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Introdução ao Melhoramento Animal O melhoramento animal é o conjunto de processos seletivos que visam aumentar a frequência dos genes desejáveis, a obtenção de indivíduos com características desejadas, adaptadas às condições do meio e que sejam capazes de transmitir os genes benéficos à descendência. ● Objetivos Gerais: Proporcionar conhecimento científico na compreensão dos mecanismos de herança genética dos animais domésticos e sua aplicabilidade na exploração zootécnica ● Objetivos específicos: possibilitar ao profissional a análise e interpretação de resultados obtidos por diferentes metodologias de avaliação e seleção de animais domésticos. Dicionário do melhoramento: Lócus gênico: lugar pré definido onde se encontram os genes no cromossomo. Alelos: formas alternativas de um gene. Ocupam o mesmo locus em cromossomos homólogos e determinam o mesmo caráter. Características: qualquer caráter observável ou mensurável de um indivíduo (Observável - cor da pele, por exemplo) (Mensurável - precisa ser medido, calculado… ex: peso à desmama). Fenótipo: é o nível de desempenho do indivíduo na característica. Genótipo: conjunto de genes que determinam uma característica. Meio ambiente: fatores externos no desempenho animal. Interação Genótipo X Ambiente: é a variação entre genótipos em respostas a diferentes condições ambientais. Genética quantitativa: estuda as características quantitativas. Essas características são controladas por vários genes e são muito influenciadas pelo ambiente. A herança é feita com base na contagem e proporções definidas pelos resultados observados nas descendências dos cruzamentos. Métodos de seleção: Seleção fenotípica (selecionado para a característica desejada, com base no seu valor fenotípico para esta característica) / Seleção de vários caracteres / Seleção pela performance (desempenho). Com o aumento da população, o aumento da demanda por proteínas animal e da população vivendo em miséria, houve a necessidade da criação de tecnologias que permitissem o aumento da produtividade, diminuição da pressão sobre os ecossistemas e a redução dos custos. É o chamado Melhoramento das Espécies. Melhoramento Zootécnico: é o aperfeiçoamento dos animais criados pelo homem, a fim de obter melhor produção (melhor qualidade, maior quantidade, menor custo e menos tempo). É o melhoramento ambiental + melhoramento genético. Interação genótipo/ambiente Fenótipo = Genótipo + Ambiente(condições de desenvolvimento). Valor Fenotípico (P) É o valor observado ou medido para um caráter no indivíduo. É o resultado da expressão do genótipo (ação aditiva - efeito médio de cada alelo que contribui na formação de um fenótipo; desvios de dominância - os alelos dominantes controlam a expressão do caráter; epistasia - determinados genes influenciam na expressão de outros) + desvios ambientais + interação entre os efeitos do genótipo e do ambiente. Valor genotípico (G) É um componente do valor fenotípico associado ao genótipo do indivíduo para a característica. É o resultado da expressão do genótipo: ação aditiva, desvios de dominância e epistasia. Valor genético (VG) É o componente do valor fenotípico associado à ação aditiva dos genes. É o resultado da soma dos efeitos independentes (aditivos) dos genes para determinado caráter. Objetivos do melhoramento genético: Tem por objetivo escolher o melhor material genético para maximizar a produção nas condições ambientais existentes. ➔Aumentar as taxas de crescimento, musculatura e diminuir a gordura; ➔ Criar raças adaptadas às diversas condições ambientais; ➔ Conservar espécies raras. Estatística: é a ciência que utiliza-se das teorias probabilísticas para explicar a frequência da ocorrência de eventos, tanto em estudos observacionais quanto em experimento modelar a aleatoriedade e a incerteza de forma a estimar ou possibilitar a previsão de fenômenos futuros, conforme o caso. Genética de populações: Estuda a distribuição e mudança na frequência de alelos sob influência das quatro forças evolutivas: seleção natural, deriva gênica, mutação e migração. Genética quantitativa: estuda os caracteres quantitativos. Descrição através