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FEB – Formação Econômica Brasileira P1

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FEB	
  –	
  Formação	
  Econômica	
  Brasileira	
  	
  
Caio	
  Prado	
  Jr.	
  escreve	
  sobre	
  o	
  sentido	
  da	
  colonização	
  brasileira,	
  fazendo	
  uma	
  
síntese	
  do	
  período	
  colonial	
  e	
  suas	
  influências	
  sobre	
  a	
  identidade	
  nacional	
  e	
  a	
  
industrialização	
  brasileira.	
  Rompe	
  com	
  as	
  vertentes	
  da	
  historiografia	
  brasileira	
  
(historiografia	
  tradicional	
  –	
  fatos	
  e	
  datas	
  e	
  comparações	
  entre	
  o	
  desenvolvimento	
  
histórico	
  brasileiro	
  e	
  dos	
  países	
  europeus,	
  buscando	
  similaridade	
  e	
  diferenças	
  	
  =	
  
historiografia	
  conservadora.	
  Todos	
  os	
  grandes	
  fatos	
  do	
  período	
  do	
  descobrimento	
  
expressam	
  disputas	
  pelo	
  comércio	
  europeu	
  a	
  partir	
  do	
  século	
  XV	
  e	
  XVI	
  entre	
  
Portugal,	
  Espanha,	
  França	
  e	
  Holanda.	
  Isto	
  explica	
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  forma	
  que	
  os	
  europeus	
  
abordaram	
  a	
  América,	
  pois	
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  ideia	
  de	
  povoar	
  não	
  existia	
  inicialmente,	
  mas	
  sim	
  de	
  
construir	
  um	
  comércio	
  com	
  lucro	
  fácil.	
  No	
  Brasil,	
  a	
  colônia	
  passa	
  a	
  existir	
  em	
  função	
  
dos	
  interesses	
  expansionistas	
  dos	
  europeus	
  e	
  sua	
  formação	
  se	
  da	
  para	
  constituir	
  
bens	
  agrários	
  de	
  estimado	
  valor	
  no	
  exterior.	
  Assim,	
  o	
  país	
  foi	
  colonizado	
  para	
  ser	
  
explorado,	
  resultando	
  em	
  um	
  limitado	
  progresso	
  técnico,	
  extração	
  da	
  mais	
  valia	
  
absoluta	
  e	
  em	
  violência	
  e	
  expropriação	
  generalizada	
  e	
  é	
  devido	
  seu	
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  que	
  
enfrentamos	
  flutuações	
  do	
  mercado	
  mundial	
  de	
  capitais	
  e	
  inovações	
  tecnológicas	
  
concentradas	
  entre	
  os	
  oligopólios	
  internacionais	
  .	
  
O	
  sentido	
  da	
  colonização	
  brasileira	
  (comércio	
  e	
  expropriação),	
  condicionou	
  a	
  
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  da	
  monocultura,	
  de	
  latifúndios,	
  do	
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  escravo	
  e	
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  da	
  
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  (mercado	
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  estrutura	
  da	
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  brasileira.	
  
Para	
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  capitalismo	
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  industrializou-­‐se,	
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Sociedade	
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política	
  de	
  superar	
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  (papel	
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  Democracia	
  política	
  (mediação	
  de	
  
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  sociais:	
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  e	
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Sua	
  	
  análise	
  é	
  feita	
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  de	
  modelos	
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  que	
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geral	
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  significando	
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  capital	
  como	
  sendo	
  fatores	
  de	
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  de	
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  recursos	
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  controvérsia	
  sobre	
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  desenvolvimento	
  econômico	
  contrapunha	
  duas	
  
visões	
  teóricas:	
  a	
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  que	
  defendia	
  o	
  liberalismo	
  econômico,	
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  em	
  
garantir	
  a	
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  agrária"	
  do	
  Brasil	
  e	
  uma	
  corrente	
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  que	
  defendia	
  
a	
  industrialização	
  deliberada	
  do	
  país.	
  	
  
A	
  formação	
  defendida	
  por	
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  representa	
  uma	
  análise	
  da	
  formação	
  da	
  
estrutura	
  econômica	
  subdesenvolvida	
  brasileira	
  e	
  pode	
  ser	
  divida	
  em	
  duas	
  partes:	
  
ocupação	
  territorial	
  e	
  transição	
  para	
  o	
  trabalho	
  assalariado.	
  É	
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  por	
  três	
  
linhas	
  de	
  argumentação	
  defendidas	
  que	
  consiste	
  no	
  confronto	
  do	
  
subdesenvolvimento	
  brasileiro	
  com	
  o	
  desenvolvimento	
  norte-­‐americano,	
  onde	
  
busca	
  esclarecer	
  os	
  determinantes	
  históricos	
  da	
  formação	
  de	
  distintas	
  estruturas	
  
econômicas	
  na	
  periferia	
  do	
  capitalismo;	
  	
  a	
  influência	
  Keynesiana	
  compreende	
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determinação	
  dos	
  obstáculos	
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  expansão	
  diversificação	
  da	
  estrutura	
  produtiva	
  nos	
  
períodos	
  de	
  acumulação	
  de	
  capital	
  no	
  Brasil	
  desde	
  o	
  início	
  da	
  colônia	
  e	
  a	
  
preocupação	
  estruturalista	
  com	
  a	
  heterogeneidade	
  da	
  economia	
  brasileira,	
  ou	
  seja,	
  
é	
  a	
  identificação	
  da	
  formação	
  de	
  uma	
  ampla	
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  de	
  subsistência,	
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ciclo	
  do	
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  sobreviver	
  ao	
  mesmo,	
  dificultou	
  o	
  processo	
  de	
  
industrialização	
  no	
  Brasil.	
  
