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1 GMG0408 – Tectônica e Geologia do Brasil Google Meet Professores: Profa. Dra. Cláudia Regina Passarelli. Responsável pela disciplina cr.passarelli@usp.br Profa. Dra. Brenda Chung da Rocha brenda.rocha@usp.br Monitor: Alexandre Pimont Penha alexandre.pimont.penha@usp.br Data Conteúdo Docente 1 17/08/20 Estrutura interna da Terra. Subdivisão sísmico-petrológica. Subdivisão geodinâmica. P- EXERCÍCIO CRP 2 24/08/20 Arcabouço geral da teoria de tectônica de placas P- EXERCÍCIO CRP 3 31/08/20 O Ciclo de Wilson: abertura e fechamento de oceanos e seus ambientes Tipos crustais – continentais e oceânicos P- EXERCÍCIO CRP 4 07/09/20 Independência do Brasil - Não haverá aula 5 14/09/20 Rifts, margens passivas P- EXERCÍCIO CRP 6 21/09/20 Cratons, Faixas móveis P- EXERCÍCIO CRP 7 28/09/20 AVALIAÇÃO 1 – Gincana entre grupos CRP/BCR 8 05/10/20 AVALIAÇÃO 1 – Gincana entre grupos CRP/BCR 9 12/10/20 Dia da Padroeira do Brasil - Não haverá aula 10 19/10/20 Plataforma Sulamericana- Domínios tectônicos do Brasil Pré-Cambriano do Brasil. CRP 11 26/10/20 Transição Pré-Cambriano/ Cambriano no Brasil BCR 12 02/11/20 Finados - Não haverá aula 13 09/11/20 Trabalho de campo virtual. CRP/BCR 14 16/11/20 Fanerozóico no Brasil. As grandes áreas de sedimentação no Brasil: bacias intracratônicas. BCR 15 23/11/20 O Mesozoico e Cenozoico no Brasil BCR 16 30/11/20 AVALIAÇÃO 2 - Relatório sobre trabalho de campo virtual CRP/BCR 17 07/12/20 A plataforma sulamericana e seus estágios de evolução: transição, estabilização e reativação CRP/BCR 18 14/12/20 AVALIAÇÃO 3 -Seminários CRP/BCR 2 Bibliografia geral: BIZZI, L.A., SCHOBBENHAUS, C., VIDOTTI, R.M., GONÇALVES, J.H., 2003. Geologia, Tectônica e Recursos Minerais do Brasil. CPRM/MME. Brasília, DF. BRITO NEVES, B.B. 1995. Teorias e modelos em geotectônica: introdução ao problema. Bol. IG USP, Série Didática, nº 1, 73p. BRITO NEVES, B.B. 1995. Crátons e Faixas Móveis. Boletim IG USP, Série Didática, nº 7, 187p. BRITO NEVES, B.B. 2011. Glossário de Geotectônica. Editora: Oficina de Textos, 256 p. CORDANI, U.G.; MILANI, E.J.; THOMAZ FILHO, A.; CAMPOS, D.A. 2000. Tectonic evolution of the South America. 31st International Geological Congress, Rio de Janeiro, Brazil, 874 p. HASUI, Y., CARNEIRO, CDR, ALMEIDA, FFM, BARTORELLI, A. 2012. Geologia do Brasil. Editora Beca, 900 p. KEAREY, P.; KLEPEIS, K.A.; VINE, F.J. 2014 (3a. ed). Tectônica Global. Bookman, 436p. MANTESSO NETO, V., BARTORELLI, A., CARNEIRO, C.D.R., BRITO NEVES, B.B. (organizadores), 2004. Geologia do Continente Sul Americano: Evolução da Obra de Fernando Flavio Marques de Almeida. Beca Editora, São Paulo, SP. Critério de avaliação MF = (3G+2R+3S + 2E)/10 G = gincana de questões R = relatório S = seminário E = exercícios Critério de avaliação MF = (3G+2R+3S + 2E)/10 G = gincana de questões R = relatório S = seminário E = exercícios 1. Origem e diferenciação da Terra História primitiva, caracterização da estrutura: núcleo, manto, crosta 2. Estrutura Interna da Terra: química e física do interior Subdivisão sísmico-petrológica Subdivisão geodinâmica 3. Ferramentas diretas e indiretas Aula 1 Caracterização da estrutura e composição da Terra: o interior da Terra Cláudia Regina Passarelli2020 3 1. Origem e diferenciação da Terra Formação dos planetas 1. Sedimentação de pó circumestelar ao plano médio do disco (milhares de anos); 2. Crescimento de planetesimais da ordem de 1 km em tamanho; 3. Crescimento descontrolado de embriões planetários da ordem de 1000 km de diâmetro; 4. Crescimento de objetos maiores através de colisões em estágio final. Disco circumestelar de gás e poeira a partir do qual os planetas do nosso sistema solar cresceram. Concepção artística de Don Dixon (revista Elements, agosto 2006) 4 - partículas sólidas > 1 Km = planetésimos colisões (processo de acresção planetária) protoplanetas “limpeza da órbita” pela atração gravitacional Planetas internos História primitiva - Inicialmente a temperatura de toda a região interna permaneceu elevada; corpo central iniciou suas reações nucleares nasceu o Sol… Com o resfriamento (perda por radiação) parte do gás condensou-se em partículas sólidas; Colisões entre planetesimais - um mecanismo impulsionado gravitacionalmente para acréscimo dos embriões planetários que, eventualmente, construíram a Terra. Concepção artística de Don Dixon (revista Elements, agosto 2006) 5 Condensação de matéria cósmica – Sistema Solar Aglutinação de planetesimais Quando a Terra se formou? História primitiva Idades U/Pb (rochas mais antigas) - Brasil: Cráton do São Francisco: Gnaisses 3.6-3.7 Ga Província Borborema: Complexo Granjeiro: gnaisse 3535 ± 14 Ma; Maciço S.José de Campestre, Bom Jesus gnaisse: 3.4 Ga Rocha mais antiga (cinturão de Nuvvuagittuq, Canadá: greenstone belts de 4.28 Ga), Mineral + antigo (zircão) (4.4 Ga), Jack Hills, Australia Idade mais provável 4.6 Ga (meteoritos) Diferenciação da Terra A diferenciação é o processo de separação dos materiais terrestres, que vem ocorrendo desde a formação do nosso planeta (~4.6 Ga) e continua até os dias de hoje. Os materiais terrestres apresentam diferentes densidades. O interior do planeta é dividido pela densidade dos materiais. O processo de diferenciação deve continuar até que o calor interno da terra diminua ao ponto de não permitir a migração de íons, todos os materiais se encontrarão no estado sólido. Desse modo, todos os processos geológicos serão afetados: entre eles, o geodínamo (dinâmica do núcleo), a tectônica de placas (crosta/manto) e o intemperismo (superfície). 