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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ MARIA GERMANA GOMES DE OLIVEIRA BALDIN AVALIAÇÃO DA VITAMINA D EM PESSOAS SAUDÁVEIS: HISTÓRIA, DIRETRIZES ATUAIS E CONTRADIÇÕES CURITIBA 2019 MARIA GERMANA GOMES DE OLIVEIRA BALDIN AVALIAÇÃO DA VITAMINA D EM PESSOAS SAUDÁVEIS: HISTÓRIA, DIRETRIZES ATUAIS E CONTRADIÇÕES Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Nutrição da Universidade Federal do Paraná, como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Nutrição. Orientador: Prof. Dr. Paulo Poli CURITIBA 2019 AGRADECIMENTOS Primeiramente agradeço a Deus pela vida, por permitir que tudo acontecesse em seu tempo, que me deu saúde, força e determinação para superar as dificuldades. Gostaria de dedicar este trabalho à minha mãe, Maristela Gomes de Oliveira Baldin, mulher virtuosa na qual sempre me espelho. Obrigada por todas as palavras de carinho e incentivo e principalmente por sua paciência e amor. Ao meu pai, Robson Baldin, pelo incentivo e apoio incondicional. Aos meus irmãos, Victor, Maria Renata (in memorian), Maria Fábia e Maria Manoela, que sempre estiveram ao meu lado. Ao Professor Doutor Paulo Poli, por acreditar na minha capacidade como estudante, por sua orientação, apoio e confiança dedicados à elaboração deste trabalho. Meus agradecimentos aos amigos Ana Paula e Jessie, companheiras de trabalhos e de vida, ao Tiago, Pedro e Gustavo, que fizeram parte da minha formação e que com certeza continuarão presentes em minha vida. Meu sincero agradecimento à Universidade Federal do Paraná, aos professores que fazem parte do corpo docente e a coordenação do curso de nutrição, que direta ou indiretamente foram importantes para a minha formação como nutricionista, que me trouxeram conhecimento não só científico, mas que também contribuíram para a formação de caráter e princípios. Conte-me e eu esqueço Mostre-me e eu apenas lembro Envolva-me e eu compreendo Confúcio RESUMO O presente trabalho é um projeto de pesquisa que se propõe a identificar, analisar e comparar as diretrizes brasileiras e estrangeiras de rastreamento da vitamina D (Recomendações da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia – SBEM e United States Preventive Services Task Force, respectivamente). Nos últimos anos houve um enorme crescimento nas solicitações do teste em pessoas aparentemente saudáveis e assintomáticas, sem fatores de risco. O objetivo do estudo é identificar a origem desse movimento e compreender seus porquês, de maneira a revisar as principais diretrizes quanto às recomendações para o rastreamento. Para isso serão utilizadas informações de publicações leigas (não científicas) e científicas sobre a vitamina D. Do mesmo modo, foi realizada uma revisão sobre o conceito de rastreamento para avaliar se a solicitação desse exame nessas populações se enquadra nas teorias que embasam essa ação. A metodologia da pesquisa é essencialmente uma abordagem qualitativa por meio de uma análise de conteúdo de fontes secundárias. Palavras-chave: Vitamina D. Diretrizes de rastreamento de vitamina D. Colecalciferol. Diagnóstico. ABSTRACT The present work is a research project that aims to identify, analyze and compare the Brazilian and foreign guidelines for vitamin D screening (Recommendations of the Brazilian Society of Endocrinology and Metabology and United States Preventive Services Task Force, respectively). Over the last years there has been a huge growth in requests for this test in apparently healthy and asymptomatic people with no risk factors. The focus of the study is to identify the beginning of this movement and to understand its reasons, in order to review the main guidelines regarding the recommendations for the screening. In order to do so, we will use information from lay (non-scientific) and scientific publications on vitamin D. Likewise, a review will be made about the concept of screening to assess whether the request for the exam about vitamin D level in these populations fits the theories underlying this action . The research methodology will be essentially a qualitative approach based on a content analysis of these secondary sources. Key-words: Vitamin D. Guidelines for the screening of vitamin D. Cholecalciferol. Diagnosis. LISTA DE TABELAS TABELA 1: FONTES ALIMENTARES DE VITAMINA D POR PORÇÃO ..................12 TABELA 2: RECURSOS MATERIAIS .......................................................................23 TABELA 3: CRONOGRAMA DE TRABALHO ...........................................................23 TABELA 4 – ARTIGOS CIENTÍFICOS ANALISADOS, AUTORES, DATA DE PUBLICAÇÃO E PARECERES ..........................................................................25 LISTA DE FIGURAS FIGURA 1 – MOLÉCULAS QUÍMICAS DE VITAMINA D ..........................................13 25 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................11 1.1 CONTEXTO E PROBLEMA .............................................................................11 1.2 PROBLEMA DE PESQUISA ............................................................................15 1.3 OBJETIVOS .....................................................................................................15 1.3.1 Objetivo Geral ...............................................................................................15 1.3.2 Objetivos Específicos ....................................................................................15 1.4 JUSTIFICATIVA ...............................................................................................15 2 REVISÃO TEÓRICO-EMPÍRICA .......................................................................17 3 METODOLOGIA ....................................................................................................22 3.1 RECURSOS MATERIAIS ................................................................................23 3.2 CRONOGRAMA DE PESQUISA .....................................................................23 4 DESENVOLVIMENTO .......................................................................................24 5 CONCLUSÃO ....................................................................................................34 6 REFERÊNCIAS..................................................................................................35 11 1 INTRODUÇÃO 1.1 CONTEXTO E PROBLEMA O termo vitamina, de acordo com Mansur (2009, p. 1), refere-se ao grupo de compostos orgânicos distribuídos nos reinos vegetal e animal. As vitaminas são consideradas essenciais, visto que, o organismo por si só não é capaz de sintetizá- las, desta maneira elas devem ser