Características	
  socioeconômicas	
  	
  da	
  economia	
  pecuária	
  do	
  NE	
  –	
  inicio	
  do	
  
século	
  XVII:	
  A	
  economia	
  do	
  açúcar	
  restringia	
  a	
  formação	
  do	
  mercado	
  interno,	
  pois	
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mercado	
  era	
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  açucareira	
  e	
  influenciava	
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portuguesa,	
  o	
  senhor	
  de	
  engenho	
  e	
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  holandeses.	
  Logo,	
  os	
  bens	
  de	
  consumo	
  da	
  
colônia	
  vinham	
  de	
  importação.	
  O	
  gado/carne	
  eram	
  a	
  única	
  mercadoria	
  para	
  
consumo	
  interno,	
  que	
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  constituir	
  uma	
  atividade	
  econômica,	
  porque	
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da	
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  do	
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  a	
  expansão	
  
do	
  açúcar	
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  por	
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(do	
  interior	
  para	
  os	
  portos)	
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  escravos.	
  A	
  separação	
  das	
  duas	
  atividades	
  
ocorreu	
  pela	
  metrópole	
  e	
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  origem	
  a	
  economia	
  pecuária,	
  onde	
  tinha	
  como	
  
principal	
  característica	
  a	
  acumulação	
  de	
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  de	
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  livre	
  subserviente	
  de	
  
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  Quanto	
  maior	
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  extensão,	
  mais	
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  renda	
  pecuária	
  se	
  reduzia,	
  devido	
  ao	
  
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  dos	
  custos	
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  deslocamentos	
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  litoral	
  (portos),	
  e	
  também	
  
mais	
  atraia	
  trabalhadores	
  e	
  pecuaristas.	
  A	
  queda	
  do	
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  do	
  açúcar	
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  mão	
  deobra	
  livre	
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  a	
  pecuária	
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  do	
  séc.	
  XVIII.	
  Assim,	
  a	
  economia	
  pecuária	
  era	
  de	
  
baixa	
  renda	
  e	
  de	
  subsistência	
  ainda	
  integrada	
  a	
  uma	
  economia	
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decadente,	
  devido	
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  concorrência	
  com	
  o	
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  das	
  Antilhas,	
  formando-­‐se	
  um	
  
mercado	
  interno	
  de	
  baixa	
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  porque	
  o	
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  de	
  subsistência	
  e	
  
artesanato	
  rudimentar	
  para	
  o	
  pecuarista,	
  onde	
  os	
  bens	
  de	
  consumo	
  da	
  colônia	
  
vinham	
  de	
  importação.	
  
O	
  século	
  XVII	
  foi	
  o	
  período	
  de	
  maiores	
  dificuldades	
  econômicas	
  e	
  políticas	
  na	
  
Colônia	
  Brasil.	
  Após	
  1650	
  deu-­‐se	
  o	
  Fim	
  do	
  monopólio	
  do	
  açúcar	
  devido	
  início	
  da	
  
redução	
  dos	
  preços	
  do	
  açúcar	
  provocada	
  pela	
  perda	
  do	
  monopólio,	
  cresciam	
  as	
  
dificuldades	
  para	
  a	
  metrópole	
  administrar	
  e	
  defender	
  a	
  colônia	
  e	
  por	
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  a	
  
metrópole	
  decide	
  formar	
  colônias	
  de	
  ocupação	
  no	
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  do	
  Maranhão,	
  por	
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localização	
  geográfica,	
  com	
  o	
  intuito	
  de	
  expandir	
  a	
  ocupação	
  da	
  colônia	
  e	
  evitar	
  
novas	
  invasões.	
  Porém,	
  a	
  colônia	
  foi	
  abandonada,	
  pelas	
  dificuldades	
  de	
  Portugal	
  
financiar	
  outras	
  atividades	
  econômicas,	
  pois	
  o	
  solo	
  era	
  de	
  baixa	
  produtividade	
  para	
  o	
  
plantio	
  de	
  açúcar.	
  Além	
  disso,	
  os	
  holandeses	
  desorganizaram	
  o	
  mercado	
  do	
  açúcar	
  e	
  
outros	
  produtos	
  agrícolas	
  (como	
  cacau)	
  desde	
  1750,	
  sendo	
  este	
  o	
  principal	
  fator.	
  
Tais	
  problemas	
  impediram	
  o	
  desenvolvimento	
  de	
  atividades	
  que	
  permitissem	
  
capitalização	
  e	
  desenvolvimento,	
  resultando	
  no	
  crescimento	
  do	
  setor	
  de	
  subsistência	
  
no	
  norte,	
  sul	
  e	
  interior	
  do	
  NE,	
  as	
  exportações	
  para	
  Portugal	
  e	
  os	
  pagamentos	
  de	
  
impostos	
  foram	
  reduzidos,	
  houve	
  desaparição	
  de	
  formas	
  complexas	
  de	
  convivência	
  
social	
  feita	
  pela	
  substituição	
  da	
  lei	
  geral	
  pela	
  norma	
  local	
  (formou-­‐se	
  uma	
  elite	
  
autoritária	
  com	
  poder	
  político	
  e	
  econômico).	
  Desse	
  modo,	
  a	
  única	
  alternativa	
  de	
  
Portugal	
  foi	
  permitir	
  a	
  exploração	
  de	
  ouro	
  e	
  prata,	
  fazendo	
  com	
  que	
  as	
  dificuldades	
  
econômicas	
  e	
  políticas	
  na	
  metrópole	
  aprofundassem	
  em	
  uma	
  ocupação	
  improvisada	
  
na	
  colônia	
  e	
  sem	
  perspectivas	
  futuras	
  de	
  alterações.	
  Assim,	
  os	
  motivos	
  da	
  liberação	
  
da	
  exploração	
  de	
  ouro	
  e	
  prata	
  no	
  Brasil	
  foram	
  o	
  fim	
  da	
  invasão	
  holandesa,	
  o	
  fracasso	
  
das	
  colônias	
  de	
  ocupação	
  permanentes	
  e	
  a	
  desarticulação	
  da	
  economia	
  do	
  açúcar.	
  