6 Diferenciação primária (núcleo – manto) Diferenciação secundária (manto – crosta) Origem da atmosfera e da hidrosfera Diferenciação da Terra colisões de planetesimais (acresção): atração gravitacional crescente; E do potencial gravitacional convertida em E cinética; E cinética convertida em E termal; fusão parcial; diferenciação dos materiais terrestres por densidade (materiais pesados afundam e materiais mais leves ascendem); Conversão de E nuclear em E termal (decaimento radioativo). História primitiva 7 Formação do núcleo e manto separação dos elementos químicos por densidade e afinidade química diferenciação do núcleo metálico (Fe, Ni), que afundam na massa fundida diferenciação da fração silicática formada pelo manto, com rochas ultramáficas (Si, Mg, Fe). História primitiva - Diferenciação primária 1. Félsica, 0<M<20 2. Intermediária, 20<M<40 3. Máfica, 40<M<70 4. Ultramáfica, 70<M<100 1. Rochas Ácidas ( > 65% SiO2) 2. Rochas Intermediárias ( 65 – 55% SiO2) 3. Rochas Básicas ( 55 – 45 % SiO2) 4. Rochas Ultrabásicas ( < 45% SiO2) Formação da crosta separação por densidade fusão parcial processos magmáticos diversos cristalização fracionada História primitiva - Diferenciação secundária 8 (a) Terra precoce homogênea (b) Aquecimento: fusão e diferenciação do material por afinidades químicas (c) Estrutura moderna da Terra Ferro Material mais leve Crosta Núcleo interno sólido Manto Núcleo externo líquido mercury.atmos.albany.edu Diferenciação 1aria Diferenciação 2aria Diferenciação primária (núcleo – manto) Diferenciação secundária (manto – crosta) Origem da atmosfera e da hidrosfera História primitiva - Diferenciação da Terra Terra Inteira Fe + O + Si + Mg = 93% 9 Crosta da Terra A diferenciação criou uma crosta mais leve: Fe e O, Si, Al, Ca, K, Na Si + O + Al = 82% Origem: Atmosfera Hidrosfera História primitiva - Diferenciação 10 Vapor H2O CO2 N2 CH4 NH3 SO2 Atmosfera primitiva Archaeas vapor de água + dióxido de carbono (CO2) aprisionavam o calor da superfície efeito estufa Terra quente Archaeas 11 Superfície dominada por • Bombardeamento • Vulcanismo Éon Hadeano 4,6 a 4 Ga Formação da Lua (cerca 4.5 Ga) 12 Formação da Lua (cerca de 4.5 bilhões de anos) 1. Um corpo do tamanho de Marte impactoua Terra 4. A lua agregou-se a partir dos detritos 3. E acelerou a rotação da Terra e inclinou o seu eixo a 23º 2. O impacto ejetou para o espaço uma chuva de detritos 5. A idade das rochas da lua confirmam esse hipótese oceano de magma temporário Éon Hadeano 4,6 a 4 GaBombardeamento gerou HADEANO 4,6 – 4,0 Ga Diferenciação e resfriamento da Terra. Formação do núcleo (mais denso, afundamento), do manto, e separação da parte rica em sílica para a superfície, como um “oceano de magma” ?? (futura “crosta”) Arrasto viscoso, instabilidade, bombardeamento meteorítico intenso. 1 13 Komatiites V. Ultramáfica, Densa, Uniforme Magma solidificou-se na crosta inicial, resfriamento da Terra ? Cristal de zircão mais antigo da Terra - 4,4 Ga Cinturão de Nuvvuagittuq - greenstone belts: unidade de rochas v´cas máficas com 4,3 Ga. O’NEIL et al. 2011; 2016; 2017 Isua supracrustal belt (ISB): 3.7 Ga Stromatolites. Nature 2016 14 Complexo Gnáissico Narryer de 3730 Ma. W. Australia 4.404 ± 8 Ma metaconglomerate Mt Narryer, Jack Hills T + liquid hydrosphere Yilgarn Craton Wilde et al 2001. chemistry, d18O , micro-inclusions of SiO2 granitic melt earliest evidence for continental crust and oceans on the Earth. Nuvvuagittuq Greenstone Belt - 4.28 Ga Craton Superior, Canadá Only known remnant of Hadean crust preserved on Earth Éon Hadeano 4.6 a 4 Ga O’NEIL et al. 2011 15 Eoarqueano: 4.0 a 3.6 Ga EOARQUEANO 4,0- 3,6 Ga Crosta primitiva primeiras células microcontinentais Jack Hill, Acasta, Nunnuagittuck, Itsaq, Akilia etc, .como exemplos 2 Alan Hills, Antarctica – 4.091 Ga Acasta Gneiss - 3.58 – 4.031 Ga Craton Slave, Canadá Itsak-Akilia-Isua - 3.8 Ga Craton Nain, Groenlândia Narryer Gneiss Terrane - 3.6 Ga , Austrália (Jack Hills zircons: 4.4 Ga) 1as. Células Microcontinentais: Hadeano Superior Eoarqueano 1os. organismos: 3.7 Ga Isua Sequence SW Greenland 3.8 Ga Allwood et al. 2003; 2018; Nutman 2016 CO2 + H2O v. 1 2 3 (er.) Stromatolites Formação da atmosfera e hidrosfera primitivas E talvez tenha também havido contribuição dos cometas.... Formados principalmente por gelo Plutão Cinturão de KuiperSol spaceodyssey.dmns.org Desgaseificação vulcânica contribuiu com grande quantidade dos gases que compõem a atmosfera e a condensação de água líquida ! O oxigênio da atmosfera surgiu com os primeiros seres vivos fotossintetizantes! Organismos eucariontes Cometas 16 Evidências geológicas das mudanças nos níveis de O2 na atmosfera terrestre BIFs Pré-cambriano (3.0< BIFS > 1.8 Ga) 90% 2.45 Ga BIFs aumento rápido nos níveis do oxigênio; O2 Arqueano : < 1% dos níveis atuais ~1,8 Ga, O2 oxigênio ~ 10%; muitas bactérias são destruídas; Organismos desenvolveram respiração aeróbica. Primeira Poluição Global ~ 2.3 Ga Primeira Poluição Global ~ 2.3 – 2.2 Ga Grande Evento de Oxigenação (GEO) Por que " crise poluição“? o oxigênio é um destruidor poderoso de compostos orgânicos muitas bactérias são destruídas; Os organismos tiveram que desenvolver métodos bioquímicos para reter o oxigênio, um destes métodos foi a respiração aeróbica. 