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SUMÁRIO 1. Introdução ........................................................................................................ 3 2. Aspectos Anatômicos da Tireoide ......................................................... 3 3. Aspectos Anatômicos das Paratireoides ......................................... 11 4. Vascularização e Inervação da Tireoide e da Paratireoide ........ 13 5. Fisiologia da Tireoide ................................................................................ 23 6. Fisiologia da Paratireoide ........................................................................ 25 7. Correlações Clínicas .................................................................................. 26 8. Exames de Imagem .................................................................................. 31 Referências Bibliográficas .......................................................................... 37 3ANATOMIA: TIREOIDE E PARATIREOIDE 1. INTRODUÇÃO O pescoço é a área do corpo humano que funciona como uma ponte entre o crânio e o tórax, sendo composta por fáscias, vasos, nervos, estruturas ós- seas e cartilaginosas, músculos e vís- ceras, sendo essas últimas o foco do nosso estudo. As vísceras da região cervical huma- na se dispõem em 3 camadas que, da porção posterior à anterior, são: 1. Camada alimentar: Composta pela Faringe e pelo Esôfago. 2. Camada respiratória: Composta pela Laringe e Traqueia. 3. Camada endócrina: Compos- ta pelas Glândulas Tireoide e Paratireoide. As glândulas presentes na camada endócrina das vísceras cervicais são grandes representantes do nosso Sistema Endócrino, sendo a tireoide a maior glândula endócrina do cor- po humano. Tal estrutura é a respon- sável pela produção dos seguintes hormônios: T3 (Triiodotironina) e T4 (Tetraiodotironina ou Tiroxina), am- bos encarregados de regular a taxa metabólica basal, e a Calcitonina, um dos responsáveis pela regulação do metabolismo do cálcio. Uma caracte- rística da tireoide que revela a impor- tância dessa glândula no organismo é o fato de ela poder influenciar todas as áreas do corpo, exceto o baço, os testículos, o útero e ela própria. As glândulas paratireoides, por sua vez, sintetizam e liberam o Parator- mônio (PTH), que, além de contro- lar o metabolismo do cálcio por ação antitética (ou seja, com efeito inverso ao da Calcitonina), também regula o metabolismo do fósforo no corpo. Diferentemente da tireoide, as pa- ratireoides possuem uma ação mais reduzida, atuando no esqueleto, nos rins e no intestino (embora neste últi- mo seja de forma indireta). 2. ASPECTOS ANATÔMICOS DA TIREOIDE Situada na região cervical, a tireoide “abraça” a traqueia (localizada em posição posterior) e, por isso, em um corte transversal, a glândula possui o mesmo formato da letra “U” ou de uma ferradura. Desse modo, pode-se dizer que a tireoide está localizada ântero-lateralmente em relação à traqueia. Em sua porção superior, a tireoide possui relação com a laringe e, em sua porção posterior, também possui relação com o esôfago e com um importante nervo que passa entre ela, o esôfago e a traqueia: o nervo laríngeo recorrente. 4ANATOMIA: TIREOIDE E PARATIREOIDE SE LIGA! O nervo laríngeo recorrente, ramo do nervo vago, é uma importante estrutura da região cervical por exercer papel fundamental na fala, uma vez que ele inerva quase todos os músculos da laringe responsáveis pela fonação. Deste modo, esse nervo deve sempre ser notado durante a realização de qual- quer procedimento cirúrgico na região cervical. Quando se é realizada uma ti- reoidectomia (retirada parcial ou total da glândula tireoide), por exemplo, deve-se, primeiro, identificar e, então, preservar esse nervo, pois qualquer lesão ao lon- go de seu trajeto provoca rouquidão no paciente. Nervo laríngeo recorrente Figura 1. Fonte: NETTER, Frank Henry. Atlas de anatomia humana. 6. ed. Rio de Janeiro, RJ: Elsevier, 2015. Lobo esquerdo da glândula tireoide Nervo laríngeo recorrente esquerdo Figura 2. Vista cirúrgica do lobo esquerdo de uma tireoide aumentada (bócio) rebatido para mostrar a associação com o nervo laríngeo recorrente. Fonte: DRAKE, Richard L. Ph.D.; GRAY, Henry; VOGL, Wayne; MITCHELL, Adam W. M. Gray’s anatomia para estu- dantes. 3ed. Rio de Janeiro, RJ: Elservier, 2015. A tireoide possui relação íntima com os músculos platisma, esternocleido- mastoideo, esternotireoideo, esterno- -hióideo e omo-hióideo, no nível das vértebras CV a T1. Tais músculos, juntamente com as fáscias cervicais superficial e profunda, conferem pro- teção aos grandes vasos e às vísce- ras do pescoço. 5ANATOMIA: TIREOIDE E PARATIREOIDE M. esternocleidomastóideo M. esternotireoideo M. esterno-hióideoM. platisma M. omo-hióideo Figura 3. Músculos do pescoço. Fonte: NETTER, Frank Henry. Atlas de anatomia humana. 6. ed. Rio de Janeiro, RJ: Elsevier, 2015. SE LIGA! Centralmente, na região do istmo, a tireoide “abraça” apenas a tra- queia e, lateralmente, nas porções dos lobos, ela abraça tanto a traqueia quanto a laringe. A tireoide é formada principalmente por dois lobos: o lobo direito e o lobo esquerdo, que estão situados ante- rolateralmente à laringe e à traqueia. A região central da glândula, mais es- treita, é chamada de istmo e une os dois lobos, sendo geralmente locali- zado em região anterior ao segundo e terceiro anéis traqueais. 6ANATOMIA: TIREOIDE E PARATIREOIDE Figura 4. Vista anterior da glândula tireoide. Fonte: NETTER, Frank Henry. Atlas de anatomia humana. 6. ed. Rio de Janeiro, RJ: Elsevier, 2015. Em alguns casos (cerca de 50% dos indivíduos) há um lobo extra na nossa glândula: o lobo piramidal. Seu ta- manho é variável e projeta-se supe- riormente a partir do istmo da tireoide, normalmente inclinado mais à esquer- da do plano mediano. Há ainda casos de indivíduos cujo istmo é completa- mente ausente ou incompleto. Ou- tra característica que também pode Istmo da tireoide Lobo esquerdo da tireoide Lobo direito da tireoide Artéria carótida comum Cartilagem cricóidea Traqueia Cartilagem tireoidea estar presente é a existência de uma faixa de tecido conjuntivo do ápice do lobo piramidal até o osso hióide. Esse Lobo, a faixa de tecido conjuntivo ou ainda, caso existam, concentrações de tecido tireoideo acessório (se de- senvolvem a partir de remanescentes embrionários do epitélio e do tecido conjuntivo do ducto tireoglosso). SAIBA MAIS! Partes do ducto tireoglosso podem persistir e formar tecido tireoideo acessório. Esse tecido é normalmente encontrado no músculo tireo-hióideo e, apesar de ser funcional, seu tamanho não é suficiente para produzir a quantidade esperada de hormônios tireóideanos caso a ti- reoide seja removida. 