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TXXIV Larissa Cardeal 4. FISIOLOGIA E AVALIAÇÃO LABORATORIAL DA FUNÇÃO TIREOIDEANA - se origina no forame cego, que encontra-se na base da língua e, durante o desenvolvimento fetal ela desce pelo ducto tireoglosso e irá se localizar na região cervical anterior - o istmo fica logo abaixo da cartilagem cricoide > alguns indivíduos podem ter o lobo piramidal na região de istmo – trata-se de um resquício da tireóide na sua descida pelo ducto tireoglosso > pode ser sentido na palpação e confundido com nódulo - formato que lembra uma borboleta - composta por folículos tireoideanos, que são esferas repletos de coloide, revestidos pelas células foliculares, organizadas em camada monocelular - o coloide é o local de armazenamento de iodo e de hormônios tireoideanos > estoque de iodo que não está sendo utilizado no momento - as células ao redor são as células foliculares e as células C > as células C também são conhecidas como células parafoliculares, pois encontram-se paralelas, ao lado do folículo e são responsáveis pela secreção de calcitonina, que está envolvido no controle do cálcio no organismo > o maior controle regulatório do cálcio no organismo ocorre pela ação do PTH > podem haver tumores de tireoide que se originam nessas células C – carcinomas medulares de tireoide – são raros > obs: quando há retirada da tireoide, os pacientes podem ficar com hipotireoidismo > não se faz reposição de calcitonina, apenas de levotiroxina | os carcinomas mais comuns da tiroide são os carcinomas foliculares e papilíferos da tireoide, que são originados das células foliculares da tireoide TXXIV Larissa Cardeal - representação de célula folicular - M. BL = membrana basolateral, que é voltada para o lado de fora do coloide - M. Ap = membrana apical, que é voltada para o contato com o coloide - proteína NIS (sódio-iodo-simporter) na M. BL > o iodeto entra na célula folicular, junto ao sódio, através dessa proteína, sendo muito importante para a captação do iodo, que vem na forma de iodeto > esse iodeto é jogado para o coloide – no coloide ocorre e redução do iodeto a I2, que trata- se da primeira etapa da organificação do iodo – primeira etapa de sua participação na formação do hormônio tireoideano > a retirada desse elétron do iodeto (redução - formando I2) será realizada pela tireoperoxidase (TPO - enzima que gera peróxido de hidrogênio nessa reação) - produção de Tg (tireoglobulina) pela tireoide é necessária para a produção dos hormônios tireoideanos > a Tg é uma molécula de aminoácidos que é rica em moléculas de tirosina, como se fosse um varal de proteínas tirosina > a Tg é produzida no RER, processada no CG e secretada na região do coloide > após a Tg ser jogada no colóide, a tireoperoxidase entra novamente em ação, de forma que incorpora a Tg à molécula de iodo (I2) > com essa incorporação da Tg ao iodo pela TGO, há formação das moléculas MIT (monoiodotirosina), DIT (diiodotirosina), RT3, T3 (acoplamento da DIT com a MIT – formando triiodotironina) e T4 (acoplamento da DIT com a DIT, formando tetraiodotirosina - tiroxina) > todas essas moléculas encontram-se no interior da tireoglubilina (Tg) – um “feno” proteico > a célula folicular endocita a tireoglobulina com esse “feno” proteico, de forma que essas proteínas serão “separadas” por meio da ação das proteases > pela ação das proteases, há separação do T3 e do T4, presentes na tireoglobulina que são, então, secretados | obs: 80% da secreção da tireoide é de T4 e não de T3 - o T3 e o T4, hormônios tireoideanos, podem circular de forma isolada na corrente sanguínea ou acoplado a proteínas transportadoras (que ocorre de forma majoritária) - TBG (tiroxin biden globulin) > produzida pelo fígado, fica circulante e vai captar o T4 e transportá-lo para os tecidos - transferritina - albumina - 2 sítios antigênicos de doenças autoimunes: > TPO – anticorpos anti TPO atuam contra essa enzima específica da tireoide > Tg – anticorpos anti Tg TXXIV Larissa Cardeal - a tirosina possui um anel aromático como radical - quando a tirosina sofre a iodação pela peroxidase, incorpora o iodo no anel aromático > se a tirosina incorpora apenas um iodo, passa a ser denominada monoiodotirosina (MIT) > se a tirosina incorpora 2 iodos, passa a ser denominada diiodotirosina (DIT) > se