Buscar

Fichamento 2 - Direito Administrativo - Organização adminitsrativa e Terceiro Setor

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

I​NSTITUTO​ ​DE​ C​IÊNCIAS​ ​DA​ S​OCIEDADE​ – M​ACAÉ 
D​EPARTAMENTO​ ​DE​ D​IREITO​ ​DE​ M​ACAÉ 
C​URSO​ ​DE​ D​IREITO 
 
Disciplina: Direito Administrativo 
Professor: Camilo Carneiro 
Alunos: Alexia Cardoso Mendonça, Carlos Eduardo Famadas Isabella Proença Soares, João 
Pedro Costa Aquino Mariana Valente Maia, Maria Eduarda Gomes Ferreira, Simon Lopes da 
Silva e Thamires Costa Oliveira 
Organização Administrativa: 
Para o direito, o Estado é pessoa jurídica territorial soberana, regida pelo direito 
público. A organização administrativa define a estruturação do Estado, ou seja, como se 
organizam os entes (pessoas jurídicas, órgãos e entidades) que vão desempenhar a função 
administrativa. 
Nesse sentido, a organização administrativa divide o Estado em três setores: 1º setor, 
representado pelo Estado (órgãos e entidades da Administração Pública direta e indireta), 2º 
setor representado pelo mercado e pela livre iniciativa (empresários, concessionárias e 
permissionárias do serviço público) e o 3º setor que são as paraestatais (antigamente 
chamadas de organizações não governamentais - ONG’s, mas atualmente definidas como OS, 
OSCIP e OSC). Ainda há doutrinadores que falam no 4º setor, que seria representante da 
economia informal, como no caso de particulares que atuam no mercado de maneira informal. 
1º Setor (Administração Pública Direta e Indireta): 
1. Centralização Administrativa 
1.1. Conceito 
Forma de organização e atuação administrativa na qual o Estado executa suas tarefas 
diretamente, por meio dos órgãos e agentes integrantes da Administração Direta. Nesse caso, 
a execução da atividade ou a prestação do serviço é feita de forma direta e imediata. 
Como exemplo da centralização administrativa, é possível observar nos casos em que 
temos um município X que possui um hospital municipal, que possuiu um médico que é 
funcionário do município, concursado, que presta serviço para a população, ou seja, todos, no 
 
 
caso em tela integram a Administração Pública Direta, e ela encontra previsão legal no artigo 
4º, I, do Decreto nº 200/67. 
2. Descentralização Administrativa 
2.1. Conceito 
Forma de organização e atuação administrativa na qual o Estado desempenha suas 
atribuições por meio de outras pessoas. Sob essa ótica, é a distribuição de competências de 
uma para outra pessoa, física ou jurídica. Nesse caso, a execução da atividade ou a prestação 
do serviço é feita de forma indireta e imediata. 
Como exemplo da descentralização administrativa, é possível observar nos casos em 
que temos o Estado transferindo à uma pessoa jurídica de direito público ou privado, a 
titularidade e execução de um serviço público ou atividade econômica para que ele(a) seja 
explorado(a), ou seja, como ocorre com a Petrobras, que detém o monopólio estatal do 
petróleo brasileiro, e também no caso do INSS, que é responsável pelo serviço previdenciário 
no âmbito do Estado brasileiro. Salienta-se que a Administração Pública Indireta encontra 
previsão legal no artigo 4º, II, do Decreto lei nº 200/67. 
2.2. Formas de descentralização 
Sobre as formas de descentralização que serão apresentadas a seguir, insta ressaltar 
que não há hierarquia entre elas; e ainda salienta-se que entre a administração direta e indireta 
há vinculação, não subordinação. 
2.2.1. Outorga 
A outorga é a descentralização por serviços. Nesse caso, o Poder Público cria uma 
pessoa jurídica e a ela atribui a titularidade e a execução de serviço público. Ocorre mediante 
lei, ou seja, pressupõe obrigatoriamente a edição de uma lei que institua a entidade, ou 
autorize sua criação. 
Há duas características importantes da outorga: a transferência por meio da lei, 
conforme o art. 37 da CF, uma vez que na outorga a lei cria a entidade pessoa jurídica de 
direito público (autarquia ou fundação pública de direito público) ou a lei autoriza a criação 
da entidade pessoa jurídica de direito privado (fundação pública de direito privado, empresa 
 
