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Apostila - Teoria Geral à Administração Aplicada à SEGURANÇA PÚBLICA.pdf

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Instituto Tecnológico Avançado – Gestão em Segurança Pública 
Rua T-27 n. 677 Setor Bueno 
Goiania – GO – CEP: 74.210-030 
Tel: 062 3920 0759 
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INSTITUTO TECNOLOGICO AVANÇADO 
GESTÃO EM SEGURANÇA PÚBLICA 
ADMINISTRAÇÃO APLICADA À SEGURANÇA PÚBLICA 
Sumário 
• ADMINISTRAÇÃO OU GESTÃO 
• PORQUE ESTUDAR ADMINISTRAÇÃO? 
• INFLUÊNCIAS HISTÓRICAS NA ADMINISTRAÇÃO 
• ESTRUTURA SOCIAL POLÍTICA E ECONÔMICA BRASILEIRA 
• GOVERNO 
• ELEMENTOS DO ESTADO 
• PODERES DE ESTADO 
• TAXONOMIA POLÍTICA 
• ESTADO DE DIREITO 
• DEMOCRACIA 
• ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO 
• ORGANIZAÇÃO DO ESTADO 
• DIVISÃO DOS PODERES 
• TRIPARTIÇÃO DOS PODERES NO BRASIL 
• ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
• PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
• TEORIAS E EVOLUÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA NO BRASIL 
• NOVOS PARADIGMAS EM SEGURANÇA PÚBLICA: ADMINISTRAR A NOVA SEGURANÇA PÚBLICA 
• A IMPORTÂNCIA DA INFORMAÇÃO PARA A TOMADA DE DECISÃO 
• PLANEJAMENTO COMO FERRAMENTA DE GESTÃO 
• RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS DE SEGURANÇA PÚBLICA 
• QUADRO COMPARATIVO: SISTEMAS DE SEGURANÇA PÚBLICA 
ANEXOS 
ANEXO I: VOCABULÁRIO 
ANEXO II: ESTRATÉGIAS DE POLICIAMENTO 
ANEXO III : "SEGURANÇA PÚBLICA" E "PODER DE POLÍCIA" - BREVE CONTRIBUIÇÃO CONCEITUAL E JURÍDICA 
 
 
 
 
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INSTITUTO TECNOLOGICO AVANÇADO 
GESTÃO EM SEGURANÇA PÚBLICA 
 
1. ADMINISTRAÇÃO OU GESTÃO 
 
Durante o nosso estudo da Administração Aplicada à Segurança Pública 
trataremos da ADMINISTRAÇÃO focada na Segurança Pública. 
Em nossas aulas, constantemente empregaremos os termos “Administração” e 
“Gestão” de maneira similar. Desta forma esclareceremos os conceitos adotados: 
A palavra administração vem do latim ad (direção, tendência para) e minister 
(subordinação ou obediência). 
Vários autores definem de diversas maneiras a administração. Uma definição 
bem moderna: 
 
Administração: é o ato de trabalhar com e através 
de pessoas para realizar os objetivos tanto da 
organização quanto de seus membros. 
 
Existem três aspectos chaves que devem ser apontados nesta definição: 
 
• Dá maior ênfase ao elemento humano na organização. 
• Focaliza a atenção nos resultados a serem alcançados, isto é, nos 
objetivos em vez de nas atividades. 
• Incluiu o conceito de que a realização dos objetivos pessoais de seus 
membros deve ser integrada à realização dos objetivos organizacionais. 
 
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GESTÃO EM SEGURANÇA PÚBLICA 
Ou ainda: Administração é administrar a ação através das pessoas com objetivo 
bem definido. 
 
Administração é o processo de planejar, organizar, dirigir e controlar o uso de 
recursos a fim de alcançar objetivos. 
 
A administração é o processo de tomar e colocar em prática decisões sobre 
objetivos e utilização de recursos. 
 
• A partir de hoje você não pode pensar como um executor de tarefas 
simplesmente. 
• Como administrador você deslocará dos trabalhos operacionais para o 
campo da ação. 
• Sairá das habilidades práticas de saber fazer certas coisas corretamente 
para atividades administrativas, voltadas para o campo do diagnóstico e da 
decisão, onde utiliza as habilidades conceituais de diagnosticar situações, 
definir e estabelecer estratégias de ação adequadas. 
• Cresce então a necessidade de se fundamentar em conceitos, valores e 
teorias que lhe permitam o balizamento adequado de seu comportamento. 
 
Em vez de preocupar como ensinar a fazer certas coisas - o como – a teoria da 
administração ensina que coisas devem ser feitas em determinadas situações – o 
porquê. 
 
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GESTÃO EM SEGURANÇA PÚBLICA 
O que diferencia o administrador de um simples executor é exatamente o fato de 
que, enquanto o segundo sabe fazer certas coisas que aprendeu mecanicamente 
(planos, organogramas, mapas, registros, lançamentos etc.), o primeiro sabe 
analisar e resolver situações problemáticas variadas e complexas, pois aprendeu 
a pensar, a avaliar e a ponderar em termos abstratos, estratégicos, conceituais e 
teóricos. O segundo é um mero agente de execução e operação. O primeiro é um 
agente de mudança e inovação, pois adquire habilidade de entender e 
diagnosticar situações. 
 
A administração não é uma coisa mecânica que dependa de certos hábitos 
físicos que devem ser superados ou corrigidos a fim de se obter o 
comportamento correto. 
 
Pode-se ensinar o que um administrador deve fazer, mas isto não irá capacitá-lo 
efetivamente a fazê-lo em todas as organizações. 
 
O sucesso de um administrador na vida profissional não está inteiramente 
relacionado àquilo que lhe foi ensinado, ao seu brilhantismo acadêmico ou ao seu 
interesse pessoal em praticar o que aprendeu nas escolas. Esses aspectos são 
importantes, porém estão condicionados a características de personalidade, ao 
modo pessoal de agir de cada um. O conhecimento tecnológico da Administração 
é importantíssimo, básico e indispensável, mas depende, sobretudo, da 
personalidade e do modo de agir do administrador, ou seja, de suas habilidades. 
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GESTÃO EM SEGURANÇA PÚBLICA 
Há pelo menos três tipos de habilidades necessárias para que o administrador 
possa executar eficazmente o processo administrativo: a habilidade técnica, a 
humana e a conceitual. 
 
• Habilidade técnica: Consiste em utilizar conhecimentos, métodos, técnicas e 
equipamentos necessários para a realização de suas tarefas específicas, 
através de sua instrução, experiência e educação. 
 
• Habilidade humana: Consiste na capacidade e no discernimento para trabalhar 
com pessoas, compreender suas atitudes e motivações e aplicar uma 
liderança eficaz. 
 
• Habilidade conceitual: Consiste na habilidade para compreender as 
complexidades da organização global e o ajustamento do comportamento da 
pessoa dentro da organização. Esta habilidade permite que a pessoa se 
comporte de acordo com os objetivos da organização total e não apenas de 
acordo com os objetivos e as necessidades de seu grupo imediato. 
 
A adequada combinação dessas habilidades varia à medida que um indivíduo 
sobe na escala hierárquica, de posições de supervisão à posições de alta 
direção. 
Níveis administrativos: 
• Institucional ou Estratégico: Alta direção 
• Intermediário ou Tático: Gerência 
• Operacional ou Inferior: Executor 
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2. Porque estudar administração? 
 
1. Embora o processo administrativo seja importante em qualquer contexto 
de utilização de recursos, a razão principal para estudá-la é seu reflexo 
sobre o desempenho das organizações. 
 
2. O principal motivo para a existência das organizações é o fato de que 
certos objetivos só podem ser alcançados por meio da ação coordenada 
de grupos de pessoas. 
 
3. Na atualidade, as organizações assumiramimportância sem precedentes 
na sociedade e na vida das pessoas. 
 
Tente fazer uma lista das organizações com as quais você está envolvido ou se 
relaciona de alguma forma. Da empresa onde você trabalha ao supermercado, da 
fábrica de seu carro à concessionária, da prefeitura à companhia de eletricidade, 
da telefônica ao sindicato de sua categoria profissional, a lista parece 
interminável. Há poucos aspectos da sua vida que não sejam influenciados por 
alguma espécie de organização. A sociedade moderna é uma sociedade 
organizacional, em contraste com as sociedades comunitárias do passado. 
 
É dramático o impacto do mau funcionamento de uma organização de grande 
porte sobre a sociedade. 
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Considere por exemplo a quebra de um banco, como aconteceu com o 
Econômico em 1995. Funcionários perdem o emprego e contribuintes são 
obrigados a arcar com as consequências. 
 
