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Contexto histórico e social das deficiências APRESENTAÇÃO Embora o tema da inclusão e das pessoas com deficiência seja um debate crescente atual, ele não é novo. Da Pré-História aos dias atuais as pessoas com deficiência sofrem marginalização, sendo deixadas de lado pela sociedade. Nas últimas décadas, o processo de inclusão vem ganhando espaço na sociedade. No âmbito escolar, a partir da Declaração de Salamanca, promulgada em 1994, a inclusão se tornou uma realidade. Embora seja um processo em construção, as pessoas com deficiência já participam de forma mais ativa nesse ambiente, sendo a Educação Física uma grande possibilidade de incluir esses indivíduos, explorando os aspectos sociais, motores e cognitivos. Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai compreender um pouco dessa história, passando pelo contexto brasileiro, o marco histórico da inclusão até chegar às terminologias e à inclusão na sala de aula. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Descrever mudanças culturais e sociais na relação entre a sociedade e as pessoas com deficiência. • Identificar o desenvolvimento da inclusão de pessoas com deficiência no Brasil.• Discutir as terminologias utilizadas para se referir a pessoas com deficiência.• DESAFIO Em 1961 é proclamada a primeira Lei de Diretrizes e Bases no Brasil, que incita e obriga as instituições de ensino a oferecerem um tratamento especial para alunos PcDs, com atraso relacionado à idade regular de matrícula e aos considerados superdotados. Foi nessa década que as escolas regulares passaram a aceitar matrículas de alunos com deficiência em classes comuns ou especiais. Em uma escola pública do sul do país, você é professor de uma turma de 4o ano e, ao começar o ano letivo, é informado pela direção que em sua turma há um aluno com deficiência intelectual. No entanto, a única informação que lhe é passada é que o aluno tem essa deficiência, sem maiores detalhes de como agir, se dirigir e até mesmo lidar com esse aluno. A diretora lhe informa também que devido a problemas financeiros, você não terá um auxiliar em sala de aula. Ao iniciar o primeiro dia de aula, você nota que a turma não se faz muito receptiva ao aluno PcD. Você percebe que a turma não o integra em suas atividades e, além disso, o chama de "aleijado", "doente mental" e "retardado". A partir deste cenário, como você agiria? INFOGRÁFICO A história da inclusão e do pensamento da sociedade em relação às pessoas com deficiência passa por inúmeros contextos e aspectos. Na Pré-História e na Antiguidade, essas pessoas eram mortas e abandonadas, com exceção da civilização egípcia. A visão de caridade da igreja e os estudos modernos vão influenciar na mudança de pensamento sobre as deficiências. Neste Infográfico, você vai conferir a linha do tempo da evolução histórica da inclusão e do trato com esses indivíduos. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! CONTEÚDO DO LIVRO Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai conferir as mudanças culturais e sociais na relação entre a sociedade e as pessoas com deficiência, o desenvolvimento da inclusão no Brasil, bem como as terminologias adequadas para se referir às pessoas com deficiência. Aprofunde seus conhecimentos com a leitura do capítulo Contexto histórico e social das deficiências, da obra Educação Física Adaptada, livro utilizado como base teórica desta disciplina. Contexto histórico e social das deficiências Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Descrever mudanças culturais e sociais na relação entre a sociedade e as pessoas com deficiência. Identificar o desenvolvimento da inclusão de pessoas com deficiência no Brasil. Discutir as terminologias utilizadas em referência a pessoas com deficiência. Introdução Ao longo dos anos, a sociedade teve diversos olhares sobre as pessoas com deficiências. Nesse sentido, diferentes marcas sociais e culturais foram empregadas: desde os tempos primitivos, com pessoas abandonadas à própria sorte, até os mais atuais, em que segue a busca pela inclusão nas mais diversas áreas. No Brasil, esse processo não foi diferente. A luta por uma sociedade que atendesse as pessoas com deficiência começou há pouco menos de 200 anos, no Período Imperial. De lá para cá, inúmeras situações e leis foram criadas para promover a igualdade, embora saibamos que ainda estamos longe de alcançá-la. Neste capítulo, você vai compreender as mudanças culturais e sociais na relação entre a sociedade e as pessoas com deficiência, bem como identificar o desenvolvimento da inclusão de pessoas com deficiência no Brasil e, ainda, conceber as terminologias utilizadas em referência a pessoas com deficiência. Mudanças culturais e sociais na relação sociedade e pessoas com deficiência Embora seja um tema bastante ligado às questões atuais, a relação de pessoas com defi ciência na sociedade ocorre desde os primórdios da história. Ao longo dos tempos, desde a Antiguidade até os dias de hoje, inúmeras situações marcaram a trajetória dessas pessoas — na maioria das vezes, infelizmente, em situações de exclusão, segregação