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Civilização Egípcia Antiga

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História Antiga: 
Mundo Oriental
Egito Antigo
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Profa. Dra. Andrea Borelli
Revisão Textual:
Prof. Ms. Claudio Brites 
5
Acesse todo material teórico e atente-se aos prazos das atividades.
Lembre-se que seu tutor estará à sua inteira disposição e que poderá contatá-lo a qualquer 
momento neste ambiente.
Nesta unidade, vamos tratar da civilização egípcia antiga, que se destacou 
com importantes contribuições em muitas áreas, como na arquitetura, 
medicina, agricultura.
Egito Antigo
 · Introdução
 · Aspectos físicos
 · Aspectos políticos: algumas considerações
 · A sociedade egípcia
 · A função da arte
 · A arte egípcia: clareza, equilíbrio e estabilidade
 · Pirâmides e túmulos
 · Divindades egípcias
6
Unidade: Egito Antigo
Contextualização
Esta é a famosa máscara mortuária de Tutancâmon, provavelmente um dos mais conhecidos 
faraós egípcios. 
Vamos discutir, nesta unidade, os aspectos centrais da intrigante civilização egípcia.
fonte: Thinkstock/Getty Images
7
Introdução
O imaginário sobre a civilização egípcia antiga, além de povoado por pirâmides e múmias, 
é marcado pela ideia da estabilidade e da permanência, criando a ideia de uma sociedade 
de estruturas imutáveis e constantes. Isso é parcialmente correto, pois muitos elementos do 
cotidiano dos egípcios sofreram grandes alterações ao longo de mais de três mil anos.
Provavelmente por conta de sua condição geográfica, os egípcios foram capazes de reter sua 
identidade cultural e muitas de suas práticas.
Aspectos Físicos
O Egito está situado no nordeste da África e fica cercado pelo deserto – ao leste e oeste –, 
pelo Mar Mediterrâneo ao norte e pela primeira catarata do Nilo ao sul. 
O país era (é) basicamente um grande oásis do Rio Nilo e tinha um importante papel nas 
rotas comerciais da região, seja com o restante da África, seja com o Oriente. 
A vida no vale do Nilo era pontuada pelo ritmo das cheias do rio, que aconteciam entre os 
meses de julho e de outubro. Quando as águas retornavam a seu curso original, o solo estava 
pronto para a plantação. 
Os egípcios acreditavam que a inundação era um presente dos deuses. Havia, inclusive, um 
deus responsável por garantir a inundação anual, conhecido como Hapi. Ele era descrito como 
um homem barrigudo com flores aquáticas na cabeça.
Os egípcios eram basicamente agricultores e seus principais produtos eram cevada, trigo e 
linho. Em várias imagens, seja em túmulos ou templos, é possível ver os camponeses realizando 
essa atividade. Um exemplo é o túmulo de Menena, ele foi responsável por supervisionar as 
fonte: Wikimedia Commons
8
Unidade: Egito Antigo
terras e controlar as colheitas na região de Tebas, durante o governo de Tutmosis IV. Nessa 
imagem, é possível ver o processo de plantação e colheita do trigo. 
Outra imagem famosa, que mostra a produção e o 
consumo de produtos agrícolas é uma pintura da XVIII 
Dinastia, que mostra a família de um mercenário sírio 
consumindo cerveja.
A qualidade e brancura do linho utilizado nas roupas 
eram grandes indicadores da posição social na civilização 
egípcia. Nos túmulos e templos é possível ver imagens que 
mostram essa característica – como no túmulo de Nefertari, 
Grande Rainha de Ramsés II. Seu túmulo, localizado no 
Vale das Rainhas, é um dos maiores e mais bem decorados 
do Egito.
Os egípcios também criavam gado, com destaque para o bovino, que tinha múltiplas utilidades: 
além de produzirem carne e leite, eles proviam couro para as sandálias e os escudos militares.
Além do gado bovino, eles criavam porcos, cabras e cavalos, que eram usados principalmente 
para a guerra. 
Os cavalos tinham importância fundamental nas batalhas. Ramsés II registrou a sua presença 
nos relatos da Batalha de Kadesh, na qual os egípcios venceram os hititas – inclusive sabemos 
seus nomes: Vitória a Tebas e Mut está Satisfeita . 
fonte: Gabana Studios Cairo/CC-3.0
fonte: Sandra Steiß/Acervo Museu Estatal de Berlin
9
Aspectos políticos: algumas considerações 
As pesquisas arqueológicas mostram que entre 4.500 e 3.000 a.C. surgiram os primeiros 
grupos humanos na região do vale do Nilo. Esses grupos de agricultores ocuparam as áreas 
férteis do vale e iniciaram suas plantações, além de domesticarem animais.
Temos indícios de líderes locais que organizavam a defesa e o trabalho na região nesse período.
Aproximadamente em 3000 a.C., o Egito foi unificado sob o comando do Faraó Narmer, o 
primeiro rei da primeira dinastia egípcia. Ele é representado na famosa Paleta de Narmer, que 
foi encontrada pelo arqueólogo J.E Quibell nas escavações realizadas entre 1897 e 1898, ela 
mostra o rei com os símbolos dinásticos do alto e do baixo Egito, como pode-se ver abaixo:
Surgem aqui as necrópoles reais de Abydos e Saqquara, que foram centros importantes de 
culto durante toda a história do Antigo Egito.
