7 Relatório da Execução Orçamentária

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Relatório da execução 
orçamentária
 
SST
Erthal, Rubia
Relatório da execução orçamentária / Rubia Erthal
Ano: 2020
nº de p.: 
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Relatório da execução 
orçamentária
Apresentação
Nesta unidade, conheceremos o que é o relatório resumido da execução 
orçamentária. Você sabia que o orçamento é um dos mais antigos métodos 
utilizados na gestão da esfera pública? E o interessante é que, apesar de ter sofrido 
mudanças ao longo dos anos para acompanhar a evolução das funções do Estado, 
esse método ainda é utilizado nos dias atuais! 
Sabendo da importância desse método para a gestão pública, neste material, 
também veremos como as despesas são executadas no orçamento público e, 
para finalizar, analisaremos um caso prático de como é realizada a execução 
orçamentária na área da saúde.
O que é o relatório resumido da 
execução orçamentária?
Como o próprio nome diz, o relatório resumido da execução orçamentária (RREO) 
demonstra para a sociedade, para o Poder Executivo e para o Poder Legislativo 
como está ocorrendo a execução do orçamento, sendo incumbência do Poder 
Legislativo, juntamente com o Tribunal de Contas, controlar essa execução.
Segundo Giacomoni (2012), o RREO é composto de diversos demonstrativos, como 
os elencados na figura a seguir. 
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Demonstrativos que compõem o RREO
Balanço orçamentário
Execução das despesas 
por função e subfunção
Receita corrente 
líquida
Receitas e despesas 
previdenciárias do 
regime próprio dos 
servidores públicos
Resultado nominal
Resultado primário
Restos a pagar por 
poder e órgão
Receitas e despesas 
com manutenção e 
desenvolvimento do 
ensino
Despesas com saúde
Receita de operações 
de crédito e despesas 
de capital
Projeção atuarial do 
Regime Próprio de 
Previdência Social 
(RPPS) dos servidores 
públicos
Receita de alienação de 
ativos e aplicação de 
recursos
Demonstrativo 
simplificado do 
relatório resumido da 
execução orçamentária
Relatório resumido 
da execução 
orçamentária 
Fonte: Elaborada pela autora (2020).
A importância desse relatório reside nas informações que oferece sobre a situação 
fiscal do município ou de outro ente, com dados sobre a execução orçamentária da 
receita e da despesa. 
O artigo 165, §3 da Constituição Federal incumbe o Poder Executivo de publicar 
o RREO até trinta dias após o encerramento de cada bimestre. Já a Lei de 
Responsabilidade Fiscal (LRF) apresenta as normas para a elaboração e publicação 
desse relatório (BRASIL, 2019).
Posto isso, a seguir, conheceremos com mais detalhes sobre cada um dos 
demonstrativos que compõem o RREO.
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Demonstrativos do relatório resumido 
da execução orçamentária
Um dos primeiros demonstrativos do RREO é o balanço orçamentário. Esse item 
apresenta as receitas previstas em confronto com as realizadas, bem como as 
despesas fixadas em confronto com as executadas. Observe a seguir um exemplo 
de balanço orçamentário.
Exemplo de balanço orçamentário
Receitas Despesas
Tipo Prev. Exec. Dif. Tipo Fix. Exec. Dif.
Receitas 
correntes
Créditos 
orçamentários e 
suplementares
... Despesas correntes
Receitas 
de capital ...
... Despesas de capital
... ...
Déficit Superávit
Total Total
Fonte: Adaptado de Brasil ([1982]).
Conforme é possível observar no exemplo, no lado das receitas, há uma coluna 
correspondente à previsão, uma correspondente à execução e outra indicando a 
diferença (excesso ou insuficiência na arrecadação). No lado das despesas, há uma 
coluna para os valores fixados, uma coluna para os valores executados e outra 
coluna para a diferença.
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Por intermédio desse demonstrativo, é possível avaliar, assim, a execução 
orçamentária do período, ou seja, acompanhar o que já foi arrecadado, as receitas 
previstas e as despesas já executadas em relação ao que foi inicialmente fixado.
