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Tireoide e Paratireoide - Anatomia - Super Material - SanarFlix

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SUMÁRIO
1. Introdução ........................................................................................................ 3
2. Aspectos Anatômicos da Tireoide ......................................................... 3
3. Aspectos Anatômicos das Paratireoides ......................................... 11
4. Vascularização e Inervação da Tireoide e da Paratireoide ........ 13
5. Fisiologia da Tireoide ................................................................................ 23
6. Fisiologia da Paratireoide ........................................................................ 25
7. Correlações Clínicas .................................................................................. 26
8. Exames de Imagem .................................................................................. 31
Referências Bibliográficas .......................................................................... 37
3ANATOMIA: TIREOIDE E PARATIREOIDE
1. INTRODUÇÃO
O pescoço é a área do corpo humano 
que funciona como uma ponte entre o 
crânio e o tórax, sendo composta por 
fáscias, vasos, nervos, estruturas ós-
seas e cartilaginosas, músculos e vís-
ceras, sendo essas últimas o foco do 
nosso estudo.
As vísceras da região cervical huma-
na se dispõem em 3 camadas que, da 
porção posterior à anterior, são:
1. Camada alimentar: Composta pela 
Faringe e pelo Esôfago.
2. Camada respiratória: Composta 
pela Laringe e Traqueia.
3. Camada endócrina: Compos-
ta pelas Glândulas Tireoide e 
Paratireoide.
As glândulas presentes na camada 
endócrina das vísceras cervicais são 
grandes representantes do nosso 
Sistema Endócrino, sendo a tireoide 
a maior glândula endócrina do cor-
po humano. Tal estrutura é a respon-
sável pela produção dos seguintes 
hormônios: T3 (Triiodotironina) e T4 
(Tetraiodotironina ou Tiroxina), am-
bos encarregados de regular a taxa 
metabólica basal, e a Calcitonina, um 
dos responsáveis pela regulação do 
metabolismo do cálcio. Uma caracte-
rística da tireoide que revela a impor-
tância dessa glândula no organismo 
é o fato de ela poder influenciar todas 
as áreas do corpo, exceto o baço, os 
testículos, o útero e ela própria.
As glândulas paratireoides, por sua 
vez, sintetizam e liberam o Parator-
mônio (PTH), que, além de contro-
lar o metabolismo do cálcio por ação 
antitética (ou seja, com efeito inverso 
ao da Calcitonina), também regula 
o metabolismo do fósforo no corpo. 
Diferentemente da tireoide, as pa-
ratireoides possuem uma ação mais 
reduzida, atuando no esqueleto, nos 
rins e no intestino (embora neste últi-
mo seja de forma indireta).
 
2. ASPECTOS 
ANATÔMICOS DA 
TIREOIDE
Situada na região cervical, a tireoide 
“abraça” a traqueia (localizada em 
posição posterior) e, por isso, em um 
corte transversal, a glândula possui 
o mesmo formato da letra “U” ou de 
uma ferradura. Desse modo, pode-se 
dizer que a tireoide está localizada 
ântero-lateralmente em relação à 
traqueia. Em sua porção superior, a 
tireoide possui relação com a laringe 
e, em sua porção posterior, também 
possui relação com o esôfago e com 
um importante nervo que passa entre 
ela, o esôfago e a traqueia: o nervo 
laríngeo recorrente.
4ANATOMIA: TIREOIDE E PARATIREOIDE
SE LIGA! O nervo laríngeo recorrente, 
ramo do nervo vago, é uma importante 
estrutura da região cervical por exercer 
papel fundamental na fala, uma vez 
que ele inerva quase todos os músculos 
da laringe responsáveis pela fonação. 
Deste modo, esse nervo deve sempre 
ser notado durante a realização de qual-
quer procedimento cirúrgico na região 
cervical. Quando se é realizada uma ti-
reoidectomia (retirada parcial ou total da 
glândula tireoide), por exemplo, deve-se, 
primeiro, identificar e, então, preservar 
esse nervo, pois qualquer lesão ao lon-
go de seu trajeto provoca rouquidão no 
paciente.
Nervo laríngeo 
recorrente
Figura 1. Fonte: NETTER, Frank Henry. Atlas 
de anatomia humana. 6. ed. Rio de Janeiro, RJ: 
Elsevier, 2015.
Lobo esquerdo da 
glândula tireoide
Nervo laríngeo 
recorrente esquerdo
Figura 2. Vista cirúrgica do lobo esquerdo de uma 
tireoide aumentada (bócio) rebatido para mostrar a 
associação com o nervo laríngeo recorrente. Fonte: 
DRAKE, Richard L. Ph.D.; GRAY, Henry; VOGL, Wayne; 
MITCHELL, Adam W. M. Gray’s anatomia para estu-
dantes. 3ed. Rio de Janeiro, RJ: Elservier, 2015.
A tireoide possui relação íntima com 
os músculos platisma, esternocleido-
mastoideo, esternotireoideo, esterno-
-hióideo e omo-hióideo, no nível das 
vértebras CV a T1. Tais músculos, 
juntamente com as fáscias cervicais 
superficial e profunda, conferem pro-
teção aos grandes vasos e às vísce-
ras do pescoço.
5ANATOMIA: TIREOIDE E PARATIREOIDE
M. esternocleidomastóideo
M. esternotireoideo
M. esterno-hióideoM. platisma
M. omo-hióideo
Figura 3. Músculos do pescoço. 
Fonte: NETTER, Frank Henry. Atlas 
de anatomia humana. 6. ed. Rio de 
Janeiro, RJ: Elsevier, 2015.
SE LIGA! Centralmente, na região do 
istmo, a tireoide “abraça” apenas a tra-
queia e, lateralmente, nas porções dos 
lobos, ela abraça tanto a traqueia quanto 
a laringe.
A tireoide é formada principalmente 
por dois lobos: o lobo direito e o lobo 
esquerdo, que estão situados ante-
rolateralmente à laringe e à traqueia. 
A região central da glândula, mais es-
treita, é chamada de istmo e une os 
dois lobos, sendo geralmente locali-
zado em região anterior ao segundo 
e terceiro anéis traqueais. 
6ANATOMIA: TIREOIDE E PARATIREOIDE
Figura 4. Vista anterior da glândula tireoide. Fonte: NETTER, Frank Henry. Atlas de anatomia humana. 6. ed. Rio de 
Janeiro, RJ: Elsevier, 2015.
Em alguns casos (cerca de 50% dos 
indivíduos) há um lobo extra na nossa 
glândula: o lobo piramidal. Seu ta-
manho é variável e projeta-se supe-
riormente a partir do istmo da tireoide, 
normalmente inclinado mais à esquer-
da do plano mediano. Há ainda casos 
de indivíduos cujo istmo é completa-
mente ausente ou incompleto. Ou-
tra característica que também pode 
Istmo da tireoide
Lobo esquerdo 
da tireoide
Lobo direito 
da tireoide
Artéria carótida comum
Cartilagem cricóidea
Traqueia
Cartilagem tireoidea
estar presente é a existência de uma 
faixa de tecido conjuntivo do ápice do 
lobo piramidal até o osso hióide. Esse 
Lobo, a faixa de tecido conjuntivo ou 
ainda, caso existam, concentrações 
de tecido tireoideo acessório (se de-
senvolvem a partir de remanescentes 
embrionários do epitélio e do tecido 
conjuntivo do ducto tireoglosso).
SAIBA MAIS! 