Pela	
  primeira	
  vez	
  houve	
  um	
  fluxo	
  migratório	
  espontâneo	
  de	
  Portugal	
  para	
  o	
  Brasil,	
  
paga	
  com	
  recursos	
  próprios.	
  
Características	
  e	
  dinâmica	
  da	
  econ.	
  do	
  ouro	
  necessitava	
  de	
  baixos	
  recursos	
  
porque	
  exploravam	
  metal	
  de	
  aluvião;	
  a	
  mão	
  de	
  obra	
  era	
  escrava	
  e	
  circulava	
  no	
  meio	
  
social	
  (alguns	
  trabalhavam	
  por	
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  própria	
  com	
  o	
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  de	
  pagar	
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liberdade	
  ou	
  trabalhavam	
  certas	
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  para	
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  algumas	
  horas	
  para	
  pagar	
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liberdade);	
  elevou	
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  da	
  pecuária	
  do	
  sul,	
  devido	
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  necessidade	
  de	
  
deslocamentos	
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  regiões	
  montanhosas	
  e	
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  precário	
  abastecimento	
  de	
  alimentos	
  
e	
  infraestrutura.	
  A	
  renda	
  era	
  inferior	
  a	
  do	
  açúcar,	
  mas	
  para	
  Portugal	
  a	
  arrecadação	
  
de	
  impostos	
  com	
  ouro	
  compensou	
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  da	
  economia	
  
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  ouro	
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  economia	
  açucareira,	
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  grandes	
  
distâncias	
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  regiões	
  montanhosas	
  elevando	
  ainda	
  mais	
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necessidade	
  de	
  importações.	
  Portanto,	
  as	
  características	
  da	
  economia	
  mineira	
  era	
  
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  pela	
  incerteza,	
  mobilidade	
  da	
  empresa,	
  alta	
  lucratividade,	
  especialização	
  e	
  
capital	
  fixo	
  baixo,	
  devido	
  à	
  necessidade	
  de	
  mobilidade	
  da	
  empresa	
  a	
  longo	
  do	
  
percurso	
  dos	
  rios.	
  Logo,	
  as	
  características	
  da	
  economia	
  mineira	
  consiste	
  em	
  um	
  
fluxo	
  migratório	
  espontâneo,	
  população	
  livre,	
  alta	
  lucratividade,	
  região	
  montanhosa	
  
sem	
  infraestrutura,	
  	
  propiciava	
  o	
  desenvolvimento	
  do	
  mercado	
  interno	
  (gado	
  e	
  
derivados)	
  e	
  da	
  manufatura	
  inerentes	
  à	
  atividade	
  aurífera	
  (utensílios	
  para	
  alimentos,	
  
ferraduras,	
  carroças,	
  tecidos),	
  mais	
  do	
  que	
  a	
  economia	
  do	
  açúcar,	
  inclusive	
  diante	
  
das	
  dificuldades	
  de	
  importações.	
  Então	
  por	
  que	
  não	
  surgiu	
  a	
  indústria?	
  Devido	
  a	
  
incapacidade	
  técnica	
  dos	
  imigrantes	
  portugueses	
  para	
  a	
  manufatura	
  em	
  escala	
  e	
  
além	
  disso	
  para	
  que	
  o	
  Brasil	
  tivesse	
  algum	
  desenvolvimento	
  manufatureiro	
  teria	
  de	
  
ser	
  o	
  próprio	
  desenvolvimento	
  manufatureiro	
  de	
  Portugal.	
  Mas,	
  o	
  pequeno	
  
desenvolvimento	
  que	
  teve	
  no	
  séc.	
  XVII	
  foi	
  resultado	
  de	
  uma	
  política	
  ativa	
  que	
  
contou	
  com	
  mão	
  de	
  obra	
  técnica	
  de	
  imigrantes.	
  Diante	
  da	
  continuidade	
  da	
  redução	
  
de	
  exportações	
  de	
  açúcar	
  do	
  Brasil,	
  houve	
  redução	
  das	
  importações	
  por	
  parte	
  de	
  
Portugal.	
  Desse	
  modo,	
  Portugal	
  entendeu	
  que	
  era	
  preciso	
  produzir	
  internamente	
  o	
  
que	
  antes	
  o	
  açúcar	
  permitia	
  importar	
  em	
  abundância,	
  iniciando	
  assim	
  um	
  período	
  de	
  
fomento	
  as	
  atividades	
  manufatureiras	
  e	
  por	
  duas	
  décadas	
  (	
  inicio	
  de	
  1684)	
  quase	
  
aboliu	
  as	
  importações	
  de	
  tecido.	
  Porém,	
  devido	
  ao	
  Tratado	
  de	
  Methuen	
  em	
  1703	
  
entre	
  Portugal	
  e	
  Inglaterra,	
  este	
  avanço	
  foi	
  interrompido.	
  Nesse	
  tratado	
  a	
  Inglaterra	
  
reduz	
  os	
  impostos	
  para	
  o	
  vinho	
  português	
  que	
  ganha	
  concorrência	
  com	
  o	
  vinho	
  
francês	
  e	
  em	
  troca	
  Portugal	
  retiraria	
  o	
  embargo	
  as	
  importações	
  de	
  tecidos	
  ingleses.	
  