7ANATOMIA: TIREOIDE E PARATIREOIDE Figura 5. Fonte: MOORE, Keith L; DALLEY, Arthur F.; AGUR, A. M.R. Anatomia orientada para a clínica. 7. ed. Rio de Janeiro, RJ: Guanabara Koogan, 2014. Lobo piramidal Hioide Faixa de tecido conjuntivo Lobo piramidal (remanescente do ducto tireoglosso Istmo incompleto Tecido tireóideo acessório Ausência de istmo 8ANATOMIA: TIREOIDE E PARATIREOIDE HORA DA REVISÃO A glândula tireoide é originada de uma proeminência mediana do as- soalho da faringe, próximo à base da língua. O local de origem para a formação dessa saliência é o forame cego da língua e o trajeto de migração da glândula até a sua localização final na fase adulta é marcado pelo ducto tireoglosso. Este último costuma desaparecer no início do desenvolvimento, contudo, remanescentes podem persistir como cistos ou como conexões com o forame cego (em uma fís- tula, por exemplo). Ducto tireoglosso Lobo piramidal Língua Forame cego Hioide Cartilagem tireóidea Glândula tireoide Possíveis locais de tecido tireóideo ectópico ou cistos do ducto tireoglosso Figura 6. Persistência do ducto tireoglosso. Fonte: MOORE, Keith L; DALLEY, Arthur F.; AGUR, A. M.R. Anatomia orientada para a clínica. 7. ed.Rio de Janeiro, RJ: Guanabara Koogan, 2014. A tireoide é circundada por uma cáp- sula fibrosa fina que envia septos profundos ao interior da glândula, fixa- da à cartilagem cricóidea e aos anéis traqueais superiores por tecido con- juntivo denso. Externamente a essa cápsula, há uma bainha formada pela parte visceral da lâmina pré-traqueal da fáscia cervical, formando uma co- bertura mais geral dessa região. Além da relação com as vias aéreas, com o tubo digestório, com músculos e com o nervo laríngeo recorrente, a 9ANATOMIA: TIREOIDE E PARATIREOIDE tireoide também possui uma íntima relação com os vasos cervicais mais calibrosos: as artérias carótidas e as veias jugulares. Assim, uma lesão nessa víscera pode levar a um com- prometimento desses grandes vasos da região cervical, além de uma even- tual obstrução das vias aéreas. A. carótida externa V. jugular interna A. carótida comum A. subclávia Figura 7. Glândula tireoide e vasos sanguíneos cervicais. Fonte: NETTER, Frank Henry. Atlas de anatomia humana. 6. ed. Rio de Janeiro, RJ: Elsevier, 2015. 10ANATOMIA: TIREOIDE E PARATIREOIDE HORA DA REVISÃO Histologia da Tireoide Histologicamente, a glândula tireoide é revestida por uma delgada cápsula de tecido conjuntivo denso não modelado, a qual é oriunda da fáscia cervical profunda. Alguns septos emitidos por essa cápsula acabam dividindo a tireoide em lóbulos ao mesmo tempo em que promovem a sustentação e a condução de vasos e nervos ao parênqui- ma (porção funcional) da glândula. As unidades funcionais da tireoide são os folículos tireoidianos, estruturas semelhan- tes a cistos ou “bolhas”, nas quais, em seu lúmen, é armazenado os produtos de secre- ção da glândula (os hormônios tireoidianos). Tais folículos são formados por um epitélio cúbico simples que envolve um lúmen preenchido por coloide (uma massa gelatinosa que contêm tireoglobulina, uma glicoproteína precursora dos hormônios tireoidianos). Na tireoide, encontramos principalmente 2 tipos celulares: as células foliculares (ou principais) e as células parafoliculares (também chamadas de células claras ou células C). As células foliculares, aquelas que compõem os folículos tireoidianos, são as res- ponsáveis pela síntese de T3 e T4, enquanto, as células parafoliculares, encontradas isoladas ou em pequenos grupos associados aos folículos, produzem a calcitonina. No corte histológico, é possível observar os folículos tireoidianos (FT) e folículos em corte transversal (Fct), que variam quanto ao formato e ao acúmulo de coloide em seu lúmen. As células foliculares em torno da região central do folículo formam um epitélio cuboide simples, isto é, uma única camada de células de formato cúbico ao colunar baixo alta- mente associadas entre si. Por ser uma glândula, a tireoide é vastamente vascularizada, sendo possível encontrar vasos sanguíneos (VS) e numerosos capilares na extensão do tecido conjuntivo (TC) que reveste suas unidades funcionais. Por fim, em uma observa- ção mais atenta, na superficial apical (ou luminal) do epitélio folicular há pequenas regi- ões não coradas (vacúolos), nos indicando a ocorrência da reabsorção do coloide para o interior das células foliculares, fenômeno indispensável para a clivagem do precursor dos hormônios tireoidianos e, consequentemente, para a liberação de T3 e T4. Figura 8: FT: Folículo Tireoidiano. Fct: Folículo em corte transversal. TC: Tecido Conjuntivo. VS: Vaso sanguí- neo. Fonte: ROSS, Michael H (et al.). Histologia: texto e atlas. 7 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. 11ANATOMIA: TIREOIDE E PARATIREOIDE 3. ASPECTOS ANATÔMICOS DAS PARATIREOIDES As paratireoides são 4 diminutas glândulas ovais e achatadas situadas na face posterior da tireoide, estando intimamente associadas a esse órgão. Dessa forma, patologias que afetam a tireoide podem facilmente aco- meter também as paratireoides, e vice-versa. Elas dividem-se em: glân- dulas paratireoides superiores direita e esquerda e glândulas paratireoides inferiores direita e esquerda. Glândulas paratireoides Figura 9. Fonte: HANSEN, John T. Netter, anatomia para colorir. 1 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. As paratireoides superiores costu- mam ter um posicionamento mais constante: aproximadamente 1 cm acima do local de entrada das arté- rias tireóideas inferiores na tireoide e ao nível da margem inferior da cartila- gem cricoide. Já as inferiores têm sua posição habitual próxima aos polos inferiores da Tireoide, aproximada- mente 1 cm abaixo daquele ponto de entrada arterial (mas também podem ocupar outros sítios). Cerca de 1 a 5% das pessoas têm uma glândula para- tireoide inferior localizada profunda- mente no mediastino superior. Figura 10. Locais e frequências de tecido glandular paratireoideo ectópico. Fonte: MOORE, Keith L; DAL- LEY, Arthur F.; AGUR, A. M.R. Anatomia orientada para a clínica. 7. ed. Rio de Janeiro, RJ: Guanabara Koogan, 2014. SE LIGA! Apesar de a maioria das pes- soas possuir 4 paratireoides, é possí- vel que um indivíduo apresente um número de glândulas maior do que esse, assim como também existem pes- soas que possuem apenas 2 glândulas paratireoides. 