Partes do ducto tireoglosso podem persistir e formar tecido tireoideo acessório. Esse tecido 
é normalmente encontrado no músculo tireo-hióideo e, apesar de ser funcional, seu tamanho 
não é suficiente para produzir a quantidade esperada de hormônios tireóideanos caso a ti-
reoide seja removida.
7ANATOMIA: TIREOIDE E PARATIREOIDE
Figura 5. Fonte: MOORE, Keith L; DALLEY, Arthur F.; AGUR, A. M.R. Anatomia orientada para a clínica. 7. ed. Rio de 
Janeiro, RJ: Guanabara Koogan, 2014.
Lobo piramidal
Hioide
Faixa de tecido 
conjuntivo
Lobo piramidal 
(remanescente 
do ducto 
tireoglosso
Istmo incompleto
Tecido 
tireóideo 
acessório
Ausência de istmo
8ANATOMIA: TIREOIDE E PARATIREOIDE
HORA DA REVISÃO
A glândula tireoide é originada de uma proeminência mediana do as-
soalho da faringe, próximo à base da língua. O local de origem para 
a formação dessa saliência é o forame cego da língua e o trajeto 
de migração da glândula até a sua localização final na fase adulta é 
marcado pelo ducto tireoglosso. Este último costuma desaparecer no 
início do desenvolvimento, contudo, remanescentes podem persistir 
como cistos ou como conexões com o forame cego (em uma fís-
tula, por exemplo). 
Ducto tireoglosso
Lobo piramidal
Língua
Forame cego
Hioide
Cartilagem 
tireóidea
Glândula
tireoide
Possíveis locais de 
tecido tireóideo 
ectópico ou cistos do 
ducto tireoglosso
Figura 6. Persistência do ducto tireoglosso. Fonte: MOORE, Keith L; DALLEY, 
Arthur F.; AGUR, A. M.R. Anatomia orientada para a clínica. 7. ed.Rio de Janeiro, 
RJ: Guanabara Koogan, 2014. 
A tireoide é circundada por uma cáp-
sula fibrosa fina que envia septos 
profundos ao interior da glândula, fixa-
da à cartilagem cricóidea e aos anéis 
traqueais superiores por tecido con-
juntivo denso. Externamente a essa 
cápsula, há uma bainha formada pela 
parte visceral da lâmina pré-traqueal 
da fáscia cervical, formando uma co-
bertura mais geral dessa região.
Além da relação com as vias aéreas, 
com o tubo digestório, com músculos 
e com o nervo laríngeo recorrente, a 
9ANATOMIA: TIREOIDE E PARATIREOIDE
tireoide também possui uma íntima 
relação com os vasos cervicais mais 
calibrosos: as artérias carótidas e as 
veias jugulares. Assim, uma lesão 
nessa víscera pode levar a um com-
prometimento desses grandes vasos 
da região cervical, além de uma even-
tual obstrução das vias aéreas.
A. carótida externa
V. jugular interna
A. carótida comum
A. subclávia
Figura 7. Glândula tireoide e vasos sanguíneos cervicais. Fonte: NETTER, Frank Henry. Atlas de anatomia humana. 6. 
ed. Rio de Janeiro, RJ: Elsevier, 2015.
10ANATOMIA: TIREOIDE E PARATIREOIDE
HORA DA REVISÃO
Histologia da Tireoide
Histologicamente, a glândula tireoide é revestida por uma delgada cápsula de tecido 
conjuntivo denso não modelado, a qual é oriunda da fáscia cervical profunda. Alguns 
septos emitidos por essa cápsula acabam dividindo a tireoide em lóbulos ao mesmo 
tempo em que promovem a sustentação e a condução de vasos e nervos ao parênqui-
ma (porção funcional) da glândula. 
As unidades funcionais da tireoide são os folículos tireoidianos, estruturas semelhan-
tes a cistos ou “bolhas”, nas quais, em seu lúmen, é armazenado os produtos de secre-
ção da glândula (os hormônios tireoidianos). Tais folículos são formados por um epitélio 
cúbico simples que envolve um lúmen preenchido por coloide (uma massa gelatinosa 
que contêm tireoglobulina, uma glicoproteína precursora dos hormônios tireoidianos). 
Na tireoide, encontramos principalmente 2 tipos celulares: as células foliculares (ou 
principais) e as células parafoliculares (também chamadas de células claras ou células 
C). As células foliculares, aquelas que compõem os folículos tireoidianos, são as res-
ponsáveis pela síntese de T3 e T4, enquanto, as células parafoliculares, encontradas 
isoladas ou em pequenos grupos associados aos folículos, produzem a calcitonina.
No corte histológico, é possível observar os folículos tireoidianos (FT) e folículos em corte 
transversal (Fct), que variam quanto ao formato e ao acúmulo de coloide em seu lúmen. 
As células foliculares em torno da região central do folículo formam um epitélio cuboide 
simples, isto é, uma única camada de células de formato cúbico ao colunar baixo alta-
mente associadas entre si. Por ser uma glândula, a tireoide é vastamente vascularizada, 
sendo possível encontrar vasos sanguíneos (VS) e numerosos capilares na extensão do 
tecido conjuntivo (TC) que reveste suas unidades funcionais. Por fim, em uma observa-
ção mais atenta, na superficial apical (ou luminal) do epitélio folicular há pequenas regi-
ões não coradas (vacúolos), nos indicando a ocorrência da reabsorção do coloide para o 
interior das células foliculares, fenômeno indispensável para a clivagem do precursor dos 
hormônios tireoidianos e, consequentemente, para a liberação de T3 e T4. 
Figura 8: FT: Folículo Tireoidiano. Fct: Folículo em corte transversal. TC: Tecido Conjuntivo. VS: Vaso sanguí-
neo. Fonte: ROSS, Michael H (et al.). Histologia: texto e atlas. 7 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016.
11ANATOMIA: TIREOIDE E PARATIREOIDE
3. ASPECTOS 
ANATÔMICOS DAS 
PARATIREOIDES
As paratireoides são 4 diminutas 
glândulas ovais e achatadas situadas 
na face posterior da tireoide, estando 
intimamente associadas a esse órgão. 
Dessa forma, patologias que afetam 
a tireoide podem facilmente aco-
meter também as paratireoides, e 
vice-versa. Elas dividem-se em: glân-
dulas paratireoides superiores direita 
e esquerda e glândulas paratireoides 
inferiores direita e esquerda.
Glândulas paratireoides
Figura 9. Fonte: HANSEN, John T. Netter, anatomia 
para colorir. 1 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.
As paratireoides superiores costu-
mam ter um posicionamento mais 
constante: aproximadamente 1 cm 
acima do local de entrada das arté-
rias tireóideas inferiores na tireoide e 
ao nível da margem inferior da cartila-
gem cricoide. Já as inferiores têm sua 
posição habitual próxima aos polos 
inferiores da Tireoide, aproximada-
mente 1 cm abaixo daquele ponto de 
entrada arterial (mas também podem 
ocupar outros sítios). Cerca de 1 a 5% 
das pessoas têm uma glândula para-
tireoide inferior localizada profunda-
mente no mediastino superior.
Figura 10. Locais e frequências de tecido glandular 
paratireoideo ectópico. Fonte: MOORE, Keith L; DAL-
LEY, Arthur F.; AGUR, A. M.R. Anatomia orientada para 
a clínica. 7. ed. Rio de Janeiro, RJ: Guanabara Koogan, 
2014. 
SE LIGA! Apesar de a maioria das pes-
soas possuir 4 paratireoides, é possí-
vel que um indivíduo apresente um 
número de glândulas maior do que 
esse, assim como também existem pes-
soas que possuem apenas 2 glândulas 
paratireoides.
