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Resumo 1ª AP PT Inst.

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Resumo para 1ª AP de Português Instrumental
Tipos Textuais
Texto narrativo - Tipo textual em que se conta fatos reais, que ocorreram num determinado tempo e lugar, envolvendo personagens e um narrador. Refere-se a objeto do mundo real ou fictício. Há uma relação de anterioridade e posterioridade. Estamos cercados de narrações desde as que nos contam histórias infantis, como o Chapeuzinho Vermelho ou A Bela Adormecida, até as piadas do cotidiano.
Texto descritivo - Um texto em que se faz um retrato por escrito de um lugar, uma pessoa, um animal ou um objeto. A classe de palavras mais utilizada nessa produção é o adjetivo, pela sua função caracterizadora. Numa abordagem mais abstrata, pode-se até descrever sensações ou sentimentos. Não há relação de anterioridade e posterioridade. É fazer uma descrição minuciosa do objeto ou da personagem a que o texto se Pega. Nessa espécie textual as coisas acontecem ao mesmo tempo.
Texto dissertativo - A dissertação é um texto que analisa, interpreta, explica e avalia dados da realidade. Esse gênero textual requer reflexão, pois as opiniões sobre os fatos e a postura crítica em relação ao que se discute têm grande importância.
O texto dissertativo é temático, pois trata de análises e interpretações; o tempo explorado é o presente no seu valor atemporal; é constituído por uma introdução onde o assunto a ser discutido é apresentado, seguido por uma argumentação que caracteriza o ponto de vista do autor sobre o assunto em evidência.
Nesse tipo de texto a expressão das idéias, valores, crenças são claras, evidentes, pois é um tipo de texto que propõe a reflexão, o debate de idéias. A linguagem explorada é a denotativa, embora o uso da conotação possa marcar um estilo pessoal.
A objetividade é um fator importante, pois dá ao texto um valor universal, por isso geralmente o enunciador não aparece porque o mais importante é o assunto em questão e não quem fala dele. A ausência do emissor é importante para que a idéia defendida torne algo partilhado entre muitas pessoas, sendo admitido o emprego da 1ª pessoa do plural - nós-, pois esse não descaracteriza o discurso dissertativo.
Texto argumentativo - Esse texto tem a função de persuadir o leitor, convencendo-o de aceitar uma idéia imposta pelo texto. É o tipo textual mais presente em manifestos e cartas abertas, e quando também mostra fatos para embasar a argumentação, se torna um texto dissertativo-argumentativo.
Texto expositivo - Dissertar é o mesmo que desenvolver ou explicar um assunto, discorrer sobre ele. Assim, o texto dissertativo pertence ao grupo dos textos expositivos, juntamente com o texto de apresentação científica, o relatório, o texto didático, o artigo enciclopédico. Em princípio, o texto dissertativo não está preocupado com a persuasão e sim, com a transmissão de conhecimento, sendo, portanto, um texto informativo. Quando o texto, além de explicar, também persuade o interlocutor e modifica seu comportamento, temos um texto dissertativo-argumentativo.
Texto injuntivo - Indica como realizar uma ação. Também é utilizado para predizer acontecimentos e comportamentos. Utiliza linguagem objetiva e simples. Os verbos são, na sua maioria, empregados no modo imperativo, porém nota-se também o uso do infinitivo e o uso do futuro do presente do modo indicativo. Ex: Previsões do tempo, receitas culinárias, manuais, leis, bula de remédio, convenções, regras, e eventos.
Gêneros Textuais
Os Gêneros textuais são as estruturas com que se compõe os textos, sejam eles orais ou escritos. Essas estruturas são socialmente reconhecidas, pois se mantêm sempre muito parecidas, com características comuns, procuram atingir intenções comunicativas semelhantes e ocorrem em situações específicas. Gênero Textual ou Gênero de Texto se refere às diferentes formas de expressão textual. Nos estudos da Literatura, temos, por exemplo, poesia, crônicas, contos, prosa, narrativa, etc.
Schneuwly e Dolz publicaram um quadro onde as tipologias são cruzadas com os gêneros. Desse quadro é possível deduzir que é tão importante ensinar as tipologias quanto os gêneros. Para os dois autores, há cinco tipologias que é preciso considerar no ensino de língua. Cada uma dessas tipologias é mobilizada pelas pessoas que se comunicam em diferentes gêneros, mas cada gênero exige um maior ou menor domínio de cada uma delas. É importante considerar que usamos todas essas capacidades em gêneros diversos. Por exemplo, num conto, usamos predominantemente a capacidade de narrar, mas podemos colocar personagens discutindo um assunto, e então aparecerá a capacidade de argumentar.
	Aspectos Tipológicos
	Exemplos de Gêneros Orais e Escritos
	Narrar
	Conto de Fadas, fábula, lenda, narrativa de aventura, narrativa de ficção cientifica, narrativa de enigma, narrativa mítica, sketch ou história engraçada, biografia romanceada, romance, romance histórico, novela fantástica, conto, crônica literária, adivinha, piada.
	Relatar
	Relato de experiência vivida, relato de viagem, diário íntimo, testemunho, anedota ou caso, autobiografia, curriculum vitae, noticia, reportagem, crônica social, crônica esportiva, histórico, relato histórico, ensaio ou perfil biográfico, biografia
	Argumentar
	Textos de opinião, diálogo argumentativo, carta de leitor, carta de solicitação, deliberação informal, debate regrado, assembleia, discurso de defesa (advocacia), discurso de acusação (advocacia), resenha crítica, artigos de opinião ou assinados, editorial, ensaio
	Expor
	Texto expositivo, exposição oral, seminário, conferência, comunicação oral, palestra, entrevista de especialista, verbete, artigo enciclopédico, texto explicativo, tomada de notas, resumo de textos expositivos e explicativos, resenha, relatório científico, relatório oral de experiência
	Descrever Ações
	Instruções de montagem, receita, regulamento, regras de jogo, instruções de uso, comandos diversos, textos prescritivos
Funções da Linguagem
Explicando funções de linguagem:
Emissor: o que emite a mensagem
Receptor: Indivíduo ou grupo que decodifica (recebe) a mensagem.