12ANATOMIA: TIREOIDE E PARATIREOIDE HORA DA REVISÃO! Histologia das glândulas paratireoides Assim como ocorre na tireoide, extensões da cápsula de tecido conjuntivo denso não modelado penetram o seu parênquima (porção funcional), formando septos que o sustentam e permitindo a entrada da vasos sanguíneos, linfáticos e nervos na glândula. Diferentemente da tireoide (que organiza suas células de modo folicular), as parati- reoides possuem seu parênquima organizado de forma cordonal, isto é, seme- lhante a um cordão. O tecido conjuntivo na paratireoide costuma ter uma abundante presença de células adiposas, podendo chegar a ocupar cerca de 60% do estroma (tecido de sustentação) da glândula em idosos. Nas paratireoides, encontramos 2 tipos celulares: as células principais e as células oxífilas. As células principais são as responsáveis pela síntese do paratormônio, logo, representam as células funcionais da glândula. As células oxífilas, por sua vez, ainda não tem sua função bem definida, mas acredita-se que elas correspondam a uma fase inativa das células principais. No corte histológico, é válido notar a presença dos vasos sanguíneos (VS) associados às trabéculas (septos) de tecido conjuntivo que penetram no parênquima da glându- la, o qual assume conformação similar a de cordões ou folhetos de células separados entre si por esses septos do tecido conjuntivo. As células principais (Cp) são as que se apresentam em maior número na glândula, sendo caracterizadas por um núcleo esférico basófilo circundado por um delgado citoplasma. Em menor número, as cé- lulas oxínticas (CO) caracterizam-se por serem notoriamente maiores que as células principais, contudo, possuem núcleos levemente menores e de coloração mais in- tensa, além de um citoplasma mais amplo e demarcadamente eosinófilos, o que nos permite aferir com certa precisão o limite entre essas células. Por fim, devemos notar a presença de adipócitos (a) nesse recorte da glândula. Figura 11. a: Adipócitos; CO: Células Oxífilas; CP: Células Principais; VS: Vasos sanguíneos. Fonte: ROSS, Michael H (et al.). Histologia: texto e atlas. 7 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. 13ANATOMIA: TIREOIDE E PARATIREOIDE 4. VASCULARIZAÇÃO E INERVAÇÃO DA TIREOIDE E DA PARATIREOIDE Tendo em vista que a tireoide é o maior órgão endócrino do orga- nismo, além do fato de os hormônios produzidos por ela terem grande par- ticipação no metabolismo do corpo, entende-se que essa glândula ne- cessita de uma extensa vasculari- zação. A tireoide depende de grande aporte sanguíneo para levar oxigênio e nutrientes às suas células e, mais especialmente, necessitará de uma vasta drenagem venosa para liberar suas secreções (hormônios) para a corrente sanguínea. Por estarem intimamente conecta- das, as glândulas tireoide e parati- reoidesterão irrigação arterial, dre- nagem venosa, drenagem linfática e inervação relativamente comuns entre si. Irrigação Arterial da Tireoide e Paratireoide A tireoide, por ser um órgão endócri- no, é altamente vascularizada e, por isso, receberá vasos de diferentes regiões do pescoço. Os vasos mais relevantes para a sua irrigação arte- rial são as artérias tireóideas supe- riores e as artérias tireóideas infe- riores, que estão localizados entre a cápsula fibrosa da tireoide e a bainha fascial frouxa que a reveste. As artérias tireóideas superiores esquerda e direita constituem os pri- meiros ramos das artérias caróti- das externas que, por sua vez, são ramos das artérias carótidas comuns. As artérias tireóideas superiores apresentam um trajeto descendente após a sua formação, em direção aos polos superiores da glândula. Tais ar- térias perfuram a lâmina pré-traque- al da fáscia cervical e dividem-se em ramos anterior e posterior, que irão suprir, majoritariamente, a face an- tero superior da tireoide. HORA DA REVISÃO! No trajeto do arco da aorta, ramifica- ções são emitidas: o tronco braquio- cefálico, para a direita, e a artéria ca- rótida comum e a artéria subclávia, para a esquerda. Tais ramificações do arco da aorta representam os vasos que irão distribuir sangue para a cabe- ça e membros superiores. Na direita, o tronco braquiocefálico termina se ra- mificando em artéria subclávia direita e artéria carótida comum direita, ao nível da articulação esternoclavicular. Tanto a artéria carótida comum direita quanto a esquerda, a partir daí, ascendem em direção ao crânio, onde, no nível da mar- gem superior da cartilagem tireóidea da laringe (articulação C3-C4), bifurcam-se em artérias carótidas internas e exter- nas. A artéria carótida interna ascende de forma íntegra ao crânio, onde pro- move a irrigação arterial das estruturas dessa área. Já a artéria carótida externa, tão logo à sua formação, emite diversos ramos para fazer a nutrição arterial tanto de vísceras da região cervical quanto de estruturas da face. 14ANATOMIA: TIREOIDE E PARATIREOIDE As artérias tireóideas inferiores, por sua vez, são os maiores ramos do tronco tireocervical. Tal tronco, originário da artéria subclávia (tanto esquerda como direita), emite vasos que irão realizar tanto a vasculariza- ção de áreas da região cervical quan- to de áreas do ombro e próximas ao músculo trapézio, à clavícula e às re- giões supraclavicular e supraespinhal da escápula. As artérias tireóideas inferiores, após a sua formação, seguem superome- dialmente e posteriormente às bai- nhas carótidas até atingirem a face posterior da tireoide. Tais artérias também se dividem em vários ramos, os quais irão perfurar a lâmina pré- -traqueal da fáscia cervical e irão irrigar a face póstero inferior da glândula, especialmente os polos in- feriores dela. Como as artérias tireóideas inferiores suprem, primariamente, a face poste- rior da tireoide, as glândulas parati- reoides, localizadas nessa região, são nutridas principalmente por ramos dessas artérias. Contudo, as parati- reoides também podem ser supridas por ramos das artérias tireóideas su- periores, pela artéria tireóidea ima ou pelas artérias laríngeas, traqueais e esofágicas. Glândulas paratireoides direitas Glândulas paratireoides esquerdas A. tireóidea superior A. carótida interna A. carótida externa N. laríngeo recorrente A. carótida comum Tronco tireocervical A. tireóidea inferior Figura 12. Irrigação Arterial da Tireoide e Paratireoide. Fonte: NETTER, Frank Henry. Atlas de anatomia humana. 6. ed. Rio de Janeiro, RJ: Elsevier, 2015. 15ANATOMIA: TIREOIDE E PARATIREOIDE Figura 13. Fonte: MOORE, Keith L; DALLEY, Arthur F.; AGUR, A. M.R. Anatomia orientada para a clínica. 