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TRABALHO DECENTE, EMPREGO VERDE E RESPONSABILIDADE SOCIAL EMPRESARIAL NA PERSPECTIVA DO TRIPLE BOTTOM LINE DECENT WORK, GREEN EMPLOYMENT AND CORPORATE SOCIAL RESPONSIBILITY IN THE PERSPECTIVE OF THE TRIPLE BOTTOM LINE Marcela Maria Bezerra Ferreira 1 Raffael Henrique Costa Diniz 2 RESUMO Diante da insustentabilidade do vigente modelo econômico tradicional, uma nova perspectiva amparada pela compreensão de um desenvolvimento sustentável torna-se urgente. A busca incessante pelo lucro é utilizada como justificativa para os graves impactos ambientais em um cenário de ampla desigualdade social, no qual a miséria, o desgaste dos recursos naturais e a poluição podem inviabilizar a vida na Terra. O presente artigo tem por objetivo analisar o trabalho decente, o emprego verde e a responsabilidade social corporativa sob o viés econômico, social e ambiental - compondo, assim, o modelo denominado triple bottom line, que se baseia na indivisibilidade dessas dimensões. Dessa forma, busca-se expor instrumentos para a construção de uma sociedade embasada na sustentabilidade em sua forma multidimensional, propondo o trabalho decente como meio propulsor da dignidade humana, o emprego verde como concretização de um trabalho decente que preserve ou restaure a qualidade ambiental, e a responsabilidade social empresarial que atenda aos anseios de todos os stakeholders, efetivando uma organização social e ecologicamente sustentável e que impulsione a geração de riquezas. Palavras-chave: Trabalho decente. Emprego verde. Responsabilidade social empresarial. Tripé da sustentabilidade. Meio ambiente do trabalho. 1 Bacharelanda do décimo (10 º) período do Curso de Direito do Centro Universitário de João Pessoa – UNIPÊ, turma C. E-mail: <marcelabferreira@hotmail.com> 2 Mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente- UFPB; MBA em Perícia, Auditoria e Gestão Ambiental- IPOG; Bacharel e Licenciado em Geografia- UFPB; Bacharel em Direito- UNIPE. 1 ABSTRACT Facing the unsustainability of the current traditional economic model, a new perspective supported by the understanding of a sustainable development becomes urgent. The incessant search for profit is used as a justification for the serious environmental impacts in a scenario of broad social inequality, in wich misery, the waste of natural resources and pollution may turn life unfeasible on Earth. The presente paper aims to analyze the decent work, green jobs and corporate social responsibility under the economic, social and environmental bias – thus composing the so called triple bottom line model, which is based on the indivisibility of these dimensions. In this way, one seeks to expose instruments for the construction of a society based on sustainability in its multidimensional form, proposing decent work as a means of promoting human dignity, green jobs, as the realization of decent work that preserves or restores environmental quality, and corporate social responsibility that meets the aspirations of all stakeholders, making a socially and ecologically sustainable organization that boosts the generation of wealth. Keywords: Decent work. Green jobs. Corporate social responsibility. Triple bottom line. Work environment. 1 INTRODUÇÃO Diante do cenário atual, mostra-se importante analisar o tema da sustentabilidade em seu caráter pluridimensional. Tendo como marco inicial a Conferência de Estocolmo em 1972, o conceito de desenvolvimento sustentável passou a ser delineado a partir da busca por um equilíbrio entre o desenvolvimento econômico e a redução dos impactos ambientais. Chamando atenção a um nível global devido aos questionamentos referentes ao crescimento desenfreado da população e do consumo, e consequentemente, dos danos ao meio ambiente, foi requerida a emergente necessidade de se alterar o padrão do modelo econômico até então vigente. Com o passar dos anos, surge então o chamado tripé da sustentabilidade, como alternativa para combater a crise socioambiental sob o viés de três dimensões: econômica, social e ambiental. A sustentabilidade torna-se um princípio constitucional fundamental, necessária para uma destituição da crença em recursos ilimitados e de uma visão imediatista, 2 construindo um modelo que proporcione o aumento da geração de riqueza, com sua distribuição justa em uma sociedade integrada e ambientalmente protegida. A presente pesquisa dá enfoque na promoção do trabalho decente como forma de desenvolvimento humano, sendo um dos meios de maior valoração da dignidade humana e de busca da justiça social. Promove uma reflexão acerca do meio ambiente laboral e das relações sustentáveis de trabalho, além de abordar o emprego verde e a função social da empresa no cenário econômico atual por meio dos seu significativo potencial transformador como ponte de transição para uma economia verde. É abordado os desafios da consolidação da sustentabilidade, argumentando a favor da necessidade da preocupação ambiental, enfatizando a importância de políticas públicas no incentivo de geração de empregos verdes e o cuidado na gestão empresarial sustentável, que enfrenta obstáculos como: padrões insustentáveis de produção e consumo exacerbados que negligenciam as futuras gerações; busca incessante pelo lucro a qualquer custo; postos de trabalho que, ainda que voltados para a preservação do meio ambiente, não possuem as condições mínimas de um trabalho íntegro. Este artigo desenvolveu-se com o conteúdo exposto de maneira qualitativa e, no que tange aos procedimentos, por meio de um extenso levantamento bibliográfico de artigos, revistas jurídicas e sites da internet, além dos relatórios da Organização Internacional do Trabalho (OIT). O objetivo do presente trabalho é realçar a multidimensionalidade da sustentabilidade e seus aspectos como princípio constitucional, utilizando o trabalho digno como concretização dos direitos fundamentais e de uma sociedade equitativa, a promoção do emprego verde e seus impactos na economia e preservação ambiental, e, por fim, o novo papel da empresa contemporânea, a partir de um modelo de gestão baseado na responsabilidade social. Assim, contribui para uma reflexão acerca da necessidade de realizar uma reconstrução da ordem econômica tradicional - vigente em um cenário de pobreza, degradação e exclusão social, visando a um novo paradigma norteador de sustentabilidade. 