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UNIDADE 5
INSTRUMENTOS E TÉCNICAS 
DE COLETA, ANÁLISE E 
INTERPRETAÇÃO DE DADOS
O E A
Ao fi nalizar esta Unidade, você deverá ser capaz de:
 Conhecer os principais instrumentos e técnicas para a coleta e 
análise de dados;
 Adequar coerentemente os procedimentos de coleta de dados 
aos objeti vos de pesquisa; e
 Analisar e interpretar os dados coletados no campo empírico de 
acordo com as suas principais escolhas metodológicas.
Unidade 5 – Instrumentos e Técnicas de Coleta, Análise e Interpretação de Dados
Módulo Básico 101
INSTRUMENTOS E TÉCNICAS 
DE COLETA, ANÁLISE E 
INTERPRETAÇÃO DE DADOS
Após o planejamento inicial da pesquisa, que apresentamos na 
Unidade 4, o pesquisador deverá, quando for o caso, executar a 
etapa relati va ao campo empírico, consti tuído, fundamentalmente, 
pela “coleta de dados” e pela “análise e interpretação de dados” 
(MARCONI; LAKATOS, 2010). Nesta Unidade, apresentaremos a 
você os principais instrumentos e técnicas de coletas de dados 
uti lizados na pesquisa em administração: observação (nas suas 
quatro formas mais usadas em pesquisas: assistemáti ca ou 
não estruturada; sistemáti ca; não parti cipante; e parti cipante), 
entrevistas (estruturadas; semiestruturadas; em profundidade; 
em grupo e grupos focais; padronizadas e não padronizadas) e 
questi onários. Finalizaremos o estudo com uma breve descrição 
sobre a análise e a interpretação de dados empíricos. Inicie a 
leitura e em caso de dúvida e/ou curiosidade, consulte o seu tutor.
Bons estudos!
Observação
A coleta de dados através da observação é uma técnica que 
visa à obtenção de informações e dados do campo empírico onde o 
pesquisador empresta os seus recursos sensíveis (visão, audição, tato, 
olfato, paladar etc.) para o exame dos fenômenos estudados.
102 Especialização em Gestão Pública
Metodologia de Estudo e de Pesquisa em Administração
A principal característi ca da observação está associada ao 
fato de colocar o pesquisador diretamente em contato com 
o fenômeno empírico estudado. Exige, por isto mesmo, 
como ressaltam Marconi e Lakatos (2010), muita atenção 
e controle para registrar sistemati camente os dados e 
informações que afetam o objeto pesquisado.
Nas pesquisas qualitativas, sobretudo, a observação é muita 
valorizada.
Imagine, por exemplo, uma pesquisa sobre o tema da “cultura 
organizacional”, em que se deseja compreender o papel e a influência 
dos ambientes informais na construção da estratégia corporativa, tais 
como a “rádio peão”, representada pelas conversas de corredores, ou, 
também, a copa, onde é servido o cafezinho. Neste caso, o pesquisador 
deverá participar ativamente no processo de observação e registro das 
conversas informais, com o objetivo de encontrar vínculos emergentes 
na formação da estratégia organizacional.
Em outro exemplo, o pesquisador poderá pretender compreender 
os efeitos da alimentação no desempenho organizacional de seus 
colaboradores, e poderá analisar não somente as informações 
nutricionais dos alimentos como, também, participar de sessões de 
almoço dentro do restaurante da organização. Neste caso, ele irá valer-
se de sua observação, mas também de todos os seus outros sentidos 
para interpretar o fenômeno estudado. 
Segundo Alves-Mazzotti e Gewandsznajder (1999), a técnica 
da observação possui as seguintes vantagens em relação a outras 
técnicas de coleta de dados:
a) independe do nível de conhecimento ou da capaci-
dade verbal dos sujeitos;
b) permite “checar”, na prática, a sinceridade de certas 
respostas que, às vezes, são dadas só para “causar 
boa impressão”;
c) permite identificar comportamentos não-intencionais 
ou inconscientes e explorar tópicos que os informan-
tes não se sentem à vontade para discutir; e
v
Unidade 5 – Instrumentos e Técnicas de Coleta, Análise e Interpretação de Dados
Módulo Básico 103
d) permite o registro do comportamento em seu contex-
to temporal-espacial. 