Pense numa cidade inundada e você vai lembrar-se da Prefeitura, pense em 
pessoas despreparadas, e você vai lembra-se do baixo nível da educação, pense 
na necessidade de pagar planos de saúde ou pensão, ou nas filas nos hospitais 
públicos, e você vai lembrar-se do governo que não trabalha como deveria. 
Muitos problemas que você enfrenta têm sua origem na inexistência ou 
ineficiência de algum tipo de organização. 
 
Organizações bem administradas são importantes por causa desse impacto 
sobre a qualidade de vida da sociedade. 
 
Administradores bem preparados, portanto, são recursos sociais importantes. 
Essa predominância das organizações e sua importância para a sociedade 
moderna bem como a necessidade de administradores competentes está na base 
do desenvolvimento da teoria geral da administração. 
 
A administração é praticada desde que existem os primeiros agrupamentos 
humanos. A moderna teoria geral da administração, que se estuda hoje é 
formada por conceitos que surgiram e vêm-se aprimorando há muito tempo, 
desde que os administradores do passado enfrentaram problemas práticos e 
precisaram de técnicas para resolvê-los. Por exemplo, a Bíblia relata que Moisés 
estava passando o dia cuidando de pequenas causas que o povo lhe trazia. 
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Então Jetro recomendou: procure homens capazes para serem líderes de 10, 100 
e 1.000. Este conselho foi dado a Moisés cerca de 3.500 anos atrás. É tão antigo 
e continua atual. 
 
Já no século XXI, a administração e as organizações estão sofrendo grandes 
transformações, As empresas privadas, em particular, operam dentro de um 
contexto extremamente competitivo e precisam aprimorar continuamente sua 
eficiência: fazer mais, com menor quantidade de recursos. 
 
Aumenta a importância da Administração empreendedora: o movimento que 
procura estimular as pessoas a serem seus próprios patrões. Além disso, a ideia 
de administração participativa ganha muito espaço com essa tendência, pois é 
preciso educar funcionários operacionais para serem seus próprios gerentes. 
 
3. Influências históricas na administração 
 
A Administração tem sido constantemente influenciada pelas fases históricas do 
desenvolvimento humano. Dentre os segmentos que mais influenciaram a 
Administração foram: 
 
A)_ Influência dos filósofos. 
 
Desde os tempos da Antiguidade a administração recebeu influência da filosofia. 
Antes de Cristo, o filósofo grego Sócrates (470 a.C. 399 a.C.) em sua discussão 
com Nicomaquis, expõe o seu ponto de vista sobre a administração: 
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“Sobre qualquer coisa que um homem possa presidir, ele será, se souber do que 
precisa e se for capaz de provê-lo, um bom presidente, quer tenha a direção de 
um coro, uma família, uma cidade ou um exército. Não é também uma tarefa punir 
os maus e honrar os bons? Portanto, Nicomaquis, não desprezeis homens hábeis 
em administrar seus haveres...” 
 
Platão (429 a.C. 347 a.C.) também filósofo grego, discípulo de Sócrates, 
preocupou-se profundamente com os problemas políticos inerentes ao 
desenvolvimento social e cultural do povo grego. Em sua obra, A República, 
expõe o seu ponto de vista sobre a forma democrática de governo e de 
administração dos negócios públicos. 
 
Aristóteles, também filósofo grego, discípulo de Platão, do qual bastante divergiu, 
deu enorme impulso à Filosofia principalmente à Cosmologia, Nosologia, 
Metafísica, Ciências Naturais, abrindo as perspectivas do conhecimento humano 
na sua época. Foi o criador da Lógica. No seu livro política, estuda a organização 
do Estado e distingue três formas de Administração pública: Monarquia, 
Aristocracia e democracia. 
 
Francis Bacon (1561-1626), filósofo e estadista inglês, considerado o fundador da 
Lógica Moderna, baseada no método experimental e indutivo. Antecipou-se ao 
princípio conhecido em Administração como “princípio da prevalência do principal 
sobre o acessório”. 
 
René Descartes (1596-1650), um filósofo, matemático e físico francês, 
considerado o fundador da filosofia moderna. Em seu livro O Discurso do Método, 
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GESTÃO EM SEGURANÇA PÚBLICA 
qual descreve os preceitos do seu método filosófico, hoje denominado o método 
cartesiano, que serviu de fundamento para a tradição cientifica do ocidente. 
 
Veremos mais tarde que vários princípios da moderna administração, como os da 
divisão do trabalho, da ordem, do controle etc. estão basicamente contidos nos 
princípios cartesianos. 
 
Thomas Hobbes (1588-1679) desenvolveu a teoria da origem contratualista do 
estado, segundo o qual o homem primitivo, vivendo em estado selvagem, passou 
lentamente à vida social, através de um pacto entre todos. O homem primitivo era 
um ser antissocial por definição, vivendo em guerra permanente com o próximo. 
O Estado viria a ser, portanto, a inevitável resultante da questão, impondo a 
ordem e organizando a vida social, qual um Leviatã. 
 
Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) desenvolveu a teoria do Contrato Social: O 
Estado surge de um acordo de vontades. 
 
Kal Marx (1818-1883) e seu parceiro Friedrich Engels (1820-1895) propõem uma 
teoria da origem econômica do Estado. O surgimento do poder político e do 
Estado nada mais é do que o fruto da dominação econômica do homem pelo 
homem. 
 
Com o surgimento da Filosofia Moderna, deixa a Administração de receber 
contribuições e influências, uma vez que o campo de estudo filosófico afasta-se 
enormemente dos problemas organizacionais. 
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B) Influência da Igreja Católica 
 
Através dos séculos, as normas administrativas e princípios de organização 
pública foram-se transferindo das instituições dos Estados para as instituições da 
nascente Igreja Católica e para as organizações militares. 
 
Ao longo dos séculos, a IgrejaCatólica foi estruturando sua organização, sua 
hierarquia de autoridade, seu estado-maior (assessoria) e sua coordenação 
funcional. Hoje a Igreja tem uma organização hierárquica tão simples e eficiente 
que a sua enorme organização mundial pode operar satisfatoriamente sob o 
comando de uma só cabeça executiva. 
 
De qualquer forma, a estrutura da organização eclesiástica serviu de modelo para 
muitas organizações que, ávidas de experiências bem sucedidas, passaram a 
incorporar uma infinidade de princípios e normas administrativas utilizadas na 
Igreja Católica. 
 
C) Influência do Militarismo 
 
A organização militar tem influenciado enormemente o desenvolvimento das 
teorias da Administração ao longo do tempo. 
 
A organização linear, por exemplo, tem suas origens na organização militar dos 
exércitos da Antiguidade e da época medieval. 
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O princípio da unidade de comando (pelo qual cada subordinado só pode ter um 
superior) – fundamental para a função de direção. 
 
A escala hierárquica, ou seja, a escala de níveis de comando de acordo com o 
grau de autoridade e responsabilidade correspondente é tipicamente um aspecto 
da organização militar utilizado em outras organizações. 
 
O conceito de hierarquia dentro do exército é provavelmente tão antigo quanto a 
própria guerra, pois a necessidade de um estado estado-maior sempre existiu 
para o exército. Todavia, o estado-maior formal como um quartel-general 
somente apareceu em 1665 com a Marca de Brandemburgo, precursor do 
exército prussiano. A evolução do princípio de assessoria e a formação de um 
estado-maior geral ocorreu posteriormente na Prússia, com o Imperador 
Frederico II, o Grande (1712-1786). 
 
Uma outra contribuição da organização é o princípio da direção, através do qual 
todo soldado deve saber perfeitamente o que se espera dele e aquilo que ele 
deve fazer. 
 
Mesmo Napoleão, o general mais autocrata da história militar, nunca deu uma 
ordem sem explicar o seu objetivo e certificar-se de que haviam compreendido 
corretamente, pois estava convencido de que a obediência cega jamais leva a 
uma execução inteligente de qualquer coisa. 
 
 
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No início do século XIX, Carl von Clausewitz (1780-1831), general prussiano, 
escreveu um Tratado sobre a Guerra e os Princípios de Guerra, sugerindo como 
administrar os exércitos em períodos de guerra. Foi o grande inspirador de muitos 
teóricos da Administração que posteriormente se basearam na organização e 
estratégia militares para adaptá-las à organização e estratégia industriais. 
 
Clausewitz considerava a disciplina como um requisito básico para uma boa 
organização. Para ele, toda organização requer um cuidadoso planejamento, no 
qual a decisões devem ser cientificas e não simplesmente intuitivas. As decisões 
devem basear-se na probabilidade e não apenas na necessidade lógica. O 
administrador deve aceitar a incerteza e planejar de maneira a poder minimizar 
essa incerteza. 
 