7. ed. Rio de Janeiro, RJ: Guanabara Koogan, 2014. Um vaso que está presente em cerca de 10% das pessoas é a artéria ima, uma pequena artéria ímpar que pode ser oriunda do tronco braquiocefálico (união entre a artéria subclávia e a ar- téria carótida comum no lado direito), do arco da aorta ou das artérias caró- tida comum direita, subclávia ou torá- cica interna. Essa artéria ima, normal- mente, ascende pela face anterior da traqueia, emitindo pequenos ramos para ela durante esse trajeto e pros- segue até o istmo da tireoide, onde se divide para irrigá-la. Apesar de estar presente em apenas 10% das pessoas, essa artéria não deve ser subestimada! Sua existência deve sempre ser considerada na realiza- ção de qualquer procedimento na região cervical. Artéria tireoidea ima Um fato que deve ser notado é que tanto as artérias tireóideas superiores quanto as inferiores emitem ramos para outras estruturas, mas, em rela- ção a tireoide e a paratireoide, elas re- presentam os vasos mais importan- tes da irrigação arterial. SE LIGA! É preciso destacar que essas artérias realizam extensas anastomo- ses dentro da tireoide, garantindo uma vascularização efetiva dentro desse ór- gão, ao mesmo tempo em que propor- cionam uma potencial circulação co- lateral entre as artérias subclávias e a carótida externa. 16ANATOMIA: TIREOIDE E PARATIREOIDE MAPA MENTAL ARTÉRIA TIREOIDEA INFERIOR (E) ARTÉRIA CARÓTIDA EXTERNA (D) TRONCO TIREOCERVICAL (D) TIREOIDE E PARATIREOIDE ARTÉRIA TIREOIDEA SUPERIOR (D) ARTÉRIA TIREOIDEA SUPERIOR (E) ARTÉRIA TIREOIDEA INFERIOR (D) ARTÉRIA CARÓTIDA INTERNA (D) ARTÉRIA CARÓTIDA COMUM DIREITA ARTÉRIA CARÓTIDA EXTERNA (E) ARTÉRIA CARÓTIDA INTERNA (E) ARTÉRIA CARÓTIDA COMUM ESQUERDA TRONCO TIREOCERVICAL (E) ARTÉRIA SUBCLÁVIA DIREITA TRONCO BRAQUIOCEFÁLICO ARTÉRIA SUBCLÁVIA ESQUERDA ARCO DA AORTA AORTA DESCENDENTE AORTA ASCENDENTE CORAÇÃO 17ANATOMIA: TIREOIDE E PARATIREOIDE Drenagem Venosa da Tireoide e Paratireoide A drenagem venosa da tireoide é re- alizada por 3 pares de veias que for- mam um plexo venoso tireóideo na face anterior da glândula. A. carótida externa V. tireóidea superior V. jugular interna A. carótida comum V. tireóidea média V. tireóidea inferior A. subclávia Figura 14. Drenagem venosa da tireoide. Fonte: NETTER, Frank Henry. Atlas de anatomia humana. 6. ed. Rio de Janeiro, RJ: Elsevier, 2015. As veias tireóideas superiores acompanham as artérias tireóideas superiores em seu trajeto e drenam o sangue advindo dos polos superiores da tireoide para a veia jugular inter- na. As veias tireóideas médias, por sua vez, não acompanham as arté- rias, mas, em compensação, seguem 18ANATOMIA: TIREOIDE E PARATIREOIDE HORA DA REVISÃO A veia braquiocefálica é formada pela união entre a veia jugular interna (que drena o sangue vindo da cabeça) e a veia subclávia (que drena o sangue vin- do dos membros superiores) em ambos os lados do corpo. A união entre as veias braquiocefálicas direita e esquerda, no nível da margem inferior da 1ª cartila- gem costal direita, origina a veia cava superior, que irá conduzir o sangue de todas as estruturas superiores ao dia- fragma (exceto os pulmões e o miocár- dio) até o átrio direito do coração. trajetos praticamente paralelos às ar- térias tireóideas inferiores. Elas dre- nam o sangue da região intermédia dos lobos também para a veia jugular interna. Por fim, as veias tireóideas inferio- res, que, normalmente, tem trajeto independente, drenam o sangue dos polos inferiores da glândula, direta- mente, para as veias braquiocefáli- cas, diferente das veias superiores e médias, que drenam para a veia jugu- lar interna. MAPA MENTAL TIREOIDE E PARATIREOIDE VEIA BRAQUIOCEFÁLICA (D) VEIA TIREÓIDEA SUPERIOR (D) VEIA TIREÓIDEA INFERIOR (D) VEIA TIREÓIDEA MÉDIA (E) VEIA TIREÓIDEA MÉDIA (D) VEIA TIREÓIDEA SUPERIOR (E) VEIA TIREÓIDEA INFERIOR (E) VEIA BRAQUIOCEFÁLICA (E) VEIA CAVA SUPERIOR CORAÇÃO VEIA JUGULAR INTERNA (D) VEIA SUBCLÁVIA DIREITA VEIA JUGULAR INTERNA (E) VEIA SUBCLÁVIA ESQUERDA 19ANATOMIA: TIREOIDE E PARATIREOIDE Quanto às glândulas paratireoides, a drenagem venosa é realizadapelas veias paratireoides que conduzem o sangue até o plexo venoso tireoi- deo. Do plexo venoso, o sangue vin- do das paratireoides alcança as veias jugulares internas e/ou as veias bra- quiocefálicas e, então, é conduzido à veia cava superior e ao coração. Drenagem Linfática da Tireoide e Paratireoide Existe uma extensa rede de linfono- dos e vasos linfáticos extremamente exuberante e ramificada na região cervical, tanto superficial quanto pro- funda. Os vasos linfáticos da tireoi- de seguem em seu tecido conjuntivo interlobular, normalmente próximo às artérias, e se comunicam com a rede capsular de vasos linfáticos. A partir desse ponto, esses vasos se dirigem, primeiramente, aos linfono- dos pré-laríngeos, pré-traqueais e paratraqueais. Cervical profundo superior Cervical profundo inferior Submentual Submandibular Pré-laríngeo Paratraqueal Pré-traqueal Figura 15. Cadeias de linfonodos cervi- cais. Fonte: MOORE, Keith L; DALLEY, Arthur F.; AGUR, A. M.R. Anatomia orientada para a clínica. 7. ed. Rio de Janeiro, RJ: Guanabara Koogan, 2014. 20ANATOMIA: TIREOIDE E PARATIREOIDE Retomando a arquitetura do pescoço, a tireoide, traqueia e esôfago estão localizados na porção mais anterior e central da região cervical, enquan- to os grandes vasos (artérias caróti- das e veias jugulares internas) são estruturas mais laterais e posteriores. Os linfonodos cervicais, por sua vez, também se encontram nesta área, acompanhando os grandes vasos, e recebem vasos linfáticos de outros locais das regiões cervical e craniana. Por fim, toda a linfa captada no lado esquerdo do corpo é direcionada ao ducto torácico e toda a linfa captada no lado direito é encaminhado ou di- retamente para a veia braquiocefálica ou para o ducto linfático direito para, então, chegar à veia braquiocefálica. Os linfonodos pré-laríngeos dre- nam a linfa para os linfonodos cervi- cais profundos superiores, enquanto os linfonodos pré-traqueais e pa- ratraqueais drenam para os linfono- dos cervicais profundos inferiores. Os linfonodos cervicais profundos são mais laterais e encontram-se próxi- mos aos grandes vasos do pescoço. Lateralmente, alguns vasos linfáti- cos que estão situados ao longo das veias tireóideas superiores acabam drenando diretamente para os linfo- nodos cervicais profundos inferiores. Além disso, alguns vasos linfáticos podem drenar diretamente para os linfonodos braquiocefálicos ou para o ducto torácico. 