Por volta de 2.650 a.C., inicia-se o período conhecido como Antigo Império, que vai se 
estender até 2.150 a.C. e compreende da terceira a sexta dinastias.
Foi um período de grande desenvolvimento para a arquitetura monumental egípcia, com o 
surgimento da Pirâmide de Degraus em Saqquara, construída por Djoser, e das três grandes 
Pirâmides de Giza. A maior parte dos pesquisadores considera que esses monumentos foram 
construídos por trabalhadores que recebiam por seus serviços e eram alimentados e alojados 
pelo Estado. 
O período conhecido como Primeiro Período Intermediário foi marcado pelo colapso do 
governo central e pelo surgimento de chefes locais como os governantes de Tebas. Em 2055 
fonte: Wikimedia Commons
10
Unidade: Egito Antigo
a.C., o rei Mentuhotep II reunificou o reino sob o controle da elite tebana. A estabilidade trazida 
pelo governo de Tebas permitiu o florescimento da economia e da cultura egípcias durante o 
chamado Médio Império.
Durante esse período de prosperidade, a presença do hicsos, um grupo provavelmente 
originário da região da atual Síria, tornou-se uma ameaça concreta. Em 1720 a.C., eles já 
tinham conquistado todo o baixo Egito e controlavam, por meio de alianças, o governo do alto 
Egito. Era o chamado Segundo Período Intermediário, que estende-se de 1650 a 1550 a.C.
Os hicsos foram responsáveis pela introdução no Egito das carruagens de combate, do 
arco composto, da rotação de culturas na agricultura e ainda desenvolveram o uso do 
bronze e da cerâmica.
Os egípcios tentaram expulsar os hicsos diversas vezes, contudo, as suas ações só conseguiram 
sucesso sob o comando de Ahmose I.
AhmoseI iniciou o Novo Império, um dos períodos mais prósperos e bem documentados da 
história do país.
Em 1874, Gaston Maspero, responsável pelo Serviço de Antiguidades do Cairo, órgão público 
que regulava as escavações no país, notou que muitas peças contendo nomes e símbolos reais 
surgiram no mercado de arte. 
Maspero sabia que essas peças não tinham sido encontradas em escavações autorizada pelo 
governo e que, provavelmente, algum túmulo importante tinha sido encontrado por ladrões.
Somente em 1881 suas suspeitas foram confirmadas, quando 
os ladrões foram presos em um túmulo secreto localizado nas 
colinas Deir el-Bahari. Nesse local, Maspero encontrou mais de 
40 múmias, incluindo as de Ahmoses I, Seti I, Amenhotep I, 
Thutmose III, Ramsés II, entre outros. 
Essas múmias foram estudas por Maspero e suas análises 
foram publicadas no livro The Royal Mummies of Dayr al-Bahri, 
de 1889. Hoje a maior parte delas está exposta em vários museus 
egípcios. 
Entre 1504 e 1492 a.C., o faraó Tumosis I consolidou o poder 
real e expandiu as fronteiras do Egito até o rio Eufrates, no norte, 
a Síria e a Palestina, no oeste, e a Núbia, no Sul. 
Seu reino foi seguido pelo de Hatshepsut, que ampliou o comércio internacional, especialmente 
com a chamada Terra de Punt, de onde vinha o incenso que era muito importante nas práticas 
médicas e religiosas. Os estudiosos divergem sobre a localização de Punt, contudo, é provável 
que a região englobavaa Somália, o Sudão e a Eritreia.
Hatshepsut foi a única mulher a utilizar o título de faraó. Sua competência administrativa e 
agressividade militar permitiram que ela se mantivesse no poder por vinte e dois anos.
Depois de sua morte, contudo, sua imagem foi apagada dos prédios públicos e dos 
registros de soberanos egípcios, provavelmente por ter ocupado um posto, o de faraó, que era 
tradicionalmente masculino. Em 2007, o arqueólogo Zahi Hawass e um grupo internacional de 
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Ahmose I - detalhe do rosto de 
sua múmia, foto de 1912.
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pesquisadores identificaram a múmia de Hatshepsut entre as descobertas em 1903 no túmulo 
conhecido como KV60.
Tutmés III, sucessor de Hatshepsut, continuou as políticas de expansão do país e, em 1425 
a.C., quando ele morreu, o país era sem dúvida uma das nações mais prósperas e poderosas 
do mundo antigo.
A prosperidade desse período pode ser medida pelo aumento das opções de lazer e esportes 
que faziam parte do cotidiano das elites. O banho era uma parte importante do cotidiano 
egípcio e nesse período tornou-se muito mais elaborado, provavelmente mais como uma opção 
de lazer do que de higiene. Vários documentos médicos foram escritos durante esse período, 
consolidando diversas práticas tradicionais egípcias, entre eles destacam-se o Papiro de Embers 
e o Papiro Ginecologico de Kahum.
A cirurgia e a odontologia eram amplamente praticadas, vários instrumentos médicos, 
remédios e encantamentos que as acompanhavam apontam para o caráter mágico da medicina.
Encantamento para acompanhar o remédio para gripe – Papiro de Embers:
“Que você desapareça, catarro, filho de catarro, aquele quebra os ossos, aquele que destrói o 
crânio, aquele que causa dor nas sete aberturas da cabeça”.
