à falsificação de documento público realizado a partir de documentos previdenciários. Nesse caso, a falsidade não é a material, mas, sim a ideológica (uma mentira reduzida a termo) pois, embora o documento previdenciário seja formalmente verdadeiro, seu conteúdo é viciado. Inciso I Incrimina a conduta do falsário que insere na folha de pagamento ou em documento que se destine a fazer prova perante a Previdência Social, pessoa que não possui a qualidade de segurado obrigatório. O ponto importante aqui, meu amigo(a) é que o Direito Penal quer proteger a previdência com do custeio de pessoas que não sejam seguradas dos sistema. Inciso II Prevê punição para aquele criminoso que insere ou faz inserir na CTPS declaração diversa da que deveria ter sido escrita. Aqui, também, procura-se evitar que a Previdência Social seja lesada. Inciso III O crime é o de inserir ou fazer inserir, em documento contábil ou em qualquer outro documento relacionado com as obrigações da empresa perante a Previdência, declaração falsa ou diversa daquela que deveria ter constado. A finalidade é inibir as fraudes aos lançamentos nos documentos das empresas. Finalmente, meu amigo(a), o parágrafo quarto prevê a punição do agente que omite, nos documentos dispostos no parágrafo terceiro (que acabamos de estudar), o nome do segurado e seus dados pessoais, bem como a remuneração e a vigência do contrato de trabalho ou prestação de serviço. Desse modo, podemos concluir que essa modalidade só poderá ser praticada por omissão e, também ser crime unisubssistente, não admitindo a tentativa. Vamos as questões?? (CESPE – Analista Judiciário – Área Judiciária – CNJ/2013) Crime de falsificação de documento público, quando cometido por funcionário público, admite a modalidade culposa, hipótese em que a pena é reduzida. Prof. Leonardo dos Santos Arpini Aula 00 13 de 52| www.direcaoconcursos.com.br Direito Penal e Processual Penal para Oficial de Promotoria do MP SP ( ) CERTO ( ) ERRADO Resolução: perceba, meu amigo(a), como a leitura do texto legal é de suma importância para sua aprovação. Aos nos depararmos com a redação do artigo 297 do CP, é possível verificarmos que não há previsão culposa para o crime. Gabarito: ERRADO. Julgue o item seguinte, relativos a institutos complementares do direito empresarial, teoria geral dos títulos de crédito, responsabilidade dos sócios, falência e recuperação empresarial. Os livros comerciais, os títulos ao portador e os transmissíveis por endosso equiparam-se, para fins penais, a documento público, sendo a sua falsificação tipificada como crime. ( ) Certo ( ) Errado Resolução: veja, meu amigo(a), o enunciado da questão nos traz a figura criminosa prevista no artigo 297, §2, do CP. Desse modo, a questão é cópia integral da literalidade do CP. Gabarito: CORRETO. E, fechando por completo o estudo do crime em tela, quero deixar registrado para você algumas súmulas do STJ. 107, STJ – Compete à justiça comum estadual processar e julgar crime de estelionato praticado mediante a falsificação das guias de recolhimento das contribuições previdenciárias, quando não ocorrente lesão a autarquia federal. 104, STJ – Compete à Justiça Estadual o processo e julgamento dos crimes de falsificação e uso de documento falso relativo a estabelecimento particular de ensino. 62, STJ – Compete à Justiça Estadual processar e julgar o crime de falsa anotação na CTPS, atribuído à empresa privada. 17, STJ – Quando o falso se exaure no estelionato, sem mais potencialidade lesiva, é por este absorvido. E assim, concluímos o estudo de mais um crime em nossa aula. Assim, espero ansiosamente estar na sua presença no próximo tópico. Até lá! Prof. Leonardo dos Santos Arpini Aula 00 14 de 52| www.direcaoconcursos.com.br Direito Penal e Processual Penal para Oficial de Promotoria do MP SP Falsificação de documento particular (art. 298, CP). Salve, meu(a) amigo(a), dando início a mais um tópico na nossa aula de crimes contra a fé pública, vamos tratar do crime de falsificação de documento particular, do artigo 298 do CP. Conforme mencionei a você no início do nosso estudo, seguiremos a ordem do Código Penal em consonância com aqueles delitos mais cobrados em prova. Vamos a leitura do texto seco da lei!! Falsificação de documento particular Art. 298 - Falsificar, no todo ou em parte, documento particular ou alterar documento particular verdadeiro: Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa. Leitura feita, vamos direto ao que interessa! O bem protegido pela normal é a fé pública, consubstanciada na crença que a coletividade deposita nos documentos. Também, o crime é comum, tendo como autor da infração, qualquer pessoa. A vítima inicial é o Estado e, logo em seguida, terceiro prejudicado com a ajuda do falsário. A conduta nuclear do tipo penal consiste em falsificar (contrafazer), no todo ou em parte, documento particular ou alterar (modificar) documento particular verdadeiro. Meu amigo(a), preste bem atenção! Ambas as condutas nucleares do art.298 são idênticas àquelas do art.297, aplicando-se aqui, os mesmos comentários que fizemos no tópico anterior. A única diferença reside no fato de que aqui, o objeto material do crime é o documento particular. “Certo, Arpini. Mas quais são os documentos particulares?” O conceito de documento particular nos é dado por exclusão. Desse modo, são particulares todos aqueles documentos que não forem públicos. O nosso elemento subjetivo é o dolo (genérico), não havendo modalidade culposa do artigo 298. Assim como os outros crimes já estudados até o momento, o do artigo 298 também é um crime formal e, desse modo, tem sua consumação antecipada para o momento em que realizada a conduta, sendo dispensável a produção de qualquer resultado. Porém, é necessário que a falsificação seja apta a iludir, comprovada através de perícia técnica. Note, meu(a) caro(a) colega, que o parágrafo único equiparou a documento particular o cartão de débito ou crédito. Veja como esse tema vem sendo cobrado: Ano: 2014 Banca: Aroeira Órgão: PC-TO A falsificação de cartão de créditoou de débito da Caixa Econômica Federal configura o crime de : Prof. Leonardo dos Santos Arpini Aula 00 15 de 52| www.direcaoconcursos.com.br Direito Penal e Processual Penal para Oficial de Promotoria do MP SP A) falsificação de papéis públicos. B) falsificação de documento público. C) falsificação de documento particular. D) falsidade ideológica. Resolução: analisando o teor do parágrafo único do art. 298 do CP, podemos concluir, sem sombra de dúvida, que a falsificação do cartão de débito ou de crédito configura o crime de falsificação de documento particular. Gabarito: Letra C. Tenha a certeza de que tudo que visualizamos até esse momento é amplamente seguro para você enfrentar qualquer questão envolvendo o tema. Porém, nossa aula ainda não acabou! Para tanto, aguardo você no próximo tópico, onde vamos dar início ao crime de falsidade ideológica. Até lá! Falsidade ideológica (art. 299, CP). Olá, doutor(a)! Chegou o momento de tratarmos do crime de falsidade ideológica, então, não percamos tempo! Falsidade ideológica Art. 299 - Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante: Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é público, e reclusão de um a três anos, e multa, de quinhentos mil réis a cinco contos de réis, se o documento é particular. (Vide Lei nº 7.209, de 1984) Parágrafo único - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, ou se a falsificação ou alteração é de assentamento de registro civil, aumenta-se a pena de sexta parte. Agora que pudemos analisar o texto legal exposto pelo código penal, é necessário que passemos a desmembrar o crime de falsidade ideológica. Avante, guerreiro(a)! O crime do artigo 299 do CP é figura típica que visa proteger a fé pública. Outrossim, o crime é comum, podendo ser praticado por qualquer pessoa e terá como vítima inicial, o Estado e, de forma secundária, a pessoa prejudicada pela conduta do falsário. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art2. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art2. Prof. Leonardo dos Santos Arpini Aula 00 16 de 52| www.direcaoconcursos.com.br Direito Penal e Processual Penal para Oficial de Promotoria do MP SP Nesse caso, meu(a) jovem, o tipo penal pune a conduta do agente criminoso que omite, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar, ou nele insere ou faz inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante. Resumindo, caríssimo(a), o crime de falsidade ideológica é a mentira reduzida a termo. Perceba, também, que o crime é de tipo misto alternativo. Vejamos cada uma das condutas nucleares: OMITIR DECLARAÇÃO. Nesse caso, o agente criminoso, ao criar o documento (seja público ou particular), deixa de mencionar informação que nele deveria constar (se trata de um crime omissivo puro) INSERIR DECLARAÇÃO FALSA O agente introduz uma falsa ideia no documento (público ou particular) INSERIR DECLARAÇÃO DIVERSA DA QUE DEVERIA SER ESCRITA Aqui, o criminoso substitui o conteúdo verdadeiro por outro que, embora contenha informações diversas, tem a mesma natureza FAZER INSERIR DECLARAÇÃO FALSA Nesse caso, a falsidade é mediata, tendo em vista que o falsário induz terceiro a inserir informação falsa no documento. É claro que o terceiro não responderá pelo crime, a menos que tenha consciência de estar praticando a falsificação. FAZER INSERIR DECLARAÇÃO DIVERSA DA QUE DEVIA CONSTAR O agente induz um terceiro a substituir uma informação verdadeira por outra. Como exemplo das referidas condutas típicas, temos as seguintes situações: • Inserir falsa declaração de emprego em carteira de trabalho; • Fazer constar da CNH a aptidão para conduzir caminhões, quando o condutor é habilitado somente para dirigir veículo; • Fornecer dados alusivos a outra pessoa, diferente daquela cuja fotografia foi colocada em passaporte. Por fim, meu amigo(a), fique atento ao fato de que, conforme o entendimento lançado pelo STJ no RHC 81.451/RJ, de relatoria da Ministra Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 22/08/2017, noticiado no informativo nº 610, não se configura o crime de falsidade ideológica a inserção de informações falsas Prof. Leonardo dos Santos Arpini Aula 00 17 de 52| www.direcaoconcursos.com.br Direito Penal e Processual Penal para Oficial de Promotoria do MP SP em currículo “lattes”, uma vez que não se pode ser considerado documento eletrônico e, também, por se tratar de informações passíveis de verificação. Avançando, o elemento subjetivo do tipo penal é o dolo, entretanto, exige-se também, o elemento subjetivo específico do tipo, consistente no propósito de lesar direito, criar obrigação ou alterar a veracidade sobre fato juridicamente relevante. Assim, o crime estará consumado com a prática de qualquer conduta nuclear, independentemente do resultado que possa advir da conduta e, por isso, o crime de falsidade ideológica é considerado crime formal. O §1º traz uma causa de aumento de pena de sexta parte se o agente criminoso for funcionário público e utiliza-se do seu cargo para a pratica do crime Chegou o momento de fazermos nossas questões! Venha comigo! Ano: 2012 Banca: ESAF Órgão: Receita Federal Prova: ESAF - 2012 - Receita Federal - Auditor Fiscal da Receita Federal - Prova 1 - Gabarito 1 Sebastião, condutor e proprietário de veículo automotor, recebe multa do órgão de trânsito estadual (DETRAN) cometida por ele. No entanto, ao preencher o documento, indica que o condutor era Manuel. Manuel acaba recebendo três pontos na carteira em razão do preenchimento incorreto de documento oficial do DETRAN. Com base nessa informação e na legislação penal, é correto afirmar que há crime de A) falsidade ideológica. B) falsificação de sinal público. C) falsificação de documento particular. D) falsificação de documento público. E) falso reconhecimento de firma. Resolução: analisando a situação hipotética proposta na questão, conseguimos verificar que a conduta de Sebastião é uma “mentira reduzida a termo”, razão pela qual, o crime é o de falsidade ideológica. Gabarito: Letra A. Agora que encerramos o crime de falsidade ideológica, passemos a análise do próximo tipo penal. Então, venha comigo para o próximo tópico! Falso reconhecimento de firma ou letra (art. 300, CP) Seja muito bem-vindo(a), meu amigo(a)! Sem mais tempo a perder, vamos direto para a análise do texto legal! Prof. Leonardo dos Santos Arpini Aula 00 18 de 52| www.direcaoconcursos.com.br Direito Penal e Processual Penal para Oficial de Promotoria do MP SP Falso reconhecimento de firma ou letra Art. 300 - Reconhecer, como verdadeira, no exercício de função pública, firma ou letra que o não seja: Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é público; e de um a três anos, e multa, se o documento é particular. Análise feita, passemos a desmembrar o crime. O bem jurídico