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TCC PPCI Prédio Residencial

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23
BACHARELADO EM ENGENHARIA CIVIL
ARTHUR SANT ANA GUERREIRO
PREVENÇÃO E PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO EM EDIFICAÇÃO RESIDENCIAL MULTIFAMILIAR MAIOR DE 750,00m² - Readequação de instalações
Porto Alegre
Junho/2022
Arthur Sant Ana Guerreiro
PREVENÇÃO E PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO EM EDIFICAÇÃO RESIDENCIAL MULTIFAMILIAR MAIOR DE 750,00m² - Readequação de instalações
Projeto de Pesquisa de Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Centro Universitário Ritter dos Reis, como parte dos requisitos para obtenção do título de Engenheiro Civil.
Orientador: José Antônio Colvara de Oliveira
Porto Alegre
Junho/2022
RESUMO
Este Trabalho trata sobre a Segurança contra incêndios em uma edificação existente, multifamiliar, antes da entrada em vigor da Lei Complementar nº 14.376 de 26 de dezembro de 2013. Foi elaborado com o propósito de atualizar uma edificação existente frente a nova legislação. Considerando a relevância do assunto, este Trabalho avalia a viabilidade de adequação da edificação às normas atuais, propondo alterações para que seja possível um completo atendimento às normas vigentes e regularização junto ao Corpo de Bombeiros do Estado do Rio Grande do Sul. Com base em uma revisão bibliográfica fundamentada em normas técnicas e na legislação, foi possível classificar a edificação e posteriormente definir quais eram os sistemas de prevenção necessários. A partir desses dois requisitos procedeu-se com o estudo individual das medidas exigidas por lei, estabelecendo parâmetros a serem atingidos no projeto de prevenção contra incêndio. Com isso é apresentada a viabilidade de atendimento a legislação mediante pequenas alterações nas medidas já existentes e proposição de instalação dos demais sistemas antes não exigidos. 
Palavras-chave: Segurança contra incêndio, prevenção, proteção contra incêndio, edificações existentes, projeto de prevenção.
ABSTRACT
This work deals with Fire Safety in an existing multifamily building before the entry into force of Complementary Law nº 14.376, December 23, 2013. Considering the relevance of the subject, this work evaluates the feasibility of adapting the building to current standards, proposing changes so that it is possible to fully comply with current standards and regularization with the Fire Department of the State of Rio Grande do Sul. Based on a bibliographic review based on technical standards and legislation, it was possible to classify the building and later define which prevention systems were necessary. Based on these two requirements, an individual study of the measures required by law was carried out, establishing parameters to be achieved in the fire prevention project. With this, the feasibility of complying with the legislation is presented through small changes in existing measures and proposition of installing other systems not previously required.
Keywords: Fire safety Prevention. Fire protection. Existing buildings. Prevention project.
 SUMÁRIO
	1
	INTRODUÇÃO
	08
	1.1
	PROBLEMA DE PESQUISA
	09
	1.2
	DELIMITAÇÃO DA PESQUISA
	09
	1.3
	OBJETIVOS DA PESQUISA
	10
	1.3.1
	Objetivo geral
	10
	1.3.2
	Objetivos específicos
	10
	1.4
	JUSTIFICATIVA
	11
	2
	REVISÃO DE LITERATURA
	12
	3
	PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
	23
	3.1
	CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA
	23
	3.2
	TÉCNICAS E INSTRUMENTOS DA COLETA DE DADOS
	23
	3.2.1
	Definição operacional das variáveis 
	24
	4
	RESULTADOS
	25
	4.1
	ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS
	26
	5
	CONCLUSÃO E SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS
	28
	6
	REFERENCIAS 
	29
	
	ANEXOS
	31
1 INTRODUÇÃO
O presente estudo tem como temática a prevenção de incêndios em edificação multifamiliar. O Trabalho focaliza a adoção de propostas de projeto de prevenção contra incêndio, através da análise dos riscos de incêndio a partir do PPCI. O interesse relativo à temática decorre do fato deste ser um assunto desafiador no atual momento frente ao contexto social.
A partir disso, algumas reflexões começaram a delinear-se. Com o objetivo de nortear esse estudo, algumas questões foram tecidas, para ajudar a aprimorar o olhar dessa investigação como: O que está em risco? O que é essencial para evitar os riscos? O que é aceitável? Caso haja um acidente, como o sistema se comportará? Como se encontram os dispositivos de proteção no caso de acidente? O que pode dar errado? Como pode dar errado? Como iniciam os incêndios? O edifício está adequado para a prevenção de riscos de incêndios? Quais as medidas de prevenção das falhas nesse prédio? Como foi feito o PPCI? Quais as alternativas para solucionar os perigos identificados? Qual a área de maior vulnerabilidade?
Nessa perspectiva, considera-se que um estudo crítico e reflexivo nos possibilita melhor compreender a complexidade da referida temática. A prevenção traz consigo um desafio, pois representa uma tentativa de contribuir na conscientização quanto aos cuidados básicos. Com base nisso o presente Trabalho pretende dar sua contribuição ao fazer um diagnóstico e análise das condições ambientais e de segurança de uma edificação multifamiliar, propondo algumas intervenções que se fazem necessárias para a melhoria da segurança da referida edificação.
O grande desafio a que se propõe este estudo é analisar o sistema existente para prevenção dos riscos de incêndio e apontar e propor as mudanças necessárias. Diante desse panorama, espera-se também que se possa incentivar o repensar sobre as estratégias utilizadas para inibir os fatores de risco de incêndio nesse prédio residencial, além de estimular contribuições futuras sobre a problemática específica abordada.
Inicialmente apresentam-se, na introdução, as considerações gerais, objetivos e relevância do tema do trabalho proposto. A seguir descreve-se o campo temático, o objeto do estudo e a delimitação do problema. Logo a seguir definem-se os objetivos do presente estudo e o problema a ser analisado sob a ótica global, inserindo as questões de prevenção e riscos de incêndio de forma ampla, através de uma revisão bibliográfica. Essa abordagem teórica segue com a descrição da realidade sobre incêndios no contexto brasileiro e riograndense, na legislação e alguns conceitos básicos para o desenvolvimento do presente estudo. No final do Trabalho descrevem-se os resultados dessa análise e as considerações finais a respeito da referida análise e estudo de caso, bem como apresentam-se algumas propostas de melhoria para a prevenção e controle de riscos.
