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CRIMES FALIMENTARES 1. INTRODUÇÃO O estado patrimonial em que se encontra o devedor que possui o ativo inferior ao passivo é denominado insolvência. O devedor em insolvência é que se encontra sujeito à execução concursal de seu patrimônio, como imperativo da par condictio creditorum. Mas é necessário atentar‐se para o fato de que o segundo pressuposto da falência, da instauração deste específico processo judicial de execução, não é a insolvência entendida em sua acepção econômica, ou seja, como um estado patrimonial. É, isto sim, a insolvência entendida em um sentido jurídico preciso que a lei estabelece (COELHO, 2005). Em nosso ordenamento jurídico há três espécies de crime falimentar: próprio, impróprio e pré-falimentar e pós-falimentar. O crime próprio é aquele cometido pelo próprio falido; o crime impróprio é aquele praticado por outras pessoas que não o falido; e, os crimes pré- falimentares que são praticados antes da falência e os pós-falimentares são os praticados, logicamente, após a falência. Quando ocorre a Inabilitação Empresarial do falido, dependendo da sentença, caso ele não tenha cometido nenhum crime falimentar, este ficará inabilitado por um prazo de 05 (cinco) anos, entretanto, a Lei Falimentar aplica uma pena mais rigorosa para aqueles que praticam o delito, que devem ficar inabilitados por um prazo de 10 (dez) anos. FUNORTE JANUÁRIA DIREITO EMPRESARIAL IV – FALÊNCIA E RECUPERAÇÃO DE EMPRESAS TDES 3 RESUMO – TEMA: CRIMES FALIMENTARES CURSO: DIREITO Período: 7º Período Turma: B Professora: ESP. MARIA GABRIELA COSTA SANTANA Data: 24/06/2022 VALOR: 10 PONTOS Acadêmico(a): JÉSSICA FERREIRA BERTOLINO, LAURA MARIANA G. DE FREITAS Mesmo o empresário estando inabilitado, a lei trouxe uma flexibilização, onde o empresário inabilitado não pode exercer atividade empresária, mas, nada o impede de ser sócio de outra empresa, ele só não poderá estar à frente da atividade empresarial. Os crimes falimentares são aqueles que decorrem de qualquer ato fraudulento, praticado pelo devedor ou terceiro envolvido (contadores, técnicos, auditores, juiz, representante do Ministério Público, o administrador judicial, o gestor judicial, o perito, avaliador, escrivão, oficial de justiça, leiloeiro, entre outros), que resulte ou possa resultar em prejuízo aos credores da empresa falida. Os crimes falimentares estão previstos nos artigos 168 a 178 da LFR (Lei 11.101/2005), podendo esses ser praticados pelo devedor ou terceiro, antes ou depois da sentença declaratória da falência, que conceda a recuperação judicial ou homologue a recuperação extrajudicial. Ressalta-se que nos casos das sociedades, ou sócios, diretores, gerentes, administradores, conselheiros, bem como o administrador judicial, são equiparados ao devedor ou falido para efeitos penais, vide art. 179 da LFR. 2. NATUREZA JURÍDICA DOS CRIMES FALIMENTARES Há na doutrina grande divergência quanto à natureza falimentar (em relação à lei antiga), sustentando uns tratar-se de crimes contra o patrimônio, como entende Carvalho Mendonça. Outros, como Galdino Siqueira, consideram-no crime contra a fé pública, não faltando aqueles que, como Oscar Stevenson, o julgam um crime contra o comércio. Há divergência também em relação aos crimes tipificados na Lei Federal de Recuperação de Empresas, pois de todos os tipos penais previsto, é possível identificar que alguns deles se aproximam dos crimes Contra o Patrimônio, já outros podem ser considerados como crimes contra a Administração da Justiça, e já outros, contra a fé pública. 