D) Influência da Revolução Industrial 
 
 A partir de 1776, com a invenção da máquina a vapor por James Watt (1736-
1819) e a sua posterior aplicação à produção, uma nova concepção do trabalho 
modificou completamente a estrutura social e comercial da época, provocando 
profundas e rápidas mudanças de ordem econômica, política e social que, num 
lapso de aproximadamente um século, foram maiores do que as mudanças 
havidas no milênio anterior. 
 
É o período chamado Revolução Industrial, que se iniciou na Inglaterra e 
rapidamente se alastrou por todo o mundo civilizado. 
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A segunda fase da revolução industrial a partir de 1860 apresenta as seguintes 
características: 
 
1- A substituição do Ferro pelo Aço. 
2- A substituição do Vapor pela Eletricidade. 
3- O desenvolvimento de maquinaria automática e um alto grau de 
especialização do trabalho. 
4- O crescente domínio da indústria pela ciência. 
5- Transformações radicais nos transportes e comunicações. 
6- O desenvolvimento de novas formas de organização capitalista: 
6.1 – A dominação da indústria pelas inversões bancárias e 
instituições financeiras e de crédito, como foi o caso da formação da 
United States Steel Corporation, em 1901, pela J.P. Morgan & Co. 
6.2 - A formação de imensas acumulações de capital, provenientes 
de trustes e fusões de empresas. 
6.3 – A separação entre a propriedade particular e a direção das 
empresas, 
6.4 – O desenvolvimento das holding companies. 
7 – A expansão da industrialização até a Europa Central e Oriental, e até o 
Extremo Oriente. 
 
E) Influencia dos Economistas Liberais 
 
Adam Smith (1723-1790), visualizava o princípio da especialização dos operários 
em uma manufatura de agulhas e já enfatizava a necessidade de racionalizar a 
 
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GESTÃO EM SEGURANÇA PÚBLICA 
produção. O princípio da especialização e o princípio da divisão do trabalho 
aparecem em referencias em seu livro Da Riqueza das Nações. Adam Smith 
reforçou bastante a importância do planejamento e da organização dentro das 
funções da Administração. 
 
James Mill (1773-1836), outro economista liberal, sugeria em seu livro Elementos 
de Economia Política, publicado em 1826, uma série de medidas relacionadas 
com os estudos de tempos e movimentos como meio de obter incremento da 
produção nas industrias da época. 
 
David Ricardo (1772-1823) publica seu livro Princípios de Economia Política e 
Tributação, no qual aborda trabalho, capital, salário, renda, produção, preços e 
mercados. 
 
4 - ESTRUTURA SOCIAL POLÍTICA E ECONÔMICA BRASILEIRA 
 
O conceito de Estado varia segundo o ângulo em que é considerado: 
 
I - corporação territorial dotada de um poder de mando originário; 
II - comunidade de homens, fixada sobre um território com poder de 
mando, ação e coerção; 
III - pessoa jurídica territorial soberana; 
IV - pessoa jurídica de direito público interno; 
V - entidade política, ou seja, pode elaborar as suas próprias leis. 
 
 
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5 – GOVERNO 
 
É o conjunto de Poderes e órgãos constitucionais. É o complexo de funções 
estatais básicas. É a condução política dos negócios públicos. Na verdade, o 
Governo ora se identifica com os Poderes e órgãos supremos do Estado, ora se 
apresenta nas funções originárias desses Poderes e órgãos como manifestação 
da Soberania. A constante, porém, do Governo é a sua expressão política de 
comando, de iniciativa, de fixação de objetivos do Estado e de manutenção da 
ordem jurídica vigente. O Governo atua mediante atos de Soberania ou, pelo 
menos, de autonomia política na condução dos negócios públicos. 
 
6 - ELEMENTOS DO ESTADO 
 
O Estado é constituído de três elementos originários e indissociáveis: Povo, 
Território e Governo soberano. 
 
Povo é o componente humano do Estado; Território, a sua base física; Governo 
soberano, o elemento condutor do Estado, que detém e exerce o poder absolutode autodeterminação e auto-organização emanado do Povo. Não há nem pode 
haver Estado independente sem Soberania, isto é, sem esse poder absoluto, 
indivisível e incontrastável de organizar-se e de conduzir-se segundo a vontade 
livre de seu Povo e de fazer cumprir as suas decisões, inclusive, pela força, se 
necessário. A vontade estatal apresenta-se e se manifesta através dos 
denominados Poderes de Estado. 
 
 
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7- PODERES DE ESTADO 
 
Os Poderes de Estado, na clássica tripartição de Montesquieu, até hoje adotada 
nos Estados de Direito, são o Legislativo, o Executivo e o Judiciário, 
independentes e harmônicos entre si e com suas funções reciprocamente 
indelegáveis (CF, art. 2º). 
 
Esses Poderes são imanentes e estruturais do Estado (diversamente dos 
poderes administrativos, que são incidentais e instrumentais da Administração), a 
cada um deles correspondendo uma função que lhe é atribuída. Assim, a função 
precípua do Poder Legislativo é a elaboração da lei (função normativa); a função 
precípua do Poder Executivo é a conversão da lei em ato individual e concreto 
(função administrativa); a função precípua do Poder Judiciário é a aplicação 
coativa da lei aos litigantes (função judicial). Referimo-nos à função precípua de 
cada Poder de Estado porque, embora o ideal fosse a proatividade de cada 
função para cada Poder, na realidade isso não ocorre, uma vez que todos os 
Poderes têm necessidade de praticar atos administrativos, ainda que restritos à 
sua organização e ao seu funcionamento, e, em caráter excepcional, admitido 
pela Constituição, desempenham funções e praticam atos que, a rigor, seriam de 
outro Poder. O que há, portanto, não é a separação de Poderes com divisão 
absoluta de funções, mas, sim, a distribuição das três funções estatais precípuas 
entre órgãos independentes, mas harmônicos e coordenados no seu 
funcionamento, mesmo porque o poder estatal é uno e indivisível. 
 
 
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Aliás, já se observou que Montesquieu nunca empregou em sua obra política as 
expressões “separação de Poderes” ou “divisão de Poderes”, referindo-se 
unicamente à necessidade do “equilíbrio entre os Poderes”, em que um Poder 
limita o outro, como sugerira o próprio autor no original. Seus apressados 
seguidores é que lhe deturparam o pensamento e passaram a falar em “divisão” e 
“separação de Poderes”, como se estes fossem estanques e incomunicáveis em 
todas as suas manifestações, quando, na verdade, isto não ocorre, porque o 
Governo é a resultante da interação dos três Poderes de Estado – Legislativo, 
Executivo e Judiciário – como a Administração o é de todos os órgãos desses 
Poderes. 
 
8 - TAXONOMIA POLÍTICA 
 
Os países definem a sua forma de Estado, governo e Regime político. Os tipos 
existentes mais comuns são: 
 
A) Formas de Estado: Estado unitário / Estado federativo / Estado 
composto / Estado confederativo / Estado regional. 
B) Formas de governo: Monarquia / Diarquia / República. 
C) Sistemas de governo: Parlamentarismo / Presidencialismo / Semi-
presidencialismo. 
D) Regimes políticos: Democracia/ Autoritarismo / Totalitarismo 
E) Poderes do Estado: Poder executivo / Poder legislativo / Poder judicial / 
Poder moderador. 
 
 
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9 - ESTADO DE DIREITO 
 
O estado de direito é uma situação jurídica, ou um sistema institucional, no qual 
cada um é submetido ao respeito do direito, do simples indivíduo até a potência 
pública. O estado de direito é assim ligado ao respeito da hierarquia das normas, 
da separação dos poderes e dos direitos fundamentais. 
 
Em outras palavras, o estado de direito é aquele no qual os mandatários políticos 
(na democracia: os eleitos) são submissos às leis promulgadas. 
 