de parâmetros tais como média, variância e covariância. Herança quantitativa. Seleção Entende-se como a decisão de permitir que os melhores indivíduos de uma geração sejam pais da geração subsequente. Tem o objetivo de melhorar e/ou fixar alguma característica de importância. ● Raças Comuns; ● Adaptadas ao meio; ● Boas aptidões; ● Desenvolver atributos existentes. Cruzamento Troca de Gametas que resulta em concepção, gestação e nascimento de filhos. Acasalamento entre indivíduos pertencentes a raças ou espécies diferentes. ● Raça A x Raça B ● Adquirir novos atributos; Melhoramento de raças: Processos fundamentais: 1- Alteração das condições ambientais e 2- Introdução de sangue melhorado (cruzamento). ➔ Formação de raças artificiais: Ocorrem quando raças existentes não satisfazem as exigências do criador, então cria-se uma nova raça. Seleção, cruzamento, isolamento de novas formas (mutação ou recombinação). mestiçagem. ➔Isolamento de formas novas: surgimento de novos atributos (ao acaso), caractere desejável, não peculiares à raça. ➔ Mestiçagem: caracteres de duas ou mais raças. Variabilidade: Diferença entre indivíduos. É possível fazer seleção visual. Variância: Medida de variabilidade que ocorre em uma população em relação a uma característica qualquer. Herdabilidade É uma precisão por meio da qual o valor fenotípico representa o valor genético do indivíduo . É uma característica da população. h² de 0,00 a 0,20 = baixa Ex características reprodutivas h² de 0,2 a 0,4 = média Ex: Características de desempenho h² de 0,4 a 1,0 = alta Ex: características de carcaça Herdabilidade varia de 0 a 1 h²< 0,2 = baixa (diferenças ambientais mais importantes) 0,2 < h² < 0,4 = média (diferenças genéticas e ambientais são semelhantes) h² > 0,4 = alta (diferenças genéticas são mais importantes). H² baixos – grande parte da variação da característica é devida às diferenças ambientais entre os indivíduos. H² altos – as diferenças genéticas entre os indivíduos são responsáveis pela variação da característica avaliada. Quando H² é alta, significa também que é alta a correlação entre o valor genético e o valor fenotípico do animal Correlações Genética, Fenotípica e de ambiente Duas variáveis se relacionam entre si. O aumento de um variável implica no aumento de outra variável = positivo O aumento de uma variável implica na diminuição de outra variável = negativa. Essas mudanças podem ser favoráveis ou desfavoráveis. A correlação é importante para características de difícil mensuração. Correlação Genética: correlação existente entre os valores genéticos das características incluídas no programa. Principais causas: ● Pleiotropismo: um gene afetando duas ou mais características; ● Ligação Gênica: Genes que estão muito próximos no cromossomo e comportam se como se estivessem ligados (distância entre os genes é pequena) Correlação de Ambiente: A correlação de ambiente entre duas características é a consequência do fato de que animais compartilham o mesmo ambiente É resultante de causas ambientais, sendo o efeito total de todos os fatores variáveis de ambiente como clima, rebanho, estação, fazenda, tipo de alimentação, etc. Correlação Fenotípica: É a correlação observada diretamente de duas características medidas no animal É a soma entre as correlação genética e a correlação ambiental. Covariância: Mede o quanto duas variáveis variam juntas. A covariância tem um papel fundamental na seleção, pois interessa a associação entre pais e descendentes; A semelhança entre genitores e descendentes garante o progresso na seleção e pode ser medida pela covariância; A covariância varia de - ∞ a + ∞; ➔Alguns genes podem aumentar ambas as características (correlação positiva): ➔Outros genes podem diminuir ambas as características (correlação negativa): Vantagens douso da correlação: Uso de características de difícil mensuração; A característica não é expressa em um dos sexos; A característica pode ser selecionada mais cedo. Repetibilidade Mede a correlação entre as medidas de uma característica em um mesmo animal. É usada para predizer a produção de um animal. O valor da repetibilidade pode ser usado para predição do desempenho futuro do animal com