3. DESENVOLVIMENTO Os crimes falimentares são aqueles tipificados nos artigos 168 a 178 da lei de Falências (Lei nº 11.101/05), embora não possuam definição específica no ordenamento jurídico brasileiro. São, portanto, crimes falimentares: · Fraude a credores; · Violação de sigilo empresarial; · Divulgação de informações falsas; · Indução a erro; · Favorecimento de credores; · Desvio, ocultação ou apropriação de bens; · Aquisição, recebimento ou uso ilegal de bens; · Habilitação ilegal de crédito; · Exercício ilegal de atividade; · Violação de impedimento; · Omissão dos documentos contábeis obrigatórios. Para que o crime falimentar seja configurado é necessário a presença de três requisitos, sendo estes: a existência de um devedor empresário ou sociedade empresária que tenha sido proferida uma sentença declaratória de falência, ou que tenha concedido a recuperação judicial ou extrajudicial e por fim, é necessário a ocorrência de fatos e atos provenientes de culpa constantes na lei de falência. É imprescindível ressaltar que o elemento subjetivo deste crime é o dolo ou a culpa. Caso não esteja presente pelo menos um deles não haverá punição. (MOURA, 2011) Portanto, verifica-se, que os crimes falimentares tipificados na referida lei podem ocorrer tanto antes quanto depois da decisão de decretação da falência, da concessão da recuperação judicial ou da homologação da recuperação extrajudicial, evidenciando-se que, sem essa decisão, não há falar-se em crime falimentar, tornando as condutas passíveis de serem caracterizadas como crimes de outra natureza. Todavia, não é necessário que haja o transito em julgado da sentença declaratória de falência, ou concessiva de recuperação judicial ou extrajudicial. Já basta, desta forma, que seja uma decisão, ainda em primeiro grau, para que se caracterize crime falimentar alguma das condutas descritas; podendo, ainda, ser cabível eventual recurso. 3.1. ANÁLISE DOS TIPOS PENAIS PREVISTOS NA LEI N°11.101/2005 Fraude a credores (art.168) Objetividade jurídica: o bem ou interesse que a lei visa tutelar é a “pars conditio creditorium”, ou seja, as condições de igualdade entre os credores. Pretende o legislador assegurar que o patrimônio da massa falida seja distribuído de forma justa entre os credores, na ordem estipulada pela lei. Sujeito ativo: o falido e as pessoas equiparados a ele, nos termos do artigo 179. Sujeito passivo: os credores, que se veriam em prejuízo por não ter os créditos satisfeitos, total ou parcialmente, em decorrência do ato fraudulento Características do crime: é crime formal, aquele em que o legislador prevê uma conduta e o resultado, mas o crime consuma-se com a simples prática da conduta, sendo o resultado mero exaurimento. Tentativa: é um exemplo de quando o crime formal admite a tentativa. Se um administrador judicial, elabora escrituração contábil ou balanço com dados inexatos, no intuito de beneficiar-se e a determinado credor, porém a fraude é descoberta pelo Comitê de Credores, responderá pelo crime na forma tentada. Violação de sigilo empresarial (art.169) Objetividade jurídica: procura-se salvaguardar um ambiente favorável para que o devedor mantenha a viabilidade de seus negócios, bem como a estabilidade do mercado, que sempre é abalada, em maior ou menor proporção, dependendo da magnitude das atividades do devedor. É sabido como a dificuldade financeira e econômica de uma empresa pode ser agravada em razão de especulações ou de vazamento de informações negativas, que desestimulam investidores, espantam possíveis parceiros de negócios e maculam, não raro, irremediavelmente a imagem da empresa ou do empresário. Sujeito ativo: concorrentes, terceiros prestadores de serviço, como contadores, auditores e advogados, e mesmo funcionários com acesso a informações privilegiadas. Sujeito passivo: primeiramente, o devedor. Em segundo plano, toda a coletividade, em razão do impacto econômico resultante da provocada inviabilidade do negócio. Pode-se cogitar ainda dos credores do falido como vítimas, uma vez que, se fossem conservadas as condições para a continuidade da empresa ou do empresário, poderiam, commais tranqüilidade, ver seus créditos integralmente satisfeitos. Características do crime: é crime material, aquele em que o legislador prevê conduta e resultado, devendo este