1.1 PROBLEMA DE PESQUISA
Este Trabalho situa-se na prevenção e proteção contra incêndio, onde a meta foi compreender e avaliar os reais riscos de incêndio em um prédio residencial, levando em conta principalmente os novos desafios dos tempos atuais e as novas demandas das legislações, de modo que evite qualquer probabilidade de um sinistro de incêndio.
Para Ono (2007):
A segurança contra incêndio, apesar de ser considerada um dos requisitos básicos de desempenho no projeto, construção, uso e manutenção das edificações, é pouquíssimo contemplada como disciplina no currículo das escolas de engenharia e arquitetura no país. (ONO,2007, p. 98.)
A autora ainda comenta que o Brasil carece de informações técnicas sobre o tema e dirigidas para os profissionais da área, criando assim uma lacuna de sistematização de informações disponíveis à população como a discussão de sua adequabilidade e importância.
Segundo Luz Neto (1995) a evolução do mundo civilizado e da vida nas cidades, especialmente intensa ao longo do século, converteu o projeto de edificações em um processo complexo.
Este estudo visa responder a seguinte questão de pesquisa: Quais são as etapas necessárias para realizar a readequação de uma edificação multifamiliar existente, conforme as leis atualmente vigentes?
1.2 DELIMITAÇÃO DA PESQUISA
Este trabalho visa realizar uma readequação de instalações de prevenção e proteção contra incêndio em um prédio multifamiliar, na cidade de Porto Alegre, com mais de 750m² de área construída. Também propõe uma discussão de quais as medidas compensatóriaspodemos adotar para uma adaptação completa de um prédio existente às novas leis dos bombeiros do Rio Grande do Sul.
1.3 OBJETIVOS DA PESQUISA
	No atual trabalho será proposta a realização de uma análise e elaboração de PPCI de uma edificação residencial existente. A readequação de medidas contará com a regularização da construção mencionada, conforme as exigências solicitadas pela Lei Complementar N°14.376/2013, do Estado do Rio Grande do Sul.
Os objetivos do presente Trabalho foram divididos em objetivo geral e objetivos específicos, os quais são apresentados a seguir.
1.3.1 Objetivo geral
O objetivo principal desse Trabalho é identificar as etapas necessárias para realizar a readequação de uma edificação residencial multifamiliar existente, conforme as leis vigentes atualmente.
1.3.2 Objetivos específicos
Os objetivos secundários deste trabalho são:
a) Demonstrar os diferentes sistemas de prevenção e proteção contra incêndio solicitados pela legislação.
b) Estabelecer quais medidas de proteção e prevenção contra incêndio devem ser adotadas para a edificação.
c) Avaliar as instalações de prevenção e proteção contra incêndio das edificações, conforme Lei Complementar 14.376/2013
d) Realizar um projeto de PPCI.
e) Apresentar soluções para possíveis inviabilidades técnicas com a implantação das medidas solicitadas pela Lei Complementar 14.376/2013.
1.4 JUSTIFICATIVA
A prevenção contra incêndio é algo que deve ser pensado a partir do momento que é iniciada a obra.
Brentano (2007) afirma que:
Com o objetivo de proteger as pessoas e o patrimônio, devem ser tomadas uma série de medidas de proteção contra o fogo, cada vez que for projetada e construída uma edificação. Além da edificação ter um projeto de sistema de proteção bem elaborado e integrado com todos os elementos arquitetônicos. (BRENTANO,2007, p. 37)
Mas, somente isso não basta para termos a garantia de total proteção contra incêndio. É preciso uma manutenção dos equipamentos pertencentes a edificação, além de uma consciência coletiva de como usar e se orientar com os meios de prevenção.
O autor reforça essa ideia importante: 
Não adianta ter um sistema de proteção bem projetado e executado se, posteriormente, o mesmo não passa por inspeções, testes e manutenção constantes. Além disso, os usuários devem saber como se comportar por ocasião de forma eficiente no combate ao fogo e comandar a saída com segurança da edificação, isto é, ter uma brigada de incêndio. (BRENTANO,2007, p. 37.)
Mesmo assim, muitos prédios no Brasil não se encontram nas condições adequadas em relação a prevenção contra incêndio normalmente seguindo código de obras dos municípios, pois “A regularização relativa ao tema era esparsa, contida nos Códigos de Obras dos municípios, sem quaisquer incorporações de aprendizado nos incêndios ocorridos no exterior...” (SEITO e outros, 2008, p.26)
A relevância deste Trabalho vem ao encontro de adequar as edificações existentes a norma atual referente a proteção contra incêndio vigente no estado do Rio Grande do Sul – Lei 14.376/2013.
Sendo assim, é necessário um estudo completo entre as diferenças entre as legislações (a vigente e a da época da construção da edificação) além de encontrar e justificar as medidas compensatórias em caso de inviabilidade técnica da edificação. 
2 REVISÃO DE LITERATURA
Na concepção deste Trabalho, foram utilizadas medidas de proteção e prevenção contra incêndio, utilizando as normas antigas e atuais para uma concepção completa. Também serão utilizados livros para uma melhor abrangência da matéria.
2.1 LEGISLAÇÃO DE PREVENÇÃO E COMBATE A INCÊNDIOS NO RIO GRANDE DO SUL 
O Rio Grande do Sul sempre foi um estado pioneiro na elaboração da legislação de prevenção e proteção a combate de incêndios, começando através da Lei Municipal 321, de 07 de março de 1955, aprovada pela Câmara de Vereadores de Ijuí, autorizando o convênio entre Município e Estado, para a organização dos serviços de Combate a Incêndios, Socorros Públicos e Prevenção Contra Incêndios.