2 O CARÁTER PLURIDIMENSIONAL DA SUSTENTABILIDADE A deterioração ininterrupta do meio ambiente inicia-se a partir do momento em que a exploração dos recursos naturais ultrapassa a mera questão de subsistência, tornando-se uma forma de geração de riquezas, e agrava-se se com os avanços tecnológicos após a Revolução 3 Industrial e o crescente aumento da população- essa assolada pelo consumocentrismo (RONCONI, 2015). Com o crescimento desenfreado das cidades sem planejamento, os habituais desastres ambientais e as mudanças climáticas, passou-se a questionar em nível internacional o futuro das próximas gerações. O encontro pioneiro de conscientização ambiental foi a Conferência de Estocolmo de 1972, sendo a Declaração da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano o primeiro documento do direito internacional a reconhecer o direito do homem a um meio ambiente de qualidade (GONÇALVES, 2007). As tentativas do encontro global de procura pelo desenvolvimento econômico em harmonia com o meio ambiente evoluíram para o conceito de desenvolvimento sustentável, concebida no Relatório Brundtland, no qual é conceituado como “O desenvolvimento que satisfaz as necessidades presentes, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir suas próprias necessidades”. O documento, também chamado de Nosso Futuro Comum (1991, p. 23/24), diz que: O direitonacional e internacional está cada vez mais defasado devido ao ritmo acelerado e à dimensão crescente dos impactos sobre a base ecológica do desenvolvimento. Por isso, cabe aos governos: preencher as grandes lacunas que o direito nacional e internacional apresentam no tocante ao meio ambiente; buscar meios de reconhecer e proteger os direitos das gerações presentes e futuras a um meio ambiente adequado a sua saúde e bem estar; elaborar, sob os auspícios da ONU, uma Declaração universal sobre a proteção do meio ambiente e o desenvolvimento sustentável, e posteriormente uma Convenção; e aperfeiçoar os mecanismos para evitar ou solucionar disputas sobre questões relativas ao meio ambiente e à administração de recursos. Na Conferência Eco-92, a Agenda 21 deu enfoque às propostas de solução para os problemas socioambientais, estabelecendo a importância da cooperação de cada país para promover não só a quantidade de crescimento, como sua qualidade. O documento contém uma sequência de compromissos acordados pelos países presentes para que haja uma reinterpretação do que seria o progresso econômico, vislumbrando questões como inclusão social e conservação e gestão dos recursos para o desenvolvimento (CORDANI; MARCOVITCH; SALATI, 1997). Já na Conferência Rio+10, pôde-se observar o compromisso dos participantes em assumir a responsabilidade de “fortalecer os pilares interdependentes e que se sustentam mutuamente do desenvolvimento sustentável - desenvolvimento econômico, desenvolvimento social e proteção ambiental” na Declaração de Joanesburgo sobre Desenvolvimento Sustentável, em 2002. https://pt.wikipedia.org/wiki/Eco-92 4 O modelo conhecido como Triple Bottom Line (Profits, People, Planet), cunhado por John Elkington na década de 1990, sugere que a atividade corporativa deve ser instruída por três basilares: ser socialmente justa, ambientalmente correta e economicamente desenvolvida. O autor do termo afirma que a empresa deve ser capaz de cumprir com suas obrigações financeiras, atender às necessidades dos stakeholders envolvidos e minimizar os impactos ambientais, visando a uma abordagem mais integrada entre a expansão dos compromissos ambientais e a sustentabilidade (ELKINGTON, 1994; LEDERWASCH; MUKHEIBIR, 2013). Elkington, em sua obra “Canibais com garfo e faca” (1997), alerta para a reconsideração das empresas no modelo corporativo vigente visando, sobretudo, o resultado final tríplice a partir de uma abordagem equilibrada e com uma agenda sustentável de longo prazo, na qual o autor compara os três dentes do garfo com o tripé da sustentabilidade. Ideologias como governança inclusiva, consumo sustentável e gestão estratégica também são abordados como meios de se estabelecer uma mudança paradigmática. A seguir, uma imagem que oportuniza uma maior compreensão do chamado tripé da sustentabilidade: Figura 01: O triple bottom line Fonte: IPIECA/ API. (2002) Dessa forma, a ideia de sustentabilidade foi sendo aperfeiçoada, vindo a ser mais que um garantidor do desenvolvimento econômico sustentável, mas também um modelo de vida 5 que garante a expectativa de bem-estar e dignidade humana e protege o meio ambiente natural, do qual a humanidade depende diretamente. Assim, é possível vislumbrar o viés multidimensional da sustentabilidade, proporcionando harmonia entre as dimensões. 2.1 A SUSTENTABILIDADE COMO PRINCÍPIO CONSTITUCIONAL SISTÊMICO A Constituição Federal de 1988 foi a primeira Carta Constitucional responsável por classificar o meio ambiente como bem juridicamente tutelado, afirmando em seu Titulo VIII (Da Ordem Social), capítulo VI, artigo 225, caput, que: Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder Publico e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. (BRASIL, 1988) E, considerando o meio ambiente como bem público indispensável para a humanidade, é evidente a necessidade do poder público em proporcionar normas públicas que assegurem esse bem a todos (RONCONI, 2015), pois é através dessa tutela que se protege um valor maior: a qualidade da vida humana. (SILVA, 2008). Nos ensinamentos de Norma Sueli Padilha (2010, p.113): O direito Ambiental como microssistema jurídico ainda se encontra em construção, entretanto a normatividade sobre o qual se fundamenta sofreu uma profunda transformação desde a influência do “espírito Estocolmo”, culminado com a constitucionalização da proteção jurídica do meio ambiente pela Constituição Federal de 1988, por meio de uma visão holística e de incorporação da proposta do desenvolvimento sustentável, como base das políticas públicas ambientais e da gestão ambiental. Dessa forma, o artigo 225 traz o princípio da sustentabilidade, que orienta o ordenamento jurídico nas mais diversas searas e responsabiliza não só o Estado, mas também a sociedade, para que haja: “[...] uma concretização solidária do desenvolvimento material e imaterial, socialmente inclusivo, durável e equânime, ambientalmente limpo, inovador, ético e eficiente, no intuito de assegurar, preferencialmente de modo 6 preventivo e precavido, no presente e no futuro, o direito ao bem-estar (FREITAS, 2012, p. 41).” Exige-se, portanto, uma nova postura em relação ao insustentável modelo econômico tradicional, priorizando a qualidade ambiental e o consequente bem-estar da humanidade. O mencionado princípio “[...] que habilita as administrações públicas a exercer potestades de controle e inspeção e também que obriga tanto os estados como todos os cidadãos a cumpri- lo.” (MAÑAS apud