A teoria da separação dos poderes de Montesquieu, na qual se baseiam a 
maioria dos estados ocidentais modernos, afirma a distinção dos três poderes 
(executivo, legislativo e judiciário) e suas limitações mútuas. Por exemplo, em 
uma democracia parlamentar, o legislativo (Parlamento) limita o poder do 
executivo (Governo): este não está livre para agir à vontade e deve 
constantemente garantir o apoio do Parlamento, que é a expressão da vontade 
do povo. Da mesma forma, o poder judiciário permite fazer contrapeso às certas 
decisões governamentais (especialmente, no Canadá, com o poder que a Carta 
dos Direitos e Liberdades da pessoa confere aos magistrados). O estado de 
direito se opõe assim às monarquias absolutas de direito divino (o rei no antigo 
regime pensava ter recebido seu poder de Deus e, assim, não admitia qualquer 
limitação a ele: "O Estado, sou eu", como afirmava Luís XIV) e às ditaduras, na 
qual a autoridade age frequentemente em violação aos direitos fundamentais. O 
estado de direito não exige que todo o direito seja escrito. A Constituição do 
Reino Unido, por exemplo, é fundada unicamente no costume: ela não dispõe de 
 
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disposições escritas. Num tal sistema de direito, os mandatários políticos devem 
respeitar o direito baseado no costume com a mesma consideração que num 
sistema de direito escrito. 
 
10 – DEMOCRACIA 
 
Neste contexto específico, o termo "democracia" refere-se à forma pela qual o 
Estado exerce o seu poder soberano. Mais especificamente, refere-se a quem 
exercerá o poder de estado, já que o Estado propriamente dito é uma ficção 
jurídica, isto é, não possui vontade própria e depende de pessoas para funcionar. 
Em sua origem grega, "democratia" quer dizer "governo do povo". No sistema 
moderno, no entanto, o povo não governa propriamente (o que representaria uma 
democracia direta). Assim, os atos de governo são exercidos por membros do 
povo ditos "politicamente constituídos", que são aqueles nomeados para cargos 
públicos através de eleição. 
 
No Estado democrático, as funções típicas e indelegáveis do Estado são 
exercidas por indivíduos eleitos pelo povo para tanto, de acordo com regras pré-
estabelecidas que regerão o pleito eleitoral. 
 
11 - ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO 
 
Estado democrático de direito é um conceito de Estado que busca superar o 
simples Estado de Direito concebido pelo liberalismo. Garante não somente a 
proteção aos direitos de propriedade, mais que isso, defende através das leis 
 
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todo um rol de garantias fundamentais, baseadas no chamado "Princípio da 
Dignidade Humana". 
 
O termo "estado democrático de direito" conjuga dois conceitos distintos que, 
juntos, definem a forma de funcionamento tipicamente assumido pelo Estado de 
inspiração ocidental. Cada um destes termos possui sua própria definição 
técnica, mas, neste contexto, referem-se especificamente a parâmetros de 
funcionamento do Estado ocidental moderno. 
 
12 - ORGANIZAÇÃO DO ESTADO 
 
A organização político-administrativa do Brasil compreende a União, os Estados, 
o Distrito Federal e os Municípios. Estas entidades são autônomas, cabendo à 
União exercer a soberaniado Estado brasileiro no contexto interno e à República 
Federativa do Brasil, pessoa jurídica de direito público externo, o exercício de 
soberania no plano internacional. 
 
13 – DIVISÃO DOS PODERES 
 
No Brasil, a separação e independência entre os poderes foi estabelecida, pela 
primeira vez, pela Constituição outorgada de 1824, que regeu o País até o fim da 
Monarquia (1822-1889). Contudo, além dos três poderes tradicionais, o 
Legislativo (dividido em Senado e Câmara), o Executivo e o Judiciário, esta criou 
um quarto poder, o Moderador (cujo exercício era privativo do Imperador). Esse 
poder foi abolido pela primeira Constituição da República, em 1891. (VOGEL, 
 
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MARTINS e XAVIER - O poder legislativo no Brasil, um Estado republicano, 
democrático e representativo). 
 
No Brasil, a Constituição Federal de 1988 assim estabelece: 
 
Art. 2º - São Poderes da União, independentes e 
harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o 
Judiciário. 
 
Na estrutura do Estado brasileiro, o exercício do poder é atribuído a órgãos 
distintos e independentes, cada qual com uma função, prevendo-se ainda um 
sistema de controle entre eles, de modo que nenhum possa agir em desacordo 
com as leis e a Constituição. 
 
Como atribuição típica, o Poder Legislativo elabora leis; o Poder Executivo 
administra, ou seja, realiza os fins do Estado, adotando concretamente as 
políticas para este fim; e o Poder Judiciário soluciona conflitos entre cidadãos, 
entidades e o Estado. 
 
Vale registrar que o Tribunal de Contas da União, assim como os dos Estados e 
dos Municípios, não integra a estrutura do Poder Judiciário. Os Tribunais de 
Contas são órgãos auxiliares e de orientação do Poder Legislativo e sua função é 
auxiliá-lo no exercício da fiscalização contábil, financeira, orçamentária, 
operacional e patrimonial dos órgãos e entes. 
 
 
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Ordem Jurídica??? 
Você acha que o Ministério Público pertence ao Poder Judiciário? Então leia com 
atenção o texto abaixo. 
 
A Constituição de 1988 criou, ainda, o Ministério Público com a função de 
defender a ordem jurídica e zelar pelo cumprimento da lei. Além de 
representação na União, nos Estados e Distrito Federal, atua, também, nas áreas 
Militar e do Trabalho. O Ministério Público é um órgão do Poder Executivo, 
embora em situação peculiar, devido à independência em relação a este e aos 
demais poderes do Estado, tem como função a "defesa da ordem jurídica, do 
regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis" 
 
14. TRIPARTIÇÃO DOS PODERES NO BRASIL 
 
O Brasil, que adotou tal teoria em sua Constituição, funcionam três poderes: o 
Legislativo, o Executivo e o Judiciário. 
 
Legislativo 
 
Poder legislativo (também legislatura) é o poder do Estado ao qual, segundo o 
princípio da separação dos poderes, é atribuída a função legislativa. Por poder do 
Estado compreende-se um órgão ou um grupo de órgãos pertencentes ao próprio 
Estado porém independentes dos outros poderes. 
 
 
 
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Nos Estados modernos o poder legislativo é formado por: 
• um parlamento em nível nacional; parlamentos dos 
estados federados, nas federações; eventuais órgãos 
análogos ao parlamento, de regiões e outras entidades 
territoriais às quais se reconhece autonomia 
legislativa. 
 
O poder executivo (representado, por exemplo, pelo Presidente da República) 
fica encarregado de sancionar ou vetar o projeto de lei. 
 
No sistema de três poderes proposto por Montesquieu, o poder legislativo é 
representado pelos legisladores, homens que devem elaborar as leis que regulam 
o Estado. O poder legislativo na maioria das repúblicas e monarquias é 
constituído por um congresso, parlamento, assembleias ou câmaras. 
 
O objetivo do poder legislativo é elaborar normas de direito de abrangência geral 
ou individual que são aplicadas a toda sociedade, objetivando a satisfação dos 
grupos de pressão; a administração pública; em causa própria e distender a 
sociedade; 
 
Em regimes ditatoriais o poder legislativo é exercido pelo próprio ditador ou por 
câmara legislativa nomeada por ele. 
 
Entre as funções elementares do poder legislativo está a de fiscalizar o poder 
executivo, votar leis orçamentárias, e, em situações específicas, julgar 
 
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determinadas pessoas, como o Presidente da República ou os próprios membros 
da assembleia. No Brasil os legisladores são escolhidos por meio da eleição 
(votação). 
 
Executivo 
 
O Executivo executa as leis. No município, o poder executivo é representado pelo 
prefeito. No estado pelo governador. O Presidente da República é o principal 
representante do Poder Executivo. Há ainda diversos segmentos do poder 
executivo em todas as esferas de governo: os profissionais da Segurança 
Pública, auditores e secretários, por exemplo. 
 
Judiciário 
 
A estrutura do Poder Judiciário é baseada na hierarquia dos órgãos que o 
compõem, formando assim as instâncias. A primeira instância corresponde ao 
órgão que irá primeiramente analisar e julgar a ação apresentada ao Poder 
Judiciário. As demais instâncias apreciam as decisões proferidas pela instância 
inferior a ela, e sempre o fazem em órgãos colegiados, ou seja, por um grupo de 
juízes que participam do julgamento. 
 
Devido ao princípio do duplo grau de jurisdição, as decisões proferidas em 
primeira instância poderão ser submetidas à apreciação da instância superior, 
dando oportunidade às partes conflitantes de obterem o reexame da matéria. 
 
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Às instâncias superiores, cabe, também, em decorrência de sua competência 
originária, apreciar determinadas ações que, em razão da matéria, lhes são 
apresentadas diretamente, sem que tenham sido submetidas, anteriormente, à 
apreciação do juízo inferior. A competência originária dos tribunais está disposta 
na Constituição Federal. 
 
A organização do Poder Judiciário está fundamentada na divisão da competência 
entre os vários órgãos que o integram nos âmbitos estadual e federal. 
 