ocorrer para que o delito se consume. Se a violação, exploração ou divulgação do sigilo empresarial ou dos dados confidenciais não causar a inviabilidade econômica ou financeira do devedor ou for irrelevante para tanto, o agente responderá por outro(s) crime(s), mas não pelo do artigo 169. Tentativa: como crime material, admite a tentativa. Divulgação de informações falsas (art.170) Objetividade jurídica: novamente, procura-se salvaguardar um ambiente favorável para que o devedor mantenha a viabilidade de seus negócios, bem como a estabilidade do mercado, que sempre é abalada em caso de falência, em maior ou menor proporção, dependendo da magnitude das atividades do devedor. Sujeito ativo: concorrentes, terceiros prestadores de serviço, como contadores, auditores e advogados, e mesmo funcionários com acesso a informações privilegiadas. Sujeito passivo: primeiramente, o devedor. Em segundo plano, toda a coletividade, em razão do impacto econômico resultante da provocada inviabilidade do negócio. Pode-se cogitar ainda dos credores do falido como vítimas, uma vez que, se fossem conservadas as condições para a continuidade da empresa ou do empresário, poderiam, com mais tranquilidade, ver seus créditos integralmente satisfeitos. Características do crime: é crime formal que exige do agente o elemento subjetivo que a teoria clássica ou causalista denomina dolo específico. Se alguém divulgar ou propalar informação falsa sobre devedor em recuperação judicial, tendo o objetivo de levá-lo à falência ou de obter vantagem, reconhece-se a figura penal aqui estudada. Se faltar, porém, ao agente a intenção de provocar a falência ou obter vantagem, descaracterizado estará o crime de divulgação de informação falsa. Cabe destacar que, mesmo que a mentira não provoque a falência nem resulte em vantagem para o agente, o crime estará consumado. Como ocorre nos delitos formais, a obtenção do resultado é mero exaurimento. Tentativa: a infração penal em estudo admite a tentativa. Observações: a informação divulgada tem de ser falsa, se for verdadeira não há que se falar no tipo penal do artigo 170, mas possivelmente no do artigo 169. Indução a erro (art.171) Objetividade jurídica: a lei protege a efetividade do processo de falência, de recuperação judicial ou extrajudicial, bem como o interesse dos credores em terem seus créditos satisfeitos. Sujeito ativo: podem praticar o crime do artigo 171 todos aqueles chamados a colaborar com o administrador judicial, prestando-lhe informações. A saber, os representantes legais da sociedade empresária devedora, o próprio empresário devedor, trabalhadores da empresa e terceiros que prestaram serviços a ela ou prestam durante o processo de falência ou recuperação. Sujeito passivo: uma vez que a indução a erro é crime contra a administração da Justiça, o Estado figura como vítima. Sendo a conduta também atentatória à satisfação das obrigações devidas aos credores – razão principal do processo de falência ou de recuperação judicial ou extrajudicial –, estes figuram no polo passivo secundário. Características do crime: é crime formal que apresenta-se nos modos omissivo (sonegar ou omitir informações) e comissivo (prestar informações falsas). Exige dolo específico do agente, a saber, a intenção de induzir a erro o juiz, o Ministério Público, os credores, a assembleia-geral de credores, o Comitê ou o administrador judicial. Não verificado tal ânimo do agente não há que se falar no reconhecimento da infração. Tentativa: crime omissivo não admite a tentativa. A conduta comissiva do tipo, no entanto, só permitiria a forma tentada excepcionalmente, em caso de distante verificação na prática. Favorecimento de credores (art.172) Objetividade jurídica: a integralidade patrimonial da empresa e os créditos pendentes são os bens jurídicos tutelados por essa figura penal. Sujeito ativo: o empresário devedor ou representantes da sociedade devedora, bem como o administrador