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Concreto é um material de construção proveniente da mistura, em proporção adequada, de: Aglomerantes; agregados, água, aditivos e adições. 1. Os aglomerantes unem os fragmentos de outros materiais. Geralmente se emprega cimento Portland, que por ser um aglomerante hidráulico, reage com a água e endurece com o tempo. 2. Os agregados são partículas minerais que aumentam o volume da mistura, reduzindo seu custo, além de contribuir para a estabilidade volumétrica do produto final. Dependendo das dimensões características, dividem-se em dois grupos: 2.1 Agregados miúdos: Areia de origem natural ou resultante do britamento de rochas estáveis, ou mistura de ambas, cujos grãos passam pela peneira ABNT 4,8 mm e ficam retidos na peneira ABNT 0,075 mm. 2.2 Agregados graúdos: Pedregulho ou a brita proveniente de rochas estáveis, ou mistura de ambos, cujos grãos passam por uma peneira de malha quadrada com abertura nominal de 152 mm e ficam retidos na peneira ABNT 4,8 mm. Dimensão máxima característica - ABNT NBR 7211:1983 (Agregado para Concreto) Água: Quantidade mínima para hidratação do cimento: a/c = 0,25 (em massa). Valor mínimo na prática: a/c = 0,30 A água em excesso provoca poros na pasta de cimento, redução de resistência e aumento da permeabilidade. Os aditivos são produtos que, adicionados em pequena quantidade aos concretos de cimento Portland, modificam algumas propriedades, no sentido de melhorar esses concretos para determinadas condições. Os principais tipos de aditivos são: ➔ Plastificantes (P), superplastificantes (SP), hiperplastificantes (HP) (Facilita a trabalhabilidade); ➔ Retardadores de pega (R), aceleradores de pega (A) (R: aumenta o tempo de trabalhabilidade, A: acelera a pega); ➔ Incorporadores de ar (IAR) (Mais coesivo, aumenta a resistência, diminui a segregação); ➔ Combinação de dois efeitos. As adições constituem materiais que, em dosagens adequadas, podem ser incorporados aos concretos ou inseridos nos cimentos ainda na fábrica, o que resulta na diversidade de cimentos comerciais. Principais: escória de alto forno, cinza volante, sílica ativa de ferro-silício e metacaulinita. Microsilica: Material mineral 100 vezes mais fino que o cimento. Quando substitui 5 a 10% do cimento aumenta significativamente sua resistência. Pasta: A pasta resulta das reações químicas do cimento com a água. Quando há água em excesso, denomina-se nata Argamassa: Pasta com agregado miúdo. Concreto simples: - Boa resistência à compressão; - Baixa resistência à tração; - Comportamento frágil. Concreto armado: Concreto simples + aço (armaduras passivas). Concreto protendido: Concreto armado + cordoalhas (armaduras ativas). Concreto de Alto Desempenho (CAD): Um CAD apresenta características diferenciadas do concreto tradicional, e deve ser entendido como um material que atende a expectativas para fins pré-determinados, relativos a comportamento estrutural, lançamento, adensamento, estética e durabilidade frente ao meio ambiente atual e futuro. Podemos citar: - Concreto de Alta Resistência (CAR); - Concreto Autoadensável (CAA). Vantagens do Concreto: - É moldável, permitindo grande variabilidade de formas e de concepções arquitetônicas; - Apresenta boa resistência à maioria dos tipos de solicitação, desde que seja feito um cálculo correto e um adequado detalhamento das armaduras; - A estrutura é monolítica, com trabalho conjunto, se uma peça é solicitada; - Baixo custo dos materiais – água e agregados, graúdos e miúdos; - Baixo custo de mão de obra, pois, em geral, a produção de concreto convencional não exige profissionais com elevado nível de qualificação; - Processos construtivos conhecidos e bem difundidos em quase todo o país; - Facilidade e rapidez de execução, principalmente se forem utilizadas peças pré-moldadas; - O concreto é durável e protege as armaduras contra corrosão; - Os gastos de manutenção são reduzidos, desde que a estrutura seja bem projetada e adequadamente construída; - O concreto é pouco permeável à água, quando dosado corretamente e executado em boas condições de plasticidade, adensamento e cura; - É um material com bom comportamento em situações de incêndio, desde que adequadamente projetado para essas situações; - Possui resistência significativa a choques e vibrações, efeitos térmicos, atmosféricos e a desgastes mecânicos. Restrições do concreto: - Retração e fluência (A fluência é o aumento de uma deformação com o tempo sob a ação de cargas permanentes) - Baixa resistência à tração; - Pequena ductilidade; (capacidade de um material sofrer certa