2,3 Ga 17 * Greenstone Belts - tema sugerido seminário sequências vulcanossedimentares (rs máf-ultramáficas e sedimentares) de idade pré-cambriana; ocorrem em complexos granito-gnaisse, em áreas cratônicas dos Éons Arqueano e Proterozóico, também Fanerozoico Importância: depósitos de Au, Ag, Pb, Cu, Ni, Cr e Zn; rochas máficas e ultramáficas, associadas a rochas sedimentares, de médio ou alto grau metamórfico 2 tipos principais de cinturões de rochas verdes : 1. derrames ultramáficos komatiíticos na base, seguidos por menor participação de basaltos toleiíticos, sedimentos químicos (cherts e formações ferríferas) e terrígenos imaturos, geralmente vulcanogênicos; 2. predomínio de basaltos toleiíticos na base e raros derrames komatiíticos, seguidos por uma sucessão subordinada de lavas e piroclásticas cálcioalcalinas, intermediárias a félsicas, intercaladas e sobrepostas por sedimentos químicos (cherts e raramente BIFs) e clásticos imaturos do tipo flysch. Spinifex-textured 3.45 Ga komatiite, Komati River, South Africa Dark chert with carbonaceous matter interlayered with komatiite, Greenstone Belts 18 2 dos modelos: fotossíntese cianobactérias Bekker et al. (2010). Iron Formation: The sedimentary product of a complex interplay among mantle, tectonic, oceanic, and biospheric processes. Economic Geology, 105:467-508. Araújo & Lobato 2019 Moléculas de O2 difundiram-se na estratosfera transformados pela radiação solar em O3 Escudo protetor florescimento da vida 19 O aparecimento dos organismos fotossintéticos foi o responsável pela atual composição da atm da Terra – cerca de 4/5 de N2 e 1/5 de O2. Formação da atmosfera 2. Estrutura da Terra: camadas internas 20 Fonte: Winter, 2001 Estrutura Interna da Terra Subdivisão sísmico-petrológica Subdivisão geodinâmica I -baseado no estudo da velocidade das ondas sísmicas que atravessam a terra, podemos subdividir o planeta inteiro na crosta, o manto e o núcleo. II -baseado em estudar a reologia da rocha (a resposta da rocha ao stress), podemos subdividir a parte mais exterior (centenas de kms da terra) em litosfera, astenosfera e mesosfera. 21 I -baseado no estudo da velocidade das ondas sísmicas que atravessam a terra, podemos subdividir o planeta inteiro na crosta, o manto e o núcleo. II -baseado no estudo da reologia das rochas (a resposta da rocha ao stress), podemos subdividir a parte mais exterior (centenas de kms da terra) em litosfera, astenosfera e mesosfera. Jules Verne especulou que o interior da terra continha uma rede de cavernas e passagens Jules Verne especulou que o interior da terra continha uma rede de cavernas e passagens 1864 22 d média = 5.5 g/cm3 (comparação entre F montanhas e F geral) d média crosta =2.7 g/cm3 Séc XIX 1864 GEÓIDESTUDYING EARTH’S INTERNAL LAYERING interior da terra é mais denso que as rochas da superfície 1o. aumento da densidade ocorreria gradualmente, inteiramente devido a um aumento na pressão litostática 23 Cálculos layered EarthCálculos layered Earth Núcleo denso Manto Densidade intermediária Crosta Menos densa Subdivisão sísmico- petrológica Estrutura Interna da Terra SEISMICALLY DEFINED LAYERS OF THE EARTH Ondas sísmicas (vibrações geradas durante um terremoto): viajam através da terra a velocidades que variam entre 4 km/s e 13 km/s. Velocidade das ondas depende: densidade, compressibilidade, resposta ao cisalhamento do material através do qual as ondas estão viajando. Início Séc XX 24 Estudo do comportamento das ondas sísmicas ao atravessarem o interior da Terra foram descobertas as camadas internas. Ondas Sísmicas Earthquakes generate P-waves and S-waves within the earth Ondas P = ondas longitudinais (compressional) mercury.atmos.albany.edu Tipo de rocha Ondas P(km/s) Ondas S(km/s) Granito 5,94 3,53 Quartzo diorito 6,46 3,69 Basalto 6,77 3,77 Rochas ultramáficas 7,54 4,28 Tipos básicos de ondas: P e S são importantes para o estudo do interior da Terra As ondas sísmicas são provocadas por abalos naturais (terremotos) ou explosões induzidas. - As mais rápidas; - As primeiras que chegam em um sismógrafo; - Propagam-se em meios líquidos e sólidos. * Velocidade de propagação: depende do tipo de onda, das características físicas do meio (densidade, rigidez) Ondas P ondas primárias, longitudinais (vibram no sentido da propagação, como o som) 25 Ondas S = ondas transversais (cisalhante) mercury.atmos.albany.edu - Mais lentas do que as P; - Propagam-se em meios sólidos Ondas S ondas secundárias, cisalhantes, transversais (vibram como a luz) Tipo de rocha Ondas P(km/s) Ondas S(km/s) Granito 5,94 3,53 Quartzo diorito 6,46 3,69 Basalto 6,77 3,77 Rochas ultramáficas 7,54 4,28 * Velocidade de propagação: depende do tipo de onda, das característicasfísicas do meio (densidade, rigidez) Tipos básicos de ondas: P e S são importantes para o estudo do interior da Terra As ondas sísmicas são provocadas por abalos naturais (terremotos) ou explosões induzidas. (a) Trajetória das ondas P: avanço das frentes de ondas no interior, num intervalo de 2 minutos. As distâncias são medidas em ângulos a partir do foco do terremoto. A zona de sombra da onda P estende-se de 105 a 142°. As ondas P não podem alcançar a superfície nessa zona devido ao desvio da trajetória ao entrarem e saírem do núcleo. (b) A zona de maior sombra das ondas S estende-se de 105 a 180°. Embora as ondas S incidam no núcleo, elas não podem viajar através da sua região fluida mais externa e, assim nunca emergem antes de 105° a partir do foco. 26 Origem das zonas de sombra Núcleo externoNúcleo interno Zona de sombra 142o 103o Foco Manto Velocidade de ondas sísmicas profundidade (km) 1000 2000 3000 4000 50000 6000 Crosta 15 10 5 0 V k m /s Sup. ZTr. Inferior Manto Núcleo internoNúcleo externo Núcleo Vp Vs Vs 1998 27 LEI DE SNELL : rege a reflexão e a refração das ondas (c) No caso das ondas sísmicas, parte da energia da onda incidente P (ou S) pode se transformar