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Deportação, Expulsão e Conflito Aparente de Normas

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FACULDADE DE INTEGRAÇÃO DO SERTÃO 
Disciplina: Direito Penal I - 4º Período: 2014.1 
Professor: Magno Antonio Leite 
Tema da Aula: Deportação, Expulsão e Conflito Aparente de Normas. 
 
DIREITO PENAL 
 
1. Deportação e Expulsão: 
 A deportação e a expulsão não são 
penas, mas medidas compulsórias 
administrativas de polícia com a finalidade 
comum de obrigar o estrangeiro a deixar o 
território nacional. 
 A deportação e a expulsão consistem 
na saída compulsória do estrangeiro para o 
país de sua nacionalidade ou procedência ou 
para outro que consinta em recebê-lo, 
realizando-se por procedimento policial 
sumário. (art. 58, caput e parágrafo único do 
Estatuto do Estrangeiro). 
Verifica-se nos casos de entrada ou estada 
irregular de estrangeiro (art. 57 do EE). O 
deportado pode reingressar no território 
nacional sob certas condições (art. 64). 
Ocorre a expulsão quando o 
estrangeiro atentar, de qualquer forma, “contra 
a segurança nacional, a ordem política ou 
social, tranqüilidade ou moralidade pública e a 
economia popular, ou cujo procedimento o 
torne nocivo à conveniência e aos interesses 
nacionais”. (art. 65 do EE). Sua principal 
conseqüência é a de impedir a volta do 
estrangeiro ao território nacional. Cabe ao 
Presidente da República deliberar sobre a 
conveniência e a oportunidade da expulsão. 
(art. 66, EE). 
 2. Conflito Aparente de Normas: 
 Verifica-se na situação em que várias 
leis são aparentemente aplicáveis a um 
mesmo fato, mas na realidade, apenas uma 
tem incidência. Sendo assim, não há 
verdadeiramente concurso ou conflito, mas 
tão somente aparência de concurso, visto que 
existe transgressão real de apenas uma lei 
penal, o que dá lugar também a um único 
delito. 
 Para que ocorra um concurso aparente 
de leis, certos pressupostos são exigidos: 
unidade de fato (um só fato) e pluralidade de 
leis (pelo menos duas normas 
concorrentes com aparente aplicabilidade). 
 Ademais, o concurso aparente de leis 
ou de normas penais não se confunde com o 
concurso de delitos (ideal ou real). Este último 
implica uma pluralidade de delitos, como 
resultado de várias lesões jurídicas. Dá-se 
uma concorrência efetiva (e não aparente) de 
leis penais. 
 
3. Critérios para resolução do concurso 
aparente de leis: 
 
 
3.1. Critério da especialidade – A lei 
especial derroga, para o caso concreto, a lei 
geral. 
 
 
Entre a norma geral (gênero) e a 
especial (espécie) há uma relação hierárquica 
de subordinação que estabelece a prevalência 
dessa última, visto que contém todos os 
elementos daquela e mais alguns 
denominados especializantes1, isto é, a norma 
especial acrescenta elemento próprio à 
descrição típica prevista na norma geral, ora 
estabelecendo um plus (qualificador / 
agravador), ora prevendo um minus 
(privilegiador). 
Tem-se uma especialidade abstrata, 
modificadora do tipo de injusto geral (tipo 
básico / derivado), e uma especialidade 
concreta, quando a lei especial tem um 
desvalor autônomo e, de imediato, excludente 
da geral. (ex vi homicídio/infanticídio). 
Esse critério evita o bis in idem, 
determinando a prevalência da norma 
especial em comparação com a geral, que 
pode ser estabelecido in abstracto, enquanto 
os outros princípios exigem o confronto in 
concreto das leis que definem o mesmo fato. 
O princípio da especialidade 
encontra-se consagrado expressamente no 
art. 12, do Código Penal: “As regras gerais 
deste Código aplicam-se aos fatos 
incriminados por lei especial, se esta não 
dispuser de modo diverso”. 
3.2. Critério da subsidiariedade - é efeito de 
uma múltipla tutela realizada por tipos 
diversos em relação a determinado bem 
jurídico. Vale dizer: os tipos descrevem graus 
de violação de um mesmo bem jurídico, de 
 
1
 BETTIOL 
forma que a norma subsidiária é afastada pela 
aplicabilidade da norma principal. 
 Aplica-se uma lei quando outra não 
puder ser aplicada que por disposição 
explícita (subsidiariedade expressa ou formal), 
quer por força de interpretação lógica 
(subsidiariedade tácita, implícita ou material). 
 A subsidiariedade será expressa 
quando a norma em seu próprio texto 
condiciona a sua aplicação, a não aplicação 
de outra norma mais grave. (v.g, o crime 
capitulado no art. 132 do CP. O legislador diz 
de forma explícita: se o fato não constitui 
crime mais grave). 
 A subsidiariedade será tácita quando 
determinada figura típica funcionar como 
elemento constitutivo, majorante ou meio 
prático de execução de outra figura mais 
grave. Assim, por exemplo: o crime de dano 
(art. 163, CP) é subsidiário do furto com 
destruição ou rompimento de obstáculo; a 
violação de domicílio (art. 150, CP) do crime 
de furto ou roubo, com entrada em casa 
alheia; o constrangimento ilegal (art. 146, CP) 
dos crimes em que há emprego de violência 
ou grave ameaça. 
3.3. Critério da consunção – ou da 
absorção, por ele, determinado crime (norma 
consumida) é fase de realização de outro 
(norma consuntiva) ou é uma regular forma de 
transição para o último – delito progressivo2. 
Isso significa que o fato previsto em 
determinada norma é compreendido em outra, 
mais abrangente, aplicando-se somente esta. 
 
2
 HUNGRIA 
 
 
 A norma consuntiva constitui fase 
mais avançada na realização da ofensa a um 
bem jurídico, aplicando-se o princípio o maior 
(mais grave) absorve o menor (menos grave)3. 
Por isso, o crime consumado absorve 
o crime tentado, o crime de perigo é absorvido 
pelo crime de dano. Assim, as lesões 
corporais que determinam à morte, são 
absorvidas pela tipificação do homicídio, ou o 
furto com arrombamento em casa habitada 
absorve os crimes de dano e de violação de 
domicílio. 
 É de se ressaltar e chamar atenção 
para o fato de que, o princípio fundamental 
para a solução do conflito aparente de normas 
é o da especialidade por ser o de maior rigor 
científico. Os demais princípios são de 
aplicação secundária ou complementar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3
 JESUS, D.

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