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Processo Penal I - prova 1 - princípios inquérito

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DIREITO PROCESSUAL PENAL I 
CONCEITO DE DIREITO PROCESSUAL PENAL 
É um instrumento através do qual o direito penal se 
torna eficaz, aplicável a um sujeito, uma ferramenta a 
serviço do Estado, utilizada para punir, bem como uma 
ferramenta de garantias do acusado que determina os 
limites do Estado. 
SISTEMAS PROCESSUAIS PENAIS 
Historicamente, há, como regra, três sistemas regentes do 
processo penal: 
A) INQUISITIVO; B) ACUSATÓRIO; C) MISTO. 
INQUISITIVO 
É caracterizado pela concentração de poder nas mãos 
do julgador, que exerce, também, a função de 
acusador; a confissão do réu é considerada a rainha das 
provas; não há debates orais, predominando procedimentos 
exclusivamente escritos; os julgadores não estão sujeitos à recusa; 
o procedimento é sigiloso; há ausência de contraditório e a defesa 
é meramente decorativa. 
ACUSATÓRIO 
Possui nítida separação entre o órgão acusador e o 
julgador; há liberdade de acusação, reconhecido o 
direito ao ofendido e a qualquer cidadão; predomina a 
liberdade de defesa e a isonomia entre as partes no processo; 
vigora a publicidade do procedimento; o contraditório está 
presente; existe a possibilidade de recusa do julgador; há livre 
sistema de produção de provas; predomina maior participação 
popular na justiça penal e a liberdade do réu é a regra. 
MISTO 
Surgido após a Revolução Francesa, uniu as virtudes 
dos dois anteriores, caracterizando-se pela divisão do 
processo em duas grandes fases: a instrução 
preliminar, com os elementos do sistema inquisitivo, e a fase de 
julgamento, com a predominância do sistema acusatório. 
SISTEMA PROCESSUAL PENAL BRASILEIRO 
O sistema adotado no Brasil era o misto; hoje, após a reforma 
realizada pela Lei 13.964/2019, é o acusatório mitigado (Definição 
de Guilherme Nucci). 
JUSTIÇA RETRIBUTIVA X JUTIÇA RESTAURATIVA 
a) o crime é ato contra a 
sociedade, representada pelo 
Estado; 
a) o crime é ato contra a 
comunidade, contra a vítima e 
contra o próprio autor; 
b) o interesse na punição é 
público; 
b) o interesse em punir ou 
reparar é das pessoas 
envolvidas no caso; 
c) a responsabilidade do 
agente é individual; 
c) há responsabilidade social 
pelo ocorrido; 
d) há o uso estritamente 
dogmático do direito penal; 
d) predomina o uso alternativo 
e crítico do direito penal; 
e) utilizase de procedimentos 
formais e rígidos; 
e) existem procedimentos 
informais e flexíveis; 
f) predomina a 
indisponibilidade da ação 
penal; 
f) predomina a disponibilidade 
da ação penal; 
g) a concentração do foco 
punitivo volta-se ao infrator; 
g) há uma concentração de 
foco conciliador; 
h) há o predomínio de penas 
privativas de liberdade; 
h) existe o predomínio da 
reparação do dano causado ou 
da prestação de serviços 
comunitários; 
i) existem penas cruéis e 
humilhantes; 
i) as penas são proporcionais e 
humanizadas; 
j) consagra-se a pouca 
assistência à vítima; 
j) o foco de assistência é 
voltado à vítima; 
k) a comunicação do infrator é 
feita somente por meio do 
advogado. 
k) a comunicação do infrator 
pode ser feita diretamente ao 
Estado ou à vítima. 
PRINCÍPIOS DO PROCESSO PENAL 
Os princípios no Processo Penal possuem tanto aplicação 
interpretativa da norma, quanto aplicação direta. 
 JUIZ INDEPENDENTE E IMPARCIAL: 
O juiz é independente tanto do ponto de vista 
interno do poder judiciário quanto do ponto de vista 
externo relativo aos demais poderes, tendo suas 
prerrogativas positivadas pelo artigo 95, caput da CF. 
