Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
PELVE E PERÍNEO SUMÁRIO 1. Introdução ..................................................................... 3 2. Cíngulo do Membro Inferior ................................... 3 3. Cavidade Pélvica ........................................................ 6 4. Paredes e Assoalho da Cavidade Pélvica ........ 6 5. Artérias da Pelve ......................................................11 6. Veias da Pelve ...........................................................15 7. Drenagem Linfática da Pelve ..............................18 8. Inervação da Pelve ..................................................20 9. Períneo .........................................................................20 10. Trígono Anal ............................................................22 11. Trígono Urogenital ................................................23 12. Artérias do Períneo ..............................................29 13. Veias do Períneo ....................................................32 14. Drenagem Linfática do Períneo .......................33 15. Inervação do Períneo ...........................................35 Referências Bibliograficas .........................................39 3PELVE E PERÍNEO 1. INTRODUÇÃO Anatomicamente, a pelve é a parte do corpo circundada pelo cíngulo do membro inferior (pelve óssea), parte do esqueleto apendicular do mem- bro inferior. É subdividida em pelves maior e menor. A pelve maior é cir- cundada pela parte superior do cín- gulo do membro inferior, e é ocupada pelas vísceras abdominais inferiores. A pelve menor é circundada pela par- te inferior do cíngulo do membro infe- rior, que forma a estrutura óssea dos compartimentos da cavidade pélvica e do períneo no tronco, separados pelo diafragma da pelve. A parte ex- terna da pelve é coberta ou envolvida pela parede abdominal anterolateral inferior anteriormente, a região glútea do membro inferior posterolateral- mente, e o períneo inferiormente. O termo períneo refere-se tanto à área da superfície do tronco entre as coxas e as nádegas, que se estende do cóccix até o púbis, quanto ao com- partimento de pequena profundidade situado profundamente a essa área, mas inferior ao diafragma da pelve. O períneo inclui o ânus e os órgãos ge- nitais externos: o pênis e o escroto no homem e o pudendo feminino. 2. CÍNGULO DO MEMBRO INFERIOR O cíngulo do membro inferior é um anel ósseo, em forma de bacia, que une a coluna vertebral aos dois fêmu- res. As principais funções do cíngulo do membro inferior são: • Sustentar o peso da parte superior do corpo nas posições sentada e ortostática; • Transferir o peso do esqueleto axial para o esqueleto apendicular inferior para ficar de pé e caminhar; • Proporcionar fixação aos fortes músculos da locomoção e postura, bem como àqueles da parede ab- dominal, resistindo às forças gera- das por suas ações; • Conter e proteger as vísceras pél- vicas e as vísceras abdominais in- feriores e, ao mesmo tempo, per- mitir a passagem de suas partes terminais via períneo; • Proporcionar sustentação para as vísceras abdominopélvicas e o útero grávido; • Proporcionar fixação para os cor- pos eréteis dos órgãos genitais externos; • Proporcionar fixação para os mús- culos e membranas que auxiliam as funções citadas anteriormen- te, formando o assoalho pélvico e preenchendo espaços existentes nele ou ao seu redor; No indivíduo maduro, o cíngulo do membro inferior é formado por três 4PELVE E PERÍNEO ossos: a) Ossos do quadril direito e esquerdo: ossos grandes, de for- mato irregular, sendo cada um deles formado pela fusão de três ossos, ílio, ísquio e púbis; b) Sacro: formado pela fusão de cinco vértebras sacrais, ori- ginalmente separadas (Fig. 1). A pelve é dividida em pelves maior (falsa) e menor (verdadeira) pelo pla- no oblíquo da abertura superior da pelve. A abertura inferior da pelve é limitada por (Fig. 2): • Arco púbico anteriormente; • Túberes isquiáticos lateralmente; • Margem inferior do ligamento sa- crotuberal posterolateralmente; • Extremidade do cóccix posteriormente. A pelve maior (pelve falsa) é a parte da pelve: • Superior à abertura superior da pelve; • Limitada pelas asas do ílio postero- lateralmente e a face anterossupe- rior da vértebra S I posteriormente; • Ocupada por vísceras abdominais. A pelve menor (pelve verdadeira) é a parte da pelve: • Situada entre as aberturas supe- rior e inferior da pelve; • Limitada pelas faces pélvicas dos ossos do quadril, sacro e cóccix; • Que inclui a cavidade pélvica ver- dadeira e as partes profundas do períneo, especificamente as fossas isquioanais; • Que tem maior importância obsté- trica e ginecológica. SAIBA MAIS! Em medicina forense, a identificação de restos ósseos huma- nos geralmente inclui a determinação do sexo. Um importante foco de atenção é o cíngulo do membro inferior porque, em geral, as diferenças sexuais são clara- mente visíveis. Até mesmo fragmentos do cíngulo do membro inferior são úteis na determinação do sexo. 5PELVE E PERÍNEO Ílio Ísquio Púbis Sacro Sínfise púbica Túber isquiático Espinha isquiática Ápice do cóccix Figura 1. Cíngulo do Membro Inferior, abertura superior. Vista anterior. Fonte: NETTER, Frank H. Figura 2. Cíngulo do membro inferior, abertura inferior. Vista inferior. Fonte: NETTER, Frank H. 6PELVE E PERÍNEO MAPA MENTAL – CÍNGULO DO MEMBRO INFERIOR Ísquio CÍNGULO DO MEMBRO INFERIOR Ílio Pelve Menor Pelve Maior Púbis Sacro 3. CAVIDADE PÉLVICA A cavidade pélvica é o espaço limita- do perifericamente pelas paredes e assoalho ósseos, ligamentares e mus- culares da pelve. É a parte inferopos- terior da cavidade abdominopélvica, sendo contínua com a cavidade ab- dominal na abertura superior da pel- ve. Contém as partes terminais dos ureteres, bexiga urinária, reto, órgãos genitais pélvicos, vasos sanguíneos, linfáticos e nervos. Além dessas vís- ceras pélvicas, contém ainda partes de vísceras abdominais, tais como: alças de intestino delgado (principal- mente íleo) e, muitas vezes, intestino grosso (apêndice vermiforme e colo transverso e/ou sigmoide). A cavidade pélvica é limitada infe- riormente pelo diafragma da pelve músculo-fascial, que está suspenso acima da abertura inferior da pelve, formando um assoalho pélvico. A ca- vidade pélvica é limitada posterior- mente pelo cóccix e a parte inferior do sacro, e a parte superior do sacro forma um teto sobre a metade poste- rior da cavidade. Os corpos dos púbis, e a sínfise púbica que os une, formam uma parede anteroinferior cuja pro- fundidade é muito menor (mais curta) do que a parede póstero-superior e o teto formados pelo sacro e cóccix. 4. PAREDES E ASSOALHO DA CAVIDADE PÉLVICA A cavidade pélvica tem uma parede anteroinferior, duas paredes laterais, uma parede posterior e um assoalho. Parede Anteroinferior da Pelve A parede anteroinferior da pelve é formada principalmente pelos corpos 7PELVE E PERÍNEO e ramos dos púbis e pela sínfise púbi- ca. Participa na sustentação do peso da bexiga urinária. Paredes Laterais da Pelve As paredes laterais da pelve são for- madas pelos ossos do quadril direito e esquerdo, e cada um deles tem um forame obturado fechado por uma membrana obturadora. As fixações carnosas dos músculos obturadores internos cobrem e, assim, protegem, a maior parte das paredes laterais da pelve. Parede Posterior da Pelve Na posição anatômica, a parede pos- terior da pelve consiste em uma pare- de e um teto ósseos na linha mediana, formados pelo sacro e cóccix, e nas paredes posterolaterais musculoliga- mentares, formadas pelos ligamentos associados às articulações sacroilía- cas e músculos piriformes. Assoalho Pélvico O assoalho pélvico é formado pelo diafragma da pelve, que consiste nos músculos isquiococcígeo e levantador do ânus e nas fáscias que recobrem as faces superior e inferior desses