Em 1353 a.C., Amenofis IV foi coroado faraó e logo em seguida trocou seu nome 
dinástico para Akenaton, que significa o “Espírito vivo de Aton”. Esse ato refletia sua crença 
no tradicional deus Aton e sua tentativa de ampliar a popularidade dessa divindade em 
detrimento dos cultos a Amon. 
Além de seu desejo de ampliar o culto a Aton, é provável que o objetivo de Akenaton fosse 
diminuir o poder dos sacerdotes de Amon e da elite da cidade de Tebas. 
Ele construiu uma capital, Amarna, alguns novos templos e instituiu novos cultos em que a 
família real era representada como a única intermediária no contato com os deuses. Ele centrou 
seus esforços na construção dessa nova forma de culto e, como consequência, enfraqueceu os 
contatos externos do país, fragilizando a posição de potência que o Egito ocupava.
fonte: Jon Bodsworth/Wikimedia Commons
12
Unidade: Egito Antigo
O documento conhecido como Cartas 
de Amarna mostra que Akenaton e sua 
grande esposa real, Nefertite, estavam mais 
preocupados com as questões religiosas do que 
com as obrigações políticas do faraó, o que deve 
ter gerado profundos descontentamentos junto 
à elite egípcia.
O sucessor de Akenaton foi seu filho, 
Tutankaton, que moveu a capital de volta 
para Tebas e reiniciou os cultos a Amon, 
reconhecendo a importância da elite 
sacerdotal. 
Um de seus primeiros atos como faraó foi alterar seu nome dinástico para Tutancâmon, 
como homenagem a Amon. 
Carter examinando o sarcófago
Seu governo foi curto e tumultuado, mas, provavelmente, ele é um dos mais conhecidos 
faraós egípcios. Isso se deve ao fato de, em 1922, seu túmulo ter sido encontrado pelo 
arqueólogo Howard Carter praticamente intacto com sua múmia ainda cercada por todas 
as suas oferendas rituais. 
O maior soberano do Novo Reino, contudo, foi Ramsés II ou Ramsés, o Grande. Além de 
ser considerado um herói militar, foram suas ações na administração do estado egípcio que 
o tornaram famoso, visto que permitiram com que o país retomasse sua posição de grande 
potência internacional.
fonte: Wikimedia Commons
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fonte: Wikimedia Commons
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Sua competência administrativa permitiu que ele investisse em um programa massivo de 
construções públicas, com a ampliação de templos existentes, obras de irrigação, diques e 
estátuas. 
Um exemplo desse programa de construções é o Colosso de Ramsés, encontrado por 
Giovanni Caviglia em 1820. Trata-se de uma representação do faraó com mais de 12 metros 
de altura – deve-se observar que a estátua não tem as pernas. 
Colosso de Ramsés
Contudo, a construção que simboliza seu reino e o projeto de imortalizá-lo são os templos 
de Abu Simbel.
O complexo de Abu Simbel é formado por dois templos: o templo maior, dedicado aos 
deuses Amon, Ra-Horakhty, Ptah e ao próprio Ramsés; e o templo menor, dedicado a Hator 
e a Nefertari, a grande esposa real de Ramsés.
Outra construção que merece destaque é o túmulo construído por Ramsés à sua esposa 
preferida, Nefertari. Situado no Vales das Rainhas, é considerado um dos mais elaborados 
e luxuosos da região, destacando-se pela qualidade das pinturas. 
Ramsés ficou conhecido pelas gerações posteriores como O Grande Ancestral, ele 
representava o paradigma do faraó ideal.
O início da 20º dinastia marcou o começo do declínio político econômico do Egito, 
que foi marcado por diversas ameaças externas, como a conquista assíria em 667 a.C., a 
chegada dos persas em 525 a.C. e, por fim, a conquista macedônica em 332 a.C. Alexandre 
foi recebido como libertador e dominou o país sem confrontos militares. 
Depois de sua morte, o General Ptolomeu se estabeleceu no controle do país, dando 
início a Dinastia dos Ptolomeus, que governou o país até a derrota de Cleópatra VII pelos 
romanos comandados por Otaviano. 
O Egito passou a ser uma província romana, o que durou de 30 a.C. a 476 d.C., quando 
passou a ser parte do Império Bizantino.
fonte: Daniel Meyer/Wikimedia Commons
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Unidade: Egito Antigo
A Sociedade Egípcia 
A estrutura da sociedade egípcia pode ser comparada a uma pirâmide.
A família era o centro da sociedade egípcia e muitos deuses eram organizados em grupos 
familiares. As pessoas tinham muito orgulho de sua linhagem e o respeito pelos pais era um 
ponto central da moralidade egípcia.
O casamento era um arranjo social que existia para regular a propriedade, pois o Estado e 
a religião não interferiam nesse assunto – aliás, o casamento não era registrado por nenhuma 
instância oficial. Ao que tudo indica, bastava que o casal passasse a viver junto para ser 
considerado casado.
As mulheres poderiam se casar depois da primeira menstruação, que era considerado o início 
da vida reprodutiva; os homens geralmente se casavam somente quando já era considerado 
que poderiam sustentar a sua família. 