judicial, que, após a abertura da recuperação judicial ou extrajudicial e da falência, é o único com poderes para agir da forma incriminada. O parágrafo único admite a participação de credor. Sujeito passivo: os credores que forem prejudicados pelo favorecimento de um ou alguns deles. Características do crime: é delito formal. Sendo praticado o ato de disposição ou oneração patrimonial ou gerador de obrigação no intuito de beneficiar um ou alguns dos credores, estará caracterizada a infração. Tentativa: é possível. Desvio, ocultação ou apropriação de bens (art.173) Objetividade jurídica: a integralidade patrimonial do devedor ou da massa falida e a satisfação dos créditos pendentes. Sujeito ativo: os credores e o administrador judicial. Os representantes legais da sociedade devedora ou o empresário devedor somente poderão praticar o crime por meio de interposta pessoa. Sujeito passivo: o devedor (quando ele mesmo não for o sujeito ativo) e os credores que forem prejudicados. Características do crime: é crime de mera conduta. O legislador descreve somente a conduta criminosa, não mencionando qualquer resultado. Tentativa: tratando-se de condutas comissivas, é perfeitamente possível a tentativa. Aquisição, recebimento ou uso ilegal de bens (art.174) Objetividade jurídica: a integralidade patrimonial do devedor ou da massa falida e a satisfação dos créditos pendentes. Sujeito ativo: os credores e o administrador judicial. Os representantes legais da sociedade devedora ou o empresário devedor somente poderão praticar o crime por meio de interposta pessoa. Sujeito passivo: a massa falida e os credores prejudicados. Características do crime: é delito de mera conduta. A diferença deste e da figura típica anterior está nos verbos do tipo penal e na restrição a que a ação seja pratica durante o processo de falência, enquanto o artigo 173 permite a infração durante a recuperação judicial. Habilitação ilegal de crédito (art.175) Objetividade jurídica: o bem jurídico que a lei procura tutelar é a satisfação dos créditos pendentes. Sujeito ativo: os credores e qualquer outro agente que se habilite como credor sabendo que não tem crédito. Sujeito passivo: o devedor ou a massa falida e os credores de boa-fé. Características do crime: delito de mera conduta. Apresentada relação de créditos, habilitação de créditos ou reclamação falsas, ou juntada a elas título falso ou simulado, estará caracterizada a infração. Tentativa: é possível. Exercício ilegal de atividade (art.176) Objetividade jurídica: a lei procura evitar que o mau profissional, inabilitado ou incapacitado por decisão judicial, continue em atividade no mercado, pondo em risco outros empreendimentos e negócios. Sujeito ativo: a pessoa declarada inabilitada ou incapacitada por decisão judicial em processo falimentar ou em processo de recuperação judicial ou extrajudicial. Sujeito passivo: a coletividade, o mercado, que sofrerá o risco da atuação de um profissional inepto. Classificação do crime: é delito de mera conduta, cuja condição objetiva de punibilidade é a decisão judicial. Tentativa: não se admite a tentativa. Violação de impedimento (art.177) Objetividade jurídica: a credibilidade do Poder Judiciário no processo de falência ou de recuperação judicial. Sujeito ativo: o juiz, o representante do Ministério Público, o administrador judicial, o gestor judicial, o perito, o avaliador, o escrivão, o oficial de justiça ou o leiloeiro. Sujeito passivo: sendo o interesse do legislador, nesta figura penal, a credibilidade do Poder Judiciário, é ele também o sujeito passivo, bem como eventuais prejudicadospela interferência das pessoas relacionadas no tipo. Características do crime: é de mera conduta. Omissão dos documentos contábeis obrigatórios (art.178) Objetividade jurídica: a transparência da atividade empresarial. Sujeito ativo: o devedor, os representantes legais da sociedade devedora e o administrador judicial podem incidir na conduta incriminada. Sujeito passivo: a coletividade, o mercado. Características do crime: é delito de mera conduta omissiva, não admitindo a tentativa. 