provenientes da alimentação. As vitaminas podem ser classificadas em lipossolúveis (não possuem afinidade com a água, mas são solúveis em compostos lipídicos) e hidrossolúveis (solúveis em água). No grupo de vitaminas lipossolúveis encontra-se a vitamina D (MANSUR, 2009), que é o objeto deste presente trabalho. Embora seja denominada uma vitamina, esta se comporta como pré-hormônio que juntamente com o PTH (paratormônio)1 regula o metabolismo ósseo e os níveis de cálcio, de maneira que a absorção de cálcio a nível intestinal é aumentada principalmente por ativar e modular a síntese do PTH. Entre as fontes alimentares do nutriente estão os peixes gordurosos como o salmão, atum, cavala,óleo de fígado de bacalhau ou pela síntese através da pele, de forma endógena, pela irradiação dos raios UVB que são fragmentados e originam o pró-colecalciferol (intermediário da vitamina D). Este é a principal fonte de vitamina para a maioria dos seres humanos e é sintetizado através da luz solar. Depois disso, esse intermediário sofre uma série de reações químicas que irão transformá-lo no colecalciferol propriamente dito (MAEDA et al., 2014). Assim, Holick (2007) demonstra que o excesso de exposição ao sol não causa intoxicação pela vitamina. Apesar disso, sabe-se que a vitamina lipossolúvel pode permanecer armazenada no organismo. Além do comprimento de onda da irradiação dos raios solares e o tempo de exposição ao sol, Castro (2011, p. 568) afirma que: “Uma outra variável que está envolvida nessa etapa inicial de ativação da vitamina D é a quantidade de melanina na pele do indivíduo”. Portanto, as 1 O paratormônio é uma proteína de 8500 D de peso molecular 4. Constituída por cadeia simples de Constituída por cadeia simples de polipeptídeo com 84 aminoácidos. Age diretamente nas células dos túbulos renais inibindo a reabsorção de fosfatos e regulando a fosfatúria. Nos ossos age nos osteoclastos que, por ação enzimática, reabsorvem a matriz e solubilizam o cálcio (PROSPERO et al., 2008). 12 pessoas com a pele mais escura (pardos e negros) demandam um tempo maior para a síntese da vitamina devido à sua maior concentração de melanina na pele. Há duas formas em que a vitamina pode ser encontrada: como vitamina D2 conhecida também de ergocalciferol; e como vitamina D3 conhecida de colecalciferol. O ergocalciferol pode ser encontrado em plantas e alimentos de origem vegetal (como os cogumelos tipo shitake e leveduras). A Tabela 1 revela as fontes alimentares de vitamina D por porção de 100g de alimento. De acordo com Holick (2007), ambos são usados para a suplementação e passíveis de venda, sem que seja necessário o indivíduo ir ao médico e realizar uma consulta para poder efetuar a compra do medicamento com a receita e o carimbo do médico. Contudo, nos Estados Unidos a forma disponível de prescrição é a vitamina D2. No Brasil acontece o mesmo. Não há necessidade de receita médica para a compra do suplemento e ele está disponível em sites de compra. O seu preço varia de R$13,00 a R$100,00 reais por embalagem, com uma média de 60 cápsulas. TABELA 1: FONTES ALIMENTARES DE VITAMINA D POR PORÇÃO Alimento Conteúdo de vitamina D/100g Gema de ovo 40 UI *Cogumelos frescos 100 UI *Cogumelos secos ao sol 1.600 UI Óleo de fígado de bacalhau 400-1.000 UI Salmão selvagem 600-1.000 UI Salmão de criação 100-250 UI Sardinha em conserva 300 UI Atum em conserva 230 UI Cavala em conserva 250 UI LEGENDA: Fontes alimentares de Vitamina D (* fontes de vitamina D2l) FONTE: Adaptada de MAEDA ET. AL. (2014) Segundo Castro (2011, p. 569): “A molécula da vitamina D2 difere da D3 não só pela origem, mas por apresentar um carbono a mais (são 28 carbonos na sua estrutura), um grupo metil extra e uma dupla ligação entre os carbonos 22 e 23”, como apresenta a Figura 1. Desde os anos 2000 houve um aumento das pesquisas que relacionam os benefícios da vitamina com a saúde. Muitas publicações foram feitas apontando os benefícios da vitamina D no organismo humano e suas propriedades. As pesquisas 13 com esse pré-hormônio têm sido crescentes por incluir sua interrelação com o cálcio, com os ossos e com o metabolismo do sistema imunológico. Os autores de tais publicações abordam sua associação e importância no tratamento de indivíduos portadores de agravos como artrite reumatóide, doença indiferenciada do tecido conjuntivo, esclerose múltipla, diabetes mellitus tipo 1, doenças inflamatórias cutâneas, lúpus, vertigem posicional paroxística benigna, infecções respiratórias agudas, osteoporose e outras relacionadas ao metabolismo do cálcio, além do câncer de mama e próstata. Algumas dessas publicações relatam não só o tratamento, mas também a função da vitamina como prevenção a esses agravos e na prevenção de fraturas ósseas (MARQUES et al., 2010; SWAMI et al., 2012; BRINGEL et al., 2014; MARTINEAU et al., 2018; SOUSA et al., 2017). FIGURA 1 – MOLÉCULAS QUÍMICAS DE VITAMINA D FONTE: CASTRO (2011) LEGENDA: (a) 5α-colestano, com a respectiva numeração dos carbonos e a denominação dos anéis do ciclo pentanoperidrofenantreno; (b) 7-deidrocolesterol; (c) colecalciferol (Vitamina D3 ); (d) ergosterol (Vitamina D2 ); (e) 25-hidroxivitamina D [25(OH)D ou calcidiol]; (f) 1α,25-diidroxivitamina D [1α,25(OH)2D ou calcitriol]. a: o 5-α-colestano é um dos esteroides utilizados como referência para numeração dos carbonos, segundo orientações da IUPAC (16); b: as estruturas apresentadas para a 25(OH)D e 1α,25(OH)2D são aquelas derivadas do colecalciferol. 14 Para a classificação da vitamina D no organismo é utilizado o marcador do metabólito mais abundante, o calcidiol (25(OH)D). Os métodos são baseados no padrão-ouro para a avaliação laboratorial (concentração sérica circulante), porém métodos imunométricos automatizados também podem ser utilizados (MAEDA et al, 2014). Maeda et al (2014) elucidam que não há um consenso quanto a um valor limite estabelecido para definir-se a “suficiência de vitamina D”. De acordo com as Recomendações da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), as recomendações de concentrações >30ng/mL são desejáveis e deverão ser as metas para as populações de maior risco (MAEDA et al., 2014). Em contrapartida, o screening (rastreamento) da vitamina em pessoas saudáveis tem aumentado no mundo, assim como o número de publicações que indicam tais benefícios da vitamina. Segundo os dados informados pelo Hospital de Clínicas, da Faculdade de Medicina de São Paulo, estima-se que no ano de 2012 o crescimento dessa solicitação no estado foi de 60% (LICHTENSTEIN et al., 2013). No entanto, existem poucos artigos que foram publicados a respeito das contraindicações de se realizar o rastreamento