e preconceito. Vamos conhecer um pouco dessa história? O primeiro período da linha do tempo da humanidade é a Pré-História, tempo marcado por ações humanas relativas à sobrevivência, como a caça, a pesca, o cultivo à terra e a vida nômade. Nesse período, as pessoas com deficiência não eram aceitas. Devido às características dessa época, fazia-se necessário que cada pessoa pudesse sustentar-se e, ainda, contribuísse com o grupo. Com isso, o indivíduo com “[...] alguma deficiência natural ou impingida na luta pela sobrevivência acaba tornando-se um empecilho, um peso morto, fato que o leva a ser relegado, abandonado, e sem que isso cause os chamados sentimentos de culpa” (BIANCHETTI, 1995, p. 9). Na Antiguidade, as grandes civilizações tinham modos diferentes de ver as pessoas com deficiência. No Egito, estudos arqueológicos apontam que essas pessoas ocupavam seu lugar na sociedade realizando suas atividades junto às demais pessoas (GUGEL, 2007), e relatos mostram que eles exerciam funções de relativa importância social, como pode ser observado em diferentes achados arqueológicos (KOZMA, 2006). Um caso particular dos egípcios era a adoração que se tinha pelas pessoas com nanismo. Muitos anões tinham posições de autoridades nas famílias, sendo dois deles deuses: Bes e Ptah (KOZMA, 2006). Além disso, havia anões nas mais variadas posições, como secretários particulares, encarregados de joias, bailarinos e artistas (Figura 1), e eles foram bastante retratados em paredes de tumbas, pinturas em vasos e estátuas. Várias anãs de alto escalão, especialmente do Reino Antigo (2700–2190 a.C.), alcançaram status importante e tinham locais de sepultamento pródigos perto das pirâmides (KOZMA, 2006). O Egito, além disso, era conhecido como “terra dos cegos” devido à quantidade de pessoas que sofriam de alguma doença oftalmológica. Contexto histórico e social das deficiências2 Figura 1. Músico anão no Antigo Egito. Fonte: Garcia (2012, documento on-line). Se o Egito é um caso positivo na história, Silva (2012) aponta que, na Anti- guidade Clássica, as pessoas com deficiência eram condenadas a situações de abandono sem qualquer assistência. Na Grécia Antiga, tanto em Atenas quanto em Esparta — as duas principais cidades —, havia o hábito de eliminar ou abandonar as crianças com deficiência física ou mental, que não eram consi- deradas suficientemente fortes e sadias — essas crianças eram inspecionadas pelo Estado antes mesmo de ficarem com seus familiares (SILVA, 2012). Em Esparta, o paradigma era a guerra, valorizava-se a dança, a ginástica e a perfeição do corpo; com isso, os deficientes não serviriam para a atuação militar — e essa eliminação se dava porque a criança não se encaixava no“leito de Procusto” (BIANCHETTI, 1995). Procusto era uma figura da mitologia grega que, segundo a lenda, obrigava todo aquele que se abrigava em sua casa a deitar-se em sua cama. Quem não se adequasse à sua cama era cortado ou esticado. Essa metáfora servia aos deficientes, que não se encaixavam nos padrões espartanos. 3Contexto histórico e social das deficiências Em Atenas, o paradigma era a vida agitada da pólis, a retórica, a boa argumentação e a filosofia, que vai provocar debates sobre a questão corpo/ mente. A beleza física era uma condição para a participação social, de modo que os deficientes não “serviam” a essas sociedades. Dois dos filósofos mais importantes, Platão e Aristóteles, recomendavam a eliminação dessas pes- soas ou que as atirassem “do aprisco de uma cadeia de montanhas chamada Taygetos, na Grécia” (GUGEL, 1999, documento on-line). Em Roma, a situação de maus tratos também era comum: Os bebês do sexo feminino ou com alguma deficiência eram colocados aos pés do pai, para que ele decidisse se a criança deveria continuar viva ou morrer. Quando o pai julgava que aquela criança não seria um adulto saudável e que, consequentemente, não poderia trazer-lhe orgulho no futuro, ele fazia um sinal e o bebê era abandonado para que morresse por falta de alimentação, proteção e cuidados básicos (GILLES apud SILVA, 2012, p. 15). Gugel (1999, documento on-line) também aponta que os pais poderiam optar pelo afogamento ou por jogar as crianças em “cestos no rio Tibre ou em outros lugares sagrados. Os sobreviventes eram explorados nas cidades por ‘esmoladores’ ou passavam a fazer parte de circos para o entretenimento dos abastados”. A autora sublinha que, no mesmo período, ocorre a ascensão do cristianismo, que, a partir do princípio da caridade, faz com que as classes menos favorecidas sejam assistidas. Assim, a eliminação das pessoas nascidas com deficiência é combatida com o surgimento de hospitais que abrigavam essas deficiências. Silva (2012) afirma que, no auge do cristianismo, período denominado Idade Média, o rei Luís IX fundou o primeiro hospital para pessoas cegas, em Paris, na França, em 1260. Essa instituição tinha por objetivo atender soldados que haviam ficados feridos durante a Sétima Cruzada. As Cruzadas foram um movimento militar liderado pela Igreja para conquistar Jerusalém e as demais localidades que eram controladas pelos muçulmanos. A Sétima