pública ou entidade de economia mista); e ainda, como segunda característica o fato de que o 
ente político perde a disponibilidade do serviço e para retomá-lo, dependerá de lei. 
2.2.2. Delegação 
É a descentralização por colaboração. Nesse caso, o Poder Público atribui a uma 
pessoa jurídica de direito privado a execução de serviço público. Ocorre mediante contrato ou 
ato unilateral. 
A delegação possui duas espécies: por contrato, que é efetivada por prazo determinado 
e que tem duas modalidades (por concessão ou permissão), conforme art. 175 da CF; e por ato 
administrativo, que em regra, não há prazo certo em razão da precariedade, que há 
possibilidade de revogação a qualquer tempo e que é feita na modalidade autorização de 
serviço público (CF, art.21 XI e XII). Insta observar que a transferência não é da prestação, 
mas sim da exploração de determinado serviço público. 
2.2.3. Territorial 
É a descentralização geográfica. A partir dela, fala-se em Territórios Federais que são 
entidade local, geograficamente delimitada, dotada de personalidade jurídica própria, de 
direito público, com capacidade administrativa genérica. É o que chama-se de autarquia 
territorial ou geográfica (CF, art 18 e CF, art. 33). 
As características dessa forma de descentralização são: os Territórios Federais são 
personalidades jurídicas de direito público, possuem capacidade de auto-administração, 
possuem delimitação geográfica, têm capacidade administrativa direta (atuação em diversas 
áreas do setor público) e o se sujeitam ao controle pelo poder central. 
3. Desconcentração administrativa 
3.1. Conceito 
Técnica administrativa de distribuição interna de competências de uma pessoa 
jurídica. É a repartição de funções entre vários órgãos despersonalizados, sem quebra de 
hierarquia. A desconcentração envolve, obrigatoriamente, uma só pessoa jurídica. Como 
exemplo, há o caso em que a União distribui competências entre diversos órgãos de sua 
própria estrutura, como os ministérios. Nesse caso, a execução da atividade ou a prestação do 
serviço é feita de forma direta e imediata. 
 
3.2. Órgãos 
Nesse sentido, insta ressaltar a definição de órgãos. Órgão é uma unidade de atuação 
integrante da estrutura da administração direta ou indireta, que não possui personalidade 
jurídica, conforme o artigo 1º da lei nº 9.784/99. São centros de competência instituídos para 
o desempenho de funções estatais, por meio de seus agentes, cuja atuação é imputada à pessoa 
jurídica a que pertencem. 
Existem teorias que surgiram para explicar as relações do Estado (pessoa jurídica) 
com seus agentes. 
A partir disso temos a Teoria do órgão, que é a adotada pela doutrina e jurisprudência. 
Para ela, a pessoa jurídica manifesta sua vontade por meio de órgãos, de forma que, quando os 
agentes que os compõem manifestam a sua vontade, é como se o próprio Estado o fizesse. 
Nessa teoria considera-se o princípio da imputação volitiva, ou seja, a vontade da pessoa 
jurídica deve ser atribuída aos órgãos que a compõem, sendo estes compostos de agentes. Na 
prática isso justifica a validade dos atos praticados por funcionário de fato (pessoapratica ato 
estando irregularmente investida no cargo, mas com aparência de legalidade). 
Ademais, os órgãos podem ser classificados. Quanto à sua estrutura: em simples 
(quando constituídos por um só centro de competência) e compostos (quando há uma 
desconcentração interna, ou seja, quando reúnem em sua estrutura diversos órgãos, como por 
exemplo Ministérios e Secretarias); quanto à sua atuação funcional: em singular (monocrático 
- decisões são atribuídas de um único agente) e colegiado (atuam e decidem mediante 
manifestação conjunta de seus membros); quanto à posição estatal: independentes (quando 
originários da Constituição Federal, representam os Poderes do Estado e possuem como 
características serem órgãos primários, que não possuem subordinação hierárquica ou 
funcional, e serem sujeitos apenas aos controles constitucionais de um Poder sobre o outro), 
autônomos (quando eles são subordinados aos chefes dos órgãos independentes, exercendo 
funções precípuas de planejamento, supervisão, coordenação e controle de atividades, como 
no caso de Ministérios, Secretarias de Estado e da Advocacia-Geral da União; essa autonomia 
é financeira, administrativa e operacional), superiores (quando são sujeitos à subordinação e 
controle hierárquico; detém poder de direção, controle, decisão e comando, mas não gozam de 
autonomia financeira, administrativa e operacional, como por exemplo no caso da Secretaria 
do Tesouro Nacional (STN)) e subalternos (que exercem atribuições de mera execução). 
 