que a norma penal visa proteger, meu amigo(a), é a fé pública, conforme exaustivamente já visualizamos ao longo do curso. Trata-se de crime próprio, caríssimo, podendo ser praticado somente por quem exerce função pública, com poderes para o reconhecimento de firma ou letra. Nesse caso, estão inseridos os tabeliães de notas, oficiais de registro civil, cônsules e etc. Já o sujeito passivo será o Estado e, ao seu lado, eventual particular prejudicadopela conduta do criminoso. A conduta punida pelo tipo penal é a de reconhecer, como verdadeira, no exercício de função pública, firma ou letra que não o seja. Então, imagine a situação em que Austin, tabelião de notas, reconhece em uma procuração, uma assinatura sabidamente falsa como se verdadeira fosse. Nesse caso, podemos concluir, sem maiores problemas, que estamos diante do crime do art. 300 do CP. A pena imposta para o crime varia de acordo com a natureza do objeto material (documento público ou particular). Caso se trate de documento particular, a pena varia de 1 a 3 anos e multa. Sendo o documento público, a pena é maior, sendo de 1 a 5 anos e multa. O crime do art. 3oo do CP só é punido a título de dolo, não se exigindo qualquer finalidade especial por parte do agente. O crime tem o seu momento consumativo quando o agente efetua o reconhecimento irregular. Vejamos essa questão: (VUNESP – CARTÓRIO – TJ/SP – 2014) A consumação do crime de falso reconhecimento de firma ou letra se da quando: a) O reconhecimento é realizado. b) O respectivo documento é entregue a quem possa fazer dele o mau uso. c) O respectivo documento é utilizado por qualquer pessoa. d) O pagamento do ato de reconhecimento é realizado Resolução: dada todas as informações que visualizamos até o momento, podemos concluir que o momento consumativo do crime se dá no momento em que é realizado o reconhecimento por parte do agente criminoso. Gabarito: Letra A. Prof. Leonardo dos Santos Arpini Aula 00 19 de 52| www.direcaoconcursos.com.br Direito Penal e Processual Penal para Oficial de Promotoria do MP SP Mais um crime encerrado! Aguardo você no próximo tópico! Forte abraço! Certidão ou atestado ideologicamente falso (art. 301). Mais um crime para estudarmos! Vamos adiante! Art. 301 - Atestar ou certificar falsamente, em razão de função pública, fato ou circunstância que habilite alguém a obter cargo público, isenção de ônus ou de serviço de caráter público, ou qualquer outra vantagem: Pena - detenção, de dois meses a um ano. Falsidade material de atestado ou certidão § 1º - Falsificar, no todo ou em parte, atestado ou certidão, ou alterar o teor de certidão ou de atestado verdadeiro, para prova de fato ou circunstância que habilite alguém a obter cargo público, isenção de ônus ou de serviço de caráter público, ou qualquer outra vantagem: Pena - detenção, de três meses a dois anos. § 2º - Se o crime é praticado com o fim de lucro, aplica-se, além da pena privativa de liberdade, a de multa. Nesse caso, meu amigo(a), diferentemente do que estudamos até agora (salvo algumas exceções) o crime aqui é próprio, podendo ser cometido somente por quem ocupa função pública. Aqui, pune-se a conduta do funcionário público que, no desempenho de sua função, afirma oficialmente (atesta) ou afirma a certeza (certifica) falsamente, fato ou circunstancia que habilite alguém a obter cargo público, isenção de ônus ou de serviço de caráter público, ou qualquer outra vantagem. Nesse caso, caríssimo(a), imagine a situação do Oficial de Justiça, que certifique falsamente que seu amigo (réu em processo criminal) está em local incerto e não sabido, somente para que este seja beneficiado por uma citação por edital e tenha seu processo suspenso. O elemento subjetivo é o dolo, porém, havendo o intuito de lucro, a pena será cumulada com multa (§2º). Falsidade material de atestado ou certidão (§1º): a figura do §1º traz um crime autônomo. Essa figura do §1º, conforme entendimento jurisprudencial e doutrina majoritária, é considerada crime comum. Não esqueça que, caso o crime seja praticado com o fim de lucrativo, aplica-se, também, a pena de multa (§2º). Prof. Leonardo dos Santos Arpini Aula 00 20 de 52| www.direcaoconcursos.com.br Direito Penal e Processual Penal para Oficial de Promotoria do MP SP Supressão de documento público (art. 305, CP). Olá, meu(a) parceiro(a)! Chegou o momento de tratarmos do crime de supressão de documento público. O art. 305 do Código Penal está assim redigido: Supressão de documento Art. 305 - Destruir, suprimir ou ocultar, em benefício próprio ou de outrem, ou em prejuízo alheio, documento público ou particular verdadeiro, de que não podia dispor: Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa, se o documento é público, e reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é particular. O bem juridicamente tutelado nesse caso é a fé pública. O crime, assim como todos os outros que analisamos, por estar dentro do capítulo III do título X, é comum, podendo ser praticado por qualquer pessoa. Já o sujeito passivo é o Estado e, de forma secundária, o terceiro lesado pela ação criminosa. Ao nos depararmos com os verbos nucleares apresentados pelo tipo penal, podemos concluir que estamos diante de um crime de tipo misto alternativo. As condutas perpetradas pelo agente criminoso são destruir (eliminar), suprimir (extinguir) ou ocultar (esconder), em benefício próprio ou de outrem, ou em prejuízo alheio. A forma como o documento chegou ao agente não tem relevância para o crime ora narrado, importando somente a conduta de destruição, supressão ou a ocultação. O elemento subjetivo do crime é dolo. Porém, atenção, meu amigo(a), o autor do crime deve agir com finalidade específica de executar o crime em benefício próprio ou de outrem, ou em prejuízo alheio. Do contrário, não havendo essa finalidade, não restará configurado o crime. Quanto ao momento consumativo, o art. 305 está inserido na categoria dos crimes formais e, desse modo, alcança a consumação com a realização da conduta típica, não exigindo a produção do resultado. Veja essa questão: Ano: 2013 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: PC-BA Provas: CESPE / CEBRASPE - 2013 - PC-BA - Investigador de Polícia Julgue o próximo item, relativo a crimes contra a fé pública. Considere que Silas, maior, capaz, ao examinar os autos do inquérito policial no qual figure como investigado pela prática de estelionato, encontre os