A virgindade não era necessária para o casamento e o sexo antes do casamento era uma 
prática aceitável, contudo, após o casamento, era esperado que homens e mulheres fossem fiéis 
a seus parceiros.
As mulheres egípcias tinham grande liberdade de escolha e eram tratadas com igualdade 
pela lei civil. Elas podiam solicitar separação, participar de juris, testemunhar em julgamentos, 
possuir propriedade e legar essas propriedades sem interferência de parentes masculinos.
As crianças dos dois sexos eram igualmente bem-vindas nas famílias egípcias e não existe 
indícios de infanticídio feminino. 
O nascimento era um momento muito especial e várias medidas eram tomadas para evitar 
a mortalidade infantil e materna, como a presença de parteiras e a preparação de quartos com 
proteções mágicas.
As crianças que sobreviviam aos primeiros anos de vida tinham uma infância cercada de 
cuidados e carinho, antes de iniciarem sua educação para a vida adulta.
15
As meninas ajudavam nos trabalhos da casa, nas atividades no campo e tomavam conta de 
irmãos mais novos. Já os meninos aprendiam o ofício do pai, fosse ele agricultor ou artesão.
As crianças da elite recebiam educação formal desde muito cedo, especialmente os meninos, 
que deviam dominar a arte da leitura e da escrita. As meninas não recebiam uma educação 
formal em escolas, mas sabemos que as mulheresde elite eram alfabetizadas. O período de 
escolarização variava muito e alguns sacerdotes estudavam por mais de 10 anos.
A função da arte
Aquilo que chamamos de Arte Egípcia1 foi originalmente criada com objetivos religiosos e 
mágicos, representando as crenças sobre o mundo e seus elementos principais.
A arte tinha uma função concreta, uma imagem do faraó fazendo ofertas aos Deuses 
representava um ato concreto e garantia que a ordem universal fosse mantida; uma estátua 
funerária era um repositório concreto para o espírito do morto e a única diferença entre o corpo 
de uma pessoa e a sua estátua era a ideia de que a estátua era eterna. 
A escrita era parte integrante da obra artística e, por seu grau de complexidade e beleza, é 
considerada uma expressão artística em si.
Os grandes temas: os ciclos da vida, o papel dos Deuses, o papel 
dos soberanos.
Os egípcios acreditavam que a terra surgiu de um corpo infinito de água primordial, como 
acontecia todos os anos quando o Nilo voltava a seu curso original, depois das cheias anuais. 
Nesse mundo recém criado, a força mais importe era o Sol, que criou todos os deuses e, em 
última instância, todos os seres vivos. No conjunto de crenças egípcias, o surgimento do mundo 
era recriado a cada ano, a cada cheia do Nilo. 
O ciclo de dia e noite e a vida humana eram análogas a esse princípio inicial, que era 
representado pelo conceito de nascimento/morte/renascimento.
Os egípcios acreditavam que o universo e todos os eventos que aconteciam eram atos dos 
deuses. Eles representavam fenômenos naturais, como a cheia do Nilo, e conceitos abstratos, 
como justiça, proteção e verdade.
As ações dos deuses governavam todos os aspectos da vida e os egípcios realizavam complexos 
rituais para garantir prosperidade e sobrevivência.
Os deuses egípcios tinham múltiplos poderes e múltiplas representações, um exemplo é o 
deus Thot. Thot é o deus da escrita e pode ser representado por um babuíno – considerado um 
animal muito inteligente –, contudo, o babuíno também era considerado uma das manifestações 
de Ra, o deus do Sol – isso porque os babuínos eram vistos observando o nascer do Sol, o que 
parecia um ato de adoração; Thot era, também, representado por um homem com cabeça de 
íbis ou por uma íbis.
1 Metropolitan Museum of Modern Art. The Art of Egypt Ancient. A Resource for Educators. New York. 1998. Disponível em: http://
www.metmuseum.org/research/metpublications/The_Art_of_Ancient_Egypt_A_Resource_for_Educators. Acesso: 7 de set.de 2014 .
16
Unidade: Egito Antigo
Os egípcios, contudo, não acreditavam que os seus deuses eram esses animais ou a 
combinação de seres humanos com animais. Suas crenças atribuíam poderes especiais a certas 
características que esses animais possuíam – como força ou a capacidade de voar – e, quando 
associadas às divindades, indicavam que esses seres tinham uma característica supernatural.
Os templos eram considerados a moradia dos deuses, onde eles poderiam ser encontrados 
em suas estatuas destinadas aos cultos e colocadas no centro desses espaços.
O faraó e os sacerdotes eram responsáveis pelos cuidados e pelas ofertas que deveriam ser feitas à 
divindade diariamente. Na prática, esses cultos eram realizados com um grande grupo de sacerdotes 
em nome do faraó, que em última instância era o intermediário da relação com os deuses. 
As pessoas comuns não tinham acesso aos locais de culto e realizavam seus ritos em particular, 
utilizando pequenas imagens que eram mantidas em suas casas.
Muitas das obras de arte egípcias foram encontradas em túmulos, pois eles consideravam 
necessário garantir a segurança e a prosperidade do morto. Esta posição reflete dois importantes 
aspectos da sociedade egípcia: 
1. Sua profunda paixão pela vida, pois os mortos aparecem realizando atividades cotidianas, 
acompanhados por amigos e familiares; e 
2. Sua crença de que a vida pós-morte era uma continuidade da vida material e, para que 
ela fosse confortável, era necessário garantir um enterro adequado.