Com o passar dos anos, com o aumento das cidades e com o grande sinistro de incêndio ocorrido nas Lojas Renner (1976) no centro de Porto Alegre, foi necessária uma nova atualização das leis vigentes. Sendo assim, foi elaborada uma nova Lei Municipal 10.987 de 11 de agosto de 1997 que menciona, no Art 1;
Todos os prédios com instalações comerciais, industriais, de diversões públicas e edifícios residenciais com mais de uma economia e mais de um pavimento, deverão possuir plano de prevenção e proteção contra incêndio, aprovado pelo Corpo de Bombeiros da Brigada Militar do Estado do Rio Grande do Sul. (PORTO ALEGRE, 1997, p.1)
E também o Decreto Estadual 37.380, de 28 de abril de 1997, que informa sobre os seguintes requisitos indispensáveis:
Art. 1º - São fixadas as seguintes Normas cuja finalidade é fixar critérios e requisitos indispensáveis de proteção contra incêndio e outros sinistros às edificações, nos Municípios do Estado do Rio Grande do Sul, levando-se em consideração a proteção à vida e ao patrimônio.
Art. 2º - Para os fins do disposto nestas Normas, considera-se:
I - Instalações Preventivas os sistemas existentes na edificação como forma de evitar o acontecimento do incêndio ou sua propagação;
II - Prevenção de Incêndio todas as medidas adotadas para evitar que um princípio de incêndio desenvolva-se;
III - Proteção Contra Incêndio as medidas adotadas para proteger de um incêndio vidas e patrimônio públicos e privados;
IV - Instalações hidráulicas de Proteção Contra Incêndio sob comando aquelas em que o afluxo de água, do ponto de aplicação, faz-se através de controle manual de dispositivos adequados. (PORTO ALEGRE, 1997, p.1)
A cidade de Porto Alegre, no entanto, decidiu, no ano de 1998, elaborar a Lei Complementar 420. Esta, se tornou uma lei pioneira, trazendo pela primeira vez uma classificação referente ao tipo de ocupação da edificação, sendo o Anexo 1 deste Trabalho.
Com o incêndio ocorrido na Boate Kiss, em Santa Maria/RS, que resultou na morte de 242 pessoas, evidenciou-se a falta de fiscalização dos órgãos públicos, além de comprovar a negligência dos proprietários e responsáveis pelas edificações, somado a ineficiência das leis da época, que em muitos casos era uma legislação branda e pouco protetiva.
A partir do ocorrido em Santa Maria/RS, as unidades do corpo de bombeiros do Rio Grande do sul viram a necessidade de uma nova atualização das leis sobre prevenção e proteção contra incêndio, tanto para os prédios existentes como para as futuras edificações que iriam ser construídas.
Em 26 de dezembro de 2013 foi sancionada a Lei Complementar nº 14.376, que estabelece normas sobre segurança, prevenção e proteção contra Incêndios nas edificações, tanto existentes regularizadas, como não regularizadas, no Estado do Rio Grande do Sul. O Corpo de Bombeiros do Rio Grande do Sul (CBMRS), mediante resoluções técnicas (RTCBMRS), definirá o procedimento administrativo e as medidas de segurança contra incêndio para as edificações existentes, conforme os prazos estabelecidos em Decreto Estadual 51.803/2014.
No resto do Brasil, os outros estados utilizam leis estaduais, baseadas em outras normas, tanto federais, como estaduais. Sendo assim, cada região possui sua própria norma reguladora, levando em consideração as condições climáticas e até mesmo financeiras da região.
Conforme Silva (2012, p. 30), no Brasil, as exigências de segurança contra incêndio “são definidas em legislação estadual. A legislação de diversos estados brasileiros exige que as estruturas das edificações sejam verificadas para a situação de incêndio.” 
Para a elaboração de um projeto de proteção contra incêndio seguindo as normas do estado do Rio Grande do Sul, alguns fundamentos teóricos devem ser compreendidos e estudados, permitindo assim um total entendimento a respeito das ações de prevenção.
2.2 FOGO E INCÊNDIO
	A convenção mundial, no que diz respeito a definições de fogo, é baseada na ISO 8421-1 de 1987 que diz: fogo é o processo de combustão caracterizadopela emissão de calor acompanhado de fumaça, chamas ou ambos.
Já a norma brasileira define fogo conforme a como:” fogo é o processo de combustão caracterizado pela emissão de calor e luz” (NBR 13860/1997). O fogo participa da vida do humano desde os seus primórdios, tanto para a preparação de alimentos, como para geração de energia e até mesmo para defesa nos tempos de idade média.
As causas da propagação do fogo, consequentemente de incêndio são as mais variadas, sejam elas: por fenômenos naturais, como o raio e queimadas; fenômenos termoelétricos, como curto circuito e sobrecarga; ou até mesmo ação pessoal, deixando uma boca do fogão ligada ou uma vela próxima a cortina.
O fogo se forma basicamente com o conhecido "triângulo do fogo” que consiste, conforme o livro Telmo Brentano:
Combustível, que é toda a matéria suscetível de queimar. Pode ser sólido, líquido ou gasoso, como madeira, papel, carvão, gasolina, álcool, metano, etc.
O comburente, geralmente o oxigênio do ar, que é o agente químico que ativa e conserva a combustão combinando-se com os gases ou vapores do combustível, formando uma mistura que é inflamável.
Calor, que é o elemento que dá início, mantém e incentiva a propagação do fogo. Em outras palavras, o calor é o provocador da reação química da mistura inflamável, proveniente da combinação dos gases ou vapores do combustível e do comburente. (BRENTANO,2007. p.40.)
	Sendo assim a definição de triângulo do fogo conforme Brentano:
Na combustão, o material combustível combina-se com o comburente (oxigênio) quando ativado por uma fonte de calor, inicia uma transformação química que produz mais calor, que propicia o prosseguimento da reação ocasionando uma reação química em cadeia. (BRENTANO,2007 p.41)
Conforme o livro A segurança contra Incêndio, o fogo também foi classificado a partir da classe do fogo e do material comburente envolvido:
- Classe A: Fogo envolvendo materiais combustíveis sólidos, tais como madeiras, tecidos, papéis, borrachas, plásticos termoestáveis e outras fibras orgânicas, que queimam em superfície e profundidade, deixando resíduos.