À Justiça Estadual cabe o julgamento das ações não compreendidas na 
competência da Justiça Federal comum ou especializada. 
 
A Justiça Federal comum é aquela composta pelos tribunais e juízes federais, e 
responsável pelo julgamento de ações em que a União, as autarquias ou as 
empresas públicas federais forem interessadas; e a especializada, aquela 
composta pelas Justiças do Trabalho, Eleitoral e Militar. 
 
No que se refere à competência da Justiça Federal especializada, tem-se que à 
Justiça do Trabalho compete conciliar e julgar os conflitos individuais e coletivos 
entre trabalhadores e empregadores. É formado por Juntas de Conciliação e 
Julgamento, pelos Tribunais Regionais do Trabalho, composto por juízes 
nomeados pelo Presidente da República, e pelo Tribunal Superior do Trabalho, 
composto por vinte e sete ministros, nomeados pelo Presidente da República, 
após aprovaçãopelo Senado Federal. 
 
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À Justiça Eleitoral compete, principalmente, a organização, a fiscalização e a 
apuração das eleições que ocorrem no país, bem como a diplomação dos eleitos. 
É formada pelas Juntas Eleitorais, pelos Tribunais Regionais Eleitorais, 
compostos por sete juízes e pelo Tribunal Superior Eleitoral, também composto 
por sete ministros. 
 
E, à Justiça Militar, compete processar e julgar os crimes militares definidos em 
lei. É composta pelos juízes-auditores e seus substitutos, pelos Conselhos de 
Justiça, especiais ou permanentes, integrados pelos juízes-auditores e pelo 
Superior Tribunal Militar, que possui quinze ministros nomeados pelo Presidente 
da República, após aprovação do Senado Federal. 
 
15 – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
 
Administração pública é, em sentido prático ou subjetivo, o conjunto de órgãos, 
serviços e agentes do Estado, bem como das demais pessoas coletivas públicas 
(tais como as autarquias locais) que asseguram a satisfação das necessidades 
coletivas variadas, tais como a segurança, a cultura, a saúde e o bem estar das 
populações. 
 
Uma pessoa empregada na administração pública diz-se servidor público ou 
funcionário público. 
 
Como área de estudo é uma subárea da Administração, enfocando o 
desenvolvimento e sistematização de conhecimentos administrativos no âmbito 
 
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das organizações públicas, tendo surgido há mais de um século. Um dos 
pioneiros da Administração pública foi Woodrow Wilson. 
 
O Gestor Público tem como função gerir, administrar de forma ética, técnica e 
transparente a coisa pública, seja esta órgãos, departamentos ou políticas 
públicas visando o bem comum da comunidade a que se destina e em 
consonância com as normas legais e administrativas vigentes. 
 
Nos dias atuais o papel do gestor público na administração das coisas referentes 
ao trato das necessidades públicas, vem a maximizar e aperfeiçoar as demandas 
que faz-se necessário para alcançar uma gama de objetivos estabelecidos pelos 
órgãos governamentais respaldando também os anseios da comunidade onde 
está inserida. 
 
16 – PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
 
Básicos – “LIMPE” 
Segundo o artigo 37 da Constituição Federal: "A administração pública direta e 
indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e 
dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, 
moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:...". Estes são os 5 
princípios básicos explícitos na constituição. 
 
Princípio da Legalidade - no Direito Administrativo, esse princípio determina que, 
em qualquer atividade, a Administração Pública está estritamente vinculada à lei. 
 
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Assim, se não houver previsão legal, nada pode ser feito. A diferença entre o 
princípio genérico e o específico do Direito Administrativo tem que ficar bem clara 
na hora da prova. Naquele, a pessoa pode fazer de tudo, exceto o que a lei 
proíbe. Neste, a Administração Pública só pode fazer o que a lei autoriza, 
estando engessada, na ausência de tal previsão. Seus atos têm que estar 
sempre pautados na legislação. 
 
• Princípio da Impessoalidade - A finalidade é o interesse público (define 
também o Princípio da Finalidade) e o agente público deve tratar a todos 
de forma igual (também define o Princípio da Isonomia ou Igualdade). 
• Princípio da Moralidade - Atuar com ética, com honestidade, com 
integridade de caráter. 
• Princípio da Publicidade - É a divulgação dos atos administrativos que só 
pode ser restringida em alguns casos extremos (segurança nacional, 
investigações sigilosas). 
• Princípio da Eficiência - Atuar com presteza, racionalidade e com 
perfeição. 
 
Fundamentais segundo o decreto-lei 200/1967: “As atividades da Administração 
Federal obedecerão aos seguintes princípios fundamentais: Planejamento, 
Coordenação, Descentralização, Delegação de Competência e Controle.” 
 
Planejamento: o governo só agirá de acordo com um planejamento pré-
estabelecido com a finalidade de promover o desenvolvimento econômico e 
social e visando também a segurança nacional. O planejamento se faz por meio 
 
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de: um plano geral de governo; de programas gerais, setoriais e regionais, de 
duração plurianual; do orçamento-programa anual; e da programação financeira 
de desembolso. 
 
Coordenação: procura-se uma ação integrada para evitar duplicidade de atuação 
e consequente desperdício de recursos. A coordenação é feita em todos os níveis 
da administração pública: chefias, reuniões de ministros, presidente da república. 
Descentralização: O Estado passa a terceiros atividades públicas ou de utilidade 
pública, mas sem deixar de fiscalizá-las com isso o Estado passa a atuar 
indiretamente. A descentralização pode ser feita: dentro dos quadros da 
Administração Federal, distinguindo-se claramente o nível de direção do de 
execução (chamada de desconcentração); da Administração Federal para a das 
unidades federadas, quando estejam devidamente aparelhadas e mediante 
convênio; da Administração Federal para a órbita privada, mediante contratos ou 
concessões. 
 
Delegação de Competência: transferência de competência a subordinados 
indicando a autoridade delegante, a autoridade delegada e as atribuições objeto 
de delegação. É uma maneira de descentralização. É facultativo e transitório e 
obedece a oportunidade e conveniência. 
 
Controle: Feito pela chefia (entre os subordinados), feita por auditorias (dentro 
do próprio órgão) e pelo Sistema de Controle Interno (para controlar dinheiro e 
bens públicos). 
 
 
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17 – TEORIAS E EVOLUÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA NO BRASIL 
 
 No plano administrativo, a administração pública burocrática surgiu no século 
passado juntamente com o Estado liberal, exatamente como forma de defender a 
coisa pública contra o patrimonialismo. À medida, porém, que o Estado assumia a 
responsabilidade pela defesa dos direitos sociais e crescia em dimensão, foi se 
percebendo que os custos dessa defesa podiam ser mais altos que os benefícios 
do controle. Por isso, neste século, as práticas burocráticas vêm sendo 
substituídas por um novo tipo de administração: a administração gerencial. 
 
A reforma do aparelho do Estado não pode ser concebida fora da perspectiva de 
redefinição do papel do Estado e, portanto, pressupõe o reconhecimento prévio 
das modificações observadas em suas atribuições ao longo do tempo. Dessa 
forma, partindo-se de uma perspectiva histórica, verificamos que a administração 
pública - cujos princípios e características não devem ser confundidos com os da 
administração das empresas privadas - evoluiu por meio de três modelos básicos: 
a administração pública patrimonialista, a burocrática e a gerencial. 
 
Essas três formas se sucedem no tempo, sem que, no entanto, qualquer uma 
delas seja inteiramente abandonada. 
 
1) Administração PúblicaPatrimonialista - No patrimonialismo, o aparelho 
do Estado funciona como uma extensão do poder do soberano, e seus auxiliares, 
servidores, possuem status de nobreza real. Os cargos são considerados 
prebendas. A res publica não é diferenciada da res principis. Em consequência, a 
 
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corrupção e o nepotismo são inerentes a esse tipo de administração. No 
momento em que o capitalismo e a democracia se tornam dominantes, o 
mercado e a sociedade civil passam a se distinguir do Estado. Neste novo 
momento histórico, a administração patrimonialista se torna uma excrescência 
inaceitável. 
 
2) Administração Pública Burocrática - Surge na segunda metade do 
século XIX, na época do Estado liberal, como forma de combater a corrupção e o 
nepotismo patrimonialista. Constituem princípios orientadores de seu 
desenvolvimento a profissionalização, a idéia de carreira, a hierarquia funcional, a 
impessoalidade, o formalismo, em síntese o poder racional legal. 
 
 Os controles administrativos visando evitar a corrupção e o nepotismo são 
sempre a priori. Parte-se de uma desconfiança prévia nos administradores 
públicos e nos cidadãos que a eles dirigem demandas. Por isso, são sempre 
necessários controles rígidos dos processos, como na admissão de pessoal, nas 
compras e no atendimento a demandas. 
 