Os egípcios não acreditavam na existência de um espaço paradisíaco e distante, mas na 
continuidade de sua vida na terra, com seus prazeres mas sem seus problemas.
A vida pós-morte envolvia a interação de três componentes do ser humano: o corpo, o ka 
e o ba. O corpo era o componente físico, que era preservado pelo processo de mumificação. 
O ka era a força de vida, que se separava do corpo e retornava ao criador. Durante a vida, o 
ka era mantido através da alimentação e essa relação se mantinha mesmo depois da morte, 
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o que explica a ênfase nas representações artísticas de alimentos e dos locais nos quais eram 
produzidos. Os túmulos eram o foco das ofertas voltadas a sustentar o ka e, como acontecia 
com as estatuas funerárias, podiam ser chamados de casa do ka.
O ba era o ser humano e representava tudo aquilo que faz um indivíduo sem a presença do 
corpo. O ba também mantinha sua relação entre o mundo dos vivos e o mundo dos mortos, 
pois esperava-se que o ba retornasse ao túmulo para se juntar à múmia e receber o poder do 
renascimento. No renascimento, esses três elementos – o corpo, o ka e o ba – seriam reunidos e 
se tornariam o akh, literalmente o ser concreto.
O ba, devido a sua capacidade de circular entre o mundo dos vivos e dos mortos, era 
representado como uma ave com cabeça humana. 
A múmia era protegida por um conjunto de encantamentos e amuletos para garantir que 
pudesse transferir o poder do renascimento ao ba. Ainda para ajudar o ba em sua jornada diária 
pelo mundo dos mortos, diversos rituais eram descritos nas paredes dos sarcófagos ou túmulos 
e, no começo do Novo Reinado, esses textos passaram a ser escritos em papiros e enterrados 
com os mortos – esse conjunto de documentos ficou conhecido como Livro dos Mortos.
Apesar dos egípcios considerarem que a vida depois da morte era um ciclo de morte/
renascimento, essa vida ideal só era possível para aqueles que tinham vivido de forma adequada. 
No primeiro encontro do ba com o deus Osíris, ele passava por um julgamento em que o 
coração do morto era pesado, tendo seu peso comparado com uma pena, que representava 
Maat, a deusa da justiça. Aqueles que eram considerados justos podiam seguir seu caminho; os 
condenados eram devorados por Ammit.
Ammit era chamado de o Devorador de Almas e era um animal lendário formado pela 
junção de um leão, um hipopótamo e um crocodilo. 
Essa visão da vida pós-morte permaneceu inalterada pelos três mil anos da civilização faraônica.
O faraó, segundo as crenças egípcias, era dotado de poderes especiais para que pudesse 
garantir a ordem universal e impedir o avanço do mal e do caos. Ele era a personificação de 
Hórus e do deus Sol. Ao morrer, todo o faraó se reunia a deusa Osíris no mundo dos mortos e 
seus poderes eram transferidos ao seu sucessor. 
fonte: Wikimedia Commons
18
Unidade: Egito Antigo
A arte tinha um papel muito importante, o de reforçar o poder real e mostrar, em termos 
visuais, o tamanho de sua responsabilidade. Os cultos diários eram realizados por um grande 
número de sacerdotes, contudo, os relevos de templos e túmulos mostram o faraó realizando 
essas atividades.
Existiam diversos elementos que permitiam a identificação do rei nas manifestações artísticas, 
entre eles destacam-se:
As coroas
Outros símbolos reais
fonte: Jeff Dahl/Wikimedia Commons e Thinkstock/Getty Images
19
Além destes existem outros símbolos associados ao faraó:
A figura da rainha era muito importante para os rituais que envolviam a manutenção da 
ordem universal, ela era chamada de A Grande Esposa do Rei. Sabemos que o faraó podia 
ter diversas esposas, mas ele tinha somente uma grande esposa real, com quem representava 
os pares divinos. O poder das rainhas era concreto e muitas governaram sozinhas ou como 
regentes para seus filhos menores.
As coroas
A arte egípcia: clareza, equilíbrio eestabilidade.
Os artistas egípcios desenvolveram um conjunto de representações que se tornaram 
exemplares e foram utilizadas para expressar um tipo de sentimento ou atitude. 
As composições eram balanceadas, os contornos eram claramente marcados, as formas eram 
simples e achatadas, as cores eram usadas para criar ordem e claridade, além disso, as cenas 
eram organizadas em linhas horizontais, que eram chamadas de registos.
Os artistas egípcios2 não desenvolveram os conceitos de perspectiva, uso de sombra ou a 
ilusão de espaços externos.
Segundo o cânone, ou seja, a tradição artística egípcia, existem algumas formas estabelecidas 
de representar atos comuns e recorrentes.
2 Metropolitan Museum of Modern Art. The Art of Egypt Ancient. A Resource For Educators. New York. 1998. Disponível em: http://
www.metmuseum.org/research/metpublications/The_Art_of_Ancient_Egypt_A_Resource_for_Educators. Acesso: 7 de set. de 2014.