base na produção anterior. Alta repetibilidade aumenta possibilidade de uma única medida. Quando a r é alta, os melhores animais na primeira produção continuam sendo os melhores nas próximas produções. A repetibilidade pode ser usada para o cálculo da capacidade provável de produção (CPP) ou valor genético (VG) de um animal. ● A capacidade provável de produção (CPP) é predição da produção de uma fêmea (ou de um animal), numa produção futura. Se o objetivo do produtor for transmitir lucro para a empresa, ele deve usar a capacidade provável de produção (CPP) ● O valor genético (VG) seria a soma de todos os genes que compõe uma característica ou várias, pertencentes a um animal. Ele serve para comparar animais de mesma base genética e pode ser usado para seleção animal. Se o objetivo do produtor for transmitir genes para a progênie, ele deve usar o valor genético Tipos de Seleção Seleção Natural: Sobrevivência dos indivíduos mais adaptados. Seleção Artificial: Atuação do homem no sentido de aumentar a frequência de genes ou combinações gênicas desejáveis na população. Critérios de Seleção Seleção fenotípica morfológica: Baixa correlação entre caracteres morfológicos e produtivos. Grande influência do meio ambiente. Ação gênica não aditiva. Seleção fenotípica fisiológica: Utilização dos valores das produções dos indivíduos. Seleção genética: Indivíduos escolhidos com base em seus valores genéticos aditivos. Avaliação genética. Ação aditiva: ganho genético não se altera com o cessar do trabalho seletivo. Ação não aditiva: manutenção do ganho genético depende da continuidade da seleção (sempre há necessidade de estar selecionando). Diferencial de Seleção É a média dos animais selecionados e a média da população : Diferencial de seleção padronizado: Intensidade de seleção: Desvio padrão: É a medida mais usada na comparação de diferenças entre grupos. Fornece um número que permite especificar quão acima ou quão abaixo da média está um determinado valor. Quanto maior o desvio- padrão, maior a variabilidade dos dados. Ganho Genético Esperado: Corresponde a resposta da seleção. Denominada “equação fundamental do melhoramento genético por meio da seleção”. Prediz a eficiência da seleção. Herdabilidade, intensidade de seleção e da variabilidade da característica. Seleção: Escolher animais com valor superior a média. Quanto menos indivíduos, maior a médica selecionada (Intensidade de seleção - quando tem “pressão”, pega a "cabeceira da cabeceira”). Intensidade de seleção: Selecionar um número restrito de animais. Quanto maior a intensidade, menor a proporção de indivíduos selecionados. Quando há o cruzamento + seleção, ganha-se em nível de desempenho e tempo. A seleção é sempre mais importante. Resposta à Seleção: ➔ Resposta direta: seleção direta da característica. É a forma que proporciona o maior ganho genético por tempo e depende da h², da intensidade de seleção e da variabilidade genética. Não se pode confiar muito, porque não se sabe se foi algo genético ou influenciado pelo ambiente. ➔Resposta Correlacionada: correlaciona duas características. Características de difícil mensuração, que necessita do abate do animal, que se manifesta quando o animal se torna adulto ou em sexo diferente. Características de difícil mensuração, que necessita do abate do animal, que se manifesta quando o animal se torna adulto ou em sexo diferente. Seleção pela produção parcial: É a seleção baseada em informações obtidas somente num período de produção dos indivíduos. Usada para diminuir o intervalo de gerações. Ex: produção parcial de leite, ovos. Variáveis para serem consideradas na seleção parcial 1. Produção parcial usada para a seleção 2. Produção complementar 3. Produção total a ser melhorada. Tipos de Seleção A seleção, ao ser praticada, permite o uso de algumas estratégias As estratégias dependem da característica ou grupo de características a serem avaliadas. ➔Seleção individual: Os indivíduos são selecionados apenas de acordo com seus valores fenotípicos próprios. Este método é, usualmente, o mais simples para operar e, em muitas circunstâncias, produz a mais rápida resposta É mais eficiente em características de média a alta