em pessoas saudáveis/assintomáticas. Portanto, o objetivo do presente estudo é descrever o processo de crescimento do interesse dos profissionais de saúde e dos meios de comunicação de massa em relação à vitamina D. E, também, identificar nesses discursos as indicações e contradições de um fenômeno que é recente e cercado de incertezas científicas. Em um dos estudos publicados por Lichtenstein et al. (2013), os autores afirmam que houve o aumento das solicitações de exames do ano de 2007 para 2011 em um percentual de 700%. A quantidade de recursos financeiros envolvidos nas solicitações do exame da vitamina D e dos suplementos movimentam aproximadamente 4 bilhões de reais por ano no mundo e vem aumentando. De acordo com Brandão (2017), houve um grande aumento nas solicitações do exame entre os planos de saúde e isso se dá pela associação da deficiência da vitamina com diversas doenças. Em consonância Lefevre et al. (2018) afirma: A mensuração dos níveis de vitamina D e a suplementação oral de vitamina D tem se tornado comum na prática clínica. Em 2014, os níveis de vitamina D foi o quinto teste mais comum em laboratórios solicitados por médicos e pacientes, com um custo total de 323 milhões (LEFEVRE et al., 2018, p.254). 15 1.2 PROBLEMA DE PESQUISA Como tem se dado esse fenômeno do maior interesse de profissionais da saúde e da população em geral quanto aos níveis de vitamina D e quais suas prováveis implicações para a saúde? 1.3 OBJETIVOS 1.3.1 Objetivo Geral O objetivo geral desta pesquisa se propõe a identificar os fatores científicos e não científicos associados ao crescimento do interesse dos profissionais da saúde e da população pela vitamina D. 1.3.2 ObjetivosEspecíficos No intuito de alcançar tal objetivo geral o seguinte objetivo específico foi estipulado: (I) Revisar as evidências do rastreamento da vitamina D na população geral. 1.4 JUSTIFICATIVA Como explicitado acima o número das solicitações de exames laboratoriais para a dosagem da vitamina D é crescente no mundo. Segundo os dados do Hospital de Clínicas, da Faculdade de Medicina de São Paulo, estima-se que de 2007 a 2012 o crescimento dessas solicitações foi de 60% (LICHTENSTEIN et al., 2013). Neste âmbito, o presente objeto de estudo partiu do interesse em avaliar o fenômeno de crescimento nas solicitações dos testes e suplementações de vitamina D em todo o mundo. Como em outros exames de rastreio, ou seja, a aplicação de 16 testes em pessoas saudáveis é importante conhecer os potenciais benefícios e malefícios. Diferentemente do senso comum de que a prevenção por meio de testes é sempre benéfica, ela está sujeita aos rigores das evidências científicas e aos erros de vieses como: precisão e validade, e erros laboratoriais e ao processo invasivo no qual o paciente se insere (retirada do sangue para a dosagem da vitamina D). Como estudante de nutrição, o interesse no assunto ocorreu após as aulas de Administração e Saúde Pública, em que uma das temáticas foi o excesso de rastreamentos e seus impactos no indivíduo e sociedade. Trata-se de um tema relevante dentro da universidade e que não amplamente abordado por pesquisas. Então se espera que o presente estudo possa contribuir com evidências científicas a respeito do real benefício da vitamina D e se o rastreamento tem sido de fato, feito em excesso. Espera-se também ser um objeto que possa abrir espaço e interesse para pesquisas futuras de outros pesquisadores. Islandia Islandia 17 2 REVISÃO TEÓRICO-EMPÍRICA A deficiência de vitamina D tem sido associada a muitos fatores, tanto a processos fisiológicos e relacionados ao metabolismo do cálcio e do fósforo, assim como sua suplementação tem evidenciado a melhora de sintomas de doenças autoimunes como artrite reumatoide, lúpus, esclerose múltipla. Além disso, através da suplementação, é possível diminuir o risco de queda e lesão óssea, doença indiferenciada do tecido conjuntivo, esclerose múltipla, diabetes mellitus tipo 1, doenças inflamatórias cutâneas, vertigem posicional paroxística benigna, infecções respiratórias agudas, osteoporose e outras ligadas ao crescimento de tumores, como o câncer de mama e próstata. Esses benefícios têm sido descritos nas últimas publicações a respeito dessa vitamina, principalmente a partir dos anos 2000, e podem ser consideradas como funções atípicas, pois as evidências de tais funções e seus mecanismos de ação não estão totalmente elucidadas (MARQUES et al., 2010; SWAMI et al., 2012; BRINGEL et al., 2014; SOUSA et al., 2017; LOSSA et al., 2018; MARTINEAU et al., 2018). Dita a atividade antiinflamatória, tem-se atraído a atenção a investigar seu papel na regulação e da progressão de enfermidade inflamatórias, demonstrando-se que tanto as atividades imunomoduladoras diretas e indiretas da molécula afetam as suas respostas imune inata e adaptativa (LOSSA et. al., 2018, p. 2). A partir da publicação desses estudos que relacionam a função da vitamina D com a cura e/ou prevenção de doenças, ocorreu concomitantemente o crescimento das solicitações desse exame em pessoas saudáveis. Para Dudenkov et. al. (2018) a deficiência de vitamina D está se tornando uma condição de saúde que pode ser associada à ocorrência de doenças e até ao aumento de taxas de mortalidade. Cercato (2018), endocrinologista e professora da Universidade de São Paulo (USP), aborda seu ponto de vista sobre o assunto, no que diz respeito a essa suposta “epidemia de hipovitaminose D”: [...] grande parte da alta prevalência de deficiência de vitamina D em populações saudáveis no mundo é artificial, criada por altos valores de corte no exame de 25(OH)D. O uso de tais valores de corte cria preocupação desnecessária e pode levar a uma reposição potencialmente irracional que não é isenta de risco de toxicidade, quando atingidos níveis de 25(OH)D muito elevados (CERCATO, C. 2018, não paginado). 