12ANATOMIA: TIREOIDE E PARATIREOIDE
HORA DA REVISÃO!
Histologia das glândulas paratireoides
Assim como ocorre na tireoide, extensões da cápsula de tecido conjuntivo denso 
não modelado penetram o seu parênquima (porção funcional), formando septos 
que o sustentam e permitindo a entrada da vasos sanguíneos, linfáticos e nervos na 
glândula. 
Diferentemente da tireoide (que organiza suas células de modo folicular), as parati-
reoides possuem seu parênquima organizado de forma cordonal, isto é, seme-
lhante a um cordão. O tecido conjuntivo na paratireoide costuma ter uma abundante 
presença de células adiposas, podendo chegar a ocupar cerca de 60% do estroma 
(tecido de sustentação) da glândula em idosos.
Nas paratireoides, encontramos 2 tipos celulares: as células principais e as células 
oxífilas. As células principais são as responsáveis pela síntese do paratormônio, 
logo, representam as células funcionais da glândula. As células oxífilas, por sua vez, 
ainda não tem sua função bem definida, mas acredita-se que elas correspondam a 
uma fase inativa das células principais.
No corte histológico, é válido notar a presença dos vasos sanguíneos (VS) associados 
às trabéculas (septos) de tecido conjuntivo que penetram no parênquima da glându-
la, o qual assume conformação similar a de cordões ou folhetos de células separados 
entre si por esses septos do tecido conjuntivo. As células principais (Cp) são as que 
se apresentam em maior número na glândula, sendo caracterizadas por um núcleo 
esférico basófilo circundado por um delgado citoplasma. Em menor número, as cé-
lulas oxínticas (CO) caracterizam-se por serem notoriamente maiores que as células 
principais, contudo, possuem núcleos levemente menores e de coloração mais in-
tensa, além de um citoplasma mais amplo e demarcadamente eosinófilos, o que nos 
permite aferir com certa precisão o limite entre essas células. Por fim, devemos notar 
a presença de adipócitos (a) nesse recorte da glândula.
Figura 11. a: Adipócitos; CO: Células Oxífilas; CP: Células Principais; VS: Vasos sanguíneos. Fonte: 
ROSS, Michael H (et al.). Histologia: texto e atlas. 7 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016.
13ANATOMIA: TIREOIDE E PARATIREOIDE
4. VASCULARIZAÇÃO E 
INERVAÇÃO DA TIREOIDE 
E DA PARATIREOIDE
Tendo em vista que a tireoide é o 
maior órgão endócrino do orga-
nismo, além do fato de os hormônios 
produzidos por ela terem grande par-
ticipação no metabolismo do corpo, 
entende-se que essa glândula ne-
cessita de uma extensa vasculari-
zação. A tireoide depende de grande 
aporte sanguíneo para levar oxigênio 
e nutrientes às suas células e, mais 
especialmente, necessitará de uma 
vasta drenagem venosa para liberar 
suas secreções (hormônios) para a 
corrente sanguínea.
Por estarem intimamente conecta-
das, as glândulas tireoide e parati-
reoidesterão irrigação arterial, dre-
nagem venosa, drenagem linfática 
e inervação relativamente comuns 
entre si.
Irrigação Arterial da Tireoide e 
Paratireoide
A tireoide, por ser um órgão endócri-
no, é altamente vascularizada e, por 
isso, receberá vasos de diferentes 
regiões do pescoço. Os vasos mais 
relevantes para a sua irrigação arte-
rial são as artérias tireóideas supe-
riores e as artérias tireóideas infe-
riores, que estão localizados entre a 
cápsula fibrosa da tireoide e a bainha 
fascial frouxa que a reveste.
As artérias tireóideas superiores 
esquerda e direita constituem os pri-
meiros ramos das artérias caróti-
das externas que, por sua vez, são 
ramos das artérias carótidas comuns. 
As artérias tireóideas superiores 
apresentam um trajeto descendente 
após a sua formação, em direção aos 
polos superiores da glândula. Tais ar-
térias perfuram a lâmina pré-traque-
al da fáscia cervical e dividem-se em 
ramos anterior e posterior, que irão 
suprir, majoritariamente, a face an-
tero superior da tireoide.
HORA DA REVISÃO!
No trajeto do arco da aorta, ramifica-
ções são emitidas: o tronco braquio-
cefálico, para a direita, e a artéria ca-
rótida comum e a artéria subclávia, 
para a esquerda. Tais ramificações do 
arco da aorta representam os vasos que 
irão distribuir sangue para a cabe-
ça e membros superiores. Na direita, 
o tronco braquiocefálico termina se ra-
mificando em artéria subclávia direita e 
artéria carótida comum direita, ao nível 
da articulação esternoclavicular. Tanto 
a artéria carótida comum direita quanto 
a esquerda, a partir daí, ascendem em 
direção ao crânio, onde, no nível da mar-
gem superior da cartilagem tireóidea da 
laringe (articulação C3-C4), bifurcam-se 
em artérias carótidas internas e exter-
nas. A artéria carótida interna ascende 
de forma íntegra ao crânio, onde pro-
move a irrigação arterial das estruturas 
dessa área. Já a artéria carótida externa, 
tão logo à sua formação, emite diversos 
ramos para fazer a nutrição arterial tanto 
de vísceras da região cervical quanto de 
estruturas da face.
14ANATOMIA: TIREOIDE E PARATIREOIDE
As artérias tireóideas inferiores, 
por sua vez, são os maiores ramos 
do tronco tireocervical. Tal tronco, 
originário da artéria subclávia (tanto 
esquerda como direita), emite vasos 
que irão realizar tanto a vasculariza-
ção de áreas da região cervical quan-
to de áreas do ombro e próximas ao 
músculo trapézio, à clavícula e às re-
giões supraclavicular e supraespinhal 
da escápula.
As artérias tireóideas inferiores, após 
a sua formação, seguem superome-
dialmente e posteriormente às bai-
nhas carótidas até atingirem a face 
posterior da tireoide. Tais artérias 
também se dividem em vários ramos, 
os quais irão perfurar a lâmina pré-
-traqueal da fáscia cervical e irão 
irrigar a face póstero inferior da 
glândula, especialmente os polos in-
feriores dela.
Como as artérias tireóideas inferiores 
suprem, primariamente, a face poste-
rior da tireoide, as glândulas parati-
reoides, localizadas nessa região, são 
nutridas principalmente por ramos 
dessas artérias. Contudo, as parati-
reoides também podem ser supridas 
por ramos das artérias tireóideas su-
periores, pela artéria tireóidea ima ou 
pelas artérias laríngeas, traqueais e 
esofágicas.
Glândulas 
paratireoides 
direitas
Glândulas 
paratireoides 
esquerdas
A. tireóidea 
superior
A. carótida interna
A. carótida externa
N. laríngeo recorrente
A. carótida comum
Tronco tireocervical
A. tireóidea 
inferior
Figura 12. Irrigação Arterial da Tireoide e Paratireoide. Fonte: NETTER, Frank Henry. Atlas de anatomia humana. 6. 
ed. Rio de Janeiro, RJ: Elsevier, 2015.
15ANATOMIA: TIREOIDE E PARATIREOIDE
Figura 13. Fonte: MOORE, Keith L; DALLEY, Arthur F.; 
AGUR, A. M.R. Anatomia orientada para a clínica. 7. ed. 
Rio de Janeiro, RJ: Guanabara Koogan, 2014.