houver acoplamento de uma DIT a uma MIT passa a ser denominada triiodotironina ou tironina (T3) > se houver acoplamento de uma DIT a outra DIT, passa a ser denominada tetraiodotironina ou tiroxina (T4) - a tireoide produz, preferencialmente, T4, mas o hormônio biologicamente ativo é o T3 - o T3 que entra na célula, encontra o núcleo e desencadeia a expressão de diversos genes e de diversas proteínas, que modulam várias funções celulares - a T4 pode adentrar também nas células periféricas > essas células possuem uma enzima denominada deiodinase, a qual retira um iodo do T4, de forma que ele vire T3 > os tecidos periféricos é que fazem a conversão e ativação do T3 no organismo > função importante relacionada ao fígado, que tem importante papel endócrino na fisiologia dos hormônios tireoideanos, de forma que transforma o T4 em T3 > quando uma célula retira o iodo pela deiodinase, ela pode utilizar aquele T3 produzido ou pode jogá-lo de volta para a circulação – o fígado faz muito isso: pega o T4, deiodina o T4 a T3 e joga esse T3 para a corrente sanguínea para uso de órgãos periféricos | mas todos os tecidos periféricos possuem essa função de produzir T3 a partir do T4 por ação da deiodinase - quando o T3 se liga ao receptor de hormônio da tireoide no núcleo das células, se acopla ao receptor retinoide X e induz a síntese de novas proteínas, que estarão relacionadas ao metabolismo, ao funcionamento cardiovascular, desenvolvimento do SNC, efeitos no crescimento | excesso de hormônio tireoideano aumenta o metabolismo – aumento de glicogenólise e gliconeogênese (pode causar elevação na glicemia, aumento na reabsorção da massa óssea (osteoporose) | excesso de hormônio tireoideano aumenta a função cardiovascular – palpitações, IC | escassez de hormônio tireoideano gera bradipsiquia (pensamento e fala lentificada) | excesso causa aceleração no pensamento e fala, ansiedade | hormônio tireoideano é necessário para que haja um adequado crescimento nas crianças (pode ser causa de baixa estatura na criança) TXXIV Larissa Cardeal - as enzimas deiodinases D1 e D2 farão a ativação do T4 em T3, com retirada de um iodo do T4 | D1 e D2 retiram o iodo do anel externo - as enzimas deiodinases D1 e D3 realizam a inativação do T4, com retirada de um iodo do T4 | D1 e D3 retiram o iodo do anel interno – produção de iodo reverso (inativo, sem função) - obs: o T3 também pode ser inativado pela D1 e pela D3 a T2 e T1 | D1 pode ativar ou inativar > é expressa no fígado, rim e tireoide, mas preferencialmente no fígado, órgão que consegue modular a atividade da D1 – o fígado possui controle da função tireoideana | D2 sempre ativa | D3 sempre inativa - o fígado é capaz de ativar T3 e T4 e inativar o T3, modulando a função do hormônio tireoideano - o TRH hipotalâmico irá estimular a hipófise anterior a secretar TSH > o TSH da hipófise irá estimular a hipófise a secretar T3 e T4 (preferencialmente T4, que é convertido perifericamente a T3) - ocorre um feedback negativo dos hormônios tireoideanos (T3 e T4) tanto na hipófise quanto no hipotálamo, inibindo a secreção desses hormônios - na clínica é útil a avaliação do TSH, do T3 e do T4 - indivíduo em eutireoidismo > hipófise secreta TSH, que atua sobre a tireoide, que secretaT3 e T4, que farão o feedback negativo na hipófise, inibindo a produção de mais TSH > equilíbrio da função - indivíduos que tenham feito tireoidectomia ou que tenham hipofunção da tireoide (tireoidite de Hashimoto – autoimune) > produção de T3 e T4 cai > não há feedback negativo para a hipófise > sem esse feedback, ocorre maior produção de TSH, com o objetivo e tentativa de que estimule a tireoide a produzir mais hormônios tireoideanos - indivíduos que tenham hiperfunção da tireoide por bócio difuso (doença de Graves), adenoma tóxico (doença de Plummer) > excesso de hormônio tireoideano, produzindo intenso feedback negativo – a secreção do TSH fica baixa, supressa pela alta quantidade de T3 e T4 >> a partir da avaliação do TSH consegue-se chegar à previsão de hiper e hipotireoidismo TXXIV Larissa Cardeal - escolhe-se a avaliação do TSH, pois sua função ocorre na forma de log linear (y em log, x linear) > se ocorre aumento de 2x no T4, o TSH irá aumentar em 100x, ou seja, um pouquinho de alteração no hormônio tireoideano, promove uma grande alteração