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sistema_de_gestao_e_planejamento_ambiental_2021

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Sistema de
Gestão e
Planejamento
Ambiental
Sistem
a de G
estão e Planejam
ento A
m
biental
Amilcar Marcel de Souza
A
m
ilcar M
arcel de Souza
Fundação Biblioteca Nacional
ISBN 978-65-5821-100-6
9 786558 211006
Código Logístico
I000440
Sistema de gestão 
e planejamento 
ambiental 
Amilcar Marcel de Souza
IESDE BRASIL
2022
Todos os direitos reservados.
IESDE BRASIL S/A. 
Al. Dr. Carlos de Carvalho, 1.482. CEP: 80730-200 
Batel – Curitiba – PR 
0800 708 88 88 – www.iesde.com.br
© 2022 – IESDE BRASIL S/A. 
É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem autorização por escrito do autor e do 
detentor dos direitos autorais.
Projeto de capa: IESDE BRASIL S/A. 
Imagem da capa: PixelSquid360/Pixflow/Sentavio/BoykoPictures/Andrew_Kras/Envato
CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO 
SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ
S713s
Souza, Amilcar Marcel de
Sistema de gestão e planejamento ambiental / Amilcar Marcel de 
Souza. - [2. ed.] - Curitiba [PR] : Iesde, 2022. 
136 p. : il.
Inclui bibliografia
ISBN 978-65-5821-100-6
1. Gestão ambiental. 2. Meio ambiente. I. Título.
21-75044 CDD: 363.7
CDU: 504
Amilcar Marcel 
de Souza
Fundador do Instituto Pró-Terra. Doutor em Meio 
Ambiente e Desenvolvimento pela Universidade Federal 
do Paraná (UFPR). Mestre em Recursos Florestais e 
graduado em Engenharia Florestal pela Escola Superior 
de Agricultura Luiz de Queiroz, da Universidade de 
São Paulo (ESALQ/USP). Atua em projetos de extensão 
rural em diversos estados brasileiros que visam 
à conservação ambiental e ao resgate cultural de 
vivências de ruralidade. É secretário do Meio Ambiente 
da cidade de Jaú, em São Paulo.
Agora é possível acessar os vídeos do livro por 
meio de QR codes (códigos de barras) presentes 
no início de cada seção de capítulo.
Acesse os vídeos automaticamente, direcionando 
a câmera fotográ�ca de seu smartphone ou tablet 
para o QR code.
Em alguns dispositivos é necessário ter instalado 
um leitor de QR code, que pode ser adquirido 
gratuitamente em lojas de aplicativos.
Vídeos
em QR code!
SUMÁRIO
1 Percepção ambiental e sociedade (paisagem, sociedade e ambiente) 9
1.1 Algumas questões sobre a percepção do ambiente e sociedade 9
1.2 A paisagem no contexto da percepção ambiental e sociedade 13
1.3 Percepção ambiental e paisagens educadoras 15
2 Sistemas de gestão integrada: ambiental, qualidade, saúde e segurança 21
2.1 Uma abordagem de sistemas 21
2.2 Sistemas de gestão integrada 26
2.3 Benefícios e avanços para produtores e consumidores 30
3 Gestão ambiental pelas normas da série ISO 14000, certificação e auditoria 36
3.1 Sistema de gestão ambiental 36
3.2 Série ISO 14000 41
3.3 Certificação e auditoria 46
4 Planejamento urbano e ambiental 52
4.1 Planejamento urbano 52
4.2 Planejamento ambiental 58
4.3 Planejamento x desenvolvimento x sustentabilidade 62
5 Planejamento ambiental no Brasil 67
5.1 Crise ambiental 67
5.2 Planejamento ambiental 71
5.3 Zoneamento ambiental: instrumento de planejamento 76
6 Geoprocessamento aplicado à gestão territorial e ao planejamento 
ambiental 83
6.1 Geoprocessamento 83
6.2 Geoprocessamento aplicado à gestão territorial 88
6.3 Geoprocessamento aplicado ao planejamento ambiental 92
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meio de QR codes (códigos de barras) presentes 
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a câmera fotográ�ca de seu smartphone ou tablet 
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gratuitamente em lojas de aplicativos.
Vídeos
em QR code!
6 Sistema de gestão e planejamento ambiental
7 Instrumentos de planejamento 97
7.1 Aspectos gerais sobre instrumentos de planejamento 97
7.2 Instrumentos de planejamento no meio urbano 100
7.3 Instrumentos de planejamentono meio rural 106
8 Planejamento urbano sustentável 113
8.1 Conceitos gerais acerca do planejamento urbano sustentável 113
8.2 Etapas para o planejamento urbano sustentável 118
8.3 Práticas de planejamento urbano sustentável 122
 Resolução das atividades 127
Em todo o mundo, durante o processo de industrialização, 
os recursos naturais estão sendo explorados de maneira 
desordenada, ocasionando efeitos negativos ao meio 
ambiente e ao ser humano. Historicamente, as pessoas são 
exploradas em seus empregos, o que tem gerado reflexões 
sobre a relação das empresas com a força de trabalho. 
A forma desenvolvimentista atualmente praticada gera 
consequências negativas para a saúde e a segurança do 
trabalhador, assim como para o meio ambiente. Dessa forma, 
novos modelos de gestão propõem mudar significativamente 
a relação entre produção e consumo por meio de sistemas 
integrados.
Com conteúdos selecionados e linguagem simples, para 
atribuir maior autonomia aos seus estudos, Sistema de gestão 
e planejamento ambiental apresenta uma abordagem da 
teoria de sistemas e dos sistemas de gestão integrada, bem 
como os seus benefícios para os modos produtivos e para o 
consumidor. 
O sistema de gestão e planejamento ambiental traz a noção 
da teoria de sistemas e suas aplicabilidades em processos 
de gestão, seja no poder público ou no setor privado, em 
processos de elaboração de políticas públicas e em atividades 
de produção econômica-industrial. 
Por meio de reflexões sobre a complexidade dos sistemas 
de gestão, temos como foco os conceitos, as informações e 
as ideias que podem subsidiar as tomadas de decisões dos 
profissionais que estão à frente dos processos de gestão 
ambiental. Para isso, tratamos das principais temáticas acerca 
dos sistemas de planejamento, com definições e conceitos 
relevantes e atualizados, além das normatizações legais sobre 
os sistemas de qualidade.
Bons estudos!
APRESENTAÇÃOVídeo
Percepção ambiental e sociedade (paisagem, sociedade e ambiente) 9
1
Percepção ambiental e 
sociedade (paisagem, 
sociedade e ambiente)
A percepção ambiental da paisagem por meio de leituras biofísicas e socio-
culturais se processa com base no espaço ocupado pelas pessoas, pois remete 
à sua memória, à sua história, bem como à sua identificação, como espaço 
vivido e suas problemáticas, evidenciando a “força do lugar”. Para uma leitura 
e percepção da paisagem, cumpre-nos assinalar que, também, é sistêmica e 
é o resultado da combinação dos elementos naturais e materiais somados às 
obras humanas e grupos culturais que viveram no espaço.
Desse modo, em ações de gestão ambiental é imprescindível desenvolver 
processos cognitivos de percepção ambiental visando à integração do ser hu-
mano e natureza. Portanto, serão abordadas as principais questões e conceitos 
sobre percepção ambiental e sociedade, seguido dessa percepção com paisa-
gens e, por último, as paisagens como espaços educadores para as sociedades.
1.1 Algumas questões sobre a percepção 
do ambiente e sociedadeVídeo
As questões ambientais e seus problemas têm acompanhado, em 
diferentes períodos históricos, diversas sociedades que têm por sua cul-
tura percepções próprias da natureza. Esse fato traz à ciência um rico 
campo de estudos e pesquisas, para avaliar as percepções e os efeitos 
da ação humana sobre o ambiente natural, social e cultural.
Rodaway (1995 apud HOEFFEL; FADINI, 2007) caracteriza percepção 
como um processo, uma atividade que envolve organismo e ambiente, 
que é influenciada pelos órgãos dos sentidos – percepção como sensa-
ção –, e pelas concepções mentais – percepção como cognição.
Contextualizar a impor-
tância da percepção 
ambiental nos processos 
de planejamento e gestão 
ambiental.
Objetivo de aprendizagem
10 Sistema de gestão e planejamento ambiental
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Percepção como 
sensação 
Influenciada pelos 
órgãos dos sentidos.
Percepção 
como cognição 
Influenciada pelas 
concepçõesmentais.
Dessa forma, ideias sobre o ambiente envolvem tanto respostas e 
reações a impressões, estímulos e sentimentos, mediados pelos sen-
tidos, quanto processos mentais relacionados às experiências indivi-
duais, às associações conceituais e aos condicionamentos culturais.
As pessoas constroem sistemas para manejar o mundo, ou seja, 
formulam hipóteses segundo a sua experiência e, assim, predizem o 
futuro de acordo com essas hipóteses. Tais construções mentais va-
riam segundo as pessoas, que somente reagem aos estímulos que são 
capazes de imaginar como atuantes, que, por sua vez, formam parte do 
espaço construído e do espaço percebido.
Além disso, a atividade perceptiva enriquece continuamente a 
experiência individual e por meio dela nos apegamos, cada vez mais, 
ao lugar e à sua paisagem, pois quando o espaço nos é familiar ele 
se torna lugar. De acordo com Leite (1994), a percepção do tempo, 
do espaço e da natureza muda com a evolução cultural, o que exige 
a procura de novas formas de organização do território que melhor 
expressem o universo contemporâneo, formas que capturem o conhe-
cimento, as crenças, os propósitos e os valores da sociedade.