Outro demonstrativo é a execução das despesas por função e subfunção. Nesse 
item, conforme a classificação funcional, serão apresentadas as despesas por 
função e subfunção (GIACOMONI, 2012). Por exemplo: 
• função – legislativa; 
• subfunção – ação legislativa.
Além disso, há ainda os demonstrativos receita corrente líquida, receitas e despesas 
previdenciárias do regime próprio dos servidores públicos e resultado nominal. Na 
sequência, veja a que se refere cada um desses itens.
1. Receita corrente líquida: 
apresenta o somatório da receita corrente e sua evolução nos últimos doze 
meses. Traz uma previsão para sua arrecadação no exercício.
2. Receitas e despesas previdenciárias do regime próprio dos 
servidores públicos: 
são apresentadas as receitas previdenciárias arrecadadas para o Regime 
Próprio de Previdência Social (RPPS) e as despesas que são estimadas com 
benefícios previdenciários.
3. Resultado nominal: 
epresenta a diferença entre receitas e despesas públicas, incluindo-se 
receitas e despesas financeiras. Corresponde ao aumento da dívida pública 
em determinado período.
Os restos a pagar por poder e órgão, por sua vez, apresentam os valores inscritos, 
pagos (no período) e a pagar. São as obrigações assumidas pelo município (ou 
outro ente) e constam no passivo financeiro do balanço patrimonial como restos a 
pagar processados (liquidados) e não processados (ainda não liquidados).
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Já as receitas e despesas com manutenção e desenvolvimento do ensino é um 
demonstrativo que apresenta os valores que são destinados à educação. Da receita 
arrecadada, uma parte deve ser destinada a esse fim.
O resultado primário é o demonstrativo que indica se os gastos orçamentários do 
ente são compatíveis com a sua arrecadação, pois demonstra a diferença entre as 
receitas não financeiras e as despesas não financeiras. 
As receitas não financeiras correspondem ao total das receitas 
orçamentárias menos as operações de crédito. As despesas não 
financeiras, por seu turno, são o total das despesas orçamentárias 
menos as despesas com juros e amortização das dívidas interna e 
externa, com a aquisição de títulos de capital integralizado e com 
a concessão de empréstimos com retorno garantido.
Atenção
Outro demonstrativo é a receita de operações de crédito e despesas de capital, que 
demonstra as receitas de operações de crédito em comparação às despesas de 
capital. Nesse caso, essas receitas não poderão ser maiores do que as despesas de 
capital.
A projeção atuarial do Regime Próprio de Previdência Social (RPPS) dos servidores 
públicos demonstra uma projeção dos valores a serem repassados referentes à 
contribuição patronal, das receitas e despesas, e do resultado previdenciário, assim 
como repasses para cobertura de déficit do RPPS. 
Deve ser feita uma projeção atuarial para no mínimo 35 anos, 
iniciando pelo ano anterior ao da publicação do demonstrativo.
Curiosidade
A receita de alienação de ativos e aplicação de recursos apresenta a receita advinda 
da alienação de ativos e onde ela foi aplicada. Não é permitido aplicar a receita de 
capital para cobertura de despesas correntes, exceto se destinadas por lei ao RPPS.
O demonstrativo simplificado do relatório resumido da execução orçamentária traz, 
de forma resumida, as informações que compõem o relatório resumido da execução 
orçamentária.
Finalmente, as despesas com saúde compreendem os valores gastos na área de 
saúde. Por exemplo, para os municípios, do total da receita de impostos, 15% deve 
ser destinado para esse setor. 
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Caso prático de despesas com saúde
Agora que conhecemos os demonstrativos do RREO, analisaremos um caso prático 
relacionado às despesas com saúde em um município brasileiro. O item despesas 
com saúde tem o objetivo de acompanhar se a destinação está sendo feita para a 
área da saúde. Assim, vejamos a seguir a receita de impostos do município fictício 
de Perdidópolis para 2014.
Receita de impostos do município de Perdidópolis para 2014
Imposto Valor em R$
IPTU 6.322.156,53
IRRF 2.890.451,60
ITBI 2.065.400,11
ISSQN 4.502.666,66
FPM 16.020.300,80ITR 4.000,01
L.C. – 87/96 550.250,62
ICMS 19.005.100,05
IPVA 4.440.500,00
IPI – Exportação 250.250,26
Multas e juros de mora (de impostos) 906.500,00
Dívida ativa (de impostos) 2.865.654,52
TOTAL 59.823.231,16
Fonte: Elaborado pela autora (2015).