A independência é condição para a imparcialidade, que é 
fundamental para proferir um julgamento. Sendo assim, a 
Constituição prevê vedações para os juízes (art. 95, par. ún.) e 
CPP, impedimentos (art. 252), incompatibilidades (art.253) e 
suspeições (art. 254). 
PRINCÍPIOS DO JUIZ NATURAL: 
Visa assegurar um julgador imparcial, evitando 
manipulações arbitrárias na escolha dele: 
Neste sentido, há o art. 5º, XXXVII, CF que trata 
sobre a vedação de tribunais de exceção; 
Também, há o inciso LIII, deste mesmo artigo da CF que trata do 
direito de ser processado e julgado pela autoridade competente 
predeterminada por lei. 
FORO POR PRERROGATIVA DE FUNÇÃO: 
Súm. 704/STF: Não viola as garantias do juiz natural, da ampla 
defesa e do devido processo legal a atração por continência ou 
conexão do processo do corréu ao foro por prerrogativa de função 
de um dos denunciados. 
IDENTIDADE FÍSICA DO JUIZ: 
Art. 399, § 2º, CPP - O juiz que presidiu a instrução 
deverá proferir a sentença. 
 
PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE: 
Art. 5º, XXXIII, CF (direito de receber informações de 
seu interesse particular ou interesse coletivo); 
Art. 5º, LX, CF - defesa da intimidade ou o interesse 
social o exigirem (restrição da publicidade). 
PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO IGUALDADE DAS PARTES 
OU DA PARIDADE DE ARMAS: 
Art. 5º, LV, CF - “aos litigantes, em processo judicial ou 
administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o 
contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela 
inerentes”; 
Está ligado a dialética processual, em que ambas as 
partes fiscalizam os atos da outra, oportunizando 
uma outra visão a respeito de um fato, elemento ou 
testemunho levado aos autos. Assim, o contraditório 
gera o direito de participação de ambas as partes em relação aos 
atos praticados no processo. 
Todavia, importante referir que a participação só será suficiente 
se ocorrer em pé de igualdade: PARIDADE DE ARMAS. 
O contraditório efetivo só ocorre quando ambas as partes 
participam da própria formação da prova. 
Contraditório do réu delatado, Art. 4º, § 10-A, Lei 12.850/13: “Em 
todas as fases do processo, deve-se garantir ao réu delatado a 
oportunidade de manifestar-se após o decurso do prazo concedido 
ao réu que o delatou”. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019). No 
final de 2019, antes da supracitada modificação, o Supremo já 
havia decidido nesse sentido. 
A conceção de medidas cautelares (liminares) inaudita altera 
pars representam uma exceção ao princípio do contraditório, e 
não uma ofensa. 
Significa a efetivação do princípio da igualdade das partes, já que 
existe o perigo de a medida tornar-se ineficaz a final, colocando o 
requerente da cautelar em desvantagem relativamente à 
contraparte. 
A paridade das partes no processo implica na igualdade de 
armas, isto é, de instrumentos processuais para que possam valer 
os seus direitos e pretensões, não impedindo que posteriormente 
possa ser analisado, a concessão da liminar é apenas um 
adiamento temporal da efetivação do contraditório. 
No inquérito policial, não vige o princípio do contraditório. 
Investigação criminal é inquisitorial! 
INDUBIO PRO REO OU FAVOR REI OU PRINCÍPIO DO 
SOCORRO AO RÉU 
Por este princípio, na dúvida, absolve-se. 
Ônus da prova é de quem alega. Ao promotor interessa a água 
limpa, deve purificar a prova, fazer com que ela não enseje 
dúvidas. Regência do princípio da verdade real. À defesa, basta 
criar dúvida! 
PRINCÍPIO DA AMPLA DEFESA: 
A ampla defesa é formada pela defesa técnica e 
pessoal e pode ser exercida de modo positivo e 
negativo. 
Art. 5º, LV, CF e Art. 261, CPP - Nenhum acusado, 
ainda que ausente ou foragido, será processado ou julgado sem 
defensor. 