É com base na percepção do ambiente pelo ser humano que se 
pretende identificar como homens e mulheres veem e classificam seus 
ambientes, como se colocam nos ambientes que criam, e quais refe-
rências usam para escolher tais ambientes. Nossa mente organiza e re-
presenta essa realidade percebida por meio de esquemas perceptivos 
e imagens mentais, com atributos específicos (DEL RIO; OLIVEIRA, 1999) 
e que servem para avaliar a qualidade dos ambientes (PILOTTO, 2003).
Percepção ambiental e sociedade (paisagem, sociedade e ambiente) 11
Uma imagem é uma representação internalizada do ambiente, por 
meio da experiência, e incorpora ideais. Isso é, a avaliação da qualidade 
ambiental traz a organização do meio ambiente como o resultado da 
aplicação de conjuntos de regras que refletem em diferentes concep-
ções de qualidade ambiental (OJEDA CALLE, 1995). Além disso, é pela 
percepção que o ser humano estrutura sua representação cognitiva do 
ambiente.
De acordo com Del Rio e Oliveira (1999), a percepção consiste em 
trocas funcionais do indivíduo com o meio exterior, as quais têm dois 
aspectos: o cognitivo e o afetivo. O primeiro ocorre paralelamente, 
quando o indivíduo conhece o mundo exterior e começa a ter senti-
mentos em relação a ele, já o segundo é a energia do sistema.
Para Ojeda Calle (1995), é cada vez mais necessário considerar os 
costumes cognitivos com a finalidade de entender a maneira pela qual 
o meio ambiente é conhecido e estruturado pelos indivíduos e pela 
sociedade. As pessoas, como organismos ativos, adaptativos e procu-
radores de objetivos ou fins, estruturam o mundo baseadas em três 
fatores: o organismo; o meio ambiente; e o meio cultural, os quais se 
relacionam para formar representações cognitivas.
Segundo esse mesmo autor, existem dois significados diferentes do 
termo cognição ambiental: um é antropológico, o outro psicológico. O 
primeiro ressalta o conhecimento do meio ambiente, enquanto que o 
segundo afirma que os processos cognitivos convertem o mundo em 
algo significativo.
Decifrar e valorizar os costumes cognitivos das paisagens deveria 
ser uma ferramenta indispensável na gestão dos espaços, sejam eles 
públicos ou privados, a partir do momento que identifica não somente 
os diferentes ideários na busca da qualidade ambiental, como também 
os saberes e significados socioambientais específicos das inter-relações 
evolutivas entre natureza e populações locais.
Dentro dessa dinâmica, é inserida a questão paisagística, na qual 
incluímos a necessidade de investigar o significado das diversas ex-
pressões do verde dentro das diferentes culturas. O verde existe como 
objeto dado no mundo e como idealização. Por exemplo, ao se projetar 
áreas verdes, como nas áreas protegidas, navegamos, portanto, na se-
miótica de significantes e significados, não como elementos isolados, 
mas como partes de um todo em que, aquele que habita, é indisso-
12 Sistema de gestão e planejamento ambiental
ciável do espaço onde exerce sua autopoiesis 1 (MATURANA; VARELLA, 
1980).
A paisagem está presente em cada situação da história dos seres 
humanos, traçando uma relação vital para ambos, em que as pessoas 
necessitam da paisagem que ordena os serviços ambientais que a na-
tureza oferece e esta depende das ações e percepções, ideias e ações 
das pessoas (DEL RIO; OLIVEIRA, 1999).
Além disso, o ser humano, assim como os organismos, impõe uma 
ordem espacial, social e temporal diferentes, porém relacionadas entre 
si, já que têm de coexistir na trama espaço-temporal de um mesmo 
mundo, e porque todas as ordenações se apoiam nos mesmos proces-
sos de aprendizagem, memória, identidade, localização e orientação 
(PILOTTO, 1997).
Esse tipo de estudo de percepção ambiental tem se tornado uma 
ferramenta importante para o desenvolvimento de processos educa-
dores e participativos, pois, segundo Pilotto (1997, p. 30),
a percepção ambiental é, pois, a experiência sensitiva mais direta 
e imediata do meio ambiente, e, ainda que afetada pela memó-
ria e cognição, é muito independente. A percepção sempre se 
relaciona com a ação, pelo que tem de envolvente, participativa 
e relacionada com a motivação e o significado.
Para Del Rio e Oliveira (1999), nosso cotidiano se conforma e se rea-
liza por meio da percepção de paisagens, num amálgama entre realida-
de e imaginário. O ser humano age e reage de acordo com a maneira 
que percebe seu entorno, e que a percepção ambiental tem se mostra-
do cada vez mais útil como instrumento de análise da atuação antrópi-
ca sobre a paisagem.
Com base no paradigma de que só percebemos o que conseguimos 
interpretar, a legibilidade da paisagem fica evidente quando fragmen-
tos da realidade são retidos para a observação atenta, permitindo a 
qualificação do ambiente e sua interpretação (PELLEGRINO, 1996).
Portanto, é do ponto de vista da percepção, da forma como o ser 
humano percebe e interage com o meio ambiente, em função de in-
fluências históricas e culturais, que se pode avaliar as necessidades e 
os anseios da população e fornecer aos órgãos dirigentes orientações 
mais adequadas para as decisões de nível político, socioeconômico e 
de desenvolvimento, seja rural, urbano ou regional.
Autopoiese ou autopoiesis 
(do grego auto “próprio”, 
poiesis “criação”) é um 
termo criado na década 
de 1970 pelos biólogos 
e filósofos chilenos Fran-
cisco Varela e Humberto 
Maturana para designar 
a capacidade dos seres 
vivos de produzirem a si 
próprios. Segundo essa 
teoria, um ser vivo é um 
sistema autopoiético, 
caracterizado como uma 
rede fechada de produ-
ções moleculares (proces-
sos) em que as moléculas 
produzidas geram com 
suas interações a mesma 
rede de moléculas que as 
produziu.
1
O vídeo Sociologia e meio 
ambiente, do canal Brasil 
Escola, traz apresentações 
gerais sobre a percepção 
e sociedade. Alguns auto-
res clássicos da área da 
sociologia e que tiveram 
grande relevância na 
construção desse concei-
to são mencionados.
Disponível em: https://
www.youtube.com/
watch?v=iNbAEP8W3Dw. Acesso 
em: 21 out. 2021.
Vídeo
https://www.youtube.com/watch?v=iNbAEP8W3Dw
https://www.youtube.com/watch?v=iNbAEP8W3Dw
https://www.youtube.com/watch?v=iNbAEP8W3Dw
Percepção ambiental e sociedade (paisagem, sociedade e ambiente) 13
1.2 A paisagem no contexto da percepção 
ambiental e sociedade Vídeo
A paisagem é uma unidade heterogênea, composta por um com-
plexo de unidades interativas (ecossistemas, unidades de vegetação ou 
de uso e ocupação das terras), cuja estrutura pode ser definida pela 
área, forma e disposição espacial dessa unidade, por exemplo, uma 
paisagem urbana de uma pequena cidade e de uma grande cidade. 
A estrutura da paisagem interfere na dinâmica de populações, em 
suas culturas e representações sociais, assim como nas formas que se 
deslocam e relacionam.O renomado geógrafo Milton Santos (1997, p. 61), define que a pai-
sagem é “tudo aquilo que nós vemos, o que nossa visão alcança. Esta 
pode ser definida como o domínio do visível, aquilo que a vista abarca. 
Não é formada apenas de volumes, mas também de cores, movimen-
tos, odores, sons etc.”.
Ainda, o mesmo autor discorre que a dimensão da paisagem vai até 
onde as pessoas conseguem perceber com sua audição, seu olfato, sua 
visão e suas sensações, sendo, portanto, até onde as sensações conse-
guem chegar e desenhar os limites da paisagem. Assim, a compreensão 
cognitiva tem relevância na formatação e definição dos limites da pai-
sagem e o que é a paisagem para o indivíduo conforme sua percepção. 
Dessa forma, a história de vida das pessoas, que são em grande parte 
formatadas pelos processos educativos, formais e informais, podem e 
devem gerar heterogeneidade entre si sob a visão para o mesmo fato.
Uma pessoa que mora no campo desde pequena e sua paisagem 
é diversificada com lavouras agrícolas, florestas, rios e outras pessoas 
também morando no campo e se relacionando tanto em atividades de 
produção agrícola quanto de lazer, tem uma percepção diferente de 
uma outra pessoa que mora na cidade desde pequena e tem a paisa-
gem urbana como referencial.
Caso pedirmos para a pessoa do campo andar pelo ambiente urbano e 
descrever as suas percepções, ela vai apontar situações diferentes da pes-
soa que vive na cidade. Do mesmo modo, o contrário é verdadeiro. Talvez 
essa pessoa da cidade que observa o campo não verá detalhes que o mo-
rador do campo verá, como uma revoada de andorinhas, uma árvore fru-
tífera em flores e que logo dará frutos, um pequeno riacho ou nascente.
Definir e conceituar pai-
sagem e sua correlação 
interdisciplinar com o 
conceito de percepção 
ambiental e suas influên-
cias no comportamento 
da sociedade.
Objetivo de aprendizagem
14 Sistema de gestão e planejamento ambiental
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A percepção é sempre um processo seletivo de apreensão. A reali-
dade é uma só, mas as pessoas são de acordo com sua formação, ou 
seja, seu aprendizado na sua história de vida, enxergam uma paisagem 
de diferentes formas.
Inúmeros estudos e pesquisas sobre percepção ambiental reve-
lam que as sociedades estão compreendendo menos o meio ambien-
te, enquanto interação complexa de configurações sociais, biofísicas, 
políticas, filosóficas e culturais. Nesse sentido, conforme destacado 
por Milton Santos (1985), existem múltiplas maneiras de representar 
o meio ambiente na paisagem, e suas percepções, quando muito pe-
quenas ou superficiais sobre algum fator que ali ocorre, ou mesmo o 
conjunto de fatores, podem gerar conflitos entre grupos sociais com 
interesses e visões de mundo distintos.