deformação, considerada permanente, ou seja, plástica antes de chegar ao seu ponto de ruptura). - Fissuração; - Peso próprio elevado; - Custo de formas para moldagem; - Corrosão das armaduras. Aplicações do concreto: É o material estrutural mais utilizado no mundo. Seu consumo anual é da ordem de uma tonelada por habitante. Outros materiais como madeira, alvenaria e aço também são de uso comum e há situações em que são imbatíveis. Porém, suas aplicações são bem mais restritas. Algumas aplicações: - Edifícios; - Galpões e pisos industriais ou para fins diversos; - Obras hidráulicas e de saneamento; - Rodovias; - Estruturas diversas. Propriedades do concreto: Massa específica: Entre 2000 e 2800 kgf/m³ (20 a 28 kN/m³); Geralmente se emprega 2400 kgf/m³ (24 kN/m³) para concreto sem aço; Utiliza-se 2500 kgf/m³ (25 kN/m³) para concreto armado Coeficiente de dilatação térmica: Admitido com /°C10−5 Resistências: 1. Resistência média: 𝑓𝑚 é dada pela média aritmética das resistências dos elementos que compõe o lote considerado de material. 2. Resistências características: Os valores característicos 𝑓𝑘 das resistências são os que, num lote de material, têm uma determinada probabilidade de serem ultrapassados, no sentido desfavorável para a segurança. Usualmente é de interesse a resistência característica inferior 𝑓𝑘,𝑖𝑛𝑓, cujo valor é menor que a resistência média 𝑓𝑚 , embora por vezes haja interesse na resistência característica superior 𝑓𝑘,𝑠𝑢𝑝, cujo valor é maior que 𝑓𝑚. 3. Resistência característica inferior: valor que tem apenas 5% de probabilidade de não ser atingido pelos elementos de um dado lote de material. 4. Resistência à compressão: Propriedades do aço: Massa específica: Adota-se o valor de 7850 kg/m³; Coeficiente de dilatação térmica: O valor pode ser considerado /°C para intervalos10−5 de temperatura entre – 20°C e 150°C. Tensão deformação na tração: Módulos de elasticidade: = 210GPa𝐸 𝐶𝑆 Tipos de armadura: Armadura passiva: Utilizada no concreto armada; Armadura ativa: Utilizada no concreto protendido. Aderência: Resistência de cálculo: 𝑓𝑑 = 𝑓𝑘γ𝑚 𝑓𝑘 é resistência característica inferior; c é o coeficiente de ponderação das resistências, sendo: 𝛾𝑚 = 𝛾𝑚1 ∙ 𝛾𝑚2 ∙ 𝛾𝑚3 𝛾𝑚1: Considera a variabilidade da resistência dos materiais envolvidos; 𝛾𝑚2: Considera a diferença entre a resistência do material no corpo de prova e na estrutura; 𝛾𝑚3: Considera os desvios gerados na construção e as aproximações feitas em projeto do ponto de vista das resistências. As resistências devem ser minoradas pelo coeficiente: 𝛾𝑚 = 𝛾𝑚1. 𝛾𝑚2. 𝛾𝑚3 (𝛾𝑚 = 𝛾c: concreto; 𝛾𝑚 = 𝛾s: aço). Para mais informações: NBR-6118/14 - tabela 12.1 (Coeficientes de ponderação das resistências no estado-limite último (ELU)). Esforços resistentes de cálculo ≥ Esforços solicitantes de cálculo ( ≥ )𝑅 𝑑 𝑆 𝑑 NBR 6118:2014 Classe de agressividade ambiental; Correspondência entre a classe de agressividade e a qualidade do concreto; Correspondência entre a classe de agressividade ambiental e o cobrimento nominal para ∆c = 10 mm. Flexão: • As seções permanecem planas até a ruptura. • Aderência perfeita entre o aço e concreto não é fissurado. • A resistência do concreto à tração é desprezada. • O encurtamento de ruptura à compressão em secções não inteiramente comprimidas é de 3,5%ₒ. • O encurtamento máximo do concreto em peças totalmentecomprimidas varia entre 3,5%ₒ e 2 %ₒ. • O alongamento máximo permitido para a armadura na tração é de 10 %ₒ para evitar deformação plástica excessiva. Tensão do concreto: A distribuição de tensões no concreto é feita de acordo com o diagrama de parábola retângulo, com tensão de pico igual a 𝛼𝑐 ∙ 𝑓𝑐𝑑. Valores de cálculo pela NBR 6118: • Concreto: 𝑓𝑐𝑑 = 𝑓𝑐𝑘/𝛾𝑐 ; 𝛾𝑐 = 1,4 • Aço: 𝑓𝑦𝑑 = 𝑓𝑦𝑘/𝛾𝑠 ; 𝛾𝑠 = 1,15 Em más condições de concretagem 𝛾𝑐 é multiplicado por 1,1. Altura útil: Distância da fibra mais comprimida até o centro de gravidade da armadura da seção transversal do elemento estrutural de concreto armado: 𝑑. Domínios de deformação: Os conjuntos de deformações específicas do concreto e do aço, ao longo de uma seção transversal retangular com armadura simples (só tracionada) submetida a ações normais, definem seis domínios de deformação. Deformação plástica excessiva. Domínio 1: tração não-uniforme, sem compressão (A seção resistente é composta por aço, não havendo participação do concreto, que se encontra totalmente tracionado, portanto, fissurado). Domínio 2: flexão simples ou composta sem ruptura à compressão do concreto (𝜀𝑐 < 3,5%0 e com o máximo alongamento permitido) (A seção resistente é composta por aço tracionado e concreto