Desse	
  modo,	
  Portugal	
  renunciava	
  todo	
  o	
  desenvolvimento	
  manufatureiro,	
  em	
  troca	
  
de	
  privilégios	
  para	
  vinhos	
  portugueses	
  no	
  mercado	
  inglês,	
  mas	
  transferia	
  para	
  aInglaterra	
  o	
  impulso	
  dinâmico	
  criado	
  pela	
  produção	
  aurífera	
  no	
  Brasil	
  e	
  assegurava	
  	
  
condições	
  especiais	
  para	
  vender	
  suas	
  manufaturas	
  à	
  Portugal.	
  Já,	
  para	
  a	
  Inglaterra,	
  
esse	
  acordo	
  representava	
  um	
  mercado	
  para	
  suas	
  manufaturas,	
  fazendo	
  com	
  que	
  a	
  
entrada	
  de	
  ouro	
  aumentasse	
  sua	
  capacidade	
  para	
  importar	
  e	
  exportar	
  no	
  mercado	
  
europeu	
  (padrão	
  ouro)	
  e	
  concentrasse	
  reservas	
  externas.	
  Por	
  isso	
  que	
  o	
  centro	
  
financeiro	
  deixa	
  Amsterdã	
  e	
  passa	
  para	
  Londres,	
  devido	
  a	
  capacidade	
  acumulativa	
  
dos	
  bancos	
  ingleses.	
  Todavia,	
  tal	
  tratado	
  não	
  possuía	
  base	
  real	
  para	
  ser	
  cumprido	
  
sem	
  o	
  ouro	
  do	
  Brasil,	
  devido	
  a	
  diferença	
  de	
  valores	
  agregados	
  entre	
  manufatura	
  e	
  
agricultura.	
  Desse	
  modo,	
  a	
  Inglaterra	
  elevou	
  sua	
  capacidade	
  de	
  importar/	
  exportar,	
  
pois	
  obteve	
  aumento	
  de	
  reservas	
  externas,	
  diante	
  do	
  padrão	
  ouro	
  no	
  comércio	
  
internacional;	
  fortaleceu	
  sua	
  força	
  militar	
  e	
  superou	
  as	
  guerras	
  napoleônicas;	
  e	
  os	
  
bancos	
  ingleses	
  se	
  fortaleceram.	
  
Capítulo	
  15:	
  Regressão	
  da	
  economia	
  do	
  ouro;	
  a	
  economia	
  do	
  ouro	
  se	
  
descapitalizava	
  rapidamente,	
  pois	
  a	
  demanda	
  por	
  manufaturados	
  (inerentes	
  a	
  
exploração),	
  era	
  importada	
  da	
  Inglaterra	
  e	
  não	
  pelo	
  surgimento	
  de	
  outras	
  atividades	
  
econômicas	
  na	
  colônia.	
  Mas	
  diferentemente	
  da	
  economia	
  açucareira,	
  sua	
  
rentabilidade	
  tendia	
  a	
  zero	
  com	
  falências	
  das	
  empresas	
  sem	
  condições	
  de	
  preservar	
  
a	
  estrutura	
  da	
  atividade	
  econômica	
  e	
  com	
  o	
  tempo	
  muitos	
  empresários	
  tornaram-­‐se	
  
simples	
  faiscadores,	
  devido	
  a	
  ilusão	
  de	
  que	
  uma	
  nova	
  descoberta	
  poderia	
  vir	
  de	
  
qualquer	
  momento,	
  induzindo	
  o	
  empresário	
  a	
  persistir	
  na	
  lenta	
  destruição	
  de	
  seu	
  
ativo,	
  antes	
  de	
  transferir	
  algum	
  saldo	
  liquidável	
  para	
  outra	
  atividade	
  econômica.	
  
Além	
  disso,	
  o	
  trabalho	
  escravo	
  impediu	
  no	
  Brasil	
  que	
  o	
  colapso	
  da	
  economia	
  do	
  ouro	
  
criasse	
  fomento	
  social	
  de	
  maior	
  representatividade,	
  aumentando	
  a	
  população	
  de	
  
agricultura	
  de	
  subsistência	
  entre	
  o	
  Centro-­‐Oeste	
  e	
  o	
  Sul	
  do	
  Brasil	
  de	
  forma	
  dispersa,	
  
desarticulada	
  e	
  com	
  baixa	
  produtividade.	
  
Capítulo	
  16	
  ao	
  19:	
  Independência	
  política	
  e	
  subordinação	
  do	
  Brasil	
  -­‐	
  Portugal	
  
manteve	
  o	
  governo	
  da	
  colônia	
  pelo	
  o	
  poder,	
  e	
  por	
  influência	
  dos	
  interesses	
  regionais	
  
unificados	
  pela	
  escravidão	
  e	
  ausência	
  de	
  ruptura	
  política	
  na	
  manutenção	
  da	
  
estrutura	
  agraria	
  dificultando	
  a	
  industrialização.	
  Assim,	
  a	
  independência	
  foi	
  
negociada	
  com	
  a	
  Inglaterra,	
  pois	
  esta	
  pagava	
  garantias	
  políticas	
  sobretudo	
  proteção	
  
militar	
  para	
  Portugal	
  e	
  suas	
  colônias,	
  contra	
  guerras	
  e	
  invasões	
  da	
  Holanda,	
  Espanha	
  
e	
  França	
  em	
  troca	
  de	
  concessões	
  econômicas.	
  É	
  devido	
  a	
  invasão	
  napoleônica	
  que	
  a	
  
família	
  real	
  em	
  1808	
  vem	
  para	
  o	
  Brasil	
  sob	
  proteção	
  inglesa	
  e	
  por	
  conseguinte	
  os	
  
privilégios	
  econômicos	
  benéficos	
  a	
  Inglaterra	
  se	
  transferem	
  ao	
  Brasil	
  colônia	
  e	
  é	
  por	
  
isso	
  que	
  é	
  dada	
  a	
  abertura	
  dos	
  portos.	
  