Cruzada foi um conflito militar comandado pelo rei Luís IX com o objetivo de alcançar o Egito e retomar os ideais religiosos da Primeira Cruzada. O rei acabou preso, sendo liberado após o pagamento de resgate. Devido aos inúmeros feridos nessa jornada, foi criado o primeiro hospital para deficientes visuais. Contexto histórico e social das deficiências4 Embora, nesse período, a Igreja tenha passado a conceder abrigo e alimento para as pessoas com deficiência, Gugel (2007) e Pessoti (1984) destacam que essas pessoas começaram a ser consideradas culpadas pela própria deficiência, que era vista como um castigo por pecados cometidos. A população ignorante encarava o nascimento de pessoas com deficiência como castigo de Deus. Os supersticiosos viam nelas poderes especiais de feiticeiros ou bruxos. As crianças que sobreviviam eram separadas de suas famílias e quase sempre ridicularizadas. A literatura da época coloca os anões e os corcundas como focos de diversão dos mais abastados (GUGEL, 1999, documento on-line). Na Idade Moderna, surgem novas ideias a respeito das pessoas com de- ficiência. Mendes (apud Silva, 2012) aponta que, no século XVI, médicos e pedagogos vão contrapor a ideia de que esses indivíduos seriam ineducáveis. Como exemplos desse pensamento, temos o médico Paracelso (1493–1541), que foi o primeiro a considerar a deficiência mental como um problema mé- dico a ser tratado, e o filósofo Cardano (1501–1576), que se preocupava com a educação das pessoas com deficiência. Além desses, outros nomes deram passos importantes para a educação das pessoas com deficiência nessa época. Vejamos alguns deles: Pedro Ponce de Léon (1520–1584) – foi o primeiro educador de surdos da história. John Locke (1632–1704) – foi um revolucionário da doutrina das mentes humanas. Locke apontava que, para a educação das pessoas com defi- ciência, deve-se enfatizar a experiência sensorial e a individualidade no processo de aprendizagem. Charles Michel de L’Épée (1712–1789) – fundou a primeira escola para surdos, em Paris, na segunda metade do século XVII. Valentin Haüy (1745–1822) – também em Paris, fundou o Instituto Nacional dos Jovens Cegos, em 1784. Utilizava letras em relevo para a aprendizagem. Louis Braille (1809–1852) – era um dos alunos do Instituto de Jovens Cegos. Em 1824, cria o sistema Braille, que consiste em um sistema de pontos em relevo que representa as letras, os números, etc. 5Contexto histórico e social das deficiências Figura 2. Sistema Braille. Fonte: vectorfusionart/Shutterstock.com. Cabe ressaltar que, apesar dessas evoluções, as pessoas com deficiência continuavam segregadas em instituições como asilos e hospitais para trata- mento. Mendes (apud SILVA, 2012) cita que a inclusão e a participação desses indivíduos na sociedade ocorreram de forma muito lenta, de maneira que até o século XX essas pessoas não faziam parte da sociedade. Na Idade Contemporânea, leis começam a garantir a participação dessas pessoas em sociedade. Embora a Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948) garanta os mesmos direitos a todos os cidadãos, foi apenas a partir da Declaração de Salamanca (NAÇÕES UNIDAS, 1994) que se tratou da inclusão escolar para pessoas com deficiência. Essa declaração apresenta princípios, políticas e práticas para a educação escolar. A partir desse momento, a criança com deficiência passa a frequentar a escola regular junto às demais crianças, deixando de ser excluída e sendo valorizada por sua diversidade e por suas características. Entre os princípios da Declaração de Salamanca, estão o direto à educação independentemente das diferenças individuais, a adaptação da escola à especificidade do aluno — e não do aluno à escola — e que toda criança que apresenta dificuldade de aprendizagem pode ser considerada com necessidades educativas especiais. Nesta seção, aprendemos um pouco sobre a relação da sociedade com as pessoas com deficiência, desde a Pré-História até a Idade Contemporânea. Na sequência, vamos acompanhar como esse processo se deu no Brasil. Contexto histórico e social das deficiências6 Inclusão de pessoas com deficiência no Brasil A inclusão de pessoas com defi ciência no Brasil é recente. Moreira (2013) destaca que, até o fi nal do século XIX, os atos brasileiros referente à inclusão eram guiados pela cultura europeia. Sendo assim, era um hábito comum o abandono de crianças com defi ciência nas ruas, em portas de conventos ou igrejas ou na roda de expostos, o que criou uma institucionalização do cuidado dessas crianças por instituições religiosas. A roda de expostos (Figura 3) era um cilindro de madeira que ficava nas igrejas ou nos conventos em que as crianças com deficiência eram deixadas. Os pais colocavam a criança na roda, giravam essa roda e puxavam um cordão como forma de avisar que o bebê fora abandonado; na sequência, retiravam-se, para que não fossem reconhecidos. Após receberem cuidados, as crianças eram encaminhadas a famílias estéreis ou com a ama seca. No Brasil, a primeira roda de expostos de que se tem notícia foi instaurada no ano de 1726, em Salvador, mas também existiu no Rio de Janeiro e em