em ondas S (ou P), sempre obedecendo à lei de Snell. (a) Quando a onda passa de um meio de menor velocidade para outro meio de maior velocidade, o raio de onda se afasta da normal à interface. (b) Quando a onda passa para um meio com velocidade menor, ela se aproxima da normal à interface A mudança de velocidade sísmica em uma descontinuidade sísmica pode ser consequência: 1) mudança composicional, ou seja, uma alteração na identidade ou proporção de átomos, e/ou; 2) mudança de fase, ou seja, um rearranjo de átomos para formar uma nova estrutura de minerais. Mudanças de fase ocorrem devido a variações de T e P. 28 Cr Oceânica (ondas P ~7km/s) Cr. Continental (ondas P ~6km/s) Moho: Aumento abrupto de velocidade das ondas P: + 6,6 km/s → + 8,0 km/s mudança composicional ZBV: diminuição velocidade das ondas S e P - base da litosfera: fusão < 1% Descontinuidades no manto e núcleo: •Manto S - Manto I - 670 km: mudança composicional ou de fase? •Manto inf. - Núcleo - 2900km (Gutemberg): desaparecem ondas S •Núcleo I: de 5200km até o centro da Terra. A velocidade das ondas sísmicas varia com a densidade das rochas e de suas resistências à compressão e ao cisalhamento. Atmosfera Crosta Manto Núcleo externo Manto superior Crosta continental Crosta oceânica Manto inferior Núcleo interno Crosta: parte mais exterior da Terra: cr. oceânica e cr. continental ( Al); Manto: Manto Superior, Zona de transição e Manto Inferior ( Mg); Núcleo ( Fe e Ni): Núcleo Externo (estado líquido); Núcleo Interno (estado sólido). Proporções em massa: 0,4% crosta 32,4% núcleo 67,2% manto Subdivisão sísmico-petrológica ou Modelo Geoquímico com base num critério composicional, inferido pela análise de dados da sismologiacom base num critério composicional, inferido pela análise de dados da sismologia entre a velocidade de propagação das ondas sísmicas 29 DESCONTINUIDADE CAMADAS A) Moho CROSTA – MANTO SUP. B) Gutenberg MANTO INF. – NÚCLEO EXT C) Lehmann NÚCLEO EXT. - NÚCLEO INT. descontinuidades sísmicas: velocidade muda abruptamente e ondas se curvam ou refratam descontinuidades sísmicas: velocidade muda abruptamente e ondas se curvam ou refratam Subdivisão sísmico-petrológica ou Modelo Geoquímico 2 tipos de crosta: continental e oceânica variação da velocidade variação da sua composição Cr. continental: rochas graníticas Cr. oceânica: rochas basálticas Subdivisão sísmico-petrológica ou Modelo Geoquímico 30 Porção mais superficial da Terra sólida, formada por rochas de composição variada, porém com grande predomínio de silicatos. Dois tipos de crosta apresentam composições, espessuras médias e história geológica distinta. Crosta porção química e fisicamente mais complexa da Terra: composição muito variada, refletindo complexa história geológica, com predomínio de rochas formadas principalmente por silicatos ricos em Al, K e Na; densidade média próxima a 2,7-2,9 g/cm3; formada por um complexo arranjo de rochas de diferentes idades (de ~4.4 Ga até o recente, de origem ígnea, metamórfica e sedimentar (média de idade 2,0 a 2,3 Ga); Crosta continental 31 Espessura: entre cerca de 15 km até mais de 70 km: espessura média 36km: entre ~20 km (zonas extensionais) e 100 km (zonas colisionais) Crosta continental Obs.: Ao contrário do Moho, a descontinuidade de Conrad não está sempre presente dentro da crosta continental, embora a velocidade sísmica geralmente aumente com a profundidade Obs.: Ao contrário do Moho, a descontinuidade de Conrad não está sempre presente dentro da crosta continental, embora a velocidade sísmica geralmente aumente com a profundidade 41% da superfície terrestre; 0,7% do volume limite inferior cr/manto– descontinuidade sísmica de Mohorovicic; subdivisão crosta sup/inf – descontinuidade de Conrad (10-20km) Crosta continental qual é a composição média da crosta continental? a crosta continental se torna mais densa e mais máfica com profundidade: do grau metamórfico e das proporções de litologias máficas. a crosta continental se torna mais densa e mais máfica com profundidade: do grau metamórfico e das proporções de litologias máficas. 32 Crosta continental sup composição média da crosta superior é granodiorítica a tonalítica Podendo variar até diorítica Models for the bulk chemical composition of the continental crust vary widely because of the difficulty of making such estimates Limite cr sup – cr. Inf: profundidade de cerca de 25 km. Crosta continental inferior Crosta inferior granulítica Granulito se refere a um fácies metamórfico e não a uma composição química: podem ser félsicos e máficos, refletindo a complexidade da crosta 33 Crosta Oceânica composição homogênea: basáltica, mais rica em Fe e Mg (contidos em silicatos e óxidos); densidade média de 3,3 g/cm3; menor variação composicional e idade máxima ~ 240 Ma; formada essencialmente por rochas ígneas geradas por fusão do manto sob as cadeias meso- oceânicas 59% da superfície terrestre espessura média 5 a 10 km limite inferior – descontinuidade sísmica de Mohorovicic Subdivisão camada superior – sedimentos de fundo oceânico (camada muito delgada) camada intermediária – basaltos e diques de diabásio alteração hidrotermal, metamorfismo de fundo oceânico camada inferior – gabros e rochas ultrabásicas cumuláticas Crosta Oceânica 34 Manto Composição: Peridotítica (Olivina, piroxênio, espinélio e granada) Aumento da velocidade das ondas sísmicas Espessura: 2885 Km Rs do manto muito quentes: comportamento plástico: viscoso (cms/ano): 50–100 Ma para elevar uma massa de rocha da base ao topo do manto Manto Sup. rígido Manto Superior: do Moho até 410km Composição: peridotítica (+ olivina – granada) *Crosta (menos densa) Manto (mais denso) ZBV 35 Manto Sup. rígido ZBV: porção sup. da astenosfera situada junto à base da Litosfera, na qual a velocidade das ondas sísmicas diminui: caracterizada pelas T e comportamento reológico dúctil (2-4% fusão) até profundidade de ~300 km. *Crosta (menos densa) Manto (mais denso) ZBV Manto Z. Transição: 410-660 km (rígido) 2 gdes descontinuidades ondas sísmicas: Mudanças de fases 410 km Ol → β-phase 660 km : perovskite ondas sísmicas zig zag P ol instável mineral de arranjo atômico + compacto 36 Manto inferior Manto Inferior: 660 -2900km (rígido) Composição homogênea? 