A percepção ambiental da paisagem pelas sociedades tem tido 
grande importância como estratégia de conservação e recuperação 
ambiental.
Hannigan (2006 apud HOEFFEL; BARBOSA, 2008) aponta que o meio 
ambiente é um lugar de interfaces e competição entre diferentes atores 
sociais e culturais. Segundo Hannigan, o que está em disputa são os espa-
ços naturais gerando graves ameaças ambientais, podendo comprometer 
as suas dinâmicas. Ocorre uma prioridade de uma questão sobre a outra, 
e as formas adequadas para melhor gerir a paisagem estão vinculadas 
aos tomadores de decisões, que de maneira geral são os legisladores e 
representantes do poder executivo, em se conscientizarem sobre a diver-
sidade de uma paisagem, além de realmente se responsabilizarem pela 
implementação de soluções de interesses coletivos.
Situação de observação da 
paisagem por uma pessoa.
No vídeo VII Encontro 
de Educação Ambiental 
– Cenários, Desafios e 
Percepção Ambiental, de 
um importante evento da 
prefeitura de Goiânia, é 
apresentado um diálogo 
sobre a importância da 
natureza na qualidade 
de vida das pessoas e a 
importância da interpre-
tação dos fenômenos 
naturais.
Disponível em: https://www.
youtube.com/watch?v=f_
AdRacGSYY. Acesso em: 21 out. 
2021.
Vídeo
https://www.youtube.com/watch?v=f_AdRacGSYY
https://www.youtube.com/watch?v=f_AdRacGSYY
https://www.youtube.com/watch?v=f_AdRacGSYY
Percepção ambiental e sociedade (paisagem, sociedade e ambiente) 15
Em uma sociedade que enfrenta dificuldades nos processos de for-
mação e educação, a construção cognitiva crítica de uma percepção 
ambiental será de grande importância para buscar o equilíbrio nas na-
ções. Ressaltamos que a construção cognitiva crítica deve respeitar to-
das as diversidades culturais, sabendo que o quê unifica as sociedades 
mesmo com percepções diferentes das paisagens é o interesse difuso 
da melhoria da qualidade de vida do coletivo.
1.3 Percepção ambiental e 
paisagens educadoras Vídeo
Percepção é o ato de conhecer, pela inteligência ou entendimento, 
independentemente dos sentidos (DICIONÁRIO..., 2016). No caso da 
percepção ambiental, é conhecer e ter preocupação com os problemas 
ambientais.
Processos perceptivos devem estar sempre inseridos em processos 
participativos e educadores para não se tornarem meros diagnósticos 
que têm apenas o objetivo de facilitar a gestão centralizada dos diri-
gentes com base no fornecimento passivo de dados sobre os atores 
socioambientais envolvidos. Educar e participar para uma maior per-
cepção ambiental da paisagem tem sido um desafio mundial.
Por um lado, está ocorrendo uma verdadeira alienação de sensibili-
dades e percepções ambientais e culturais devido às facilidades tecno-
lógicas e, por outro, com a crescente crise ambiental, há a necessidade 
do envolvimento de diferentes atores viventes na paisagem a participa-
rem e colaborarem com a resolução dos problemas socioambientais.
O que se percebe é que não tem sido uma tarefa fácil para as diferentes 
partes da sociedade, e que as pesquisas e projetos nessa área têm sido 
fundamentais para tornar essas experiências, cada vez mais adequadas 
às características ambientais e sociais, específicas de cada paisagem.
Para que a preocupação ambiental chegue a um processo de 
sensibilização e percepção ambiental, é necessário que processos 
educativos estejam presentes dentro do ensino formal e informal. A 
sensibilização e o estímulo do cognitivo para a diversidade das paisa-
gens, não só dos educadores, mas de toda a comunidade de diferentes 
níveis econômicos, são imprescindíveis para o processo, pois permitem 
a consolidação das responsabilidades socioambientais, promovendo, 
Conceituar e demons-
trar a aplicabilidade da 
percepção ambiental no 
contexto das paisagens 
urbanas e rurais que 
podem servir de pontos 
focais de observação e 
instrumento para proces-
sos educativos.
Objetivo de aprendizagem
16 Sistema de gestão e planejamento ambiental
quando necessário, mudanças de hábitos, ações e comportamentos 
diários que tanto impactam o meio ambiente (GAZZONI et al., 2018).
A crise civilizatória enfrentada atualmente tem origem no para-
digma da globalização predatória, que coloca os interesses particu-
lares e os ganhos financeiros acima da vida. Por isso, não faria mais 
sentido restringir a noção de cidadania a um país. A construção de 
novos paradigmas que visam ao respeito à diversidade cultural, ét-
nica, ambiental, entre outras, é necessário para a mudança dos pa-
drões atuais de desenvolvimento e relações humanas (CARVALHO, 
2015).
Desse modo, o grande educador Paulo Freire (1996) argumenta 
sobre a necessidade de uma educação libertadora que traz a cons-
cientização da cidadania e da necessidade de as pessoas participarem 
de processos de promoção de qualidade de vida em suas comunida-
des. Nesse sentido, o estímulo da percepção da paisagem pode ser 
um importante instrumento de transformação social e construção de 
sociedades sustentáveis. Uma vez que o indivíduo percebe mais o seu 
ambiente, que vão desde detalhes, como um beija-flor fazendo a poli-
nização de uma planta, até o planejamento territorial por meio de um 
plano diretor, podem estar sendo construídos, de maneira cognitiva, 
valorese sentimentos de pertencimento àquela realidade/paisagem, 
fazendo com que ela seja mais bem cuidada e respeitada.
É nesse contexto que a educação ambiental é necessária como 
tema central para a discussão de uma educação não subordinada 
à lógica e às práticas feitas à manutenção da sociedade global, 
proporcionando criticidade e empoderamento das pessoas. Assim, 
deve ser pensada uma construção coletiva das realidades das co-
munidades com pessoas engajadas e conscientes da necessidade 
de uma sociedade de caráter planetário, em que todos são cor-
responsáveis pela qualidade de vida do presente e do futuro 
(CARVALHO, 2015).
A educação ambiental promovida de modo democrático é um 
valor estratégico permanente para a conquista e consolidação de 
uma sociedade equilibrada. A pluralidade dos sujeitos políticos, a 
autonomia dos movimentos de massa, a liberdade de organização 
e tantas outras conquistas das sociedades democráticas devem ter 
pleno valor na sociedade.
A mobilização e a articulação em torno de ações práticas de edu-
cação ambiental têm possibilitado à população o acesso às infor-
mações sobre as questões socioambientais e, consequentemente, o 
aumento da sensibilização.
Inúmeras ações de educação ambiental, como estudos do meio 
em ambientes naturais ou antrópicos, têm contribuído para que os 
governantes tenham uma melhor percepção ambiental e se posicio-
nem com políticas públicas, de maneira efetiva, no sentido de fisca-
lizar e combater os crimes socioambientais.
O desenvolvimento de ações de educação ambiental que des-
pertem a percepção do ser humano em relação à dependência que 
ele tem dos recursos naturais se faz urgente, tanto para a sua so-
brevivência quanto para de seus descendentes, uma vez que os 
recursos naturais estão escassos como a água, evidenciada por 
inúmeras crises hídricas de abastecimento pública e em todas as 
regiões do Brasil.
A educação ambiental parte de princípios que se amarram a fins. 
Um deles é a formação para a cidadania, ou seja, para a participação 
ativa na sociedade (FREIRE, 1979). A educação para a participação é 
condição permanentemente conquistada por meio da consciência 
crítica, que implica em ação-reflexão sobre a realidade, com base 
nas referências éticas e sociais que promovam mais vida em suas di-
versas dimensões. Nesse sentido, a educação ambiental compreen-
de o meio ambiente em sua totalidade, ou seja, todos que estão no 
mesmo espaço e na mesma paisagem, vivenciando suas realidades 
sociais, econômicas, culturais, políticas e ecológicas.
Uma questão importante é que, ao lidar com pes-
soas, os processos formativos devem contar com 
uma equipe interdisciplinar buscando contem-
plar profissionais tanto das áreas ambientais 
quanto humanas, visando, assim, à integração 
dos saberes biofísicos com os saberes sociocul-
turais, o que é de extrema relevância para 
a construção de processos cognitivos de 
percepção ambiental de maneira com-
plexa e profunda.
Visão geral da fitofisionomia da 
paisagem do Cerrado. Se
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Percepção ambiental e sociedade (paisagem, sociedade e ambiente)Percepção ambiental e sociedade (paisagem, sociedade e ambiente) 1717
18 Sistema de gestão e planejamento ambiental
O enfoque da percepção ambiental da paisagem é uma ótima 
oportunidade dos educadores se aprofundarem no tipo de bioma 
que ali ocorre, por exemplo, se é uma região de Cerrado ou Mata 
Atlântica, quais são as espécies que vivem por ali, quais os rios que 
estão presentes, qual a história do lugar e das pessoas que moram 
ali ou passam pelo local.
Dessa forma, é possível correlacionar todo um conhecimento 
presente em uma paisagem e trazer para o dia a dia das pessoas de 
maneira educativa, no sentido de sensibilizar e conscientizar sobre a 
importância da diversidade biológica e cultural para a qualidade de 
vida das pessoas, seja na oferta de água, alimento, equilíbrio climá-
tico, lazer, espiritualidade, e demais aspectos.
Segundo Milton Santos (1997, p. 61), o primeiro passo a ser 
quebrado é a concepção de:
espaço físico banalizado como mera concreção pragmática, 
algo sem alma e sem história, restrito à unidade de medida 
física geometricamente definível, quando se sabe que os es-
paços contam a história da civilização humana, são objetos 
informativos e formativos extrapolando a mera materialidade.
A paisagem é percebida pela apreensão da sua relação com a so-
ciedade por meio das categorias analíticas: forma, função, processo 
e estrutura, sendo elas socioambientais, históricas e culturais.