São Paulo (MARCILIO, 1997). Figura 3. Roda de exposto da Santa Casa. Fonte: Souza (2011, documento on-line). Jannuzzi (2004) aponta que as Santas Casas de Misericórdia exerceram um papel importante na educação das pessoas com deficiência no Brasil. Essas instituições existiram em inúmeras cidades do Brasil, como Salvador, Belém, São Paulo, João Pessoa, entre outras, e forammantidas por doação das comunidades. A partir de 1717, passaram a acolher as crianças abandonadas, seguindo, assim, a tradição europeia de assistência a pobres e doentes. Silva (2012) afirma que, além da Santa Casa, apenas no século seguinte alguns 7Contexto histórico e social das deficiências brasileiros passaram a organizar serviços relacionados à área das deficiências sensorial, mental e física. O primeiro marco da educação especial no Brasil ocorreu em 1854, quando Dom Pedro II criou o Imperial Instituto dos Meninos Cegos. Silva (2012) afirma que a fundação desse instituto se deu por grande participação de José Alvares de Azevedo, um cego brasileiro que havia sido aluno do Instituto de Jovens Cegos em Paris. Azevedo educou com sucesso a filha do médico da família imperial, chamando a atenção do imperador. Em 1891, a escola passou a se chamar Instituto Benjamin Constant (IBC) (Figura 4). Figura 4. Instituto Benjamin Constant. Fonte: Toth (2015, documento on-line). Em 1857, Dom Pedro II criou outra importante instituição na história da educação inclusiva: o Instituto Imperial dos Surdos-Mudos (Figura 5), voltado para o atendimento de pessoas surdas. Esse instituto foi criado devido à forte influência do professor francês Ernesto Hüet. Em 1957, a escola passou a se chamar Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES). Sobre ambos os institutos, Jannuzzi (2004) descreve que o poder central mantinha e admi- nistrava o Imperial Instituto dos Meninos Cegos e o Imperial Instituto dos Surdos-Mudos — esse último, em sua criação, foi influenciado tanto pelo contexto quanto por pessoas ligadas ao poder político. Destaca-se que, ainda que o atendimento que esses institutos ofereceram tenham sido precários, sua abertura deu início às discussões sobre educação de pessoas com deficiência no Primeiro Congresso de Instrução Pública, em 1883. Contexto histórico e social das deficiências8 Figura 5. Instituto Imperial dos Surdos-Mudos. Fonte: Geologiamineração (2017, documento on-line). A autora ainda relata que apenas as crianças com deficiências mais severas eram colocadas nessas instituições. Outro fato importante é que a iniciativa para a criação dessas instituições sempre partiu de pessoas sensibilizadas com os deficientes e que conseguiam o apoio governamental. Ainda nesse século, surgiriam preocupações com a deficiência mental: em 1874, iniciou-se o tratamento de deficientes mentais no hospital psiquiátrico da Bahia (hoje, Hospital Juliano Moreira). Moreira (2013, documento on-line) ainda aponta que, com a Proclamação da República, em 1889, acreditava-se que “[...] essa deficiência pudesse implicar problemas de saúde – uma vez que era vista como problema orgânico e a relacionavam com a criminalidade, além de temerem pelo fracasso escolar”. No começo do século XX, as ações para as pessoas com deficiência seguiam isoladas. Segundo Silva (2012), alguns estados – como São Paulo, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro – apresentaram, timidamente, uma tentativa de orga- nização escolar para pessoas com deficiência. A autora aponta, também, um crescimento das instituições para o atendimento de pessoas com deficiência intelectual a partir de 1920, o que chama de período de institucionalização. Aranha (2005, p. 14 apud SILVA, 2012, p. 32) define esse período como a “retirada das pessoas com deficiência de suas comunidades de origem e manutenção delas em instituições residenciais segregadas ou escolas especiais, frequentemente situadas em localidades distantes de suas famílias”. Ou seja, o deficiente passa a ser visto pela sociedade como alguém que não poderia viver nos mesmos espaços que as demais pessoas, sendo necessários esses 9Contexto histórico e social das deficiências locais especiais. A partir de 1930, cresce a abertura dessas instituições, e a década de 1950 é marcada pela criação de inúmeros institutos pedagógicos e centros de reabilitação, geralmente particulares. É dessa época a criação de duas das mais importantes instituições na área da educação para deficientes no Brasil: a Associação de Assistência à Criação Deficiente (AACD), em 1950, que visa atender pessoas com deficiência física e tem 9 polos, e a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE), em 1954, que atende pessoas com deficiência intelectual e tem 2178 unidades em todo o território nacional. A década de 1960, segundo Silva (2012), é marcada pelo firmamento da área da educação especial, ao menos nos discursos oficiais. É nessa década que começam a surgir escolas especiais, oficinas e centros de reabilitação e atendimento filantrópico — são, no entanto, instituições segregativas. Ainda nesse período, é promulgada a primeira Lei de Diretrizes e Bases (LDB) (1961), que aborda, de forma