documentos originais colhidos pela autoridade, nos quais seja demonstrada a materialidade do delito investigado, e os destrua. Nessa situação, em razão desse ato, Silas responderá pelo crime de supressão de documento ( ) Certo Prof. Leonardo dos Santos Arpini Aula 00 21 de 52| www.direcaoconcursos.com.br Direito Penal e Processual Penal para Oficial de Promotoria do MP SP ( ) Errado Resolução: veja, caríssimo(a), no momento em que Silas destrói os documentos que atestam a materialidade e autoria do seu estelionato, sua conduta se amolda perfeitamente ao crime do art. 305 do CP. Gabarito: CERTO Vamos adiante, meu amigo(a)! Prof. Leonardo dos Santos Arpini Aula 00 22 de 52| www.direcaoconcursos.com.br Direito Penal e Processual Penal para Oficial de Promotoria do MP SP Capítulo V – Das fraudes em certames de interesse público. Fraudes em certames de interesse público (art. 311-A). Seja bem-vindo, meu amigo(a), ao nosso último capítulo nessa aula sobre crimes contra a fé-pública. Portanto, para encerrarmos com chave de ouro, vamos estudar o crime do artigo 311-A do CP. Veja só: Fraudes em certames de interesse público Art. 311-A. Utilizar ou divulgar, indevidamente, com o fim de beneficiar a si ou a outrem, ou de comprometer a credibilidade do certame, conteúdo sigiloso de: I - concurso público; II - avaliação ou exame públicos; III - processo seletivo para ingresso no ensino superior; ou IV - exame ou processo seletivo previstos em lei: Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. § 1o Nas mesmas penas incorre quem permite ou facilita, por qualquer meio, o acesso de pessoas não autorizadas às informações mencionadas no caput. § 2o Se da ação ou omissão resultadano à administração pública: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa. § 3o Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o fato é cometido por funcionário público. O bem juridicamente tutelado do artigo em tela, trata-se da lisura, transparência, legalidade, moralidade dos certames públicos. O crime é comum. O sujeito passivo, nesse caso, primeiramente é o Estado e, logo em seguida, todas aquelas pessoas que foram prejudicadas por conta da conduta criminosa do agente. É punida a conduta de quem utiliza (emprega, aplica) ou divulga (efeito de tornar público), indevidamente, com o fim de beneficiar a si mesmo ou a outrem, ou de comprometer a credibilidade do certame, conteúdo sigiloso de: I - concurso público; II - avaliação ou exame públicos; III - processo seletivo para ingresso no ensino superior; (p.ex. vestibulares e ENEM) ou IV - exame ou processo seletivo previstos em lei (p.ex. o Exame da OAB) Nas mesmas penas incorre quem permite (dar liberdade) ou facilita, por qualquer meio, o acesso de pessoa não autorizada às informações mencionadas no caput do art. 311-A. Prof. Leonardo dos Santos Arpini Aula 00 23 de 52| www.direcaoconcursos.com.br Direito Penal e Processual Penal para Oficial de Promotoria do MP SP Aqui, o crime só é punido na forma dolosa, porém, com a finalidade específica de beneficiar a si ou a outrem, ou de comprometer a credibilidade do certame. Forma equiparada (§1º): nas mesmas penas incorre o criminoso que permite o facilita, por qualquer meio, o acesso de pessoas não autorizadas as informações mencionadas no caput. Qualificadora (§2º): o crime será qualificado se da ação ou omissão resultar dano à Administração Pública. Majorante (§3º): sendo funcionário público, a pena será aumentada de 1/3. Assim, caríssimo(a), encerramos mais uma aula no nosso curso regular. Foi um imenso prazer estar na sua presença durante esse encontro! Espero que tenha deixado tudo muito claro para você! Saiba que estou amplamente ao seu dispor em minhas redes sociais. Me mande um direct no instagram @prof.arpini para que possamos estreitar o nosso estudo compartilhado. Bons estudos! Forte abraço! Fique com Deus! Até a próxima! Prof. Leonardo dos Santos Arpini Aula 00 24 de 52| www.direcaoconcursos.com.br Direito Penal e Processual Penal para Oficial de Promotoria do MP SP Questões comentadas pelo professor. 1) Em crimes de moeda falsa, a jurisprudência predominante do STF é no sentido de reconhecer como bem penal tutelado não somente o valor correspondente à expressão monetária contida nas cédulas ou moedas falsas, mas a fé pública, a qual pode ser definida como bem intangível, que corresponde, exatamente, à confiança que a população deposita em sua moeda. ( ) Certo ( )Errado Resolução: e agora, meu amigo(a), o que você acha? A partir do conteúdo que visualizamos até aqui, podemos concluir que o ponto chave da fé pública é justamente a confiança que a coletividade deposita na moeda em curso no território nacional. Gabarito: CERTO. 2) Ano: 2014 Banca: VUNESP Órgão: PC-SP Prova: VUNESP - 2014 - PC-SP - Escrivão de Polícia Civil Imagine que Pedro, ilicitamente, guarda consigo tintas, papéis e um aparelho capaz de fabricar moeda falsa. Tal conduta. A) configura o crime de petrechos para falsificação de moeda (CP, art. 291) B) configura crime assimilado ao de moeda falsa (CP, art. 290). C) configura o crime de moeda falsa (CP, art. 289) D) não configura crime algum, por ausência de previsão legal. E) não configura crime algum, por se tratar de mero ato preparatório. Resolução: analisando a conduta de Pedro e, levando em conta os objetos materiais que o agente criminoso detinha, é claro concluirmos que se trata do crime de petrechos para falsificação de moeda, o qual o legislador decidiu antecipar a tutela penal. Gabarito: Letra A. 3) Ano: 2012 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: Polícia Federal Prova: CESPE - 2012 - Polícia Federal - Agente da Polícia Federal Em cada um dos itens de 92 a 95 é apresentada uma situação hipotética, acerca dos crimes contra a pessoa, contra o patrimônio, contra a fé pública e contra a administração pública, seguida de uma assertiva a ser julgada. Prof. Leonardo dos Santos Arpini Aula 00 25 de 52| www.direcaoconcursos.com.br Direito Penal e Processual Penal para Oficial de Promotoria do MP SP Luiz, proprietário da mercearia Pague Menos, foi preso em flagrante por policiais militares logo após passar troco para cliente com cédulas falsas de moeda nacional de R$ 20,00 e R$ 10,00. Os policiais ainda apreenderam, no caixa da mercearia, 22 cédulas de R$ 20,00 e seis cédulas de R$ 10,00 falsas. Nessa situação, as ações praticadas por Luiz — guardar e introduzir em circulação moeda falsa — configuram crime único. ( ) Certo ( ) Errado Resolução: nesse caso, conforme o artigo 289, §1, do CP, que trata de um crime de tipo misto alternativo, Luiz, ao guardar e, logo em seguida, introduzir em circulação moeda falsa, responderá por crime único do art. 289, §1, do CP. Gabarito: CERTO. 