660 km, a velocidade de propagação das ondas P e S sofre um ligeiro aumento > rigidez: justifica a sua divisão em M sup. e M inf. Pode haver mudança termal e composicional devido a incursão de litosfera oceânica subductada a 660 km; Seismic tomography Frios >>>V D” (limite inferior : Desc. Gutenberg) core–mantleboundary location of a thermo-chemical boundary layer; 2–300 km thick < V than in the lower mantle above; velocidade ondas T no limite com núcleo; Presença de fusão parcial: melt metálico (núcleo) reage com silicatos do manto Origem das super plumas ? ultra-low seismic velocities partial melting with more than 15% melt; (ULVZ) are most extensively developed beneath major hotspots such as Hawaii and beneath the superswells, and inferred upwellings, of the central Pacific and S Africa 37 Núcleo Espessura Total: 3480 Km Núcleo Externo: (plástico/ líquido); 2891–5150km→ espessura: 2260 Km Núcleo Interno: (rúptil, rígido) ; 5150- 6371 km →espessura: 1221 Km: Fe J. Louie, Laboratório Sismológico de Nevada Cross-section of earth with lithosphere, mantle and core (Image from John Lahr, USGS Open-File Report 99-132. Por que é sólido? PF Fe aumenta com o aumento da P: 3500Kbar Ni seismic velocity and density consistent Principais descontinuidades sísmico - composicionais CONRAD: Cr. Sup-Cr. inf MOHOROVICIC (MOHO): Cr. - M ZONA DE BAIXA VELOCIDADE 410 Km e 660 Km : Z transição CAMADA D” GUTTEMBERG: 2885-2891 km: M inf.-N ext. LEHMANN: 5150- 5155 Km: N ext. – N int. 38 Subdivisão geodinâmica Estrutura Interna da Terra Início século XX (muito antes da descoberta das placas tectônicas) geólogos notaram que a espessura da crosta terrestre não era uniforme A camada mais externa da Terra poderia responder às cargas flexionando, como uma camada dura de borracha? 39 Para explicar o fenômeno Em outras palavras, considerar camadas reológicas Estrutura Interna da Terra Fonte: Winter, 2001 Subdivisão geodinâmica: estrutura da Terra segundo as propriedades físicas Litosfera Astenosfera Mesosfera Endosfera: Núcleo externo Núcleo interno 40 considerar camadas reológicas Ao fazer isso, pode-se dividir as centenas de km mais exteriores em 2 camadas com base em como as camadas respondem ao estresse. Esta perspectiva é da fornecida pelo estudo de descontinuidades sísmicas na terra considerar camadas reológicas Início século XX (muito antes da descoberta das placas tectônicas) geólogos notaram que a espessura da crosta terrestre não era uniforme Litosfera: concha rígida da terra que responde ao estresse por dobra ou flexão: consiste da crosta e manto superior: comportamento rígido no T geológico Limite térmico ~1280oC (ol weak) Astenosfera: porção do manto sob a litosfera que responde ao estresse por fluxo plástico. “flexural rigidity” = resistance to bending (flexure)** ** crátons antigos ≠ órogenos 41 Temperatura e o calor no interior da Terra O transporte de calor no interior da Terra ocorre principalmente por: condução, convecção e advecção O fluxo de calor através do interior da Terra condução radiação convecção Earth structure, Pluijm & Marshak 42 Transporte de calor no interior da Terra por: Condução: transporte vagaroso de calor; domina na litosfera - átomos e moléculas agitados termicamente empurram-se uns aos outros, transferindo mecanicamente o movimento de vibração da região quente para a região mais fria: calor conduzido de áreas mais quentes para áreas mais frias. Convecção: ocorre na maior parte do interior do planeta (manto e núcleo) - um fluido aquecido (líq. ou gás), expande-se e sobe porque se toma menos denso que o material circundante. A convecção transfere o calor mais eficientemente que a condução, pois o material aquecido move- se transportando o calor com ele. Transporte de calor no interior da Terra por: 43 Advecção: processo pelo qual um fluido em movimento traz calor para um sólido ou remove o calor de um sólido. Na terra, o aquecimento por advecção ocorre onde água quente ou magma quente passa através de fraturas na rocha e aquece a rocha circundante. Resfriamento por advecção ocorre onde a água do mar fria afunda na crosta oceânica, absorve o calor e depois sobe, carregando o calor de volta para o mar. Transporte de calor no interior da Terra por: Decifrando a Terra Litosfera: crosta + parte sup manto não flui facilmente Transporte de calor por condução ou advecção Astenosfera Limite térmico ~1280oC (ol weak) – profundidade não fixa!!! Transporte de calor por convecção peridotite is warm enough to behave plastically peridotite is cool enough to behave rigidly 44 Litosfera – Porção rígida superficial, de alta viscosidade fragmentada em placas tectônicas. Inclui a crosta e a porção superior do manto. A litosfera continental tem profundidades de até 120 km, enquanto a oceânica de até 65 km. Litosfera continental: Crosta continental + Manto litosférico (rígido) Litosfera oceânica : Crosta oceânica + Manto litosférico (rígido) ZBV Moho Litosfera