BODNAR, 2011, p. 334), e que mede o progresso pela qualidade de vida em seus variados aspectos (educação, saúde, longevidade, trabalho decente, lazer, etc) e não pelo mero consumo material (FERREIRA, 2003, p. 16), deve ser, consequentemente, inserido com urgência no cenário atual. É importante ressaltar que “[...] a sustentabilidade não se reduz, nem ao discurso ambientalista, nem ao seu oposto, o discurso desenvolvimentista” (MACHADO, 2005, 137- 170), pois sua multidimensionalidade revela um conceito complexo e bastante amplo, e, como princípio constitucional, é interdisciplinar- não somente ambiental, mas também econômico, empresarial e social. O tripé da sustentabilidade é formado pela sociedade, pela economia e pelo meio ambiente de maneira indissociável, sendo importante analisar cada um dos seus aspectos para garantir a efetividade do sistema. (COTRIM; GOUVEIA; LIMA, 2006) Sob o viés econômico, a sustentabilidade surge como meio de ponderação de direitos antes vistos como antagônicos: o direito ao meio ambiente e o direito à livre iniciativa, equilibrando assim a busca pela geração de riquezas e a preservação dos recursos naturais; sob o político, caracteriza-se pela adoção de políticas públicas que maximizam os resultados, sendo realizadas de maneira que promovam a solidariedade social e devendo ser consideradas a longo prazo; sob o social, por meio de ações que reduzam as desigualdades sociais e proporcionem a dignidade humana, fundamento essencial para um Estado Democrático de Direito- como preceitua a Constituição Federal; sob o cultural, com base no respeito à diversidade; e, por fim, sob o viés ambiental, no qual há uma quebra do modelo exploratório da natureza para enfim haver um comprometimento com as futuras gerações (OLIVEIRA; CECATO, 2016). 7 2.2 A SUSTENTABILIDADE DAS RELAÇÕES DE TRABALHO A lei 6.938/81 dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, e, em seu artigo 3°, inciso I, define o meio ambiente como “o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas”. Ou seja, é tudo aquilo que circunda umorganismo, podendo ser um fator físico, social ou psíquico, que dá condições interdependentes e necessárias para que um organismo vivo se desenvolva em sua plenitude (PADILHA, 2002). E, diante da conotação múltipla do conceito do meio ambiente (natural, artificial, cultural, e do trabalho), o denominado meio ambiente do trabalho, constitui: “[...] o habitat laboral onde o ser humano trabalhador passa a maior parte de sua vida produtiva provendo o necessário para sua sobrevivência e desenvolvimento por meio do exercício de uma atividade laborativa, abrange a segurança e a saúde dos trabalhadores, protegendo-o contra todas as formas de degradação e/ou poluição geradas no meio ambiente de trabalho.” (PADILHA, 2011, p. 232). Por conseguinte, o meio ambiente do trabalho compreende o espaço em que se é desenvolvido as atividades do trabalho humano, sendo remuneradas ou não, fundamentando- se na ausência de agentes que comprometam a integridade dos trabalhadores - independente da condição que denotam (SILVA, 2003), em equilíbrio com o ecossistema (MANCUSO, 2002). Ademais, com as relevantes transformações ocorridas na organização do trabalho por força das inovações tecnológicas, novas modalidades de prestação de serviços surgiram, como o trabalho em domicílio e o teletrabalho, fazendo com que o conceito de meio ambiente do trabalho passasse a abranger também a moradia e o espaço urbano, e não só o espaço interno do estabelecimento empresarial (ROMITA, 2005). O meio ambiente do trabalho caracteriza-se como direito essencialmente difuso, pois seu interesse é transindividual. (FIORILLO, 2004). Além do artigo 225 da Constituição Federal, a sua tutela também pode ser vista no artigo 200, inciso VIII da Carta Maior: “colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho” como obrigação da União, através do Sistema Único de Saúde; e em seu artigo 1º, inciso IV, que estabelece como um dos fundamentos da República Federativa do Brasil os valores sociais do trabalho e da livre-iniciativa, combinado com o artigo 7º, inciso XXII, que aborda a redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança. 8 Ainda, pode-se observar a proteção ao meio ambiente laboral nos tratados da Organização Internacional do Trabalho (OIT), como a Convenção 155, acerca da segurança e saúde dos trabalhadores, e Convenção 148, sobre a proteção dos trabalhadores contra os riscos profissionais devidos à contaminação do ar, ao ruído e às vibrações no local de trabalho. Já no artigo 170 da Co0nstituição da República, determina-se que a ordem econômica tem por fim assegurar a todos existência digna, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, observando-se princípios como a função social da propriedade, a busca do pleno emprego, a defesa do meio ambiente e a redução das desigualdades regionais e sociais, conforme os ditames da justiça social. E, no artigo 193, preconiza que “a ordem social tem como base o primado do trabalho, e como objetivo o bem-estar e a justiça sociais”. (BRASIL, 1988). Nessa linha, Raimundo Simão de Melo (2013) afirma: O princípio da dignidade da pessoa humana encontra assento na Constituição Federal brasileira, que, logo no art. 1º, estabelece que são fundamentos da República e do Estado Democrático de Direito, entre outros, a dignidade da pessoa humana e os valores sociais do trabalho. Essas dicções são complementadas pelo art. 170 da mesma Lei Maior, que, ao tratar da ordem econômica, assegura a livre-iniciativa, fundada, porém, na defesa do meio ambiente e na valorização do trabalho humano, de modo que se assegure a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social. É necessário destacar que o equilíbrio para um meio ambiente de trabalho qualificado não pode ficar restrito aos aspectos e às condições físicas do ambiente laboral, devendo abranger também a busca pela integridade psíquica do trabalhador, contribuindo, dessa maneira, para a qualidade de vida do indivíduo e, por conseguinte, da sustentabilidade da sociedade, voltada para a valorização do trabalho humano como forma de executar o valor jurídico-constitucional da dignidade. (CIRINO, 2014). Em seus ensinamentos, Oliveira demonstra a evolução das normas de proteção ao ser humano trabalhador: As primeiras preocupações foram com a segurança do trabalhador, para afastar a agressão mais visível dos acidentes do trabalho; posteriormente, preocupou-se, também com a medicina do trabalho para curar as doenças; em seguida, ampliou-se a pesquisa para a higiene industrial, visando a prevenir as doenças e garantir a saúde do