Súmula 523/STF: “No processo penal, a falta da defesa constitui 
nulidade absoluta, mas a sua deficiência só o anulará se houver 
prova de prejuízo para o réu”. 
GARANTIA DA MOTIVAÇÃO DAS DECISÕES: 
Art. 93, IX, CF - todos os julgamentos dos órgãos do 
Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas 
todas as decisões, sob pena de nulidade (...) 
Este princípio propicia o exercício à ampla defesa. 
Também, este princípio é chamado de “PRINCÍPIO DO LIVRE 
CONVENCIMENTO”. 
PRINCÍPIO DA VERDADE: 
A verdade processual ou verdade real. O processo é a 
reconstrução de um fato histórico, logo, tem 
limitações intransponíveis. Assim, a única verdade 
possívelde “aparecer” é a do que foi produzido no 
processo com os limites inerentes das interpretações. 
Fundamenta o princípio da inadmissibilidade de produção das 
provas obtidas por meios ilícitos. 
PRINCÍPIO DO ESTADO DE INOCÊNCIA: 
Art. 5º, LVII, CF: (...)ninguém será considerado 
culpado até o trânsito em julgado de sentença penal 
condenatória. 
Nesse sentido, o processo é um instrumento de garantia do 
cidadão. É uma regra de tratamento e de interpretação probatória 
(in dubio pro reo). 
PRINCÍPIO DA INADMISSIBILIDADE DE PRODUÇÃO DAS 
PROVAS ILÍCITAS: 
Art. 5º, LVI, CF - são inadmissíveis, no processo, as 
provas obtidas por meios ilícitosi 
PRINCÍPIO DO DIREITO DE PERMANECER CALADO: 
Nada mais é do que a modalidade de autodefesa 
passiva. 
Art. 5º, LXIII - o preso será informado de seus direitos, 
entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a 
assistência da família e de advogado. 
PRINCÍPIO DA DURAÇÃO RAZOÁVEL DO PROCESSO: 
Art. 5º, LXXVIII, CF - a todos, no âmbito judicial e 
administrativo, são assegurados a razoável duração 
do processo e os meios que garantam a celeridade 
de sua tramitação; 
Casos de prisão cautelar; 
Trancamento de Ações Penais e Inquéritos por excesso de prazo. 
PRINCÍPIO DO DEVIDO PROCESSO LEGAL: 
Versa sobre o respeito ao processo para que se 
possa punir. 
Art. 5º, LIV, CF - LIV - ninguém será privado da 
liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal. 
O Juiz criminal não tem a prerrogativa do cível, que pode mandar 
emendar. Ou seja, ou ele admite ou não admite a ação e dentre as 
causas de não admitir está a inépcia da inicial com base no art. 
395 (inicial que não serve para o fim que se destina). A inicial para 
o processo penal é a denúncia ou a queixa-crime, esta deve acusar 
de tal forma que circunscreva o caso em uma moldura, a fim de 
assegurar o direito de defesa. 
PRINCÍPIO DA CORRELAÇÃO: 
O Ministério Público (denúncia) ou o querelante 
(queixa-crime) irá descrever os fatos e, após, dará 
uma definição jurídica a estes fatos. 
O juiz está vinculado aos fatos descritos na 
denúncia, no momento da sentença, o juiz deverá guardar relação 
aos fatos narrados, não à definição jurídica. 
Neste sentido surgem dois institutos para preservar este princípio 
da correlação: emendatio libelli e mutatio libelli. 
A emendatio libelli está prevista no artigo 383 do CPP: 
“Art. 383. O juiz, sem modificar a descrição do fato contida na 
denúncia ou queixa, poderá atribuir-lhe definição jurídica diversa, 
ainda que, em consequência, tenha de aplicar pena mais grave.” 
§ 1o Se, em consequência de definição jurídica diversa, houver 
possibilidade de proposta de suspensão condicional do processo, o 
juiz procederá de acordo com o disposto na lei. 
§ 2o Tratando-se de infração da competência de outro juízo, a este 
serão encaminhados os autos.” 
Ou seja, se o juiz percebe que o MP incorreu em erro de definição 
jurídica o juiz apenas emendará a peça acusatória adequando o 
fato a classificação jurídica ou a definição jurídica adequada. 