3.2. ANÁLISE DAS PENAS A atual Lei de Falência e Recuperação de Empresa elenca as sanções penais aplicadas para os crimes falimentares e as hipóteses às quais são aplicadas. A primeira sanção seria a de reclusão no qual o indivíduo seria privado de sua liberdade e impedido de receber os benefícios dos sursis ou do livramento condicional, por isso, a mesma é considerada como a pena privativa de liberdade mais severa. Essa pena será aplicada com a prática de atos fraudulentos que forem cometidos antes ou depois da decretação da falência que possam prejudicar os credores e quando houver simulação da composição do capital social5. Outra pena que é elencada na referida lei refere-se à pena de detenção, assim como a pena de reclusão, é privativa de liberdade, no entanto não impõe ao condenado um período de isolamento. Essa pena será aplicada quando houver omissão dos documentos contábeis obrigatórios. E na pena alternativa, só há perda de bens e valores ou prestação de serviço à comunidade. 3.3. AÇÃO PENAL CABÍVEL Os crimes falimentares são classificados como de ação pública incondicionada, dando ao Ministério Público a nomeação de titular do direito de agir. No entanto, é possível que esse crime se apresente na forma de ação privada subsidiária quando estiver no prazo decadencial de seis meses, a contar da inércia do Ministério Público, só podendo atuar nessa situação o síndico (que é o atual administrador judicial) e o credor, de acordo com o art.29 do CPP. 3.4. PRESCRIÇÃO DO CRIME FALIMENTAR O marco interruptivo do prazo prescricional está amparado pelo que dispõe o Código Penal: “STF – Súmula 592: Nos crimes falimentares, aplicam-se as causas interruptivas da prescrição, previstas no Código Penal”, ou seja, o prazo sustará a partir do oferecimento da denúncia. Posteriormente, com o surgimento da Lei nº 11.101/05, nova lei de falência, a prescrição veio a ser disciplinada no artigo 182, tendo como início o dia de decretação da falência, da concessão da recuperação judicial ou da homologação do plano de recuperação extrajudicial, a prescrição também passou a ser disciplinada expressamente pelas normas do Código Penal. Ainda neste contexto, o parágrafo único do referido artigo dispõe que: “A decretação da falência do devedor interrompe a prescrição cuja contagem tenha iniciado com a concessão da recuperação judicial ou com a homologação do plano de recuperação extrajudicial” Dessa forma, o prazo de prescrição para os crimes falimentares passou a ser estabelecido de acordo com a pena do crime em abstrato, nos termos do artigo 109 do Código Penal. 3.5. DA CONDENAÇÃO E REABILITAÇÃO CRIMINAL Havendo condenação, várias são as consequências jurídicas que ensejam sobre o devedor. O Juiz em sentença, deve aplicar pena ao acusado de infração por ele cometida. A sentença para que tenha seus efeitos concretizados, deve transitar em julgado, isto é, deve ser definitiva de modo que não caiba mais recurso às partes. Os efeitos da condenação dos crimes falimentares, estão previstos no 181 da Lei n° 11.101/05. Os efeitos da condenação por crime falimentar são extrapenais de natureza especifica, isto é, somente se aplicam às condenações por crimes falimentares e exigem declaração motivada na sentença, não sendo eles automáticos. Dessa forma, o juiz ao condenar um empresário falido ou em recuperação judicial ou extrajudicial, deverá impor a pena, prevista no tipo penal e, se for o caso, declarar motivadamente na sentença, a inabilitação para o exercício de atividade empresarial, determinando ao cartório, que após o trânsito em julgado, notifique ao Registro Público de Empresas para que tome as medidas necessárias para impedir novo registro em nome do inabilitado. Após declarada a inabilitação, o empresário está proibido de exercer atividade empresarial de qualquer natureza, tendo que cumprir todas suas obrigações de natureza penal e cível, elencadas pelo artigo 158 da Lei Falimentar, e será concedida através de sentença declaratória. 