Essa percepção ambiental da paisagem deve ter o planejamen-
to e a gestão ambiental de maneira participativa, nos quais os dife-
rentes grupos da sociedade se envolvem para o planejamento das 
ações na paisagem. Nesse sentido, a educação ambiental emerge 
como instrumento de efetivação do resgate de saberes e construção 
de novas perspectivas de melhoria da qualidade de vida do presente 
e futuro.
A educação ambiental que se deseja no fomento do planejamen-
to e gestão participativa, seja em diversas escalas como em seu bair-
ro, sua escola, seu município, estado ou nação, deve promover o 
entendimento por meio da sensibilização socioambiental de que, 
nas paisagens e nos espaços, existe a diversidade, e é muito impor-
tante o respeito às diferentes formas de pensamento, sabendo das 
complexidades das comunidades que são entrelaçadas em suas cul-
turas, por meio de um pensamento amplo e interdisciplinar.
O livro Águas e paisa-
gens educativas da bacia 
Tietê-Jacaré, do Instituto 
Pró-Terra, em que o autor 
desta obra é coautor, é 
dedicado para a interpre-
tação da paisagem e suas 
relações com as bacias 
hidrográficas. É sobre 
uma região específica, no 
entanto os seus conceitos 
podem ser aplicados para 
qualquer paisagem nas 
mais variadas regiões.
SAMMARCO, Y. M; SOUZA, A. 
M; TEIXEIRA, T. 2. ed. São Paulo: 
Instituto Pró-Terra, 2018. Disponível 
em: http://institutoproterra.org.
br/wp-content/uploads/2020/08/
aguasepaisagens_2ed.pdf. Acesso 
em: 22 out. 2021.
Livro
http://institutoproterra.org.br/wp-content/uploads/2020/08/aguasepaisagens_2ed.pdf
http://institutoproterra.org.br/wp-content/uploads/2020/08/aguasepaisagens_2ed.pdf
http://institutoproterra.org.br/wp-content/uploads/2020/08/aguasepaisagens_2ed.pdf
Percepção ambiental e sociedade (paisagem, sociedade e ambiente) 19
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante das discussões apresentadas, consideramos que a percepção 
ambiental é resultado das interações entre o ser humano e a natureza 
dentro das paisagens e que conforme elas vão mudando, as percepções 
também mudam.
Um exemplo bem claro são as alterações de sítios e chácaras que 
ficam no entorno das cidades que crescem com loteamentos, alterando 
completamente as paisagens que eram rurais para paisagem urbana. 
Essa alteração pode provocar desconexões das pessoas que tenham seus 
vínculos afetivos quebrados.
Em outra situação, uma paisagem totalmente degradada, como um rio 
bem poluído que passe pelo centro de uma cidade, uma vez recuperado, 
tendo seu esgoto tratado, com suas margens revitalizadas, pode promover 
e estimular o sentimento de pertencimento para aquele lugar, tornando 
um ambiente de interação e orgulho das pessoas daquela localidade.
Nessas duas situações, a percepção ambiental está presente nas 
pessoas, e pode trazer indicativos para o planejamento de ações e desen-
volvimento de projetos socioambientais visando à melhoria da qualidade 
de vida daquele local.
Cabe ao gestor público, ou aos profissionais envolvidos em projetos desse 
gênero, promover espaços de diálogos com a comunidade para a promoção 
da gestão participativa, incrementando ainda mais a percepção ambiental.
ATIVIDADES
Vídeo
Atividade 1
Essa atividade de percepção ambiental se chama mapa mental e envolverá 
as três seções deste capítulo. Para começar, é necessário escolher o tema 
principal no centro de uma folha grande. O tema pode ser, por exemplo, 
arborização urbana, saneamentobásico, paisagem rural, entre outros.
• Elaboração de ramos e representações da paisagem:
 Depois de definir o elemento principal, você puxa os elementos 
que se ligam diretamente a ele por meio de perguntas norteadoras 
(A cidade coleta esgoto? Onde? Como é feito o tratamento?) sobre 
o tema, e cria os ramos principais do seu mapa mental. Depois de 
criar um ramo principal, você liga outro ramo a ele, que se torna o 
subtópico do ramo principal e, com isso, você vai aprofundando cada 
vez mais a sua percepção. Nos ramos, é também sugerido que se 
faça desenhos e utilize diferentes cores para fazer as representações.
 Como apoio, é interessante que se tenha materiais diversos de dese-
nhos, como papéis de diferentes tamanhos e cores, e lápis de cor ou 
giz de cera, além de outros objetos que possam ser representativos 
da percepção ambiental dos participantes.
20 Sistema de gestão e planejamento ambiental
REFERÊNCIAS
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Engenharia de Produção) – Centro Tecnológico em Engenharia de Produção, Universidade 
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https://www.scielo.br/pdf/asoc/v11n1/09.pdf
https://www.scielo.br/pdf/asoc/v11n1/09.pdf
https://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/77323
https://repositorio.ufsc.br/xmlui/bitstream/handle/123456789/86432/195308.pdf?sequence=1&isAllowed=y
https://repositorio.ufsc.br/xmlui/bitstream/handle/123456789/86432/195308.pdf?sequence=1&isAllowed=y
Sistemas de gestão integrada: ambiental, qualidade, saúde e segurança 21
2
Sistemas de gestão integrada: 
ambiental, qualidade, 
saúde e segurança
Durante o processo de industrialização em todo o mundo, os recursos naturais 
foram explorados de modo desordenado, ocasionando efeitos negativos ao meio 
ambiente e ao ser humano. Historicamente, as pessoas são exploradas em seu 
ofício de trabalho, o que tem gerado reflexões sobre a relação da empresa com a 
força de trabalho, da política econômica praticada atualmente, e suas consequên-
cias negativas para a saúde e segurança do trabalhador e para o meio ambiente.
Dessa forma, novos modelos de gestão estão mudando de maneira significati-
va a relação produção e consumo por meio de sistemas integrados. Assim, neste 
capítulo, apresentamos uma abordagem da teoria de sistemas, os sistemas de 
gestão integrada e os benefícios para os modos produtivos e para o consumidor.
2.1 Uma abordagem de sistemas
Vídeo A noção de sistema sempre foi usada intuitivamente. Mesmo o “ser 
humano selvagem” depende da noção de sistema quando cria referen-
ciais de ordenamento para compor seus mitos ou para estabelecer a 
ocupação de seus espaços. O pensamento moderno e contemporâneo 
fez uso continuado desse conceito, como mostrou na medicina Claude 
Bernard (1813-1878), ao distinguir o “ambiente externo e interno” do 
corpo humano.
O avanço tecnológico, especialmente no pós-Segunda Guerra Mun-
dial, é notório e evidente em todas as áreas de conhecimento. Um dos 
resultados desse avanço é o aumento da complexidade dos processos 
produtivos e das relações de produção e consumo, formando uma ca-
deia sistêmica de autocontrole. Desde esse momento, o termo sistemas 
vem sendo mais conhecido e popularizado na sociedade moderna.
Compreender o conceito 
de sistemas e sua aplica-
bilidade em planejamento 
e gestão ambiental.
Objetivo de aprendizagem
22 Sistema de gestão e planejamento ambiental
As novas demandas e a necessidade de se buscar novos caminhos 
para realizar tarefas nas empresas fazem surgir novas profissões vol-
tadas ao “enfoque sistêmico”, com o objetivo de realizar a função es-
tabelecida com o máximo de eficiência e menores custos possíveis, 
melhorando, assim, os fluxos financeiros das empresas (SILVA; SAN-
TOS; KONRAD, 2016).
Um sistema pode ser representado por um complexo de elemen-
tos em interação, e pode ser definido de várias maneiras, como um 
sistema de equações diferenciais simultâneas. Para Bertalanffy (2010), 
podemos diferenciar complexos de acordo com o seu número, espécie, 
ou conforme suas relações nas organizações. Ocorremas caracterís-
ticas somativas e as características constitutivas, sendo as somativas, 
por exemplo, a representação da massa molecular e o calor, enquanto 
as constitutivas não são explicáveis com base nas características de al-
guma parte isolada, seguindo o pensamento de que o todo é mais do 
que a soma das partes.
Portanto, sistema é uma forma lógica de apreensão da realidade 
vivenciada em seu tempo e espaço. Quando se constrói sistemas, não 
se faz com o objetivo da busca de um “reflexo” do mundo real, mas sim 
a descrição ou destaque daqueles “traços” da realidade, cujo conjunto 
permite a percepção de uma condição de ordem e a proposição de 
uma forma operativa voltada para um dado objetivo.
Churchman (2015) é um importante autor que abordou de manei-
ra clara e objetiva a aplicabilidade e praticidade da teoria sistêmica na 
área da gestão e administração, organizando e descrevendo conside-
rações básicas, como o objetivo central do sistema, o seu ambiente, os 
recursos e os componentes dos sistemas e suas respectivas medidas 
de rendimento.
Dentre as definições sugeridas pelo autor, destacamos algumas que 
têm grande utilidade no auxílio da aplicação prática dessa teoria.
 • Sistemas: conjunto estruturado visando a um fim, no qual exis-
tem relações complexas e não triviais entre os elementos consti-
tutivos, de modo que o todo seja mais do que a soma das partes. 
Exemplo: sistema econômico.
 • Sistema operacional: conjunto de atividades estruturadas, vi-
sando a um objetivo estabelecido, especialmente à produção de 
Sistemas de gestão integrada: ambiental, qualidade, saúde e segurança 23
bens e serviços econômicos ou socialmente valiosos. Exemplos: 
empresa, hospital e escola.
 • Sistema administrativo: conjunto de recursos estruturados, 
constituídos de pessoas, equipamentos, materiais e procedimen-
tos, destinados à processar uma tarefa administrativa específica. 
Exemplos: rotina de seleção e controle de produção e materiais, 
controle de desempenho.