na secreção do TSH | obs: diferentes laboratórios podem usar diferentes faixas de referência - em cinza > faixa de referência do valor normal de TSH > 0,4 a 4mUI/L - a base do triangulo indica o valor de referência de normalidade do T4 é 0,7 a 1,8 ng/dL - obs: o T3 e o T4 demoram para se alterar, por isso, deve-se dosar o TSH, no geral - cada indivíduo tem seu basal de TSH, T3 e T4, de acordo com a genética e esse basal pode se alterar em decorrência da idade > mas que devem estar dentro dos valores de referência - quando o fígado percebe a queda do T4, para que não haja problemas de disponibilidade de T3, começa fazer produção de T3 por ação da deiodinase > o fígado consegue compensar essa queda inicialmente - a definição de hipotireoidismo subclínico é laboratorial > se refere a uma discreta alteração do TSH, sem alteração dos hormônios tireoideanos – paciente pode vir já com sintomas como astenia, unhas quebradiças, sonolência, queda de cabelo, etc | para ser considerado hipotireoidismo subclínico, o paciente deve ter níveis de TSH entre 4 a 20 - sem o devido tratamento, a doença tireoideana continua evoluindo, até que chega em um ponto que o T4 cai a níveis suficientes para que seja detectado e diagnosticado como hipotireoidismo | nesse momento, os níveis de TSH estão muito elevados, “estourados” > acima de 20 – hipotireoidismo declarado | dosar o T4, nesse caso, não é fundamental, pois com esse nível de TSH, há um hipotireoidismo indúbito, declarado; além disso, paciente provavelmente já terá uma clínica mais exuberante - conforme se evolui o quadro e a deiodinase consegue manter relativamente estável o nível de T3, chega um ponto que ela já se torna incapaz de manter os níveis, e o T3 começa cair também > pacientes com T3 muito abaixo do normal podem chegar em coma mixedematoso | obs: dosar T3 para diagnóstico de hipotireoidismo NÃO É INDICADO, embora a dosagem de T4 até possa ser considerada TXXIV Larissa Cardeal - a coleta deve ser pela manhã pois todos os hormônios possuem ritmo circadiano, oscilam durante o dia > para que haja uma normalização, sem interferência do ciclo, deve ser colhido pela manhã - valores de normalidade, no estudo, foram de 0,45 a 4,12mU/L - o valor de TSH também depende da faixa etária - o valor máximo de normalidade do TSH em indivíduos mais velhos é mais elevado > deve-se analisar essa variabilidade e “aceitar” níveis um pouco mais elevados de TSH em população mais idosa - se o TSH vier alterado, deve-se dosar novamente o TSH e dessa vez, solicitar também dosagem de T4 livre >> solicitar nova dosagem em 2 a 12 semanas – o retorno mais precipitado ou mais longo vai depender da clínica | obs: o T3 não é um exame que se solicita na rotina para rastreio de hipotireoidismo | a dosagem do T3 é indicada para casos quando houver suspeita de HIPERTIREOIDISMO ou de TIREOTOXICOSE > paciente com TSH supresso, palpitações, tremores, perda de peso | há alguns casos em que há “T3- tireoxicose” – pode ser que os níveis de T3 se elevem antes do que os níveis de T4 TXXIV Larissa Cardeal - 99% das causas de hipotireoidismo são primárias, sendo o TSH um marcador muito sensível para esse diagnóstico - o problema é quando a disfunção é central (na hipófise) >> sendo assim, a dosagem de TSH não auxilia no diagnóstico – mas lembrar: apenas 1% dos pacientes possuem hipotireoidismo central > pode ser por tumor hipofisário, TCE – indícios de doença hipotalâmica - independente do TSH, já haverá hipotireoidismo, uma vez que já há T4 livre BAIXO - lesão central, como tumor de hipófise, por exemplo > hipofunção hipofisária – pode haver diminuição da secreção de TSH – essa quantidade insuficiente de TSH não estimula de forma adequada a tireoide, que passa a secretar menos T4 livre > T4 livre baixa - dosagem hormonal > feita pelo método ELISA, que utiliza como método, uma reação antígeno anticorpo > uma hipófise doente, pode começar liberar outras substâncias, que não sejam, necessariamente, o TSH, mas que podem ser parecidas com o TSH, mas que não possuem função e que reagem com o anticorpo do método ELISA, sendo encontrado no exame, valores normais de TSH || o mesmo ocorre quando há elevação de TSH em patologia de hipotireoidismo central (6 a 8, geralmente) || dica: quando há hipotireoidismo primário, o TSH já estará em torno de 20 - avaliação das proteínas carreadoras dos hormônios tireoideanos > TBG (globulina ligadora do hormônio tireoideanos) > transtirrerina > albumina - são muito semelhantes quanto ao peso molecular, mas em termos de quantidade, há maior prevalência de albumina - a TBG é a principal proteína que carreia o hormônio tireoideano, mas tem pouco local para ocupação (21), sendo que a transtirretina (350) tem mais do que a TBG, mas menos do que a albumina (50.000) - o hormônio tireoideano tem mais afinidade pela TBG >> mesmo que haja menos local de ocupação na TBG, ela é a que realiza o transporte dos hormônios tireoideanos de forma majoritária > 80% do T3 circulante encontra-se ligado à TBG > 68% do T4 circulante encontra-se ligado à TBG TXXIV Larissa Cardeal - o hormônio livre circula em uma concentração 1000x a menos do que a circulação total > o mais importante é o hormônio livre, o que possui função; porém, em algumas situações, é importante realizar a dosagem de fração total > a fração total é uma estimativa indireta da fração livre (que é a que realmente avalia a função dos hormônios tireoideanos) > a fração total pode sofrer interferência das proteínas carreadoras e não necessariamente estar representando uma doença tireoideana - fatores que influenciam os níveis séricos das proteínas de ligação dos hormônios tireoideanos: I. aumento de TBG: promove aumento de T3 e de T4 totais, mas não promove alteração nos níveis de hormônios tireoideanos livres – a função tireoideana ainda estará normal | congênito – indivíduo sempre terá esse nível de TBG, T3 e T4 totais mais elevados | gravidez e uso de anticoncepcionais com estrogênio | hepatite aguda promove aumento de TBG pela destruição de hepatócitos, que acabam liberando o excesso de TBG do hepatócito II. redução de TBG: promove redução de T3 e de T4 totais, mas não promove alteração nos níveis de hormônios tireoideanos livres – a função tireoideana ainda estará normal | doença hepática crônica (cirrose) – o fígado produz TBG, lesões hepáticas podem promover diminuição da produção de TBG e, consequentemente, queda da fração total | desnutrição proteica promove perda de proteínas| disfunção nefrótica também promove perda proteica pela urina III. aumento de transtirretina: promove aumento de T3 e de T4 totais, mas não promove alteração nos níveis de hormônios tireoideanos livres – a função tireoideana ainda estará normal - drogas que possuem maior ou menor afinidade ao TBG e acabam deslocando os hormônios tireoideanos ou incentivando sua maior ligação à proteína >> diminuem ou aumentam a quantidade de T3 e T4 totais por diminuição ou aumento dos locais de ligação desses hormônios às proteínas carreadoras >> não há alteração nos níveis de T3 e T4 a longo prazo (sem disfunção tireoideana ou de níveis desses hormônios de forma livre circulante) | CAUSAS CONGÊNITAS RARAS: I. Hipertiroxinemia familiar: excesso de tiroxina (T4) com albumina mutante herdada geneticamente > essa albumina mutante não gera problemas maiores ao indivíduo, mas ela possui mais sítios de ligação aos hormônios tireoideanos, sendo aqui, especificamente maior ligação do T4 – o T4 passa a se ligar mais à albumina, o que promove um aumento dos seus níveis > pacientes têm APENAS T4 LIVRE ELEVADO; TSH, T3 e T4 total e T3 livre têm níveis normais; palpação da tireóide é normal; indivíduos não têm sintomas; há diversos indivíduos na família que têm alteração nos níveis de T4 TXXIV Larissa Cardeal II. Hipertriiodotironinemia disalbuminêmica: excesso de triiodotironina (T3) com albumina mutante herdada geneticamente > essa albumina mutante não gera problemas maiores ao indivíduo, mas ela possui mais sítios de ligação aos hormônios tireoideanos, sendo aqui, especificamente maior ligação do T3 > pacientes têm APENAS T3 LIVRE ELEVADO; TSH, T3 e T4 total e T4 livre têm níveis normais; palpação da tireóide é normal; indivíduos não têm sintomas; há diversos indivíduos na família que têm alteração nos níveis de T3 - alterações dos hormônios tireoideanos que não são doenças tireoideanas - obs: quando a dosagem hormonal não bater com a história clínica, deve-se rever a história clínica ou repetir o exame para avaliar de realmente houve alteração - podem haver alterações laboratoriais, sem que o indivíduo possua disfunção tireoideana > uso de anticorpos