21ANATOMIA: TIREOIDE E PARATIREOIDE FLUXOGRAMA 3 LINFONODOS PRÉ-LARÍNGEOS TRONCO LINFÁTICO JUGULAR (D) LINFONODOS PRÉ-TRAQUEAIS LINFONODOS PARATRAQUEAIS LINFONODOS PARATRAQUEAIS TIREOIDE E PARATIREOIDE LINFONODOS CERVICAIS PROFUNDOS SUPERIORES LINFONODOS CERVICAIS PROFUNDOS SUPERIORES LINFONODOS CERVICAIS PROFUNDOS INFERIORES LINFONODOS CERVICAIS PROFUNDOS INFERIORES TRONCO LINFÁTICO JUGULAR (E) VEIA JUGULAR INTERNA (D) VEIA SUBCLÁVIA DIREITA VEIA JUGULAR INTERNA (E) VEIA SUBCLÁVIA ESQUERDA VEIA BRAQUIOCEFÁLICA (D) VEIA BRAQUIOCEFÁLICA (E) DUCTO LINFÁTICO DIREITO (Pode existir ou não) DUCTO TORÁCICO VEIA CAVA SUPERIOR CORAÇÃO 22ANATOMIA: TIREOIDE E PARATIREOIDE Todos os vasos linfáticos da cabeça e do pescoço drenam, direta ou indi- retamente, para os linfonodos cervi- cais profundos, uma cadeia de linfo- nodos que está situada ao longo da veia jugular interna na região cervical. A linfa proveniente desses linfono- dos é drenada até o tronco linfáti- co jugular, que irá se unir ao ducto torácico (o qual desemboca próximo à união das veias jugular interna e subclávia esquerdas) quando vier do lado esquerdo do corpo e, quando for oriundo do lado direito, pode entrar diretamente na região de junção en- tre as veias jugular interna e subclávia direitas ou indiretamente através de um curto ducto linfático direito. Inde- pendentemente da forma de entrada, toda a linfa da cabeça e do pescoço acaba sendo drenada para o siste- ma venoso, próximo ou diretamen- te nas veias braquiocefálicas. Os vasos linfáticos das paratireoi- des irão drenar essas glândulas jun- tamente aos vasos linfáticos da tireoi- de para os linfonodos paratraqueais ou diretamente para os linfonodos cervicais profundos. Inervação da Tireoide e Paratireoide As glândulas tireoide e paratireoide sofrem uma modulação neuro-hor- monal muito significativa em seu fun- cionamento corriqueiro. Por meio de mecanismos de feedback, os níveis hormonais (de TSH, T3, T4, Calcito- nina e Paratormônio) e de eletrólitos (como o Cálcio e o Iodo) no sangue irão fazer um controle mais apura- do da produção e da liberação dos hormônios tireoidianos e paratireoi- dianos. No entanto, há também uma interação nervosa que apresenta grande relevância para o funciona- mento fisiológico dessas glândulas. Os nervos da tireoide são derivados dos gânglios cervicais superiores, médios e inferiores, os quais são gânglios simpáticos que recebem nervos advindos tanto da coluna ver- tebral quanto da divisão supra seg- mentar do sistema nervoso central. O gânglio cervical inferior é um gânglio simpático formado na maioria das vezes em fusão com o primeiro gân- glio torácico, sendo assim, também é chamado de gânglio cervicotorácico ou gânglio estrelado. Essa inervação chega à glândula através dos plexos cardíaco e periarteriais tireoideos su- perior e inferior, os quais acompa- nham as artérias tireóideas em seu trajeto. Vale ressaltar que essas fibras são VASOMOTORAS e, por isso, elas não induzem ou inibem diretamente a secreção da glândula, mas promo- vem a constrição dos vasos sanguí- neos que a vascularizam. A secreção endócrina da tireoide é controlada hormonalmente através das alças de feedback. A inervação das glândulas parati- reoides é vasta, sendo derivada dos 23ANATOMIA: TIREOIDE E PARATIREOIDE ramos tireoideos dos gânglios cer- vicais (simpáticos). Portanto, assim como ocorre na tireoide, essa iner- vação é vasomotora, e não secre- tomotora. A secreção endócrina da paratireoide também é controlada hormonalmente através das alças de feedback. SE LIGA! A tireoide recebe fibras impor- tantes do Nervo Vago (X par craniano). Nervo vago (X) Nervo laríngeo recorrente Gânglio cervical superior Gânglio cervical médio Gânglio cervicotorácico Figura 16. Inervação da região cervical. Fonte: retirado de https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/ glandula-tireoide 5. FISIOLOGIA DA TIREOIDE A tireoide é um órgão folicular - seus folículos possuem uma área central preenchida por coloide e são re- vestidos por células foliculares que delimitam esse conteúdo coloidal. Os vasos sanguíneos de menor calibre que penetram no parênquima da ti- reoide passam por entre os folículos. 24ANATOMIA: TIREOIDE E PARATIREOIDE Figura 17. Imagem ilustrativa do aspecto histológico da tireoide. Fonte: retirado de http://carloseduardopinheiro.blogs- pot.com/2014/09/fluor-e-sintese-de-hormonios.html O T3 é o hormônio de fato biolo- gicamente ativo, mas a maior parte da secreção tireoidiana é composta de T4. A tireoide libera mais tiroxina pois, uma vez lançado no organismo, esse hormônio só será captado e convertido em T3 a depender da necessidade metabólica momentâ- nea de determinado tecido. Assim, se o tecido muscular está mais ati- vo e precisa de mais T3 que o tecido nervoso, por exemplo, a captação de T4 será maior pelas células muscula- res, havendo conversão de T4 em T3 em seu interior. A liberação de T3 no organismo em maior quantidade que T4 faria com que todos os tecidos que entrassem em contato com o hormô- nio fossem estimulados, alterando a homeostase do metabolismo de uma forma geral. Os efeitos de T3 e T4 no organismo são múltiplos, mas, de forma geral, aumentam a taxa metabólica basal dos tecidos. Isso significa que o con- sumo de oxigênio e nutrientes é mais elevado (o que leva a efeitos respira- tórios, cardiovasculares e metabóli- cos associados), a produção de calor 25ANATOMIA: TIREOIDE E PARATIREOIDEaumenta, o desenvolvimento dos te- cidos é fomentado (logo, tecidos rela- cionados ao crescimento como ossos, cartilagens e colágeno são estimula- dos), dentre outros. A calcitonina é um hormônio pro- duzido pelas células parafolicula- res (também chamadas de “células C”) da tireoide que tem como função principal a formação óssea (depo- sição de cálcio no osso). Como ela atua removendo cálcio do sangue para mineralizar os ossos, pode- -se dizer que ela atua reduzindo a calcemia (hormônio hipocalcemian- te) - por isso, fica claro entender que um dos estímulos mais fortes para sua secreção são os altos níveis de cálcio sérico. Sua atuação também envolve o bloqueio da atuação do pa- ratormônio (hormônio que aumenta a reabsorção de cálcio, aumentando sua concentração no sangue) e dos osteoclastos. 