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Farmacologia dos Hipoglicemiantes

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FARMACOLOGIA DOS HIPOGLICEMIANTES 
INTRODUÇÃO 
• Em síntese... DM1: Insulinoterapia / DM2: Insulinoterapia, hipoglicemiantes orais. 
• A terapia farmacológica do diabetes visa alívio dos sintomas e evitar ou reduzir complicações. 
INSULINOTERAPIA 
• Objetivos: mimetizar a secreção fisiológica de insulina (há insulinas basais = intermediária/lenta/ultra-lenta e 
prandiais = rápida/ultra-rápida) e prevenir descompensação metabólica e CAD. 
• O tratamento é individualizado e escalonado (evitar sequela hipoglicêmica), demandando reavaliação periódica. 
• Indicações: DM1, DM2 sem controle com dieta e medicamentos, controle DMG e tratamento CAD. 
• Preparações disponíveis: 
o Origem: pode ser bovina, suína e humana (DNA recombinante). 
o Início e duração da ação: ultra-rápida, rápida, intermediária, lenta e ultra-lenta. 
• Insulinas comerciais diferem nos aspectos: técnica de produção, sequência de aminoácidos (embora a molécula 
seja igual), concentração, solubilidade, início e duração de ação (de acordo com a preparação farmacêutica). 
• Esquema basal-bolus: insulina basal > bolus (dose adicional ou outro tipo) de refeição > bolus de correção. 
• Insulinas de ação ultra-rápida: lispro, asparte, glulisina. 
o Início de ação 5-15 min (administrar antes da refeição), pico 30min-2h, duração 3-5h. 
o Quando em grande concentração (ampola), as moléculas de insulina formam hexâmeros. Em concentrações 
menores (no tecido SC), os hexâmeros se quebram em dímeros e, posteriormente, monômeros (absorvidos). 
o Insulina inalada: início de ação imediato, pico 10-20min, duração 1-2h. 
• Insulina de ação rápida: regular. pH neutro (7,4): maior estabilidade em temperatura ambiente. 
o Início de ação 30-60min, pico 2-3h, duração 5-8h. 
o Única que pode ser administrada via endovenosa. 
• Insulina de ação intermediária: NPH. Mais utilizada, disponível no SUS. 
o Início de ação 2-4h, pico 4-10h, duração 10-18h, pH neutro. 
o Complexação com protamina (sequestrador de insulina) e zinco (se liga à insulina e retarda absorção). 
o Detemir: início de ação 1-3h, pico de ação 6-8h, duração 18-22h. 
• Insulina de ação longa: glargina e degludeca. 
o Microprecipitado (cristais no SC = absorção lenta), sem pico ação (simula secreção basal, evita hipoglicemia). 
• Preparações misturadas: NPH/regular, NPL/lispro (protaminada), NPA/asparte. 
 
 
 
 
Lara Mattar | Funções Biológicas IV | Medicina UFR 
• Sistemas de administração: inalada, canetas e seringas e bomba. 
• Vias: SC (principal), IM e IV (apenas regular). 
• Locais: abdome, parte dorsal do braço, glúteo, região anterior da 
coxa. 
• RA: hipoglicemia, alergia, RI, lipodistrofia (rodízio). 
 
Essa dissociação do hexâmetro 
no SC ocorre mais rapidamente
 
 HIPOGLICEMIANTES ORAIS 
SECRETAGOGOS DE INSULINA 
1º TIPO: Induzem a secreção de insulina, atuando no fechamento dos canais de K+, reduzindo seu efluxo do 
interior das células beta (fecha > despolariza membrana > abre canal de Ca2+ > entra > libera insulina). 
o Sulfoniluréias: 1ª geração, 2ª geração (glibenclamida) e 3ª geração (glimepirida)/ dose menor. 
§ Duração de ação: 18-24h. 
§ Contraindicações e RA: hipoglicemia, efeitos TGI (diarreia) e ganho de peso, CI na gravidez e alcoolismo. 
o Meglitinidas: repaglinida, nateglinida. Pouco usados na prática, em associações. 
§ Duração de ação: 3-4h. Início de ação muito menor. Necessita de dose menor. 
2º TIPO: Incretinas GLP-1 (peptídeo semelhante ao glucagon) e GIP (polipeptídeo insulinotrópico dependente de 
glicose). Mecanismo: alimentação > liberação incretinas TGI > atuam na cél. B, promovendo secreção de insulina. 
o Análogos de GLP-1: liraglutida, semaglutida. Aumento da biossíntese e exocitose de insulina na cél. beta. 
o Inibidores de DPP-4: dipeptidil peptidase 4 desativa função do GLP-1: saxagliptina. Aumenta GLP-1. 
SENSIBILIZADORES DE INSULINA 
• Aumentam expressão de proteínas como receptor de insulina, GLUT-4, de AMPK (metabolismo glicose). 
o Biguanidas: metformina. Mecanismo não 
completamente elucidado. Aumenta atividade da 
AMPK, que atua na estimulação direta da glicólise 
nos tecidos, redução da gliconeogênese hepática, 
redução da absorção de glicose pelo TGI, redução 
dos níveis plasmáticos de glucagon. Melhora a 
função metabólica da insulina, seja por aumento 
da captação ou consumo de glicose pelos tecidos 
periféricos. O estímulo da AMPK reduz lipogênese 
e gliconeogênese. Reduz hiperinsulinemia, comum 
DM2. 
§ CI e RA: acidose lática, efeitos TGI, diminui 
absorção de B12. 
o Tiazolidinodionas: pioglitazona. Ligação em receptores PPARy das células adiposas > expressão gênica de 
produtos importantes a ação da insulina (GLUT-4 e outros) > diminuição da RI. 
§ CI e RA: ganho de peso, retenção hídrica (importante), efeitos TGI. 
INIBIDORES DA ALFA-GLICOSIDASE 
• Arcabose: Inibe a alfa-glicosidase intestinal, enzima que quebra a glicose = reduz absorção de carboidratos. Não 
usar em monoterapia, pois a gliconeogênese, por ex., não é alterada. Causa diarreia dor abdominal e flatulências. 
CI em pacientes com doença inflamatória intestinal aguda ou crônica e comprometimento renal/hepático. 
INIBIDORES DO SGLT-2 
• Dapaglifosina atua na célula renal, inibindo SGLT-2, transportador simporte Na+/glicose. Diminui reabsorção de 
glicose (induz glicosúria / diurese osmótica e desidratação e diminui PA / redução de peso por perda de calorias 
na urina).

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