trabalhador, na busca do bem-estar físico, mental e social. Agora, pretende-se avançar além da saúde do trabalhador: busca-se a integração deste com o homem, o ser 9 humano dignificado, que tem vida dentro e fora do ambiente do trabalho, que pretende, enfim, qualidade de vida (OLIVEIRA, 2002, p. 81) No que concerne a um meio ambiente de trabalho seguro e saudável, a maioria das organizações ainda não possibilitam aos trabalhadores a chance de participarem de modo ativo das atividades que executam (CTI, 2013), fazendo com que os funcionários ignorem o sentido real do seu trabalho. E, quanto menor a autonomia do trabalhador na gestão e organização das atividades, maior a possibilidade de que a atividade manifeste transtornos à sua saúde mental (CARNEIRO; SILVA; RAMOS). Importante ressaltar que a definição de saúde, segundo a Organização Mundial de Saúde- OMS, é “o estado do mais completo bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de enfermidade”, corroborando o direito a uma vida plena (SCLIAR, 2007). Estudos preventivos de riscos laborais, como a Análise Preliminar de Riscos (APR), são ferramentas extremamente importantes, pois possibilitam a identificação de possíveis riscos no local de trabalho, criando estratégias para evita-los. A APR faz uma análise detalhada de cada etapa das atividades que serão exercidas, prevenindo assim acidentes de trabalho e propiciando uma rotina de qualidade a partir de um planejamento geral das tarefas (OLIVEIRA; CECATO, 2016). Porém, em um cenário globalizado que tende a diminuir o papel dos Estados em suas funções sociais, combinado com o capitalismo e o liberalismo econômico, a busca desenfreada pelo progresso com redução de custo e a competitividade são intensificadas, fazendo com que o trabalho humano seja robotizado, e, seus trabalhadores - em busca do aumento da produtividade a níveis cada vez mais altos de perfeição, sejam submetidos a condições laborais extremamente desfavoráveis (MINARDI, 2010). Destarte, é notória a necessidade de humanização do trabalho, tendo a sustentabilidade do meio ambiente laboral à incumbência de, além de cumprir com os direitos garantidos na legislação e corresponder a padrões éticos essenciais, adotar medidas como: o investimento no desenvolvimento pessoal e profissional dos trabalhadores, a oferta de melhorias nas condições de trabalho, a contratação de portadores de deficiências, a preparação de formas de treinamentos e reciclagem de trabalhadores, o estabelecimento de medidas de participação na vida da empresa, entre outros. (CIRINO, 2014) O trabalho tem um importante papel, pois engradece e enriquece a existência do homem, devendo ser valorizado mais do que um mero serviço ou produto (SCHUMACHER, 1989), sendo ele um incentivador da criação. Um meio ambiente do trabalho equilibrado, 10 portanto, viabiliza a dignidade humana, sendo o trabalho decente a concretização de um trabalho digno e sustentável, fundamental para garantir estabilidades sociais. 3 O TRABALHO DECENTE COMO PROPULSOR DO PRINCÍPIO DA DIGNIDADE A dignidade é um direito humano fundamental, possuindo respaldo na Constituição Federal, em seu artigo 1°, inciso III, sendo um dos fundamentosda República Federativa do Brasil. Já a Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948) esboça uma sociedade fundamentada no valor substancial da pessoa humana. Em seu artigo 1°, afirma: “Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade”. O conceito consiste na prerrogativa de todo indivíduo ser respeitado como pessoa, de não ser prejudicado em sua existência (o corpo, a saúde e a vida) e de desfrutar de um âmbito existencial próprio (LARENZ, 1978), propiciando a garantia de sua existência material mínima. Nos ensinamentos de Kildare Gonçalves Carvalho (2008): A dignidade da pessoa humana é o fundamento de todo o sistema dos direitos fundamentais, no sentido de que estes constituem exigências, concretizações e desdobramentos da dignidade da pessoa e que com base nesta é que devem aqueles ser interpretados. Dessa forma, é possível contemplar a relação substancial entre o princípio da dignidade e o valor social do trabalho, revelando-se como garantia aos demais direitos. E, é a partir desse seguimento, que o chamado trabalho decente surge como manifestação de duas pretensões da civilização contemporânea: a ideia de dignidade humana e o cuidado com o meio ambiente (ÁVILA; PEREIRA, 2016). Ademais, a “aplicação efetiva dos princípios e direitos fundamentais no trabalho é um aspecto central de qualquer proposta orientada para a promoção do trabalho decente.” (OIT, 2006, p. 31). Nesse sentido, a responsabilidade do trabalho demonstra-se indispensável para a formação de um desenvolvimento sustentável estável, como meio de dignificação do homem através de um trabalho que cumpra com as necessidades básicas do trabalhador e de sua família (CARNEIRO; SILVA; RAMOS, 2018). Além de seu papel econômico fundamental, o trabalho permite que os indivíduos construam identidades, participem e contribuam para o desenvolvimento da sociedade. (OIT, 11 2008). Ele pode se tornar mediador da conciliação da saúde, proporcionar retribuição financeira, reconhecimento social e legal; além de se tornar fator determinante para manter uma teia social durável e evolutiva, garantidora de condições dignas (CARNEIRO; SILVA; RAMOS, 2018). O conceito de trabalho decente foi formalizado pela OIT em 1999 e refere-se à concepção central para o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) definidos pelas Nações Unidas, em especial o OSD 8, que busca “promover o crescimento econômico sustentado, inclusivo e sustentável, emprego pleno e produtivo e trabalho decente para todas e todos”. No Relatório Emprego, Desenvolvimento Humano e Trabalho Decente: A Experiência Brasileira Recente (2008), a OIT “salienta a importância do trabalho decente como via fundamental para superar a pobreza, criar sociedades mais justas e inclusivas e fomentar a governabilidade democrática”, sendo um meio de se atingir o desenvolvimento sustentável equitativo e inclusivo. Sua definição é retratada no mesmo relatório como “um trabalho produtivo e adequadamente remunerado, exercido em condições de liberdade, equidade e segurança, e que garanta uma vida digna a todas as pessoas que vivem do trabalho e suas famílias”, devendo respeitar os direitos fundamentais, garantir a proteção social quando não puder ser exercido (devido a ocorrências como doenças, acidentes e desemprego) e assegurar uma renda para a futura aposentadoria. Por meio dos estudos da OIT, o trabalho decente demonstrou estar embasado em quatro pilares: o respeito às