 • Sistema de informação: subsistema do sistema administrativo, 
destinado a processar o fluxo de informação. Exemplos: sistema 
contábil, sistema de controle de qualidade.
Churchman (2015) também destacou alguns elementos dos 
sistemas.
1. Diretrizes, objetivos, planos, projetos, metas.
2. Entrada (input), saída (output), processamento, meio externo, 
variáveis endógenas, interface, ambiente externo, variáveis 
exógenas.
3. Laços positivos (amplificadores) e laços negativos (estabilizadores).
4. Sensor, medidor, controle, correção, retroação, homeostase, 
regulador, servomecanismo, cibernética de segunda ordem.
5. Ruído, entropia, antissistema, redundância.
Todo sistema é composto de outros sistemas de ordem inferior, ou 
subsistemas, que, por sua vez, fazem parte de um sistema de ordem 
superior. Desse modo, há uma hierarquia entre os componentes do sis-
tema. A noção de hierarquia não está apenas relacionada aos níveis de 
subsistemas, ela é fundamentada na necessidade de um abarcamento 
mais amplo ou de um conjunto de subsistemas que componha um sis-
tema mais vasto, visando à coordenação das atividades e processos.
Além disso, os sistemas são também classificados conforme gêne-
ros. Podemos pressupor duas condições extremas: os sistemas na-
turais (relativos à natureza) e os sistemas sintéticos (relativos ao 
homem). Os sistemas, com relação à sua interação com o meio am-
biente, têm sido classificados como fechados ou abertos, embora na 
realidade nenhum deles se apresente sob essas formas extremas, ca-
bendo uma interface de fronteira e condições.
Uma distinção importante para a teoria da organização sistêmica é 
a classificação das organizações em sistemas fechados ou abertos.
24 Sistema de gestão e planejamento ambiental
2.1.1 Sistema fechado
Um sistema fechado é aquele que não realiza intercâmbio com o 
seu meio externo, tendendo necessariamente para um progressivo 
caos interno, desintegração e morte.
Nos sistemas produtivos arcaicos e antigos, a organização era con-
siderada suficientemente independente para que seus problemas 
fossem analisados em torno de estruturas, tarefas e relações internas 
formais, sem referência alguma ao ambiente externo, pois as atenções 
estavam concentradas apenas nas operações internas da organização, 
para isso, eram adotados enfoques racionalistas.
Os sistemas fechados, de acordo com o segundo princípio da ter-
modinâmica, devem alcançar um estado de equilíbrio em que o siste-
ma permanece constante no tempo e os processos param. O estado de 
equilíbrio eventualmente alcançado nos sistemas fechados é determi-
nado pelas condições iniciais, significando que a característica principal 
desse sistema é a tendência inerente à movimentação para um equilí-
brio estático e à entropia, isto é, de acordo com Churchman (2015), o 
grau de desordem do sistema.
Percebemos que uma empresa cujo objetivo é permanecer 
funcional, dificilmente se encaixará nesse tipo de sistema, especial-
mente pelas múltiplas e heterogêneas relações que ela deve ter para 
suportar as oscilações do mercado.
2.1.2 Sistema aberto
Todo sistema que troca matéria e energia com o seu meio externo é 
denominado aberto. Nos modelos de produção da atualidade, a empre-
sa é um sistema aberto, pois tem um sistema mantido em importação 
e exportação de produtos e suas relações, em construção e destrui-
ção de componentes materiais, com total troca de matéria com o meio 
(MALHADAS JR., 2010).
O mesmo autor discorre que, em um sistema aberto, são caracterís-
ticos quatro elementos básicos:
a) Objetivos: são partes ou elementos do conjunto. Dependen-
do da natureza do sistema, os objetivos podem ser físicos ou 
abstratos.
Sistemas de gestão integrada: ambiental, qualidade, saúde e segurança 25
b) Atributos: são qualidades ou propriedades do sistema e de 
seus objetos.
c) Relações de interdependência: um sistema deve ter relações 
internas com seus objetos. Essa é uma qualidade definidora cru-
cial dos sistemas. Uma relação entre objetos implica um efeito 
mútuo ou interdependência.
d) Meio ambiente: os sistemas não existem no vácuo; são afeta-
dos pelo seu meio circundante (MALHADAS JR., 2010, p. 9–10, 13).
Os sistemas abertos podem, uma vez pressupostas algumas condi-
ções, alcançar um estado constante de equilíbrio, de modo que os pro-
cessos e o sistema como um todo não cheguem a um repouso estático. 
Ou seja: se em um sistema aberto é alcançado em um estado constante 
independentemente do tempo, esse estado é independente das condi-
ções iniciais e depende apenas das condições atuais do sistema.
2.1.3 Integração conceitual e gestão
A teoria geral dos sistemas tem como função integrar as ciências. 
Essa integração não tem como objetivo reduzir tudo ao nível da física, 
mas elaborar leis que sirvam para todas as áreas.
A concepção humana de desenvolvimento está muito ligada ao apri-
moramento de novas tecnologias e inventos, que, inclusive, levaram à 
grandes catástrofes da atualidade, por exemplo, desastres ambientais 
inimagináveis, como o caso do rompimento das barragens de Mariana 
em Minas Gerais, no ano de 2015, ou mesmo as mudanças climáticas 
que têm alterado de maneira significativa os ambientes em diversas 
regiões do mundo.
Se tratarmos o mundo como uma grande organização, daremos 
mais importância aos seres vivos, pois eles são fundamentais para o 
equilíbrio dos ecossistemas, que, por sua vez, são fundamentais para 
fornecerem recursos naturais para a manutenção dos padrões de de-
senvolvimento e de consumo da atualidade.
Nesse cenário, um instrumento que pode ser útil para o direciona-
mento e solução de diversos tipos de problemas de insustentabilidades 
socioambientais, econômicas, históricas ou culturais é a implementa-
ção dos denominados sistemas de gestão.
Segundo Viterbo Júnior (1998, p. 15):
26 Sistema de gestão e planejamento ambiental
os objetivos básicos do sistema de gestão são o de aumentar 
constantemente o valor percebido pelo cliente nos produtos ou 
serviços oferecidos,o sucesso no segmento de mercado ocupa-
do (através da melhoria contínua dos resultados operacionais), a 
satisfação dos funcionários com a organização e da própria so-
ciedade com a contribuição social da empresa e o respeito ao 
meio ambiente.
O sistema de gestão, quando bem organizado e implantado, pode 
gerar, por exemplo, o controle sobre a utilização de matérias-primas e 
insumos advindos da natureza, bem como a definição de objetivos e 
metas, o que implica, muitas vezes, na otimização de processos produ-
tivos e podem trazer redução do desperdício e da geração de resíduos 
sólidos, efluentes líquidos e emissões atmosféricas, além de gerar um 
ambiente de trabalho favorável ao trabalhador, seja em sua segurança, 
seja em sua satisfação. Além disso, é claro, do maior respeito com os 
consumidores e/ou moradores situados nas áreas de influência direta 
dos processos produtivos.
2.2 Sistemas de gestão integrada
Vídeo As mudanças sociais, políticas, econômicas e ambientais são evi-
dentes na atualidade. A propagação da internacionalização de merca-
dos, a chamada globalização, tem sido um dos impulsionadores desse 
processo. Os países têm criado mecanismos de defesa de seus inte-
resses econômicos, e em conjunto com o setor empresarial, seja com 
confederações, sindicatos, associações, entre outros, o fortalecimento 
de sua economia, levando em consideração, portanto, essas mudanças 
na sociedade (MORAES; DO VALE; ARAÚJO, 2013).
A partir do início da década de 1980, começou a ficar evidente que 
as crescentes exigências do mercado, os aspectos custo e qualidade, 
aliados à maior consciência ecológica, geraram um novo conceito de 
qualidade, holística e orientada, também, para a qualidade de vida.
O “meio ambiente” adquire, nesse contexto, uma nova dimensão: 
passa de uma conotação essencialmente local para uma concepção 
global, é reconhecido como bem econômico e sujeito a mecanismos 
de mercado, e é incorporado nas estratégias individuais e coletivas dos 
diferentes agentes sociais.
O físico Fritjof Capra, em 
1982, escreveu o clássico 
livro Ponto de Mutação, 
em que analisa as crises 
científicas e econômicas 
percebidas pela perspecti-
va da teoria dos sistemas. 
Indicamos que assista ao 
longa-metragem, em que 
sua obra é adaptada.
Disponível em: https://www.
youtube.com/watch?v=Q-c5_
xnRsTI. Acesso em: 22 out. 2021.
Vídeo
Reconhecer os procedi-
mentos de gestão integra-
da e os múltiplos aspectos 
sociais, econômicos e 
ambientais integrados aos 
conceitos de sistemas.
Objetivo de aprendizagem
https://www.youtube.com/watch?v=Q-c5_xnRsTI
https://www.youtube.com/watch?v=Q-c5_xnRsTI
https://www.youtube.com/watch?v=Q-c5_xnRsTI
Sistemas de gestão integrada: ambiental, qualidade, saúde e segurança 27
Somado a isso, os direitos trabalhistas e sociais também fizeram 
parte das exigências dos modos de produção pressionados por merca-
dos consumidores, especialmente o europeu que, por meio das transa-
ções de mercado e comércio, começam a impor medidas de respeito às 
formas de produção, sejam elas ao meio ambiente ou ao trabalhador.
Dessa forma, o sistema de gestão integrado (SGI), que busca corre-
lacionar inúmeras práticas de qualidade, segurança e saúde ocupacio-
nal, meio ambiente, responsabilidade social, segurança de alimentos, 
entre outros, conforme especificidades de cada corporação, quando 
adotado e implantado nos sistemas de gestão das empresas, tem como 
características a busca da melhoria contínua de seus processos, produ-
tos e serviços, melhorando, assim, a qualidade dos seus produtos, seus 
mercados de negócios e sua imagem perante os consumidores.