Características	
  da	
  economia	
  pecuária	
  do	
  sul	
  (Economia	
  Criatória)	
  houve	
  o	
  
deslocamento	
  do	
  centro	
  econômico	
  do	
  NE	
  para	
  o	
  centro-­‐sul	
  do	
  Brasil	
  Colônia;	
  
diferente	
  da	
  pecuária	
  do	
  NE	
  que	
  enfraqueceu	
  com	
  a	
  economia	
  açucareira	
  e	
  sua	
  
precariedade	
  resultou	
  em	
  artesanato	
  rudimentar	
  e	
  o	
  gado	
  como	
  fonte	
  de	
  
subsistência;	
  criou-­‐se	
  o	
  comércio	
  de	
  mulas	
  para	
  transporte	
  de	
  cargas	
  e	
  de	
  gado	
  
para	
  corte	
  em	
  proporções	
  superiores	
  a	
  pecuária	
  do	
  NE	
  e	
  com	
  preços	
  elevados	
  
(devido	
  ao	
  fascínio	
  e	
  proximidade	
  geográfica	
  da	
  região	
  do	
  ouro);	
  e	
  possibilitou	
  a	
  
interdependência	
  entre	
  as	
  diferentes	
  regiões,	
  gerando	
  uma	
  especialização	
  na	
  
criação.	
  
Capítulo	
  20	
  ao	
  24:	
  Economia	
  Cafeeira	
  no	
  Brasil	
  foi	
  concentrada	
  no	
  Rio	
  de	
  
Janeiro,	
  Minas	
  Gerais,	
  São	
  Paulo	
  e	
  Espirito	
  Santo,	
  devido	
  à	
  proximidade	
  com	
  os	
  
portos	
  do	
  RJ	
  e	
  SP,	
  resolvendo	
  desse	
  modo	
  o	
  problema	
  com	
  transportes.	
  É	
  a	
  partir	
  da	
  
economia	
  do	
  café	
  que	
  surge	
  a	
  indústria	
  no	
  Brasil	
  na	
  condição	
  de	
  país	
  independente	
  
e	
  livre	
  de	
  acordos	
  tarifários	
  com	
  a	
  Inglaterra.	
  Inicialmente	
  a	
  mão	
  de	
  obra	
  é	
  escrava	
  
oriunda	
  da	
  economia	
  mineira	
  e	
  decadência	
  da	
  economia	
  açucareira.	
  Porém,	
  com	
  as	
  
proibições	
  inglesas	
  a	
  respeito	
  da	
  escravidão	
  (abolição	
  da	
  escravidão)	
  houve	
  falta	
  de	
  
mão	
  de	
  obra,	
  fazendo	
  com	
  que	
  houvesse	
  fomento	
  a	
  imigração	
  europeia	
  entre	
  1850-­‐
1960.	
  Na	
  primeira	
  tentativa	
  o	
  Governo	
  financiava	
  a	
  viagem	
  das	
  famílias	
  (o	
  colono	
  
hipotecava	
  tudo;	
  o	
  fazendeiro	
  ficava	
  com	
  as	
  vantagens;	
  servidão	
  disfarçada);	
  na	
  
segunda	
  houve	
  um	
  Regime	
  de	
  Parceria	
  (o	
  colono	
  ficava	
  com	
  metade	
  dos	
  riscos,	
  ou	
  
seja,	
  se	
  tivesse	
  perda	
  	
  da	
  colheita	
  significaria	
  miséria	
  para	
  o	
  mesmo,	
  devido	
  ao	
  
endividamento)	
  e	
  na	
  terceira,	
  a	
  partir	
  de	
  1960	
  houve	
  um	
  Sistema	
  Misto	
  (	
  o	
  colono	
  
recebia	
  um	
  salário	
  anual	
  +	
  outro	
  que	
  variava	
  em	
  função	
  do	
  volume	
  da	
  colheita);	
  em	
  
1870	
  a	
  viagem	
  era	
  paga	
  pelo	
  Governo	
  Imperial,	
  o	
  fazendeiro	
  pagava	
  pelas	
  
instalações	
  dos	
  imigrantes	
  no	
  primeiro	
  ano	
  para	
  o	
  plantio	
  de	
  alimentos	
  para	
  o	
  
consumo	
  próprio	
  dos	
  colonos,	
  resultando	
  pela	
  primeira	
  vez	
  a	
  imigração	
  expressiva	
  
de	
  europeus,	
  na	
  maioria	
  italiana.	
  Os	
  objetivos	
  da	
  produção	
  de	
  café	
  sempre	
  
estiveram	
  juntos	
  com	
  os	
  objetivos	
  comerciais	
  (é	
  por	
  essa	
  consciência	
  politica	
  que	
  os	
  
cafeicultores	
  se	
  diferenciaram	
  das	
  demais	
  culturas	
  agrícolas).Em	
  1888,	
  houve	
  