18 Baixos níveis de vitamina D (falta de exposição ao sol e deficiência do consumo de alimentos fonte) podem resultar em raquitismo, uma condição de retardo de crescimento e deficiência no desenvolvimento esquelético em crianças, bem como a osteomalácia, que é a doença propriamente dita no adulto, além de osteoporose, fraqueza muscular e aumento no risco de fraturas (HOLICK, 2007). Bringel et. al. (2014) publicaram um artigo de revisão no qual são utilizados 30 artigos, entre os anos de 2005 e 2014, tanto nacionais quanto internacionais, para analisar a suplementação de cálcio e vitamina D para a saúde óssea e prevenção de fraturas osteoporóticas. Como resultado conclui-se que a vitamina D e a combinação de cálcio são eficazes, pois reduzem a perda da densidade mineral óssea, e desta forma, também é capaz de reduzir o risco de quedas, que ocorre mais frequentemente em idosos com deficiências no metabolismo do cálcio. Entretanto, os autores ainda explicitam que: [...] não há consenso internacional sobre as recomendações para a ingestão de Ca. As recomendações nutricionais diárias de vitamina D são difíceis de estabelecer com exatidão, tendo em vista que é produzida endogenamente e depositada no tecido adiposo por longos períodos de tempo, desta forma suas necessidades podem depender, também, do consumo dietético de Ca e fósforo, idade, sexo, pigmentação da pele e exposição solar (BRINGEL et. al., 2014, p. 356). Atualmente é possível classificar, de acordo com as diretrizes brasileiras vigentes, os resultados das dosagens de vitamina D em três grupos, são eles: deficiência, insuficiência e nível adequado (MAEDA et. al., 2014). Estes se utilizam dos seguintes critérios: Maior do que 20 ng/mL é o desejável para população geral saudável; Entre 30 e 60 ng/mL é o recomendado para grupos de risco como idosos, gestantes, pacientes com osteomalácia, raquitismos, osteoporose, hiperparatireoidismo secundário, doenças inflamatórias, doenças autoimunes e renal crônica e pré-bariátricos; Entre 10 e 20 ng/mL é considerado baixo com risco de aumentar remodelação óssea e, com isso, perda de massa óssea, além do risco de osteoporose e fraturas (SBEM, 2017, não paginado). Da mesma forma, a Sociedade de Endocrinologia dos Estados Unidos também utiliza esses critérios que são um pouco diferentes: grau de suficiência em 25(OH)D (50): deficiência: < 20 ng/mL; insuficiência: 21 – 29 ng/mL; suficiência: 30 – 100 ng/mL (CASTRO, 2011, grifo nosso). Por outro lado, em um estudo transversal de caráter analítico e retrospectivo 19 publicado em 2018 na Revista Espanhola de Reumatologia, realizado com cem pacientes portadores de artrite reumatoide, na faixa etária entre 18 e 75 anos, avaliou o nível de vitamina D nesses pacientes. No estudo 55 pacientes apresentaram níveis aceitáveis (normais) e 45 deles foram diagnosticados com insuficiência da vitamina. Porém, não foram encontrados pacientes com deficiência da vitamina, de acordo com os critérios estabelecidos em 2010 (LOSSA et. al., 2018). Quanto aos resultados obtidos, não foi encontrada correlação entre os níveis de vitamina D e a proteína C reativa, que é um marcador de atividade inflamatória. Então os autores afirmam que, dessa maneira, como não há associação entre esses fatores, a vitamina D não pode ser útil como um biomarcador da atividade inflamatória da artrite reumatoide. Além disso, enfatizam que não há relação da vitamina com as demais publicações que destacam essa propriedade da vitamina como um anti-inflamatório natural (LOSSA et. al., 2018). Em 2017 a RevistaBrasileira de Reumatologia publicou um estudo que fez uma revisão dos ensaios clínicos que utilizaram, em uma mesma população, a suplementação da vitamina em uma amostra e na outra (controle) foi utilizado placebo, para avaliar os efeitos clínicos da vitamina sobre o lúpus sistêmico, uma doença autoimune que ainda não possui suas causas conhecidas, portanto acredita- se que é causada por uma combinação de fatores como a idade, gênero e genética (SOUSA et. al., 2017). Entre os quatro estudos analisados por Sousa et al. (2017), após a exclusão dos artigos que não se enquadraram nas categorias de estudo clínico randomizado (todos os artigos analisados foram enquadrados nessa categoria), três deles identificam uma melhora nos níveis dos marcadores inflamatórios dos pacientes, assim como melhoria dos sintomas e das principais complicações da doença. Somente um dos estudos não identificou tal melhoria relacionada à atividade da doença após a realização da suplementação com vitamina D. Sousa et al. (2017, p. 467) evidenciam que: “ainda é necessário elucidar a atuação do nutriente na proteção contra esse distúrbio metabólico, bem como a padronização do tipo, dose e tempo de suplementação com vitamina D”. Entre as demais publicações a respeito dos benefícios da vitamina D, existe uma em especial realizada pelos autores Swami et. al. (2012), em que relacionam a 20 suplementação da mesma com o câncer de próstata. O estudo utiliza amostras de ratos de laboratório, que foram divididos em grupos para receber diferentes doses de suplementação da vitamina, para posterior observação da intervenção no desenvolvimento, crescimento e/ou diminuição de tumores. Como resultado avalia- se que os ratos que receberam determinadas doses de injeções de vitamina D tiveram os tumores diminuídos em até uma semana após o início do tratamento. Ainda assim, os autores ressaltam que a suplementação não alterou de maneira significativa os níveis séricos de cálcio dos ratos (SWAMI et. al., 2012). De acordo com as Recomendações Brasileiras da Sociedade de Endocrinologia (2014), a mensuração da vitamina D para a população geral não é recomendada. Para aqueles que possuem situação de risco de deficiência ou que estejam em situação clínica agravante, o rastreamento é recomendado. Dessa forma, Maeda et al. (2014, p. 416) explicitam que: Os candidatos à mensuração seriam: pacientes com quadros de raquitismo ou osteomalácia, portadores de osteoporose, idosos com história de quedas e fraturas, obesos, grávidas e lactentes, pacientes com síndromes de má absorção, [...] insuficiência renal ou hepática, hiperparatiroidismo [...] (MAEDA et. al., 2014, p. 416). A Revista Informativa da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica (2018) realizou uma entrevista que discute os níveis de vitamina D e seus respectivos intervalos de referência criados pela SBEM, elaborados por uma Comissão da Sociedade de Patologias ou de Endócrinos, onde um dos diretores de ensino afirma: “Criamos duas faixas, uma para a população adulta sem comorbidades e outra para idosos, gestantes e situações clínicas específicas” (VITAMINA D em foco, 2018, p.10). No entanto, a mesma revista apresenta que é uma indicação de patologistas clínicos que essa solicitação não seja realizada como um método de triagem de hipovitaminose na população em geral, mas sim um exame que deve ser solicitado com cautela. Segundo Castro (2011, p. 572): A faixa de normalidade da 25(OH)D ainda é motivo de conflito na literatura médica. Considera-se que o nível esperado de 25(OH)D seria aquele necessário para manter o PTH em níveis adequados (pelo PTH ser estimulado pela hipocalcemia causada pelos baixos níveis de calcitriol) e não permitir o aparecimento de distúrbios clínicos e metabólicos relacionados à hipovitaminose D (CASTRO, 2011, p.572). 