normas internacionais do trabalho; a promoção do emprego de qualidade; a extensão da proteção social dos trabalhadores e sua família; e o fortalecimento dos atores tripartites e do diálogo social como ferramenta para uma governabilidade democrática. Além disso, foi exposto no referido relatório que “só o acesso ao trabalho decente pode converter o crescimento econômico em desenvolvimento humano”, já que a expansão econômica por si só nem sempre gera empregos decentes, e que, para atingir um modelo de desenvolvimento integral, deve-se atentar para a interdependência entre os três elementos. Dessa maneira, afirma que “a renda não deve ser vista como uma finalidade em si mesma, mas como um meio para obter bem-estar”. Contudo, a efetivação do trabalho decente encontra inúmeras barreiras, pois situações incompatíveis com a dignidade do trabalhador ainda são frequentes, como graves violações a direitos fundamentais, acentuadas desigualdades entre homens e mulheres e brancos e negros, https://nacoesunidas.org/pos2015/ods8/ https://nacoesunidas.org/pos2015/ods8/ 12 persistência do trabalho infantil, problemas relacionados à saúde, entre vários outros (OIT, 2008). Um desses obstáculos é o trabalho escravo, que atualmente se constitui como a forma de negação mais evidente do trabalho decente. O Código Penal Brasileiro, em seu artigo 149, penaliza aquele que: Reduzir alguém à condição análoga à de escravo quer submetendo-o a trabalhos forçados ou à jornada exaustiva, quer sujeitando-o a condições degradantes de trabalho, quer restringindo, por qualquer meio, sua locomoção em razão de dívida contraída com o empregador ou preposto. De acordo com a Organização Internacional do Trabalho, o conceito de condição análoga a de escravo refere-se a trabalhos forçados e degradantes. Portanto, não é sinônimo apenas de cerceamento da liberdade do trabalhador ou más condições de trabalho, mas também equivalente à retirada da sua dignidade. Condições degradantes de trabalho, caracterizadas pela violação de direitos fundamentais que colocam em risco a saúde e até a vida do trabalhador, jornadas exaustivas, trabalho imposto através de fraude, isolamento geográfico, retenção de documentos e pertences, ameaça, violência física e psicológica, e outras punições como servidão por dívida- na qual faz-se com que o trabalhador contraia ilegalmente um débito e assim fique preso a ele, são alguns dos elementos caracterizadores. (REPÓRTER BRASIL, 2019). Apesar de ser um dos princípios e direitos fundamentais no trabalho, a proteção integral de crianças e adolescentes menores de 16 anos (idade mínima para trabalhar) - e também menores de 18 anos contra qualquer exploração ou condição suscetível a prejudicar sua saúde, segurança e moral- ainda enfrenta um grave obstáculo para a consolidação do trabalho decente e do desenvolvimento humano: o trabalho infantil, tendo a OIT listado como uma das suas prioridades, na Agenda Nacional do Trabalho Decente, a sua prevenção e erradicação (CEPAL; PNU; OIT, 2008). O ingresso prematuro no mercado de trabalho submete o menor a um desenvolvimento irregular, além de implicar sérios riscos para a saúde, já que as condições em que essas atividades ocorrem geralmente são insalubres, inadequadas do ponto de vista ergonômico e sujeitas à contaminação. As crianças ficam ainda mais expostas aos riscos no trabalho do que os adultos, pois sofrem não só acidentes, mas doenças osteomusculares, pelo fato de que os instrumentos não foram feitos para elas (CEPAL; PNUD; OIT, 2008). 13 Outro fato relativo ao trabalho infantil é o impacto negativo do trabalho na frequência da escola (IBGE, 2008). Estudos feitos pela PNAD revelam que a incidência da exploração infantil em geral resulta em uma renda menor na idade adulta, quanto mais prematura for a inserção no mercado de trabalho. Logo, é possível observar a inabilitação de se promover a sustentabilidade em seu aspecto social a partir dos efeitos imediatos do trabalho infantil, assim como seus reflexos no futuro, pois “a entrada prematura no mercado de trabalho limita significativamente as oportunidades de obter um trabalho decente na idade adulta” (CEPAL; PNUD; OIT, 2008). 3.1 O TELETRABALHO COMO INSTRUMENTO DA SUSTENTABILIDADE A ComissãoEuropeia define teletrabalho como o “uso de computadores e telecomunicações para mudar a geografia do trabalho aceita”, havendo uma separação do trabalhador do ambiental laboral tradicional. No Livro Verde da Sociedade de Informação (2000), o termo é delineado como a “atividade profissional realizada a distância física do local convencional de trabalho, ou seja, da empresa contratante”, na qual há uma flexibilização do espaço do trabalho e até do tempo dedicado a ele, visto que o deslocamento do trabalhador até o espaço laboral correspondente para exercer suas funções pode ser substituído pela tecnologia. Problemas como a redução da comunicação e a perda de relacionamentos, a sobrecarga do trabalho - visto que não há uma distinção entre as horas de trabalho e de lazer, e a não demarcação de um ambiente do trabalho quando exercido no ambiente doméstico, são questões a serem discutidas e aprimoradas (BOONEN, 2003). Porém, o teletrabalho ainda apresenta grandes vantagens, tornando-se um instrumento laboral que possibilita a redução dos impactos ambientais viabilizando uma alternativa sustentável para o futuro do trabalho. Para o trabalhador, os benefícios podem ser vistos na redução dos custos para alimentação, transporte e vestuário, otimização do tempo devido à redução do tempo com a locomoção e oportunidade de atender mais de uma empresa ou cliente simultaneamente, além da inclusão dos deficientes que não podem se locomover. Já para a empresa, temos como exemplo o menor consumo de energia e uma área geográfica de atuação mais extensa (SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO NO BRASIL LIVRO VERDE, 2000). 