4) (FCC – Analista Judiciário – TRF 5/2012 – Adaptada). No crime de moeda falsa, mesmo ausente a capacidade ilusória da contrafação, tem-se caracterizada sua consumação. ( ) Certo ( ) Errado Resolução: lembre-se, caríssimo(a), a capacidade de iludir o homem de mediana prudência e discernimento é essencial nos crimes contra a fé pública, desse modo, estando ausente, não há que se falar em consumação. Gabarito: ERRADO. 5) (CESPE – Procurador BACEN/2013 - Adaptada) Ao delito de emissão de vinte e cinco moedas falsas nos valores de dois reais é aplicável o princípio da insignificância, em face da inexistência de grave prejuízo ao sistema financeiro e da observância de princípios constitucionais aplicáveis aos crimes. ( ) Certo ( ) Errado Resolução: conforme estudamos ao longo da nossa aula, os Tribunais Superiores não admitem a aplicação do princípio da insignificância nos crimes contra a fé pública. Prof. Leonardo dos Santos Arpini Aula 00 26 de 52| www.direcaoconcursos.com.br Direito Penal e Processual Penal para Oficial de Promotoria do MP SP Gabarito: ERRADO. 6) (Delegado de Polícia – PC/AP – 2010 – Adaptada) A simples posse de qualquer objeto especialmente destinado a falsificação de moeda constitui crime punido com pena de reclusão. ( ) Certo ( ) Errado Resolução: para matarmos essa charada, meu amigo(a) é de suma importância lembrarmos sobre a antecipação da tutela penal proposta por nosso legislador. Desse modo, qualquer objeto destinado a falsificação de moeda já é apto a incriminação pelo crime do artigo 291 do estatuto repressivo Gabarito: CERTO. 7) (CESPE – Analista Judiciário – Área Judiciária – CNJ/2013) Crime de falsificação de documento público, quando cometido por funcionário público, admite a modalidade culposa, hipótese em que a pena é reduzida. ( ) CERTO ( ) ERRADO Resolução: perceba, meu amigo(a), como a leitura do texto legal é de suma importância para sua aprovação. Aos nos depararmos com a redação do artigo 297 do CP, é possível verificarmos que não previsão culposa para o crime. Gabarito: ERRADO. 8) (Analista – MPU – 2010) Diogo, com a finalidade específica de cometer sonegação fiscal, falsificou documento público e o utilizou na declaração feita a autoridade fazendária, com o escopo de pagar tributo em valor menor do que o efetivamente devido. Nessa situação, de acordo com a legislação especial de regência, as infrações penais cometidas – falsificação, uso de documento falso e sonegação fiscal – serão punidas de forma autônoma e em concurso material. ( ) CERTO Prof. Leonardo dos Santos Arpini Aula 0027 de 52| www.direcaoconcursos.com.br Direito Penal e Processual Penal para Oficial de Promotoria do MP SP ( ) ERRADO Resolução: nesse caso, conforme visualizamos anteriormente, o crime de uso de documento falso não será punido de forma autônoma, tendo em vista que estará absorvido pela falsificação. Entretanto, haverá o concurso material entre a falsificação e o crime de sonegação fiscal. Gabarito: ERRADO. 9) Julgue o item seguinte, relativos a institutos complementares do direito empresarial, teoria geral dos títulos de crédito, responsabilidade dos sócios, falência e recuperação empresarial. Os livros comerciais, os títulos ao portador e os transmissíveis por endosso equiparam-se, para fins penais, a documento público, sendo a sua falsificação tipificada como crime. ( ) Certo ( ) Errado Resolução: veja, meu amigo(a), o enunciado da questão nos traz a figura criminosa prevista no artigo 297, §2, do CP. Desse modo, a questão é cópia integral da literalidade do CP. Gabarito: CERTO. 10) Ano: 2018 Banca: FUNDATEC Órgão: PC-RS Prova: FUNDATEC - 2018 - PC-RS - Escrivão e de Inspetor de Polícia - Tarde Em relação à falsificação de documento particular e à falsidade ideológica, assinale a alternativa correta. A) Reza o Código Penal que a falsificação do documento particular consiste em falsificar, no todo ou em parte, documento particular ou alterar documento particular verdadeiro. B) Fotocópias sem autenticação, documentos impressos sem assinatura ou documentos anônimos podem ser considerados documentos particulares para efeito do crime de falsificação de documento particular. C) O objeto material da falsidade ideológica é tão somente o documento público. D) Reza o Código Penal que se o agente é funcionário público e comete o crime de falsidade ideológica, prevalecendo-se do cargo, ou se a falsificação ou alteração é de assentamento de registro civil, a pena será aplicada em quádruplo. E) O momento consumativo da falsidade ideológica se dá com a efetiva concretização de prejuízo material para o Estado ou para o particular. Prof. Leonardo dos Santos Arpini Aula 00 28 de 52| www.direcaoconcursos.com.br Direito Penal e Processual Penal para Oficial de Promotoria do MP SP Resolução: nesse caso, meu amigo(a), o crime de falsidade ideológica será nosso próximo alvo de estudos, porém, analisando o teor da assertiva “A”, estamos aptos a concluir que o seu teor é a cópia integral da redação do artigo 298 do CP. Gabarito: Letra A. 11) Durante a instrução de determinado processo judicial, foi comprovada falsificação da escrituração em um dos livros comerciais de uma sociedade limitada, em decorrência da criação do chamado “caixa dois”. A sentença proferida condenou pelo crime apenas o sócio com poderes de gerência. A respeito dessa situação hipotética, assinale a opção correta. A) A conduta praticada pelo sócio constitui crime falimentar. B)Na situação, configura-se crime de falsificação de documento público. C) Sendo o diário e o livro de registro de atas de assembleia livros obrigatórios da sociedade citada, a referida falsificação pode ter ocorrido em qualquer um deles. D)Em decorrência da condenação criminal, o sócio-gerente deverá ser excluído definitivamente da sociedade. E) O nome do condenado não pode ser excluído da firma social, que deve conter o nome de todos os sócios, seguido da palavra “limitada”. Resolução: perceba, meu amigo(a), comprovada a falsificação da escrituração de um dos livros comerciais, o crime é o de falsificação do art. 297, §2, do CP. Gabarito: Letra B. 12) Ano: 2015 