Porção plástica do M sup. ~ 100 -300km? Perde calor por convecção. Combinação P-T: rochas deformadas no estado sólido diminuição da sua rigidez e, eventualmente, a uma incipiente fusão. ZBV Astenosfera ZBV: porção sup. astenosfera, junto à base da litosfera ZBV: porção sup. astenosfera, junto à base da litosfera V ondas sísmicas T; mudança de fase; mudança composicional? fusão parcial ? comportamento reológico dúctil variação das propriedades das rochas e NÃO variação da composição; as rochas da astenosfera têm < rigidez do que as rochas que se situam acima e abaixo dela. Presença de material fundido é o + aceito: a esta profundidade o material do manto se aproxima do PF (2-4% fusão). Não completamente fundido! Transmissão de ondas S 45 Litosfera / Astenosfera ZBV Moho A existência da astenosfera, dotada de alguma mobilidade devido à sua fluidez parcial, permite considerar o conjunto de rochas suprajacentes (rochas da crosta e de parte do manto superior), como uma unidade rígida a que se dá o nome de litosfera. As placas tectônicas são também designadas placas litosféricas, por serem, efetivamente, fragmentos da litosfera. Núcleo externo – Porção líquida do núcleo, de 2900 a 4700 km. Núcleo interno – Porção interior e sólida do núcleo. Mesosfera – Porção inferior, rígida, do manto. De ?350 km até 2900 km. Obs: em 410 e 660 km ocorre mudança de fase mineral Mesosfera/ Endosfera 46 1. a litosfera, rígida e de comportamento frágil, isto é, quebradiço; 2. a astenosfera, de baixa rigidez e de comportamento plástico, isto é, moldável / deformável; 3. a mesosfera, rígida; 4. a endosfera, externamente fluida e de elevada rigidez no seu interior. Complementarmente ao modelo que subdivide a geosfera em crosta, manto e núcleo, existe um modelo físico que subdivide a geosfera em 4 camadas, com base na rigidez dos seus materiais: Subdivisão geodinâmica ou Modelo físico As alterações na trajetória e na velocidade de propagação das ondas P e S sugerem uma heterogeneidade na composição do interior da geosfera, com variações ao nível da rigidez, da incompressibilidade e da densidade dos materiais que a constituem. E, variações bruscas na velocidade das ondas P e S permitem inferir a existência de descontinuidades, isto é, de mudança nas propriedades e na composição dos materiais que constituem o interior da geosfera Complementarmente ao modelo que subdivide a geosfera em crosta, manto e núcleo, existe um modelo físico que subdivide a geosfera em 4 camadas, com base na rigidez dos seus materiais: Subdivisão geodinâmica ou Modelo físico 47 Modelo da Estrutura da Terra segundo as propriedades físicas Subdivisão geodinâmica ou Modelo físico Comparação camadas sísmicas e reológicas da Terra Cross section of the lithosphere showing variations in lithosphere thickness Earth Structure Pluijm & Marshak (2004) 48 Quais são as evidências que suportam essa hipótese? Século XXSéculo XX Fontes de dados sobre camadas da Terra 3. Ferramentas diretas e indiretas 49 Observações e Ferramentas Diretas Nos continentes e no fundo do oceano. As amostras extraídas e as medições efetuadas nas trincheiras, fornecemrestrições sobre a estrutura da parte superior da terra. Mesmo o furo mais profundo na terra, perfurado na Rússia, penetra apenas cerca de 12 km de profundidade, apenas 0,2% do raio da terra. Perfuração de furos profundos Perfuração mais profunda : 12.261 m (1984) na Península de Kola. 50 O furo principal (e vários complementares) intersectaram toda a sequência vulcano-sedimentar do Proterozóico inferior (0 - 6.842 m) e uma parte considerável do complexo granítico e metamórfico Arqueano do embasamento (6.842-12.261 m) (gnaisses, anfibolitos, migmatitos e granitóides). Kola Superdeep Borehole (KSDB) - IGCP 408: “Rocks and Minerals at Great Depths and on the Surface“ Perfuração de furos profundos Processo combinado de falhas, dobramentos e exumação exposição de níveis muito profundos da crosta (profundidades de 20- 50 km, ou de até 100 km - presença de coesita em eclogitos). Crosta profunda exposta Eclogito = rocha metamórfica de alta pressão e temperatura composta por px e gra 51 Os xenólitos são rochas pré-existentes que foram incorporadas em um magma e trazida para ou perto da superfície da terra, quando o magma flui para cima. Alguns xenólitos são fragmentos da crosta profunda e/ou do manto superior e assim, fornecem amostras destas regiões para estudo direto Xenólitos Peridotito= rocha ígnea mantélica composta por olivina e piroxênio Amostras diretas do manto: xenólitos de peridotitos (raros) em basaltos Basalto com xenólitos de peridotito Xenólitos 52 Rochas: fusão parcial do manto e/ou crosta. O estudo da abundância de elementos em rochas na superfície definição de possíveis composições de rochas que serviram como a fonte de magma em profundidade. Geoquímica Estudos de laboratório que determinam a velocidade das ondas sísmicas em função do tipo de rocha, sob diferentes condições de pressão e temperatura, permitem a interpretação da velocidade X perfil de profundidade da terra e interpretar perfis de refração sísmica. Sofisticados estudos de propriedades elásticas de minerais comprimidos em bigornas de diamante e aquecido por lasers permitem o estudo dos materiais em condições encontradas até no manto inferior ou núcleo. Experimentos de laboratório composição conhecida simulação das condições P-T-composição (PTX) no interior da Terra (partes mais profundas) Petrologia experimental Curva de “solidus” 53 Meteoritos são fragmentos de rocha ou metal que vieram do espaço e caíram na terra: Alguns são fragmentos