- Classe B: Fogo envolvendo líquidos e/ou gases inflamáveis ou combustíveis, plásticos e graxas que liquefazem por ação do calor e queimam somente em superfície.
- Classe C: Fogo envolvendo equipamentos e instalações elétricas energizados.
- Classe D: Fogo em metais combustíveis, tais como magnésio, titânio, zircônio, sódio, potássio e lítio.
2.3 EXTINTORES DE INCÊNDIO
	Conforme Telmo Brentano ele define os extintores de incêndio como:
O extintor de incêndio é um aparelho de acionamento manual portátil ou sobre rodas, constituído de recipiente metálico, que pode ser de aço, cobre, latão ou material equivalente e seus acessórios, que contém no seu interior um agente extintor, que pode ser expelido por um agente propelente e dirigido sobre um foco de fogo com a função de controlá-lo ou extingui-lo. (BRENTANO,2007. p.461.)
	Os extintores de incêndio são muito no estágio inicial do fogo, sendo uma das principais defesas do usuário da edificação perante ao fogo.
Os extintores de incêndio são equipamentos fundamentais para extinguir vários tipos de fogos quando estão no seu estágio inicial, mas somente no estágio inicial. O extintor de incêndio constitui uma parte importante do sistema de proteção contra incêndio de uma edificação, porque é o primeiro equipamento a ser utilizado no combate a um princípio de fogo por ser portátil, relativamente leve, disponível em vários pontos da edificação e fácil de ser manejado por qualquer pessoa, sem maiores perdas de tempo em preparativos para colocá-lo em operação, mas, mesmo assim, sempre os operadores devem contar com treinamento básico. (BRENTANO,2007. p.461.)
2.4 ILUMINAÇÃO DE EMERGÊNCIA:
	Segundo a norma brasileira, a iluminação de emergência pode ser definida como: Iluminação que deve clarear as áreas com pessoas presentes, passagens horizontais e verticais para saídas de emergência, áreas técnicas de controle de restabelecimento de serviços essenciais na edificação, na falta ou falha no fortalecimento de energia. (NBR 10898/2016).
	Conforme Brentano (2007):
A iluminação de emergência tem como objetivo substituir a iluminação artificial normal, que deve ser desligada ou pode até falhar em caso de incêndio, por fonte de energia própria que assegure um tempo mínimo de funcionamento. Ela deve garantir, durante este período, a intensidade dos pontos de luz de maneira a respeitar o nível mínimo de iluminação estabelecido pela norma ou pela legislação adotada no local, proporcionando a saída com rapidez e segurança dos ocupantes da edificação. (BRENTANO,2007. p.369.)
	Sendo assim, uma correta instalação e manutenção das iluminações de emergência pode ajudar muito na evacuação correta das edificações que sofram com um sinistro de incêndio, seguindo as corretas saídas de emergência.
2.5 SAÍDAS DE EMERGÊNCIA:
	Segundo a RTCBMRS nº11 parte 1 de 2016 a definição de saídas de emergência é:
4.1.5 Saídas de emergência – Caminho contínuo, constituído por portas, corredores, halls, passagens externas, balcões, sacadas, vestíbulos, escadas, rampas ou outros dispositivos de saída ou combinações destes, a ser percorrido pelo usuário em caso de sinistros de qualquer ponto da edificação até atingir o espaço livre exterior térreo. (RTCBMRS 2016, nº11, parte 1, p. 4)
Já no livro de Segurança contra incêndio tem uma definição um pouco mais ampla sobre o tema:
As saídas de emergência devem atender à demanda da população, em caso de sinistros, seja por compartimentação, rotas de fuga, escadas de emergência, áreas de refúgio, seja por elevadores de emergência totalmente protegidos da ação de gases e chamas, com sistema de alimentação de energia independente do geral da edificação. (BRENTANO,2007. p.97.)
Mas quando pensamos em saída de incêndio, devemos ter um conceito muito amplo em relação a esse tema, visto que, ele abrange uma série de fatores que compõem a rota de saída na ocorrência de um sinistro.
2.6 DISTÂNCIA MÁXIMA A PERCORRER
	
Na RTCBMRS nº11 parte 1 de 2016 ela utiliza uma tabela que define qual a distância máxima é permitida referente a classificação que a ocupação possui:
Tabela 1 – Distâncias máximas a serem percorridas
	 
		
Fonte: RTCBMRS nº11 parte 1 de 2016
A definição para saída, para efeito de distância máxima a percorrer: 
Nos pavimentos térreos, poderá ser considerada como saída, para efeito da distância máxima a ser percorrida, qualquer abertura sem grades fixas, com peitoril, tanto interna como externamente, com altura máxima de 1,20 m, vão livre com área mínima de 1,20 m² e nenhuma dimensão inferior a 1,00m. Estas aberturas deverão permanecer abertas e desobstruídas durante o horário de funcionamento da edificação e enquanto houver a permanência de pessoas em seu interior. (RTCBMRS 2016, nº11, parte 1, ANEXO B)
2.7 MEDIDAS COMPENSATÓRIAS
	Devido às grandes dificuldades encontradas para a adequação de alguns equipamentos de prevenção e proteção contra incêndio solicitados em normas atuais nas edificações existentes, foi incluído o conceito de medida compensatória para recompor o nível de proteção referente a aquela segurança contra incêndio.
	O Decreto Estadual nº 53.280/2016, que foi alterado para 55.332/2020, trata o seguinte: 
Para as edificações e as áreas de risco de incêndio existentes, que comprovarem inviabilidade técnica para a instalação das medidas de segurança contra incêndio exigidas, por meio de laudo elaborado por profissional legalmente habilitado, deverá ser encaminhada proposta alternativa com as medidas compensatórias de segurança contra incêndio, para apreciação e aprovação do CBMRS. (DECRETO ESTADUAL Nº 53.280,2016, p.3)
Tais propostas alternativas serão tratadas compensatórias para a impossibilidade técnica de instalação das medidas de segurança contra incêndio exigidas, conforme redação da Resolução Técnica nº 5 – parte 7/2016:
5.1 Na impossibilidade técnica de instalação de uma ou mais medidas de segurança contra incêndio previstas no Anexo“B” desta RTCBMRS ou do Decreto nº 51.803/2014 e suas alterações, conforme o caso, deverão ser apresentadas medidas compensatórias com a finalidade de mitigar o risco de incêndio.