h². ➔Seleção de famílias: ◆ Seleção entre famílias: Nesse tipo de seleção, famílias inteiras são selecionadas ou descartadas, de acordo com o valor fenotípico médio da família. É recomendada para características de baixa h², pequenas variações de ambiente comum aos membros da família, grande número de indivíduos na família. ◆ Seleção dentro de famílias: O critério de seleção é o desvio do valor fenotípico de cada indivíduo em relação à média fenotípica da família a qual pertence. Apresenta vantagens sobre os demais métodos, quando existe grande componente de ambiente comum aos membros da família. ◆ Seleção combinada: Podem associar as informações de família ao desempenho individual, formando um índice de família. O princípio utilizado seria o seguinte: depois de selecionadas as melhores famílias, os piores indivíduos dentro de cada família seriam eliminados. Nesse tipo de seleção, determinam-se pesos apropriados para os desvios da média da família em relação à média da população e para os desvios dos indivíduos em relação às médias das famílias. ➔Seleção pelo pedigree: É a seleção do animal baseada na informação de seus ascendentes. Animais jovens ou animais cujo o sexo, a características não se manifesta. É útil também como acessório à seleção (junto com a seleção individual). Como auxílio a seleção, os pedigrees devem ser compostos de informações precisas e o maior possível. ➔Seleção pelo progênie: É a seleção do animal baseada na informação de seus descendentes. Consiste na comparação dos filhos ou filhas de um reprodutor com os de outros reprodutores. Quanto maior o número de filhos, mais precisa é a avaliação do reprodutor. Estima apenas a metade do valor genético do pai. A característica não é expressa no reprodutor e é de baixa h². ➔Seleção pela informação de irmãos: É baseada na informação dos seus irmãos. Informação de irmãos e irmãs paternos e maternos e de meio-irmãos ou de irmãos completos. A característica se expressa em um dos sexos ou há necessidade de abater os animais para a medição da carcaça. Endogamia Consiste no acasalamento de animais mais aparentados que a média da população. Um indivíduo endogâmico ou consanguíneo é aquele resultante do acasalamento entre parentes.. Quanto mais aparentados eles forem, maiores serão as probabilidades ou chances de a progênie possuir genes presentes em um determinado loco, que seja idênticos por parentesco. A endogamia não altera a frequência gênica porém altera a frequência genotípica. Parentesco: Medida da fração de genes compartilhados. 1- Podemos usar informações de parentes para predizer o valor genético de um animal (método de seleção). 2- Variância genética aditiva da população. Coeficiente de endogamia: é a probabilidade de que dois alelos presentes em um determinado loco sejam idênticos por descendência. Vai medir a porcentagem provável de genes em homozigose que o indivíduo endogâmico possui a mais que um não endogâmico. Pontos negativos da endogamia: ➔Anomalias: A consanguinidade não cria nenhum gene deletério (que causam doenças genéticas) na população. Porém, a endogamia leva a um aumento de pares de genes em homozigose, e muitas anomalias congênitas se manifestam somente em homozigose recessiva. Ex: acondroplasia, lábio leporino, alopecia, prognatismo, agnatia… Anomalias genéticas em bovinos: ● Malformações congênitas – animais afetadospossuem dois ou mais membros defeituosos; ● Espasmos letais congênitos; ● Epilepsia; ● Hidrocefalia, hipoplasia de ovário ou testículo; ● Encurtamento de espinha; ● Cauda torcida. ➔Depressão Endogâmica: é a manifestação de combinações gênicas desfavoráveis. Contrário da heterose (aumento de produtividade em função de acasalamentos, linhagens ou cruzamento de raças distintas). Vai haver um decréscimo de produtividade em função disso. Aumenta-se a homozigose em razão da redução da heterozigose. Pontos positivos da endogamia: ➔Prepotência genética: uniformidades em rebanhos, principalmente em padrões raciais; ➔Detecção de genes recessivos deletérios, que podem estar camuflados em heterozigose mais seleção, descartando os indivíduos portadores; ➔Uniformidade racial e fixação de características peculiares a certas linhagens