6. FISIOLOGIA DA PARATIREOIDE A paratireoide é secretora de um dos principais hormônios relacionados ao metabolismo do cálcio - o para- tormônio (PTH). Ele é responsável (principalmente) pelo aumento da concentração de cálcio no sangue - por isso, pode-se dizer que ele au- menta a calcemia. Além disso, o PTH é essencial na produção de vitamina D por atuar em uma de suas etapas de conversão, o que também interfe- re no metabolismo do cálcio pois essa vitamina tem como uma de suas fun- ções o aumento da absorção intesti- nal desse íon. SAIBA MAIS! A deficiência de Vitamina D no organismo pode dar origem a raquitismo e osteomalácia. Ambas são doenças caracterizadas pelo defeito de mineralização dos ossos. O PTH é secretado pelas células prin- cipais da paratireoide, e sua secreção é regulada principalmente pela con- centração de cálcio sérico. O PTH age em 3 frentes diferen- tes para aumentar a concentração de cálcio no sangue: • Promove reabsorção óssea atra- vés da ativação de osteoclastos: o PTH não possui receptores para os osteoclastos, apenas para os osteoblastos. Os osteoblastos, quando ativados, sinalizam para os osteoclastos que, então, passam a realizar reabsorção. • Aumenta reabsorção de cálcio nos rins: através da troca de cál- cio por fosfato, o PTH não apenas 26ANATOMIA: TIREOIDE E PARATIREOIDE como uma ação indireta do hor- mônio no aumento da absorção de cálcio pelo trato gastrointes- tinal (mais especificamente, pelo intestino). aumenta a calcemia como tam- bém reduz a fosfatemia. • Aumenta ativação da Vitamina D: o PTH atua em uma das etapas de síntese da vitamina D e estimula sua ativação, o que se caracteriza RINS Ativação da vitamina D e aumenta reabsorção de cálcio e excreção de fosfato INTESTINOS Através da síntese de vitamina D, aumenta absorção de cálcio (atuação indireta) OSSO Promove reabsorção óssea através da ativação de osteoclastos; íons cálcio e fosfato são liberados na corrente sanguínea PARATORMÔNIO 7. CORRELAÇÕES CLÍNICAS Hipertireoidismo O hipertireoidismo é uma doença que resulta da hiperatividade da tireoide, o que resulta em uma taxa anormalmente alta de secreção de hormônios tireoidianos. Com isso, seus efeitos no organismo se tornam exacerbados, dando origem a uma série de sintomas relacionados ao au- mento patológico da taxa metabólica basal, como: nervosismo, ansiedade, irritação, intolerância a temperaturas quentes, tremor e suor nas mãos, in- sônia, perda de peso, dentre outros. O hipertireoidismo pode ser decor- rente de doenças na própria tireoide (hipertireoidismo primário) ou de 27ANATOMIA: TIREOIDE E PARATIREOIDE ganho de peso, aumento de coleste- rol no sangue, dentre outros. Assim como no hipertireoidismo, o hi- potireoidismo pode ser decorrente de doenças na própria tireoide (hi- potireoidismo primário) ou de do- enças na hipófise (hipotireoidismo secundário). Uma forma de determi- nar o tipo de hipotireoidismo é atra- vés da dosagem de TSH: no caso da doença primária, a produção de T3 e T4 fica comprometida por problemas na tireoide, independentemente dos níveis de TSH. Por isso, a baixa quan- tidade de hormônios tireoidianos cir- culantes estimula a hipófise de forma contínua, o que acarreta altas taxas de TSH no organismo. Já no caso da doença secundária, há deficiência na produção de TSH em quantidades normais mesmo com baixo feedback negativo (baixos níveis de TSH), o que faz com que a tireoide não seja estimulada o suficiente para produ- zir e secretar os níveis fisiológicos de hormônios tireoidianos. HIPERTIREOIDISMO HIPOTIREOIDISMO Nervosismo, Irritação Depressão Insônia Fadiga Sudorese em Mãos Pele Seca Perda de Peso Ganho de Peso Intolerância ao Calor Intolerância ao Frio Intestino Solto Intestino Preso Fraqueza Muscular Aumento do Colesterol Tabela 1. Hipertireoidismo e hipotireoidismo doenças na hipófise, como tumores produtores de TSH (hipertireoidis- mo secundário). Uma forma de de- terminar o tipo de hipertireoidismo é através da dosagem de TSH: no caso da doença primária, a produção de T3 e T4 passa a ser independente da regulação do hormônio tireotrófico, e as taxas elevadas de hormônios ti- reoidianos realizam feedback negati- vo intenso na hipófise (baixos níveis de TSH). Já no caso da doença se- cundária, o tumor na hipófise faz com que as células produtoras de TSH fi- quem irresponsivas ao feedback ne- gativo dos hormônios tireoidianos, hiperestimulando a tireoide de forma contínua (altos níveis de TSH). SE LIGA! Nem sempre hipertireoidis- mo está associado a bócio, depende da causa da patologia. Hipotireoidismo O hipotireoidismo é uma doença que resulta da hipoatividade da ti- reoide, o que resulta em uma taxa anormalmente baixa de secreção de hormônios tireoidianos. Com isso, o organismo sofre os efeitos da falta desses hormônios, dando origem a uma série de sintomas relaciona- dos à diminuição patológica da taxa metabólica basal, como: depressão, cansaço excessivo, falhas na memó- ria, perda de atenção, intestino preso, pele seca e opaca, queda de cabelo, 28ANATOMIA: TIREOIDE E PARATIREOIDE Hiperparatiroidismo O hiperparatireoidismo é uma do- ença que apresenta altas taxas de secreção de paratormônio, situação patológica que decorre de tumores produtores de PTH ou de hiperplasias que acometem mais de uma das pa- ratireoides. Dessa forma, a sintoma- tologia da doença está diretamente relacionada a efeitos intensificados da atividade do paratormônio, dando origem principalmente a hipercal- cemia e hipofosfatemia. Como uma das principais ações do PTH é a reabsorção óssea, no hiper- paratireoidismo os ossos passam a apresentar grandes áreas de rea- bsorção excessiva em seu interior descritas como “tumores marrons” (áreas de proliferação de osteoclastos e macrófagos). No entanto, enquan- to determinadas áreas diminuem sua densidade de osso, outras passam a formá-lo de maneira exacerbada, dando origem às chamadas calcifi- cações metastáticas. Nesses casos, a calcitonina (hormônio de ação an- tagônica ao PTH) está tão alta que algumas regiões começam a mine- ralizar osso de forma descontrola- da. Mesmo assim, no balanço geral, o que acontece é a redução significati- va da mineralização óssea. SE LIGA! em radiografias, o osso apa- rece com muitas áreas mais apagadas devido à diminuição de densidade óssea nessas regiões. Hipoparatiroidismo O hipoparatireoidismo é uma doença que apresenta baixas taxas de secre- ção de paratormônio. Essa doença não apresenta manifestações clínicas facilmente identificáveis, mas o sin- toma principal é a hipocalcemia. A diminuição patológica na concentra- ção de cálcio no organismo dá origem a certos problemas relacionados dire- tamente ao balanço sanguíneo desse íon, como a tetania (espasmos mus- culares fortes decorrentes de insta- bilidades na despolarização - geração de potenciais de ação anômalos). Cistos e Tireoide Ectópica Os cistos remanescentes do epitélio embrionário podem ser formados ao longo do trajeto do ducto tireoglosso, situando-se normalmente no pesco- ço. Muitas vezes, esses cistos formam uma protrusão naparede anterior do pescoço e a excisão cirúrgica faz-se necessária. No entanto, é importante diferenciar os cistos das glândulas tireoides ectópicas, que são tecidos glandulares funcionais. Muitas vezes, a tireoide ectópica é o único tecido tireoideo presente e, por isso, deve ser corretamente diferenciado de um 29ANATOMIA: TIREOIDE E PARATIREOIDE cisto para evitar tireoidectomias por engano. Bócio O aumento patológico da