Já o art 384 do CPP prevê o instituto da mutatio libelli, no qual 
surge um fato que não estava previsto na denúncia que altera a 
classificação/definição jurídica daquele fato inicial. Neste caso o 
Juiz não poderá condenar pela anterior definição jurídica pois não 
haveria relação do fato com a denúncia. Neste caso o juiz deverá 
dar vista ao MP, que deverá aditar a denúncia, fazendo integrar 
este novo fato a denúncia, entregue a defesa para se manifestar, 
se necessário for deverá proceder uma instrução com debates 
orais e só então o juiz poderá proferir uma sentença condenatória 
com base no aditamento da denúncia. 
Art. 384. Encerrada a instrução probatória, se entender cabível 
nova definição jurídica do fato, em consequência de prova 
existente nos autos de elemento ou circunstância da infração 
penal não contida na acusação, o Ministério Público deverá aditar 
a denúncia ou queixa, no prazo de 5 (cinco) dias, se em virtude 
desta houver sido instaurado o processo em crime de ação pública, 
reduzindo-se a termo o aditamento, quando feito oralmente. 
INQUÉRITO POLICIAL 
CONCEITO DE INQUÉRITO POLICIAL: 
É um instrumento inquisitório, deve ser ESCRITO, SIGILOSO E NÃO 
OBRIGATÓRIO. 
Poderão ser requeridas diligências pelo ofendido ou por seu 
representante legal, mas serão julgadas pertinentes ou não pela 
autoridade (Delegado). Artigo 14 CPP. 
Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da 
prova produzida em contraditório judicial, não podendo 
fundamentar sua decisão exclusivamente nos ELEMENTOS 
INFORMATIVOS colhidos na investigação, ressalvadas as provas 
cautelares, não repetíveis e antecipadas. 
Note-se que os elementos informativos não são provas, então não 
podem embasar sentença condenatória se não estiverem 
angariados de provas colhidas no processo. 
CARACTERÍSTICAS DO INQUÉRITO POLICIAL 
ESCRITO: ✔ Artigo 9º, CPP. ✔ Páginas rubricadas, caso 
datilografadas 
SIGILOSO: ✔ Sigilo necessário, Art. 20, CPP; ✔ Art. 7º, XIV, Lei 
8906/94 (Estatuto/Advocacia) e Súmula Vinculante 14/STF. ✔ O 
advogado pode ter vista dos autos. 
Súmula Vinculante 14/STF: É direito do defensor, no interesse do 
representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já 
documentados em procedimento investigatório realizado por 
órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao 
exercício do direito de defesa. 
NÃO OBRIGATÓRIO/DISPENSÁVEL: ✔ Art. 12; 39, § 5º e 46, § 1º, 
do CPP. ✔ Mesmo não sendo obrigatório, ele acompanhará a 
denúncia ou queixa, sempre que servir de base a uma ou outra. 
INDISPONÍVEL: ✔ Art. 17 CPP. Obs.: nas hipóteses de atipicidade 
formal o delegado não é obrigado a instaurar IP. No entanto, uma 
vez instaurado o IP o delegado não pode arquivar o IP, deverá 
encaminhar ao MP, que enviará ao Juiz. 
INÍCIO DO INQUÉRITO POLICIAL 
As regras sobre o início do procedimento variam de acordo com o 
tipo de ação penal do crime investigado: 
I) AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA (ART. 5, 
CAPUT): 
Se o tipo se enquadrar em tipo penal tutelado pela ação penal 
pública incondicionada o inquérito poderá começar: 
a) de ofício pela autoridade policial (inc. I): através de 
Notícia-crime de qualquer do povo (art. 5, §3º) 
b) Requisição do MP (inc. II): vinculatória. 
c) Requisição do Juiz (inc. II): vinculatória. 
d) Requerimento do ofendido ou do seu representante 
(inc.II) 
✔ Do despacho que indeferir o requerimento de abertura do IP, 
poderá recorrer ao “chefe de polícia” (art. 5, § 2º) 
✔ Prisão em flagrante (art. 8) 
Depois que um IP é aberto ele não é fechado pelo delegado. 
II) AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA (ART. 5, § 4º): 
Se o tipo se enquadrar em tipo penal tutelado pela ação penal 
pública condicionada o inquérito poderá começar: a partir da 
representação do ofendido. 
III) AÇÃO PENAL PRIVADA (ART. 5º, §, 5º): 
Se o tipo se enquadrar em tipo penal tutelado pela ação penal 
privada, o inquérito poderá começar: a partir do requerimento do 
ofendido. 
OBS ¹: Ação penal de competência originária dos Tribunais 
É quando o processo penal inicia já em segundo grau - exemplo: 
crime cometido no exercício da função/em razão da função de um 
prefeito, começa no TJ ou TRF, de um governador, começa no STJ, 
por deputado federal, começa no STF. Para investigar, deve-se 
pedir autorização para tribunal, que deverá autorizar ou não a 
investigação. 
Neste caso, havendo a autorização, haverá um Ministro ou um 
Desembargador relator que será o responsável por controlar 
aquela investigação. 
OBS ²: Denúncia anônima = Notícia crime anônima. 
Não pode servir de base para instaurar inquérito policial. 
Pode autorizar a realização de atos de investigação? Art. 5º, § 3º 
(VPI - verificação de procedência da informação). O delegado irá 
verificar a procedência da denúncia antes. 
Não serve para oTribunal autorizar o início da investigação. 
Não serve para determinar meios de obtenção de prova. 
 
OBS³: Critérios de definição da atribuição do Delegado: 
Não se fala em competência (medida da jurisdição), mas 
atribuição para realizar determinada atividade. 
A atuação policial ocorrerá em determinada “circunscrição”. 
DELEGACIA ESPECIALIZADA: circunscrição com base na matéria 
DELEGACIA REGIONAL DE XXX: circunscrição com base no 
território. 
Nota-se que a violação dos critérios de atribuição não gera 
incompetência absoluta ou relativa. 
No caso de meios de obtenção de prova, por depender de 
autorização judicial, em caso de incompetência do juiz, haverá 
nulidade. 
Exemplo: Um delegado de novo Hamburgo apura 
crime ocorrido em São Leopoldo. No meio da 
investigação foi necessário requerer ao juiz um 
mandado de busca e apreensão. Se este pedido for 
enviado ao Juiz de Novo Hamburgo haverá incompetência 
do juiz, logo, nulidade. 
CUIDADO COM A LITERALIDADE DO ART. 4º CPP: 
A polícia judiciária será exercida pelas autoridades 
policiais no território de suas respectivas circunscrições e 
terá por fim a apuração das infrações penais e da sua 
autoria. 
• Parágrafo único. A competência definida neste artigo 
não excluirá a de autoridades administrativas, a quem 
por lei seja cometida a mesma função. 
 
INVESTIGAÇÕES: 
Art. 6º Logo que tiver conhecimento da prática da 
infração penal, a autoridade policial deverá: 
I - dirigir-se ao local, providenciando para que não 
se alterem o estado e conservação das coisas, até a 
chegada dos peritos criminais 
II - apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após 
liberados pelos peritos criminais; 
❖ Note-se que a mera apreensão não depende, como regra, de 
autorização judicial. 
III - colher todas as provas (elementos) que servirem para o 
esclarecimento do fato e suas circunstâncias; 
IV - ouvir o ofendido; 
V - ouvir o indiciado, com observância, no que for aplicável, do 
disposto no Capítulo III do Título Vll, deste Livro, devendo o 
respectivo termo ser assinado por duas testemunhas que Ihe 
tenham ouvido a leitura; 
VI - proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações 
(contradições); 
VII - determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de 
delito e a quaisquer outras perícias; 
VIII - ordenar a identificação do indiciado pelo processo 
datiloscópico, se possível, e fazer juntar aos autos sua folha de 
antecedentes; 
IX - averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista 
individual, familiar e social, sua condição econômica, sua atitude e 
estado de ânimo antes e depois do crime e durante ele, e 
quaisquer outros elementos que contribuírem para a apreciação 
do seu temperamento e caráter. 