Um vaso que está presente em cerca 
de 10% das pessoas é a artéria ima, 
uma pequena artéria ímpar que pode 
ser oriunda do tronco braquiocefálico 
(união entre a artéria subclávia e a ar-
téria carótida comum no lado direito), 
do arco da aorta ou das artérias caró-
tida comum direita, subclávia ou torá-
cica interna. Essa artéria ima, normal-
mente, ascende pela face anterior da 
traqueia, emitindo pequenos ramos 
para ela durante esse trajeto e pros-
segue até o istmo da tireoide, onde 
se divide para irrigá-la. Apesar de 
estar presente em apenas 10% das 
pessoas, essa artéria não deve ser 
subestimada! Sua existência deve 
sempre ser considerada na realiza-
ção de qualquer procedimento na 
região cervical.
Artéria tireoidea ima
Um fato que deve ser notado é que 
tanto as artérias tireóideas superiores 
quanto as inferiores emitem ramos 
para outras estruturas, mas, em rela-
ção a tireoide e a paratireoide, elas re-
presentam os vasos mais importan-
tes da irrigação arterial.
SE LIGA! É preciso destacar que essas 
artérias realizam extensas anastomo-
ses dentro da tireoide, garantindo uma 
vascularização efetiva dentro desse ór-
gão, ao mesmo tempo em que propor-
cionam uma potencial circulação co-
lateral entre as artérias subclávias e a 
carótida externa.
16ANATOMIA: TIREOIDE E PARATIREOIDE
MAPA MENTAL
ARTÉRIA TIREOIDEA 
INFERIOR (E)
ARTÉRIA CARÓTIDA 
EXTERNA (D)
TRONCO 
TIREOCERVICAL (D)
TIREOIDE E 
PARATIREOIDE
ARTÉRIA TIREOIDEA 
SUPERIOR (D)
ARTÉRIA TIREOIDEA 
SUPERIOR (E)
ARTÉRIA TIREOIDEA 
INFERIOR (D)
ARTÉRIA CARÓTIDA 
INTERNA (D)
ARTÉRIA CARÓTIDA 
COMUM DIREITA
ARTÉRIA CARÓTIDA 
EXTERNA (E)
ARTÉRIA CARÓTIDA 
INTERNA (E)
ARTÉRIA CARÓTIDA 
COMUM ESQUERDA
TRONCO 
TIREOCERVICAL (E)
ARTÉRIA SUBCLÁVIA 
DIREITA
TRONCO 
BRAQUIOCEFÁLICO
ARTÉRIA SUBCLÁVIA 
ESQUERDA
ARCO DA AORTA
AORTA DESCENDENTE
AORTA ASCENDENTE
CORAÇÃO
17ANATOMIA: TIREOIDE E PARATIREOIDE
Drenagem Venosa da Tireoide e 
Paratireoide
A drenagem venosa da tireoide é re-
alizada por 3 pares de veias que for-
mam um plexo venoso tireóideo na 
face anterior da glândula.
A. carótida externa
V. tireóidea superior
V. jugular interna
A. carótida comum
V. tireóidea média
V. tireóidea inferior
A. subclávia
Figura 14. Drenagem venosa da tireoide. Fonte: NETTER, Frank Henry. Atlas de anatomia humana. 6. ed. Rio de 
Janeiro, RJ: Elsevier, 2015.
As veias tireóideas superiores 
acompanham as artérias tireóideas 
superiores em seu trajeto e drenam o 
sangue advindo dos polos superiores 
da tireoide para a veia jugular inter-
na. As veias tireóideas médias, por 
sua vez, não acompanham as arté-
rias, mas, em compensação, seguem 
18ANATOMIA: TIREOIDE E PARATIREOIDE
HORA DA REVISÃO
A veia braquiocefálica é formada pela 
união entre a veia jugular interna (que 
drena o sangue vindo da cabeça) e a 
veia subclávia (que drena o sangue vin-
do dos membros superiores) em ambos 
os lados do corpo. A união entre as veias 
braquiocefálicas direita e esquerda, no 
nível da margem inferior da 1ª cartila-
gem costal direita, origina a veia cava 
superior, que irá conduzir o sangue de 
todas as estruturas superiores ao dia-
fragma (exceto os pulmões e o miocár-
dio) até o átrio direito do coração.
trajetos praticamente paralelos às ar-
térias tireóideas inferiores. Elas dre-
nam o sangue da região intermédia 
dos lobos também para a veia jugular 
interna.
Por fim, as veias tireóideas inferio-
res, que, normalmente, tem trajeto 
independente, drenam o sangue dos 
polos inferiores da glândula, direta-
mente, para as veias braquiocefáli-
cas, diferente das veias superiores e 
médias, que drenam para a veia jugu-
lar interna.
MAPA MENTAL
TIREOIDE E 
PARATIREOIDE
VEIA 
BRAQUIOCEFÁLICA (D)
VEIA TIREÓIDEA 
SUPERIOR (D)
VEIA TIREÓIDEA 
INFERIOR (D)
VEIA TIREÓIDEA 
MÉDIA (E)
VEIA TIREÓIDEA 
MÉDIA (D)
VEIA TIREÓIDEA 
SUPERIOR (E)
VEIA TIREÓIDEA 
INFERIOR (E)
VEIA 
BRAQUIOCEFÁLICA (E)
VEIA CAVA SUPERIOR
CORAÇÃO
VEIA JUGULAR 
INTERNA (D)
VEIA SUBCLÁVIA 
DIREITA
VEIA JUGULAR 
INTERNA (E)
VEIA SUBCLÁVIA 
ESQUERDA
19ANATOMIA: TIREOIDE E PARATIREOIDE
Quanto às glândulas paratireoides, a 
drenagem venosa é realizadapelas 
veias paratireoides que conduzem o 
sangue até o plexo venoso tireoi-
deo. Do plexo venoso, o sangue vin-
do das paratireoides alcança as veias 
jugulares internas e/ou as veias bra-
quiocefálicas e, então, é conduzido à 
veia cava superior e ao coração.
Drenagem Linfática da Tireoide e 
Paratireoide
Existe uma extensa rede de linfono-
dos e vasos linfáticos extremamente 
exuberante e ramificada na região 
cervical, tanto superficial quanto pro-
funda. Os vasos linfáticos da tireoi-
de seguem em seu tecido conjuntivo 
interlobular, normalmente próximo 
às artérias, e se comunicam com a 
rede capsular de vasos linfáticos. A 
partir desse ponto, esses vasos se 
dirigem, primeiramente, aos linfono-
dos pré-laríngeos, pré-traqueais e 
paratraqueais.
Cervical profundo superior
Cervical profundo inferior
Submentual
Submandibular
Pré-laríngeo
Paratraqueal
Pré-traqueal
Figura 15. Cadeias de linfonodos cervi-
cais. Fonte: MOORE, Keith L; DALLEY, 
Arthur F.; AGUR, A. M.R. Anatomia 
orientada para a clínica. 7. ed. Rio de 
Janeiro, RJ: Guanabara Koogan, 2014.
20ANATOMIA: TIREOIDE E PARATIREOIDE
Retomando a arquitetura do pescoço, 
a tireoide, traqueia e esôfago estão 
localizados na porção mais anterior 
e central da região cervical, enquan-
to os grandes vasos (artérias caróti-
das e veias jugulares internas) são 
estruturas mais laterais e posteriores. 
Os linfonodos cervicais, por sua vez, 
também se encontram nesta área, 
acompanhando os grandes vasos, e 
recebem vasos linfáticos de outros 
locais das regiões cervical e craniana. 