A técnica da observação, segundo Marconi e Lakatos (2010), 
pode ser dividida em seis tipos: observação assistemática ou não 
estruturada; observação sistemática; observação não participante; 
observação participante; observação individual; e observação em 
equipe. A seguir apresentaremos os quatro tipos mais utilizados nas 
pesquisas
Observação Assistemá ca ou não Estruturada
Este tipo de observação, muito utilizado em pesquisas 
exploratórias, tem como principal qualidade o seu caráter espontâneo 
e assistemático, que se deixa envolver no livre fluxo do contexto 
observado, sem planejamento prévio. Evidentemente, apesar de seu 
caráter fluído, existe um mínimo de controle por parte do pesquisador, 
com o objetivo de registrar os fatos observados de forma que possam 
contribuir para os objetivos de sua pesquisa.
Observação Sistemá ca
Este tipo de observação “[...] realiza-se em situações controladas, 
para responder a propósitos preestabelecidos”. (MARCONI; LAKATOS, 
2010, p. 176)
O objetivo da observação sistemática, segundo Gil (1989), 
é descrever precisamente os fenômenos. Ela é, também, adequada 
para o teste de hipóteses. O pesquisador, neste caso, antevê quais 
são as características ou os aspectos de um determinado grupo (uma 
organização, por exemplo) que são significativos para que os seus 
objetivos de pesquisa sejam atendidos. Desta forma, propõe um 
conjunto de hipóteses que serão testadas no campo empírico através 
da observação. Para atingir seu objetivo, o pesquisador elabora um 
plano detalhado (um roteiro) a ser seguido de forma sistemática para 
observar e registrar os fenômenos.
Não iremos apresentar 
os ti pos de “observação 
individual” ou “observação 
em equipe”, pois 
consideramos que a 
primeira já faz parte dos 
outros ti pos descritos; 
e que a segunda não é 
uti lizada com frequência 
nas pesquisas em 
Administração. 
104 Especialização em Gestão Pública
Metodologia de Estudo e de Pesquisa em Administração
Exemplos deste tipo de observação podem ser encontrados 
em pesquisas sobre o papel exercido pelo gerente em organizações de 
grande porte. O pesquisador, a partir de um conjunto preestabelecido 
de características gerenciais (negociador, porta-voz, relações públicas 
etc.), elabora um plano de observação para verificar e testar essas 
características no campo empírico. Caso elas sejam identificadas, o 
pesquisador poderá aceitar as suas hipóteses iniciais; caso contrário, ele 
poderá propor alterações, tendo em vista adequar essas características 
a outros elementos encontrados ao longo de sua observação.
Observação não Par cipante
Neste tipo de observação, o pesquisador participa de atividades 
no campo empírico, sem, no entanto, integrar-se como membro do 
grupo observado. Ou seja, o pesquisador age como um espectador, 
registrando sistematicamente os eventos observados.
Observação Par cipante
Neste tipo de observação, o pesquisador participa ativamente 
no campo empírico por meio de interações, procurando vivenciar 
o contexto observado, sem, no entanto, utilizar outros instrumentos 
de coleta de dados, como questionários ou formulários (MARCONI; 
LAKATOS, 2010). A observação participante é frequentemente utilizada 
nas estratégias etnográficas de pesquisa.
A observação participante pode ser dividida em “natural” e 
“artificial” (GIL,1989). Na primeira, o observador pertence ao grupo 
pesquisado (pois já faz parte como membro); e na segunda, ele se 
integra ao grupo com o objetivo de realizar uma investigação.
v
Unidade 5 – Instrumentos e Técnicas de Coleta, Análise e Interpretação de Dados
Módulo Básico 105
Entrevistas
Na Unidade 3 descrevemos como uma pesquisa é classificada 
tendo em vista os seus propósitos e fins: exploratória, descritiva e 
explicativa. Agora iremos apresentar como as diferentes modalidades de 
entrevistas poderão auxiliar na coleta de dados empíricos, fazendo com 
que a pesquisa possa avançar em consonância com os seus objetivos.