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: TCU Provas: CESPE - 2015 - TCU - Auditor Federal de Controle Externo - Conhecimentos Gerais Em relação aos crimes contra a fé pública, contra o patrimônio e contra a administração pública, julgue o item subsecutivo. Situação hipotética: Com o intuito de viajar para o exterior, Pedro, que não possui passaporte, usou como seu o documento de Paulo, seu irmão — com quem se parece muito —, tendo-o apresentado, sem adulterações, para os agentes da companhia aérea e da Polícia Federal no aeroporto. Pedro e Paulo têm mais de dezoito anos de idade. Assertiva: Nessa situação, de acordo com o Código Penal, Pedro cometeu o crime de falsidade ideológica. ( ) Certo ( ) Errado Prof. Leonardo dos Santos Arpini Aula 00 29 de 52| www.direcaoconcursos.com.br Direito Penal e Processual Penal para Oficial de Promotoria do MP SP Resolução: nesse caso, o crime não é o de falsidade ideológica, tendo em vista que o passaporte era verdadeiro e, desse modo, a conduta de Pedro trata-se de falsa identidade, previsto no artigo 307 do CP. Gabarito: ERRADO. 13) Ano: 2010 Banca: FUNIVERSA Órgão: SPTC-GO Provas: FUNIVERSA - 2010 - SPTC-GO - Perito Criminal - Superior Nos crimes contra a fé pública, é incorreto afirmar que A) a utilização de papel-moeda grosseiramente falsificado configura, em tese, o crime de estelionato. B) o testamento particular, para os efeitos penais do crime de falsificação de documento público, equipara-se a documento público. C) comete o crime de falsidade ideológica o agente que apresenta declaração de pobreza para obtenção dos benefícios da justiça gratuita. D) o tipo penal de falsificar documento público verdadeiro exige apenas a editio falsi, sendo prescindível a posterior utilização do falso, que consiste em mero exaurimento. E) falsificar, no todo ou em parte, documento particular ou alterar documento particular verdadeiro configura crime de falsificação de documento particular. Resolução: a) é o teor da súmula 17 do STJ b) é a previsão exposta no artigo 29 c) tendo em vista o que analisamos ao longo da aula, o crime de falsidade ideológica é conhecido como a “mentira reduzida à termo”. Desse modo, quando o agente criminoso insere declaração falsa da que devia ser escrita (declaração de pobreza), alterando a verdade sobre fato juridicamente relevante (justiça gratuita), comete o crime do art. 299 do CP. d) para a configuração do crime de falsificação de documento público é dispensável o seu uso. e) é a cópia integral do 298 do CP. Gabarito: Letra C. 14) Ano: 2015 Banca: VUNESP Órgão: PC-CE Prova: VUNESP - 2015 - PC-CE - Inspetor de Polícia Civil de 1a Classe Com relação aos crimes contra a fé pública, é correto afirmar: Prof. Leonardo dos Santos Arpini Aula 00 30 de 52| www.direcaoconcursos.com.br Direito Penal e Processual Penal para Oficial de Promotoria do MP SP A) Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante configura crime diverso daquele que insere ou faz inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita naqueles documentos e demais condições. B) Aquele que falsifica, no todo ou em parte, cartão de crédito ou débito pratica o crime de falsificação de documento público. C) A pena prevista para aquele que destrói documento público é a mesma prevista para aquele que destrói documento particular de que não podia dispor, desde que ambas sejam praticadas em benefício próprio ou de outrem, ou em prejuízo alheio. D) Aquele que falsifica, no todo ou em parte, testamento particular pratica o crime de falsificação de documento particular. E) Aquele que apenas cede moedas falsas incorre nas mesmas penas previstas para aquele que as falsifica, fabricando-as ou alterando-as. Resolução: a) a assertiva está tentando lhe confundir, meu amigo(a). Nesse caso, todas as condutas ali descritas configuram, única e tão somente, o crime de falsidade ideológica. b) aquele que falsifica, no todo ou em parte, cartão de crédito ou débito, comete o crime de falsificação de documento particular. c) nessecaso, as penas são diversas, conforme o artigo 306, parágrafo único do CP. Caso o documento seja público a pena é de reclusão de dois a seis anos, e multa. Se for particular a pena é de reclusão, de um a cinco anos, e multa. d) nesse caso, o indivíduo comete falsificação de documento público. e) a assertiva é cópia integral do art. 289, §1, do CP e, nesse caso, nas mesmas penas (reclusão, de três a doze anos, e multa) incorrerá quem, por conta própria ou alheia, importa ou exporta, adquire, vende, troca, cede, empresta, guarda ou introduz na circulação moeda falsa. Gabarito: Letra E. 15) Ano: 2014 Banca: IBFC Órgão: PC-SE Prova: IBFC - 2014 - PC-SE - Escrivão Substituto - A No crime de falsificação de documento público, previsto no título “Dos Crimes contra a Fé Pública” do Código Penal, equipara-se a documento público, exceto: A) O documento emanado de entidade paraestatal. B) O título não à ordem ou transmissível por aval C) As ações de sociedade comercial D) Os livros mercantis Prof. Leonardo dos Santos Arpini Aula 00 31 de 52| www.direcaoconcursos.com.br Direito Penal e Processual Penal para Oficial de Promotoria do MP SP Resolução: veja como a leitura do texto legal é importantíssima, meu amigo(a). O título transmissível por aval não está expressamente previsto no artigo 297, §2, do CP. Gabarito: Letra B. 16) A falsificação de cartão de crédito ou de débito da Caixa Econômica Federal configura o crime de : A) falsificação de papéis públicos. B) falsificação de documento público. C) falsificação de documento particular. D) falsidade ideológica. Resolução: analisando o teor do parágrafo único do art. 298 do CP, podemos concluir, sem sombra de dúvida, que a falsificação do cartão de débito ou de crédito configura o crime de falsificação de documento particular. Gabarito: Letra C. 17) Ano: 2014 Banca: VUNESP Órgão: PC-SP Prova: VUNESP - 2014 - PC-SP - Delegado de Polícia “X”, valendo-se de um documento de identidade falsificado, consegue abrir uma conta corrente no Banco do Brasil com a finalidade de lavar dinheiro. O bem jurídico tutelado no crime praticado por “X” é(são) A) o patrimônio. B) a administração da justiça. C) a administração pública. D) a fé pública. E) as finanças públicas. Resolução: ao se utilizar de um documento de identidade falso, o criminoso “x” violou a fé pública, bem juridicamente tutelado pelos crimes elencados no título X. Gabarito: Letra D. 18) Ano: 2013 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: PC-DF Prova: CESPE - 2013 - PC-DF - Escrivão de Polícia Prof. Leonardo dos Santos Arpini Aula 00 32 de 52| www.direcaoconcursos.com.br Direito Penal e Processual Penal para Oficial de Promotoria do MP SP A respeito de crimes contra a fé pública e a administração pública, julgue os itens subsequentes. Restituir moeda falsa à circulação, ciente de sua falsidade, é crime que admite a modalidade culposa se o agente tiver recebido a moeda, de boa-fé, como verdadeira. ( ) Certo ( ) Errado Resolução: nesse caso, não estamos diante de uma figura culposa. Aqui, estamos diante do crime de moeda falsa privilegiado, em que o agente tendo recebido de boa-fé, como verdadeira, moeda falsa ou alterada, a restitui à circulação, depois de conhecer a falsidade, é punido com detenção, de seis meses a dois anos, e multa. Gabarito: ERRADO. 