Por fim, toda a linfa captada no lado 
esquerdo do corpo é direcionada ao 
ducto torácico e toda a linfa captada 
no lado direito é encaminhado ou di-
retamente para a veia braquiocefálica 
ou para o ducto linfático direito para, 
então, chegar à veia braquiocefálica.
Os linfonodos pré-laríngeos dre-
nam a linfa para os linfonodos cervi-
cais profundos superiores, enquanto 
os linfonodos pré-traqueais e pa-
ratraqueais drenam para os linfono-
dos cervicais profundos inferiores. Os 
linfonodos cervicais profundos são 
mais laterais e encontram-se próxi-
mos aos grandes vasos do pescoço.
Lateralmente, alguns vasos linfáti-
cos que estão situados ao longo das 
veias tireóideas superiores acabam 
drenando diretamente para os linfo-
nodos cervicais profundos inferiores. 
Além disso, alguns vasos linfáticos 
podem drenar diretamente para os 
linfonodos braquiocefálicos ou para o 
ducto torácico.
21ANATOMIA: TIREOIDE E PARATIREOIDE
FLUXOGRAMA 3
LINFONODOS 
PRÉ-LARÍNGEOS
TRONCO LINFÁTICO 
JUGULAR (D)
LINFONODOS 
PRÉ-TRAQUEAIS
LINFONODOS 
PARATRAQUEAIS
LINFONODOS 
PARATRAQUEAIS
TIREOIDE E 
PARATIREOIDE
LINFONODOS CERVICAIS 
PROFUNDOS SUPERIORES
LINFONODOS CERVICAIS 
PROFUNDOS SUPERIORES
LINFONODOS CERVICAIS 
PROFUNDOS INFERIORES
LINFONODOS CERVICAIS 
PROFUNDOS INFERIORES
TRONCO LINFÁTICO 
JUGULAR (E)
VEIA JUGULAR 
INTERNA (D)
VEIA SUBCLÁVIA 
DIREITA
VEIA JUGULAR 
INTERNA (E)
VEIA SUBCLÁVIA 
ESQUERDA
VEIA 
BRAQUIOCEFÁLICA (D)
VEIA 
BRAQUIOCEFÁLICA (E)
DUCTO LINFÁTICO 
DIREITO
(Pode existir ou não)
DUCTO TORÁCICO
VEIA CAVA 
SUPERIOR
CORAÇÃO
22ANATOMIA: TIREOIDE E PARATIREOIDE
Todos os vasos linfáticos da cabeça 
e do pescoço drenam, direta ou indi-
retamente, para os linfonodos cervi-
cais profundos, uma cadeia de linfo-
nodos que está situada ao longo da 
veia jugular interna na região cervical. 
A linfa proveniente desses linfono-
dos é drenada até o tronco linfáti-
co jugular, que irá se unir ao ducto 
torácico (o qual desemboca próximo 
à união das veias jugular interna e 
subclávia esquerdas) quando vier do 
lado esquerdo do corpo e, quando for 
oriundo do lado direito, pode entrar 
diretamente na região de junção en-
tre as veias jugular interna e subclávia 
direitas ou indiretamente através de 
um curto ducto linfático direito. Inde-
pendentemente da forma de entrada, 
toda a linfa da cabeça e do pescoço 
acaba sendo drenada para o siste-
ma venoso, próximo ou diretamen-
te nas veias braquiocefálicas.
Os vasos linfáticos das paratireoi-
des irão drenar essas glândulas jun-
tamente aos vasos linfáticos da tireoi-
de para os linfonodos paratraqueais 
ou diretamente para os linfonodos 
cervicais profundos.
Inervação da Tireoide e 
Paratireoide
As glândulas tireoide e paratireoide 
sofrem uma modulação neuro-hor-
monal muito significativa em seu fun-
cionamento corriqueiro. Por meio de 
mecanismos de feedback, os níveis 
hormonais (de TSH, T3, T4, Calcito-
nina e Paratormônio) e de eletrólitos 
(como o Cálcio e o Iodo) no sangue 
irão fazer um controle mais apura-
do da produção e da liberação dos 
hormônios tireoidianos e paratireoi-
dianos. No entanto, há também uma 
interação nervosa que apresenta 
grande relevância para o funciona-
mento fisiológico dessas glândulas.
Os nervos da tireoide são derivados 
dos gânglios cervicais superiores, 
médios e inferiores, os quais são 
gânglios simpáticos que recebem 
nervos advindos tanto da coluna ver-
tebral quanto da divisão supra seg-
mentar do sistema nervoso central. O 
gânglio cervical inferior é um gânglio 
simpático formado na maioria das 
vezes em fusão com o primeiro gân-
glio torácico, sendo assim, também é 
chamado de gânglio cervicotorácico 
ou gânglio estrelado. Essa inervação 
chega à glândula através dos plexos 
cardíaco e periarteriais tireoideos su-
perior e inferior, os quais acompa-
nham as artérias tireóideas em seu 
trajeto. Vale ressaltar que essas fibras 
são VASOMOTORAS e, por isso, elas 
não induzem ou inibem diretamente 
a secreção da glândula, mas promo-
vem a constrição dos vasos sanguí-
neos que a vascularizam. A secreção 
endócrina da tireoide é controlada 
hormonalmente através das alças 
de feedback.
A inervação das glândulas parati-
reoides é vasta, sendo derivada dos 
23ANATOMIA: TIREOIDE E PARATIREOIDE
ramos tireoideos dos gânglios cer-
vicais (simpáticos). Portanto, assim 
como ocorre na tireoide, essa iner-
vação é vasomotora, e não secre-
tomotora. A secreção endócrina da 
paratireoide também é controlada 
hormonalmente através das alças de 
feedback.
SE LIGA! A tireoide recebe fibras impor-
tantes do Nervo Vago (X par craniano).
Nervo vago (X)
Nervo laríngeo 
recorrente
Gânglio cervical 
superior
Gânglio cervical médio
Gânglio cervicotorácico
Figura 16. Inervação da região cervical. Fonte: retirado de https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/
glandula-tireoide
5. FISIOLOGIA DA 
TIREOIDE
A tireoide é um órgão folicular - seus 
folículos possuem uma área central 
preenchida por coloide e são re-
vestidos por células foliculares que 
delimitam esse conteúdo coloidal. Os 
vasos sanguíneos de menor calibre 
que penetram no parênquima da ti-
reoide passam por entre os folículos. 
24ANATOMIA: TIREOIDE E PARATIREOIDE
Figura 17. Imagem ilustrativa do aspecto histológico da tireoide. Fonte: retirado de http://carloseduardopinheiro.blogs-
pot.com/2014/09/fluor-e-sintese-de-hormonios.html
O T3 é o hormônio de fato biolo-
gicamente ativo, mas a maior parte 
da secreção tireoidiana é composta 
de T4. A tireoide libera mais tiroxina 
pois, uma vez lançado no organismo, 
esse hormônio só será captado e 
convertido em T3 a depender da 
necessidade metabólica momentâ-
nea de determinado tecido. Assim, 
se o tecido muscular está mais ati-
vo e precisa de mais T3 que o tecido 
nervoso, por exemplo, a captação de 
T4 será maior pelas células muscula-
res, havendo conversão de T4 em T3 
em seu interior. A liberação de T3 no 
organismo em maior quantidade que 
T4 faria com que todos os tecidos que 
entrassem em contato com o hormô-
nio fossem estimulados, alterando a 
homeostase do metabolismo de uma 
forma geral.