As entrevistas representam um dos instrumentos mais ricos e 
utilizados para a coleta de dadosempíricos. Trata-se, em geral, de 
uma conversa entre duas partes: de um lado o(s) pesquisador(es) e 
de outro o(s) entrevistado(s). O principal objetivo das entrevistas é 
compreender determinadas situações ou fenômenos vividos pelos 
entrevistados, assim como obter informações a partir da perspectiva 
do(s) entrevistado(s) (MARCONI; LAKATOS, 2010). As entrevistas 
possibilitam tratar de temas complexos, que dificilmente poderiam 
ser compreendidos por meio do uso de questionários padronizados. 
(ALVES-MAZZOTTI; GEWANDSZNAJDER, 1999)
O pesquisador deve informar ao entrevistado quais são os seus 
objetivos com a realização da entrevista, além de expor brevemente o 
tópico e os objetivos de sua pesquisa. É recomendável que o pesquisador 
apresente uma carta da instituição de ensino ou de pesquisa a que 
pertence, em papel timbrado, assinada por um professor ou orientador, 
com a finalidade de demonstrar o caráter acadêmico da pesquisa, além 
de assegurar a confidencialidade dos dados e informações coletadas.
A coleta de dados primários através de entrevistas pode ocorrer 
em quatro diferentes modalidades: 
 entrevistas estruturadas; 
 entrevistas semiestruturadas; 
 entrevistas em profundidade; e
 entrevistas em grupo e grupos focais.
Os questi onários 
padronizados serão 
apresentados ao fi nal 
desta Unidade. 
106 Especialização em Gestão Pública
Metodologia de Estudo e de Pesquisa em Administração
Entrevistas Estruturadas
Nas entrevistas estruturadas são utilizados questionários 
idealizados com base em um conjunto de perguntas predeterminadas 
e idênticas para todos os entrevistados. “As entrevistas estruturadas 
são utilizadas para coletar dados e informações quantificáveis, sendo 
por esta razão referidas, também, como ‘entrevistas quantitativas’”. 
(SAUNDERS; LEWIS; THORNHILL, 2009, p. 320)
Entrevistas Semiestruturadas
Nas entrevistas semiestruturadas o pesquisador utiliza somente 
uma breve lista de tópicos e questões a serem cobertos ao longo 
da entrevista, mesmo que estes possam variar aleatoriamente entre 
os diferentes entrevistados. Isso significa que o pesquisador poderá 
omitir algumas perguntas de acordo com o contexto encontrado. A 
ordem das perguntas também pode variar, dependendo do fluxo da 
conversa. As respostas deverão ser gravadas ou anotadas para posterior 
transcrição e análise dos dados. Normalmente, este tipo de entrevista 
e, também, a entrevista em profundidade (apresentada a seguir) estão 
associadas às abordagens qualitativas de pesquisa. (SAUNDERS; 
LEWIS; THORNHILL, 2009)
Entrevistas em Profundidade
As entrevistas em profundidade são caracterizadas por sua 
informalidade no processo de coleta de dados. Este tipo de entrevista, 
apesar de não possuir um roteiro rigidamente estabelecido com questões 
predeterminadas, tem como objetivo permitir ao pesquisador uma 
exploração profunda de seu objeto de pesquisa. Isto requer bastante 
liberdade para seguir caminhos não planejados (novas trilhas), embora 
o pesquisador tenha que ter uma ideia clara dos aspectos que deseja 
explorar ao longo da entrevista. Também pode-se denominar esse tipo 
como “entrevista não diretiva”, pois a sua condução é determinada 
pelo livre fluxo do diálogo entre as duas partes. (SAUNDERS; LEWIS; 
THORNHILL, 2009, tradução nossa)
Unidade 5 – Instrumentos e Técnicas de Coleta, Análise e Interpretação de Dados
Módulo Básico 107
Entrevistas em Grupo e Grupos Focais
As entrevistas em grupo referem-se a uma designação 
genérica das entrevistas realizadas com mais de dois entrevistados, 
utilizando-se procedimentos não padronizados (sem um roteiro de 
perguntas rigidamente definido). Elas se distinguem dos grupos 
focais pelo fato de estes atribuírem um foco específico a um tópico 
de pesquisa precisamente definido, com o objetivo de promover uma 
discussão entre os entrevistados, que será objeto de registro (gravação). 