músculos (Figs. 3 e 4). O diafragma da pelve situa-se na pelve menor,se- parando a cavidade pélvica do perí- neo, ao qual serve como teto. Os músculos isquiococcígeos origi- nam-se nas faces laterais da parte inferior do sacro e cóccix, suas fibras carnosas situam-se sobre a face pro- funda do ligamento sacroespinal e se fixam a ela. O músculo levantador do ânus é a parte maior e mais impor- tante do assoalho pélvico. Está fixado aos corpos dos púbis anteriormente, às espinhas isquiáticas posteriormen- te, e a um espessamento na fáscia obturatória, o arco tendíneo do mús- culo levantador do ânus, entre os dois pontos ósseos de cada lado. Assim, o diafragma da pelve estende-se en- tre as paredes anterior, lateral e pos- terior da pelve menor, conferindo-lhe a aparência de uma rede suspensa por essas fixações, fechando grande parte do anel do cíngulo do membro inferior. Uma abertura anterior entre as margens mediais dos músculos le- vantadores do ânus de cada lado — o hiato urogenital — dá passagem à uretra e, nas mulheres, à vagina. O músculo levantador do ânus tem três partes, em geral mal demarca- das, mas denominadas de acordo com as fixações e o trajeto das fibras (Figs. 3 e 4): • Puborretal: a parte medial, mais estreita e mais espessa do múscu- lo levantador do ânus, que consis- te em fibras musculares contínuas entre as faces posteriores dos cor- pos dos púbis direito e esquerdo. Forma uma alça muscular em for- mato de U (alça puborretal) que 8PELVE E PERÍNEO passa posteriormente à junção anorretal (Figura 3.12) e delimita o hiato urogenital. Essa parte tem um papel importante na manuten- ção da continência fecal; • Pubococcígeo: a parte intermediá- ria mais larga, porém menos espes- sa, do músculo levantador do ânus, com origem lateral ao músculo pu- borretal, a partir da face posterior do corpo do púbis e arco tendíneo anterior. Segue posteriormente em um plano quase horizontal; suas fibras laterais fixam-se ao cóccix e suas fibras mediais fundem-se às do músculo contralateral para formar uma rafe fibrosa ou lâmina tendínea, parte do corpo anococcí- geo entre o ânus e o cóccix. Alças musculares mais curtas do múscu- lo pubococcígeo que se estendem medialmente e se fundem à fáscia ao redor de estruturas na linha me- diana são denominadas de acordo com a estrutura próxima de seu término: pubovaginal (mulheres), puboprostático (homens), pubope- rineal e puboanal; • Iliococcígeo: a parte posterolateral do músculo levantador do ânus, que se origina na parte posterior do arco tendíneo e na espinha is- quiática. É fina, em geral pouco desenvolvida (parecendo mais aponeurótica do que muscular) e também se funde ao corpo ano- coccígeo posteriormente. Uretra Vagina Reto Músculos puborretal e pubococcígeo (partes do m. levantador do ânus) Músculo isquiococcígeo Músculo piriforme Músculo iliococcígeo (parte do m. levantador do ânus) Sínfise púbica Arco tendíneo do músculo levantador do ânus Espinha isquiática Figura 3. Diafragma da pelve feminina. Vista superior. Fonte: NETTER, Frank H. 9PELVE E PERÍNEO Uretra Vagina Reto Músculo piriforme (seccionado) Músculo iliococcígeo (parte do m. levantador do ânus) Músculo pubococcígeo (parte do m. levantador do ânus) Músculo puborretal (parte do m. levantador do ânus) Músculo obturador interno Figura 4. Diafragma da pelve feminina. Vista inferior. Fonte: NETTER, Frank H. O músculo levantador do ânus for- ma um assoalho dinâmico para sus- tentar as vísceras abdominopélvicas. Na maior parte do tempo, mantém contração tônica para sustentar as vísceras abdominopélvicas e ajudar a manter a continência urinária e fe- cal. Há contração ativa desse múscu- lo em situações como expiração for- çada, tosse, espirro, vômito e fixação do tronco durante fortes movimentos dos membros superiores (p. ex., ao levantar objetos pesados), basica- mente para aumentar a sustentação das vísceras durante períodos de au- mento da pressão intra-abdominal e talvez também para contribuir para o aumento da pressão (para ajudar a expulsão). A contração tônica do M. levantador do ânus causa o encurvamento an- terior do canal anal. A contração ati- va da porção puborretal (voluntária) é importante para a manutenção da continência fecal imediatamente após o enchimento do reto ou durante a peristalse, quando o reto está cheio e o músculo esfincteriano involuntário é inibido (relaxado). O músculo levanta- dor do ânus tem de relaxar para per- mitir a micção e a defecação. 