5.1.1 As razões da impossibilidade de instalação e as medidas compensatórias deverão ser apresentadas através de Laudo de Inviabilidade Técnica, elaborado sob responsabilidade técnica de engenheiro ou arquiteto, habilitado no sistema CREA/CONFEA ou CAU, com a respectiva ART/RRT conforme o Anexo “B” (RESOLUÇÃO TÉCNICA Nº5, PARTE 7, 2013) 
As medidas compensatórias propostas como forma de mitigar o risco de incêndio, devem seguir as diretrizes estabelecidas pela Resolução Técnica nº 05 – Parte 7 de 2016, conforme segue:
C.1 Medidas compensatórias são instalações, equipamentos, sistemas construtivos ou medidas de organização do socorro e treinamento que objetivam mitigar os riscos acrescidos decorrentes da impossibilidade, total ou parcial, de implantação ou adaptação das medidas de segurança contra incêndio conforme os requisitos prescritos na legislação, regulamentação e normas vigentes, advinda das características construtivas das edificações e áreas de risco de incêndio já executadas.
C.2 As medidas compensatórias deverão recompor o nível de proteção e garantir o cumprimento do mesmo objetivo de segurança contra incêndio da medida exigida pela legislação vigente que for suprimida ou não adaptada devido a inviabilidade técnica.
C.5 A proporcionalidade das medidas de segurança ao risco de incêndio a ser mitigado, os requisitos funcionais e o nível de substituição da medida que apresenta inviabilidade técnica, total ou parcial, serão propostos pelos responsáveis técnicos e submetidos à avaliação e aprovação do CBMRS. (RESOLUÇÃO TÉCNICA Nº 05, PARTE 7, 2016, p. 49)
A Resolução Técnica nº05 – parte 7 de 2016 traz ainda na Tabela 1 do anexo C, sugestões de medidas que podem ser usadas para compensar determinadas medidas que apresentam inviabilidade de instalação ou adequação. Esta tabela não foi apresentada por ser muito extensa. Caso seja necessário a utilização durante a readequação da edificação, será apresentada no caso específico.
2.8 DEFINIÇÕES DE NORMA
Na estruturação de um projeto de proteção e prevenção contra incêndio de uma edificação existente, algumas distinções devem ser compreendidas conforme estabelece a norma de cada sistema e medidas de prevenção, para o correto enquadramento e dimensionamento.
2.8.1 Acesso a viaturas 
· Área da edificação que proporcione facilidade de acesso, em caso de emergência para o bombeiro (RT CBMRS nº2, 2014, p.2)
2.8.2 Plano de emergência 
· Plano estabelecido em função dos riscos da empresa, para definir a melhor utilização dos recursos materiais e humanos em situação de emergência (RT CBMRS nº2, 2014, p. 18).
2.8.3 Rotas de fuga: 
· Saídas e caminhos devidamente sinalizados e protegidos, a serem percorridos pelas pessoas para um rápido abandono do local em emergência. (RT CBMRS nº 2, 2014, p.22)
2.8.4 Corrimão:
· Barra, cano ou peça similar, com superfície lisa, arredondada e contínua, localizada junto a paredes ou guardas de escadas, rampas ou passagens para pessoas nela se apoiarem ao subir, descer ou se deslocar. (RT CBMRS nº 2, 2014, p.9)
2.8.5 Lanços:
· Sucessão ininterrupta de degraus entre dois patamares sucessivos, não podendo ultrapassar a altura de 3,70m. Quando houver menos de 3 degraus, estes devem ser sinalizados na sua borda superior. (RT CBMRS nº 2, 2014, p.16)
2.8.6 Brigada de Incêndio: 
· Grupo organizado de pessoas, preferencialmente voluntárias ou indicadas, treinadas e capacitadas para atuar em atividades preventivas e no combate ao princípio de incêndio, no abandono de área e primeiros socorros, dentro de uma área preestabelecida, atendendo critérios da Resolução Técnica CBMRS. (RT CBMRS nº 2, 2014, p.6)
2.8.8 Detecção de incêndio: 
· Conjunto de dispositivos que visa a identificar um princípio de incêndio, notificando sua ocorrência a uma central, que repassará este aviso a uma equipe de intervenção, ou determinará o alarme para a edificação, com o consequente abandono da área. (RT CBMRS nº 2, 2014, p. 23).
2.8.9 Alarme de Incêndio: 
· Aviso de incêndio, sonoro e/ou luminoso, originado por uma pessoa ou por um mecanismo automático, destinado a alertar as pessoas sobre a existência de um incêndio em determinada área da edificação. (RT CBMRS nº 2, 2014, p. 3).
· Dispositivo destinado a dar um alarme em um sistema de segurança contra incêndio, pela interferência do elemento humano. (RT CBMRS nº 2, 2014, p. 6).
2.8.10 Hidrantes e mangotinhos: 
· Hidrante: Ponto de tomada de água instalado na rede particular, embutido em parede, podendo estar no interior de um abrigo de mangueira. (RT CBMRS nº 2, 2014, p. 14).
· Mangotinho: Mangueira flexível de borracha anti colapsante, de diâmetro inferior a 38 mm. (RT CBMRS nº 2, 2014, p. 16).
· Mangueira de incêndio: Equipamento de combate a incêndio constituído essencialmente por um duto flexível dotado de uniões. (RT CBMRS nº 2, 2014, p. 16).
· Dispositivo de recalque: Dispositivo hidráulico destinado a permitir a introdução de água proveniente de fontes externas, na instalação hidráulica de combate a incêndio das edificações. (RT CBMRS nº 2, 2014, p. 21).
· Reserva técnica de incêndio: Volume de água destinado exclusivamente ao combate a incêndio. (RT CBMRS nº 2, 2014, p. 21).
· Junta de união: Adaptador usado para conectar mangueiras e outras conexões. (RT CBMRS nº 2, 2014, p. 3).