Os efeitos de T3 e T4 no organismo 
são múltiplos, mas, de forma geral, 
aumentam a taxa metabólica basal 
dos tecidos. Isso significa que o con-
sumo de oxigênio e nutrientes é mais 
elevado (o que leva a efeitos respira-
tórios, cardiovasculares e metabóli-
cos associados), a produção de calor 
25ANATOMIA: TIREOIDE E PARATIREOIDEaumenta, o desenvolvimento dos te-
cidos é fomentado (logo, tecidos rela-
cionados ao crescimento como ossos, 
cartilagens e colágeno são estimula-
dos), dentre outros. 
A calcitonina é um hormônio pro-
duzido pelas células parafolicula-
res (também chamadas de “células 
C”) da tireoide que tem como função 
principal a formação óssea (depo-
sição de cálcio no osso). Como ela 
atua removendo cálcio do sangue 
para mineralizar os ossos, pode-
-se dizer que ela atua reduzindo a 
calcemia (hormônio hipocalcemian-
te) - por isso, fica claro entender que 
um dos estímulos mais fortes para 
sua secreção são os altos níveis de 
cálcio sérico. Sua atuação também 
envolve o bloqueio da atuação do pa-
ratormônio (hormônio que aumenta 
a reabsorção de cálcio, aumentando 
sua concentração no sangue) e dos 
osteoclastos. 
6. FISIOLOGIA DA 
PARATIREOIDE
A paratireoide é secretora de um dos 
principais hormônios relacionados 
ao metabolismo do cálcio - o para-
tormônio (PTH). Ele é responsável 
(principalmente) pelo aumento da 
concentração de cálcio no sangue - 
por isso, pode-se dizer que ele au-
menta a calcemia. Além disso, o PTH 
é essencial na produção de vitamina 
D por atuar em uma de suas etapas 
de conversão, o que também interfe-
re no metabolismo do cálcio pois essa 
vitamina tem como uma de suas fun-
ções o aumento da absorção intesti-
nal desse íon.
SAIBA MAIS! 
A deficiência de Vitamina D no organismo pode dar origem a raquitismo e osteomalácia. 
Ambas são doenças caracterizadas pelo defeito de mineralização dos ossos.
O PTH é secretado pelas células prin-
cipais da paratireoide, e sua secreção 
é regulada principalmente pela con-
centração de cálcio sérico. 
O PTH age em 3 frentes diferen-
tes para aumentar a concentração de 
cálcio no sangue:
• Promove reabsorção óssea atra-
vés da ativação de osteoclastos: 
o PTH não possui receptores para 
os osteoclastos, apenas para os 
osteoblastos. Os osteoblastos, 
quando ativados, sinalizam para os 
osteoclastos que, então, passam a 
realizar reabsorção.
• Aumenta reabsorção de cálcio 
nos rins: através da troca de cál-
cio por fosfato, o PTH não apenas 
26ANATOMIA: TIREOIDE E PARATIREOIDE
como uma ação indireta do hor-
mônio no aumento da absorção 
de cálcio pelo trato gastrointes-
tinal (mais especificamente, pelo 
intestino).
aumenta a calcemia como tam-
bém reduz a fosfatemia.
• Aumenta ativação da Vitamina 
D: o PTH atua em uma das etapas 
de síntese da vitamina D e estimula 
sua ativação, o que se caracteriza 
RINS
Ativação da vitamina D 
e aumenta reabsorção 
de cálcio e excreção de 
fosfato
INTESTINOS
Através da síntese de 
vitamina D, aumenta 
absorção de cálcio 
(atuação indireta)
OSSO
Promove reabsorção óssea 
através da ativação de 
osteoclastos; íons cálcio 
e fosfato são liberados na 
corrente sanguínea
PARATORMÔNIO
7. CORRELAÇÕES 
CLÍNICAS
Hipertireoidismo
O hipertireoidismo é uma doença 
que resulta da hiperatividade da 
tireoide, o que resulta em uma taxa 
anormalmente alta de secreção de 
hormônios tireoidianos. Com isso, 
seus efeitos no organismo se tornam 
exacerbados, dando origem a uma 
série de sintomas relacionados ao au-
mento patológico da taxa metabólica 
basal, como: nervosismo, ansiedade, 
irritação, intolerância a temperaturas 
quentes, tremor e suor nas mãos, in-
sônia, perda de peso, dentre outros. 
O hipertireoidismo pode ser decor-
rente de doenças na própria tireoide 
(hipertireoidismo primário) ou de 
27ANATOMIA: TIREOIDE E PARATIREOIDE
ganho de peso, aumento de coleste-
rol no sangue, dentre outros.
Assim como no hipertireoidismo, o hi-
potireoidismo pode ser decorrente 
de doenças na própria tireoide (hi-
potireoidismo primário) ou de do-
enças na hipófise (hipotireoidismo 
secundário). Uma forma de determi-
nar o tipo de hipotireoidismo é atra-
vés da dosagem de TSH: no caso da 
doença primária, a produção de T3 e 
T4 fica comprometida por problemas 
na tireoide, independentemente dos 
níveis de TSH. Por isso, a baixa quan-
tidade de hormônios tireoidianos cir-
culantes estimula a hipófise de forma 
contínua, o que acarreta altas taxas 
de TSH no organismo. Já no caso da 
doença secundária, há deficiência 
na produção de TSH em quantidades 
normais mesmo com baixo feedback 
negativo (baixos níveis de TSH), o 
que faz com que a tireoide não seja 
estimulada o suficiente para produ-
zir e secretar os níveis fisiológicos de 
hormônios tireoidianos. 
HIPERTIREOIDISMO HIPOTIREOIDISMO
Nervosismo, Irritação Depressão
Insônia Fadiga
Sudorese em Mãos Pele Seca
Perda de Peso Ganho de Peso
Intolerância ao Calor Intolerância ao Frio
Intestino Solto Intestino Preso
Fraqueza Muscular Aumento do Colesterol
Tabela 1. Hipertireoidismo e hipotireoidismo
doenças na hipófise, como tumores 
produtores de TSH (hipertireoidis-
mo secundário). Uma forma de de-
terminar o tipo de hipertireoidismo é 
através da dosagem de TSH: no caso 
da doença primária, a produção de 
T3 e T4 passa a ser independente da 
regulação do hormônio tireotrófico, e 
as taxas elevadas de hormônios ti-
reoidianos realizam feedback negati-
vo intenso na hipófise (baixos níveis 
de TSH). Já no caso da doença se-
cundária, o tumor na hipófise faz com 
que as células produtoras de TSH fi-
quem irresponsivas ao feedback ne-
gativo dos hormônios tireoidianos, 
hiperestimulando a tireoide de forma 
contínua (altos níveis de TSH).
SE LIGA! Nem sempre hipertireoidis-
mo está associado a bócio, depende 
da causa da patologia.
Hipotireoidismo
O hipotireoidismo é uma doença 
que resulta da hipoatividade da ti-
reoide, o que resulta em uma taxa 
anormalmente baixa de secreção 
de hormônios tireoidianos. Com 
isso, o organismo sofre os efeitos da 
falta desses hormônios, dando origem 
a uma série de sintomas relaciona-
dos à diminuição patológica da taxa 
metabólica basal, como: depressão, 
cansaço excessivo, falhas na memó-
ria, perda de atenção, intestino preso, 
pele seca e opaca, queda de cabelo, 
28ANATOMIA: TIREOIDE E PARATIREOIDE
Hiperparatiroidismo
O hiperparatireoidismo é uma do-
ença que apresenta altas taxas de 
secreção de paratormônio, situação 
patológica que decorre de tumores 
produtores de PTH ou de hiperplasias 
que acometem mais de uma das pa-
ratireoides. Dessa forma, a sintoma-
tologia da doença está diretamente 
relacionada a efeitos intensificados 
da atividade do paratormônio, dando 
origem principalmente a hipercal-
cemia e hipofosfatemia.