reliquiares do material original do qual os planetas se formaram (planetesimais); Outros são fragmentos de pequenos planetas que colidiram e se fragmentaram precocemente na história do sistema solar. Meteoritos* Assim, alguns meteoritos podem ser amostras de material semelhantes que ocorrem no interior da terra hoje Assim, alguns meteoritos podem ser amostras de material semelhantes que ocorrem no interior da terra hoje Observação de Meteoritos: importância no estudo do interior da Terra; Evidências da formação do Sistema Solar objetos provenientes do Sistema Solar que caem na superfície da Terra Meteoritos 54 Esquema simplificado da origem dos corpos parentais dos meteoritos Grandes impactos no espaço causaram a fragmentação desses corpos parentais, originando diferentes tipos de meteoritos. Terra: formada há 4,6 bilhões de anos pelo processo de acresção planetária Meteoritos Principais tipos de meteoritos (Wyllie, 1979) (Mais de 3.000 corpos que caíram sobre a Terra já foram descritos) Meteoritos 1. CONDRITOS: primitivos ( 86%) Rochosos 2. ACONDRITOS: diferenciados ( 14%) Rochosos (9%) Metálicos (Sideritos) (4%) Ferro-Pétreos (Siderólitos) (1%) 55 Tipos: Ordinários (81%) e Carbonáceos (5%) Característica: primitivos não diferenciados, abundância solar cósmica dos elementos pesados Composição: minerais silicáticos (ol+px) de fases refratárias e material metálico (Fe + Ni); +/- grafite Origem: corpos não diferenciados do cinturão de asteróides Crôndulos = esférulas de 1 mm de diâmetro (ol e/ou px). CONDRITOS: material primitivo Rochosos (86%) Côndrulos: inclusões ~ esféricas (mm) de silicatos, metal e sulfetos, formando gotículas de material fundido, fundidos a T elevadas na nebulosa solar. Condritos Rochosos Begaa NWA 4910 LL3.1 - Marrocos Gujba (Yobe, Nigeria) Condrito Carbonáceo CBa Massa Total: 100 Kg teor elevado de carbono (até 3%), o qual ocorre na forma de grafite, carbonatos e compostos orgânicos Ordinários Carbonáceos Materiais não diferenciados 56 Característica: diferenciados Composição: heterogênea similar aos basaltos terrestres: ol + px + pla Origem: corpos diferenciados do cinturão de asteróides, muitos da superfície da Lua e outros da superfície de Marte *Diferenças condritos rochosos: não possuem crôndulos; presentam granulação mais grossa Pla na composição ACONDRITOS: material diferenciado Rochosos (9%) Acondritos Rochosos Northwest Africa 032 Marrocos - 1999 Meteorito Lunar (olivina-piroxênio basalto) Northwest Africa 2995 Argélia - 2005 Achondrito (brecha fedspática lunar) Material diferenciado 57 Composição: liga Fe-Ni ± FeS [Fe3C, (Fe,Ni,Co)3P, FeCr2S4] Origem: interior de corpos diferenciados do cinturão de asteróides. • composição e textura indicam resfriamento lento. ACONDRITOS: material diferenciado Metálicos -Sideritos (4%) Sideritos Itapuranga (GO-Brasil): siderito núcleo?? 58 Composição: mistura de minerais silicáticos e material metálico (Fe+Ni) Origem: interior de corpos diferenciados do cinturão de asteróides ACONDRITOS: material diferenciado Ferro-Pétreos Siderólitos (1%) Fukang meteorite O raro meteorito pesava o mesmo que um carro popular quando foi descoberto em 2000, no deserto de Gobi, na província chinesa de Xinjiang Fonte: http://bit.ly/IIII2k Siderólitos Transição manto- núcleo?? 59 Idade da maioria dos meteoritos: ~ 4.56 Ga: Allende (México): condrito carbonáceo 4.568 Ga St. Séverin (França): condrito 4.552 Ga Angra dos Reis (Brasil): acondrito 4.551 Ga Itapuranga (Brasil): siderito 4.550 Ga >>> idade da Terra e da Lua Os condritos são amostras do material que serviu à formação do Sol e seus planetas e asteróides. Suas inclusões refratárias constituem os mais velhos objetos do Sistema Solar. Datações pelo Método U-Pb permitiram conhecer com precisão a idade dessas *inclusões refratárias: 4.566 ± 3 Ma (Zanda 1996). Admite-se que a Terra como um corpo fundido formou-se durante os 120 Ma seguintes. Entender o fracionamento geoquímico da Terra; Calcular a idade da Terra Meteoritos - Importância *Krotite: Ca Al2O4 Fatia da crosta oceânica que foi empurrada por sobre a crosta continental durante uma orogenia colisional e agora é exposta. Estudo de ofiolitos nos dá uma imagem da estrutura da crosta oceânica Ofiolitos Seq. típica de Cr. Oc.- Seq. ofiolítica. Conferência Penrose 1972. http://www.geosociety.org/penrose/ 60 Observações e Ferramentas Indiretas Métodos geofísicos Geotermismo Sismologia Gravimetria Geomagnetismo Geofísica: física + matemática +instrumentos (medições precisas) Propriedades físicas do interior da Terra 61 Temperatura e o calor no interior da Terra Quão quente a Terra fica à medida que nos aprofundamos em seu interior? T + P : determinam se o material está sólido ou fundido; 1. Geotermismo Curva Geotérmica geoterma acima da temperatura na qual os materiais da Terra começam a se fundir: 1. no manto superior (linha vermelha), formando uma zona parcialmente fundida e de baixa velocidade; 2. no núcleo externo A curva que descreve como a temperatura aumenta com a profundidade = geoterma. 