Por outro lado, o controle - a garantia do poder do Estado - transforma-se na 
própria razão de ser do funcionário. Em consequência, o Estado se volta para si 
mesmo, perdendo a noção de sua missão básica, que é servir à sociedade. A 
qualidade fundamental da administração pública burocrática é a efetividade no 
controle dos abusos; seu defeito, a ineficiência, a auto-referência, a incapacidade 
de voltar-se para o serviço aos cidadãos vistos como clientes. Esse defeito, 
entretanto, não se revelou determinante na época do surgimento da 
 
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administração pública burocrática porque os serviços do Estado eram muito 
reduzidos. 
 
O Estado se limitava a manter a ordem e a administrar a justiça, a garantir os 
contratos e a propriedade. 
 
3) Administração Pública Gerencial - Emerge na segunda metade do 
século XX, como resposta, de um lado, à expansão das funções econômicas e 
sociais do Estado e, de outro, ao desenvolvimento tecnológico e à globalização 
da economia mundial, uma vez que ambos deixaram à mostra os problemas 
associados à adoção do modelo anterior. A eficiência da administração pública - 
a necessidade de reduzir custos e aumentar a qualidade dos serviços, tendo o 
cidadão como beneficiário torna-se então essencial. A reforma do aparelho do 
Estado passa a ser orientada predominantemente pelos valores da eficiência e 
qualidade na prestação de serviços públicos e pelo desenvolvimento de uma 
cultura gerencial nas organizações. 
 
A administração pública gerencial constitui avanço e até certo ponto, rompimento 
com a administração pública burocrática. Isso não significa, entretanto, que 
negue todos os seus princípios. Pelo contrário, a administração pública gerencial 
está apoiada na anterior, da qual conserva, mesmo flexibilizando, alguns de seus 
princípios fundamentais, como a admissão segundo rígidos critérios de mérito, a 
existência de um sistema estruturado e universal de remuneração, as carreiras, a 
avaliação constante de desempenho, o treinamento sistemático. A diferença 
fundamental está na forma de controle, que deixa de basear-se nos processos 
 
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para concentrar-se nos resultados, e não na rigorosa profissionalização da 
administração pública, que continua um princípio fundamental. 
 
Na administração pública gerencial a estratégia se volta: 
 
(1) para a definição precisa dos objetivos que o administrador público 
deverá atingir em sua unidade; 
(2) para a garantia de autonomia do administrador na gestão dos recursos 
humanos, materiais e financeiros que lhe forem postos à disposição para que 
possa atingir os objetivos contratados; e 
(3) para o controle ou cobrança a posteriori dos resultados. 
 
Adicionalmente, pratica-se a competição administrada no interior do próprio 
Estado, quando há a possibilidade de estabelecer concorrência entre unidades 
internas. No plano da estrutura organizacional, a descentralização e a redução 
dos níveis hierárquicos se tornam essenciais. Em suma, afirma-se que a 
administração pública deve ser permeável à maior participação dos agentes. 
 
18 - NOVOS PARADIGMAS EM SEGURANÇA PÚBLICA: 
ADMINISTRAR A NOVA SEGURANÇA PÚBLICA 
 
Um sistema democrático configura-se pela ampliação da participação política a 
um grande número de pessoas, no controle e discussão da política do governo. 
Para além dessa característica essencial, a democracia exige um alargamento do 
 
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debate público de forma institucionalizada, com mecanismos que integrem os 
grupos de pressão e a canalização das demandas sociais e políticas. 
 
Segundo Marshall, a cidadania implica “um status que em princípio repousa sobre 
os indivíduos e que implica igualdade de direitos e obrigações, liberdades e 
constrangimentos, poderes e responsabilidades. Desde a antiguidade até a 
modernidade, cidadania tem significado uma certa reciprocidade de direitos e 
deveres entre a comunidade política e o indivíduo.” (MARSHALL, 1973:84) 
 
Considerando a dimensão ética, o conceito de cidadania admite também a esfera 
da valorização e do respeito ao ser humano. A dimensão existencial da cidadania 
compreende que para ser cidadão é preciso ser respeitado como “pessoa 
humana”. 
 
Saiba mais… 
Marshall aponta para uma cadeia de direitos e obrigações a serem 
conquistados pelos cidadãos para a construção e estabelecimento da 
cidadania, destacando: 
Direitos Civis: dizem respeito aos direitos fundamentais dos cidadãos, 
como a vida, a propriedade e a igualdade perante a lei. São baseados na 
ideia de liberdade individual, que, para ser garantida, pressupões a 
existência de um sistema de justiça independente, além da proteção dada 
pelo Estado a esses direitos. 
 
 
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Direitos Políticos: referem-se à participação de todos, diretamente ou por meio de 
representantes, nas decisões da polis. Além do voto, são direitos políticos a 
possibilidade de associar-se para demanda politicamente o livre acesso aos 
cargos decisórios na arena política. 
 
Direitos Sociais: são aqueles que permitem a participação de todos na riqueza 
produzida numa dada sociedade: direito à educação, à saúde, ao trabalho, à 
aposentadoria, à moradia e, à segurança, entre outros. 
 
Conforme salientado por Costa (2004:27), a efetivação e a consolidação do 
Estado de direito implica a idéia de Accountability, termo que se refere à 
adequação entre o comportamento da polícia e objetivos das comunidades, 
segundo os princípios de: 
 
- Controle e avaliação pelos cidadãos das ações dos agentes estatais; 
- Responsabilidade (jurídica, política e administrativa)dos agentes estatais; 
- Transparência administrativa dos atos desses agentes. 
 
Uma polícia cidadã deve “centrar sua função na garantia e efetivação dos direitos 
fundamentais dos cidadãos e na interação com a comunidade, estabelecendo a 
mediação e a negociação como instrumento principal; uma polícia altamente 
preparada para a eventual utilização da força e para a decisão de usá-la.” 
 
A polícia cidadã é uma polícia que problematiza a segurança, discute sua 
complexidade e divide responsabilidades. 
 
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As seguintes características identificam a polícia cidadã: 
 
Direciona-se para a efetivação e garantia dos Direitos Humanos fundamentais de 
todos os cidadãos. Não adota uma postura maniqueísta (divisão entre o bem e o 
mal) porque admite a complexidade da sociedade consciente de que a 
ilegalidade ou infração perpassa todas as classes e os níveis sociais; 
 
Compreende e admite a importância da interdisciplinaridade da 
multiagencialidade, da visão solidária de responsabilidade, da solidariedade e 
compartilhamento entre as polícias de competências diversas. 
 
Compreende-se como elemento inicial no processo de persecução criminal em 
que a decisão final – a aplicação da lei – será feita pelo Juiz de Direito; 
 
Entende-se como negociadora e mediadora de conflitos e assume sua 
responsabilidade em relação à habilidade de organização do espaço e da 
composição do conflito para encaminhamento à Justiça; 
 
O papel das polícias na realização do controle social varia de Estado para 
Estado. Quanto mais central for esse papel, maior a possibilidade de conflito 
entre a lei e a ordem, porque a polícia atribui ao uso da força seu principal 
instrumento de atuação. Por outro lado, se o papel das polícias no controle social 
não for central, ou se o instrumento de atuação das polícias não for 
fundamentalmente o uso da força, esse conflito perde intensidade. 
 
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Admite a participação dos cidadãos no processo externo de controle das 
atividades policiais (Ouvidorias, Corregedorias externas); e relaciona-se com a 
comunidade nos processos de intervenções nas áreas sociais que venham 
interferir na melhoria da vida em coletividade. 
 
O tipo de “controle social” pretendido pela sociedade brasileira, expresso na 
Constituição de 1988, fundamenta-se nos princípios de respeito e valorização do 
ser humano e permite a participação e o controle dos cidadãos sobre a atividade 
policial. 
 
Os princípios e valores subjacentes ao controle social no atual sistema político 
brasileiro apontam para a necessária e urgente redefinição do papel da polícia, 
admitindo reformas que visam aumentar o grau de participação e controle dos 
cidadãos sobre a atividade policial e estabelecendo, num processo inédito da 
história política brasileira, a interação entre Polícia e Sociedade. 
 
As reformas que visam aumentar o grau de controle sobre a atividade policial não 
necessariamente implicam a melhoria da performance dessas instituições no que 
diz respeito ao controle da criminalidade. Esse não é exatamente o objetivo deste 
tipo de reforma. O grande apelo político de tornar as polícias menos violentas e 
autoritárias é torná-las mais confiáveis e úteis à população. 
 