Como uma das principais ações do 
PTH é a reabsorção óssea, no hiper-
paratireoidismo os ossos passam a 
apresentar grandes áreas de rea-
bsorção excessiva em seu interior 
descritas como “tumores marrons” 
(áreas de proliferação de osteoclastos 
e macrófagos). No entanto, enquan-
to determinadas áreas diminuem sua 
densidade de osso, outras passam 
a formá-lo de maneira exacerbada, 
dando origem às chamadas calcifi-
cações metastáticas. Nesses casos, 
a calcitonina (hormônio de ação an-
tagônica ao PTH) está tão alta que 
algumas regiões começam a mine-
ralizar osso de forma descontrola-
da. Mesmo assim, no balanço geral, o 
que acontece é a redução significati-
va da mineralização óssea.
SE LIGA! em radiografias, o osso apa-
rece com muitas áreas mais apagadas 
devido à diminuição de densidade óssea 
nessas regiões.
Hipoparatiroidismo
O hipoparatireoidismo é uma doença 
que apresenta baixas taxas de secre-
ção de paratormônio. Essa doença 
não apresenta manifestações clínicas 
facilmente identificáveis, mas o sin-
toma principal é a hipocalcemia. A 
diminuição patológica na concentra-
ção de cálcio no organismo dá origem 
a certos problemas relacionados dire-
tamente ao balanço sanguíneo desse 
íon, como a tetania (espasmos mus-
culares fortes decorrentes de insta-
bilidades na despolarização - geração 
de potenciais de ação anômalos).
Cistos e Tireoide Ectópica
Os cistos remanescentes do epitélio 
embrionário podem ser formados ao 
longo do trajeto do ducto tireoglosso, 
situando-se normalmente no pesco-
ço. Muitas vezes, esses cistos formam 
uma protrusão naparede anterior do 
pescoço e a excisão cirúrgica faz-se 
necessária. No entanto, é importante 
diferenciar os cistos das glândulas 
tireoides ectópicas, que são tecidos 
glandulares funcionais. Muitas vezes, 
a tireoide ectópica é o único tecido 
tireoideo presente e, por isso, deve 
ser corretamente diferenciado de um 
29ANATOMIA: TIREOIDE E PARATIREOIDE
cisto para evitar tireoidectomias por 
engano.
Bócio
O aumento patológico da tireoide não 
decorrente de processos neoplásicos 
ou patológicos chama-se “bócio”. 
Existem dois tipos principais de bó-
cio: o multinodular, de fator genéti-
co mas com causa desconhecida, e o 
endêmico, causado pela carência de 
iodo no organismo. Essa falta de iodo 
no organismo é, muitas vezes, decor-
rente de dieta não balanceada com 
baixa ingestão do eletrólito - por isso, 
essa condição é mais comum em re-
giões específicas do mundo (embo-
ra não restritas a elas). No Brasil, de 
forma a prevenir a incidência de bó-
cio endêmico na população, o iodo 
é adicionado ao sal antes de ser 
comercializado.
Esse aumento na glândula pode 
comprimir a traqueia, o esôfago e 
os nervos laríngeos recorrentes, e é 
impedida de migrar em sentido su-
perior em razão das fixações superio-
res dos músculos esternotireoideo e 
esterno-hióideo. Em sentido inferior, 
embora menos comum de acontecer, 
a glândula pode projetar-se para bai-
xo do esterno (extensão subesternal 
- bócio “mergulhante”).
Tireoidectomia
A remoção da tireoide pode se dar 
de forma parcial (hemitireoidecto-
mia) ou total (tireoidectomia). Em 
casos mais graves de hipertireoidis-
mo cujo tratamento requer cirurgia, 
a parte posterior de cada lobo da 
glândula é preservada para manter 
as glândulas paratireoides e os ner-
vos laríngeos recorrentes direito e es-
querdo a salvo de secção. 
Hemorragias pós-operatórias após 
cirurgias na tireoide podem compri-
mir a traqueia e dificultar a respiração, 
dado o acúmulo de sangue na cápsu-
la fibrosa deste órgão.
30ANATOMIA: TIREOIDE E PARATIREOIDE
Figura 18. Excisão cirúrgica da tireoide. Fonte: retirado de https://drtireoide.com/biopsia/
Traqueostomia
A traqueostomia consiste em uma 
incisão transversal da pele do 
pescoço e da parede anterior 
da traqueia, estabelecendo uma 
via respiratória alternativa para 
pacientes com obstrução das vias 
superiores ou com insuficiência 
respiratória. Nesses procedimen-
tos, o istmo da tireoide é dividi-
do ou empurrado superiormen-
te de forma a abrir espaço para a 
realização da perfuração na tra-
queia e posterior introdução de 
um tubo especial.
Esôfago
Traqueia
Tubo
Figura 19. Relação anatômica do tubo de traqueostomia. Fonte: 
retirado de https://bit.ly/2Lfl6Z7
31ANATOMIA: TIREOIDE E PARATIREOIDE
samente ( juntamente com seu su-
porte sanguíneo) antes de começar o 
procedimento da tireoidectomia. Em 
alguns casos especiais de cirurgia e 
radioterapia subsequente, as para-
tireoides são removidas do pescoço 
e transplantadas integralmente para 
outra região do corpo (normalmente 
os braços).
8. EXAMES DE IMAGEM
No cotidiano médico, a fim de visua-
lizar as glândulas tireoide e para-
tireoide para identificar a existência 
(ou não) de alguma situação patoló-
gica sem que seja necessário a rea-
lização de procedimentos invasivos 
no paciente, podemos fazer uso de 
alguns exames de imagem.
Remoção Acidental das 
Paratireoides
A posição variável das paratireoides 
no pescoço (principalmente no caso 
das inferiores, as quais podem chegar 
até ao mediastino superior) aumenta 
enormemente o risco de lesão aci-
dental ou excisão em casos de cirur-
gias no pescoço. 
A remoção cirúrgica acidental com-
pleta de todas as glândulas para-
tireoides interfere diretamente no 
metabolismo do cálcio e, conse-
quentemente, em sua concentração 
sanguínea. Essa condição dá origem 
a problemas neuromusculares gra-
ves como a tetania (síndrome neu-
rológica que desencadeia espasmos 
musculares e cãibras). Quando esses 
espasmos passam a acometer mús-
culos respiratórios ou da laringe, o 
quadro pode evoluir a óbito se o 
paciente não for 
tratado a tempo.
Para evitar sec-
ção ou excisão 
cirúrgica aciden-
tal das glândulas 
paratireoides em 
operações mais 
agressivas da ti-
reoide (como em 
casos de remo-
ção completa da 
glândula), mui-
tos cirurgiões as 
isolam cuidado-
32ANATOMIA: TIREOIDE E PARATIREOIDE
MAPA MENTAL
EXAMES DE 
IMAGEM
(TIREOIDE)
Tireoide absorve 
substância radioativa, 
cintila (emite luz) e nos 
fornece um dimensionamento 
do seu parênquima
ULTRASSONOGRAFIACINTILOGRAFIA
RESSONÂNCIA MAGNÉTICATOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA
Por ser uma víscera, a 
tireoide é captada pelo 
ultrassom, nos revelando 
uma imagem da glândula 
em tempo real
Por meio da emissão de 
raios-x em 360º, o tomográfo 
é capaz de fornecer cortes 
transversais da região cervical
Através do estabelecimento 
de um campo magnético e 
da vibração de moléculas de 
hidrogênio, a ressonância nos 
fornece um mapeamento de 
seções da região cervical 
Tendo em vista que esses exames 
não nos fornecem fotografias tão es-
clarecidas quanto aquelas presentes 
nos atlas, é de suma importância di-
recionar um espaço do nosso estu-
do para elas, sempre tentando cor-
relacionar as estruturas anatômicas 
que conhecemos às imagens obtidas 
nesses exames. 