4. CONCLUSÕES Conclui-se que a lei de falência acarreta uma série de obrigações, e incumbi ônus, para os representantes da “massa falida”, que fazem parte da empresa, ou que depois de decretado a sentença “pós falência” venham a participar. Pontua os efeitos que a condenação traz para seus sócios e para os credores. O presente trabalho, expos que no ordenamento jurídico há quatro espécies de crime falimentar: próprio, impróprio e pré-falimentar e pós-falimentar. O crime próprio é aquele cometido pelo próprio falido; o crime impróprio é aquele praticado por outras pessoas que não o falido; e, os crimes pré-falimentares que são praticados antes da falência e os pós-falimentares são os praticados, logicamente, após a falência. Ressalta-se que nas sociedades, os seus sócios, diretores, gerentes, administradores e conselheiros, de fato ou de direito, bem como o administrador judicial, são equiparados, de fato ou de direito ao devedor ou falido para efeitos penais, conforme prevê o artigo 179 da respectiva lei. Portanto, conclui-se que, se haver a condenação, serão várias as consequências jurídicas que recai sobre o devedor. O Juiz na hora da sentença, deve aplicar pena ao acusado pelas infrações cometidas por ele. E para que a sentença tenha seus efeitos consolidados, deve transitar em julgado, isto é, deve ser definitiva de modo que não caiba mais recurso às partes. Os efeitos da condenação dos crimes falimentares, estão postergados no artigo 181 da Lei n° 11.101/05. 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BARBOSA, Paulo Henrique. Crimes falimentares: procedimento e tipos penais. 24/AGO/2007. Disponível em: https://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/3688/Crimes- falimentares-procedimento-e-tipos-penais. Acesso em: 23 jun. 2022. COELHO, Fábio U. Manual de Direito Comercial: direito de empresa – 23ª ed., 2ª tiragem – São Paulo. Saraiva, 2011. COIMBRA, Valdinei Cordeiro. Os crimes falimentares na nova Lei de Falências: (Lei nº 11.101/05). Revista Jus Navigandi, Teresina, ano 10, n. 658, 26 abr. 2005. Disponível em: https://jus.com.br/artigos/6631. Acesso em: 23 jun. 2022. EVOLUÇÃO DO PRAZO PRESCRICIONAL DOS CRIMES FALIMENTARES. Chenut Oliveira Santiago Advogados, 2019. Disponível em: https://chenut.online/br/evolucao-do- prazo-prescricional-dos-crimes-falimentares/. Acesso em: 23 jun. 2022. JUNIOR, Nilvan de Jesus Viegas. Dos crimes falimentares. Revista Jus Navigandi, ISSN 1518-4862, Teresina, ano 22, n. 5021, 31 mar. 2017. Disponível em: https://jus.com.br/artigos/55741. Acesso em: 23 jun. 2022. Lei nº 11101, de 9 de fevereiro de 2005. Regula a recuperação judicial, a extrajudicial e a falência do empresário e da sociedade empresária. Disponível na Internet: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Lei/L11101.htm. Acesso em: 23 jun. 2022. PAIVA, FRANCIS. Crimes Falimentares. Conteudo Juridico, Brasilia-DF: 20 maio 2021. Disponível em: https://conteudojuridico.com.br/consulta/Artigos/56519/crimes-falimentares. Acesso em: 23 jun. 2022. https://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/3688/Crimes-falimentares-procedimento-e-tipos-penais https://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/3688/Crimes-falimentares-procedimento-e-tipos-penaishttps://jus.com.br/artigos/6631/os-crimes-falimentares-na-nova-lei-de-falencias https://chenut.online/br/evolucao-do-prazo-prescricional-dos-crimes-falimentares/ https://chenut.online/br/evolucao-do-prazo-prescricional-dos-crimes-falimentares/ https://jus.com.br/artigos/55741/dos-crimes-falimentares http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Lei/L11101.htm https://conteudojuridico.com.br/consulta/Artigos/56519/crimes-falimentares
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