explícita, em dois artigos (88 e 89), a educação das pessoas com deficiência: Art. 88. A educação de excepcionais, deve, no que for possível, enquadrar-se no sistema geral de educação, a fim de integrá-los na comunidade. Art. 89. Toda iniciativa privada considerada eficiente pelos conselhos es- taduais de educação, e relativa à educação de excepcionais, receberá dos poderes públicos tratamento especial mediante bolsas de estudo, empréstimos e subvenções (BRASIL, 1961, documento on-line). Embora ainda com propostas incipientes, pode-se dizer que a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases foi o marco inicial da educação inclusiva no Brasil. Dez anos depois, a Lei nº. 5692/71 modifica a LDB, estabelecendo tratamento especial para alunos com deficiências físicas e mentais com atraso relacionado à idade regular de matrícula e aos considerados superdotados. Silva (2012) destaca que, nessa década, as escolas regulares passaram a aceitar matrículas de alunos com deficiência em classes comuns ou especiais. Em 1980, surge a interação entre deficientes e pessoas sem deficiência no ambiente escolar a partir da proclamação, pelas Nações Unidas, do “Ano Internacional da Pessoa Deficiente”, em 1981. No entanto, não há uma alteração Contexto histórico e social das deficiências10 na sociedade, ou seja, a pessoa com deficiência já deveria estar preparada para esse meio. O artigo 208 da Constituição Federal estabelece como obrigação do Estado a oferta do atendimento educacional especializado, de preferência, no ensino regular, e o combate à discriminação, o direito de todos à educação, de permanência na escola e de iguais condições de acesso. A Lei nº. 7.853/89 prevê oferta obrigatória e gratuita de educação especial na rede pública de ensino, além de programas de educação especial na pré-escola. Com a Declaração de Salamanca, em 1994, os países são obrigados a promo- ver a inclusão de todas as crianças no ensino regular. A partir disso, a nova LDB (BRASIL, 1996) garante, no capítulo V, sobre educação especial, artigo 58, que: Art. 58. Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a moda- lidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos portadores de necessidades especiais. §1º Haverá, quando necessário, serviços de apoio especializado, na escola regular, para atender as peculiaridades da clientela de educação especial. §2º O atendimento educacional será feito em classes, escolas ou serviços especializados, sempre que, em função das condições específicas dos alunos, não for possível a sua integração nas classes comuns do ensino regular. §3º A oferta da educação especial, dever constitucional do Estado, tem início na faixa etária de zero a seis anos, durante a educação infantil (BRASIL, 1996, documento on-line). No artigo 59, são apresentadas as condições que devem ser asseguradas ao aluno com deficiência: I – currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização especí- ficos, para atender às suas necessidades; II – terminalidade específica para aqueles que não puderem atingir o nível exigido para a conclusão do ensino fundamental, em virtude de suas defici- ências, e aceleração para concluirem menor tempo o programa escolar para os superdotados; III – professores com especialização adequada em nível médio ou superior, para atendimento especializado, bem como professores do ensino regular capacitados para a integração desses educandos nas classes comuns; IV – educação especial para o trabalho, visando a sua efetiva integração na vida em sociedade, inclusive condições adequadas para os que não revelarem capacidade de inserção no trabalho competitivo, mediante articulação com os órgãos oficiais afins, bem como para aqueles que apresentam uma habilidade superior nas áreas artística, intelectual ou psicomotora; V – acesso igualitário aos benefícios dos programas sociais suplementares disponíveis para o respectivo nível do ensino regular (BRASIL, 1996, do- cumento on-line). 11Contexto histórico e social das deficiências Após a LDB, outras leis importantes surgiram no país para contemplar as pessoas com deficiência: em 1999, o governo lança a Política Nacional para a Pessoa Portadora de Deficiência, que se constitui em um conjunto de normas que objetiva assegurar os direitos para esses indivíduos de forma plena. Cabe ressaltar que, conforme o último dado do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil possui 45 milhões de pessoas com deficiência, ou seja, aproximadamente 24% da população do país apresenta algum tipo de deficiência, o que revela, assim, a relevância social dessas leis que promovem a inclusão e garantem o direito desses indivíduos (IBGE, 2017). Em 2002, a Língua Brasileira de Sinais (Libras) se tornou a língua oficial dos surdos no país. Além disso, foram promulgadas leis sobre a formação de professores para essa área e para o atendimento educacional especializado e a Lei da Inclusão, em 2015, que garante direitos relativos à saúde, educação, cultura e cidadania. Diante desses dados, a inclusão é um dever social e precisa ser realizada obrigatoriamente, sendo os profissionais da educação responsáveis