Em relação à capacidade processual dos órgãos públicos, é possível observar que em 
regra, um órgão não possui capacidade processual, pois, de acordo com o artigo 70 do CPC, 
quem possui capacidade processual é a pessoa jurídica que o órgão integra, uma vez que o 
órgão é repartição interna da organização do Estado. Portanto, ele é criado para exercer 
apenas o direito do Estado, não dele. Todavia, excepcionalmente é possível admitir 
capacidade processual quando se tratar de órgão de cúpula e a ação seja proposta na defesa 
dos interesses institucionais, como por exemplo no caso da Câmara de Vereadores propor 
uma ação que aborda direitos da própria Câmara dos Vereadores. 
 
4. Entidades em Espécie 
4.1. Autarquia 
4.1.1. Conceito 
Pessoas jurídicas de direito público de capacidade exclusivamente administrativa. De 
acordo com o art. 5, I, do decreto lei nº 200/67, uma autarquia é um serviço autônomo, criado 
por lei, com personalidade jurídica, patrimônio e receita próprios, para executar atividades 
típicas da Administração Pública, que requeiram, para seu melhor funcionamento, gestão 
administrativa, financeira descentralizada. Elas surgem a partir da descentralização 
administrativa por outorga (por serviços, funcional ou técnica). Como exemplo há o Banco 
Central, a Comissão de Valores Imobiliários (CVM) e o Ibama. 
4.1.2. Características 
Em relação às características das autarquias podemos enumerar as seguintes: 
a) Elas têm sua criação por lei específica (conforme o art. 37, XIX, CF). Salienta-se 
que com o início da vigência da lei, a autarquia adquire personalidade jurídica e está 
instituída. 
b) Possuem personalidade jurídica de direito público. Nesse sentido, por possuírem 
personalidade jurídica, são titulares de direitos e obrigações. Ademais, possuem regime 
jurídico de direito público em prerrogativas e sujeições. 
c) Possuem capacidade de autoadministração. Sob essa ótica, não possuem capacidade 
política, mas possuem capacidade administrativa. 
 
d) Conforme o princípio da especialização, cada autarquia é especializada na matéria 
que a lei lhe atribuiu e os serviços prestados requerem maior grau de especialização. Insta 
observar que essa característica não se aplica à autarquia geográfica ou territorial. 
e) Sujeição ao controle ou tutela: Sujeitas a controle da pessoa política que as criou, à 
qual são vinculadas. 
f) Possuem responsabilidade civil objetiva. 
g) O juízo competente para litígios comuns das autarquias federais é a Justiça Federal 
(art. 109, I, CF). 
h) Elas possuem imunidade tributária, ou seja, é vedada a instituição de impostos 
sobre patrimônio, renda e serviços das autarquias. 
i) Em relação aos dirigentes da autarquia: sua forma de investidura está prevista na lei 
ou no estatuto da autarquia; a competência para nomeação dos dirigentes é do chefe do 
Executivo (art. 84, XXV, CF), podendo ser exigida (na CF ou na lei) a aprovação prévia do 
Senado Federal (art. 84, XIV, CF); e ainda, sobre a exoneração dos dirigentes, não pode a lei 
estabelecer hipóteses de exigência de aprovação legislativa prévia, pois considera-se ofensa 
ao princípio da separação dos poderes (conforme posicionamento do STF). 
j) Não possuem caráter econômico. 
k) Somente podem contratar obedecendo a lei de licitações (conforme lei nº 8666/93). 
l) Impenhorabilidade e imprescritibilidade dos bens e alienabilidade condicionada dos 
bens. Nesse sentido, por serem bens públicos, seus bens não são penhoráveis para pagamentos 
de dívidas e não podem ser adquiridos por usucapião; e ainda, para que eles possam ser 
alienados, precisam passar por desafetação. 
m) Possuem patrimônio próprio e não é vedada a cobrança de taxas para exercício do 
poder de polícia ou prestação de serviços públicos inerentes às suas finalidades. 
n) Possuem alguns privilégios como: possuem prazos diferenciados (conforme artigo 
183, CPC); possuem direito ao duplo grau de jurisdição obrigatório (consoante artigo 496, 
CPC); seus créditos são cobrados por meio de execução fiscal (Lei 6.830/80 – Lei de 
Execução Fiscal); seus débitos pagos por meio de precatórios (conforme artigo 100, CF). 
 