(SAUNDERS; LEWIS; THORNHILL, 2009)
Entrevistas Padronizadas e Não Padronizadas
Saunders, Lewis e Thornhill (2009) sugerem uma forma alternativa 
para agrupar os diferentes tipos de entrevistas, subdividindo-as em 
entrevistas padronizadas e não padronizadas, conforme a Figura 8:
Entrevistas
Padronizadas
Não Padronizadas
(Semiestruturadas e 
em Profundidade)
Ques�onários
Individualizadas
(um-a-um)
Um-para-Muitos
Entrevistas
Face-a-Face
Entrevistas por 
Internet ou Mediadas
Eletronicamente
Entrevistas por 
Internet ou Mediadas
Eletronicamente
Entrevistas
por Telefone
Entrevistas
em Grupo Grupos Focais
Grupos Focais
Figura 8: Tipos de entrevistas
Fonte: Adaptada de Saunders, Lewis e Thornhill (2009, p. 321, tradução nossa)
As entrevistas padronizadas caracterizam-se pelo fato de o 
pesquisador seguir um roteiro planejado e uma sequência ordenada de 
perguntas, elaboradas previamente. Por sua vez, nas entrevistas não 
108 Especialização em Gestão Pública
Metodologia de Estudo e de Pesquisa em Administração
padronizadas o pesquisador deixa-se levar pelo fluxo da entrevista, de 
acordo com as respostas do entrevistado, sem um roteiro rigidamente 
estabelecido.
Segundo Saunders, Lewis e Thornhill (2009), existem quatro 
aspectos interrelacionados que poderão servir como guia para o 
pesquisador decidir pela adoção da modalidade de entrevista não 
padronizada:
 O propósito da pesquisa;
 A importância do contato pessoal direto com o(s) 
entrevistado(s);
 A natureza das perguntas (as perguntas exigem respostas 
complexas?);
 O período de tempo necessário para completar o 
processo de coleta de dados (o tempo planejado para 
as entrevistas é curto ou longo?).
Para facilitar a compreensão a respeito da utilização da modalidade 
de entrevista não padronizada, iremos relacioná-las a seguir com os 
tipos de pesquisa que discutimos na Unidade 3 (pesquisas exploratórias, 
descritivas e explicativas). Esta associação não pretende afirmar que 
não possamos adotar outras modalidades de pesquisa além dessas 
sugeridas a seguir.
 Nas pesquisas exploratórias, as entrevistas em 
profundidade podem ser muito úteis no processo 
de identificação e descoberta preliminar acerca 
do fenômeno estudado (para realizar um primeiro 
levantamento sobre o que está acontecendo); assim 
como na geração de novos insights de pesquisa, 
que poderão reconduzir a investigação para novos 
caminhos, não identificados durante a fase inicial de 
planejamento. As entrevistas semiestruturadas também 
poderão ser úteis nas pesquisas exploratórias;
 Já nas pesquisas descritivas, as entrevistas 
estruturadas poderão ser utilizadas como um “[...] 
meio para identificar padrões gerais” (SAUNDERS; 
Unidade 5 – Instrumentos e Técnicas de Coleta, Análise e Interpretação de Dados
Módulo Básico 109
LEWIS; THORNHILL, 2009, p. 322, tradução nossa), 
tais como, por exemplo, padrões de comportamento;
 Por sua vez, nas pesquisas explicativas, “[...] as 
entrevistas semiestruturadas poderão ser utilizadas 
a fim de compreender as relações entre variáveis, tais 
como aquelas encontradas numa pesquisa descritiva.” 
