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SUMÁRIO 1. Introdução ..................................................................... 3 2. Parede torácica ........................................................... 4 3. Mediastino ..................................................................29 Referências Bibliográficas ........................................36 3PAREDE TORÁCICA E MEDIASTINO 1. INTRODUÇÃO O tórax, ou parede torácica, é a parte do tronco situada entre o pescoço e o abdome, que contém os principais órgãos dos sistemas respiratório e circulatório. É uma das regiões mais dinâmicas do corpo, que altera seu volume a cada movimento respira- tório, aumentando durante a inspira- ção e diminuindo na expiração, de- vido à contração e relaxamento dos músculos torácicos, abdominais e o diafragma. O tórax é dividido em mediastino, que é a cavidade central que abriga as vís- ceras torácicas (exceto os pulmões), e nas cavidades pulmonares direita e esquerda (de cada lado do mediasti- no). A maior parte da cavidade torá- cica é ocupada pelos pulmões, sendo o restante ocupado pelo coração, va- sos e outras estruturas responsáveis pela condução do ar e do sangue que entram e saem através dos pulmões (traqueia e brônquios). Figura 1: Parede torácica. Fonte: https://www.anatomiaonline.com/wp-content/uploads/2018/03/torax.jpg 4PAREDE TORÁCICA E MEDIASTINO -As mamas também estão localiza- das na parede torácica, apesar de fa- zerem parte do sistema reprodutor. O termo peito normalmente se refere à parte superior do tronco, mais larga na parte superior por conta do cíngulo do membro superior/musculatura pei- toral e escapular. As mamas ocupam a maior parte do peito das mulheres. A parede torácica é formada pela cai- xa torácica (esqueleto torácico), mús- culos que se estendem até as cos- telas, pele e músculos da superfície anterolateral, que na parte posterior são estruturas englobadas como per- tencentes ao dorso. 2. PAREDE TORÁCICA Esqueleto Torácico O esqueleto torácico forma a caixa to- rácica, que protege as vísceras toráci- cas e alguns órgãos abdominais, re- siste às pressões internas negativas geradas pela retração elástica dos pulmões e pelos movimentos inspi- ratórios, além de proporcionar sus- tentação de peso e fixação para os membros superiores e músculos do abdome, pescoço, dorso e músculos da respiração. Apesar da rigidez, o esqueleto torá- cico também dispõe de certa flexibi- lidade proporcionada por suas articu- lações e pequena espessura, o que evita fraturas em casos de choques e compressões externas, bem como permite que a caixa mude de formato o a respiração. A caixa torácica é composta por 12 pares de costelas e cartilagens cos- tais, 12 vértebras torácicas (e seus discos intervertebrais) e o esterno. Costelas, cartilagens e espaços intercostais As costelas são ossos planos e cur- vos, que formam a maior parte do esqueleto torácico. Existem três tipos de costelas, que podem ser classifi- cadas em típicas e atípicas. As coste- las verdadeiras, também chamadas de vertebrocostais, compreendem as costelas de 1 a 7 e são fixadas no esterno diretamente por suas cartila- gens costais. As costelas falsas são a 8ª, 9ª e geral- mente a 10ª costelas, também cha- madas de vertebrocondrais, têm suas cartilagens unidas à cartilagem das costelas acima, ligando-se indireta- mente ao esterno. As costelas flutuantes correspondem à 11ª, 12ª e, em alguns casos, a 10ª costela não têm conexão com o es- terno, terminando na musculatura ab- dominal posterior, sendo chamadas de costelas livres ou vertebrais. 5PAREDE TORÁCICA E MEDIASTINO As costelas típicas são constituídas pelas 3ª a 9ª costelas e são assim de- nominadas por possuírem: • Cabeça da costela: formato cunei- forme, com duas faces articulares, que se articulam uma com a vér- tebra horizontal (de mesmo núme- ro) e a outra com a vértebra acima dela. Essas faces são separadas pela crista da cabeça da costela. • Colo da costela: porção que une a cabeça da costela ao corpo no ní- vel do tubérculo • Tubérculo da costela: fica na jun- ção do colo e do corpo, com uma face articular, que se liga ao proces- so transverso da vértebra corres- pondente, e uma face não articular que serve como local de fixação do ligamento costotransversário • Corpo da costela (diáfise): é fino, plano e curvo, com curvatura mais acentuada no ângulo da costela, o qual demarca o limite lateral de fi- xação nas costelas dos músculos profundos do dorso. Na parte in- terno, há ainda o sulco da costela, que serve de proteção para nervos e vasos intercostais. Figura 3: Esqueleto torácico – Vista poste- rior. Fonte:https://lh3.googleusercontent.com/ proxy/GQow9bJZEGxhwRo5xDfn-nxQGE- txH1OwM5OYJeQlzC7dXqHQy0-_8HGuXg- fyoeHixj2hh7UAfczdSmos-Zp_37pN Figura 2: Esqueleto torácico – Vista anterior. Fonte:https://i. pinimg.com/originals/85/ff/f3/85fff3ad5341d499fa74f065f- 748d6e9.png 6PAREDE TORÁCICA E MEDIASTINO Figura 4: Costela típica. Fonte: https://cienciasdeenfermagem.files.wordpress.com/2010/01/costela.jpg Figura 5: Inserção das costelas nas vértebras torácicas e ligamentos costotransversários. Fonte: https://www.auladea- natomia.com/artrologia/coluna11.jpg?x11964 7PAREDE TORÁCICA E MEDIASTINO As costelas atípicas são as 1ª, 2ª, 10ª, 11ª e 12ª costelas e