Mensagem: O próprio texto transmitido pelo Emissor e recebido pelo Receptor.
Canal: É o meio físico por onde circula a mensagem entre o emissor e o receptor
Referente ou Contexto: Conteúdo da mensagem, objeto ou situação a que a mensagem se refere, contexto relacionado a emissor e receptor.
Código: Conjunto de signos usado na transmissão e recepção da mensagem, normalmente uma língua natural.
Função expressiva:
Esta função ocorre quando se destaca o emissor. A mensagem centra-se nas opiniões, sentimentos e emoções do emissor, sendo um texto completamente subjetivo e pessoal. A ideia de destaque do locutor dá-se pelo emprego da 1ª pessoa do singular, tanto das formas verbais, quanto dos pronomes. A presença de interjeições, pontuação com reticências e pontos de exclamação também evidenciam a função emotiva ou expressiva da linguagem. Os textos que expressam o estado de alma do locutor, ou seja, que exemplificam melhor essa função, são os textos líricos, as autobiografias, as memórias, a poesia lírica e as cartas de amor. Essa é a função emotiva.
Exemplo:
Preciso, pelo amor de Deus, encontrar algo, nem que sejam cinco reais!
Função referencial ou denotativa:
Referente é o objeto ou situação de que a mensagem trata. A função referencial privilegia justamente o referente da mensagem, buscando transmitir informações objetivas sobre ele. Essa função predomina nos textos de caráter científico e é privilegiado nos textos jornalísticos.
Características
Neutralidade do emissor;
Objetividade e precisão;
Conteúdo informacional;
Uso da 3ª pessoa do singular (ele/ela).
Exemplo: “Nos vertebrados, esta resposta inclui uma série de alterações bioquímicas, fisiológicas e imunológicas coletivamente denominadas inflamação." Descrição da inflamação em um artigo científico.
Função apelativa ou conativa:
A mensagem é centrada no receptor e organiza-se de forma a influenciá-lo, ou chamar sua atenção. Geralmente, usa-se a 2ª pessoa do discurso (tu/você;vós/vocês), vocativos e formas verbais ou expressões no imperativo. Como essa função é a mais persuasiva de todas, aparece comumente nos textos publicitários, nos discursos políticos, horóscopos e textos de auto-ajuda. Como a mensagem centra-se no outro, ou seja, no interlocutor, há um uso explícito de argumentos que fazem parte de seu universo.
Exemplo: Você é como o sol que ilumina minha manhã"
Função fática:
O canal é posto em destaque, ou seja, o canal que dá suporte à mensagem. O interesse do emissor é emitir e simplesmente testar ou chamar a atenção para o canal, isto é, verificar a "ponte" de comunicação e certificar-se sobre o contato estabelecido, de forma a prolongá-lo. Os cacoetes de linguagem como alô, né? certo? afinal? ahã, hum, "ei", etc., são um exemplo bem comum para se evidenciar o "contato entre emissor e receptor".
Função poética:
É aquela que se centra sobre a própria mensagem. Tudo o que, numa mensagem, suplementa o sentimento da mensagem através do jogo de sua estrutura, de sua tonalidade, de seu ritmo, de sua sonoridade. Essa função é capaz de despertar no leitor prazer estético e surpresa. É explorado na poesia e em textos publicitários.
Essas funções não são exploradas isoladamente; de modo geral, ocorre a superposição de várias delas. Há, no entanto, aquela que se sobressai, assim podemos identificar a finalidade principal do texto.
Função Metalinguística:
Caracterizada pela preocupação com o código. Pode ser definida como a linguagem que fala da própria linguagem, ou seja, descreve o ato de falar ou escrever. A linguagem (o código) torna-se objeto de análise do próprio texto. Os dicionários e as gramáticas são repositórios de metalinguagem.
“Lutar com palavras é a luta mais vã. Entretanto lutamos mal rompe a manhã. São muitas, eu pouco. Algumas, tão fortes como o javali. Não me julgo louco. Se o fosse, teria poder de encantá-las. Mas lúcido e frio, apareço e tento apanhar algumas para meu sustento num dia de vida. Deixam-se enlaçar, tontas à carícia e súbito fogem e não há ameaça e nem há sevícia que as traga de novo ao centro da praça.” Carlos Drummond de Andrade
Nesse poema, Drummond escreve um poema sobre como escrever poemas... Ou seja, a criação literária fala sobre si mesma.
Um outro exemplo é quando um cartunista descreve o modo como ele faz seus desenhos em um próprio cartum; ele demonstra o ato de fazer cartuns e como são feitos.
Textos Literários e não Literários
Textos literários, são aqueles que, em geral, têm o objetivo de emocionar o leitor, e para isso exploram a linguagem denotativa ou poética. Em geral, ocorre o predomínio da função emotiva e poética.
Exemplos de textos literários: poemas, romances literários, contos, telenovelas.
Textos não literários pretendem informar o leitor de forma direta e objetiva, a partir de uma linguagem denotativa. A função referencial predomina-se nos textos não-literários.
Exemplos de textos não-literários: notícias e reportagens jornalísticas, textos de livros didáticos de História, Geografia, Ciências, textos científicos em geral, receitas culinárias, bulas de remédio.

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