impactos	
  expressivos	
  da	
  eliminação	
  do	
  trabalho	
  escravo,	
  pois	
  a	
  maioria	
  se	
  submeteu	
  
ao	
  salário	
  assalariado	
  de	
  baixa	
  renda.	
  Na	
  região	
  sudeste	
  houve	
  a	
  implementação	
  de	
  
ferrovias	
  e	
  com	
  isso	
  ampliou-­‐se	
  a	
  oferta	
  de	
  café,	
  elevando	
  a	
  demanda	
  por	
  mão	
  de	
  
obra,	
  atraindo	
  imigrantes	
  de	
  outras	
  regiões,	
  pois	
  pagava-­‐se	
  salários	
  mais	
  altos.	
  E	
  
mesmo	
  com	
  a	
  abolição	
  não	
  houve	
  mudanças	
  importantes	
  na	
  organização	
  da	
  
produção	
  e	
  da	
  renda	
  no	
  país.	
  	
  
Capítulo	
  25	
  ao	
  29:	
  Acumulação	
  cafeeira	
  e	
  as	
  origens	
  da	
  indústria	
  -­‐	
  Com	
  a	
  
economia	
  cafeeira	
  a	
  renda	
  cresceu	
  devido	
  ao	
  aumento	
  das	
  exportações,	
  resultando	
  
no	
  crescimento	
  do	
  sudeste.	
  Mas,	
  os	
  salários	
  ficaram	
  estáveis,	
  pois	
  houve	
  pressões	
  de	
  
oferta	
  da	
  mão	
  de	
  obra	
  	
  interna	
  somada	
  a	
  imigração	
  intensa.	
  	
  
O	
  crescimento	
  baseou-­‐se	
  nas	
  exportações,	
  na	
  baixa	
  inversão	
  de	
  capital	
  para	
  
elevar	
  a	
  produtividade,	
  os	
  salários	
  e	
  os	
  lucros.	
  O	
  mercado	
  interno	
  era	
  formado	
  pelos	
  
salários	
  agregados	
  (bens	
  salários),	
  devido	
  ao	
  predomínio	
  da	
  baixa	
  renda,	
  fazendo	
  
com	
  que	
  houvesse	
  a	
  tendência	
  ao	
  desiquilíbrio	
  externo,	
  ou	
  seja,	
  o	
  valor	
  das	
  
exportações	
  cresce	
  menos	
  que	
  as	
  exportações	
  dos	
  manufaturados,	
  que	
  oscilam	
  
mais	
  no	
  mercado	
  mundial.	
  Tal	
  desiquilíbrio	
  foi	
  resolvido	
  pela	
  desvalorização	
  do	
  
câmbio	
  e	
  elevação	
  dos	
  preços	
  da	
  exportação	
  dos	
  manufaturados.	
  
A	
  economia	
  brasileira	
  nesse	
  período	
  dependia	
  principalmente	
  das	
  
exportações	
  do	
  café.	
  O	
  dinamismo	
  da	
  economia	
  cafeeira	
  viabilizou	
  investimentos	
  
derivados	
  para	
  impulsionar	
  o	
  ritmo	
  de	
  acumulação	
  de	
  capital	
  nesta	
  economia,	
  
resultando	
  na	
  infraestrutura	
  de	
  transportes	
  ferroviários.	
  	
  
Esta	
  economia	
  basicamente	
  era	
  composta	
  por	
  um	
  núcleo	
  produtor,	
  que	
  inclui	
  
as	
  unidades	
  de	
  beneficiamento	
  e	
  de	
  um	
  segmento	
  urbano	
  formado	
  pelo	
  sistema	
  de	
  
transporte	
  e	
  pelas	
  atividades	
  comerciais	
  e	
  bancos.	
  	
  A	
  imigração	
  maciça	
  	
  promovida	
  
pelo	
  auge	
  exportador	
  criou	
  um	
  mercado	
  de	
  trabalho	
  urbano	
  que	
  foi	
  utilizada	
  pela	
  
indústria,	
  pois	
  os	
  salários	
  agregados	
  gerados	
  pelas	
  exportações	
  de	
  café	
  gerou	
  um	
  
mercado	
  interno	
  para	
  a	
  indústria	
  nascente	
  de	
  bens	
  de	
  consumo	
  assalariado.	
  Entre	
  	
  
1866-­‐1897	
  nasce	
  o	
  capital	
  industrial	
  no	
  Brasil,	
  formado	
  por	
  bens	
  de	
  consumo	
  
assalariado,	
  porque	
  a	
  tecnologia	
  era	
  acessível,	
  através	
  das	
  importações	
  de	
  máquinas	
  
e	
  equipamentos.	
  Assim,	
  cria-­‐se	
  uma	
  mutua	
  dependência	
  entre	
  o	
  capital	
  cafeeiro	
  e	
  o	
  
industrial,	
  pois	
  o	
  café	
  necessita	
  da	
  indústria	
  para	
  a	
  reprodução	
  de	
  sua	
  força	
  de	
  
trabalho	
  e	
  a	
  indústria	
  oferece	
  oportunidades	
  para	
  absorção	
  da	
  parte	
  de	
  lucros	
  	
  
cafeeiros	
  extraordinários.	
  Já	
  a	
  indústria	
  depende	
  do	
  café,	
  porque	
  	
  este	
  gera	
  
mercados	
  para	
  os	
  produtores	
  da	
  indústria	
  e	
  gera	
  capacidade	
  para	
  importações	
  de	
  
máquinas,	
  equipamentos	
  e	
  insumos	
  diversos.	
  