são chamadas assim pois possuem características específicas: • 1ª costela: mais larga, com cor- po quase horizontal, mais curta e mais curva das 7 costelas verda- deiras. Como apenas se articula com a vértebra T1, possui apenas uma face articular em sua cabeça, e dois sulcos transversais para os vasos subclávios. Entre esses sul- cos, há o tubérculo do músculo escaleno anterior, fixação para o músculo de mesmo nome. • 2ª costela: possui corpo mais fino, menos curvo e mais longo que a 1ª costela. Sua cabeça possui duas faces articulares (para T1 e T2), e possui a tuberosidade do mús- culo serrátil anterior, região ru- gosa onde se insere parte desse músculo. • 10ª a 12ª costela: possuem ape- nas uma face articular, que se ar- ticula com uma única vértebra, e com exceção da 10ª, são curtas e não possuem colo nem tubérculo. As cartilagens costais prolongam as costelas anteriormente (em dire- ção ao esterno) e contribuem para a elasticidade da parede torácica. Elas aumentam de comprimento da 1ª à 7ª, e depois diminui gradualmente. Além disso, as 7 primeiras costelas possuem fixação direta e indepen- dente ao esterno, enquanto da 8ª à 10ª se articulam com as cartilagens costais superiores a elas, formando uma margem costal. A 11ª e a 12ª cartilagens costais protegem as ex- tremidades anteriores dessas cos- telas e não se fixam a nenhum osso ou cartilagem. E as cartilagens da 1ª à 10ª costelas fixam a parte anterior das costelas ao esterno, o que limita seu movimento, diferente da parte posterior, que é capaz de girar ao re- dor do eixo transversal da costela. Separando as costelas e as cartila- gens costais, há os espaços intercos- tais, que são nomeados de acordo com a costela de sua margem supe- rior. Existem 11 espaços intercostais e 11 músculos intercostais, assim, essas regiões abrigam músculos e membranas intercostais, e dois con- juntos (principal e colateral) de va- sos sanguíneos e nervos intercostais, identificados pelo mesmo número atribuído ao espaço. Esses espaços intercostais se alargam mais durante a inspiração, e podem ser mais alar- gados por extensão e/ou flexão lateral da coluna torácica para o lado oposto. Abaixo da 12ª costela, não há mais costelas, e assim esse espaço é cha- mado de subcostal, sendo o ramo an- terior do nervo espinal T12 o nervo subcostal. 8PAREDE TORÁCICA E MEDIASTINO RELEMBRANDO! As costelas são cha- madas de verdadeiras, falsas ou flutuan- tes de acordo com a forma que se ligam ou não ao esterno. Assim, as costelas verdadeiras se unem diretamente ao es- terno com suas cartilagens costais, as costelas falsas são unidas indiretamen- te ao esterno ao se ligarem, por suas cartilagens,às cartilagens das costelas acima delas, e as costelas falsas não se unem ao esterno. Já a diferenciação en- tre costelas típicas e atípicas está rela- cionado aos componentes anatômicos dessas costelas (corpo, colo, etc). 11ª, 12ª e 10ª* costelas Cabeça Colo Tubérculo Corpo (ângulo e sulco) 10ª - 12ª costelas: apenas 1 face articular 2ª costela: tuberosidade do m. serrátil anterior 1ª costela: tubérculo do m. escaleno anterior 8ª, 9ª e 10ª* costelas 1ª - 7ª costelas Costelas verdadeiras Costelas típicas (3ª - 9ª costelas) Costelas falsas Costelas atípicas Costelas flutuantes COSTELAS *10ª costela, em alguns indivíduos é falsa e em outros é flutuante. 9PAREDE TORÁCICA E MEDIASTINO Vértebras torácicas As vértebras torácicas compreendem as vértebras de T1 a T12, que podem ser agrupadas em vértebras típicas e atípicas. A maioria das vértebras é típica (T2-T9), ou seja, possuem cor- po vertebral, arcos vertebrais e sete processos que servem para conexão com músculos e articulações. As ca- racterísticas das vértebras torácicas típicas são: • Fóveas costais bilaterais (hemifó- veas) nos corpos vertebrais, nor- malmente em pares, um inferior e outro superior, as quais se articulam com a cabeça das costelas. Essas fóveas ficam nas laterais dos dis- cos intervertebrais (IV) interpostos. Duas hemifóveas, uma hemifóvea inferior na vértebra superior e uma hemifóvea superior na fóvea infe- rior, se unem à margem posterola- teral do disco IV entre duas vérte- bras formando uma cavidade que se articula com a cabeça da costela de mesmo número (Ex: cabeça da 5ª costela com a fóvea costal supe- rior da vértebra T5). • Fóveas costais dos processos transversos, que se articulam com os tubérculos das costelas (exce- to em 2 ou 3 vértebras torácicas inferiores); • Processos espinhosos longos, com inclinação inferior, que normal- mente sobrepõem as vértebras inferiores adjacentes, cobrindo os intervalos entre as lâminas. Isso protege o canal vertebral e medu- la espinhal da entrada de objetos cortantes. As faces articulares superiores das vértebras torácicas típicas dos pro- cessos articulares superiores são vol- tadas no sentido posterolateral, en- quanto as faces articulares inferiores dos processos articulares inferiores têm sentido anteromedial. Os planos articulares bilaterais entre as faces ar- ticulares de vértebras torácicas adja- centes formam um arco com um eixo de rotação no corpo vertebral como centro, o que permite a realização de movimentos rotatórios que são limi- tados pela caixa torácica. 