X - colher informações sobre a existência de filhos, respectivas 
idades e se possuem alguma deficiência e o nome e o contato de 
eventual responsável pelos cuidados dos filhos, indicado pela 
pessoa presa. 
RECONSTITUIÇÃO: 
É a reprodução simulada do fato ocorrido. 
Art. 7º Para verificar a possibilidade de haver a 
infração sido praticada de determinado modo, a 
autoridade policial poderá proceder à reprodução 
simulada dos fatos, desde que esta NÃO contrarie a moralidade 
ou a ordem pública. 
INCOMUNICABILIDADE DO INDICIADO (ART. 21, CPP) 
Indiciado é o indivíduo que a investigação 
entende ser o culpado pelo ato criminoso. 
É uma decisão (despacho) do juiz que será 
provocado (requerimento), pela autoridade policial ou pelo 
MP, fundamentado no interesse da sociedade ou a 
conveniência da investigação o exigir. 
Esta incomunicabilidade não excederá de três dias e possui a 
limitação de que o advogado pode se comunicar, pessoal e 
reservadamente, com o seu cliente. 
❖ Dispositivo não recepcionado pela Constituição 
VALOR PROBATÓRIO DO INQUÉRITO: 
Quando o IP serve de base para a denúncia ele 
servirá de base para a ação penal (CPP, art. 12). Os 
elementos de informação colhidos no inquérito 
policial não são prova em sentido estrito (não são 
produzidos em contraditório – CPP, art. 155, caput), mas podem 
ser valorados, se em concordância com as provas produzidas em 
juízo. 
Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da 
prova produzida em contraditório judicial, não podendo 
fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos 
informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas 
cautelares, não repetíveis e antecipadas. 
Prova pericial produzida no inquérito policial: PROVA CAUTELAR 
(exemplo: exame de corpo de delito). 
OBS: “Nos termos da jurisprudência desta Corte Superior, perícias 
e documentos são provas que não necessitam ser repetidas no 
curso da ação penal, podendo ser validamente utilizadas para a 
definição da culpa penal sem violação do art. 155 do Código de 
Processo Penal” (AgRg no REsp 1.522.716/SE, j. 20/03/2018). 
CONCLUSÃO DO INQUÉRITO POLICIAL: 
Prazo (art. 10, caput) – regra geral: se o 
investigado estiver solto: 30 dias, podendo ser 
prorrogado por pedido do Delegado de Polícia 
(por prazo a ser definido pelo Juiz) para diligências 
imprescindíveis à denúncia. 
Se o investigado estiver preso: 10 dias. Com as modificações do 
Pacote Anticrime, segundo o Art. 3-B, § 2º, se o investigado estiver 
preso, o juiz das garantias poderá, mediante representação da 
autoridade policial e ouvido o Ministério Público, prorrogar, uma 
única vez, a duração do inquérito por até 15 (quinze) dias. 
• ATENÇÃO: A vigência do citado artigo está suspensa em razão 
de decisão do STF. 
PRAZOS ESPECIAIS: 
✔ Lei de drogas, 11.343/06, Art. 51: 30 dias para o investigado 
preso e 90 dias para o investigado solto. Os prazos podem ser 
duplicados. 
✔ Prisão Temporária nos crimes hediondos, Lei 8072/90: O 
inquérito poderá durar, enquanto transcorrer a prisão: 30 dias 
prorrogáveis por mais 30. 
SE OS PRAZOS NÃO FOREM RESPEITADOS: 
✔ Investigado solto: não produz qualquer consequência; 
✔ Investigado preso: a prisão torna-se ilegal, segundo Art. 3-B, 
§2º. 
• ATENÇÃO: A vigência do citado artigo está suspensa em razão de 
decisão do STF 
RELATÓRIO: 
É o meio pelo qual o IP é finalizado - Art. 10, §§ 1º e 
2º, CPP. 
Não é necessário tipificar o delito, bem como a 
eventual tipificação não vincula o promotor. 
A autoridade pode indicar testemunhas que não tiverem sido 
inquiridas, mencionando o lugar onde possam ser encontradas. 