tireoide não decorrente de processos neoplásicos ou patológicos chama-se “bócio”. Existem dois tipos principais de bó- cio: o multinodular, de fator genéti- co mas com causa desconhecida, e o endêmico, causado pela carência de iodo no organismo. Essa falta de iodo no organismo é, muitas vezes, decor- rente de dieta não balanceada com baixa ingestão do eletrólito - por isso, essa condição é mais comum em re- giões específicas do mundo (embo- ra não restritas a elas). No Brasil, de forma a prevenir a incidência de bó- cio endêmico na população, o iodo é adicionado ao sal antes de ser comercializado. Esse aumento na glândula pode comprimir a traqueia, o esôfago e os nervos laríngeos recorrentes, e é impedida de migrar em sentido su- perior em razão das fixações superio- res dos músculos esternotireoideo e esterno-hióideo. Em sentido inferior, embora menos comum de acontecer, a glândula pode projetar-se para bai- xo do esterno (extensão subesternal - bócio “mergulhante”). Tireoidectomia A remoção da tireoide pode se dar de forma parcial (hemitireoidecto- mia) ou total (tireoidectomia). Em casos mais graves de hipertireoidis- mo cujo tratamento requer cirurgia, a parte posterior de cada lobo da glândula é preservada para manter as glândulas paratireoides e os ner- vos laríngeos recorrentes direito e es- querdo a salvo de secção. Hemorragias pós-operatórias após cirurgias na tireoide podem compri- mir a traqueia e dificultar a respiração, dado o acúmulo de sangue na cápsu- la fibrosa deste órgão. 30ANATOMIA: TIREOIDE E PARATIREOIDE Figura 18. Excisão cirúrgica da tireoide. Fonte: retirado de https://drtireoide.com/biopsia/ Traqueostomia A traqueostomia consiste em uma incisão transversal da pele do pescoço e da parede anterior da traqueia, estabelecendo uma via respiratória alternativa para pacientes com obstrução das vias superiores ou com insuficiência respiratória. Nesses procedimen- tos, o istmo da tireoide é dividi- do ou empurrado superiormen- te de forma a abrir espaço para a realização da perfuração na tra- queia e posterior introdução de um tubo especial. Esôfago Traqueia Tubo Figura 19. Relação anatômica do tubo de traqueostomia. Fonte: retirado de https://bit.ly/2Lfl6Z7 31ANATOMIA: TIREOIDE E PARATIREOIDE samente ( juntamente com seu su- porte sanguíneo) antes de começar o procedimento da tireoidectomia. Em alguns casos especiais de cirurgia e radioterapia subsequente, as para- tireoides são removidas do pescoço e transplantadas integralmente para outra região do corpo (normalmente os braços). 8. EXAMES DE IMAGEM No cotidiano médico, a fim de visua- lizar as glândulas tireoide e para- tireoide para identificar a existência (ou não) de alguma situação patoló- gica sem que seja necessário a rea- lização de procedimentos invasivos no paciente, podemos fazer uso de alguns exames de imagem. Remoção Acidental das Paratireoides A posição variável das paratireoides no pescoço (principalmente no caso das inferiores, as quais podem chegar até ao mediastino superior) aumenta enormemente o risco de lesão aci- dental ou excisão em casos de cirur- gias no pescoço. A remoção cirúrgica acidental com- pleta de todas as glândulas para- tireoides interfere diretamente no metabolismo do cálcio e, conse- quentemente, em sua concentração sanguínea. Essa condição dá origem a problemas neuromusculares gra- ves como a tetania (síndrome neu- rológica que desencadeia espasmos musculares e cãibras). Quando esses espasmos passam a acometer mús- culos respiratórios ou da laringe, o quadro pode evoluir a óbito se o paciente não for tratado a tempo. Para evitar sec- ção ou excisão cirúrgica aciden- tal das glândulas paratireoides em operações mais agressivas da ti- reoide (como em casos de remo- ção completa da glândula), mui- tos cirurgiões as isolam cuidado- 32ANATOMIA: TIREOIDE E PARATIREOIDE MAPA MENTAL EXAMES DE IMAGEM (TIREOIDE) Tireoide absorve substância radioativa, cintila (emite luz) e nos fornece um dimensionamento do seu parênquima ULTRASSONOGRAFIACINTILOGRAFIA RESSONÂNCIA MAGNÉTICATOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA Por ser uma víscera, a tireoide é captada pelo ultrassom, nos revelando uma imagem da glândula em tempo real Por meio da emissão de raios-x em 360º, o tomográfo é capaz de fornecer cortes transversais da região cervical Através do estabelecimento de um campo magnético e da vibração de moléculas de hidrogênio, a ressonância nos fornece um mapeamento de seções da região cervical Tendo em vista que esses exames não nos fornecem fotografias tão es- clarecidas quanto aquelas presentes nos atlas, é de suma importância di- recionar um espaço do nosso estu- do para elas, sempre tentando cor- relacionar as estruturas anatômicas que conhecemos às imagens obtidas nesses exames. De modo a recapitular a arquitetura das estruturas anatômicas, é válido analisar calmamente a imagem abai- xo, na qual é passível de ser obser- vado, em uma posição mais ventral, a glândula tireoide abraçando a tra- queia e o esôfago, localizados mais posteriormente em relação a ela. En- tre a tireoide, a traqueia e o esôfago, é 33ANATOMIA: TIREOIDE E PARATIREOIDE como as imagens de atlas se corre- lacionam com a realidade: a tireoide forma algo parecido com uma ferra- dura, abraçando a traqueia central- mente. Na imagem abaixo, é possível identificar muito bem os lobos e o istmo da glândula, além de ser viável mensurar o seu tamanho, identificar a existência de alguma alteração em seu parênquima e perceber se há al- guma lesão. possível observar um pequeno ponto amarelo, que representa o nervo la- ríngeo recorrente. Ainda nessa ima- gem, é válido destacar a presença dos grandes vasos cervicais (a artéria carótida comum e a veia jugular in- terna), localizados mais lateralmente à face posterior da glândula. Por fim, é de suma importância reconhecer a musculatura que envolve essas es- truturas viscerais da região cervical. Ultrassonografia A ultrassonografia é um exame mui- to comum para o estudo das vísceras abdominais e pélvicas, mas ela tam- bém pode ser feita na região cervical, onde será possível visualizar os ór- gãos endócrinos. Esse exame possui uma acurácia de imagem muito boa, principalmente, na visualização de le- sões císticas (nódulos) da tireoide. As paratireoides não são glându- las de fácil visualização, mesmo em peças anatômicas - por isso, em exa- mes de imagem a situação não é dife- rente. Tanto na tomografia quanto no ultrassom é difícil conseguir uma boa visão dessas glândulas, exceto nos casos em que ela está aumentada de tamanho ou com uma vascularização também expandida, seja por lesão ou tumor. A tireoide, por sua vez, apresenta uma acurácia de imagem significati- va, sendo facilmente identificada no ultrassom. É importante notarmos 34ANATOMIA: TIREOIDE E PARATIREOIDE Figura 20. Estruturas anatômicas vistas na ultrassonografia cervical. Fonte: DRAKE, Richard L. Ph.D.; GRAY, Henry; VOGL, Wayne; MITCHELL, Adam W. M. Gray’s anatomia para estudantes. 