10PAREDE TORÁCICA E MEDIASTINO Figura 6: Vértebra torácica típica. Fonte: https://www.auladeanatomia.com/osteologia/toracica6l.jpg?x11964 Já as vértebras torácicas atípicas, que são T1, T10, T11 e T12, possuem fó- veas costais inteiras no lugar de he- mifóveas e algumas apresentam ca- racterísticas específicas: • T1: não possui hemifóveas su- periores pois a vértebra C7 não possui hemifóveas para articular. Assim, T1 tem uma hemifóvea costal inferior típica e a 1ª costela articula-se apenas com T1 (e não T1 e C7). • T10: tem apenas um par bilateral de fóveas costais interiras que fi- cam em parte no corpo e em parte no pedículo. • T11 e T12: têm apenas um par de hemifóveas costais em seus pedículos. 11PAREDE TORÁCICA E MEDIASTINO Figura 5: Vértebra T12. Fonte:https://www.anatomia-papel-e-caneta.com/wp-content/uploads/2019/06/Coluna- -16-1024x666.jpg T1: apenas uma fóvea costal inferior típica Fóveas costais dos processos transversos T10: apenas um par bilateral de fóveas costais e no corpo e pedículo Fóveas costais bilaterais (hemifóveas superiores e inferiores) nos corpos vertebrais T11 e T12: apenas um par de fóveas costas nos pedículos Processos espinhosos longos Atípicas (T1 e T10-T12) Típicas* (T2 – T9) VÉRTEBRAS TORÁCICAS *vértebras típicas possuem corpo vertebral, arcos vertebrais e sete processos 12PAREDE TORÁCICA E MEDIASTINO Esterno O esterno é um osso plano e alon- gado, situado na parte anterior e in- termediária da caixa torácica, fican- do sobre as vísceras do mediastino, como o coração, as protegendo. Este osso possui três partes - manúbrio, corpo e processo xifoide - que são unidas por sincondroses, articula- ções cartilagíneas que ossificam na meia-idade. O manúbrio é a parte mais espessa do esterno, cujo centro côncavo, chama- do de incisura jugular (supraesternal) pode ser facilmente palpada. A inci- sura se aprofunda nas extremidades esternais (mediais) da clavícula e for- mam as articulações esternoclavicu- lares. O manúbrio se articula também com a 1ª costela (sincondrose da pri- meira costela) e com o corpo do es- terno, com o qual forma o ângulo do esterno (sínfise manubrioesternal). O corpo do esterno é longo, estreito e mais fino que o manúbrio, situado na altura das vértebras. Sua largu- ra varia de acordo com as incisuras costais, onde as costelas se articulam com o esterno. Em pessoas jovens, o corpo do esterno possui quatro ester- nebras, que são estruturas primárias do esterno, que se articulam entre si por articulações cartilagíneas primá- rias (sincondroses esternais) e co- meçam a fundir entre a puberdade e os 25 anos de idade. Em adultos, a superfície anterior possui três cristas transversais variáveis, que são as li- nhas de fusão das esternebras. O processo xifoide é a menor parte do esterno, localizado na fossa epigástri- ca (nível de T10), indicando o limite inferior da parte central da cavidade torácica (sínfise xifoesternal), além de servir de referência para o limite superior do fígado, centro tendíneo do diafragma e margem inferior do coração. O processo xifoide pode ser pontiagudo, rombo, bífido, curvo ou defletido para um dos lados. É cartila- ginoso em jovens e ossifica por volta dos 40 anos, sendo que em pesso- as idosas pode se fundir ao corpo do esterno na sínfise xifoesternal, onde forma o ângulo infraesternal da aber- tura inferior do tórax. Figura 6: Esterno – Vista anterior. Fonte: https://www. anatomiadocorpo.com/wp-content/uploads/2016/06/ osso-Esterno.png 13PAREDE TORÁCICA E MEDIASTINO SAIBA MAIS! A parede torácica possui dois grupos de articulações: articulações costovertebrais e articulações esterno- costais. As articulações costovertebrais são formadas pela junção das costelas com a coluna vertebral, sendo divididas em articulações das cabeças das coste- las e articulações costotransversárias. Já as articulações esternocostais são aquelas formadas pela união entre as cartilagens costais e o esterno. Vale res- saltar que problemas de mobilidade em todas as articulações aqui mencionadas podem comprometer os movimentos respiratórios. Sínfise xifosternal (ângulo infraesternal) Incisura jugular (incisura supraesternal) Pontiagudo/rombo/ bífido/curvoIncisuras claviculares (articulações esternoclaviculares) Limite inferior do centro do tórax e limite superior do fígado, diafragma e borda inferior do coraçãoSínfise manubrioesternal (ângulo do esterno) Manúbrio Corpo Processo xifoide Incisuras costais Cristas transversais Esternebras (sincondroses esternais) Sincondrose da 1ª costela ESTERNO 14PAREDE TORÁCICA E MEDIASTINO 2.2 Músculos Torácicos Os verdadeiros músculos da parede torácica são o m. serrátil posterior, m. levantadores das costelas, m. sub- costais e m. transverso do tórax. No entanto, alguns músculos do abdo- me (anterolaterais – m. oblíquo ex- terno e m. reto do abdome), dorso e Figura 7: Músculos torácicos – Vista anterior. Fonte:https://encryptedtbn0.gstatic.com/ images?q=tbn:ANd9GcRTABe9IWXbGiqoDSZoJIcIMZ_ukELPPSpjN4pcPS6aRJodTbD0MA&s pescoço (m. escalenos) inserem-se na caixa torácica, que são os múscu- los toracoapendiculares, os quais se estendem até os membros superio- res. Além disso, o tórax também con- ta com os músculos intercostais, os quais também participam dos movi- mentos respiratórios. Os músculos toracoapendicularesque cobrem a caixa torácica formam o leito da mama, ficando situados na parede torácica e por isso podem ser considerados dessa parte, mas funcionalmente são músculos dos membros superiores, recebendo a inervação correspondente a esses membros. As glândulas mamárias ficam apoiadas no músculo peitoral maior, na parede anterior do tórax. Os músculos toracoapendiculares in- cluem os músculos peitorais maior e menor, m. serrátil anterior, m. tra- pézio, m. latíssimo do dorso, entre outros, e alguns deles, como os mús- culos peitoral maior e menor e a par- te inferior do serrátil anterior atuam como músculos acessórios da respi- ração, ajudando a elevar as costelas para expandir a caixa torácica na ins- piração forçada. 