19) Ano: 2012 Banca: ESAF Órgão: Receita Federal Prova: ESAF - 2012 - Receita Federal - Auditor Fiscal da Receita Federal - Prova 1 - Gabarito 1 Sebastião, condutor e proprietário de veículo automotor, recebe multa do órgão de trânsito estadual (DETRAN) cometida por ele. No entanto, ao preencher o documento, indica que o condutor era Manuel. Manuel acaba recebendo três pontos na carteira em razão do preenchimento incorreto de documento oficial do DETRAN. Com base nessa informação e na legislação penal, é correto afirmar que há crime de A) falsidade ideológica. B) falsificação de sinal público. C) falsificação de documento particular. D) falsificação de documento público. E) falso reconhecimento de firma. Resolução: analisando a situação hipotética proposta na questão, conseguimos verificar que a conduta de Sebastião é uma “mentira reduzida a termo”, razão pela qual, o crime é o de falsidade ideológica. Gabarito: Letra A. 20) (CESPE – Analista do MPU/2013 – Adaptada) A inserção, em assentamento de registro civil, de declaração falsa com vistas à alteração da verdade sobre fato juridicamente relevante configura crime de falsidade ideológica, com aumento de pena em razão da natureza do documento. Prof. Leonardo dos Santos Arpini Aula 00 33 de 52| www.direcaoconcursos.com.br Direito Penal e Processual Penal para Oficial de Promotoria do MP SP ( ) Certo ( ) Errado. Resolução: o enunciado da questão retrata a literalidade do artigo 299 do CP e seu parágrafo único. Gabarito: CERTO. 21) (VUNESP – CARTÓRIO – TJ/SP – 2014) A consumação do crime de falso reconhecimento de firma ou letra se da quando: a) O reconhecimento é realizado. b) O respectivo documento é entregue a quem possa fazer dele o mau uso. c) O respectivo documento é utilizado por qualquer pessoa. d) O pagamento do ato de reconhecimento é realizado Resolução: dada todas as informações que visualizamos até o momento, podemos concluir que o momento consumativo do crime se dá no momento em que é realizado o reconhecimento por parte do agente criminoso. Gabarito: Letra A. 22) Dentre os crimes contra a fé pública, não constitui crime próprio o falso reconhecimento de firma ou letra. ( ) Certo. ( ) Errado. Resolução: conforme estudamos ao longo da nossa aula, o crime do art. 300 do CP é próprio, podendo ser praticado somente por tabeliães, oficiais de registro, cônsules e etc. Gabarito: ERRADO. 23) Ano: 2013 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: PC-BA Provas: CESPE / CEBRASPE - 2013 - PC-BA - Investigador de Polícia Julgue o próximo item, relativo a crimes contra a fé pública. Prof. Leonardo dos Santos Arpini Aula 00 34 de 52| www.direcaoconcursos.com.br Direito Penal e Processual Penal para Oficial de Promotoria do MP SP Considere a seguinte situação hipotética. Celso, maior, capaz, quando trafegava com seu veículo em via pública, foi abordado por policiais militares, que lhe exigiram a apresentação dos documentos do veículo e da carteira de habilitação. Celso, então, apresentou habilitação falsa. Nessa situação, a conduta de Celso é considerada atípica, visto que a apresentação do documento falso decorreu de circunstância alheia à sua vontade. ( ) Certo ( ) Errado Resolução: nesse caso, a conduta de Celso é típica, caracterizando o uso de documento falso. Aqui, não podemos imputar a falsificação a Celso, tendo em vista que não há nenhuma informação nesse sentido. Desse modo, resta configurado o crime do art. 304 do CP. Gabarito: ERRADO 24) No dia 09/07/2017, Henrique foi parado em uma fiscalização da Operação Lei Seca. Após solicitar a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) de Henrique, o policial militar que participava da operação suspeitou do documento apresentado. Procedeu então à verificação na base de dados do DETRAN e confirmou a suspeita, não encontrando o número de registro que constava na CNH, embora as demais informações (nome e CPF), a respeito de Henrique, estivessem corretas. Questionado pelo policial, Henrique confessou que havia adquirido o documento com Marcos, seu vizinho, que atuava como despachante, tendo pago R$ 2.000,00 pelo documento. Afirmou ainda que sequer havia feito prova no DETRAN. Acrescente-se que, durante a instrução criminal, ficou comprovado que, de fato, Henrique obteve o documento de Marcos, sendo este o autor da contrafação. Além disso, foiverificado por meio de perícia judicial que, no estado em que se encontra o documento, e em face de sua aparência, pode iludir terceiros como se documento idôneo fosse. Logo, pode-se afirmar que a conduta de Henrique se amolda ao crime de A) falsificação de documento público, previsto no caput do art. 297 do Código Penal. B) uso de documento falso, previsto no art. 304 do Código Penal. C) falsa identidade, previsto no art. 307 do Código Penal. D) falsidade ideológica, previsto no caput art. 299 do Código Penal. E) falsificação de documento particular, previsto no caput do art. 298 do Código Penal. Resolução: nesse caso, a única conduta possível de ser imputada a Henrique é o uso de documento falso, tendo em vista a descoberta da contrafação do documento por parte de Marcos. Gabarito: Letra B. Prof. Leonardo dos Santos Arpini Aula 00 35 de 52| www.direcaoconcursos.com.br Direito Penal e Processual Penal para Oficial de Promotoria do MP SP 25) (Analista – TRE/MT – 2010 – Adaptada) O crime de uso de documento falso não possui preceito secundário específico, sendo aplicável a tal crime a pena cominada à falsificação ou à alteração do documento. ( ) Certo ( ) Errado. Resolução: o enunciado da questão é uma cópia literal do parágrafo único do art. 304 que, em caso de uso, se aplica a pena correspondente a falsidade do documento. Gabarito: CERTO. 