por tal processo. Silva e Arruda (2014, p. 1) apontam que “[...] é importante que os professores, demais alunos e famílias se adaptem ao meio que a criança inclusa está inserida, dando a devida importância para tamanha contribuição na vida escolar dessa criança”. Os professores devem buscar atender o aluno com qua- lidade, revendo planos e as estratégias utilizadas para atender essa realidade. Nesta seção, apresentamos a história da educação para pessoas com de- ficiência no Brasil desde o marco inicial até as leis mais atuais. A seguir, veremos as terminologias utilizadas em referência a pessoas com deficiência. A terminologia e as pessoas com deficiência A questão das terminologias adequadas para fazer referência às pessoas com defi ciência parece algo simples, mas merece bastante atenção e relevância. Pare para pensar um pouco: quais termos você utiliza para se referir a esses indivíduos? As terminologias visam padronizar a forma como as pessoas com deficiên- cias são referidas e buscam que se evite o uso de palavras inapropriadas, que soem de forma pejorativa. Silva (2012) faz um resgate, ao longo da história, de inúmeros termos que foram criados, tais como: anormais, idiotas, incapacitados, excepcionais, deficientes, pessoas com necessidades especiais e portadores de deficiências. Sobre os termos, a autora afirma: Contexto histórico e social das deficiências12 Novos termos são criados na tentativa de definir, da melhor maneira possível, a clientela da educação especial e, além disso, evitar que a palavra usada para designar essas pessoas seja pejorativa e reflita o preconceito da sociedade. Por esse motivo, os termos anormais, idiotas, incapacitados e excepcionais não são mais utilizados no meio científico e nem mesmo nos dispositivos legais mais recentes (SILVA, 2012, p. 78). Sassaki (2013) aponta que, no começo da história e durante muitos séculos, usava-se o termo “inválidos”, muito utilizado por romances, leis e pela mídia, pois a pessoa com deficiência era vista como alguém inútil para a sociedade. Outro termo utilizado no século XX foi “incapacitado”, que, devido à Pri- meira e à Segunda Guerras Mundiais, representava “indivíduos que não são capazes” de fazer certas coisas por causa de sua deficiência — na sequência, a terminologia passou para “indivíduos com capacidade residual”. Ambos apontam para uma diminuição da capacidade da pessoa por ter uma deficiência em todos os aspectos. Dos anos 1960 até 1980, o termo “defeituosos” foi utilizado para designar indivíduos com “deformidade”, passando para “deficientes”, “pessoas deficien- tes”, “excepcionais” e “pessoas com deficiência intelectual”. Sassaki (2013) aponta que a sociedade passou a utilizar termos que focalizam as deficiências em si, sem reforçar o que as pessoas não conseguiam fazer. A partir da década de 1990, começou a ser utilizado o termo “pessoa por- tadora de deficiência” devido a uma proposta das Organizações das Nações Unidas. Sassaki (2013) aponta que o termo “portador” passou a ser um valor agregado à pessoa, ou seja, buscava igualar o direito à igualdade e à dignidade diante da sociedade em geral. Esse termo, por sua vez, recebia críticas, pois o ato de “portar” indica que a pessoa carrega consigo algo e que, eventualmente, pode deixar de portar. Ainda nessa década, passaram a ser usados os termos “pessoas com neces- sidades especiais” e “pessoas especiais”, eliminando-se a palavra “deficiente” – já que o termo sinaliza que a pessoa, em sua totalidade, é deficiente. Em relação à educação, o termo “necessidades educacionais especiais” pode ser utilizado para crianças e jovens cujas necessidades decorrem de sua elevada capacidade ou de suas dificuldades para aprender, não sendo necessariamente vinculado à deficiência (BRASIL, 2003). Silva (2012) aponta que esse termo é utilizado no Brasil desde 1986 devido à Portaria Cenesp/MEC nº. 69/1986. Bueno (2001 apud SILVA, 2012) destaca que não se deve utilizar a expressão necessidades educacionais especiais como sinônimo de deficiência, pois, como dito anteriormente, ela não se restringe apenas a essa população. 13Contexto histórico e social das deficiências Saiba mais sobre o que são as necessidades educacionais especiais pela fala da psicóloga Claudia Lopes, que apresenta quais são as maiores dificuldades e algumas propostas para trabalhar com esses alunos, acessando o link: https://goo.gl/zPCJga O mesmo autor aponta que o termo utilizado nos dias atuais é “pessoa com deficiência”, definido a partir da Convenção Internacional para Proteção e Promoção dos Direitos e Dignidade das Pessoas com Deficiência e aprovado pela Assembleia Geral da ONU em 2004. Além desses termos, Sassaki (2013) apresenta a forma correta de utilização de outras terminologias nessa área, buscando eliminar preconceitos ou palavras pejorativas referentes a essas pessoas. Vejamos: pessoa com deficiência; cego ou deficiente visual; deficiente intelectual; deficiente físico; deficiente auditivo ou surdo; pessoa com transtorno mental; pessoa com síndrome de Down; pessoa com epilepsia. O autor ainda aponta termos que não devem ser utilizados: pessoa