15PAREDE TORÁCICA E MEDIASTINO O músculo serrátil posterior, que se divide didaticamente em serrátil pos- terior superior e inferior, é descrito como músculo inspiratório, no en- tanto, estudos recentes indicam que a função principal desses músculos pode não ser motora, mas sim pro- prioceptiva, sendo apontados como causadores de dor crônica nas sín- dromes de dor miofascial, principal- mente o serrátil posterior superior. SE LIGA! Propriocepção é a capacidade de reconhecer a localização espacial do corpo e a posição de cada parte do cor- po em relação às demais. Os músculos levantadores das cos- telas são 12 músculos em forma- to de leque que elevam as costelas, mas que parece ter pouca contribui- ção na inspiração normal, acreditan- do-se que seu papel seja relaciona- do ao movimento vertebral e/ou na propriocepção. Os músculos subcostais apresentam formas e tamanho variáveis, sendo normalmente mais desenvolvidos na parede inferior do tórax. Esses músculos se estendem da superfí- cie interna do ângulo da costela até a superfície interna da segunda ou ter- ceira costela inferior a ela. Assim, os músculos intercostais cruzam um ou dois espaços intercostais e se unem aos músculos intercostais internos, seguindo a mesma direção que eles. Os músculos transversos do tórax possuem quatro ou cinco alças em sentido súperolateral, saindo da par- te inferior do esterno. A parte inferior desses músculos é contínua com os músculos transversos do abdome, e parecem ter uma função expiratória fraca, além de fornecer informações proprioceptivas. 16PAREDE TORÁCICA E MEDIASTINO Figura 8: Músculos torácicos – Vista posterior. Fonte: https://anatomiaonline.com/wp-content/uploads/2015/09/5. 4-Tronco2.jpg Sobre os músculos intercostais, como já mencionado, ocupam os espaços intercostais, sendo divididos em in- tercostais externos, que cobrem a superfície, intercostais internos, que revestem a camada interna, e inter- costais íntimos, que são fibras mais profundas dos intercostais internos. • M. intercostais externos (11 pa- res): seguem inferoanteriormente da costela acima à costela abaixo, são contínuos com os músculos oblíquos externos do abdome e são mais ativos na inspiração. • M. intercostais internos (11 pa- res): são perpendiculares aos in- tercostais externos, com fibras se- guindo em direção inferoposterior, dos sulcos costais até as margens superiores das costelas interiores a eles. Na parte posterior entre as costelas, esses músculos são substituídos pelas membranas in- tercostais internas. Os músculos 17PAREDE TORÁCICA E MEDIASTINO intercostais internos inferiores são contínuos com os músculos oblí- quos internos do abdome. Esses músculos são mais fracos que os intercostais externos e são mais ativos durante a expiração. • M. intercostais íntimos: são se- parados dos intercostais internos pelos nervos e vasos intercostais, passando entre as superfícies in- ternas de costelas adjacentes. Acredita-se que a função desses músculos é a mesma dos intercos- tais internos. Embora os músculos intercostais ex- ternos e internos sejam ativos du- rante a inspiração e expiração, res- pectivamente, a maior parte de sua atividade é isométrica, aumentando o tônus sem gerar movimento. O papel desses músculos na movimentação das costelas parece estar relaciona- do principalmente à respiração for- çada, sendo que sua principal função na respiração é dar sustentação ao espaço intercostal (aumentando seu tônus ou sua rigidez), resistindo ao movimento paradoxal, sobretudo du- rante a inspiração, quando as pres- sões torácicas internas são mínimas (mais negativas – Ver boxe sobre mo- vimentos respiratórios). SAIBA MAIS! Movimento paradoxal é mais visível após trauma raquimedular alto, quando há paralisia flácida inicial de todo o tronco, mas o diafragma continua ativo – nessas circunstâncias, a capaci- dade vital é comprometida pela incursão (paradoxal) da parede torácica durante a inspiração. Algumas semanas depois, a paralisia se torna espástica (aumenta o tônus muscular), a parede torácica enri- jece e a capacidade vital aumenta. Além dos músculos citados, a cavida- de torácica apresenta ainda o múscu- lo diafragma, que a separa da cavida- de abdominal. O diafragma controla o volume e a pressão interna da ca- vidade torácica, constituindo a base da respiração. Durante a inspiração, o diafragma se contrai e desce, com isso as costelas sobem, aumentando o volume da caixa torácica (reduzindo a pressão intratorácica) e forçando o ar a entrar nos pulmões. Na expiração, o diafragma relaxa, reduzindo o volu- me e aumentando a pressão intrato- rácica, expelindo o ar. O diafragma é o principal músculo da inspiração. 