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Unidade: Egito Antigo
Entre eles destacam-se:
Ao iniciar o trabalho de decorar uma parede ou fazer um relevo, o artista egípcio traçava 
uma série de linhas guia horizontais e verticais para garantir que a proporção fosse adequada 
ao estabelecido, não importando o tamanho da peça a ser criada. O mesmo processo era usado 
com as estátuas: as linhas guias eram desenhadas e a peça começava a ser produzida até que 
os artistas chegassem às áreas marcadas, depois disso, novas linhas eram traçadas e o processo 
se repetia.
As representações de animais e de elementos da natureza se destacavam pela naturalidade 
das figuras, com músculos claramente marcados e detalhes anatomicamente corretos.
No que tange ao corpo humano, os artistas egípcios utilizavam diferentes perspectivas para 
mostrar o corpo de forma mais completa.
fonte: Metropolitan Museum of Modern Art, 1998.
fonte: Metropolitan Museum of Modern Art, 1998.
21
A distância entre as figuras, quando indicada, aparecia pela sobreposição de uma imagem 
sobre a outra ou pela redução do tamanho da figura. Figuras centrais da representação nunca 
eram sobrepostas, pois isso tornaria sua imagem incompleta. Contudo, figuras como soldados, 
servos e empregados apareciam dessa maneira para garantir a impressão de movimento e ritmo.
Ao apresentar uma imagem de objetos ou de paisagens, os artistas egípcios procuravam 
utilizar vários pontos de vista com o objetivo de apresentar uma visão completa da cena, como 
nas cenas de ofertas de alimentos.
A questão da escala das imagens também precisa ser observada, o tamanho da imagem indica 
a importância da pessoa ou divindade dentro do conjunto a ser representado e, geralmente, o 
rei ou os deuses aparecem maiores que o restante da composição.
As cores também tinham sua utilização regulada pela tradição: as cores verde e azul eram 
associadas à água e vegetação; o amarelo e o dourado eram associados ao Sol e ao Deus Sol; 
por fim, o vermelho e o laranja tinham muitos sentidos, podia ser o deserto, o poder, sangue e 
a vitalidade. 
fonte: Wikimedia Commons
22
Unidade: Egito Antigo
As cores também eram utilizadas para marcar o sexo das imagens apresentadas: as mulheres 
são representadas em marrom claro e os homens em marrom avermelhado.
Os artistas e os materiais
No mundo egípcio, os artistas eram considerados artesões especializados. Na maioria das 
vezes, esses artistas trabalhavam em grupos e sob a supervisão de um responsável, que nem 
sempre era um dos artistas. Esses grupos de artesãos trabalhavam para alguma instituição, 
como a casa real, ou para os templos que providenciavam materiais e o local para a realização 
do trabalho.
O trabalho era hierarquicamente estruturado, havia a presença de auxiliares, aprendizes e de 
mestres que supervisionavam o trabalho. Além disso, as atividades eram divididas, ou seja, cada 
um dos envolvidos no trabalho completava parte da peça/trabalho em questão.
Um dos principais materiais utilizados pelos egípcios era a pedra, cuja durabilidade simbolizava 
a eternidade. Esse material era utilizado para túmulos e templos. As casas e outros prédios eram 
construídos de tijolos.
Os escultores incialmente utilizavam instrumentos feitos somente de pedra, depois começaram 
a utilizar de ferramentas de cobre e, mais tarde, bronze. Para as peças maiores, eles usavam 
martelos para formatar a pedra e aproximar-se do formato desejado antes do trabalho com os 
utensílios menores. 
Sabemos também, que algumas das estátuas eram pintadas e podiam receber adornos como 
perucas ou brincos.
O uso de madeira era restrito, pois não existiam grandes arvores em quantidade suficiente e, 
para grandes construções como barcos, os egípcios importavam cedro do atual Líbano. Outros 
tipos de madeiras duras, como o ébano, eram importados da África Central e utilizados para 
fazer móveis e outros utensílios mais refinados.
Outro material utilizado em objetos refinados era o ouro, considerado símbolo da vida eterna. 
Os joalheiros egípcios dominavam a técnica de decorar as joias de ouro com pedras preciosas, 
semipreciosas e mesmo com vidro.
O cobre e o bronze eram usados na produção de muitos objetos diferentes, como ferramentas 
agrícolas, armas, armaduras, etc. Devido ao seu grande valor comercial, os objetos produzidos 
com esses metais eram constantemente reutilizados na produção de novos.
fonte: David Schmid/Wikimedia Commons
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Pirâmides e Túmulos
Logo após o processo de unificação, os egípcios começaram a desenvolver túmulos para 
receber os corpos de seus reis e de outras pessoas consideradas importantes.
Esses primeiros túmulos eram conhecidos como mastabas e eram feitos de tijolos. A maior 
parte deles foi localizado nos cemitérios de Saqquara e Abbidos.
O primeiro túmulo egípcio que pode ser 
considerado uma pirâmide foi construído para 
receber o corpo do faraó Djoser, da terceira dinastia. 