Em uma empresa de consultoria em sustentabilidade empresarial, en-
tre as ações de um sistema de gestão ambiental estão a busca contínua 
pela excelência em qualidade em todos os seus serviços e a satisfação 
dos clientes, a capacitação profissional, o incentivo ao comportamento 
ético e responsável, o atendimento às legislações aplicáveis e a preser-
vação do meio ambiente e da integridade física de seus colaboradores.
Uma das empresas mais complexas em sistemas de gestão atual-
mente no Brasil, pela sua característica de produção, é a Petrobras, que 
mantém relações comerciais internacionais de grande fluxo econômico 
com inúmeros países de todos os continentes. O Relatório de Susten-
tabilidade 2020 (PETROBRAS, 2020) aborda que o sistema de gestão 
integrado é um conjunto de práticas inter-relacionadas que atendem 
aos requisitos das seguintes normas vigentes no Brasil:
NBR ISO 9001:2008
Sistema de gestão da qualidade
Objetivo: sistema de gestão com abordagem por processos para atendimento a requisitos dos clientes.
NBR ISO 14001:2004
Sistema de gestão ambiental
(Continua)
Objetivo: sistema de gestão ambiental que leva em conta requisitos legais, requisitos próprios, 
aspectos e impactos ambientais significativos, permitindo controlar os riscos de acidentes ambientais.
28 Sistema de gestão e planejamento ambiental
OHSAS 18001:2007
Sistema de gestão de segurança 
e saúde ocupacional
Objetivo: sistema de gestão de segurança e saúde ocupacional que leva em conta requisitos legais, 
requisitos próprios, perigos e danos, permitindo controlar os riscos de acidentes e doenças ocupacionais.
O cumprimento de tais normas dá o direito da aquisição da certifi-
cação do SGI e demonstra o comprometimento da empresa, seja ela 
na industrialização, comercialização, distribuição de produtos e presta-
ção de serviços com qualidade, respeitando o meio ambiente e zelando 
pela saúde e segurança da sua força de trabalho e parceiros.
O início do processo da implantação de um SGI, seja para empre-
sas do setor público ou privado, ocorre nas tomadas de decisões de 
seus dirigentes por meio do comprometimento e do entendimento 
de que esse processo trará benefícios a curto, médio e longo pra-
zo. Para isso, será necessário ocorrer um aporte financeiro, que não 
deve ser entendido como custos, mas como investimento, e que será 
compensado ao longo do tempo com o aprimoramento dos proces-
sos produtivos, por meio de uma metodologia de melhoria contínua.
Ao optar pela adoção desse conjunto de normas citadas, a empresa 
irá estabelecer uma política de gestão diferenciada que, dependendo 
do mercado com quem faz negócio, poderá fazer toda a diferença 
para fechar novos contratos ou mesmo manter os já existentes. Essa 
política de SGI deverá englobar a busca pela melhoria contínua e o 
respeito pelo meio ambiente e por seus colaboradores, bem como 
outros aspectos relacionados ao negócio.
Uma característica marcante dos SGI é almejar a melhoria 
contínua dos processos produtivos e estabelecer indicadores de 
avaliação para a qualidade, para o meio ambiente, para a saúde 
e segurança do trabalhador. Esses indicadores medirão o desem-
penho de cada atividade e são personalizados para cada negócio e 
tipo de atividade produtiva.
Os indicadores devem abranger a totalidade de possíveis situa-
ções que possam gerar impactos negativos pelos processos produti-
vos. No Quadro 1, apresentamos alguns exemplos de indicadores de 
monitoramento da qualidade.
Sistemas de gestão integrada: ambiental, qualidade, saúde e segurança 29
Quadro 1
Exemplos de indicadores de monitoramento da qualidade
Fator analítico Indicadores
Qualidade
 • Número de produtos com defeitos.
 • Insatisfação do consumidor.
 • Horas de produção paralisadas.
 • Controles de estoques.
Meio ambiente
 • Consumo de água nos processos de produção.
 • Quantidade de resíduos gerados por quantidade produzida.
• Emissão de poluentes por falta de manutenção de mecanis-
mos de controle.
Saúde e segurança 
operacional
 • Número de acidentes de trabalho.
 • Número de dias sem ocorrência de acidentes.
 • Número de horas de treinamento.
 • Uso adequados de equipamentos de proteção individual.
Fonte: Elaborado pelo autor.
Um dos benefícios da implantação de um sistema de gestão 
integrada para uma empresa que adota esta metodologia é a melho-
raria de seus processos internosde maneira competitiva, garantindo o 
atendimento de padrões internacionais.
Uma vez com a adoção do SGI, a organização pode atender 
a todas as exigências das regras certificadoras de uma só vez e 
obter um único sistema de gestão documentado por organismos 
certificadores.
Os organismos certificadores fazem auditorias periódicas após a 
certificação inicial, a fim da fiscalização do cumprimento das regras 
visando à manutenção dos certificados, por meio de renovações que 
são feitas por períodos que variam para cada setor produtivo.
As auditorias podem ser internas ou externas, abrangem as três 
esferas do SGI: qualidade, meio ambiente e saúde e segurança no 
trabalho, e reduzem os custos das auditorias individuais que seriam 
feitas de modo individualizado, caso a empresa optasse por um sis-
tema de certificação que não seja integrado, significando, assim, me-
nos interrupções nos negócios com maior racionalidade. Portanto, 
os benefícios do sistema de gestão integrada podem ser listados 
no Quadro 2 e que abrangem as múltiplas dimensões dos sistemas 
produtivos.
O vídeo 5 dicas para 
implantação de um sistema 
de gestão integrado (SGI), 
do canal Diário do TST, 
é muito claro sobre as 
características gerais 
do Sistema de Gestão 
Integrada. O vídeo aborda 
as vantagens do SGI 
para as empresas com 
agilidade em processos e 
economicidade.
Disponível em: https://
www.youtube.com/
watch?v=nx5Z1thx1aI. Acesso em: 
22 out. 2021.
Vídeo
30 Sistema de gestão e planejamento ambiental
Quadro 2
Exemplos de benefícios do sistema de gestão integrada
Dimensão Benefícios
Produtividade
Melhoria de qualidade e aumento da produtividade em produtos e serviços.
Economia de tempo e custos por meio da otimização dos processos de trabalho.
Comunicação
Transparência dos processos internos e redução da burocracia por meio da gestão 
documental.
Fortalecimento da imagem da empresa e aumento na participação no mercado.
Melhoria do relacionamento com todas as partes interessadas (clientes, colaborado-
res, fornecedores, sociedade, meio ambiente e acionistas).
Econômicos
Satisfação dos critérios dos investidores estratégicos e melhoria do acesso ao capital.
Possibilita a redução dos custos de seguros.
Gestão ambiental
Oportunidades para conservação de recursos ambientais e energia.
Permite a consideração de custos ambientais e de segurança em paralelo com os 
custos da qualidade.
Prevenção de reclamações, redução dos riscos e impactos ambientais, além dos riscos 
de acidentes com os colaboradores por meio da adoção e priorização de práticas de 
prevenção.
Demonstrar, para reguladores e governo, um comprometimento em obter conformi-
dade legal e regulatória.
Fonte: Elaborado pelo autor.
Como é possível observar pelas inúmeras áreas de conhecimento 
mencionadas nesta sessão, a gestão integrada deve ser conduzida de 
modo interdisciplinar, dialogando com vários profissionais de diferen-
tes áreas. Assim, os processos terão melhoria contínua, trazendo bons 
resultados nos indicadores de sustentabilidade, além de melhorias 
ambientais, sociais e econômicas.
2.3 Benefícios e avanços para 
produtores e consumidores Vídeo
Para Antunes (2013), o sistema de gestão integrada, quando adota-
do, traz benefícios significativos nos processos produtivos com relação 
aos próprios produtores e os seus consumidores.
No quadro a seguir, relacionamos alguns benefícios na relação pro-
dução e consumo.Conhecer os benefícios da 
gestão integrada, tendo 
como base os conceitos 
de sistemas para produto-
res e consumidores.
Objetivo de aprendizagem
Sistemas de gestão integrada: ambiental, qualidade, saúde e segurança 31
Quadro 3
Alguns benefícios na relação produção e consumo
Cadeia produtiva Benefícios
Produção
Melhoria da imagem da organização no âmbito nacional e internacional.
Redução dos recursos internos e infraestrutura necessária para a manutenção e melhoria con-
tínua dos sistemas de gestão.
Melhoria do treinamento, conscientização e competência da força de trabalho.
Redução da complexidade do sistema de gestão.
Aumento da confiabilidade e disponibilidade dos processos, atividades, produtos e serviços.
Melhoria do desempenho organizacional competitivo.
Redução de custos e investimentos de implantação, certificação, manutenção e auditoria dos 
sistemas de gestão.
Formação de uma equipe integrada na empresa, valorizando desde os cargos de alta cúpula da 
diretoria até servidores e prestadores de serviços.
Melhoria da satisfação dos trabalhadores da empresa.
Redução nos custos com treinamento. 
Eliminação da manutenção dos múltiplos sistemas.
Redução do retrabalho e inconsistências.
Maior controle sobre a operação da empresa.
Eliminação de interfaces entre sistemas isolados.
Melhoria da qualidade da informação.
Otimização global dos processos da empresa.
Padronização de informações e conceitos.
Eliminação de discrepâncias entre informações de diferentes departamentos.
Consumidor
Melhoria da satisfação e da confiança das partes interessadas (acionistas, clientes, força de 
trabalho; fornecedores, comunidade, das ONG e governo).
Melhoria das comunidades viventes nas áreas de influência direta da atividade produtiva.
Transparência das práticas produtivas.
Melhoria do produto em si.
Garantia de qualidade ambiental nas fontes de matérias-primas.
Justiça socioambiental.