18PAREDE TORÁCICA E MEDIASTINO 2.3. Inervação da Parede Torácica A parede torácica é inervada por 12 pares de nervos espinais torácicos, os quais se dividem em ramos primários anterior e posterior. Assim, os ramos anteriores dos nervos T1 a T11 for- mam os nervos intercostais, enquan- to o ramo anterior de T12 forma o nervo subcostal, que segue inferior- mente à 12ª costela. Os ramos pos- teriores dos nervos espinais torácicos são laterais aos processos articulares das vértebras torácicas, e suprem as articulações, músculos profundos e a pele do dorso do tórax. Os nervos intercostais podem ser di- vididos em típicos e atípicos. Os ner- vos intercostais típicos (3º ao 6º ner- vos) possuem ramos: comunicantes, colaterais, cutâneos laterais, cutâne- os anteriores e musculares, que basi- camente se diferem em sua origem e/ ou função. APRESENTAÇÃO CLINICA M ús cu lo s ac es só rio s da re sp ira çã o M. Diafragma M. Escalenos M. Serrátil posterior M. Peitoral menor M. Subcostais M. Transverso do tórax M. Intercostais M. Peitoral maior M. Levantadores das costelas M. Serrátil anterior (parte inferior) M. Abdominais (oblíquo externo e reto do abdome) M. Intercostais íntimos M. Intercostais internos M. Intercostais externos MÚSCULOS TORÁCICOS Verdadeiros Toracoapendiculares (membros superiores) 19PAREDE TORÁCICA E MEDIASTINO Já os nervos intercostais atípicos apresentam algumas características específicas: • O ramo anterior de T1 se divide em grande parte superior e uma parte inferior pequena. A parte superior se une ao plexo braquial, enquanto a parte inferior se torna o 1º nervo intercostal. • O 1º nervo intercostal não tem ramo cutâneo anterior e muitas ve- zes também não tem o ramo cutâ- neo lateral. • O 2º (e as vezes o 3º nervo inter- costal) origina um grande ramo cutâneo lateral chamado de nervo intercostobraquial. • Os 7º-11º nervos intercostais, nas suas porções fora do espa- ço intercostal, formam os nervos toracoabdominais. A maioria dos nervos de T2 a T12 su- pre um dermátomo do tronco. O gru- po de músculos supridos pelos ramos posterior e anterior de cada par de nervos torácicos constitui um mióto- mo. Assim, os miótomos dos nervos T2 a T11 incluem os músculos inter- costal, subcostal, transverso do tórax, levantador da costela e serrátil poste- rior associados ao espaço intercostal, que inclui o nervo intercostal, além de uma parte dos músculos profundos do dorso. Figura 9: Dermátomos da paredetorácica. Fon- te:https://1.bp.blogspot.com/ZP6Ypzinqa0/ WU7yJk4usI/AAAAAAAAAhQ/clhLuwV6nHIM- ziw0yA1e25v71B48UgvGgCLcBGAs/s400/ Anatomia%2BOrientada%2BPara%2Ba%2B- Cl%25C3%25ADnica%2B-%2B- Moore%2B%2B-%2B7%25C2%25AA%2BEd._ page1307_image155.jpg 20PAREDE TORÁCICA E MEDIASTINO Vascularização da Parede Torácica As artérias que irrigam a parede torá- cica se originam da aorta (parte torá- cica), subclávia e artéria axilar e, nor- malmente, a distribuição dos vasos dessa região seguem os espaços in- tercostais, paralelamente às costelas. A parte torácica da aorta origina as artérias intercostais posteriores e subcostais, a artéria subclávia da ori- gem as artérias torácica interna e intercostal suprema e a artéria axilar origina a artéria torácica superior e a artéria torácica lateral. As artérias intercostais atravessam a parede torácica pelas costelas. Assim, os espaços intercostais, com exceção dos 10º e 11º espaços, são irrigados por uma grande artéria intercostal posterior, com seu ramo colateral, e um pequeno par de artérias intercos- tais anteriores. As artérias intercostais posterio- res emitem um ramo posterior que acompanha o ramo correspondente do nervo espinal para suprir a medula espinal, a coluna vertebral, os mús- culos do dorso e a pele. Essas arté- rias acompanham os nervos intercos- tais através dos espaços intercostais, Ramos anteriores Ramos posteriores M. Diafragma M. Diafragma M. Diafragma M. Diafragma M. Diafragma NERVOS TORÁCICOS INERVAÇÃO DA PAREDE TORÁCICA 21PAREDE TORÁCICA E MEDIASTINO ficando entre a veia e nervo intercos- tais. Além disso, as artérias intercos- tais posteriores do 1º e do 2º espaços intercostais originam-se da artéria in- tercostal suprema, que é um ramo da artéria subclávia. As artérias torácicas internas (ma- mária internas) se originam na base do pescoço e terminam no 6º espaço intercostal, tocando a pleura parietal posteriormente, e dividindo-se nas artérias epigástrica superior e mus- culofrênica. Essas artérias também dão origem diretamente às artérias intercostais anteriores, que suprem os seis espaços intercostais superio- res – artéria musculofrênica origina as artérias intercostais anteriores do 7º ao 9º espaço intercostal. Figura 10: Vascularização torácica. Fonte: MOORE, et al. Anatomia orientada para Clínica. 