10PELVE E PERÍNEO MÚSCULO FIXAÇÃO PROXIMAL FIXAÇÃO DISTAL INERVAÇÃO PRINCIPAL AÇÃO Obturador interno Faces pélvicas do ílio e ísquio; membrana obturatória Trocânter maior do fêmur Nervo para o M. ob- turador interno (L5, S1, S2) Roda a coxa late- ralmente; ajuda a manter a cabeça do fêmur no acetábulo Piriforme Face pélvica dos segmentos S2–S4; margem superior da incisura isquiática maior e ligamento sacrotuberal Trocânter maior do fêmur Ramos anteriores de S1 e S2 Roda a coxa late- ralmente; abduz a coxa; ajuda a manter a cabeça do fêmur no acetábulo Isquiococcígeo Espinha isquiática Extremidade inferior do sacro e cóccix Ramos dos nervos espinais S4 e S5 Forma pequena par- te do diafragma da pelve; flete o cóccix Levantador do ânus Corpo do púbis; arco tendíneo da fáscia obturatória; espinha isquiática Corpo do períneo; cóccix; corpo ano- coccígeo; paredes da próstata ou vagina, reto e canal anal Nervo para o M. levantador do ânus (ramos de S4), nervo anal inferior e plexo coccígeo Forma a maior parte do diafragma da pelve Tabela 1. Músculos das paredes e do assoalho da pelve. Fonte: Anatomia Orientada para a Clínica, MOORE, 2016. SAIBA MAIS! Durante o parto, o assoalho pélvico sustenta a cabeça fetal enquanto o colo do útero se dilata para permitir a saída do feto. Pode haver lesão do períneo, do músculo levantador do ânus e dos ligamentos da fáscia da pelve durante o parto. Os músculos pubococcígeo e puborretal, as partes principais e mediais do músculo levantador do ânus, são os que se rompem com maior frequência. O enfraquecimento destas estruturas pode ocasionar incontinência urinária de esforço. 11PELVE E PERÍNEO 5. ARTÉRIAS DA PELVE Artérias Ilíacas Comuns A aorta abdominal bifurca-se nas artérias ilíacas comuns direita e es- querda, anterolateralmente ao lado esquerdo do corpo da quarta vérte- bra lombar (Fig. 5). Essas artérias di- vergem à medida que descem e se dividem no nível das articulações sa- croilíacas em artérias ilíacas externas e internas. A artéria ilíaca externa é a principal artéria para o membro infe- rior. A artéria ilíaca interna fornece o principal suprimento para as paredes e vísceras da pelve, para o períneo e para a região glútea. Artérias Ilíacas Internas Cada artéria ilíaca interna, com apro- ximadamente 4 cm de comprimento, inicia-se na bifurcação da artéria ilía- ca comum, no nível do disco interver- tebral lombossacral e anteriormente à articulação sacroilíaca (Fig. 5). Ela desce posteriormente à margem su- perior do forame ciático maior, onde divide-se em um tronco anterior, que se estende na mesma linha em dire- ção à espinha isquiática, e um tronco MAPA MENTAL – ASSOALHO PÉLVICO ASSOALHO PÉLVICO Diafragma da Pelve Isquiococcígeo Levantador do ânus Puborretal Pubococcígeo Iliococcígeo 12PELVE E PERÍNEO posterior, que passa de volta para o forame ciático maior (Fig. 6). Os ra- mos do tronco posterior da artéria ilí- aca interna são as artérias iliolombar, sacrais laterais e glútea superior. Os ramos do tronco anterior da artéria ilíaca interna são as artérias vesicais superior e inferior, retal média, vagi- nal, obturatória, uterina, pudenda in- terna e glútea inferior (Fig. 6). Artérias Ilíacas Externas As artérias ilíacas externas são de ca- libre maior que as artérias ilíacas inter- nas. Cada artéria desce lateralmente ao longo da borda medial do múscu- lo psoas maior, a