 
4.1.3. Espécies 
As autarquias podem ser divididas em: autarquia comum, autarquia fundacional 
(fundação pública de direito público), autarquia territorial (divisão geográfica, com 
personalidade jurídica própria, criada para prestar serviços genéricos à sociedade; são os 
Territórios Federais), autarquia profissional (são os Conselhos de fiscalização de profissões, 
como o CREA; salienta-se que conforme entendimento do STF, a OAB é classificada como 
entidade sui generis, sendo assim um serviço público independente) e autarquia 
interfederativa (na forma de Associação pública (consórcios públicos, conforme art. 241, CF 
c/c art. 41, IV, CC); integra a administração indireta de mais de um ente federado). 
4.1.3.1. Autarquias em regime especial 
Nesse sentido, podemos ainda observar as autarquias em regime especial. 
4.1.3.1.1. Autarquias culturais 
Dentro desse grupo existem, primeiramente, as autarquias culturais (como no caso das 
universidades, onde os reitores são escolhidos pelo corpo docente e discente; dirigentes 
possuem mandato por prazo certo e ainda, as autarquias culturais possuem autonomia 
pedagógica, conforme artigo 207, CF). 
4.1.3.1.2. Agências reguladoras 
Em seguida, existem as agências reguladoras, que possuem alto grau de especialização 
técnica e que são regulamentadas pela Lei nº 13.848/19. Elas são autarquias sob regime 
especial, com a atribuição de exercer a regulação de serviços públicos econômicos 
(comerciais e industriais, como por exemplo a Anatel) e deatividades econômicas (ex: ANP). 
Existem ainda, aquelas que exercem a função de polícia administrativa, impondo limitações 
administrativas previstas em lei, fiscalizando, reprimindo e aplicando penalidades, como por 
exemplo a Anvisa, a ANA e a ANS. 
Insta observar que não há obrigatoriedade, expressa no ordenamento jurídico, de que 
as agências reguladoras se constituam na forma de autarquias. No entanto, devem, em razão 
da natureza da atividade que desempenham, ter personalidade jurídica de direito público. 
As agências reguladoras exercem função normativa (criando regulamentação sobre 
matéria de ordem técnica, com base nos parâmetros e nas diretrizes da lei), administrativa 
(realizando procedimento licitatórios para escolha de concessionário ou permissionário de 
 
serviço público; celebrando contratos de concessão e serviço público; praticando ato unilateral 
de outorga da autorização; fiscalizando a execução de atividades sob sua competência; e 
aplicando sanções administrativas) e quase-judicial (resolvendo conflitos afetos à área 
regulada na instância administrativa). Além disso, possuem autonomia decisória, 
administrativa e financeira, e estão sujeitas ao controle do Poder Legislativo (art. 49, X e art. 
70, CF), do Poder Executivo (art. 87, I, CF) e do Poder Judiciário (art. 5, XXXV, CF). 
Insta ressaltar que as agências reguladoras têm seus dirigentes nomeados pelo 
Presidente para cumprir mandato por prazo certo, e ainda, que realizam licitação nas 
modalidades pregão e consulta (exclusiva). 
4.1.3.1.3. Agências executivas 
De acordo com o artigo 51 da Lei 9.649/98, as agências executivas são 
autarquias/fundações que ganham um “status” de agência após a celebração de um contrato de 
gestão com o Ministério que a supervisiona, isso com o objetivo de melhorar sua eficiência 
(conforme art. 37, §8o, CF). Entretanto, há uma forte crítica ao referido dispositivo, uma vez 
que seria uma espécie de “premiação” para agências ineficientes com a concessão de 
benefícios. 
4.2. Fundação Pública 
4.2.1. Conceito 
É uma entidade que possui patrimônio dotado de personalidade jurídica de direito 
público ou de direito privado; e esse patrimônio é destinado, por lei, à prestação de atividades 
públicas na área social. Insta ressaltar que há atribuição de personalidade jurídica a 
determinado patrimônio, destinado a fim específico. Ademais, a área de atuação da fundação 
pública será determinada na lei complementar, conforme art. 37, XIX, CF. 
4.2.2. Natureza jurídica 
Pode ser fundação pública de direito público ou fundação pública de direito privado. 
Se for de direito público, será criada por lei específica (conforme art. 37, XIX, CF) e terá seu 
regime-jurídico de direito público (submetendo-se às mesmas sujeições e prerrogativas que 
caracterizam o regime jurídico de direito público, sendo assim uma espécie do gênero 
autarquia, ou seja, uma fundação autárquica). Se for de direito privado, será criada por ato do 
Poder Público, mediante autorização de lei específica (conforme art. 37, XIX) e terá seu 
 