De modo a recapitular a arquitetura 
das estruturas anatômicas, é válido 
analisar calmamente a imagem abai-
xo, na qual é passível de ser obser-
vado, em uma posição mais ventral, 
a glândula tireoide abraçando a tra-
queia e o esôfago, localizados mais 
posteriormente em relação a ela. En-
tre a tireoide, a traqueia e o esôfago, é 
33ANATOMIA: TIREOIDE E PARATIREOIDE
como as imagens de atlas se corre-
lacionam com a realidade: a tireoide 
forma algo parecido com uma ferra-
dura, abraçando a traqueia central-
mente. Na imagem abaixo, é possível 
identificar muito bem os lobos e o 
istmo da glândula, além de ser viável 
mensurar o seu tamanho, identificar a 
existência de alguma alteração em 
seu parênquima e perceber se há al-
guma lesão.
possível observar um pequeno ponto 
amarelo, que representa o nervo la-
ríngeo recorrente. Ainda nessa ima-
gem, é válido destacar a presença 
dos grandes vasos cervicais (a artéria 
carótida comum e a veia jugular in-
terna), localizados mais lateralmente 
à face posterior da glândula. Por fim, 
é de suma importância reconhecer a 
musculatura que envolve essas es-
truturas viscerais da região cervical. 
Ultrassonografia
A ultrassonografia é um exame mui-
to comum para o estudo das vísceras 
abdominais e pélvicas, mas ela tam-
bém pode ser feita na região cervical, 
onde será possível visualizar os ór-
gãos endócrinos. Esse exame possui 
uma acurácia de imagem muito boa, 
principalmente, na visualização de le-
sões císticas (nódulos) da tireoide.
As paratireoides não são glându-
las de fácil visualização, mesmo em 
peças anatômicas - por isso, em exa-
mes de imagem a situação não é dife-
rente. Tanto na tomografia quanto no 
ultrassom é difícil conseguir uma boa 
visão dessas glândulas, exceto nos 
casos em que ela está aumentada de 
tamanho ou com uma vascularização 
também expandida, seja por lesão ou 
tumor. 
A tireoide, por sua vez, apresenta 
uma acurácia de imagem significati-
va, sendo facilmente identificada no 
ultrassom. É importante notarmos 
34ANATOMIA: TIREOIDE E PARATIREOIDE
Figura 20. Estruturas anatômicas vistas na ultrassonografia cervical. Fonte: DRAKE, Richard L. Ph.D.; GRAY, Henry; 
VOGL, Wayne; MITCHELL, Adam W. M. Gray’s anatomia para estudantes. 3ed. Rio de Janeiro, RJ: Elservier, 2015. 
Não obstante, também em uma ul-
trassonografia cervical, é factível iden-
tificarmos os grandes vasos: a artéria 
carótida (Mais centralmente) e a veia 
jugular interna (Mais lateralmente).
Fáscia pré-traqueal Traqueia Veia jugular interna
Nervo vagoGlândula 
tireoide
Nervo laríngeo 
recorrente direito
Artéria carótida comumEsôfago
Corpo vertebral
Traqueia Istmo
Lobo esquerdo 
da tireoide
Lobo direito da 
tireoideVeia jugular interna direita Veia jugular interna esquerda
35ANATOMIA: TIREOIDE E PARATIREOIDE
Glândula Tireoide
Artéria Carótida 
Comum Esquerda
Veia Jugular 
Interna Esquerda
Figura 21. Grandes vasos na ultrassonografia cervical. 
Fonte: DRAKE, Richard L. Ph.D.; GRAY, Henry; VOGL, 
Wayne; MITCHELL, Adam W. M. Gray’s anatomia para 
estudantes. 3ed. Rio de Janeiro, RJ: Elservier, 2015. 
Cintilografia
A cintilografia representa um mé-
todo de diagnóstico por imagem da 
medicina nuclear que se utiliza de 
substância radioativas (radiofárma-
cos) para analisar o funcionamento 
e a presença de lesões em determi-
nados órgãos do corpo humano. Tal 
exame é altamente dependente da 
afinidade do órgão de interesse ao 
radiofármaco escolhido. Assim, para 
que seja realizada uma cintilografia, 
radiofármacos específicos são inse-
ridos na corrente sanguínea e, então, 
pelas propriedades físico-químicas 
semelhantes às de medicamentos, 
são transportados e metabolizados 
por determinado órgão-alvo. Por 
suas propriedades radioativas, tais 
substâncias emitem um tipo de radia-
ção eletromagnética (normalmente a 
gama), a qual é captada pela câmara 
de cintilação. 
RESUMO: Na cintilografia, a radiação 
emitida interage com o detector do apa-
relho de cintilografia, produzindo uma 
cintilação (emissão de luz) que é conver-
tida em sinal elétrico e interpretada pelo 
aparelho, o que culmina com a geração 
de uma imagem funcional.
Nesse exame, as características do 
órgão-alvo que podem ser analisadas 
são: a localização e morfologia do te-
cido que está emitindo radiação (que 
está cintilando) e a funcionalidade do 
órgão pela intensidade da luz que 
está sendo emitida.
Tendo em vista que, para a síntese 
dos hormônios tireoidianos (T3 e 
T4), a tireoide utiliza, além de ami-
noácidos, uma quantidade substan-
cial de Iodo advinda da circulação 
sanguínea, a Cintilografia torna-se 
um exame viável para análise dessa 
glândula, haja vista que é possível in-
jetar no sangue uma variável radioati-
va dessa substância. 
Através desse exame, então, é pos-
sível localizar a glândula na região 
cervical e, ao visualizarmos a sua cin-
tilação, podemos avaliar a sua mor-
fologia (identificando se há alguma 
alteração em seu tamanho ou se há 
36ANATOMIA: TIREOIDE E PARATIREOIDE
a presença de lesão no parênquima) 
e suspeitar de qualquer modificação 
funcional. Dessa forma, se o radiofár-
maco utilizado for o iodo, será possí-
vel inferir que, em uma situação de 
baixa captação da substância, há 
um quadro de hipotireoidismo. De 
forma análoga, em situações de cap-
tação demasiada do iodo, pode -se 
inferir que o paciente apresenta um 
quadro de hipertireoidismo. 
SAIBA MAIS! 
Atualmente, uma outra substância é mais utilizada do que o iodo radioativo: o Tecnécio 99m. 
Esse radiofármaco possui uma alta captação pela tireoide, o que produz imagens de boa qua-
lidade, além de emitir doses de radiação menores que o Iodo. Por isso, essa é a substância 
mais utilizada em cintilografias atuais.
Figura 22. Fonte: MOORE, Keith L; DALLEY, Arthur F.; 
AGUR, A. M.R. Anatomia orientada para a clínica. 7. ed. 
Rio de Janeiro, RJ: Guanabara Koogan, 2014.
37ANATOMIA: TIREOIDE E PARATIREOIDE
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38ANATOMIA: TIREOIDE E PARATIREOIDE

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