2.9 Edificação existente 
	A Lei Complementar 14.376/2013 e suas alterações, trouxe o conceito de edificação existente, que basicamente é a comprovação de existência da edificação anterior a dezembro de 2013. Ela traz dois parâmetros para este conceito, as quais buscam viabilizar a adequação das edificações concebidas antes da referida Lei às novas exigências.
	O inciso XVII, Art. 6º da referida Lei Complementar estabelece o seguinte:
XVII – edificação ou área de risco de incêndio existente: (Redação dada pela Lei Complementar nº 14.924/16)
a) regularizada: é aquela detentora de habite-se ou projeto protocolado na Prefeitura Municipal ou PPCI/PSPCI protocolado no CBMRS ou documentação emitida por órgão público que comprove sua existência, com área e atividade da época, até 26 de dezembro de 2013; (Redação dada pela Lei Complementar n.º 14.924/16)
b) não regularizada: é aquela já construída, que não se enquadre no disposto na alínea “a”, desde que comprove através de registro fotográfico, documentos históricos e documentos públicos a existência do prédio no endereço anteriormente a 26 de dezembro de 2013; (Redação dada pela Lei Complementar n.º 14.924/16). (LEI COMPLEMENTAR Nº 14.924, 2016, p. 2)
	Na cidade de Porto Alegre, antes da entrada em vigor da Lei Complementar nº 14.376 (2013), alterada pela Lei Complementar nº 55.332 (2020), a lei de prevenção vigente era a Lei Complementar nº 420 (1998), diferentemente do restante do Estado.
	Para as edificações que regularizadas pela LC 420 (1998), a RT CBMRS nº 05 – parte 7 estabelece as ações necessárias para a adequação das edificações a nova legislação bem como concessões, como pode ser visto no item 4.2.3 da RT CBMRS:
4.2.3 As edificações e áreas de risco de incêndio existentes regularizadas entre 28 de abril de 1997 até 26 de dezembro de 2013 não necessitarão adequar as saídas de emergência, as instalações hidráulicas sob comando e automática as normas atuais, devendo estas medidas de segurança contra incêndio atenderem as normas vigentes à época da regularização. (RT CBMRS nº5 – parte 07, 2016, p. 5)
Para as edificações anteriores a 2013 que comprovem existência através de habite-se ou algum documento de Prefeitura municipal com área correta e atividade principal da época, não é necessário a instalação de sistemas hidráulicos tampouco a readequação das saídas de emergência, desde que a edificação atenda as medidas de proteção e prevenção contra incêndio das leis que estavam vigentes na época (LC 420/98).
 
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Foi realizada pesquisa bibliográfica emtextos de autores dedicados ao estudo dessa temática. As bases de dados utilizadas foram: Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações, Domínio Público e outros. A escolha da metodologia para o desenvolvimento deste trabalho foi através do estudo de caso de uma edificação residencial, por entender ser a mais adequada para atingir os objetivos propostos. Para isso foram utilizados dois artifícios: uma análise do PPCI do edifício escolhido para o referido estudo de caso e uma análise crítica dos riscos de incêndio inerentes ao prédio e ao espaço.
3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA 
Este trabalho consiste em um estudo de caso para uma proposta de elaboração do plano de prevenção e proteção contra incêndios de uma edificação construída antes da entrada em vigor da Lei Complementar nº 14.376/2013 e suas alterações.
3.2 TÉCNICAS E INSTRUMENTOS DA COLETA DE DADOS
O trabalho será realizado através das etapas apresentadas a seguir que estão representadas na figura 1:
· Pesquisa bibliográfica 
· Coleta de dados
· Análise dos dados coletados
· Estudo das normas para aplicação das mesmas
· Apresentação do estudo na edificação 
· Conclusões
 
3.2.1 Definição operacional das variáveis
Figura 1 – Organograma de pesquisa
 
 
Fonte: Elaborado pelo autor.
Sistemas de prevenção – São os sistemas que vão orientar as pessoas em relação à rota de fuga e a combater o princípio de incêndio.
Medidas de prevenção – É a prevenção com treinamentos e equipamentos para evitar o princípio de incêndio na edificação.
Instalações de prevenção – Avaliar se as instalações de prevenção contra incêndio estão de acordo com a norma atual.
Planta de projeto – Planta na qual serão demonstradas o arquitetônico do local juntamente com os equipamentos de prevenção contra incêndio da edificação.
Inviabilidades técnicas e medidas compensatórias – as inviabilidades são em relação à não possibilidade de atingir a exigência de determinada solicitação técnica de norma. Medidas compensatórias visam compensar com equipamentos, treinamentos e orientações a não possibilidade de atendimento de determinada solicitação técnica de norma.
4 RESULTADOS 
4.1 CONFIGURAÇÕES QUE PRECEDE A READEQUAÇÃO DO PROJETO
O objetivo do presente estudo consiste de um prédio de ocupação residencial, tipo habitação multifamiliar de 9 pavimentos com dezesseis apartamentos, sendo o último uma cobertura com sala de maquinas, dois apartamentos por andar e estruturado em alvenaria, localizado na zona norte de Porto Alegre, condomínio Residencial Parque das Flores, na Rua Isodoro La Porta, Nº10. A área edificada é de 2.969,04 m², sendo o pavimento térreo tem área condominial e as garagens.
As instalações anteriores do PPCI encontravam-se nas condições que abaixo serão descritas. 
No local encontravam-se com 9 extintores do tipo 2 A e 9 extintores do tipo 20 BC distribuídos entre os pavimentos da edificação, todos com placa de identificação da classificação do extintor. Também se encontra um extintor 5 BC (pó químico) na casa de manutenção do elevador.
Também temos um conjunto de hidrantes em cada andar com: 1 hidrante simples com 2 mangueiras de 1.1/2’’, esguicho regulável e chave Storz, seguido de uma placa de identificação.
Cada andar possui uma botoeira de alarme numerada conforme projeto e placa de identificação padrão ABNT. Também possui uma central de alarme situada no pavimento térreo.
Nas escadas encontramos também corrimões com altura padrão de 0,85m e placas de sinalização de emergência tipos 14 e 16 tamanho 300x150mm.