A existência de uma polícia a serviço do público é o grande desafio para a 
construção de um Estado efetivamente republicano e para a consolidação da 
democracia. 
 
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19 - A IMPORTÂNCIA DA INFORMAÇÃO PARA A TOMADA DE DECISÃO 
 
Como gestor, você precisará saber como os sistemas de informação podem fazer 
para que uma organização de segurança, seja privada ou pública, se torne mais 
eficiente. 
 
Hoje, todos admitem a importância crescente da informação para as 
organizações. A maioria das organizações precisa dos Sistemas de Informação 
(SI) para organizar-se internamente, enfrentar novos desafios, estabelecer 
vínculos, criar estratégias, enfim sobreviver e desenvolver-se. 
 
No âmbito das organizações comerciais quatro grandes mudanças vêm alterando 
o ambiente empresarial, impondo novos desafios à sua administração: 
 
- A emergência e o fortalecimento da economia global; 
- A transformação de economias e sociedades industriais em economias 
de serviços, baseadas no conhecimento e na informação; 
- A transformação do empreendimento empresarial; e 
- A emergência da empresa digital. 
 
Neste cenário, os sistemas de informação (SI) tornaram-se fundamental para as 
organizações comerciais, na medida em que auxiliam as empresas na 
transformação radical do modo como conduzem os negócios: estendendo seu 
alcance a locais distantes, oferecendo novos produtos e serviços. 
 
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No âmbito das organizações públicas, as transformações sociais e culturais 
decorrentes do processo da economia globalizada, aliada às mudanças internas 
no contexto político (processo de redemocratização) e ao desenvolvimento do 
conhecimento e da tecnologia da informação, também revelaram a importância e 
a necessidade do uso dos Sistemas de informação (SI). 
 
Considerar a tradicional opção “quantitativa” que diz respeito ao aumento de 
equipamentos, bem como de agentes de Segurança Pública, armas e viaturas já 
não produz resultados suficientes para o controle sobre a criminalidade. 
 
A gestão de Sistemas de informação e a sua inserção na estratégia da 
organização policial é um fator chave para o controle da criminalidade e da 
violência, porque possibilita as avaliações, o planejamento e o controle das ações 
policiais. Se, por um lado, ajudam a detectar problemas criminais e criar um 
planejamento estratégico eficiente, por outro, possibilitam a coordenação das 
atividades operacionais entre os órgãos integrantes do sistema de defesa, tais 
como: Polícias Militar e Civil, Corpo de Bombeiros, Administração Penitenciária e 
Defensoria Pública. 
 
Os Sistemas de informação (SI) nas organizações policiais auxiliam o processo 
funcional/administrativo, colaborando para: 
- A reorganização dos fluxos de tarefas e trabalho; 
- A instituição de um sistema colaborativo de planejamento operacional 
com base em informações e conhecimentos; 
 
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- A interação entre os policiais, incentivando os mesmo a serem mais 
criativos e a assumirem maiores responsabilidades; 
 
A organização policial tradicional era – e ainda é – um agrupamento hierárquico, 
centralizado e rígido que confiava um conjunto fixo de procedimentos 
operacionais padrão para a “apuração de crimes”. O novo estilo das organizações 
policiais depende de informações precisas para lidar com o problema criminal, 
ajustados a contextos e a grupos sociais específicos. 
 
A administração tradicional dependia – e ainda depende – de planos e regras 
formais e divisão rígida do trabalho. A gestão moderna depende de 
estabelecimento de metas (em vez de planejamento formal), de um arranjo 
flexível de equipes e indivíduos trabalhando em forças-tarefa ede uma orientação 
segura para conseguir a coordenação entre os policiais e a colaboração da 
sociedade. 
 
O novo modelo de gestão recorre ao conhecimento, à aprendizagem e à tomada 
de decisões de seus profissionais, individualmente, para garantir o funcionamento 
administrativo adequado e maximizar o controle do crime. 
 
Atualmente as organizações policiais estão inseridas em um contexto social 
complexo em que a mudança é a única constante. O turbilhão de acontecimentos 
externos – resultado de mudanças sociais e do aumento da criminalidade – 
obriga as organizações policiais a enfrentarem novas situações fazendo com que 
tomar decisões hoje, exija a qualquer gestor da área de Segurança Pública estar 
 
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bem informado e conhecer o mundo que o rodeia. E é a tecnologia de informação 
que possibilita esse estilo de administração. 
 
A gestão moderna exige que a tomada de decisão seja feita com o máximo de 
informação. O conhecimento adquirido pela “experiência de rua” dos policiais 
mais antigos passa a ser insuficiente, uma vez que o cenário onde a organização 
policial opera apresenta características diferentes daquelas a que estavam 
habituados. Da observação desse cenário, fica clara a necessidade das 
instituições policiais em estabelecer uma reestruturação organizacional em torno 
da informação. É aqui que deve ter lugar a gestão de tecnologias de informação, 
consideradas como uma nova e importante fonte de vantagem no policiamento 
moderno. 
 
Um sistema de informação pode ser definido tecnicamente como: 
Um conjunto de componentes inter-relacionados que coleta (ou recupera), 
processa, armazena e distribui informações destinadas a apoiar a tomada 
de decisões, a coordenação e o controle de uma organização. 
 
Além de dar suporte à tomada de decisões, à coordenação e ao controle, esses 
sistemas também auxiliam os gerentes e trabalhadores a analisar problemas, 
visualizar assuntos complexos e criar novos produtos. 
 
Um sistema de informação contém informações sobre: pessoas, locais e coisas 
significativas para a organização ou para o ambiente que o cerca. É importante 
que você compreenda a diferença entre os conceitos de informação e dados. 
 
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Informação refere-se a dados apresentados em uma forma significativa e útil para 
os seres humanos. 
 
Dados, ao contrário, são correntes de fatos brutos que representam eventos que 
estão ocorrendo nas organizações ou no ambiente físico, antes de terem sido 
organizados e arranjados de uma forma que as pessoas possam entendê-los e 
usá-los. 
 
Esses dados podem ser somados e analisados, de modo a fornecer informações 
significativas como: o número total de homicídios relacionados ao crime de tráfico 
em determinada circunscrição e período; o perfil das vítimas (idade, sexo, 
escolaridade, local de residência, etc.). Dessa forma, reúne-se uma informação 
útil para a tomada de decisões direcionada ao planejamento estratégico de 
policiamento (preventivo e repressivo), ao controle das operações e à análise dos 
problemas. 
 
Exemplo: Os boletins de ocorrências registram inúmeros dados, tais como: 
tipo de infração criminal (infração de trânsito, homicídio, roubo, furto, etc.), 
locais de crimes (tipologia do local, rua, bairro), descrição de suspeitos 
(sexo, altura, cor da pele, sinais aparentes), dados da vítima (sexo, idade, 
endereço, estado civil), tipo de armas utilizadas para a consumação do 
crime, modus operandi do criminoso, etc. 
 
 
 
 
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20 - PLANEJAMENTO COMO FERRAMENTA DE GESTÃO 
 
A resolução do problema criminal que, tradicionalmente, era visto como problema 
exclusivo da polícia especializada no “combate ao crime” e na “caça ao bandido”, 
já não se sustenta e exige um “novo papel” da polícia perante a sociedade. 
Num primeiro momento, a resolução do problema da criminalidade pela 
organização policial parecia ser algo extremamente simples, exigindo tão 
somente investimentos materiais e policiais preparados e incentivados para a 
ação de “combate” ao crime. 
 
Nada mais errôneo do que essa ideia. 
 
É possível fazer uma analogia do problema criminal com o problema gerado pela 
quebra de uma máquina numa organização industrial. A máquina quebrou! – 
Instalou-se o problema na indústria. A solução encontrada foi chamar alguém 
para consertar com a ferramenta adequada. Neste exemplo ninguém se 
preocupou em descobrir o motivo que levou a máquina a quebrar; provavelmente, 
o problema será rapidamente resolvido para apenas colocá-la em funcionamento 
novamente. 
 
Se o problema for decorrente, por exemplo, de uma falta de manutenção em 
outro componente que causa maior desgaste em outro ponto do equipamento, 
ele tornará a ocorrer enquanto não existir um estudo mais profundo de sua 
natureza. 
 
 
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Para uma correta resolução de problemas, deve-se: 
 
1 – Definir o que ele é; 
2 – Definir quais as suas prováveis causas; 
3 – Definir o que pode ser feito para solucioná-lo; e 
4 – Definir quais recursos serão utilizados na resolução. 
 