normal (usar pessoa sem deficiência); aleijado; defeituoso; incapacitado; inválido (usar pessoa com deficiência); ceguinho, surdinho ou surdo-mudo (usar cego ou deficiente visual, surdo ou deficiente auditivo); excepcional (usar pessoa com deficiência intelectual); deficiente ou doente mental (usar deficiência intelectual); lepra; leproso; doente de lepra (usar hanseníase); epilético (usar pessoa com epilepsia); retardo ou retardado mental (usar deficiente intelectual); mongoloide; mongol (usar pessoa com síndrome de Down). Contexto histórico e social das deficiências14 Neste capítulo, você viu as relações da sociedade com as pessoas com deficiência. Na Pré-História, assim como nas civilizações clássicas, essas pessoas eram relegadas ao abandono. A exceção era a civilizaçãoegípcia, que mostrava profundo respeito aos deficientes, em especial, aos indivíduos com nanismo. Na Idade Média, ao tempo que a assistência aumentou devido ao cristianismo, muitas pessoas com deficiência eram vistas como pecadoras. Essa mudança só passou a ocorrer, de forma bastante lenta, na Idade Moderna, e a inclusão escolar ocorreria, de fato, a partir da Declaração de Salamanca, em 1994. No Brasil, a influência europeia regeu o tratamento das pessoas com deficiência. No Período Imperial, encontram-se os primei- ros marcos, com a criação dos Institutos para Cegos e Surdos-Mudos. No entanto, a inclusão escolar foi reconhecida, em leis, há pouco tempo, o que ainda não garante a igualdade. Por fim, vimos as terminologias adequadas para fazer referência às pes- soas com deficiência (sendo esse termo o correto), assim como a amplitude do conceito de necessidades educacionais especiais e os termos que não devem ser uti.lizados. BIANCHETTI, L. Aspectos Históricos da Educação Especial. Revista Brasileira de Educação Especial, Rio de Janeiro, v. 2, n. 3, p. 7-19, 1995. Disponível em: <http://www.abpee.net/ homepageabpee04_06/artigos_em_pdf/ revista3numero1pdf/r3_art01.pdf>. Acesso em: 27 ago. 2018. BRASIL. Lei nº 4.024, de 20 de dezembro de 1961. Fixa as Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília, DF, 1961. Disponível em: <http://www2.camara.leg.br/legin/fed/ lei/1960-1969/lei-4024-20-dezembro-1961-353722-publicacaooriginal-1-pl.html>. Acesso em: 27 ago. 2018. BRASIL. Lei nº. 9.394/96: lei de diretrizes e bases da educação nacional. Brasília, DF, 1996. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/lei9394_ldbn2.pdf>. Acesso em: 28 ago. 2018. BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Estratégias para a educação de alunos com necessidades educacionais. Brasília, DF: MEC, 2003. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/serie4.pdf>. Acesso em: 27 ago. 2018. GARCIA, V. A pessoa com deficiência e sua relação com a humanidade – parte I. 02 jan. 2012. Disponível em: <https://www.deficienteciente.com.br/a-pessoa-com-deficiencia-e- -sua-relacao-com-a-historia-da-humanidade-parte-1.html>. Acesso em: 27 ago. 2018. 15Contexto histórico e social das deficiências GEOLOGIAMINERAÇÃO. [Instituto Imperial dos Surdos-Mudos]. 2017. Disponível em: <https://geologiamineracao.files.wordpress.com/2017/05/c3adndice4.jpeg>. Acesso em: 27 ago. 2018. GUGEL, M. A. A pessoa com deficiência e sua relação com a história da humanidade. 1999. Disponível em: <http://www.ampid.org.br/ampid/Artigos/PD_Historia.php>. Acesso em: 5 set. 2018. GUGEL, M. A. Pessoa com deficiência e o direito ao trabalho: reserva de cargos em em- presas, emprego apoiado. Florianópolis: Obra Jurídica, 2007. IBGE. Pessoas com deficiência: adaptando espaços e atitudes. 20 set. 2017. Disponível em: <https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/2012-agencia-de-noticias/noticias/16794-pes- soas-com-deficiencia-adaptando-espacos-e-atitudes.html>. Acesso em: 27 ago. 2018. JANNUZZI, G. M. A educação do deficiente no Brasil: dos primórdios ao início do século XXI. Campinas: Autores Associados, 2004. KOZMA, C. Dwarfs in ancient Egypt. American journal of medical genetics, v. 140, p. 303–311, 2006. MOREIRA, C. Marcos históricos e legais da Educação Especial no Brasil. 2013. Disponível em: <http://cmoreira2.jusbrasil.com.br/artigos/111821610/marcoshistoricos-e-legais- -da-educacao-especial-no-brasil>. Acesso em: 27 ago. 2018. NAÇÕES UNIDAS. Declaração de Salamanca: sobre Princípios, Políticas e Práticas na Área das Necessidades Educativas Especiais. 1994. Disponível em: <http://portal.mec.gov. br/seesp/arquivos/pdf/salamanca.pdf>. Acesso em: 27 ago. 2018. SASSAKI, R. Terminologia sobre deficiência na era da inclusão. 2013. Disponível em: <ht- tps://acessibilidade.ufg.br/up/211/o/TERMINOLOGIA_SOBRE_DEFICIENCIA_NA_ERA_ DA.pdf?1473203540>. Acesso em: 27 ago. 2018. SILVA, A. M. Educação especial e inclusão escolar: história e fundamentos. Curitiba: InterSaberes, 2012. SILVA, A. P.; ARRUDA, A. O Papel do Professor Diante da Inclusão Escolar. Revista Eletrônica Saberes da Educação, v. 5, n. 1, 2014. Disponível em: <http://docs.uninove.br/arte/fac/ publicacoes_pdf/educacao/v5_n1_2014/Ana_Paula.pdf>. Acesso em: 27 ago. 2018. TOTH, B. Breve história da inclusão de deficientes na sociedade e principalmente na escola. 