21 Em contrapartida, a referência mundial de recomendações para rastreamentos e diagnósticos, o USPSTF (United Stasted Preventive Task Force)2 realiza as diretrizes de recomendações baseadas em referências científicas com a finalidade de promover a saúde da população americana. O USPSTF propõe que as evidências científicas a respeito da vitamina D não são suficientes, assim como os estudos a respeito da suplementação e sua relação na prevenção de doenças cardiovasculares, câncer ou a redução de risco de fraturas ósseas em idosos (CHUNG et. al., 2011; LIN, 2018; USPSTF, 2018). Para Chung et. al. (2011, p. 827): “as evidências não são suficientemente consistentes para ilustrar as conclusões relativas aos benefícios ou danos da suplementação de vitamina D na prevenção de câncer”. Em agosto de 2018, a página online da UOL adaptada do jornal americano The New York Times publicou uma reportagem que afirma que o médico endocrinologista Michael Holick, que lançou a vitamina D, recebia dinheiro da indústria farmacêutica para a promoção de informações benéficas a respeito da vitamina. Portanto, além das inúmeras controvérsias científicas a respeito do tema, ainda há esse rumor, que gera mais incertezas. Segundo Machado (2015), 767.866 exames de vitamina D foram realizados em 2015 na Região Sudeste do Brasil. Os resultados demonstram que 40% das pessoas apresentam insuficiência, 43% suficiência e 17% deficiência da vitamina. Para qualquer teste realizado na população geral, o esperado é que mais de 90% das pessoas apresentem valores considerados normais, essa é a lógica da curva normal (ou curva de Gauss). 2 Órgão formado por um grupo de especialistas de caráter independente 22 3 METODOLOGIA A base desta pesquisa foi um levantamento intencional de artigos científicos para descrever o fenômeno do crescimento do interesse pela vitamina D. Os dados científicos foram buscados em plataformas tais como “Pubmed” e “Scielo” e as diretrizes analisadas foram provenientes do Caderno 29 do Ministério da Saúde (MS) e United Stated Preventive Task Force (USPTF). Utilizou-se a palavra-chave “vitamina D” nas buscas e foram selecionados artigos específicos que relacionam determinada doença com a suplementação e/ou rastreamento da vitamina de forma crítica ou não. Dessa forma, o estudo teve o caráter de uma revisão integrativa. As informações foram classificadas quanto à metodologia empregada para a pesquisa e de acordo com seu ano de publicação. Foi desenvolvida uma revisão bibliográfica dos materiais científicos. De acordo com Gerhardt e Silveira (2009, p.83): “A análise tem como objetivo organizar os dados de forma que fique possível o fornecimento de respostas para o problema proposto”. Os materiais foram lidos, analisados e separados em categorias. As categorias que dividiram os estudos científicos foram: título; autor; ano de publicação; um desfecho, este favorável ou não à suplementação e/ou rastreamento; e as principais evidências (Tabela 4). A segunda etapa contou com as evidências científicas, descreveu o público que realmente necessita do diagnóstico (rastreamento) e também apresentou as contradições das evidências dos estudos que defendem e os que se opõe ao rastreamento e medicalização. A terceira etapa do trabalho foi analítica. Analisaram-se os dados anteriormente coletados e sua relação com o uso da vitamina D como um fenômeno social e a necessidade das pessoas em ter respostas simples para coisas complexas e como o marketing e a indústria farmacêutica podem ter se beneficiado disso. 23 3.1 RECURSOS MATERIAIS TABELA 2: RECURSOS MATERIAIS Material Custo Notebook R$0,00 (se usado da própria universidade) Impressão de artigos, materiais para leitura e encadernação do trabalho R$100,00 Total: R$ 100,00 FONTE: A autora (2018). 3.2 CRONOGRAMA DE PESQUISA TABELA 3: CRONOGRAMA DE TRABALHO Atividades Mês 1Mês 2 Mês 3 Mês 4 Mês 5 Mês 6 Levantamento de dados e referenciais teóricos x Leitura de Materiais e divisão do trabalho em etapas x x Desenvolvimento da primeira etapa do trabalho escrito x Desenvolvimento da segunda etapa do trabalho escrito x Desenvolvimento da terceira etapa do trabalho escrito x x Revisão e formatação do trabalho x FONTE: A autora (2018). Islandia Islandia É necessário estes itens?� 24 4 DESENVOLVIMENTO Foi feita leitura crítica e análise de quatorze artigos de diferentes anos de publicação, variando entre 2009 e 2018, identificados na Tabela 4. Como resultado da leitura, dividiram-se as publicações analisadas em duas categorias: o “parecer favorável”, que significa que o artigo foi favorável ao rastreamento e/ou suplementação da vitamina D e trouxe evidências para defender este ponto de vista; e a categoria “parecer não favorável”, que abrangeu análises e metanálises que evidenciam que o rastreamento e a suplementação tem sido feito em excesso. Os estudos de parecer favorável sobre rastreamento/suplementação de vitamina D podem ser encontrados em revistas de saúde e bases de dados de fácil acesso, como por exemplo, “Scielo” e “Pubmed”. Além disso, alguns desses estudos prometem a cura e tratamento de doenças autoimunes. Por outro lado, as publicações de parecer não favorável são, em sua maioria, muito recentes (1 artigo de 2013 e 5 artigos de 2018). Com isso perceber-se que o posicionamento “contra” o excesso de rastreamento e/ou suplementação de vitamina D tem sido algo frequentemente discutido nos últimos anos, ou seja, é algo recente. Apenas um estudo com esse posicionamento, portanto, com um parecer não favorável, no ano de 2013, foi encontrado durante a pesquisa de levantamento de dados para posterior análise. A maioria das publicações analisadas com esse parecer é internacional. 25 TABELA 4 – ARTIGOS CIENTÍFICOS ANALISADOS, AUTORES, DATA DE PUBLICAÇÃO E PARECERES NÚMERO DO ARTIGO NOME DO ARTIGO AUTORES ANO DE PUBLICAÇÃO DESFECHO FAVORÁVEL AO RASTREAMENTO/ SUPLEMENTAÇÃO DESFECHO NÃO FAVORÁVEL AO RASTREAMENTO/ SUPLEMENTAÇÃO 1 A importância dos níveis de vitamina D nas doenças autoimunes MARQUES et al. 2010 x 2 Vitamin D insufficiency THACHER, D. T; CLARKE, L. B. 2011 x 3 Dietary vitamin D3 e 1,25- Dihydroxyvitamin D3 (calcitriol) Exhibit anticancer activity in mouse xenograft models of breast and prostate cancer SWAMI, S. et al. 2012 x 4 Vitamina D: ações extraósseas e uso racional LICHTENSTEIN, A. et al. 2013 x 5 Cost-effectiveness of vitamin D screening compared to universal supplementation to prevent falls among community-dwelling older adults LEE, H. R; WEBER, T; 2013 x 6 Suplementação Nutricional de cálcio e Vitamina D para a saúde óssea e Prevenção de Fraturas Osteoporóticas BRINGEL, L. A. et al. 2014 x 7 Recomendações da Sociedade Brasileira de endocrinologia e metabologia para o diagnóstico e tratamento