Etapas para a resolução do problema 
 
Etapa 1 – Análise do problema: Nessa etapa, deve-se estimar corretamente as 
dimensões do problema tentando verificar qual(is) perspectiva(s) está(ão) com 
ele envolvida(s). A correta definição dos dependentes do problema também é um 
passo muito importante para encontrar a sua fonte. 
Pergunta-chave: - Que tipo de problema é este? 
 
Etapa 2 – Compreensão do problema: Essa etapa abrange algum tipo de 
pesquisa ou investigação de fatos envolvidos com o problema, análise de 
documentos que possam dar uma idéia quantitativa e questionários do 
comportamento dos envolvidos com o problema. Ela deve resultar numa 
informação precisa sobre qual é o problema, como foi provocado e os principais 
fatores que o alimentam. 
Perguntas-chave: - O que causa o problema? Por que ele ainda existe? - Por 
que ainda não foi solucionado? 
 
 
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Etapa 3 – Tomada de decisões: Nessa etapa, deve-se realizar um estudo 
alinhando à resolução do problema com o planejamento estratégico e operacional 
da organização. Esse ponto é muito importante para a resolução do problema, 
pois é preciso definir quais recursos a organização tem para resolvê-lo de modo 
que não afete seu operacional. 
 
Etapa 4 – Projetos de Soluções: A resolução de um problema começa quando se 
toma a decisão de resolvê-lo, e para que isso realmente ocorra deve existir um 
planejamento (ou projeto) da solução a ser implementada. Essa etapa se divide 
em dois grupos: 
 
Projeto Lógico: Descrição do nível geral de recursos, o processo operacional 
geral e a forma como os resultados devem ser obtidos para medir a eficiência da 
resolução. 
 
Projeto Físico: É composto de uma descrição mais detalhada dos equipamentos, 
material e pessoal da organização. Após o projeto da solução temos a quinta e 
última etapa, onde deve-se criar umaestratégia para sua implantação 
Planejamento Estratégico 
 
O que é planejamento 
 
Planejamento é um processo desenvolvido para alcançar uma situação futura 
desejada de um modo mais eficiente, eficaz e efetivo, com a melhor concentração 
de esforços humanos e recursos pela empresa. 
 
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Toda empresa (pública ou privada) precisa desenvolver estratégias almejando os 
seguintes aspectos: 
 
Eficiência “Fazer certo a “coisa””, pois em se fazendo o contrário – fazer errado a 
“coisa”, estaremos provocando perdas de tempo e recursos (retrabalho, 
desperdício), contrariando os princípios da eficiência; um segundo clichê muito 
utilizado para definir eficiência é “fazer mais com menos” 
 
Eficácia “Fazer a “coisa” certa””, pois em se fazendo o contrário, estaríamos 
‘fazendo a “coisa” errada”, a “coisa” que não deveria ter sido feita, “coisa” fora de 
lugar e hora, “coisa” a ser empreendida de forma diferente, em outras palavras: 
deveríamos fazer outra “coisa” que não está. 
 
Efetividade “Fazer a “coisa” que tem que ser feita”; sendo dos três, o conceito 
mais difícil de se entender, pois somente é percebida por pesquisas de opinião 
sobre ações que causam efeitos, impacto ou transformação de uma realidade 
que se modificou ou de metas previamente estabelecidas. 
 
Para fins de analogia e exemplificação, podemos dizer que a eficiência é cavar, 
com perfeição técnica, um poço artesiano. Eficácia é encontrar a água e 
efetividade diz respeito aos efeitos da perfuração do poço artesiano. 
 
Na verdade, esses aspectos se interagem. Desta forma, a fórmula administrativa 
para conseguir ao sucesso da estratégia é: 
 
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O objetivo do planejamento é desenvolver processos, técnicas e atitudes 
administrativas, as quais proporcionam uma situação viável de avaliar as 
implicações futuras de decisões presentes. Isto é definido em função do 
objetivo empresarial, que facilitará a decisão no futuro, de modo mais 
rápido, coerente, eficiente e eficaz. 
 
O exercício sistemático do planejamento tende a reduzir a incerteza envolvida no 
processo de tomar a decisão e aumenta a chance de alcançar os objetivos e 
desafios enfrentados. 
 
Níveis de Planejamento 
 
Considerando os níveis hierárquicos de uma empresa ou organização de 
segurança pública ou privada, o planejamento pode ser dividido em três níveis, 
observe: 
 
Planejamento Estratégico 
É o processo administrativo que proporciona sustentação metodológica para 
estabelecer a melhor direção a ser tomada para uma empresa. Busca otimizar o 
grau de interação entre os atores externos – que não são controláveis – e 
internos para formular objetivos e cursos de ação. 
 
Planejamento Tático 
É o processo administrativo que tem por objetivo otimizar uma determinada área 
da empresa, setor de finanças, setor operacional, setor logístico, dentre outros. 
 
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Portanto, trabalha com a decomposição dos objetivos do planejamento 
estratégico. 
 
Planejamento Operacional 
É o processo de formalizar, através de documentos, das metodologias e 
implantações estabelecidas. Basicamente, são os planos de ação ou plano 
operacional. O foco são as tarefas cotidianas. 
 
21 - RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS DE SEGURANÇA PÚBLICA 
 
Com as novas filosofias de policiamento surgidas na atualidade, a formas de se 
resolver os problemas que envolvem a Segurança Pública também evoluíram de 
maneira que o policiamento desenvolvido pelos órgãos de segurança se volta 
para o problema e tenta resolvê-lo em sua origem. 
 
Veremos agora como o Policiamento Voltado Para o Problema apresenta 
soluções para os problemas repetitivos da Segurança Pública e de controle da 
criminalidade através de um método chamado IARA (Identificação, Analise, 
Resposta e Avaliação), como veremos a seguir: 
 
Identificação: 
O primeiro passo para traçarmos o caminho da solução de um problema e 
identificá-lo. 
 
 
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A solução de problemas pode ser parte da rotina do trabalho policial e seu 
emprego regular pode contribuir para a redução ou solução dos crimes, melhorar 
a sensação de segurança e, até mesmo, diminuir a desordem física e moral 
vivenciada nos bairros. 
 
O primeiro passo é reconhecer que as ocorrências (que possuem um mesmo 
padrão de repetição) são “incidentes” de um problema maior, que precisam ter 
suas origens (causas) bem compreendidas para ser solucionado. 
 
No policiamento tradicional (rádio-atendimento) a ação do policial é como receitar 
um analgésico para quem está com dengue. Traz alívio temporário, mas não 
resolve o problema, pois o mosquito (vetor) permanece picando as demais 
pessoas. O remédio é necessário para aquele instante, assim como atender uma 
ocorrência policial, mas a solução é provisória e limitada. Como a polícia não 
soluciona as causas ocultas que criou o problema, ele, muito provavelmente, 
voltará a ocorrer. 
 
No policiamento orientado para o problema, o ideal é analisar como que esse 
problema está ocorrendo, considerando esse caso, atingir o ciclo de vida do vetor 
(mosquito), como eliminar os locais onde tem água parada (pneus velhos, 
garrafas, vasos, dentre outros), aplicar um inseticida ou, até mesmo, desenvolver 
novos medicamentos para ter uma solução mais duradoura ou minimizar esse 
problema. 
 
 
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Para criar uma resposta adequada, os policiais utilizam as informações obtidas a 
partir do atendimento das ocorrências, de outras fontes da própria comunidade, 
de pesquisas, etc., para terem uma visão clara do problema. Após esse 
procedimento, podem lidar com as condições subjacentes ao problema. 
 
Devemos compreender com clareza que nem todos os problemas que são 
colocados como responsabilidade das polícias são realmente de natureza policial. 
Para GOLDSTEIN (2001), problema policial é “um grupo de duas ou mais 
ocorrências que são similares em um ou mais aspectos (procedimentos, 
localização, pessoas e tempo), que causa danos e, além disso, é uma 
preocupação para a polícia e, principalmente, para a comunidade”; e acomete, 
em pouco tempo, grande número de pessoas. 
 
Já para CERQUEIRA (2001) conceitua que problema “é qualquer situação que 
cause alarme, dano ameaça ou medo, ou que possa evoluir para um distúrbio na 
comunidade”. 
 
Perceba que os autores, apesar de terem conceitos diferentes, não se restringem 
em limitar o problema policial simplesmente “ao crime ou contravenção”, e 
também não “generalizam” o problema policial. Por exemplo: Uma dificuldade 
financeira vivida por uma família, que é uma questão privada, não cabe uma 
intervenção policial, num primeiro momento. Se fosse assim, a polícia abraçaria 
tudo que fosse problema social, para ser solucionado, perdendo o seu foco de 
atuação. 
 
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