(SAUNDERS; LEWIS; THORNHILL, 2009, p. 322, 
tradução nossa). No entanto, neste tipo de pesquisa é 
muito comum a utilização de entrevistas estruturadas 
ou questionários pela facilidade de quantificação das 
variáveis atribuídas às respostas.
Ques onários
O questionário é “[...] um instrumento de coleta de dados, 
constituído por uma série ordenada de perguntas, que devem ser 
respondidas por escrito e sem a presença do entrevistador.” (MARCONI; 
LAKATOS, 2010, p. 150)
O questionário também pode ser entendido como um termo que 
“[...] inclui todas as técnicas de coleta de dados em que o entrevistado 
é convidado a responder a um mesmo conjunto de perguntas em uma 
ordem predeterminada”. Incluem-se, também, entrevistas estruturadas 
e questionários realizados por telefone ou respondidos sem a presença 
de um entrevistador, como, por exemplo, os formulários online, muito 
utilizados através de plataformas da Internet como o Google drive. 
(SAUNDERS; LEWIS; THORNHILL, 2009,p. 360)
Análise e Interpretação de Dados
Após a coleta dos dados devemos iniciar o processo de preparação 
das informações com o objetivo de analisá-las e interpretá-las. Para 
isto, deveremos elaborar e classificar os dados de forma sistemática 
110 Especialização em Gestão Pública
Metodologia de Estudo e de Pesquisa em Administração
de acordo com os seguintes passos propostos por Marconi e Lakatos 
(2010): 
 Seleção: após a coleta de dados, o pesquisador deverá 
realizar uma “[...] verificação crítica a fim de detectar 
falhas ou erros, evitando informações confusas, 
distorcidas, incompletas, que podem prejudicar o 
resultado da pesquisa” (MARCONI; LAKATOS, 2010, 
p. 150). É comum o pesquisador registrar grande 
quantidade de dados ou, ao contrário, registrá-los de 
forma incompleta; nestes casos, deverá localizar os 
excessos ou insuficiências com o objetivo de prepará-
los para o processo posterior de codificação. Caso seja 
necessário, o pesquisador deverá retornar ao campo 
empírico com o objetivo de realizar uma segunda coleta 
de dados, para complementação ou correção dos dados 
anteriores.
 Codificação: a codificação de dados consiste na 
seleção e transformação de dados brutos, como 
palavras, sentenças e parágrafos (LANGLEY, 1999). 
É uma técnica utilizada para agrupar dados comuns 
atribuindo-lhes um conceito ou um código, com a 
finalidade de elaborar uma representação adequada 
dos dados coletados. É um processo fundamental na 
pesquisa, pois revela a capacidade do pesquisador 
de transformar os dados brutos, coletados no campo 
empírico, em conceitos e categorias com sentido e 
significado analíticos. A técnica da codificação exige o 
estabelecimento de critérios adequados de classificação.
 Tabulação: para facilitar o processo de análise dos 
dados empíricos propõe-se a elaboração de tabelas 
visando a agrupar os códigos, com a finalidade de 
representá-los adequadamente. As grades analíticas, na 
forma de tabelas, matrizes e figuras, permitem: 
 preservar parcialmente a riqueza dos dados coletados; 
Unidade 5 – Instrumentos e Técnicas de Coleta, Análise e Interpretação de Dados
Módulo Básico 111
 criar conceitos e categorias relativamente mensuráveis; 
e
 identificar relações entre os conceitos. Dessa forma, 
poderão ser mais bem compreendidos e interpretados. 
(MILES; HUBERMAN, 1994; LANGLEY, 1999, 
tradução nossa)
Após a elaboração e classificação dos dados o passo seguinte 
refere-se à sua análise e interpretação, constituindo-se no “[...] núcleo 
central da pesquisa”. (MARCONI; LAKATOS, 2010)
 Análise: no processo de análise dos dados, o 
pesquisador procura estabelecer relações entre os 
dados obtidos e as hipóteses inicialmente formuladas, 
com o objetivo de responder ao problema de pesquisa. 