Fonte: Elaborado pelo autor.
Os benefícios gerados pelo sistema de gestão integrada vão além de 
práticas e lógicas mercadológicas. Uma vez implantados, eles podem 
despertar a cidadania libertária de crianças, jovens e adultos. A noção 
32 Sistema de gestão e planejamento ambiental
de direitos e deveres proporcionados pelas práticas do SGI transcen-
dem meros interesses individuais ou empresariais e traduzem uma 
nova visão de mundo, que reflete a responsabilidade de cada pessoa 
na construção de valores coletivos plenos, plurais e democráticos que 
assegurem o bem-estar humano e o respeito a todas as formas de vida 
em suas mais variadas manifestações.
Nesse contexto, aflora o tema consumo sustentável, que incor-
pora nas cadeias produtivas a consciência crítica do impasse em que 
nos encontramos, no que tange à crise ambiental mundial, seja pela 
escassez de água, redução da biodiversidade, mudanças climáticas 
ou mesmo escassez de alimentos. Promovemos a reflexão da neces-
sidade de alterarmos os padrões de consumo afim de sua manuten-
ção, conservando os recursos, para garantir o direito das pessoas a 
uma vida saudável.
Segundo o Ministério do Meio Ambiente (BRASIL, 2005), o consumo 
sustentável não está limitado a mudanças comportamentais de con-
sumidores individuais ou a mudanças nos processos produtivos e de 
serviços para atender esses consumidores, que têm como característi-
ca ser mais críticos. No entanto, não se deixa de enfatizar o papel dos 
consumidores, porém priorizando suas ações, individuais ou coletivas, 
enquanto práticas políticas de cidadania e somado a isso, o conceito de 
que “consumir é um ato político”, capaz de gerar mudanças de interes-
se da coletividade.
Os sistemas de gestão integrada devem atender às legislações apli-
cadas para cada setor produtivo e estas podem ser aprimoradas por 
sugestões dos consumidores, gerando um ciclo sistêmico aberto, em 
que as práticas produtivas são constantemente aprimoradas pelos pa-
drões de consumo.
Exemplos dessa prática estão acontecendo por todo o mundo e no 
Brasil podemos destacar as regras legais da Anvisa (Agência Nacional 
de Vigilância Sanitária), aplicáveis em inúmeros processos produtivos, 
que são frequentemente revisadas. Citamos também a melhoria dos 
processos de produção agrícola que, pela agroecologia, tem aprimora-
do de maneira significativa a qualidade dos alimentos associados a in-
clusão social, geração de trabalho e renda e conservação da natureza. 
Isso tem sido fomentado por um tipo de consumidor crítico e preocu-
pado com a coletividade que cresce ano a ano.
Sistemas de gestão integrada: ambiental, qualidade,saúde e segurança 33
Portanto, um sistema de gestão em determinado processo, correta-
mente certificado, pode induzir à:
 • adoção de tecnologias cada vez mais limpas e à melhoria do pro-
duto final;
 • responsabilidade civil da organização por danos causados ao 
meio ambiente e defeitos nos produtos, que também passa a ser 
mais conhecida;
 • detecção, no caso de algum problema, que se torna mais fácil, e à 
rastreabilidade no processo, que permite que este seja corrigido 
com mais rapidez e agilidade.
Um certificado de gestão sempre será um elemento muito im-
portante na defesa da organização em caso de disputa judicial, fun-
cionando como atenuador, já que a organização pode demonstrar 
preocupação de práticas com a prevenção e consequentemente com 
o meio ambiente.
Dessa forma, após o diagnóstico para as principais necessidades da 
empresa, o sistema de gestão integrada irá organizar a implantação de 
métodos específicos para cada área da empresa, para promover mu-
danças, como cortes que precisam ser feitos, métricas e indicadores 
que precisam mudar, como o trabalho precisa ser reorganizado, entre 
outras necessidades. Assim, o sistema começará a dar resultados para 
o crescimento desejado da empresa.
Mesmo que o sistema de gestão integrada seja implantado com efe-
tividade, é necessário que todos da empresa participem dos processos 
de gestão. Isso eleva a autoestima dos funcionários, que terão clareza 
sobre sua importância na empresa, melhorando seus rendimentos e, 
como consequência, a produtividade.
Nesse sentido, quando um sistema de gestão integrada entra em 
operação, há mais informação com protocolos padronizados e, dessa 
forma, um setor trabalha em prol do outro. Portanto, há um melhor 
processo de participação nas decisões dentro da empresa. Como re-
sultado, ocorre maior controle da qualidade do trabalho, os funcio-
nários têm mais tempo para desenvolverem outras atividades e mais 
agilidade para que a empresa possa crescer e se tornar resiliente nos 
mercados competitivos.
No artigo 10 benefícios 
de utilizar um Sistema 
Integrado de Gestão em 
sua franquia, o autor 
Carlos Griebler aborda 
dez vantagens do Sistema 
de Gestão Integrado. 
Ressalta a relevância do 
sistema de gestão para 
facilitar o monitoramento 
da qualidade de serviços 
e produtos e ampliação 
da rede de negócios.
Disponível em: https://
centraldofranqueado.com.br/blog/
sistema-integrado-de-gestao-
franquias/. Acesso em: 25 out. 2021.
Saiba mais
34 Sistema de gestão e planejamento ambiental
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Para todo e qualquer tipo de trabalho na área de gestão, o entendi-
mento e a aplicação do conceito de sistema são fundamentais para atingir 
os objetivos e as metas com precisão e exatidão.
Sabendo que a gestão ambiental é interdisciplinar, a integração das 
diversas áreas de conhecimento alocados em um sistema trará mais efe-
tividade nas tomadas de decisões tanto do cotidiano quanto estratégicas 
de médio e longo prazo.
Dessa forma, o planejamento e a gestão ambiental terão resultados 
positivos na melhoria da qualidade de vida das pessoas, dos meios na-
turais e dos fluxos econômicos, seguindo, de fato, para a tão almejada 
sustentabilidade.
ATIVIDADES
Vídeo
Atividade 1
Escolha um tipo de sistema (sistemas, sistema operacional, sistema 
administrativo e sistema de informação) e faça um organograma 
de algum meio a sua escolha (gestão domiciliar (de sua casa), de 
sua escola, trabalho e outros lugares) na aplicação da teoria de 
sistemas. Correlacione as entradas e saídas de fluxos presentes no 
sistema escolhido.
Vídeo
Atividade 2
Identifique em sua cidade, ou região, uma ou duas empresas que 
possuem o sistema de gestão integrada (SGI) e faça uma análise 
contrastando com outra(s) que não possui(em) o SGI. Por meio de um 
quadro, correlacione os principais aspectos de um SGI, como licenças 
ambientais, relação com a comunidade, projetos desenvolvidos pela 
empresa etc. Faça uma coluna de avaliação com livre escolha na 
forma de pontuar (bom-ruim, escala numérica de 0-10, entre outras).
Vídeo
Atividade 3
Identifique em sua cidade, ou região, uma ou duas empresas que 
possuem o sistema de gestão integrada (SGI) e faça uma análise 
contrastando com outra(s) que não possui(em) o SGI. Faça uma cor-
relação quanto aos benefícios, tanto para a parte produtiva quanto 
para os consumidores, em ter um sistema de gestão integrada. Essa 
correlação pode ser feita por meio de tabelas, gráficos ou de maneira 
descritiva.
Sistemas de gestão integrada: ambiental, qualidade, saúde e segurança 35
REFERÊNCIAS
ANTUNES, M. A. Quais as vantagens de um sistema de gestão integrada? Goiânia: SGC, 
2013. Disponível em: http://www.sgc.goias.gov.br/upload/arquivos/2016-02/quais-as-
vantagens-de-um-sistema-de-gestao-integrada.pdf. Acesso em: 6 dez. 2021.
CHURCHMAN, C. W. Introdução à teoria de sistemas. 2. ed. Rio de Janeiro: Vozes, 2015.
MALHADAS JR., M. J. O. Conflitos organizacionais à luz da teoria geral dos sistemas. V!RUS 
– Revista do Nomads.usp, n. 3, 2010. Disponível em: http://www.nomads.usp.br/virus/
virus03/PDF/submitted/6_pt.pdf. Acesso em: 6 dez. 2021.
BERTALANFFY, L. V. Teoria geral dos sistemas: fundamentos, desenvolvimento e aplicações. 
5. ed. Petrópolis: RJ: Vozes, 2010. 
BRASIL. Consumo sustentável: manual de educação. Brasilia: MMA/MEC/Idec, 2005. 
Disponível em: http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/publicacao8.pdf. Acesso em: 6 
dez. 2021.
MORAES, C. S. B.; DO VALE, N. P.; ARAÚJO, J. A. Sistema de gestão integrado (SGI) e os 
benefícios para o setor siderúrgico. RMS – Revista Metropolitana de Sustentabilidade, v. 3, 
n. 3, p. 29-48, dez. 2013. Disponível em: https://revistaseletronicas.fmu.br/index.php/rms/
article/view/214/pdf_1. Acesso em: 6 dez. 2021.
PETROBRAS. Relatório de Sustentabilidade, 2020. Disponível em: https://sustentabilidade.
petrobras.com.br/. Acesso em: 6 dez. 2021.
SILVA, A. P.; SANTOS, J. C.; KONRAD, M. R. Teoria geral dos sistemas: diferencial 
organizacional que viabiliza o pleno entendimento da empresa. REGS – Revista Educação, 
Gestão e Sociedade, n. 22, 2016. Disponível em: http://uniesp.edu.br/sites/_biblioteca/
revistas/20170509162834.pdf. Acesso em: 6 dez. 2021
VITERBO JR., Ê. Sistema integrado de gestão ambiental. 2. ed. São Paulo: Aquariana, 1998.