14 4 EMPREGOS VERDES No estudo global Empregos verdes: rumo ao trabalho decente em um mundo sustentável, com baixas emissões de carbono (2008) os empregos verdes são definidos como: Postos de trabalho nos setores da agricultura, indústria, construção civil, instalação e manutenção, bem como em atividades científicas, técnicas, administrativas e de serviços que contribuem substancialmente para a preservação ou restauração da qualidade ambiental. Específica, mas não exclusivamente, eles incluem empregos que ajudam a proteger e restaurar ecossistemas e a biodiversidade; reduzem o consumo de energia, materiais e água por meio de estratégias de prevenção altamente eficazes; descarbonizam a economia; e minimizam ou evitam por completo a geração de todas as formas de resíduos e poluição. Os empregos verdes, portanto, se materializam através de atividades que promovem o progresso econômico contribuindo para a restauração do meio ambiente, refletindo a transição para uma economia verde, com baixa emissão de carbono e trabalho decente. (SUGAHARA, 2010). Ou seja, surgem como meio de proteger o meio ambiente natural para as presentes e futuras gerações e ainda garantir trabalho mais equitativo e inclusivo, consequentemente possibilitando a perspectiva de bem-estar e dignidade para a sociedade (MARINI, 2012). A noção do emprego verde ainda não é absoluta, pois envolve diversas “tonalidades” de verde, além de que, tendo em vista ser um conceito novo, evoluirá com o tempo (OIT, 2008), sendo assim dinâmico e variando em função dos diversos avanços tecnológicos realizados na área ambiental (UNEP, 2008). É importante ressaltar que o conceito de emprego verde pressupõe trabalho decente, não podendo estar dissociado do último termo, dado que deve também constituir empregos adequados que satisfaçam antigas demandas do movimento trabalhista, como salários justos, condições seguras de trabalho e os demais direitos trabalhistas. Ambos os conceitos afiguram como atributos de um desenvolvimento plenamente integrado em seus pilares social, econômico e ambiental. Entretanto, o relatório Empregos verdes: rumo ao trabalho decente em um mundo sustentável, com baixas emissões de carbono (2008) indica que, muitos empregos que seriam inicialmente verdes, não o são na prática, e demonstra que muitos não constituem necessariamente trabalho decente. 15 Um dos maiores exemplos são os empregos no setor de reciclagem, que recuperam matéria-prima, e assim sendo, auxiliam a reduzir a pressão sobre os recursos naturais, mas que, no entanto, envolvem processos muitas vezes poluentes, difíceis e perigosos, colocando em risco à saúde humana e causando danos ambientais (OIT, 2008). Além disso, os denominados catadores de lixo tendem a ser mal remunerados, e a informalidade dificulta a capacitação profissional e a fiscalização ao cumprimento de normas como a utilização dos EPIs e a adequação das condições do trabalho (FERNANDES; CABRAL, 2017). Por serem trabalhadores autônomos, as condições precárias não podem ser modificadas por determinada empresa, deixando-os mais vulneráveis. A atividade laboral organizada de forma coletiva permite uma negociação mais ampla com os intermediários e permite a contratação pelo Poder Público. Ademais, o associativismo fortalece tais trabalhadores, lhes atribuindo visibilidade e reconhecimento como atores de relevância social (OLIVEIRA; CECATO, 2016). A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), que incentiva o aumento da reciclagem e da reutilização dos resíduos sólidos, também tem importante papel em destacar a necessidade de estabelecer programas de coleta seletiva nos municípios, viabilizando a criação de mais empregos verdes com o amplo envolvimento dos catadores (IPEA, 2013). Portanto, para que os empregos verdes sejam efetivados como ferramenta de equilíbrio no tripé da sustentabilidade, deve estar integrado, além do ponto de vista ambiental, o social. É necessário preocupar-se com a qualidade dos empregos, resguardando a integridade física e moral do trabalhador. (OLIVEIRA; CECATO, 2016). Para a transição em direção a uma economia verde, o estudo Empregos verdes no Brasil: Quantos são, onde estão e como evoluirão nos próximos anos (2009), apresenta as principais mudanças necessárias sintetizadas em seis grandes eixos, levando em consideração as características próprias da economia do Brasil: Maximização da eficiência energética e substituição de combustíveis fósseis por fontes renováveis; a valorização, racionalização do uso e preservação dos recursos naturais e dos ativos ambientais; aumento da durabilidade e reparabilidade dos produtos e instrumentos de produção; redução da geração, recuperação e reciclagem de resíduos e materiais de todos os tipos; prevenção e controle de riscos ambientais e da poluição visual, sonora, do ar, da água e do solo; e a diminuição dos deslocamentos espaciais de pessoas e cargas. 16 Entretanto, a criação de empregos verdes ainda possui um ritmo bastante lento para que contribua consideravelmente na redução do desemprego e subemprego, e, poucos desses empregos criados são ocupados por quem mais necessita deles: jovens, mulheres, pessoas de baixa renda dos países em desenvolvimento e aqueles que enfrentam as mudanças climáticas. A promoção desses empregos ainda enfrenta a informalidade e desigualdade, sem contar com a dificuldade das empresas pioneiras no “esverdeamento” das atividades econômicas em permanecer em um cenário onde se predomina práticas comerciais insustentáveis, que buscam retornos financeiros rápidos mesmo que em detrimento aos impactos negativos ambientais e sociais (OIT, 2008). A produção acadêmica e a disponibilidade de informações estatísticas no Brasil ainda são escassas para fornecer um mapeamento minucioso dos empregos verdes, dificultando uma análise mais aprimorada da questão (SUGAHARA 2010). Desse modo, é imprescindível estabelecer um diálogo social efetivo entre o governo, as empresas e os trabalhadores, para que haja uma mobilização dos atores econômicos, facilitando a trajetória de respostas para as restrições e limitações da implementação do programa de empregos verdes. Tendo como exemplo, o Conselho de DesenvolvimentoEconômico e Social - CDES promove espaços de debates entre os interessados para dialogar sobre as questões concernentes ao desenvolvimento do país (OIT, 2009). Devem ser executadas medidas como a conscientização e capacitação das organizações de empregadores e trabalhadores, pois muitos alegam o desconhecimento dos riscos e oportunidades da economia verde; a implementação de políticas públicas coerentes, com subsídios que estimulem o financiamento para atividades de pesquisas e desenvolvimento e que garantam um apoio ao setor privado, com leis de incentivo, metas e penalidades; além de promover o monitoramento da evolução desses empregos, com uma avaliação detalhada dos avanços obtidos para que sirvam de orientação na formação de políticas, avaliando o potencial e progresso dos empregos tendo em vista peculiaridades como os efeitos do deslocamento, as dimensões de gênero e a natureza informal de muitos setores (OIT, 2008). 