Tais relações poderão ser de natureza exploratória, 
descritivas ou explicativas, dependendo do tipo de 
pesquisa adotado pelo pesquisador. Neste processo, ele 
realiza de forma contínua a segregação/separação 
analítica dos resultados encontrados, procurando, 
em seguida, construir as primeiras ligações entre os 
conceitos inicialmente propostos na revisão teórica 
vis-à-vis os resultados alcançados.
 Interpretação: nesta etapa o pesquisador deve 
apresentar com clareza os resultados de sua 
interpretação a partir das análises realizadas na etapa 
anterior. Este é um processo eminentemente de síntese, 
no qual o pesquisador constrói vínculos entre a teoria 
e os resultados, destacando os achados e propondo, 
em alguns casos, novas relações entre a teoria e/ou a 
prática.
Essas duas etapas são fundamentais para que o problema de 
pesquisa (a pergunta de partida) inicialmente elaborado pelo pesquisador 
seja adequada e suficientemente respondido. Sugere-se que a resposta 
à pergunta de partida seja o resultado de um processo bem articulado 
de análise e interpretação dos dados. Isto envolve, necessariamente, 
112 Especialização em Gestão Pública
Metodologia de Estudo e de Pesquisa em Administração
comparações dos resultados alcançados no campo empírico com as 
teorias utilizadas para dar suporte às investigações. As hipóteses de 
pesquisa deverão também ser apresentadas comparativamente aos 
resultados alcançados.
Por fim, o pesquisador deverá responder com clareza e 
objetividade à pergunta de partida, finalizando o seu trabalho com 
o apontamento das limitações de sua pesquisa (tendo em vista os 
resultados alcançados) e sugerindo a realização de novas pesquisas 
(a continuidade do conhecimento científico).
Miles e Huberman (1984) apresentam, em seu livro Qualitative 
data analysis: an expanded sourcebook, um trabalho vastíssimo de 
orientação para o pesquisador nas etapas de análise e apresentação 
dos dados. Nessa obra, os autores propõem procedimentos que se 
estendem desde a coleta até a análise final dos dados. “Tais sugestões 
podem ser de grande utilidade, principalmente para o pesquisador 
iniciante.” (ALVES-MAZZOTTI; GEWANDSZNAJDER, 1999, p. 171)
Unidade 5 – Instrumentos e Técnicas de Coleta, Análise e Interpretação de Dados
Módulo Básico 113
Resumindo
Ao longo da Unidade 5 foram apresentados os principais 
instrumentos e técnicas para a coleta de dados empíricos, tais 
como: os diferentes ti pos de técnicas de observação (observa-
ção assistemáti ca ou não estruturada, observação sistemáti ca, 
observação não parti cipante e observação parti cipante); e as 
várias modalidades de entrevistas, entre elas: as estrutura-
das, as semiestruturadas, as em profundidade e as em grupo 
e grupos focais.
Finalizamos esta Unidade com a descrição das etapas 
consti tuintes da fase de análise de dados empíricos (seleção, 
codifi cação e tabulação); e com a interpretação de dados, 
que representa o “núcleo central da pesquisa”, pois expressa 
a capacidade de refl exão e síntese do pesquisador em relação 
aos dados e informações analisados na fase anterior.
114 Especialização em Gestão Pública
Metodologia de Estudo e de Pesquisa em Administração
Atividades de aprendizagem
Agora que você conheceu os instrumentos e técnicas de coleta 
e análise de dados, que tal prati car os exercícios de fi xação que 
preparamos? Em caso de dúvida, releia cuidadosamente o texto 
e, se precisar de ajuda, consulte o seu tutor.
1. Enumere quais são as possíveis modalidades de entrevistas no proces-
so de coleta de dados de uma pesquisa. Justi fi que a sua resposta.
2. Refl ita: qual modalidade de pesquisa seria mais adequada para o 
pesquisador que pretende analisar a sati sfação de funcionários de 
uma organização pública em relação ao ambiente de trabalho? Apre-
sente, pelo menos, um exemplo.

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