de touros famosos. Tamanho Efetivo da população (Ne): tem o objetivo de avaliar os níveis de endogamia em uma população com números equivalentes de animais não aparentados. O número efetivo (Ne) ou tamanho efetivo da população representa o número de indivíduos que daria origem à taxa de endogamia apropriado para as condições consideradas, caso os indivíduos se acasalarem como na população ideal (População ideal – população que está em acasalamento ao acaso, sem direcionamento dos cruzamentos e o número de machos é igual ao de fêmeas). Endogamia X Evolução no melhoramento genético: Maior utilização de biotecnologias reprodutivas como I.A, T.E e F.I.V; Avaliações genéticas mais acuradas que usam informações de parentes – BLUP; Busca pelos melhores animais de exposição ou sumários. Consanguinidade Produto do acasalamento entre animais aparentados. Coeficientes de endogamia ou consanguinidade (Fx): Probabilidade de que dois genes em um locus de um indivíduo X são idênticos por descendência. O F de um indivíduo pode ser calculado como a metade do parentesco entre seus pais Em geral: O parentesco aditivo entre um indivíduo e um ancestral direto é (½) n , onde n é o número de gerações que separam os dois indivíduos. Quanto maior a distância em número de gerações, menor probabilidade de herdar algum dos genes de um antepassado, independentemente do mérito genético do antepassado. É pouco frutífero selecionar um animal só porque ele tem um antepassado famoso. As principais limitações para o controle da endogamia são: ➔Informação de parentesco perdida ou desconhecida; ➔Erro (intencional ou não) na informação de parentesco; ➔Tendência em focar o controle apenas na próxima geração; ➔Além de afetar o controle da endogamia, a informação de parentesco incorreta ou desconhecida acarreta redução do progresso genético que poderia ser alcançado. Grau de Sangue O grau de sangue representa a porção de uma determinada raça ou linhagem que irá compor o indivíduo. Os indivíduos podem ser puros (apenas uma raça ou linhagem) ou cruzados. Os indivíduos fruto de cruzamentos podem conter duas ou mais raças (linhagens) em sua composição. Indivíduos fruto de acasalamento cujos pais são cruzados e com a mesma composição racial são chamados de bimestiços. Para determinação do grau de sangue de um indivíduo, é necessário o conhecimento da genealogia e composição racial dos pais. Melhoramento bovino de leite Divisão das raças leiteiras: ● Raças européia pura – holandês, Jersey, pardo suíça. Jersey, Ayrshire e sueca vermelha ● Raças europeias de dupla aptidão (servem tanto para a área leiteira quanto para de carne ou outra característica) - Flamenga, Normanda, Simental, Dinamarquesa, red poll ● Raças de dupla aptidão adaptada aos trópicos – Girolando, Caracu, Pitangueiras ● Raças zebuínas leiteiras – Gir Leiteiro, guzerá, Sindi e indubrasil ● Vacas mestiças – derivadas de cruzamento de animais puros. Raça ayrshire - Produção média Nacional de 3900 litros por lactação, com média de 3,8% de gordura. Origem escocesa . Produção de queijos. Glóbulos de ácidos graxos são pequenos Raça Holandesa (holstein) - Maior potencial para produção de leite • Pontos fracos: resistência • Produção média: 6000 a 10000 kg • 25% do rebanho está em MG. Raça Holandesa vermelha (holstein) - Pardo Suíço - Produção nacional 6432 kg • Pernas e cascos resistentes, rusticidade, adaptabilidade ao calor, fertilidade, longevidade, boa inserção de úbere. Raça jersey - Precocidade e Longevidade • Produção média varia de 2500 a 5500 kg • Produz o leite mais eficiente para a indústria de laticínios. Raça guernsey - Produção nacional varia de 4500 a 6000 Kg, com 4,5 a 5 % de gordura • Porte pequeno • Mais rústica que a Jersey • Boa adaptabilidade a trópicos. Raça sueca vermelha ou SRB - Formada a partir dos cruzamentos das raças Ayrshire e Shorton • Alta fertilidade, resistência à mastite, baixa mortalidade, alta longevidade e facilidade de parto • Produção 8600 kg com 4,5% de gordura e 3,5% de proteína • No Brasil é criada no Sudeste, Sul e Centro Oeste. Na Argentina e EUA é usada em cruzamento com Holandes. Raças Europeias de dupla aptidão Raça normanda - Raça Francesa, com produção