3ed. Rio de Janeiro, RJ: Elservier, 2015. Não obstante, também em uma ul- trassonografia cervical, é factível iden- tificarmos os grandes vasos: a artéria carótida (Mais centralmente) e a veia jugular interna (Mais lateralmente). Fáscia pré-traqueal Traqueia Veia jugular interna Nervo vagoGlândula tireoide Nervo laríngeo recorrente direito Artéria carótida comumEsôfago Corpo vertebral Traqueia Istmo Lobo esquerdo da tireoide Lobo direito da tireoideVeia jugular interna direita Veia jugular interna esquerda 35ANATOMIA: TIREOIDE E PARATIREOIDE Glândula Tireoide Artéria Carótida Comum Esquerda Veia Jugular Interna Esquerda Figura 21. Grandes vasos na ultrassonografia cervical. Fonte: DRAKE, Richard L. Ph.D.; GRAY, Henry; VOGL, Wayne; MITCHELL, Adam W. M. Gray’s anatomia para estudantes. 3ed. Rio de Janeiro, RJ: Elservier, 2015. Cintilografia A cintilografia representa um mé- todo de diagnóstico por imagem da medicina nuclear que se utiliza de substância radioativas (radiofárma- cos) para analisar o funcionamento e a presença de lesões em determi- nados órgãos do corpo humano. Tal exame é altamente dependente da afinidade do órgão de interesse ao radiofármaco escolhido. Assim, para que seja realizada uma cintilografia, radiofármacos específicos são inse- ridos na corrente sanguínea e, então, pelas propriedades físico-químicas semelhantes às de medicamentos, são transportados e metabolizados por determinado órgão-alvo. Por suas propriedades radioativas, tais substâncias emitem um tipo de radia- ção eletromagnética (normalmente a gama), a qual é captada pela câmara de cintilação. RESUMO: Na cintilografia, a radiação emitida interage com o detector do apa- relho de cintilografia, produzindo uma cintilação (emissão de luz) que é conver- tida em sinal elétrico e interpretada pelo aparelho, o que culmina com a geração de uma imagem funcional. Nesse exame, as características do órgão-alvo que podem ser analisadas são: a localização e morfologia do te- cido que está emitindo radiação (que está cintilando) e a funcionalidade do órgão pela intensidade da luz que está sendo emitida. Tendo em vista que, para a síntese dos hormônios tireoidianos (T3 e T4), a tireoide utiliza, além de ami- noácidos, uma quantidade substan- cial de Iodo advinda da circulação sanguínea, a Cintilografia torna-se um exame viável para análise dessa glândula, haja vista que é possível in- jetar no sangue uma variável radioati- va dessa substância. Através desse exame, então, é pos- sível localizar a glândula na região cervical e, ao visualizarmos a sua cin- tilação, podemos avaliar a sua mor- fologia (identificando se há alguma alteração em seu tamanho ou se há 36ANATOMIA: TIREOIDE E PARATIREOIDE a presença de lesão no parênquima) e suspeitar de qualquer modificação funcional. Dessa forma, se o radiofár- maco utilizado for o iodo, será possí- vel inferir que, em uma situação de baixa captação da substância, há um quadro de hipotireoidismo. De forma análoga, em situações de cap- tação demasiada do iodo, pode -se inferir que o paciente apresenta um quadro de hipertireoidismo. SAIBA MAIS! Atualmente, uma outra substância é mais utilizada do que o iodo radioativo: o Tecnécio 99m. Esse radiofármaco possui uma alta captação pela tireoide, o que produz imagens de boa qua- lidade, além de emitir doses de radiação menores que o Iodo. Por isso, essa é a substância mais utilizada em cintilografias atuais. Figura 22. Fonte: MOORE, Keith L; DALLEY, Arthur F.; AGUR, A. M.R. Anatomia orientada para a clínica. 7. ed. Rio de Janeiro, RJ: Guanabara Koogan, 2014. 37ANATOMIA: TIREOIDE E PARATIREOIDE REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS MOORE, Keith L; DALLEY, Arthur F.; AGUR, A. M.R. Anatomia orientada para a clínica. 7. ed. Rio de Janeiro, RJ: Guanabara Koogan, c2014. xviii, 1114 p. ISBN 9788527725170 DRAKE, Richard L. Ph.D.; GRAY, Henry; VOGL, Wayne; MITCHELL, Adam W. M. Gray’s ana- tomia para estudantes. 3ed. Rio de Janeiro, RJ: Elsevier, 2015.1192 p. ISBN 9788535279023 NETTER, Frank Henry. Atlas de anatomia humana. 6. ed. Rio de Janeiro, RJ: Elsevier, c2015. 640p. ISBN 9788535279696. HANSEN, John T. Netter, anatomia para colorir. 1 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. ISBN 9788535235517. Radiologia Blog. Como Funciona a Cintilografia da Tireoide. Saiba Mais Sobre Esse Exame. Disponível em: <http://radiologia.blog.br/medicina-nuclear/como-funciona-a-cintilografia- -da-tireoide-saiba-mais-sobre-esse-exame>. Acesso em: 29 abr. 2020. Radiologia Blog. Saiba mais sobre Radiofármacos. Disponível em: <http://radiologia.blog.br/ medicina-nuclear/o-que-sao-radiofarmacos-e-suas-aplicacoes>. Acesso em: 29 abr. 2020. Radiologia Blog. CINTILOGRAFIA, {Tudo sobre Cintilografia}. Entenda de forma simples. Disponível em: <http://radiologia.blog.br/medicina-nuclear/conheca-a-cintilografia-e-suas- -aplicacoes-entenda-como-funciona-o-exame>. Acesso em: 29 abr. 2020. Radiologia Blog. TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA, Como Funciona? Entenda Mais So- bre o Exame. {Tudo Sobre Tomografia}. Disponível em: <http://radiologia.blog.br/diagnostico- -por-imagem/como-funciona-a-tomografia-computadorizada-entenda-mais-sobre-o-exa- me>. Acesso em: 29 abr. 2020 ABC MED, 2016. Cintilografia da tireoide. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/tireoi- de/1283858/cintilografia+da+tireoide.htm>. Acesso em: 29 abr. 2020. GALILEU, 2014. Veja como o corpo humano funciona através da ressonância magnética. Dispo- nível em: <https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/noticia/2014/09/video-mostra-como-funcio- na-o-corpo-humano-atraves-da-ressonancia-magnetica.html>. Acesso em: 29 abr. 2020. Gartner L, Hiatt J. Tratado de Histologia em Cores. 4 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2017. Ross MH, Pawlina W. Ross Histologia texto e atlas – correlações com Biologia Celular e Mo- lecular. 7 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016 Hipotireoidismo. Disponível em: <https://bvsms.saude.gov.br/dicas-em-saude/2197-hipoti- reoidismo>. Acesso em: 29 abr. 2020. Hipertireoidismo. Disponível em: <https://bvsms.saude.gov.br/dicas-em-saude/2196-hiper- tireoidismo>. Acesso em: 29 abr. 2020. 38ANATOMIA: TIREOIDE E PARATIREOIDE
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