26) Ano: 2013 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: PC-BA Provas: CESPE / CEBRASPE - 2013 - PC-BA - Investigador de Polícia Julgue o próximo item, relativo a crimes contra a fé pública. Considere que Silas, maior, capaz, ao examinar os autos do inquérito policial no qual figure como investigado pela prática de estelionato, encontre os documentos originais colhidos pela autoridade, nos quais seja demonstrada a materialidade do delito investigado, e os destrua. Nessa situação, em razão desse ato, Silas responderá pelo crime de supressão de documento ( ) Certo ( ) Errado Resolução: veja, caríssimo(a), no momento em que Silas destrói os documentos que atestam a materialidade e autoria do seu estelionato, sua conduta se amolda perfeitamente ao crime do art. 305 do CP. Gabarito: CERTO 27) Sobre o crime de supressão de documento público assinale a alternativa correta: a) absorve o crime de dano b) se consuma independentemente de eventual de eventual prejuízo ou benefício decorrente c) pode incidir em documento público ou particular falso se este constituir meio de prova d) abrange o extravio Prof. Leonardo dos Santos Arpini Aula 00 36 de 52| www.direcaoconcursos.com.br Direito Penal e Processual Penal para Oficial de Promotoria do MP SP Resolução: a partir de todas as informações que compartilhamos durante nossa aula, o ponto central da questão é sabermos o momento consumativo do crime. Assim, conforme verificamos, a supressão de documento público é crime formal e, portanto, restará consumada no momento em que for realizada a conduta. Gabarito: Letra B. 28) O agente que falsificar e, em seguida, usar o documento falsificado responderá apenas pelo crime de falsificação. ( ) Certo ( ) Errado. Resolução: para resolvermos a questão proposta é necessário que você lembre o que estudamos acerca do post factum impunível. Assim, conforme entendimento do Supremo, o agente que falsifica documento público e logo em seguida o usa, responderá apenas pelo crime do art. 297, sendo o crime do art. 304 considerado post factum impunível. Gabarito: CERTO. 29) O uso de documento falso não é crime formal e sua caracterização depende da ocorrência de um resultado naturalístico específico e determinado. ( ) Certo ( ) Errado Resolução: o crime de uso de documento falso, conforme estudamos, é formal, razão pela qual, independe da produção do resultado. Gabarito: ERRADO. 30) O objeto material do crime de uso de documento falso constitui-se de papéis materialmente ou ideologicamente falsos. ( ) Certo ( ) Errado. Prof. Leonardo dos Santos Arpini Aula 00 37 de 52| www.direcaoconcursos.com.br Direito Penal e Processual Penal para Oficial de Promotoria do MP SP Resolução: conforme estudamos durante nossa aula, os objetos materiais do crime de uso de documento falso são aqueles elencados ao longo do artigo 293, do CP. Gabarito: CERTO. Agradeço, mais uma vez a sua companhia! Encerramos nosso sexto encontro por aqui! Aguardo a sua presença em nossa próxima aula. Bons estudo! Fique com Deus! Até lá, Prof. Leonardo dos Santos Arpini Prof. Leonardo dos Santos Arpini Aula 00 38 de 52| www.direcaoconcursos.com.br Direito Penal e Processual Penal para Oficial de Promotoria do MP SP Lista de questões. 1) Em crimes de moeda falsa, a jurisprudência predominante do STF é no sentido de reconhecer como bem penal tutelado não somente o valor correspondente à expressão monetária contida nas cédulas ou moedas falsas, mas a fé pública, a qual pode ser definida como bem intangível, que corresponde, exatamente, à confiança que a população deposita em sua moeda. ( ) Certo ( )Errado 2) Ano: 2014 Banca: VUNESP Órgão: PC-SP Prova: VUNESP - 2014 - PC-SP - Escrivão de Polícia Civil Imagine que Pedro, ilicitamente, guarda consigo tintas, papéis e um aparelho capaz de fabricar moeda falsa. Tal conduta. A) configura o crime de petrechos para falsificação de moeda (CP, art. 291) B) configura crime assimilado ao de moeda falsa (CP, art. 290). C) configura o crime de moeda falsa (CP, art. 289) D) não configura crime algum, por ausência de previsão legal. E) não configura crime algum, por se tratar de mero ato preparatório. 3) Ano: 2012 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: Polícia Federal Prova: CESPE - 2012 - Polícia Federal - Agente da Polícia Federal Em cada um dos itens de 92 a 95 é apresentada uma situação hipotética, acerca dos crimes contra a pessoa, contra o patrimônio, contra a fé pública e contra a administração pública, seguida de uma assertiva a ser julgada. Luiz, proprietário da mercearia Pague Menos, foi preso em flagrante por policiais militares logo após passar troco para cliente com cédulas falsas de moeda nacional de R$ 20,00 e R$ 10,00. Os policiais ainda apreenderam, no caixa da mercearia, 22 cédulas de R$ 20,00 e seis cédulas de R$ 10,00 falsas. Nessa situação, as ações praticadas por Luiz — guardar e introduzir em circulação moeda falsa — configuram crime único. ( ) Certo ( ) Errado 4) (FCC – Analista Judiciário – TRF 5/2012 – Adaptada). No crime de moeda falsa, mesmo ausente a capacidade ilusória da contrafação, tem-se caracterizada sua consumação. ( ) Certo Prof. Leonardo dos Santos Arpini Aula 00 39 de 52| www.direcaoconcursos.com.br Direito Penal e Processual Penal para Oficial de Promotoria do MP SP ( ) Errado 5) (CESPE – Procurador BACEN/2013 - Adaptada) Ao delito de emissão de vinte e cinco moedas falsas nos valores de dois reais é aplicável o princípio da insignificância, em face da inexistência de grave prejuízo ao sistema financeiro e da observância de princípios constitucionais aplicáveis aos crimes. ( ) Certo ( ) Errado 6) (Delegado de Polícia – PC/AP – 2010 – Adaptada) A simples posse de qualquer objeto especialmente destinado a falsificação de moeda constitui crime punido com pena de reclusão. ( ) Certo ( ) Errado 7) (CESPE – Analista Judiciário – Área Judiciária – CNJ/2013) Crime de falsificação de documento público, quando cometido por funcionário público, admite a modalidade culposa, hipótese em que a pena é reduzida. ( ) CERTO ( ) ERRADO 8) (Analista – MPU – 2010) Diogo, com a finalidade específica de cometer sonegação fiscal, falsificou documento público e o utilizou na declaração
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