regime-jurídico híbrido, ou seja, terá um regime jurídico de direito privado com derrogações 
de normas de direito público. Como exemplo de incidências do direito público temos a 
prerrogativa de imunidade recíproca (CF, art. 150, parágrafo 2º), e o fato de que elas se 
sujeitam a licitação e concurso público. 
4.3. Empresa Pública 
4.3.1. Conceito 
Empresas públicas são pessoas jurídicas de direito privado, integrantes da 
administração indireta, instituídas pelo poder público mediante autorização em lei específica, 
sob qualquer forma jurídica e com capital exclusivamente público. 
4.3.2. Criação 
Sua criação se dá por ato do poder público. Nesse passo, sua existência começará com 
a inscrição do ato constitutivo no registro competente, após autorização em lei específica 
(conforme art. 45, CC e art. 37, XIX, CF). 
Insta observar que para a criação de subsidiárias é necessária autorização legislativa 
para criação, conforme o art. 37, XX, CF. Entretanto, não precisa ser uma autorização 
específica, pode constar da própria lei que autorizou a instituição da estatal. 
4.3.3 Regime jurídico 
Se ela explora atividade econômica terá regime jurídico de direito privado, derrogado 
somente no que dispõe a Constituição Federal (art. 173, parágrafo 1º, II, CF). Entretanto, se 
ela presta serviço público terá regime jurídico de direito público, derrogado pela Constituição 
Federal. 
4.3.4. Traços distintos: 
Possuem como forma de organização qualquer das formas admitidas no Direito. 
Ademais, seu capital é exclusivamente público. Além disso, o foro processual da empresa 
pública federal é na Justiça Federal (exceto causas trabalhistas, conforme art. 109, I, CF). 
4.3.5. Regime de pessoal 
Seus empregados têm o chamado emprego público; nesse sentido, os empregados 
públicos são regidos pela CLT e têm obrigatoriedade de fazer concurso público para 
conseguir exercer o cargo. 
 
4.4. Sociedades de economia mista 
4.4.1. Conceito 
Pessoas jurídicas de direito privado, integrantes da administração indireta, instituídas 
pelo poder público, mediante autorização em lei específica, sob a forma de sociedade 
anônima e com capitais públicos e privados. 
4.4.2. Criação 
Ato do Poder Público. Sua existência começará com a inscrição do ato constitutivo no 
registro competente, após autorização em lei específica, conforme art. 45, CC e art. 37, XIX, 
CF. 
Salienta-se que para a criação de subsidiárias é necessária autorização legislativa para 
criação, conforme o art. 37, XX, CF. Entretanto, não precisa ser uma autorização específica, 
pode constar da própria lei que autorizou a instituição da estatal. 
4.4.3. Regime jurídico 
Se a sociedade de economia mista explora atividade econômica, terá regime jurídico 
de direito privado, derrogado somente no que dispõe a Constituição Federal (art. 173, 
parágrafo 1º, II, CF). Por outro lado, se ela presta serviço público terá regime jurídico de 
direito público, derrogado pela Constituição Federal. 
4.4.4. Traços distintos 
As sociedades de economia mista serão sociedades anônimas (de capital aberto ou 
fechado). Além disso, seu capital pode ser público e privado e seu foro processual é na Justiça 
estadual. 
4.4.5. Regime de pessoal 
Seus empregados têm o chamado emprego público; nesse sentido, os empregados 
públicos são regidos pela CLT e têm obrigatoriedade de fazer concurso público para 
conseguir exercer o cargo. 
 