e 6170 litros • Fêmeas para leite e machos para corte • Não se adapta bem em climas tropicais. Raça simental - Na suíça, chega a mais de 5500 litros/lactação • Tripla afinidade – carne, leite e trabalho • Está presente em todos os continentes. Raça pinzgauer - Produção de 4500 a 5000 • Dupla aptidão, mas selecionado para leite • Adaptada à uma variedade de climas, de pele lisa e flexível, o que impede a presença de carrapatos e insetos. Raça flamenga - Facilidade de parto, ganho de peso, % de gordura e proteína, precocidade sexual • Média de produção de 3595 kg/lactação • Fabricação de queijo tipo Brie e rendimento de carcaça no corte de 52 a 58% para novilhos. Raça red polled - Produção de leite em torno de 3500 kg • Raça de dupla afinidade, gerando machos para abate • Usada para produzir a raça Pitangueiras no cruzamento com Guzerá. Raça lavínia - Cruzamento de Pardo Suiço com Guzerá • 5/8 Pardo Suíço e 3/8 Guzerá • Dupla Aptidão • Suporta bem climas quentes • Produção de 2300 Litros por Lactação. Raça Simbrasil - Produção média de 10 L/dia, mas há registro de animais com 10000 kg/ano • 5/8 simental e 3/8 guzerá • Tripla aptidão: carne, leite e trabalho • Animais grandes, fêmeas de 600 kg, machos de 1000 kg e novilhos de 470 no abate de 18-24 meses. Raças Zebuínas Leiteiras Raça Gir - Rusticidade e longevidade • Dupla aptidão • Seleção para aptidão leiteira na dec 50 • Média de produção de cerca de 3500 kg. Controles oficiais apontam produções médias de 3198 kg de leite (305 dias) • Preferida para cruzamento com Holandes • Não há problemas de parto distócico • A habilidade materna contribui com o fator de crescimento dos bezerros na fase pré-desmama. Raça Guzerá - Média de produção de 2071 kg • Dupla aptidão, excelente habilidade materna, rusticidade e bom rendimento de carcaça • Participou da formação do Brahman e Santa Gertrudes • É reconhecido no Brasil por compor a maioria das raças bimestiças, como Lavínia, Pitangueiras, Riopardense, Cairiri, Xingu, Santa Mariana, Guzonel e Guzolando. Raça Sindi - A produção média é de 2500 kg em 268 dias de lactação, com boa gordura . • Rústica, idades ao primeiro parto 29 a 32 meses • Expansão na Amazônia e Nordeste. Raças de dupla aptidão adaptadas aos trópicos Raça Caracu - Produção nacional é em torno de 2.100 kg, com 5% de gordura • Constitui a raça bovina nacional mais aperfeiçoada. Raça brasileira de origem europeia • Adaptação secular ao clima tropical, sendo de dupla aptidão. Raça Girolando - Girolando 5/8 + 3/8 gir • Conjuga rusticidade e produtividade • As fêmeas Girolanda são produtoras por excelência, possuem características fisiológicas e morfológicas perfeitas para a produção de leite a pasto, revelando desempenho satisfatório economicamente • Média de produção é de 3927 kg de leite (ajustado para 305 dias). Raça Pitangueiras - Composição em 5/8 de Red Poll e 3/8 de Guzerá • Produção de 2500 a 3500 kgcom 4,11% • Dupla Aptidão • Produtividade média com acelerado ganho de peso. Raças Mestiças Guzolando - Produção média varia de 5000 a 7500 kg com produções diárias de 20 litros • Pelagem preta • Dupla aptidão • Composição de 9/16 Holandes e 7/16 guzerá. Raça Jersolando - Produção de 4500 a 6000 kg, 4,5 a 5% de gordura • ½ Hol e ½ Jer ; ou 3/4HJ • Sólidos, sanidade e fertilidade • Suporta bem o clima quente. Melhoramento Genético de gado de leite Por que produzir leite? Tradicionalismo, falta de opção, diariamente remunerado, restrição de área de topografia, gosto. Animal mais leiteiro x animal mais lucrativo - O objetivo principal da atividade leiteira é a melhoria da eficiência econômica. “O mérito econômico individual de um animal é uma função dos traços identificados no objetivo suscitado pelo programa de melhoramento genético”. Caracterização da produção leiteira ● Utilização de animais zebuínos e seus mestiços ● Baixa utilização de insumos ● Animais mantidos em pastagens de baixo valor nutritivo ● Animais com produtividade baixa Perspectivas - “cenários para o leite em 2020” ● Aumento das exportações ● Melhoria das questões ambientais ● Utilização de biocombustível na produção ● Aperfeiçoamento produtor/indústria Diferenças regionais: Diferentes sistemas