62 Na crosta continental o grau geotérmico é de 20 a 30oC/km (calor conduzido pela litosfera). Na base da litosfera a temperatura varia entre 1300 a 1400oC. Abaixo dessa profundidade, a T não aumenta tão rapidamente (~0,5oC/Km) devido à convecção. Fluxo térmico perda de calor atravésda superfície global vermelho: maior transporte de calor; azul: menor transporte de calor proximidade de fontes de calor; condutividade térmica das rochas 63 Planeta dinâmico; Calor inicial de sua formação; Radioatividade Calor interno da Terra importância na prospecção e exploração de campos de gás e petróleo. conhecimento da T interna: definição de técnicas e equipamentos de perfuração. previsão objetiva sobre a natureza de um depósito: óleo ou gás, uma vez que a T e P determinam o estado físico dos hidrocarbonetos – acima de 180º dificilmente estarão em estado líquido. Fluxo térmico - Aplicações 64 Análise do comportamento das ondas sísmicas Diferença da trajetória e velocidade de propagação: materiais de constituição ≠ O.S. sofrem reflexão e refração 2. Sismologia Tomografia sísmica Registro sistemático de sismos significativos Obtenção da d dos materiais Computadores: imagens 3D do interior do planeta 2. Sismologia 65 Novas técnicas de computação "tomografias" médicas: imagem tridimensional de velocidade sísmica em função da localização na crosta, manto e núcleo interno. Estas imagens podem ser interpretadas em termos de variação nas propriedades do material controlado pela temperatura e/ou química. Tomografia sísmica Tomografia sísmica secção do manto situada na região equatorial da Terra cores frias = desvios positivos da V das ondas sísmicas em profundidade, a partir de uma média simétrica. cores quentes = desvios negativos da V das ondas sísmicas em profundidade. Sabendo que o manto tem uma composição ~ cte os desvios das Vs resultam das de T; com as cores frias para o manto rígido e as cores quentes para o manto plástico. O sombreamento indica s na velocidade de ondas sísmicas: região de > velocidade (material mais frio) = cor mais escura; região de < velocidade (material mais quente) = branco. Em alguns locais os padrões sugerem a convecção do manto, na qual material relativamente quente nasce na região de fronteira do manto-núcleo em direção ao manto superior Imagem tomográfica sísmica do manto descontinuidade em 670 Km 66 Determinação do valor da aceleração da gravidade 3. Gravimetria Anomalias positivas e negativas Acima do valor normal da F de gravidade Presença de materiais mais densos Abaixo do valor normal da F de gravidade Presença de materiais menos densos Equipamentos: gravímetros + satélites Anomalias Gravimétricas Presença de rochas com ≠s densidades; • FG diminui (anomalia gravimétrica -) • Rochas com densidade têm baixa FG • Método utilizado para saber onde há petróleo ↔ domos salinos normalmente associados a reservas petrolíferas. • FG aumenta (anomalia gravimétrica +) • Materiais com densidade têm elevada FG • Método utilizado para localizar jazidas de minerais densos como o Fe, Cu, etc... Proximidade de um domo de sal Proximidade de uma intrusão magmática 67 Anomalias Gravimétricas Cadeias de Montanhas; Anomalias negativas: Abaixo: raízes formadas por rochas pouco densas; >s que a montanha e mergulham no manto + denso 68 Medição da orientação dos minerais provocada pela orientação do C.M.T. 4. Geomagnetismo Terra: campo magnético; Sofreu inversões; Influencia orientação dos minerais Existência de falhas normais; Valores determinados em relação às rochas circundantes Presença de rochas que contenham minerais com propriedades magnéticas Anomalias magnéticas 69 Uma anomalia magnética ocorre onde a força medida do campo magnético da terra é maior ou menor do que a força que ocorreria se o campo fosse inteiramente devido ao campo interno da terra (causado pelo fluxo de liga de ferro no núcleo externo). Anomalias ocorrem por causa da composição de rocha na crosta, ou devido a polaridade do campo magnético produzido por minúsculos grãos de minerais de ferro na rocha Anomalias magnéticas Anomalias de amplitude positiva nos Grupos Nova Lima e Itabira (formações ferríferas) Oliveira et al. 2005. RBG. v.23 n.3 70 • condutividade, resistividade, potencial espontâneo, polarização, para investigar a geologia de subsuperfície; • depende na composição da rocha e da presença de líquidos (água e óleo perto da superfície, magma em profundidades); • Medições de condutividade elétrica podem detectar a presença de rocha parcialmente fundida no manto e na crosta; • aplicados em prospecção mineral, de águas subterrâneas, estudos de geologia de engenharia e estudos ambientais. Métodos elétricos Ex.1: enorme geleira sobre a superfície de um continente durante uma era glacial, a superfície do continente se abaixa Litosfera se abaixa, a astenosfera subjacente flui para fora; quando a geleira se derrete, a superfície sobe lentamente astenosfera subjacente flui de volta; Assim, a taxa de afundamento ou ‘soerguimento’ depende a taxa na qual a astenosfera se move e, portanto, a viscosidade (resistência ao escoamento) da astenosfera. Flexão da litosfera A litosfera, camada exterior relativamente rígida da terra, dobra-se em resposta a adição ou remoção de uma carga de superfície. 71 Ex.2: forma de uma litosfera onde ela dobra para baixo para o manto nos limites de placa convergente (zona de subducção) fornece insights sobre resistência à flexão ("capacidade de arqueamento") da placa informações sobre a reologia da crosta e manto (e.g. se é elástico, viscoso, ou visco-elástico). Flexão da litosfera A litosfera, camada exterior relativamente rígida da terra, dobra-se em resposta a adição ou remoção de uma carga de superfície. Referências Bibliográficas: • Para Entender a Terra • Decifrando a Terra • Earth Structure: an Introduction to Structural Geology and Tectonics. Ben van der Pluijm and Stephen Marshak. WW Norton & Company, 2004 • Global tectonics: Philip Kearey, Keith A. Klepeis, Frederick J. Vine, 2009 • http://www.iag.usp.br/siae98/geofisica/geofmeto dos.htm 72 Exercício Estrutura interna da Terra
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