4.2 INCONSISTÊNCIAS DETECTADAS NO PROJETO
Conforme levantamento no local realizado na edificação, foi encontrado essas inconformidades nos equipamentos de prevenção e proteção contra incêndio:
	Os Hidrantes não possuíam chave Storz 2.1/2’ e placas de identificação padrão ABNT.
Os Extintores estavam em sua grande maioria despressurizados e/ou com a sua validade vencida.
Também não foi localizado sistema de iluminação de emergência nos corredores e acessos a edificação.
4.3 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS
Essa análise ajudou a melhor compreender o problema e os objetivos aqui definidos e tendo como consequência o aumento da chance de obter melhores resultados nas decisões que serão essenciais no caso de acidentes.
O objetivo deste estudo foi verificar o PPCI e realizar uma análise critica e revisão do mesmo, levando em conta a legislação vigente no município de Porto Alegre.
É relevante informar ainda que esse prédio escolhido para o estudo foi construído em 1976, portanto à trinta e três anos, quando ainda não existia uma legislação especifica para proteção de incêndios.
4.4 ETAPAS PARA A READEQUAÇÃO
	A) Referente aos pontos de hidrante será necessário a colocação de chave Storz 2.1/2’ em todos os pavimentos da edificação, visto que conforme NBR 13714, é necessário ao menos uma chave Storz, em caso de hidrante simples. Também é necessário para uma completa readequação a atualização das placas de identificação dos hidrantes, para padrão ABNT.
	B) Recarga de 9 extintores 2A 20BC existentes nos 9 pavimentos da edificação e a instalação de 4 novos extintores 2A 20BC entre sala de maquinas e garagem conforme norma RTCBMRS nº 14/2016. 
	C) Necessário a instalação de sistema de iluminação de emergência independente em todos os corredores de acesso comum, junto as escadas de emergência existentes na edificação, totalizando 18 novos pontos de iluminação.
4.4 ETAPAS PARA A REAPROVAÇÃO
	A) Preenchimento de todos os documentos de análise dos corpos de bombeiros (Anexo B.1) junto com a ART de projeto e execução referente ao PPCI com seus respectivos laudos e/ou inviabilidade.
	B) Acesso ao site do corpo de bombeiros para a criação do requerimento referente a edificação existente. 
	C) Elaboração da planta baixa com a distribuição dos equipamentos de PPCI conforme as normas vigentes.
	D) Protocolo de pasta física junto ao corpo de bombeiros responsável. 
	E) Após a avaliação do projeto de PPCI pelo corpo de bombeiros e a emissão do certificado de aprovação, solicitar a vistoria para obtenção do alvará.
4.5 QUANTITATIVO DE MATERIAIS? 
	Foi elaborada a seguinte planilha referente aos itens que serão necessários a compra para a aprovação do PPCI na vistoria completa, isto é, com todos os itens vistoriados e com alvará para 4 anos.
	Tabela 2 – Quantitativo de materiais de incêndio
	Material 
	Quantidade 
	(cm)/(kg)
	Localização 
	Preço Unidade
	Preço Total
	Extintor Pó químico 20 BC 4kg
	1
	4 kg
	Térreo
	R$ 139,00
	R$ 139,00
	Recarga Extintor Pó químico 20BC 4kg
	8
	4 kg
	2 Pav - 8 Pav
	R$ 65,00
	R$ 520,00
	Recarga Extintor Água 2A 10kg
	8
	10 kg
	2 Pav - 8 Pav
	R$ 80,00
	R$ 640,00
	Placas de sinalização Extintores padrão ABNT
	20
	20x20
	Téreo - C. Maquinas
	R$ 6,40
	R$ 128,00
	Acionador manual endereçável s/nartelo
	4
	-
	Térreo - 3, 5, 7 Pav
	R$ 105,00
	R$ 420,00
	Sirene Audiovisual alarme 
	9
	-
	Térreo até 8 Pav
	R$ 156,00
	R$ 1.404,00
	Placas de sinalização alarme padrão ABNT
	9
	20x20
	Térreo até 8 Pav
	R$ 12,00
	R$ 108,00
	Iluminação de emergência 30 LEDS
	19
	-
	Térreo até 8 Pav
	R$ 12,90
	R$ 245,10
	Placa de sinalização hidrante padrão ABNT
	9
	20x20
	Térreo até 8 Pav
	R$ 6,40
	R$ 57,60
	Chave Storz em Latão 1.1/2" X 2.1/2"
	8
	 
	Térreo até 8 Pav
	R$ 15,60
	R$ 124,80
	Placa de sinalização Tipo 17 padrão ABNT
	1
	30x15
	Térreo
	R$ 5,90
	R$ 5,90
	TOTAL DE ITENS
	96
	 
	 
	R$ 604,20
	R$ 3.792,40
	Fonte: o Autor (2022)
5 CONCLUSÃO E SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS 
O objetivo principal deste trabalho foi o de readequar na prática a Lei nº 14.376 de 2013 de prevenção contra incêndios sobre uma edificação residencial, construída a luz de uma legislação anterior, visando à sua regularização e adequação a esta nova legislação e normas vigentes, o que foi alcançado.
Pode-se dizer que a edificação alvo do estudo de caso possui condições de adequação às normas vigentes. Tais condições foram criadas mediante o estudo da edificação e elaboração de um projeto com algumas alterações que não caracterizam nenhumtipo de inviabilidade técnica pertinente ao projeto de Prevenção e Proteção Contra Incêndios (PPCI).
A elaboração do trabalho permitiu ampliar o conhecimento de prevenção contra incêndios em uma visão mais ampla, pois foi possível entender todo o processo de projeto, enquadramento, classificação e dimensionamento das medidas. Pode-se observar durante a pesquisa que a grande quantidade normas e regulamentos, dificulta a correta aplicação por profissionais não preparados.
É importante ressaltar a relevância e a evolução do tema após os desastres ocorridos, mais recentemente no bairro Cidade Baixa em Porto Alegre, pois a partir destes acontecimentos tem aumentado a conscientização de que é preciso haver preparação e zelo pela segurança contra incêndio em edificações.