de criação: Diferentes tipos de ordenha: Diferenças raciais: Produção Nacional Top 100 Milkpoint: Sistemas produtivos: ● Confinamento total (50%) com 28,33 kg/dia ● Semi confinamento (33%) com 22,11 kg/dia ● Pastagens (17%) com 20,47 kg/dia Raças: ● Holandesa (50%) ● Mestiças com holandesas Principais produtores: ● Minas Gerais ● Paraná ● São Paulo Papel do veterinário no melhoramento genético Pequenos e médios produtores: Orientação sobre cruzamentos; Escolhas de touros de I.A para formação de mestiços de bom padrão genético; Grandes produtores: Orientação na compra de animais de alto valor genético; Escolhas de touros de I.A; Orientação nos acasalamentos. Fatores genéticos e não genéticos que afetam a produção: Os ajustamentos para fatores não genéticos permitem: Comparar animais em uma mesma base • Diminuir os erros nas estimativas • Aumentar a confiabilidade dos valores genéticos estimados; Manejo: Deve ser semelhante para todos os animais sob seleção • Varia entre rebanhos e no mesmo rebanho, ao longo dos anos e estações • Evitar o tratamento preferencial; Duração da lactação: Alta correlação com produção de leite • Ajustar para 305 dias (I.P. que proporciona 1 bezerro/vaca/ano (Pode favorecer vacas ruins e prejudicar vacas boas. Solução: usar produção até 305 dias); Idade da vaca: Medida em anos ou números de partos • Produção máxima entre 5 e 8 anos • Ajuste para idade adulta (maiores médias); Estação e ano de parto: Variação de clima entre estações e ao longo dos anos • Devem-se comparar vacas que pariram no mesmo ano e na mesma estação (secas e águas) • As vacas podem produzir mais na seca (dependendo do manejo) • Formação do grupo contemporâneo. Número de ordenhas: As vacas são, geralmente, ordenhadas duas vezes ao dia • Vacas 1x e 3x são ajustadas para 2x (padronização) • 2 x é o padrão nas avaliações genéticas • 1x para 2 x – aumento de 30% na produção (x1,3) • 2x para 3x – aumento de 15% na produção(x0,85). Período de serviço: Intervalo do parto até a próxima concepção fértil • 70 a 90 dias é o ideal • 90 dias de(P.S.) + 275 dias de gest. = 365 dias (I.P). Período seco: • Período de descanso do úbere (reconstituição mamária) • <40 dias – baixa produção na lactação seguinte • 80 dias – alta produção (maior intervalo de partos). Outras fontes: Aplicação de hormônios – BST • Composição genética (grau de sangue) • Avaliador (características com medidas subjetivas). Controle Leiteiro Mensuração e registro da produção das vacas leiteiras em um dia Seleção, manejo, pesquisa e publicidade Tipos de controle leiteiro: quinzenal, mensal. Importância: Determinação da nutrição •Detecção do momento de secagem • Seleção das melhores vacas e novilhas (descarte e reposição) • Seleção de touros pelo desempenho das filhas • Ligação direta com o melhoramento genético. Controle oficial x comum Controle leiteiro x melhoramento As produções no dia do controle vão gerar a produção total (várias metodologias e modelos) • A qualidade da avaliação genética começa pela “balança” • Da produção total, são obtidas as produções até 305 dias e aos 305 dias. Controle leiteiro oficial Independente do tipo de controle, deve ser aplicado a todas as vacas em lactação, em um dia. • Deve ser efetuado no horário habitual da ordenha • Uma ordenha diária: realização de duas ordenhas no dia do controle é obrigatória • No caso de propriedades que adotam ordenha com bezerro ao pé, esta rotina deve ser obedecida no dia do controle. Controle leiteiro comum O controle deve ser feito, pelo menos, uma vez por mês (dois controles no mês é ideal). • Pode ser realizado no meio ou no fim do mês • Pesar o leite com balança é melhor que medir seu volume em Litros. Avaliação genética A qualidade das avaliações começa pela coleta de registros • Gera a Produção de Leite Total (Produção ajustada aos 305 dias) • Determinação do modelo de análise • Estimação dos parâmetros genéticos populacionais (h², r², t) • Predição de valores genéticos para cada animal (PTA). Teste de progênie Teste de progênie ideal: Uso da inseminação artificial • Acasalamento ao acaso • Controle Leiteiro Não Seletivo • Tratamento não preferencial • Controle eficiente das informações • Número de filhas e sua distribuição nos rebanhos • Conexidade dos dados. Indicações para uso do teste de progênie: Características de baixa herdabilidade: O fenótipo do indivíduo não indica com precisão o valor genético do reprodutor. Características difíceis de mensurar: Expressas apenas em determinado sexo; Medidas após abate; Expressam tardiamente na vida do animal. Tamanho da população grande: Otimiza o ganho genético - aumenta a intensidade de seleção; Maior número de touros testados. Limitação para o uso do teste de progênie Elevado custo: Só se justifica se aumentar a precisão na escolha dos reprodutores Aumento do intervalo de geração, reduz a taxa anual de ganho genético: Seleção dos pais não pode ser efetuada antes das medições serem concluídas na progênie Dificuldade de organização: Dificuldade na determinação dos objetivos de seleção, na coleta dos registros e identificação dos descendentes Pode aumentar a consanguinidade na população : Poucos touros são utilizados. Seleção e avaliação genética de vacas e touros: Características de produção: ● Produção de leite em 305 dias ● Produção de proteína ● Produção de gordura ● Sólidos totais ● % de proteína ● % de gordura Produção de leite em 305 dias: É a característica mais importante • Produção de leite acumulada em 305 dias de lactação • Valores de herdabilidade entre 0,2 a 0,4 • Correlação positiva com produção de gordura (0,66 a 0,98) e produção de proteína (0,8 a 0,87) • Correlação negativa com porcentagem de gordura (-0,07 a -0,67) e produção de proteína (-0,23 a -0,31) • Nos sumários, a classificação dos animais é feita através da produção de leite. Constituintes do leite: Proteína, gordura e sólidos • A produção é obtida por meio de análises laboratoriais • Sólidos totais ou extrato seco – constituintes do leite sem a água • Importantes para a indústria láctea • Herdabilidade ( Produção de proteína – 0,24 • % Proteína – 0,17 a 0,35 • Produção de gordura – 0,29 • % de gordura – 0,4 a 0,7). Como selecionar? Com base no mérito genético ou valor genética do animal; Informação indireta sobre o genótipo de cada animal (Informações do próprio animal • Informações da progênie do animal • Informações dos ancestrais do animal • Informações dos parentes colaterais - meio-irmãos, irmãos completos, primos, tios, etc). Seleção de vacas: Em rebanhos estabilizados, geralmente, 20% das vacas são substituídas a cada ano A seleção de vacas a serem mantidas no rebanhopode se basear em: Capacidade mais provável de produção - CMPP e valor genético. Descarte de vacas: Possui pouco efeito sobre a taxa de progresso genético • Geralmente ocorre por razões involuntárias (doenças, defeitos físicos, problemas reprodutivos) • O produtor fica sem muita oportunidade para selecionar para a produção de leite. Critérios: ● Rebanhos pequenos – oportunidade para todas as fêmeas ● Rebanhos grandes – reter apenas as filhas das melhores vacas ● Comparar todas as vacas e eliminar através das avaliações genéticas ● Considerar todas as diferenças: idade, % de gordura, saúde do úbere, temperamento, facilidade de ordenha ● Considerar todas as produções – vacas que pariram no mesmo rebanho, ano e estação do ano ● Descartar o número de vacas compatível com o número de novilhas. Seleção de touros: O ganho genético depende mais da seleção de touros do que de vacas • Seleção baseada na PTA (Habilidade de Transmissão Predita) - metade do valor genético • Os fatores não genéticos contribuem com cerca de 75% da variação da produção de leite • Alguns fatores são devidos ao ambiente(ex: região, sistema de produção, doenças). PTA ou DEP ou VG - Reflete o mérito genético do animal. Serve para comparar e classificar os animais. Comparações dentro do grupo de contemporâneos PTA ( predected Transmitting Ability) = ½ VG DEP (diferença esperada na progênie) = ½ VG Confiabilidade ou Acurácia: O valor da PTA deve estar associado a um valor de acurácia • Varia entre 0 e 1 • Reflete a possibilidade de mudança do valor da PTA de um determinado reprodutor • É uma medida de riscos • 0,7 a 1,0 = baixo risco; 0 a 0,3 = alto risco e entre 0,3 e 0,7 = risco moderado.
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