Capítulo	
  30	
  ao	
  35:	
  Crise	
  e	
  esgotamento	
  da	
  economia	
  cafeeira	
  –	
  a	
  introdução	
  
de	
  ferrovias	
  possibilitou	
  o	
  aumento	
  da	
  oferta	
  de	
  café	
  sem	
  o	
  aumento	
  da	
  demanda	
  
externa,	
  fazendo	
  com	
  que	
  a	
  tendência	
  ao	
  preço	
  do	
  café	
  reduzisse	
  no	
  comércio	
  
internacional.	
  Dessa	
  maneira,	
  para	
  evitar	
  a	
  crise,	
  o	
  Brasil	
  manipulou	
  a	
  oferta	
  via	
  
políticas	
  de	
  valorização	
  do	
  café	
  (PVC)	
  desde	
  1907.	
  O	
  PVC	
  consistia	
  em	
  retirar	
  parte	
  
da	
  produção	
  do	
  mercado,	
  para	
  equilibrar	
  a	
  oferta	
  e	
  demanda	
  (o	
  Governo	
  comprava	
  
excedentes).	
  Em	
  1924	
  tal	
  política	
  tornou-­‐se	
  permanente	
  com	
  a	
  criação	
  do	
  Instituto	
  
do	
  Café	
  e	
  vai	
  até	
  1929	
  com	
  o	
  esgotamento	
  da	
  economia	
  cafeeira,	
  devido	
  aos	
  
financiamentos	
  com	
  bancos	
  estrangeiros	
  e	
  a	
  crise	
  econômica	
  internacional	
  de	
  29.	
  
Qual	
  foi	
  a	
  solução?	
  Alterações	
  na	
  política	
  de	
  defesa	
  do	
  café,	
  que	
  recupera	
  o	
  
crescimento	
  do	
  país	
  em	
  1933;	
  o	
  governo	
  queima	
  o	
  excedente	
  pago	
  via	
  imposto	
  
sobre	
  as	
  sacas	
  exportadas	
  e	
  reduz	
  dividas	
  bancárias	
  dos	
  cafeicultores,	
  mas	
  a	
  
economia	
  cafeeira	
  reduziu	
  sua	
  capacidade	
  produtiva	
  pela	
  metade,	
  pois	
  o	
  preço	
  
internacional	
  reduziu-­‐se	
  atingindo	
  o	
  nível	
  mais	
  baixo	
  e	
  desse	
  modo	
  boa	
  parte	
  do	
  
capital	
  cafeeiro	
  foi	
  investida	
  no	
  algodão,	
  pois	
  durante	
  a	
  crise	
  de	
  29	
  os	
  preços	
  se	
  
mantiveram	
  estáveis	
  e	
  por	
  isso	
  o	
  Brasil	
  estimulou	
  a	
  produção	
  de	
  alimentos,	
  algodão	
  
e	
  café.	
  
 
Resumindo: 
	
  
• Produção	
  de	
  Açúcar	
  no	
  NE:	
  economia	
  decante	
  devido	
  à	
  concorrência	
  com	
  o	
  
açúcar	
  das	
  Antilhas	
  e	
  dado	
  isso	
  houve	
  redução	
  dos	
  preços	
  do	
  açúcar	
  
provocada	
  pela	
  perda	
  do	
  monopólio.	
  
	
  
• Economia	
  Pecuária	
  NE:	
  O	
  gado/carne	
  eram	
  a	
  única	
  mercadoria	
  para	
  
consumo	
  interno	
  (responsável	
  pela	
  dieta	
  dos	
  escravos	
  e	
  transporte	
  do	
  
açúcar).	
  Quanto	
  maior	
  era	
  a	
  extensão,	
  mais	
  a	
  renda	
  pecuária	
  se	
  reduzia,	
  
devido	
  ao	
  aumento	
  dos	
  custos	
  com	
  deslocamentos	
  em	
  direção	
  ao	
  litoral	
  
(portos),	
  e	
  também	
  mais	
  atraia	
  trabalhadores	
  e	
  pecuaristas,	
  com	
  isso	
  	
  vira	
  
fonte	
  de	
  subsistência	
  e	
  artesanato	
  rudimentar.	
  
	
  
• Economia	
  de	
  Ouro	
  e	
  Prata	
  CO	
  e	
  SE:	
  os	
  motivos	
  da	
  liberação	
  da	
  exploração	
  de	
  
ouro	
  e	
  prata	
  no	
  Brasil	
  foram	
  o	
  fim	
  da	
  invasão	
  holandesas,	
  o	
  fracasso	
  das	
  
colônias	
  de	
  ocupação	
  permanentes	
  e	
  a	
  desarticulação	
  da	
  economia	
  do	
  
açúcar.	
  Regrediu,	
  pois	
  sua	
  rentabilidade	
  tendia	
  a	
  zero	
  com	
  falências	
  das	
  
empresas	
  sem	
  condições	
  de	
  preservara	
  estrutura	
  da	
  atividade	
  econômica	
  e	
  
com	
  o	
  tempo	
  muitos	
  empresários	
  tornaram-­‐se	
  simples	
  faiscadores,	
  devido	
  a	
  
ilusão	
  de	
  que	
  uma	
  nova	
  descoberta	
  poderia	
  vir	
  de	
  qualquer	
  momento,	
  
induzindo	
  o	
  empresário	
  a	
  persistir	
  na	
  lenta	
  destruição	
  de	
  seu	
  ativo,	
  antes	
  de	
  
transferir	
  algum	
  saldo	
  liquidável	
  para	
  outra	
  atividade	
  econômica.	
  