da hipovitaminose D MAEDA, S. S. et al. 2014 x Islandia 26 TABELA 4 – ARTIGOS CIENTÍFICOS ANALISADOS, AUTORES, DATA DE PUBLICAÇÃO E PARECERES (CONTINUAÇÀO) NÚMERO DO ARTIGO NOME DO ARTIGO AUTORES ANO DE PUBLICAÇÃO DESFECHO FAVORÁVEL AO RASTREAMENTO/ SUPLEMENTAÇÃO DESFECHO NÃO FAVORÁVEL AO RASTREAMENTO/ SUPLEMENTAÇÃO 8 Effect of Vitamin D supplementation on patients with systemic lupus erythematosus: a systematic review SOUSA, R. J. et al. 2017 x 9 25 (OH) D3 levels, incidence and recurrence of clinical forms of benign paroxysmal positional vertigo MASLOVARA, S. et al. 2017 x 10 Serum 25-Hydroxyvitamin D values and risk of all-cause and cause-specific mortality: a population-based cohort study DUDENKOV, V. D. et al. 2018 x 11 The death D-fying vitamin HOLICK, F. M. 2018 x 12 A review of growing risk of vitamin D toxicity from inappropriate practice TAYLOR, N. P; DAVIES, S. 2018 x 13 Vitamin D screening and supplementation in primary care: time to curb our enthusiasm LIN, W. K. 2018 x 14 Vitamin D Screening and Supplementation in Community- Dwelling Adults: Common Questions and Answers LEFREVE, L. M; LEFREVE, M. N. 2018 x 15 La vitamina D no es útil como biomarcador para la actividad de la enfermedad en artritis reumatoide LOSSA, T. P. et al. 2018 x FONTE: MARQUES et al. 2010; THACHER; CLARKE, 2011; SWAMI et al., 2012; LICHTENSTEIN et al. 2013; LEE; WEBER, 2013; BRINGEL et al., 2014; MAEDA et al., 2014; SOUSA et al., 2017; MASLOVARA et al., 2017; DUDENKOV et al., 2018; HOLICK, 2018; TAYLOR; DAVIES, 2018; LIN, 2018; LEFREVE; LEFREVE, 2018; LOSSA, 2018. ELABORADO PELA AUTORA, 27 O estudo de Bringel et. al. (2014), artigo número 5 da Tabela 4, realizou uma revisão com 30 artigos internacionais e nacionais publicados entre 2005 e 2014, no qual se verifica o valor médio de suplementação nutricional de vitamina D (200 a 1200mg/d) e de cálcio (200 a 800 UI/d). No resultado salienta-se que a suplementação contribui para a redução da perda mineral óssea e assim consequentemente na diminuição do risco de quedas (prevenção de fraturas osteoporóticas), partindo do pressuposto que uma das funções da vitamina D é o aumento da absorção intestinal de cálcio e reabsorção renal de cálcio. Em contrapartida, não há um consenso internacional sobre a ingestão de cálcio e da mesma maneira, as quantidades necessárias de vitamina D no organismo são contraditórias e difíceis de estabelecer com exatidão. Neste sentido, Bringel et. al. (2014) ressaltam que: [...] a vitamina D […] é produzida endogenamente e depositada no tecido adiposo por longos períodos de tempo, desta forma suas necessidades podem depender, também, do consumo dietético de Ca e fósforo, idade, sexo, pigmentação da pele e exposição solar (BRINGEL et al. 2014, p. 356). Apesar do estudo de Bringel et al. (2014) constatar que a suplementação da vitamina D contribui para a redução da densidade mineral óssea, as evidências durante o decorrer da pesquisa demonstram que certo estudo randomizado (PRINCE et al., 2006) conclui-se que a suplementação nutricional de 500-2000mg/d de cálcio não surge efeito significativo na densidade mineral óssea em mulheres na fase da pós-menopausa. Porém, Bringel et. al. (2014) afirmam que esse dado não é consistente devido aos critérios de seleção dos indivíduos que foram incluídos no estudo. Tendo em vista as possíveis associações entre alterações na densidade mineral óssea e a redução do risco de fraturas em indivíduos suplementados com cálcio, com ou sem vitamina D, há relatos de que não existem evidências significantes relacionadas entre a densidade mineral óssea e a redução do risco de fraturas em pacientes que receberam cálcio com ou sem suplementação de vitamina D (BRINGEL et al., 2014, p. 357). Portanto, é possível afirmar que não há um consenso a respeito das quantidades necessárias de ingestão de cálcio e vitamina D para suplementação em pessoas saudáveis e ainda, que não existem evidências significativas das alterações da densidade mineral óssea com a suplementação média feitas no estudo. Tal 28 estudo também pode ser considerado de baixa qualidade, visto que, se encontra em uma classificação de ISSN classe C. O estudo de Swami et. al. (2012), artigo número 3 da Tabela 4, demonstra a atividade anticancerígena em camundongos imunologicamente comprometidos com câncer de mama e de próstata. Foi administrado vitamina D3 como suplementação da dieta (5000 UI/kg) em comparação a uma dieta controle (1000 UI/kg). Os ratos apresentaram uma mudança significativa no tumor com uma suplementação de 500 UI/kg, mas ambos os tratamentos foram capazes de inibir o crescimento docâncer de próstata. No estudo são relatados aumentos significativos dos níveis de cálcio com as respectivas doses de suplementação. Swami et. al. (2012, p. 2576) sinaliza que: “Tanto o calcitriol como a vitamina D3 foram equipotentes na supressão da síntese e sinalização do estrogênio e de outras vias pró-inflamatórias e de sinalização decrescimento”, pois se mostraram úteis como terapia para o tratamento do câncer. Contudo, Swami et. al. (2012) enfatiza que há dados epidemiológicos que podem não fornecer uma ligação entre a associação do risco de câncer e deficiência de vitamina D. Estudos demonstram a associação da suplementação de vitamina D em pacientes com lúpus eritematoso sistêmico. Segundo o artigo de Sousa et al. (2017), número 8 da Tabela 4, publicado na Revista Brasileira de Reumatologia, quatro estudos foram identificados e escolhidos para uma análise e revisão sistemática. Esses eram do tipo estudo randomizado. O resultado aponta que três desses estudos demonstram uma melhora nos marcadores inflamatórios da doença. Para os autores apenas em um estudo não houve melhora na atividade da doença após suplementação. O primeiro estudo foi analisado e realizado no Egito, Abou-Raya et. al. (2013 citado por SOUSA et al 2017) evidenciam que os pacientes que receberam uma dose de 2000UI de colecalciferol por dia ou placebo durante doze meses no final do tratamento houve um aumento nos níveis de vitamina D. Os autores também explicitam que: Além disso, houve melhora significativa nos níveis de marcadores inflamatórios e hemostáticos, assim como no escore de atividade da doença medido pelo SLEDAI (Índice de Atividade da Doença do Lúpus Eritematoso Sistêmico), no qual os pacientes com deficiência de vitamina D apresentaram pior escore do SLEDAI. (SOUSA et.al., 2017, p.468). 