Seu túmulo começou a ser construído como uma 
grande mastaba, mas, no final, seu reino era formado 
por seis “degraus” e atingia 62 metros de altura. O 
projeto foi atribuído a Imhotep e o uso de pedras na 
maior parte da estrutura garantiu sua durabilidade – segundo alguns especialistas, é o prédio 
que iniciou a arquitetura em pedra. A pirâmide era o centro de um grande complexo funerário, 
cercado por várias capelas e túneis, contudo, o túmulo foi roubado ainda durante a antiguidade.
fonte: Jon Bodsworth/Wikimedia Commons
fonte: LeonardG/Wikimedia Commons
fonte: Daniel Meyer/Wikimedia Commons
24
Unidade: Egito Antigo
O faraó Snefru construiu diversas pirâmides durante seu reino e o primeiro deles foi a 
Pirâmide de Maidum. Influenciado pela Pirâmide de Degraus, Snefru encomendou um 
túmulo que deveria chegar a oito “degraus”.
Esta é pirâmide em que a câmara funerária estava acima do nível do chão, contudo, a 
construção foi abandonada. Antes da morte de Snefru, os três primeiros degraus foram 
finalizados. Atualmente, somente os três últimos níveis são visíveis.
A primeira tentativa de construir uma pirâmide com as faces totalmente lisas deu origem 
a chamada Pirâmide Torta. Essa é a segunda pirâmide encomendada pelo faraó Snefru e 
começou a ser construída quando ele mudou sua corte para a região de Dahshur. É provável 
que o ângulo das faces da pirâmide foi alterado para resolver problemas estruturais. Essa é a 
primeira dessas construções que tinha duas câmaras funerárias, com entradas independentes.
Snefru ainda ordenou a construção de uma terceira pirâmide, que ficou conhecida como 
Pirâmide Vermelha, e é considerada uma precursora das grandes pirâmides de Giza.
Essa pirâmide tinha uma câmara funerária com o acesso por duas câmaras laterais e, ao que 
tudo indica, foi Khufu que terminou esse túmulo depois da morte de Snefru. 
É possível que Snefru tenha sido enterrado nela, mas não se pode descartar a possibilidade 
dele ter sido enterrado próximo a pirâmide de Maidum, na chamada mastaba 17.
Khufu, o filho de Snefru, transferiu o cemitério real para a região de Giza einiciou a 
construção de uma grande pirâmide que serviria como seu túmulo. A grande pirâmide de Giza 
foi finalizada, provavelmente, em 2.550 a.C. e atingiu 146 metros de altura.
A pirâmide tinha três câmaras funerárias e diversas passagens internas:
fonte: Adaptado de HowStuffWorks, 2007.
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A pirâmide era o centro de um elaborado complexo funerário que incluía outras pirâmides, 
cincos poços para barcos, um templo funerário, outros espaços de adoração, além de túmulos 
para oficiais e membros da família real.
A pirâmide de Khafren, filho de Khufu, é menor que a de seu pai – 144 metros –, mas o seu 
complexo funerário é mais elaborado: além dos elementos típicos encontrados nesses espaços, 
existe uma grande quantidade de estátuas funerárias e a Esfinge, que é a representação do 
faraó com o corpo de um leão.
A última grande pirâmide construída no planalto de Giza foi a de Menkare. Não se sabe o 
motivo, mas essa é a menor das três pirâmides do conjunto. Seguindo a tendência do complexo 
de Khafren, embora a pirâmide seja menor, o complexo funerário é mais detalhado. A morte de 
Menkare encerrou os trabalhos no sítio e ele foi provavelmente finalizado com tijolos.
Complexo funerário de Khafren
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fonte: Wikimedia Commons
26
Unidade: Egito Antigo
Os egípcios continuaram a erguer grandes monumentos para seus governantes, mas com 
o objetivo de proteger os bens dos faraós e sua múmia, eles passaram a construir túmulos 
subterrâneos.
A maior concentração desses túmulos reais está no Vale dos Reis3 , na margem oeste do Nilo 
e perto de Luxor. 
Durante o Novo Reino, esse local se tornou a principal necrópole real para os membros das 
18ª, 19 ª e 20 ª dinastias, com destaque para os túmulos de Seti I, Ramsés II e Tutancâmon.
Esses túmulos eram ricamente decorados e incluíam uma série de oferendas para garantir o 
conforto do ocupante: móveis, roupas, armas, jogos e toda uma série de objetos rituais e mundanos.
Geralmente esses túmulos tinham alguns elementos comuns:
1) Sarcófagos e caixões internos – Geralmente as múmias eram colocadas em um ou 
mais sarcófagos construídos de vários materiais, como pedra, maneira e ouro. 
2) Vasos Canopos – Os egípcios retiravam e mumificavam os órgãos internos – pulmão, 
fígado, estômago e intestinos. Cada um desses órgãos era colocado em um jarro sob a 
proteção de uma divindade egípcia, são eles:
Duamutef – Chacal – Estômago;
Qebehsenuef – Falcão – Intestino;
Hapi – Babuíno – Pulmão;
Imseti – Humano – Fígado.
3) Os Shabits – São figuras que representam o morto e que são colocadas no túmulo 
para realizar atividades por ele.
4) Figuras de Proteção – Muitas estátuas eram colocadas no túmulo para garantir a 
proteção do morto. Elas estavam conectadas aos Muros Mágicos. 
Os Muros Mágicos trazem pinturas de proteção que agem junto com as estátuas.