Remeter a juízo objetos e instrumentos do crime, Art. 11, CPP. 
A conclusão do relatório indicará o indiciamento ou 
arquivamento. 
INDICIAMENTO: 
✔ Lei 12.830/2013 (investigação criminal), art. 
2.º, §6.º: 
“O indiciamento, privativo do delegado de polícia, dar-se-á por ato 
fundamentado, mediante análise técnico-jurídica do fato, que 
deverá indicar a autoria, materialidade e suas circunstâncias.” 
✔ Momento: Só pode ocorrer no inquérito e pelo Delegado de 
Polícia. 
✔ Demais incumbências da autoridade policial: 
I - fornecer às autoridades judiciárias as informações 
necessárias à instrução e julgamento dos processos; 
II - realizar as diligências requisitadas pelo juiz ou pelo 
Ministério Público; 
III - cumprir os mandados de prisão expedidos pelas 
autoridades judiciárias; 
IV - representar acerca da prisão preventiva (pedido de 
prisão preventiva). 
INFO 907, Supremo - O delegado de polícia pode formalizar 
acordos de colaboração premiada, na fase de inquérito policial, 
respeitadas as prerrogativas do Ministério Público, o qual deverá 
se manifestar, sem caráter vinculante, previamente à decisão 
judicia. 
DESTINO E ARQUIVAMENTO: 
✔ Distribuição no Foro, salvo caso de prevenção. 
✔ É recebido pelo Juiz, dando-se vista ao MP. 
✔ O Promotor poderá: oferecer a denúncia; 
arquivar; requerer novas diligências. 
• ATENÇÃO, pois o MP somente poderá requerer a devolução do 
inquérito à autoridade policial para novas diligências 
IMPRESCINDÍVEIS ao oferecimentoda denúncia 
A autoridade policial NÃO pode arquivar o inquérito, Art. 17, CPP. 
Conforme a redação do CPP antes do Pacote Anticrime, o 
arquivamento só será realizado pela autoridade judicial, mediante 
pedido do MP. Ainda, se o Juiz não concordar com o pedido de 
arquivamento, mandará os autos do inquérito para o Procurador 
Geral, que, se determinar pelo arquivamento deverá o Juiz 
obrigado a atender o pedido de arquivamento (Art. 28, CPP). 
*ATENÇÃO: Com as modificações introduzidas pela 
Lei 13.964/2019, relativas ao arquivamento do 
Inquérito Policial (Art. 28, CPP - Lei 13.964/2019), o 
arquivamento seria feito diretamente pelo MP, que 
após decidir pelo arquivamento, o promotor do caso, 
encaminharia os autos para instância superior, dentro do próprio 
Ministério Público, para homologação. O órgão superior do MP 
poderia: a) homologar; b) oferecer a denúncia; c) requisitar 
diligências; d) designar outro órgão do MP para o oferecimento da 
denúncia. Também, a vítima e a autoridade policial deveriam ser 
comunicados acerca da decisão Ministerial, abrindo a 
possibilidade para a vítima ou seu representante, caso não 
concordem com o arquivamento, poderiam interpor recurso – em 
até 30 dias do recebimento da comunicação -, para a instância 
superior do MP. 
No entanto, estão suspensas as normas referentes ao 
arquivamento (Art. 28, CPP - Lei 13.964/2019) por decisão do STF 
(Medida Cautelar na ADI 6305). 
A decisão de arquivamento do IP não transita em julgado: 
Art. 18. Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela 
autoridade judiciária, por falta de base para a denúncia, a 
autoridade policial poderá proceder a novas pesquisas, se de 
outras provas tiver notícia. 
DESARQUIVAMENTO: 
Basta a notícia de provas novas: 
Súm. 524/STF: Arquivado o inquérito policial, por 
despacho do juiz, a requerimento do promotor de 
justiça, não pode a ação penal ser iniciada sem novas provas 
Ocorre por decisão Ministerial, que irá requerer a execução de 
novas diligências à autoridade policial; 
A autoridade policial poderá representar, ao MP, pelo 
desarquivamento.

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