5 A RESPONSABILIDADE SOCIAL DA EMPRESA CONTEMPORÂNEA Em uma sociedade hiperconsumista, questões ambientais e sociais são habitualmente inseridas em segundo plano, visto que o consumo e o lucro são priorizados 17 independentemente da insustentabilidade da exploração dos recursos naturais e das desigualdades sociais (PEREIRA; CALGAR; PEREIRA, 2016). As grandes corporações são as reais incentivadoras do consumo e, os estados, que deveriam minimizar os prejuízos e fiscalizar políticas públicas, encontram-se reféns dessas grandes indústrias. Nos ensinamentos de Bauman, (1999), “[...] com sua base material destruída, sua soberania e independência anulada, sua classe política apagada, a nação-estado torna-se um mero serviço de segurança para as megaempresas”. Porém, sendo evidente a importância das empresas, que transcende o âmbito econômico e engloba os interesses sociais, um novo modelo empresarial se manifesta, baseado na noção da responsabilidade social, que constitui, junto à sua influência, o poder- dever de harmonizar suas atividades para contribuir com o desenvolvimento sustentável (BARACHO; CECATO, 2016). A finalidade da empresa é beneficiar todos os envolvidos e, ainda, a coletividade, não devendo se utilizar da propriedade para se prejudicar outrem. Os princípios da ordem econômica constitucional, encontrados no artigo 170 da Constituição Federal, estão atrelados à função social da empresa e servem como parâmetro para o direito societário como um todo. Nesse seguimento, a empresa moderna torna-se um instrumento para a realização de tais princípios (defesa do meio ambiente, dos trabalhadores, dos consumidores, etc) fundamentada no total comprometimento com sua função social (SALOMÃO FILHO, 2011). A evolução da gestão empresarial é imprescindível e surge a partir de uma nova conscientização da sociedade- favorecida pelo acesso mais ágil às informações e cada vez mais crítica quanto ao que lhes é posto- e de uma visão das empresas afastada da exclusividade da maximização do lucro, equilibrando o crescimento econômico com a equidade social e a proteção ambiental, além da preocupação com outros valores éticos e morais. (MUNCK et. al, 2016). As práticas sustentáveis de gerenciamento têm como norte o triple bottom line, que abordam o desempenho de curto e longo prazo, adicionam valor para a comunidade em que as corporações operam, e atingem as “[...] necessidades dos stakeholders diretos e indiretos (tais como shareholders, empregados, clientes, grupos de pressão, comunidades, etc.)” (DYLLICK; HOCKERTS, 2002, p. 131), considerando-os no processo de decisões da empresa. (MUNCK et. al, 2016). O gerenciamento dos stakeholders (partes interessadas) identifica e administra todos aqueles que são impactados ou interessados pelas ações de uma gestão empresarial, sendo fundamental para o planejamento estratégico do negócio (ALVES; LIMA; MOTA, 2010). 18 Diante dos acionistas, a gestão empresarial tem a responsabilidade de agir em benefício dos mesmos, dentro das restrições legais e com a disponibilidade do devido direito à informação (LOURENÇO; SCHRODER, 2002). Perante os empregados, deve ir afora o cumprimento das obrigações trabalhistas, investindo-se no relacionamento interno a partir de uma gestão participativa, que se baseia na descentralização do poder de decisão das empresas, facilitando a integração dos empregados nas atividades corporativas; da melhoria das condições de trabalho para um ambiente saudável- resultando em maior produtividade e motivação; da execução de atividades socialmente responsáveis, como desenvolvimento individual dos empregados, progressão na carreira, aconselhamentos e benefícios complementares; entre outras práticas que aumentam a eficiência dos trabalhadores e preservam sua lealdade (LOURENÇO; SCHRODER, 2002). De acordo com o Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social (2012), um dos stakeholders mais importantes da empresa é o trabalhador. A valorização do trabalho humano e o investimento social no público interno apresentam resultados como a diminuição com gastos relacionados à saúde e segurança dos funcionários e o aumento da produtividade. (TAMIOZZO, 2012) Quanto aos fornecedores, deve-se haver uma seleção mais complexa do que a simples apresentação de propostas competitivas economicamente, atentando-se também para a forma que os mesmos se relacionam com seus empregados e com o meio ambiente. Os valores da empresa devem ser propagados por toda a cadeia de fornecedores, havendo uma interação com aqueles que apreciem uma mesma conduta ética (LOURENÇO; SCHRODER, 2002). Já na responsabilidade social junto aos clientes, é fundamental a melhoria na qualidade de atendimento, a informação exata e clara do produto, a divulgação por meio de uma publicidade livre de abusos e constrangimentos e a elaboração de recursos que incentivem um consumo consciente. Há crescentemente uma preocupação advinda do crescimento dos consumidores “verdes”, que dão preferência ao consumo de produtos de empresas que investem na preservação do meio ambiente (CLARO; CLARO, 2014). Para a comunidade e sociedade, a empresa socialmente responsável deve eliminar todos os vestígios de discriminação histórica, tendo como exemplo as mulheres e os grupos étnicos; promover ações sociais; respeitar o interesse comunitário; e, no tocante ao meio ambiente, promover a reciclagem dos produtos e lixo gerado, investir em inovações tecnológicas antipoluentes, propiciar a educação ambiental, utilizar produtos ecologicamente corretos, otimizar o uso de energia, diminuir os impactos ao meio ambiente, etc (LOURENÇO; SCHRODER, 2002). 19 Tendo como enfoque os concorrentes, a empresa deve eliminar toda e qualquer ação ilícita ou imoral para o enfraquecimento da concorrência, por meio de práticas como formação de trustes ou cartéis, espionagem industrial e sabotagens (LOURENÇO; SCHRODER, 2002). Por fim, quanto ao governo, deve-se prezar pela execução das leis e do pagamento dos tributos. Ademais, empresas que contribuem para projetos culturais inclusive adquirem a possibilidade de obter isenções fiscais, obtendo uma vantagem econômica e participando do aperfeiçoamento de políticas públicas sociais (LOURENÇO; SCHRODER, 2002). Assim, uma gestão socialmente responsável provoca um aumento e melhoria das relações com os stakeholders, gerando inúmeros ganhos para a empresa (LOURENÇO; SCHRODER, 2002). Nos ensinamentos de Melo Neto e Fróes, citado em Guedes (2000): "O retorno social institucional ocorre quando a maioria dos consumidores privilegia a atitude da empresa de investir em ações sociais, e o desempenho da empresa obtém o reconhecimento público. Como conseqüência, a empresa vira notícia, potencializa sua marca, reforça sua imagem, assegura a lealdade de seus empregados, fideliza clientes, reforça laços com parceiros, conquista novos clientes, aumenta sua