29 O segundo estudo apresentado foi um estudo randomizado de Kamen e Oates (2015 citado por Sousa et. al. 2017) nos Estados Unidos. A população estudada foi igual a 16 pessoas, nas quais foram separadas entre um grupo controle que recebia 400 UI de vitamina D3 por dia e o grupo que recebia o tratamento com 5000 UI por dia, durante dezesseis semanas: Ao final do experimento, houve melhora da função endotelial nos pacientes suplementados quando comparados aos controles, com tendência significativa de aumento da FMD (dilatação medida pelo fluxo). Aqueles que tiveram um aumento na DMF tiveram mudanças significativamente maiores nos níveis de 25 (OH) D, ou seja, observou-se que quanto maior o nível de vitamina D, maior a DMF ( p <0,05) (SOUSA et. al., 2017, p.468). O terceiro estudo avaliado foi o de Lima et. al. (2016 citado por Sousa et. al. 2017), realizado no Brasil. Tal publicação mediu os níveis séricos de vitamina D3 e avaliou a atividade da doença durante 24 semanas com 40 pacientes portadores de lúpus eritematoso sistêmico. A população estudada recebeu 50000UI de vitamina D3 ou placebo. Segundo Sousa et. al. (2017) ocorreu uma melhora eficaz na redução da atividade da doença por aqueles pacientes tratados com vitamina D3. Entretanto, o quarto estudo, de Aranow et. al. (2015 citado por Sousa et. al. 2017) avaliou 57 mulheres norte-americanas portadoras da doença não relacionou nenhum efeito obtido com relação à diminuição da expressão gênica. [...] e não foram encontradas correlações significativas entre a suplementação de vitamina D e a atividade da doença no LES (p > 0,05). Além disso, não houve correlação entre 25 (OH) D e alterações na expressão gênica. (SOUSA et. al. 2017, p.469). É importante ressaltar que as mulheres que participaram do estudo receberam doses baixas (2000 UI) ou doses altas (4000 UI) de vitamina D3 ou placebo por via oral durante doze semanas. De acordo com Sousa et. al. (2017, p.470), “(...) ainda é necessário elucidar se a vitamina D atua na proteção contra esse distúrbio metabólico, bem como a padronização do tipo, dose e tempo de suplementação de vitamina D” e que “(...) mais estudos de intervenção são necessários para verificar uma terapia mais eficaz para proteger o corpo dos efeitos deletérios desse distúrbio autoimune”. Um ponto crítico a ser avaliado são os vieses de confusão, aleatorização, memória, encobrimento de alocação, cegamento dos participantes e pessoal, 30 cegamento de avaliadores de resultados, dados de resultados incompletos, entre outros, desses mesmos trabalhos anteriormente citados. Sousa et. al. (2017) propõe, pela análise de viés metodológica, que os estudos de Abou-Raya et. al.(2013), Aranow et. al. (2015) e Lima et. al. (2016) possuem uma geração de sequência aleatória incerta e a publicação de Lima et. al. (2016), além desse viés, possui um relatório de resultado seletivo também incerto. Portanto, esses tipos de vieses, de alguma maneira, podem alterar os resultados do estudo. Outro ponto a ser considerado é o tamanho da amostra, respectivamente 267, 57, 16 e 40. Geralmente estudos possuem fragilidade metodológica, com amostras pequenas e os acompanhamentos em longo prazo não são feitos, portanto estão sujeitos a vieses. Em uma breve revisão (artigo número 1 da Tabela 4), podemos relacionar a importância da vitamina D com algumas doenças autoimunes além do lúpus eritematoso sistêmico, como a diabetes mellitus tipo 1, esclerose múltipla, doença inflamatória intestinal e artrite reumatoide. Os autores sugerem uma deficiência da vitamina D com o aumento da incidência das doenças autoimunes e afirmam que a mesma possui uma importância para o sistema imune e sua modulação. Foi realizado um estudo no qual se suplementou 19 pacientes com alfacalcidol, estes portadores de artrite reumatoide, durante um período de noventa dias 45% tiveram remissão completa dos sintomas e 44% afirmam ter tido resultados significantes após a suplementação. Segundo Marques et. al. (2010, p. 72): [...] pouco se sabe sobre os efeitos da reposição da vitamina D na prevenção e no tratamento dessas doenças, porém acredita-se que sua reposição tenha relevância no controle de rejeição de transplante e enxertos e na prevenção e no tratamento das doenças autoimunes (MARQUES, 2010, p.72). O estudo conclui que existem evidências suficientes que sugerem que a hipovitaminose D tem importância nas doenças imunológicas devido ao metabolismo da vitamina e como ela atua. Porém, o autor (MARQUES, 2010, p.72) afirma que: (...) outros estudos ainda são necessários para determinar os riscos e benefícios da reposição de vitamina D, quando e em quais pacientes mensurar a 25(OH)D, os valores de referência para considerar a deficiência/insuficiência, as ações clínicas a serem tomadas e o real impacto dessa associação em nossa prática clínica (MARQUES, 2010, p.72). Islandia Islandia 31 Além da relação com as doenças autoimunes, existem outras associações que podem ser feitas com a vitamina D, como por exemplo, a diminuição do risco de queda e fraturas ósseas, a diminuição da mortalidade, o aumento da densidade mineral óssea, diminuição da mortalidade por doença cardiovascular, redução do risco de diabetes, redução do risco de câncer, redução do risco de esclerose múltipla, alergia e asma, doença mental, diminuição da dor muscoesquelética e redução do risco de infecção (THATCHER et al., 2011). Mas seria uma vitamina por si só capaz de produzir todos esses benefícios ao organismo? Lichtenstein et al. (2013) publicaram um estudo na Revista da Associação Médica Brasileira que trata sobre o uso racional da vitamina D. O artigo faz uma revisão e diferentes tipos de associações da vitamina com doenças autoimunes, entre outras doenças aqui já mencionadas. Tal publicação traz uma breve revisão sobre o metabolismo da vitamina, a questão dos suplementos, algumas evidências sobre essas associações em forma de perguntas e respostas, o que facilita a leitura e compreensão pelo leitor.Os autores ainda afirmam que existe plausibilidade entre a hipótese de que a vitamina esteja associada ao câncer, mas coloca que as evidências não são por si só conclusivas, pois existe ambiguidade, fatores de confusão, causa reversa, entre outros que podem interferir nos estudos. Além disso, não há como concluir que a vitamina esteja associada a maior mortalidade por câncer em caso de deficiência. Os autores Lichtenstein et. al. (2013, p. 500) afirmam que: “é prematuro considerar que níveis séricos mais baixos de vitamina D possam, por si só, aumentar a incidência ou a mortalidade por câncer, e justificar a suplementação como forma de prevenção”. Da mesma forma, Lichtenstein et. al. (2013) discorrem sobre as doenças cardiovasculares e sua relação com a vitamina D. Os autores justificam as mesmas razões descritas sobre a sua associação com o câncer, citam que as evidências são insuficientes, pois existem