comprimido). Ruptura: Domínio 3: flexão simples (seção subarmada) ou composta com ruptura à compressão do concreto e com escoamento do aço (𝜀𝑠 ≥ 𝜀𝑦𝑑) (A ruptura do concreto ocorre simultaneamente ao escoamento da armadura: situação ideal, pois os dois materiais atingem sua capacidade resistente máxima). Domínio 4: flexão simples (seção superarmada) ou composta com ruptura à compressão do concreto e aço tracionado sem escoamento (𝜀𝑠 < 𝜀𝑦𝑑) (A ruptura é frágil, sem aviso, pois o concreto se rompe sem que a armadura atinja a sua deformação de escoamento); Domínio 4a: flexão composta com armaduras comprimidas. Domínio 5: compressão não uniforme, sem tração. Na flexão simples é necessária a existência de resultantes normais de compressão (concreto) e tração (aço) que se anulem (equilíbrio), isso é possível nos domínios 2, 3 e 4, em que a linha neutra corta a seção (0 ≤ 𝑥 ≤ 𝑑). Condições de ductilidade: Para que as vigas e lajes tenham um comportamento dúctil adequado, a posição da linha neutra no ELU, deve obedecer os seguintes limites: - 𝒙/𝒅 ≤ 𝟎, 𝟒𝟓, para concretos com 𝒇𝒄𝒌 ≤ 𝟓𝟎 MPa; - 𝑥/𝑑 ≤ 0,35, para concretos com 50 < 𝑓𝑐𝑘 ≤ 90 MPa. Condições de Equilíbrio para um Corpo Rígido: Para a i-ésima partícula de um corpo rígido, há duas forças que atuam na partícula: • esforços externos, que representam, por exemplo, os efeitos das forças gravitacionais, elétricas, magnética ou das forças de contato entre a i-ésima partícula e os corpos ou partículas vizinhos não incluídos no corpo. • esforços internos resultantes, que são provocados pela interação com as partículas adjacentes. Força normal: Força normal ou axial: Força cortante ou cisalhante: Momento fletor: Diagrama de esforços internos em vigas: Dizer que um corpo está em equilíbrio estático significa que ele não pode mover e nem girar, ou seja, ele está em repouso. Convenção de sinais: Aspecto geral das curvas nos diagramas: • Estados Limites de uma estrutura: Estados a partir dos quais a estrutura apresenta desempenho inadequado às finalidades da construção. • Estados Limites Últimos (ELU): Estados que, pela sua simples ocorrência, determinam a paralisação, no todo ou em parte, do uso da construção. • Estados Limites de Serviço (ELS): Estados que, por sua ocorrência, repetição ou duração, causam efeitos estruturais que não respeitam as condições especificadas para o uso normal da construção, ou que são indícios de comprometimento da durabilidade da estrutura. Ações e Segurança Definições: • Ações: Causas que provocam esforços ou deformações nas estruturas. • Ações Permanentes: Ações que ocorrem com valores constantes ou de pequena variação em torno de sua média, durante praticamente toda a vida da construção. A variabilidade das ações permanentes é medida num conjunto de construções análogas. • Ações Variáveis: Ações que ocorrem com valores que apresentam variações significativas em torno de sua média, durante a vida da construção. • Ações Excepcionais: Ações excepcionais são as que têm duração extremamente curta e muito baixa probabilidade de ocorrência durante a vida da construção, mas que devem ser consideradas nos projetos de determinadas estruturas. Consideram-se como ações permanentes: • ações permanentes diretas: os pesos próprios dos elementos da construção, incluindo-se o peso próprio da estrutura e de todos os elementos construtivos permanentes, os pesos dos equipamentos fixos e os empuxos devidos ao peso próprio de terras não removíveis e de outras ações permanentes sobre elas aplicadas; • ações permanentes indiretas: a protensão, os recalques de apoio e a retração dos materiais. As ações variáveis são classificadas em: • ações variáveis normais: ações variáveis com probabilidade de ocorrência suficientemente grande para que sejam obrigatoriamente consideradas no projeto das estruturas de um dado tipo de construção; • ações variáveis especiais: nas estruturas em que devam ser consideradas certas ações especiais, como ações sísmicas ou cargas acidentais de natureza ou de intensidade especiais, elas também devem ser admitidas como ações variáveis. As combinações de ações em que comparecem ações especiais devem ser especificamente definidas para as situações especiais consideradas. Consideram-se como excepcionais as ações decorrentes de causas tais como explosões, choques de veículos, incêndios, enchentes ou sismos excepcionais. Os incêndios, ao invés de serem tratados como causa de ações excepcionais, também podem ser levados em conta por meio de uma redução da resistência dos materiais constitutivos da estrutura.
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