partir da bifurcação ilíaca comum, até um ponto a meio caminhoentre a espinha ilíaca ante- rossuperior e a sínfise púbica (Fig. 5), e entra na coxa posteriormente ao li- gamento inguinal para se tornar a ar- téria femoral. Elas são principalmente artérias para o membro inferior, e como tal apre- sentam poucos ramos na pelve. À ex- ceção de vasos muito pequenos para o músculo psoas maior e para linfono- dos da vizinhança, a artéria não tem ramos até que ela origine a artéria circunflexa ilíaca profunda e a artéria epigástrica inferior, as quais surgem próximo ao ponto no qual ela passa sob o ligamento inguinal (Fig. 5). Aorta abdominal Artéria e veia ováricas Músculo psoas maior Artéria ilíaca comum Vasos sacrais medianos Artéria ilíaca interna Artéria ilíaca externa Artéria e veia epigástricas inferiores Figura 5. Artérias e veias da pelve feminina. Vista anterior. Fonte: NETTER, Frank H. 13PELVE E PERÍNEO Aorta abdominal Artéria ilíaca comum direita (seccionada) Artéria ilíaca comum esquerda Artéria ilíaca interna Divisão anterior Divisão posterior Artéria ilíaca externa Artéria obturatória Artéria retal média Artéria uterina Artéria vaginal Artérias vesicais superiores Artéria vesical inferior Artéria pudenda interna Artéria glútea inferior Artéria glútea superior Artérias sacrais laterais Artéria iliolombar Figura 6. Artérias e veias da pelve feminina. Vista sagital mediana. Fonte: NETTER, Frank H. 14PELVE E PERÍNEO MAPA MENTAL – ARTÉRIAS DA PELVE ARTÉRIAS DA PELVE Artérias Ilíacas Comuns Artérias Ilíacas Internas Artérias Ilíacas Externas Tronco anterior Tronco posterior A. Circunflexa ilíaca profunda A. Epigástrica inferior A. vaginal A. obturatória A. Pudenda interna Aa. Vesicais superior e inferior A. Glútea inferior A. uterina A. Retal média A. iliolombar Aa. Sacrais laterais A. Glútea superior 15PELVE E PERÍNEO 6. VEIAS DA PELVE A pelve verdadeira contém um gran- de número de veias que drenam as paredes pélvicas e a maioria das vís- ceras contidas no interior da pelve, e que carreiam sangue venoso a partir da região glútea, do quadril e da coxa. As veias ilíacas externas, que se lo- calizam próximas à borda da pelve, realizam a drenagem venosa a partir da maior parte do membro inferior. Existe uma variação considerável na drenagem venosa da pelve: embo- ra as veias principais frequentemen- te sigam suas equivalentes arteriais nomeadas, as pequenas tributá- rias exibem muita variação entre os indivíduos. Veias Ilíacas Comuns A veia ilíaca comum é formada pela união das veias ilíacas externa e inter- na, anteriores às articulações sacroilí- acas. Ela ascende obliquamente para terminar do lado direito da quinta vér- tebra lombar e une-se em um ângulo agudo ao vaso contralateral para for- mar a veia cava inferior (Fig. 7). Veia Ilíaca Interna A veia ilíaca interna é formada pela convergência de várias veias acima do forame ciático maior. Ela não apre- senta os troncos e ramos previsíveis da artéria ilíaca interna correspon- dente, mas suas tributárias drenam os mesmos territórios. Ela ascende posteromedialmente à artéria ilíaca interna para se unir à veia ilíaca ex- terna, formando a veia ilíaca comum na margem pélvica, anterior à parte inferior da articulação sacroilíaca ip- silateral (Fig. 8). Suas tributárias são as veias glúteas, pudenda interna e obturatória, que se originam fora da pelve; as veias sacrais laterais, que seguem a partir da superfície anterior do sacro; e as veias retal média, vesi- cal, uterina e vaginal, que se originam nos plexos venosos das vísceras pél- vicas (Fig. 8). Veia Ilíaca Externa A veia ilíaca externa é a continuação proximal da veia femoral. Ela se inicia profundamente ao ligamento inguinal, ascende ao longo da margem pélvica e termina anteriormente à articulação sacroilíaca através da junção com a veia ilíaca interna ipsilateral para for- mar a veia ilíaca comum (Fig. 7). Suas tributárias são as veias epigástrica inferior, circunflexa ilíaca profunda e púbica (Fig. 8). 