	
  
• Economia	
  Criatória	
  Sul:	
  houve	
  o	
  deslocamento	
  do	
  centro	
  econômico	
  do	
  NE	
  
para	
  o	
  centro-­‐sul	
  do	
  Brasil	
  Colônia.	
  Criou-­‐se	
  o	
  comércio	
  de	
  mulas	
  para	
  
transporte	
  de	
  cargas	
  e	
  de	
  gado	
  para	
  corte	
  e	
  possibilitou	
  a	
  interdependência	
  
entre	
  as	
  diferentes	
  regiões,	
  gerando	
  uma	
  especialização	
  na	
  criação.	
  
	
  
• Economia	
  cafeeira:	
  concentrada	
  no	
  Rio	
  de	
  Janeiro,	
  Minas	
  Gerais,	
  São	
  Paulo	
  e	
  
Espirito	
  Santo	
  devido	
  à	
  proximidade	
  com	
  os	
  portos	
  do	
  RJ	
  e	
  SP,	
  resolvendo	
  
desse	
  modo	
  o	
  problema	
  com	
  transportes.	
  Regrediu	
  devido	
  aos	
  
financiamentos	
  com	
  bancos	
  estrangeiros	
  e	
  a	
  crise	
  econômica	
  internacional	
  
de	
  1929.	
  
	
  
• Formação	
  do	
  Estado	
  do	
  Maranhão:	
  a	
  metrópole	
  decide	
  formar	
  colônias	
  de	
  
ocupação	
  no	
  Estado	
  do	
  Maranhão,	
  por	
  sua	
  localização	
  geográfica,	
  com	
  o	
  
intuito	
  de	
  expandir	
  a	
  ocupação	
  da	
  colônia	
  e	
  evitar	
  novas	
  invasões.	
  Porém,	
  a	
  
colônia	
  foi	
  abandonada,	
  pelas	
  dificuldades	
  de	
  Portugal	
  financiar	
  outras	
  
atividades	
  econômicas,	
  pois	
  o	
  solo	
  era	
  de	
  baixa	
  produtividade	
  para	
  o	
  plantio	
  
de	
  açúcar.	
  
	
  
• Independência	
  do	
  Brasil:	
  	
  A	
  independência	
  foi	
  negociada	
  com	
  a	
  Inglaterra,	
  
pois	
  esta	
  pagava	
  garantias	
  políticas	
  sobretudo	
  proteção	
  militar	
  para	
  Portugal	
  
e	
  suas	
  colônias,	
  contra	
  guerras	
  e	
  invasões	
  da	
  Holanda,	
  Espanha	
  e	
  França	
  em	
  
troca	
  de	
  concessões	
  econômicas.	
  
	
  
• Por	
  que	
  não	
  surgiu	
  a	
  indústria	
  no	
  primeiro	
  momento?	
  
Devido	
  a	
  incapacidade	
  técnica	
  dos	
  imigrantes	
  portugueses	
  para	
  a	
  manufatura	
  em	
  
escala	
  e	
  além	
  disso	
  para	
  que	
  o	
  Brasil	
  tivesse	
  algum	
  desenvolvimento	
  
manufatureiro	
  teria	
  de	
  ser	
  o	
  próprio	
  desenvolvimento	
  manufatureiro	
  de	
  
Portugal.	
  
	
  
• Quando	
  surge	
  a	
  indústria?	
  
Com	
  a	
  economia	
  cafeeira,	
  pois	
  a	
  imigração	
  maciça	
  	
  promovida	
  pelo	
  auge	
  
exportador	
  criou	
  um	
  mercado	
  de	
  trabalho	
  urbano	
  que	
  foi	
  utilizada	
  pela	
  indústria,	
  
pois	
  os	
  salários	
  agregados	
  gerados	
  pelas	
  exportações	
  de	
  café	
  gerou	
  um	
  mercado	
  
interno	
  para	
  a	
  indústria	
  nascente	
  de	
  bens	
  de	
  consumo	
  assalariado.	
  
	
  
• Tratado	
  de	
  Methuen	
  entre	
  Portugal	
  e	
  Inglaterra:	
  Nesse	
  tratado	
  a	
  Inglaterra	
  
reduz	
  os	
  impostos	
  para	
  o	
  vinho	
  português	
  que	
  ganha	
  concorrência	
  com	
  o	
  
vinho	
  francês	
  e	
  em	
  troca	
  Portugal	
  retiraria	
  o	
  embargo	
  as	
  importações	
  de	
  
tecidos	
  ingleses.	
  Desse	
  modo,	
  Portugal	
  renunciava	
  todo	
  o	
  desenvolvimento	
  
manufatureiro,	
  em	
  troca	
  de	
  privilégios	
  para	
  vinhos	
  portugueses	
  no	
  mercado	
  
inglês,	
  mas	
  transferia	
  para	
  a	
  Inglaterra	
  o	
  impulso	
  dinâmico	
  criado	
  pela	
  
produção	
  aurífera	
  no	
  Brasil	
  e	
  assegurava	
  	
  condições	
  especiais	
  para	
  vender	
  
suas	
  manufaturas	
  à	
  Portugal.	
  Já,	
  para	
  a	
  Inglaterra,	
  esse	
  acordo	
  representava	
  
um	
  mercado	
  para	
  suas	
  manufaturas,	
  fazendo	
  com	
  que	
  a	
  entrada	
  de	
  ouro	
  
aumentasse	
  sua	
  capacidade	
  para	
  importar	
  e	
  exportar	
  no	
  mercado	
  europeu	
  
(padrão	
  ouro)	
  e	
  concentrasse	
  reservas	
  externas.

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