limitações relacionadas à metodologia que são inerentes aos estudos observacionais. Ainda Lichtenstein et. al. (2013, p. 500) explicam: “que não servem para demonstrar relação de causa-efeito entre as variáveis, apenas possíveis associações”. Em contrapartida, Bringel et. al. (2014) afirmam que a suplementação de Islandia 32 vitamina D e cálcio contribui para a redução da perda mineral óssea e assim a consequente diminuição do risco de quedas, apesar das evidências não serem significantes. Bringel et al. (2014, p. 357) citam que “(...) há relato de que não existem evidências significantes relacionadas entre alterações de densidade mineral óssea e redução do risco de fraturas entre pacientes que receberam Ca com ou sem suplementação de vitamina D”. É possível perceber como os estudos se contradizem. A vertigem posicional paroxística é uma doença que causa tonturas de curta duração e forte intensidade na população em geral. De acordo com Maslovara et. al. (2017) a doença ocorre espontaneamente, manifesta-se clinicamente por crises de curta duração, vertigens causadas por certas posições da cabeça e são frequentemente acompanhadas por sintomas neurovegetativos. Há estudos que associam tal doença com a vitamina D e seus benefícios. Em um estudo clínico de amostra tamanho 40 (artigo número 9 da tabela 4), mediram-se os níveis séricos da vitamina D entre os pacientes com e sem recorrência da doença e classificou-se de acordo com as diretrizes atuais (insuficiência, deficiência e suficiência). Não foi encontrada relação significativa entre os pacientes com e sem reincidência da doença com os níveis plasmáticos de vitamina D. O estudo demonstrou alta incidência de deficiência da vitamina, em 47,5% da amostra. Dessa forma não é possível afirmar que haja uma ligação direta entre a vitamina D e seu metabolismo e os sintomas e tratamento da doença. Em um estudo analítico e transversal realizado na Espanha (artigo número 14 da Tabela 4) com pacientes entre 18 e 75 anos diagnosticados com artrite reumatoide detectou que a vitamina D não é um biomarcador útil para a atividade da doença. O estudo de LeFevre e LeFevre (2018, p. 254) concluiu que “em nosso grupo de pacientes com artrite reumatoide não houve correlação estatisticamente significativa entre os níveis de vitamina D e a atividade da enfermidade; tampouco se associaram outras variáveis determinantes aos níveis de vitamina D”. Diversos estudos relacionam a vitamina D com mortalidade por causa específica e por múltiplas causas. Dudenkov et. al. (2018, p.1) relata, através de um estudo retrospectivo, que a deficiência da vitamina está intimamente ligada ao aumento da mortalidade quando cita que “Houve uma relação inversa estatisticamente significativa com a mortalidade em pacientes brancos e não 33 brancos, bem como com o nível sérico de 25 (OH) D”. Segundo Holick (2018), o estudo de Dudenkov é favorável aos demais estudos que ocorreram no mundo que relatam que a suficiência da vitamina D pode ser capaz de reduzir as taxas de mortalidade por doenças como o câncer, as doenças crônicas não transmissíveis e por todas as causas. Dados os inúmeros benefícios da vitamina e a suplementação por vezes inadequada, o que acontece é a toxicidade, visto que parte da vitamina pode ficar armazenada no organismo. Taylor e Davies (2018, p. 1121) relatam que “(...) tem visto um aumento substancial no número de notificações de intoxicação por vitamina D, com a maioria (75%) dos relatórios publicados desde 2010”. Isso acontece pela prática inadequada, como a venda liberada de suplementos, a automedicação, prescrições inadequadas, entre outros fatores. Portanto, é necessário estimar os níveis seguros da suplementação para que não ocorra a toxicidade no organismo do indivíduo, que pode ter consequências para a sua saúde. Kenneth (2018, p. 226) cita a respeito disso quando diz que “a revisão de Lefevre e Lefevre da evidência para triagem e suplementação de vitamina D em adultos nesta edição do American Family Physician determinou que essas práticas comuns praticamente não tenham benefícios de saúde estabelecidos” e que “A Sociedade Americana de patologia clínica é contra a detecção da vitamina D na população em geral” 34 5 CONCLUSÃO Após a leitura e análise crítica dos dados, pode-se perceber que ainda que tenha havido um enorme crescimento no interesse por pesquisas em relação ao potencial da vitamina D para uma série de doenças, os resultados são bastante contraditórios. As principais doenças relacionadas como osteomalácia e raquitismo, são pouco prevalentes. A quantidade de sol necessária para a produção dos precursores da vitamina D é baixa e está presente mesmo em locais frios ou nublados. A disponibilidade de alimentos tem aumentado para a maior parte da população, a obesidade é cada vez mais um problema, ao contrário da desnutrição. O fenômeno do rastreamento de vitamina D em populações saudáveis precisa responder às bases conceituais aplicadas a qualquer rastreio. É um problema prevalente? Os testes têm boa sensibilidade, especificidade e são aceitáveis pelos pacientes? As intervenções para os resultados positivos (alterados) mudam o desfecho clínico, diminuem a morbimortalidade? Do ponto de vista populacional, é um investimento financeiro cujos benefícios superam os riscos? Essa breve revisão conclui que esse rastreio não responde a essas perguntas, as doenças que se quer prevenir não são prevalentes; o valor de referência apresentado no teste não é a média geral da população, o que produz um excesso de diagnósticos (overdiagnosis); e não há estudos que comprovem benefícios populacionais a partir do rastreio e da suplementação em populações adultas saudáveis. Para grupos como idosos, crianças e/ou indivíduos portadores de patologias específicas é preciso aprofundar os estudos. Ainda assim, essas populações deveriam ser alertadas sobre os benefícios e riscos. Islandia Islandia Islandia Acesso? Islandia Islandia Acho que você tem bastante elementos, mesmo que nesta breve revisão, para problematizar questões fundantes para nós da nutrição…� 35 6 REFERÊNCIAS ARANOW, C; KAMEN, D. L; DALL’ERA, M; MASSAROTTI, E. M; MACKAY, M. C; KOUMPOURAS, F; COCA, A; CHATHAM, W. W; CLOWSE, M. E; CRISCIONE-SCHREIBER, L. G; CALLAHAN, S; GOLDMUNTZ, E. A; KEYES-ELSTEIN, L; OSWALD, M; GREGERSEN, P. K; DIAMOND, B. Randomized, Double-Blind, Placebo-Controlled Trial of the Effect of Vitamin D3on the Interferon Signature in Patients With Systemic Lupus Erythematosus. Arthritis Rheumatology. Estados Unidos, Volume 67, número 7, p. 1848-1857, 2015. ABOU-RAYA, A; ABOU-RAYA, S; HELMII, M. 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