36 Sistema de gestão e planejamento ambiental
3
Gestão ambiental pelas 
normas da série ISO 14000, 
certificação e auditoria
As políticas econômicas do pós-Segunda Guerra Mundial trouxeram 
para as empresas uma visão e prática estritamente econômicas. Como 
consequência dessa maneira de visualizar os mercados e de produzir, 
foram gerados grandes impactos ambientais, tornando os recursos natu-
rais escassos, inclusive muitas fontes de matérias-primas para a própria 
indústria.
Esses modos de produção têm causado discussões e geraram refle-
xões e mudanças na sociedade com o surgimento de novos conceitos 
com relação à segurança no trabalho, proteção e defesa do consumidor, 
qualidade dos produtos e agravamento da degradação ambiental. Para 
abordar essa temática, neste capítulo discorreremos sobre o sistema de 
gestão ambiental (SGA) nas empresas, a série ISO 14000 e as característi-
cas dos processos de certificação e auditoria.
3.1 Sistema de gestão ambiental 
Vídeo O meio ambiente é um bem de interesse difuso e da coletividade, 
pois os recursos naturais como água, solo e biodiversidade são vitais 
para a sobrevivência de todas as formas de vida. Sendo assim, a dis-
cussão sobre como devem ser geridos os aspectos ambientais é fun-
damental na atualidade com uma demanda prioritária da integração 
entre o ambiente, economia e sociedade.
A gestão ambiental tem uma ligação direta com o termo ökologie 
(ecologia), que provém do antigo vocábulo grego oikos, que significa 
casa, lugar onde se habita. Os termos oikopoióse e oikonomos expressa-
vam a ação de fazer habitável a casa ou a gestão da casa.
O oikos na época da cultura clássica era a unidade básica de pro-
dução e satisfaçãodas necessidades vitais do cotidiano, e o oikonomos 
Compreender a impor-
tância e a relevância do 
sistema de gestão am-
biental como ferramenta 
executiva, tanto para o 
poder público como para 
o privado, de tomada de 
decisões para o desenvol-
vimento sustentável.
Objetivo de aprendizagem
Gestão ambiental pelas normas da série ISO 14000, certificação e auditoria 37
(economia) estava vinculado às regras de gestão dos bens ou rendi-
mentos domésticos. Nas sociedades modernas, fazer gestão é definido 
como a ação de dirigir, regular, governar, administrar.
Nesse contexto, gestão ambiental pode ser entendida como a ação 
de gerir o ambiente, sendo ele compreendido pelos recursos naturais 
e pelas relações sociais. Essas relações podem se originar no trabalho 
ou em casa, ou ainda, serem ampliadas no âmbito dos bairros, cidades 
e regiões. Podem, ainda, envolver diferentes países, continentes, ocea-
nos ou o planeta como um todo. Como exemplo de uma gestão global, 
é possível citar a Organização das Nações Unidas (ONU), que realiza 
diversas conferências de gestão ambiental, abordando as mudanças 
climáticas, biodiversidade, recursos genéticos, entre outros tópicos.
Um passo importante que a sociedade global deu no sentido da inte-
gração das questões econômicas, ambientais e sociais foi o documento 
produzido pela ONU, em 1987, chamado Nosso Futuro Comum ou Relató-
rio de Brundtland. Esse documento foi o alerta sobre os recursos naturais 
serem limitados e, portanto, termos que buscar meios de proporcionar 
o bem-estar das gerações futuras, mas sem ignorar as necessidades da 
geração atual que já sofre devido às disparidades sociais. Esse documen-
to trouxe, pela primeira vez, o conceito de desenvolvimento sustentável, 
que tem como objetivo integrar e compatibilizar o desenvolvimento eco-
nômico e social e a qualidade ambiental (CAVALCANTI, 2012).
Depois da divulgação do Relatório de Brundtland, amplamente 
debatido na Conferência Internacional para o Desenvolvimento e Meio 
Ambiente, realizada no Rio de Janeiro em 1992, a chamada Rio 92, os 
sistemas de gestão ambiental, como as normas da série ISO 14000, 
Certificação FSC, Global Reporting Initiative (GRI), Índice de Sustenta-
bilidade Empresarial (ISE), Análise dos Indicadores Ethos e o Carbon 
Disclosure Project (CDP) começaram a ser desenvolvidos e têm cres-
cido consideravelmente como uma opção de gestão das organizações 
produtivas para equilibrarem suas necessidades de recursos naturais, 
padronizando seus processos produtivos, visando a reduzir custos de 
produção e melhor imagem perante os seus consumidores.
O processo de implantação de um SGA em indústrias gera mudan-
ças significativas na cultura e estrutura dessas empresas, transfor-
mando os modos operantes e a mentalidade dos seus trabalhadores, 
gestores e consultores.
38 Sistema de gestão e planejamento ambiental
Diante de um cenário competitivo e com consumidores mais críti-
cos e exigentes com relação à qualidade dos produtos, desde a fase 
inicial de sua cadeia produtiva até o consumo final, as empresas têm a 
necessidade de reduzir os custos e adequar os produtos e processos 
de produção às necessidades do mercado, respeitando as questões 
ambientais. Como exemplo, as empresas devem priorizar o manejo 
sustentável de recursos naturais, que são fontes de matérias-primas, e 
também ter cuidados com a emissão de resíduos, sejam eles líquidos, 
sólidos ou gasosos.
Dessa forma, o consumo responsável se tornou um ato político que 
tem pressionado as empresas a modernizarem seus sistemas de ges-
tão para que proporcionem maior qualidade de produtos, viabilizem e 
suportem inovações tecnológicas, contribuam com o desenvolvimento 
sustentável, garantam o aumento da competitividade e, consequente-
mente, da sua própria lucratividade.
Na busca de atender o consumo mais criterioso e para o cumpri-
mento de legislações específicas sobre meio ambiente, os sistemas de 
gestão ambiental têm sido uma das alternativas amplamente implanta-
das nas empresas para alcançar esses objetivos.
Em função dessa pressão para administrar melhor a questão am-
biental, as empresas que implantam um SGA têm que mudar sua 
cultura com a formalização e padronização de novos procedimentos 
operacionais, além do incentivo ao monitoramento e à melhoria contí-
nua, possibilitando a redução da emissão de resíduos e o menor con-
sumo de recursos naturais.
Vale ressaltar que a melhoria contínua é uma estratégia de gestão 
aplicada com a utilização de métodos sistemáticos a serem incorpora-
dos por equipes multifuncionais e interdisciplinares de todos os seto-
res da empresa. Permite uma avaliação rigorosa e criteriosa sobre os 
problemas crônicos que afetam os resultados, observando suas causas 
de origem e permitindo o desenvolvimento de planos de ação para a 
solução e adequação dos problemas.
Jager et al. (2004 apud GONZALEZ; MARTINS, 2011) sugerem um mo-
delo para a prática da melhoria contínua que busca integrar o enten-
dimento, as competências, as habilidades e o comprometimento das 
pessoas no sistema de produção da empresa. Uma vez que o mercado 
está ficando mais competitivo, fazer inovações para o atendimento de 
Gestão ambiental pelas normas da série ISO 14000, certificação e auditoria 39
novas tecnologias se faz importante para a sobrevivência de uma em-
presa, principalmente para atender os limites dos recursos naturais e 
necessidades humanas.
No quadro a seguir, apresentamos os quatro indicadores de melhora 
continua nas empresas que fazer parte de um sistema de gestão ambiental.
Quadro 1
Modelo para a prática da melhoria contínua nas empresas
Melhoria da organização
Entendimento Competências Habilidades Comprometimento
Buscar Qual método Potencialidades Pró atividade
O que melhorar? Como melhorar?
Requisitos para 
melhorar?
Prontidão para melhorar?
Fonte: Elaborado pelo autor.
Os sistemas de gestão ambiental podem ser sintetizados como uma 
possibilidade de desenvolver, implementar, organizar, coordenar e mo-
nitorar as atividades organizacionais relacionadas ao meio ambiente, 
visando ao cumprimento de instrumentos legais, como leis, decretos, 
portarias e normas emitidas pelos órgãos federais, estaduais e munici-
pais (SÁNCHEZ, 2013).
A incorporação dessa cultura de gestão de empresas busca, além de 
contribuir com a responsabilidade social e com o cumprimento da legisla-
ção, identificar oportunidades de redução do uso de materiais e energia, 
melhor destino de resíduos e melhorar a eficiência dos processos, redu-
zindo as pressões na demanda dos recursos naturais. Em alguns casos, 
como indústrias que usam água para arrefecer seus processos produtivos, 
situadas em polos industriais que têm como características os recursos hí-
dricos bem degradados, como Cubatão em São Paulo e Vale dos Sinos no 
Rio Grande do Sul, o tratamento de efluentes na própria indústria tem um 
resultado satisfatório na melhora da qualidade do resíduo líquido, que em 
muitas vezes tem condições bioquímicas melhores do que o captado no 
curso de água antes da entrada no processo.
Um SGA tem como objetivo fornecer às empresas instrumentos 
administrativos que permitem reduzir os danos ao meio ambiente, mas 
de modo que seus benefícios econômicos excedam aos custos de sua 
implantação. O SGA deverá ser fundamentado em uma política ambiental 
documentada e conter os planos executivos apresentados no quadro a seguir.
Para saber mais sobre o 
polo industrial de Cuba-
tão, em São Paulo, acesse 
o site do Centro de Inte-
gração e Desenvolvimento 
(Cide). O polo promove 
ações comprometidas 
com o desenvolvimento 
sustentável da cidade.
Disponível em: http://polocide.com.
br/. Acesso em: 7 dez. 2021.
Site
http://polocide.com.br/
http://polocide.com.br/
40 Sistema de gestão e planejamento ambiental
Quadro 2
Planos executivos de um sistema de gestão ambiental
Indicador Ação
Atendimento 
à legislação 
e processos 
administrativos
Objetivos, métodos e um cronograma para atender aos requisitos

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