7ªed 22PAREDE TORÁCICA E MEDIASTINO As artérias intercostais anteriores ir- rigam as partes anteriores dos nove espaços intercostais superiores, além dos músculos intercostais, de onde enviam ramos para os músculos pei- torais, mamas e a pele. Além disso, as intercostais anteriores estão ausentes nos dois espaços intercostais inferio- res, os quais são supridos apenas pe- las artérias intercostais posteriores e seus ramos colaterais. Figura 11: Vascularização do tórax. Fonte:<https://www.google.com/search?q=art%C3%A9ria+axilar&source=lnms&- tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwjQp8P7oufhAhXdILkGHf7JCvEQ_AUIDigB&biw=1366&bih=608#imgdii=OJkfzkdX- VBY1FM:&imgrc=f9zwuo7Fvoy-LM: 23PAREDE TORÁCICA E MEDIASTINO ARTÉRIAS DA PAREDE TORÁCICA Aorta torácica Artéria subclávia Artéria axilar A. Torácica superior A. Intercostais posteriores A. Torácica lateralA. Subcostais A. Intercostal suprema A. Torácica interna Mamas M. Intercostais íntimos A. Epigástrica superior A. Musculofrênica A. Intercostais anteriores do 7º ao 9º EI Mamas Pele do tórax Músculos peitorais 24PAREDE TORÁCICA E MEDIASTINO As veias intercostais acompanham as artérias e nervos intercostais e es- tão em posição superior nos sulcos das costelas. Há 11 veias intercostais posteriores e uma veia subcostal de cada lado. As veias intercostais pos- teriores se unem às veias intercostais anteriores, tributárias das veias torá- cicas internas, que por sua vez acom- panham as artérias torácicas internas. À medida que se aproximam da colu- na vertebral, as veias intercostais pos- teriores recebem um afluente poste- rior, que acompanha o ramo posterior do nervo espinal daquele nível, e uma veia intervertebral, que drena os ple- xos venosos vertebrais associados à coluna. A maioria das veias intercostais pos- teriores termina no sistema venoso ázigo/hemiázigo, que desemboca na veia casa superior (VCS). A veia inter- costal superior direita é tipicamente a última tributária da veia ázigo, antes de sua entrada na VCS, mas a veia intercostal superior esquerda drena para a veia braquiocefálica esquer- da. A veia braquiocefálica esquer- da também recebe, junto com a veia braquiocefálica direita o sangue das veias intercostais posteriores do 1º espaço intercostal. 25PAREDE TORÁCICA E MEDIASTINO VEIAS DA PAREDE TORÁCICA V. Intervertebral + afluente V. Intercostais posteriores V. Intercostais anteriores V. Subcostal VEIAS DA PAREDE TORÁCICA + + V. Braquiocefálica esquerda e direita (1º EI) Plexos vertebrais V. Torácicas internas Sistema ázigo/ hemiázigo VCS 26PAREDE TORÁCICA E MEDIASTINO Mamas e Linfonodos torácicos As mamas são formadas por tecido glandular e tecido fibroso, integrados à uma matriz adiposa, a qual deter- mina seu tamanho em não lactantes. São estruturas presentes tanto em homens quanto em mulheres, porém apenas nas mulheres são bem de- senvolvidas e participam do sistema reprodutor feminino. As mamas possuem uma parte mais proeminente e pigmentada, chamada de aréola, cujo centro é formado pelas papilas mamárias. As glândulas ma- márias ficam no tecido subcutâneo, em cima dos músculos peitorais maior e menor, como já mencionado. Essas glândulas são fixadas à derme pelos ligamentos suspensores da mama. As mamas começam a aumentar du- rante a puberdade por conta do de- senvolvimento glandular, mas tam- bém principalmente pelo aumento de deposição de gordura nessa região. O parênquima mamário é formado por ductos lactíferos, que dão origem de 15 a 20 lóbulos da glândula ma- mária. Esses ductos têm aberturas in- dependente, e cada um deles possui uma parte dilatada chamada de seio lactífero, onde se acumulam gotículas de leite – quando o lactente suga, es- sas gotículas são expelidas e ocorre o reflexo da ejeção do leite, ou seja, o leite é secretado na boca do bebê, não sugado por ele. As mamas são inervadas pelos ramos cutâneos anteriores e laterais dos 4º, 5º e 6º nervos intercostais e recebem vascularização dos ramos mamários mediais de ramos perfurantes e ra- mos intercostais anteriores da arté- ria torácica interna; artérias torácica lateral e toracoacromial e artérias in- tercostais posteriores. Sua drenagem venosa é feita principalmente pela veia axilar. A drenagem linfática das mamas é feita para o plexo linfático subareolar. A maior parte da linfa desse plexo, principalmente dos quadrantes supe- riores, é drenada para os linfonodos axilares, passando ou não primeiros pelos linfonodos anteriores ou pei- torais. A parte restante da linfa dre- na para os linfonodos paraesternais, principalmente a linfa dos quadrantes mediais da mama, enquanto a linfa dos quadrantes inferiores pode dre- nar para linfonodos abdominais (lin- fonodos frênicos inferiores subdia- fragmáticos). Por fim, a linfa da pele da mama drena para os linfonodos axilares, cervicais profundos inferio- res, infraclaviculares e paraesternais. A linfa dos linfonodos axilares drena para os linfonodos claviculares e en- tão para o tronco linfático subclávio. Os linfonodos paraesternais drenam para os troncos linfáticos broncome- diastinais e esses troncos ductose juntam com o tronco linfático jugu- lar, formando o ducto linfático direito, que entra no ducto torácico do lado 27PAREDE TORÁCICA E MEDIASTINO esquerdo. Entretanto, na maioria dos casos, esses troncos se abrem, de forma independente, na junção das veias jugular interna e subclávia, che- gando até as veias braquiocefálicas direita e esquerda. É importante o conhecimento desse sistema devido à grande frequência de metástases do câncer de mama provenientesda drenagem linfática. Figura 12: Linfonodos torácicos. Fonte: https://image.slidesharecdn.com/thebreast-140210053248-phpapp02/95/ the-breast-21-638.jpg?cb=1392010433 28PAREDE TORÁCICA E MEDIASTINO DRENAGEM LINFÁTICA DAS MAMAS PLEXO SUBAREOLAR OU OU OU OU