19 maio 2015. Disponível em: <http://professorabarbaratoth.blogspot.com/2015/05/ breve-historia-da-inclusao-de.html>. Acesso em: 27 ago. 2018. VALENZUELA, I. ¿Cómo funciona el sistema Braille? 2018. Disponível em: <https://www. vix.com/es/btg/curiosidades/4659/como-funciona-el-sistema-braille>. Acesso em: 27 ago. 2018. Contexto histórico e social das deficiências16 Leituras recomendadas BRASIL. Decreto nº. 3.298, de 20 de dezembro de 1999. Regulamenta a Lei nº. 7.853, de 24 de outubro de 1989, dispõe sobre a Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, consolida as normas de proteção, e dá outras providências. Brasília, DF, 1999. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D3298. htm>. Acesso em: 28 ago. 2018. MARCILIO, M. L. A roda dos expostos e a criança abandonada no Brasil colonial: 1726- 1950. In: FREITAS, M. C. (Org.). História Social da Infância no Brasil. São Paulo: Cortez, 1997. SOLER, R. Brincando e aprendendo na educação física especial: planos de aula. 2. ed. Rio de Janeiro: Sprint, 2006. SOUZA, A. A. A Roda dos Expostos da Santa Casa de Misericórdia da Bahia: uma abordagem sobre a Infância no Brasil (1910). 08 dez. 2011. Disponível em: <http://marthamaria11. blogspot.com/2011/12/roda-dos-expostos-da-santa-casa-de.html>. Acesso em: 27 ago. 2018. 17Contexto histórico e social das deficiências Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual da Instituição, você encontra a obra na íntegra. Conteúdo: DICA DO PROFESSOR Nesta Dica do Professor, será abordado o tema da inclusão na Educação Física a partir dos conceitos de exclusão, segregação, integração e, obviamente, da inclusão e, também, as peculiaridades de algumas deficiências e os benefícios que a aula traz. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! EXERCÍCIOS 1) Ao longo da história, as civilizações, ou períodos históricos, tiveram diferentes maneiras de se relacionar com as pessoas com deficiência. Do período antigo até a Idade Média, em qual momento ou civilização se destacou pelo tratamento diferenciado à pessoa com nanismo? A) Grécia Antiga. B) Roma. C) Tribos pré-históricas. D) Egito. E) Igreja. 2) Na Idade Moderna, inúmeros personagens se destacaram realizando atividades importantes para o desenvolvimento das pessoas com deficiência. Qual dos nomes abaixo se destacou por fundar o Instituto Nacional dos Jovens Cegos, em 1784, na França? A) Pedro Ponce de Léon. B) John Locke. C) Charles Michel de L’Epée. D) Valentin Haüy. E) Louis Braille. 3) O marco inicial da educação especial no Brasil começou em meados do século XIX, no período imperial, com a criação, por parte de Dom Pedro II, de dois importantes institutos. Estes atendiam a quais deficiências? A) Intelectual e física. B) Auditiva e visual. C) Visual e intelectual. D) Auditiva e intelectual. E) Física e visual. 4) Entre as terminologias para se referir à pessoa com deficiência, algumas causam desconforto e não devem ser utilizadas. No caso de a pessoa apresentar deficiência ligada à cognição, qual é o termo certo a se utilizar? A) Deficiente mental. B) Deficiente intelectual. C) Retardado mental. D) Doente mental. E) Excepcional. 5) A Lei de Diretrizes e Bases (1996), em seu artigo 58, define a Educação Especial como modalidade de educação escolar, oferecida, preferencialmente, na rede regular de ensino. Sobre a sua oferta, a LDB diz que: A) A oferta da educação especial, dever facultativo do Estado, tem início na faixa etária dezero a seis anos, durante a educação infantil. B) A oferta da educação especial, dever constitucional do Estado, tem início na faixa etária de três a seis anos, durante a educação infantil. C) A oferta da educação especial, dever facultativo do Estado, tem início na faixa etária de três a seis anos, durante a educação infantil. D) A oferta da educação especial, dever constitucional do Município, tem início na faixa etária de zero a seis anos, durante a educação infantil. E) A oferta da educação especial, dever constitucional do Estado, tem início na faixa etária de zero a seis anos, durante a educação infantil. NA PRÁTICA Receber um aluno com determinada deficiência requer preparo e disposição do professor para incluir essa criança perante os demais alunos da turma. Além disso, é importante saber como essas pessoas vivenciam o cotidiano e como mudanças podem alterar suas vidas. Confira em Na Prática algumas orientações para que esse processo ocorra. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! SAIBA MAIS Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: Educação Física e esporte adaptado: história, avanços e retrocessos em relação aos princípios da integração/inclusão e perspectivas para o século XXI O artigo traz como proposta o esporte adaptado como uma possibilidade de inclusão nas aulas de Educação Física. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Educação Física escolar e inclusão: alguns desencontros O artigo propõe reflexões a partir do descompasso entre os pensamentos da inclusão e da Educação Física escolar. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
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