participação no mercado,conquista novos mercados e incrementa suas vendas." (MELO NETO e FRÓES citados em GUEDES, 2000, p.56). O retorno publicitário em mídia espontânea é obtido quando a empresa não paga pela exposição nos meios de comunicação, e empresas que promovem ações sociais usualmente acabam recebendo mais atenção na mídia, tendo a imagem da empresa sendo fortalecida com os noticiários positivos, pois demostra a preocupação da empresa em atender os problemas da sociedade, estreitando laços com a comunidade (LOURENÇO; SCHRODER, 2002). Em relação às perdas empresariais originadas pela ausência da responsabilidade social, problemas como a publicidade negativa- quando ocorre uma geração de mídia devido a denúncias e reclamações dos consumidores; o pagamento de indenizações e multas advindas de desastres ambientais, reclamações trabalhistas e outros tipos de descumprimento às leis; e o consequente afastamento de investidores pela desvalorização da empresa perante o mercado e sociedade. (LOURENÇO; SCHRODER, 2002). Para garantir a longevidade e sustentabilidade das corporações, é também necessário buscar a análise das práticas de gestão, desenvolvendo uma boa governança corporativa e uma logística de compliance eficaz (ANDRADE; CASTRO, 2016). 20 A governança corporativa é definida pelo Instituto Brasileiro de Governança Corporativa-IBGC como: “[...] o sistema pelo qual as empresas e demais organizações são dirigidas, monitoradas e incentivadas, envolvendo os relacionamentos entre sócios, conselho de administração, diretoria, órgãos de fiscalização e controle e demais partes interessadas. As boas práticas de governança corporativa convertem princípios básicos em recomendações objetivas, alinhando interesses com a finalidade de preservar e otimizar o valor econômico de longo prazo da organização, facilitando seu acesso a recursos e contribuindo para a qualidade da gestão da organização, sua longevidade e o bem comum” (IBGC, 2015). Pode-se entender, portanto, que a governança corporativa é o conjunto de políticas, processos e normas que influenciam a maneira como a organização é gerenciada. São quatro os princípios básicos das suas boas práticas: equidade, transparência, prestação de contas e responsabilidade social. Assim, são propostas medidas que otimizam o desempenho da empresa, atendendo a todas as partes interessadas. (IBGE, 2015). Já a compliance é o conjunto de normas, diretrizes e políticas que possuem o intuito de reduzir inconformidades com a lei, resultantes da prática empresarial. A palavra origina do verbo em inglês “to comply”, que significa “estar em conformidade”. Portanto, tem como objetivo assegurar que toda a estrutura organizacional e os procedimentos internos realizados encontrem-se de acordo com as leis interna e externa, além de mensura, mitigar e avaliar continuadamente os riscos do processo (LARUCCIA; YAMADA, 2012). Assim, é importante apreciar a instalação do programa de compliance na empresa para uma boa governança, formando uma cultura organizacional baseada nos princípios do compromisso social (LARUCCIA; YAMADA, 2012). A seguir, uma imagem representando a implementação do sistema pelo Instituto Brasileiro de Governança Corporativa em sua publicação “Compliance à Luz da Governança Corporativa”: 21 Figura 02: Sistema de Compliance Fonte: IBGC (2015). A consolidação do sistema de compliance sob o viés do triple bottom line pode ser demonstrado por meio de ações como: gestão de riscos socioambientais; reconhecimento de ilicitude em outras organizações, assim como desempenhar um papel de exemplo para as mesmas; conscientização dos funcionários; e formação de uma cultura organizacional norteada pelo princípio do compromisso social (LARUCCIA; YAMADA, 2012). Destarte, é possível se verificar como a sustentabilidade corporativa possibilita a vantagem competitiva, a prevenção de riscos e a otimização da reputação, na qual a busca simplória pela frenética efetivação do lucro com decorrentes problemas na saúde dos trabalhadores, destruição do meio ambiente e desprezo dos consumidores por condutas ilícitas ou antiéticas, acabam gerando prejuízos a longo prazo. (LOURENÇO; SCHRODER, 2002). 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS O modelo econômico atual vigente demonstra-se insustentável, sendo incontestável a necessidade de se implementar uma nova estrutura nas relações sociais e organizacionais. O conceito de sustentabilidade surge como alternativa para a crise socioambiental, evoluindo ao 22 decorrer do tempo ao adquirir um caráter pluridimensional, na qual objetiva harmonizar suas diferentes dimensões. Pela perspectiva do triple bottom line, pôde-se analisar os viés econômico, social e ambiental do trabalho decente, do emprego verde e da responsabilidade social da empresa contemporânea. O meio ambiente do trabalho compreende o espaço onde o ser humano trabalhador passa a maior parte do seu tempo, portanto, mostra-se essencial prezar por uma relação sustentável. O trabalho decente manifesta-se como propulsor da dignidade humana, promovendo um trabalho digno, produtivo, e que atende as necessidades básicas do trabalhador e de sua família. Os empregos verdes são vistos como postos de trabalho que contribuem para a preservação e restauração da qualidade do meio ambiente. Do relatório Empregos verdes: rumo ao trabalho decente em um mundo sustentável, com baixas emissões de carbono, foi possível vislumbrar que apesar de muitos empregos aparentarem ser verdes, não o são na prática, pois, apesar de serem positivos ambientalmente, não correspondem as expectativas de um trabalho decente. A criação de tais empregos ainda é morosa, carecendo de medidas como subsídios de incentivos e financiamento dos estudos para um aprimoramento do programa. No que diz respeito à responsabilidade social da empresa, uma maior conscientização dos consumidores e uma evolução na visão do desenvolvimento econômico por parte das corporações resulta em uma nova estrutura organizacional, com o gerenciamento de todos os stakeholders, um sistema de compliance e uma boa governança corporativa. Portanto, conclui-se que, para a consolidação de uma sociedade sustentável, o trabalho decente como base para uma organização laboral saudável é primordial, dignificando o homem; o emprego verde possui um potencial promissor no combate aos impactos ambientais; e a responsabilidade social da empresa identifica-se como meio de garantia a sustentabilidade em longo prazo. REFERÊNCIAS Assembleia Geral da ONU. (1948). "Declaração Universal dos Direitos Humanos" (217 [III] A). 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