5) Modelos e móveis – Os modelos eram utilizados para reproduzir objetos necessários 
ao cotidiano do morto, como padarias ou locais para a estocagem de grãos. Além 
desses modelos, móveis eram colocadas no túmulo para garantir o conforto do morto, 
como: cadeiras, tronos, camas. 
6) Elementos cotidianos – Vários objetos cotidianos como roupas, sandálias, armas e 
vasos eram colocados no túmulo para garantir ao morto que todas as suas atividades 
diárias fossem realizadas a contento.
3 Ver: http://www.thebanmappingproject.com
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Divindades Egípcias
Amon – Senhor dos deuses
Representações: homem com 
cabeça de cabra, cabra e homem 
com pena de avestruz na cabeça.
Foi uma divindade muito 
importante e se tornou ainda mais 
poderoso quando foi combinado 
ao deus do Sol, Rá. Passou a ser 
conhecido como Amon-Rá.
Anúbis
Representações: homem com 
cabeça de Chacal, Chacal.
Deus dos embalsamadores e dos 
mortos.
Atun – “A perfeição”
Representação: homem com 
uma coroa dupla.
Considerado o primeiro deus a 
andar sobre a terra.
Criador dos outros deuses.
Bastet – Deusa protetora
Representação: mulher com 
cabeça de gato.
Ela é uma das filhas da Rá e 
possuía um grande templo em 
Bubastis.
Hapi
Representação: homem 
barrigudo com flores aquáticas 
na cabeça.
Deus da inundação.
Hathor 
Representações: mulher com 
orelhas de vaca, vaca, mulher com 
chifres e disco solar.
Esposa de Hórus. Deusa protetora 
da alegria e do amor.
Hórus
Representações: homem com 
uma cabeça de falcão, falcão.
Deus dos Céus e representação do 
Faraó Vivo.
Khepri
Representações: homem 
com cabeça de escaravelho, 
escaravelho.
Deus do movimento do Sol e do 
renascimento.
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Unidade: Egito Antigo
Maat
Representações: mulher com 
uma pena na cabeça, pena.
Deusa da justiça e harmonia 
universal.
Nephit 
Representação: mulher com 
hieróglifo de seu nome na cabeça.
Deusa protetora dos mortos. 
Esposa de Seth e mãe de Anúbis.
Osíris
Representação: homem 
mumificado.
Deus do mundo dos mortos e a 
representação do Faraó Morto.
Rá-Sol e Ra-Horakhty
Representações: homem com 
cabeça de falcão, com o disco 
solar sob a cabeça.
Deus Sol.
Sekhmet
Representação: mulher com 
cabeça de leoa.
Deusa da Guerra.
Seth 
Representação: homem com 
cabeça de animal.
Deus do Caos.
Sobek
Representações: homem 
com uma cabeça de crocodilo, 
crocodilo.
Deus do Nilo.
Tawret
Representações: forma de 
hipopótamo, pernas de leão e 
costas e cauda de crocodilo, além 
de barriga e seios de mulher 
grávida.
Deusa das grávidas e do parto.
29
Aton
Representação: disco solar com raios que 
terminam com forma de mãos.
Ganhou destaque durante o governo de 
Amenofis IV, conhecido como Akenaton.
Thot
Representações: homem com cabeça de íbis, 
a íbis e o babuíno.
Deus da escrita e do conhecimento.
Bas
Representações: Anão com feições de leão, 
anão vestido com pele de leão.
Deus protetor das grávidas e dos recém-
nascidos.
Geb e Nut
Representações: Geb: Homem deita sob a 
deusa Nut – homem com cabeça de ganso.
Nut: Deusa cujo corpo forma o céu e se veste 
com estrelas
Pais de: Osíris, Isis, Seth e Nepthys.
Num
Representações: homem carregando um barco.
Deus que representa o caos primitivo que gera a 
criação.
Fonte das imagens: Jeff Dahl | Wellcome Images | Wikimedia Commons
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Unidade: Egito Antigo
Material Complementar
Olá, seguem algumas sugestões para aprofundar seus estudos.
Sites em inglês
Site do egiptólogo Zahi Hawass, uma das maiores autoridades do mundo no tema:
http://www.drhawass.com
Site do Museu Britânico sobre o Egito Antigo:
http://www.ancientegypt.co.uk/menu.html
Documentários em português 
Construindo um Império - Egito Antigo
Documentário do History Channel sobre a arquitetura egípcia:
http://youtu.be/6qaWDqg7kvw
O Egito na História - As 10 maiores descobertas do Egito
Documentário do History Channel sobre Arqueologia Egípcia:
http://youtu.be/fARoOVsPNeE
http://www.drhawass.com
http://www.ancientegypt.co.uk/menu.html
http://youtu.be/fARoOVsPNeE
31
Referências
FINLEY, M. I. História Antiga: Testemunhos e Modelos. São Paulo: Martins Fontes, 1994.
JOHNSON, P. História Ilustrada do Egito Antigo. Rio de Janeiro: Ediouro, 2002.
PINSKY, J. 100 Textos de História Antiga. 8. ed. São Paulo: Contexto, 2003.
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Unidade: Egito Antigo
Anotações
www.cruzeirodosulvirtual.com.br
Campus Liberdade
Rua Galvão Bueno, 868
CEP 01506-000
São Paulo - SP - Brasil
Tel: (55 11) 3385-3000

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