Com a entrada em vigor da Lei Federal nº 13.425, de 30 de março de 2017 (Lei Kiss), os cursos de graduação em Engenharia e Arquitetura em funcionamento no País deverão incluir nas disciplinas ministradas conteúdo relativo à prevenção e ao combate a incêndio e a desastres, formando profissionais mais preparados para atuar nesta área.
Como sugestão para futuras pesquisas podem ser realizado um estudo referente a distribuição dos pontos de hidrante e sua capacidade de bomba hidráulica em uma determinada edificação utilizando as normas atuais.
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, Junior Isaac. Análise de Riscos de incêndio em espaços urbanos Revitalizados: Uma abordagem no Bairro de Recife; Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) UFPE. 2002.
BRASIL. Decreto Estadual 37.380, de 28 de abril de 1997, alterado pelo Decreto Estadual 38.273/98, referente a Normas de Prevenção e Proteção Contra incêndios e Pânico em Centros Esportivos, de eventos e de exibição. 
BRASIL. Lei Complementar 420/1998, referente ao Código de Proteção contra Incêndio de Porto Alegre. CORAG. Assessoria de Publicações Técnicas. 4ª edição. 
ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL: Decreto Nº 51.803, de 10 de setembro de 2014: Regulamenta a Lei Complementar n.º 14.376, de 26 de dezembro de 2013, e alterações, que estabelece normas sobre segurança, prevenção e proteção contra incêndio nas edificações e áreas de risco de incêndio no Estado do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, Governo do Estado do Rio Grande do Sul, 2014.
ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL. Secretaria da Segurança Pública. Brigada Militar. Comando do Corpo de Bombeiros. Resolução Técnica nº 02 de 19 de dezembro de 2014. Padroniza os termos e definições utilizadas na legislação de segurança contra incêndio do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, Governo do Estado do Rio Grande do Sul, 2014.
LEI COMPLEMENTAR n° 14.376, de 26 de dezembro de 2013: estabelece normas sobre segurança, prevenção e proteção contra incêndios nas edificações e áreas de risco de incêndio no Estado do Rio Grande do Sul e dá outras providências. Porto Alegre, RS: Assembleia Legislativa, 2013.
LEI COMPLEMENTAR n° 14.924, de 22 de setembro de 2016: Altera a Lei Complementar n.º 14.376, de 26 de dezembro de 2013, que estabelece normas sobre Segurança, Prevenção e Proteção contra Incêndios nas edificações e áreas de risco de incêndio no Estado do Rio Grande do Sul e dá outras providências. Porto Alegre, RS: Assembleia Legislativa, 2016.
LUZ NETO, Manoel Altivo da. Condições de segurança contra incêndio. Brasília: Ministério da Saúde, 1995. 
NBR 13434: sinalização de segurança contra incêndio e pânico - parte 1: princípios de projeto. Rio de Janeiro, 2004, 15 p.
NBR 13434: sinalização de segurança contra incêndio e pânico - parte 2: símbolos e suas formas, dimensões e cores. Rio de Janeiro, 2004, 23 p.
NBR 13714: Sistemas de hidrante e de mangotinhos para combate a incêndio. Rio de Janeiro, 2000, 25 p.
NBR 15219: Plano de emergência contra incêndios – requisitos. Rio de Janeiro, 2005, 17 p.
NBR 17240: sistemas de detecção e alarme de incêndio – projeto, instalação, comissionamento e manutenção de sistemas de detecção e alarme de incêndio. Rio de Janeiro, 2010, 24 p.
ONO, R. Parâmetros de garantia da qualidade do projeto de segurança contra incêndio em edifícios altos. Ambiente Construído. Porto Alegre, v.7 n.1.p.97-113.jan/mar.2007. 
RESOLUÇÃO TÉCNICA nº 5 – parte 1.1 de 07 de novembro de 2016. Estabelece o procedimento administrativo nas edificações regularizadas mediante Plano de Prevenção e Proteção Contra Incêndio – PPCI, conforme Lei Complementar n.º 14.376, de 26 de dezembro de 2013, e suas alterações, e Decreto Estadual n.º 51.803, de 10 de setembro de 2014, e suas alterações. Porto Alegre, Governo do Estado do Rio Grande do Sul, 2016.
RESOLUÇÃO TÉCNICA nº 11 – parte 1 de 26 de julho de 2016. Estabelece os requisitos mínimos necessários para o dimensionamento das saídas de emergência para que a população possa abandonar a edificação, em caso de incêndio ou pânico, protegida em sua integridade física, e permitir o acesso de guarnições de bombeiros para o combate ao fogo ou retirada de pessoas. Porto Alegre, Governo do Estado do Rio Grande do Sul, 2016.
RESOLUÇÃO TÉCNICA nº 14 de 04 de maio de 2009. Baixa instruções suplementares ao Decreto Estadual nº 37.380/97, alterado pelo Decreto Estadual nº 38.273/98, acerca da exigência do Treinamento de Prevenção e Combate a Incêndios – TPCI. Porto Alegre, Governo do Estado do Rio Grande do Sul, 2009.
RESOLUÇÃO TÉCNICA nº 14 de 04 de maio de 2009. Baixa instruções suplementares ao Decreto Estadual nº 37.380/97, alterado pelo Decreto Estadual nº 38.273/98, acerca da exigência do Treinamento de Prevenção e Combate a Incêndios – TPCI. Porto Alegre, Governo do Estado do Rio Grande do Sul, 2009.
RESOLUÇÃO TÉCNICA nº 14 de 11 de abril de 2016. Estabelece os critérios para proteção contra incêndio em edificações e áreas de risco de incêndio por meio de extintores de incêndio portáteis e sobre rodas. Porto Alegre, Governo do Estado do Rio Grande do Sul, 2016.
SEITO, Alexandre Itiu el al. A Segurança Contra Incêndio no Brasil. São Paulo: Projeto Editora, 2008.
ANEXOS
ANEXO 1 – TABELA COM CLASSIFICAÇÃO DAS EDIFICAÇÕES E ÁREAS DE RISCO DE INCÊNDIO QUANTO A OCUPAÇÃO
Classificação das edificações e áreas de risco de incêndio quanto a ocupação
Fonte: (Rio Grande do Sul, 2016, p. 10 a 13)

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