3º Setor: 
 
1. Conceito 
 O Terceiro Setor, ou paraestatais, são entidades privadas e sem fins lucrativos, as 
quais atuam ao lado do Estado, ou seja, não são entidades participantes da administração 
pública, seja direta ou indiretamente, mas sim particulares, as quais não visam o lucro, e 
atuam ao lado da Administração estatal. Sendo assim, apesar de não ter finalidade lucrativa, o 
terceiro setor recebe benefícios públicos e, com isso, são sujeitadas ao controle estatal de 
diversas maneiras, mas, em via de regra, pela administração pública direta e o Tribunal de 
Contas da União. 
1.1. Entidades do Serviço Social Autônomo (SSA) 
 Trata-se de entidade particular,a qual se encontra nos moldes apontados acima, a qual 
atua na capacitação, auxílio e suporte à determinadas categorias profissionais e sociais, como 
por exemplo, o Serviço Social do Comércio (SESC), que se auto define como criador de 
oportunidades para o desenvolvimento por meio da cultura, educação, saúde, esporte, lazer e 
assistência, principalmente aos trabalhadores do comércio de bens, serviços e turismo; e 
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), o qual forma profissionais em até 28 
áreas da indústria nacional, por meio da capacitação. 
 Ademais, essas entidades são vinculadas com o Estado através de Lei específica que 
autorize e regulamente suas atividades, e a partir do vínculo estatal, as SSA são sujeitas ao 
controle público ligado à administração direta e do tribunal de contas, nos moldes do artigo 71 
da Constituição Federal brasileira, o qual garante que o tribunal de contas controlará as contas 
de todos os que atuam com dinheiro público. 
 Por fim, essas entidades são escolhidas a partir de processo licitatório, entretanto, não 
são as licitações definidas pela Lei 8.666/93, mas sim processo licitatório específico e mais 
simplificado. Insta salientar, que esse processo, apesar de mais simples, tem o intuito de 
garantir as impessoalidades nas contratações. 
1.2. Entidade de Apoio 
 Essas entidades, constituídas pelas associações, cooperativas e fundações, trabalham 
ao lado de Hospitais e Universidades Públicas, de maneira que auxiliem em sua atuação. A 
título exemplificativo cabe citar a Fundação de Apoio à Pesquisa e Extensão (FAPEX), a qual 
atua dentro do campo universitário, gerenciando projetos e apoiando a geração de 
 
conhecimento científico e tecnológico, porém controlada pela administração direta do estado 
e pelo tribunal de contas da União. 
 Cabe ressaltar, que essas entidades passam também por processo licitatório 
simplificado, e são vinculadas ao Estado por meio de convênio, o qual prevê a transferência 
de verba orçamentária, bens e servidores públicos. 
1.3. Organizações Sociais (OS) 
 São entidades privadas, criadas por particulares, não possuem fins lucrativos, porém, 
como diferencial em relação às paraestatais apresentadas acima, essa atuam na área de 
prestação de serviços públicos não exclusivos do Estado, ou seja, aberto às iniciativas 
privadas, como saúde, educação, assistência social, entre outros. O Instituto de 
Responsabilidade Social Sírio-Libanês (IRSSL) é uma espécie de organização social, uma vez 
que auxilia na área de saúde, ou seja, não exclusiva do Estado. 
 Essas organizações firmam vínculo com o poder público por meio de contrato de 
gestão e, além disso, não necessitam passar por processo licitatório, nos moldes do artigo 24, 
XXIV, Lei 8.666/93. Apesar de ser uma pauta polêmica e geradora de muitas críticas 
doutrinárias, o STF, por meio da ADI 1923, entendeu que a dispensa de licitação é 
constitucional. 
 No mais, as organizações sociais recebem rubrica orçamentária específica, ou seja, 
não recebem verba destacada do orçamento “geral” de determinada área, mas sim, o seu 
orçamento específico, o que é muito mais contundente, uma vez que, só pode ser alterado por 
lei. Pode receber benefícios estatais como bens e servidores públicos. 
Por fim, cabe ressaltar que, apesar de não haver processo licitatório, o controle estatal 
é mais amplo, tendo em vista, que além da administração direta e o tribunal de contas, deve 
ser criado um conselho de administração, nos moldes da Lei 9.637/98, a qual obriga que haja 
a participação de servidores públicos dentro do conselho, para que possa imprimir uma gestão 
da administração pública dentro da organização, ter poder de voto e controle das atividades 
internas. 
1.4. Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) 
Tais organizações, com definição similar a da Organização Social, apesar de 
apresentar um rol mais amplo de atuação, também presta serviços em áreas não exclusivas do 
 