Pele Linfonodos cervicais profundos Linfonodos infraclaviculares Linfonodos paraesternais Linfonodos axilares Linfonodos abdominais Quadrantes superiores quadrantes mediais Quadrantes inferiores Troncos linfáticos broncomediastinais Tronco linfático jugular Ducto linfático direito V. Subclávia e V. jugular interna V.Braquiocefálicas direita e esquerda Linfonodos claviculares Tronco linfático subclávio V. Subclávia e V. jugular interna Parte torácica da aorta 29PAREDE TORÁCICA E MEDIASTINO 3. MEDIASTINO O mediastino compreende a cavida- de central do tórax, que separa as cavidades pulmonares direita e es- querda, e se estende do esterno e cartilagens costais à coluna vertebral, e da raiz do pescoço ao diafragma, horizontalmente. Esse compartimento cerca todas vís- ceras torácicas, exceto os pulmões e pleuras, e por isso sofre com as altera- ções dinâmicas do coração e esôfago, por exemplo. Além do coração e esô- fago, o mediastino também engloba as partes torácicas dos grandes va- sos, traqueia e timo. O mediastino pode ser dividido em superior e inferior, cujo limite é deter- minado por uma linha imaginária que passa pelo ângulo esternal e margem inferior do disco IV de T4 e T5 (plano transverso do tórax). Por fim, o me- diastino inferior, que fica entre o pla- no transverso do tórax e diafragma, pode ser dividido em anterior, médio e posterior pelo pericárdio. O pericár- dio, o coração e as raízes dos grandes vasos formam o mediastino médio. Figura 13: Mediastino. Fonte:<https://www.anatomiaonline.com/mediastino/> dlucca.edlu@gmail.com 30PAREDE TORÁCICA E MEDIASTINO O mediastino superior contém o timo, os grandes vasos, e a continuação in- ferior das vísceras cervicais (traqueia e esôfago), ducto torácio e troncos linfáticos, bem como os vasos e ner- vos que suprem as estruturas dessa região. A prinicipal invervação do mediastino superior vem dos nervos vagos, que saem do crânio e descem no pescoço posterolateralmente às artérias caró- tidas comuns. O nervo vago direito (NVD) dá origem ao nervo laríngeo recorrente direito. Próximo à raiz do pulmão direito, divide-se em ramos para o plexo pulmonar direito. Geral- mente, o NVD deixa essa plexo como um único nervo e segue até esôfago, onde se divide e envia fibras par o ple- xo esofágico. O NVD também origina ramos que suprem o plexo cardíaco. O nervo vago esquerdo (NVE) desce no pescoço e segue posterolateral- mente à artéra carótida comum es- querda. É separado lateralmente do nervo frênico pela veia intercostal su- perior esquerda. O NVE emite o nervo laríngeo recorrente esquerdo e próxi- mo à raiz do pulmão esquerdo, divi- de-se em ramos que contribuem para o plexo pulmonar esquerdo. O NVE emite ramos que se juntam às fibras dos NVD no plexo esofágico. Os nervos frênicos suprem o dia- fragma com fibras motoras e sen- sitivas. Também enviam fibras sen- sitivas para o pericárdio e a parte mediastinal da pleura parietal. – a po- sição dos nervos frênicos anterior às raízes dos pulmões é importante para diferenciá-los dos nervos vagos, que seguem posteriormente às raízes dos pulmões. Timo O timo é um órgão linfóide, localizado posteriormente ao manúbrio do es- terno, responsável pela maturação de linfócitos T. Após a puberdade, este órgão sofre involução gradual e é substituído por gordura em sua maior parte. A maior parte da irrigação arterial do timo é feita pelos ramos intercostais anteriores e mediastinais anteriores das artérias torácicas internas. Sua drenagem venosa termina nas veias braquiocefálica esquerda, torácica in- terna e tireóidea inferior e seus vasos linfáticos drenam para nos linfono- dos paraesternais, braquiocefálicos e traqueobronquiais. Grandes vasos Compreendem as veias braquioce- fálicas e veia cava superior (VCS); o arco da aorta, com as raízes de seus principais ramos – tronco braquioce- félico, artéria carótida comum esquer- da e artéria subclávia; e os nervos re- lacionados – vago, frênico e nervos do plexo cardíaco. dlucca.edlu@gmail.com dlucca.edlu@gmail.com dlucca.edlu@gmail.com dlucca.edlu@gmail.com dlucca.edlu@gmail.com 31PAREDE TORÁCICA E MEDIASTINO A união das veias jugular interna e subclávia formam as veias braquice- fálicas direita e esquerda, posterior- mente às articulações esternoclavicu- lares, que por sua vez formam a VCS. O comprimento da veia braquicefá- lica direita é maior que da esquerda, porque essa passa do lado esquerdo para o direito, anteriormente às raízes dos três principais ramos do arco da aorta. As veias braquicefálicas con- duzem o sangue da cabeça, pesco- ço e membros superiores para o átrio direito. A VCS conduz o sangue de todas as estruturas superiores ao diafragma, exceto dos pulmões e do coração. Si- tua-se ao lado direito do mediastino superior, terminando no nível da 3ª cartilagem costal, quando entra no átrio direito. Os ramos da parte ascendente da aorta são as artérias coronárias, ori- ginadas no seio da aorta. O arco da aorta é a continuação de sua parte ascendente, cuja terminação forma a parte torácica (descendente) da aor- ta. O tronco braquiocefálico é o maior ramo do arco da aorta, que se divide nas artérias carótidas comum direita e subclávia direita. Figura 14: Ramificações do arco da aorta. Fonte:https:// upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/6/64/ Gray506_pt.svg/1200px-Gray506_pt.svg.png O mediastino inferior compreende a parte torácica da aorta, o ducto torá- cico e os troncos linfáticos, esôfago, além dos vasos , linfonodos e nervos da região. O pericárdio, como já men- cionado, subdivide essa cavidade em partes anterior, média e posterior, sendo a parte média formado pelo pericárdio e seu conteúdo. O mediastino anterior é a menor das partes do mediastino inferior, situada entre o esterno e os músculos trans- verso do tórax e o pericárdio poste- riormente. Esse compartimento é limi- tado pelo diafragma, sendo formado por tecido conjuntivo frouxo, gordura, vasos linfáticos, alguns linfonodos e ramos dos vasos torácicos internos. 