Observe que as receitas de impostos representam a arrecadação dos diversos 
tributos que um município ou outro ente da federação faz. É o principal meio de 
geração de receitas da administração pública. Com base nessa arrecadação e nas 
informações do quadro a seguir, o cálculo do valor destinado para a saúde seria o 
que consta na sequência.
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Cálculo dos gastos com saúde
Arrecadação realizada Exercício de 2014
Receitas de impostos e transferências de impostos R$ 59.823.348,32
Limite mínimo constitucional (mínimo de 15% a ser 
aplicado)
R$ 8.973.484,67
Total das despesas com saúde efetivamente 
realizadas
R$ 16.546.203,33
(-) Despesas custeadas com recursos vinculados 
à saúde
R$ 5.491.938,04
Despesas próprias aplicadas em saúde R$ 11.054.265,29
% de recursos próprios aplicados em saúde 18,48%
Fonte: Elaborado pela autora (2015).
No cálculo do percentual aplicado na saúde, deve-se apurar o total de despesas 
pagas pelo município e descontar o que foi pago com recursos vinculados, ou 
seja, transferidos por outro ente federativo para cobrir despesas com saúde. O que 
sobrar são os recursos próprios aplicados nessa área.
De acordo com o quadro, podemos verificar que, com base na arrecadação já 
efetuada pelo município, o total mínimo a ser investido na saúde seria de R$ 
8.973.484,67, que corresponde a 15% dos impostos. Porém, esse município já 
aplicou nessa área o total de R$ 16.546.203,33, valor que inclui também a aplicação 
de recursos vinculados, ou seja, provenientes de transferências para aplicação na 
saúde. 
O valor vinculado é de R$ 5.491.938,04. Descontando esse valor do total de R$ 
16.546.203,33, temos o resultado de R$ 11.054.265,29. Tal valor corresponde aos 
recursos próprios que foram aplicados na saúde, logo, 18,48% de R$ 59.823.348,32, 
que é o total de impostos arrecadados. Portanto, esse município já aplicou mais do 
que o mínimo estabelecido por lei (15%) em saúde.
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Fechamento 
Ao longo desta unidade, observamos que o orçamento público tem um caráter 
interdisciplinar, pois envolve diversas áreas da esfera pública. Vimos também que o 
relatório resumido da execução orçamentária apresenta amplas informações sobre 
a gestão pública para o Poder Executivo, o Poder Legislativo e para a sociedade 
como um todo. 
Sabendo disso, conhecemos os diversos demonstrativos que compõem o relatório 
resumido da execução orçamentária, como o balanço orçamentário, no qual ficam 
registradas a receita realizada e a receita projetada, assim como as despesas 
fixadas e as executadas. Por fim, para finalizar, analisamos também um caso 
prático de receita e gastos públicos de um município fictício. 
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Referências
BRASIL. Lei n. 4.320, de 17 de março de 1964. Estatui Normas Gerais de Direito 
Financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, 
dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal. Brasília, DF: Presidência da 
República, [1982]. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l4320.
htm. Acesso em: 24 set. 2020.
______. Relatório resumido da execução orçamentária (RREO). Tesouro 
Nacional Transparente, Brasília, 20 out. 2019. Disponível em: https://www.
tesourotransparente.gov.br/publicacoes/relatorio-resumido-da-execucao-
orcamentaria-rreo/2019/9. Acesso em: 24 set. 2020.
GIACOMONI, J. Orçamento público. São Paulo: Atlas, 2012.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l4320.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l4320.htm
https://www.tesourotransparente.gov.br/publicacoes/relatorio-resumido-da-execucao-orcamentaria-rreo/2019/9
https://www.tesourotransparente.gov.br/publicacoes/relatorio-resumido-da-execucao-orcamentaria-rreo/2019/9
https://www.tesourotransparente.gov.br/publicacoes/relatorio-resumido-da-execucao-orcamentaria-rreo/2019/9