Estado. Insta ressaltar que, dentre as entidades privadas sem fins lucrativos que atuam ao lado 
do Estado, as cooperativas de trabalho, entidades religiosas, partidos políticos, sindicatos e 
organizações sindicais, não podem ser qualificadas como OSCIP. Além disso, por se tratar de 
uma organização sem finalidade lucrativa, não pode dividir lucros e dividendos entre 
dirigentes, porém, é possível que haja remuneração dos mesmos em caso de vínculo 
empregatício celetista e recebimento de salário fixo. 
Diferentemente das OS, o vínculo entre estado e organização é feito por meio de termo 
de parceria - o que configura um ato vinculado - não recebe orçamento específico, mas sim 
verba destacada do orçamento de determinada área, e não pode receber bens e servidores 
públicos. 
Além do controle do tribunal de contas e da administração pública direta, essas 
organizações precisam criar um conselho de administração, porém, diferentemente das OS, 
esse conselho não tem a obrigatoriedade da participação de servidores públicos. 
Anteriormente, a lei 1.978 vedava a participação de servidores públicos no conselho, porém 
atualmente, é permitida a participação. 
Por fim, cabe ressaltar que essas organizações passam por processo licitatório para que 
seja escolhida. 
1.5. Organizações de Sociedade Civil (OSC) 
Definida também de maneira bem parecida com as Organizações Sociais e as OSCIP, 
as Organizações de Sociedade Civil atuam na prestação serviços públicos não exclusivos do 
Estado. Entretanto, é de suma importância entender que o vínculo que cria uma OSC pode ser 
feito de três maneiras. 
A primeira, é a celebração de termo de colaboração, sendo configurado por prestação 
de serviços a partir de um plano de trabalho organizado pela administração pública. Pode-se 
criar uma OSC também por meio de termo de fomento, e nesse caso, o plano citado 
anteriormente é elaborado pela organização, e não pela administração. Em terceiro lugar, 
pode-se celebrar um acordo de cooperação, porém nesse caso, pouco importa quem será o 
criado do plano de trabalho, pois o que é levado em consideração, é que não há transferência 
de recurso público. 
 
Essas organizações devem participar de um chamamento público, que nada mais é do 
que um procedimento feito pela administração pública para executar atividades ou projetos 
que tenham interesse público, conforme exposto na Lei 13.019/14. 
Além disso, submete-se a um tipo de controle diferente, uma vez que, além do 
controle da administração pública de do tribunal de contas, deve apresentar um relatório de 
execução do objeto, o que deve mostrar que as atividades e metas foram cumpridas, e um 
relatório financeiro, expondo os gastos e receitas. 
2. Conclusão 
Tendo em vista o encimado, nota-se que o terceiro setor trata de entidades privadas 
sem fins lucrativos, que atuam ao lado do Estado, e que as mesmas podem ser subdivididas 
em cinco espécies, sendo elas Entidade de Serviço Social Autônomo (SSA), Entidade de 
Apoio, Organizações Sociais (OS), Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público(OSCIP), e Organizações de Sociedade Civil (OSC). 
Dentro desse cenário, apesar de haver similaridades dentro de cada uma das espécies 
citadas, é de suma importância destacar que a principal diferença entre elas, e que se apresenta 
bastante em concursos públicos, de acordo com o Professor Matheus Carvalho, é o vínculo da 
entidade com o poder público, pois nota-se que as formas de vínculo não se repetem em 
nenhuma das opções apresentadas. 
Além disso, conclui-se que, na verdade, o terceiro setor não é definido tanto pelo 
público, quanto pelo privado, mas sim como um conjunto de entidades sem fins lucrativos, 
com autonomia e administração própria, e que tem como função principal atuar ao lado do 
Estado visando o melhoramento da sociedade civil.

Continue navegando