32PAREDE TORÁCICA E MEDIASTINO Em crianças, o mediastino anterior contém uma parte do timo. O pericárdio, que forma o mediastino médio, é uma membrana fibrosserosa que reveste o coração e as raízes dos grandes vasos (parte ascendente da aorta, tronco pulmonar e VCS). Ele é formado por duas camadas, uma fi- brosa (externa), que possui uma lâ- mina parietal e outra visceral, e uma camada serosa, formado basicamen- te por mesotélio e que reveste a su- perficie interna do pericardio fibroso e superfíice externa do coração. O pericárdio fibroso é contínuo com o centro tendíneo do diafragma e com a túnica adventícia dos grandes vasos. O pericárdio é suprido principalmente pela artéria pericardicofrênica e sua drenagem venosa é feita pelas veias pericardicofrênicas e algumas tribu- tárias do sistema ázigo. O mediastino posterior por sua vez, compreende a parte torácica da aor- ta, o ducto torácico e os troncos lin- fáticos, o esôfago e outras estruturas adjacentes. A parte torácica da aorta é a continuação do arco da aorta. É circundada pelo plexo aórtico torácico, uma rede nervosa autônoma. A parte torácica da aorta situa-se posterior- mente à raiz do pulmão esquerdo, pe- ricárdio e esôfago, e entra no abdome através do hiato aórtico no diafragma, onde se torna aorta abdominal. O ducto torácico, que ascende atra- vés do hiato aórtico no diafragma, é o maior canal linfático do corpo. Trans- porta a maior parte da linfa do corpo para o sistema venoso: dos membros inferiores, cavidades pélvica e abdo- minal, membro superior esquerdo e lado direito do tórax, cabeça e pes- coço, ou seja, todaa linfa, exceto do quadrante superior direito. O sistema venoso ázigo, principal drenagem venosa do mediastino, fica situado de cada lado da coluna verte- bral, drena as paredes do dorso e to- racoabdominais e as vísceras do me- diastino. A veia ázigo e sua principal tributária, a hemiázigo, geralmente têm origem em raízes da VCI e/ou veia renal, que se fundem com as veias lombares ascendentes. Sua inervação é feita pelos nervos frênicos, vagos e troncos simpáticos. A veia ázigo for- ma uma via colateral ente as VCS e VCI e drena sangue das paredes pos- teriores do tórax e abdome. Além das veias intercostais posteriores, a veia ázigo comunica-se com os plexos ve- nosos vertebrais que drenam o dorso, as vértebras e as estruturas no canal vertebral. O mediastino posterior é inervado pelos nervos esplâncnicos torácicos inferiores (n. esplâncnicos maior, me- nor e imo), que são parte dos nervos esplâncnicos abdominopélvicos por- que suprem as vísceras inferiores ao diafragma. São responsáveis pela inervação simpática da maioria das vísceras abdominais. 33PAREDE TORÁCICA E MEDIASTINO SE LIGA! Complicações Associadas ao tórax: Tórax instável: Causado por fraturas múltiplas das costelas que acabam per- mitindo o livre movimento de um seg- mento considerável da parede torácica anterior e/ou lateral. O segmento livre move-se para dentro com a inspiração e para fora com a expiração (movimento paradoxal do tórax). É uma lesão bas- tante dolorosa, que compromete a ven- tilação e consequentemente a oxigena- ção sanguínea. Coartação da aorta: Estreitamento anormal (estenose) do arco da aorta ou de sua parte torácica, causando uma obstrução do fluxo sanguíneo para a parte inferior do corpo.Quando a coarta- ção situa-se abaixo do ligamento arte- rial (coartação pós-ductal), geralmente há desenvolvimento de circulação cola- teral entre as partes proximal e disal da aorta através das artérias intercostais torácicas internas, prolongando a vida do portador desse tipo de coartação por muitos anos. 34PAREDE TORÁCICA E MEDIASTINO VEIAS DA PAREDE TORÁCICA V. Intervertebral + afluente V. Intercostais posteriores V. Intercostais anteriores V. Subcostal VEIAS DA PAREDE TORÁCICA + + V. Braquiocefálica esquerda e direita (1º EI) Plexos vertebrais V. Torácicas internas Sistema ázigo/ hemiázigo VCS 35PAREDE TORÁCICA E MEDIASTINO PAREDE TORÁCICA (MEDIASTINO + CAVIDADES PULMONARES) Composto por Esqueleto torácico Sistema Respiratório Proteção das vísceras torácicas e alguns órgãos abdominais Composto por Sistema Circulatório Fixação dos membros superiores e músculos Músculos torácicos Grandes Vasos Resistência à pressões (respiração) Funções Abriga 36PAREDE TORÁCICA E MEDIASTINO REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS MOORE, et al. Anatomia orientada para Clínica. 7ªed Drake, et al. Gray’s Anatomia Clínica para Estudantes. 3ªed Goldman-Cecil. Medicina. 24ªed 37PAREDE TORÁCICA E MEDIASTINO
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