heterofílicos (de animais) podem alterar laboratorialmente os níveis dos hormônios tireoideanos - há alguns ensaios que utilizam a biotina como um catalisador da reação para dosagem de TSH > se o paciente faz uso de biotina, pode haver aumento dos níveis verificados de TSH, mas por ação catalisadora da biotina - na gestação, deve-se ter um cuidado maior para análise de níveis de hormônios tireoideanos, pois podem ter alterações fisiológicas nas dosagens - doenças psiquiátricas podem produzir alteração leve nos hormônios tireoideanos - idealmente, a função tireoideana não deve ser avaliada em pacientes internados, mas sim, a nível ambulatorial > a função tireoideana pode ser alterada por doenças agudas, sem que haja disfunção tireoideana - conforme se evolui a gestação, ocorre aumento de secreção nos níveis de estrógeno > o estrogênio estimula a produção hepática de TBG – ou seja, ocorre aumento dos níveis de TBG durante a gestação > com o aumento de TBG, ocorre aumento também dos níveis de T3 e T4 > ocorre um aumento de produção de T3 e T4 no primeiro trimestre da gestação, que depois, mantêm-se elevados por toda gestação > é esperado que a gestante tenha aumento dos níveis de hormônios tireoideanos no primeiro trimestre gestacional, sendo que podem ficar mais elevados durante a gestação - no início da gestação, ocorre também aumento nos níveis de hCG e, depois do primeiro trimestre, ele diminui e fica em níveis basais mais baixos > o hCG, no início da gestação, é fundamental para a manutenção do corpo lúteo e para a manutenção dos níveis de estrógenos enquanto a placenta ainda não se desenvolveu > quando se faz a dosagem de teste de gravidez, faz-se a dosagem de BETA-hCG | o hCG possui 2 subunidades, sendo uma a unidade alfa, e outra, a unidade beta TXXIV Larissa Cardeal | o TSH também possui 2 subunidades, sendo uma a unidade alfa, e outra, a unidade beta; o mesmo ocorre com FSH, LH > a subunidade alfa é comum a diversos hormônios e a subunidade beta, confere especificidade ao hormônio >> uma chave da mesma marca, com segredos diferentes > o hCG é muito semelhante ao TSH – se são parecidos, na ligação, pode ser que haja ligação do hCG ao receptor de TSH, promovendo ação tireoideana > especialmente pelos níveis elevados de hCG – o aumento do hcg estimula a tireóide a produzir T3 e T4 – aumento de hCG acompanha o aumento de T3 e T4 total – aumento fisiológico >> se aumenta T3 e T4 na gestante, ocorre também diminuição de TSH (por feedback negativo na hipófise) – isso ocorre no primeiro trimestre da gravidez > quando se avalia a gestante, deve-se saber em qual semana gestacional ela se encontra | obs: a gestante pode ter um discreto bócio > durante a gestação, a tireoide pode aumentar em até 50% de seu volume – fisiologicamente - o processo patológico pode ser leve, moderado ou grave; recovery (fase de recuperação) - não é recomendado a avaliação de hormônio tireoideano durante o processo da doença e da recuperação, pois há variações que ocorrem mesmo quando o indivíduo já começa melhorar >> eles naturalmente vêm alterados – melhor aguardar a melhora total e depois fazer os exames - quanto mais grave for a doença, maior é a alteração hormonal tireoideana - leve: resfriado, inflamação no dedão - moderado: pneumonia, fratura - grave: grande cirurgia, UTI, septicemia - quanto mais grave a doença, menor a produção de hormônios pela tireoide (T3 e T4 vão caindo mais, conforme a gravidade) > o T3 cai mais do que o T4, pois há diminuição de produção do T4 e também porque os tecidos periféricos (especialmente o fígado) começam converter o T4 a T3r (T3 inativado) - a hipófise fica “em transe”, mesmo diante dessa queda de hormônios tireoideanos, não aumenta muito sua produção de TSH >> quadro trata-se de um hipotireoidismo central transitório - quando o paciente começa melhorar do seu quadro de doença, o metabolismo “acorda” e volta a funcionar > ocorre uma discreta elevação na produção de TSH, para “acordar” a tireoide, que volta a produzir T3 e T4 > os tecidos periféricos, por sua vez, começam parar de produzir T3r e começam produzir mais T3 ativo | trata-se de um mecanismo protetor > se é dado hormônio tireoideano para esses pacientes, aumentam os riscos de mortalidade - fase de recuperação dura ~2m
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