16PELVE E PERÍNEO Veia cava inferior Veia ilíaca comum Veia ilíaca interna Veia epigástrica inferior Veia femoral Veia ilíaca externa Figura 7. Artérias e veias da pelve musculina. Vista anterior. Fonte: NETTER, Frank H. 17PELVE E PERÍNEO Veia cava inferior Veias ilíacas comuns Veia ilíaca externa Veia ilíaca interna Veia sacral lateral Veia glútea superior Veia glútea inferior Veia retal média Veia pudenda interna Vasos circunflexos ilíacos profundos Veia obturatória direita Figura 8. Artérias e veias da pelve masculina. Vista sagital mediana. Fonte: NETTER, Frank H. VEIAS DA PELVE V. Obturatória VEIAS DA PELVE Veias Ilíacas Internas Veias Ilíacas ExternasV. Pudenda interna Vv. Glúteas V. Epigástrica inferior V. Púbica V. Circunflexa ilíaca profunda Veias Ilíacas Comuns 18PELVE E PERÍNEO 7. DRENAGEM LINFÁTICA DA PELVE Os linfonodos na pelve estão agrupa- dos ao redor dos vasos ilíacos comuns, externos e internos, e são denomina- dos de acordo com esta relação. Linfonodos Ilíacos Comuns Os linfonodos ilíacos comuns rece- bem toda a drenagem linfática do membro inferior porque eles drenam os linfonodos ilíacos tanto internos como externos. Eles normalmente lo- calizam-se em cadeias medial, late- ral e anterior ao redor da artéria ilíaca comum, com a cadeia lateral sendo a principal rota: um ou dois localizam- -se inferiormente à bifurcação aórti- ca e anteriormente à quinta vértebra lombar ou ao promontório do sacro (Fig. 9). Os linfonodos ilíacos comuns se conectam aos linfonodos aórticos laterais. Linfonodos Ilíacos Externos Os linfonodos ilíacos externos usu- almente formam três subgrupos que se localizam lateral, medial e anteriormente aos vasos ilíacos ex- ternos (Fig. 9). Os linfonodos mediais são considerados os principais ca- nais de drenagem e coletam a linfa advinda do membro inferior através dos linfonodos inguinais, das cama- das profundas da parede abdominal infraumbilical, da região adutora da coxa, da glande do pênis ou do clitóris, da uretra membranosa, da próstata, do fundo da bexiga, do cérvix uterino e da parte superior da vagina. Seus vasos linfáticos eferentes passam para os linfonodos ilíacos comuns. Linfonodos Ilíacos Internos Os linfonodos ilíacos internos circun- dam os ramos dos vasos ilíacos inter- nos (Fig. 9). Eles recebem vasos lin- fáticos aferentes advindos da maior parte das vísceras pélvicas (com a exceção das gônadas e da maior par- te do reto), das partes profundas do períneo e dos músculos glúteos e fe- morais posteriores, e drenam para os linfonodos ilíacos comuns. 19PELVE E PERÍNEO Linfonodos lombares aórticos laterais Linfonodos lombares cavais laterais e pré-cavais Linfonodos ilíacos comuns Linfonodos ilíacos internos Linfonodo ilíaco externo lateral Linfonodos ilíacos externos mediais Linfonodos inguinais superficiais Linfonodos inguinais profundos Figura 9. Linfonodos e vasos linfáticos da pelve feminina. Vista anterior. Fonte: NETTER, Frank H. MAPA MENTAL – DRENAGEM LINFÁTICA DA PELVE DRENAGEM LINFÁTICA DA PELVE Linfonodos Ilíacos Internos Linfonodos Ilíacos Externos Laterais Mediais Veias Ilíacas Comuns 20PELVE E PERÍNEO 8. INERVAÇÃO DA PELVE A pelve contém o tronco nervoso lombossacral, os plexos sacral e coc- cígeo e as partes pélvicas dos sis- temas simpático e parassimpático. Coletivamente, esses nervos car- reiam a inervação somática e autôno- ma para a maioria dos órgãos visce- rais pélvicos, para o assoalho pélvico e períneo, para a região glútea e para o membro inferior. MAPA MENTAL – INERVAÇÃO DA PELVE INERVAÇÃO DA PELVE Plexo sacral Tronco lombossacral Plexo coccígeo 9. PERÍNEO O períneo é uma região de formato losangular que se localiza abaixo do assoalho pélvico, entre as faces inter- nas das coxas e anterior ao sacro e ao cóccix. Ele é usualmente descrito a partir da posição de um indivíduo em decúbito dorsal, com as articulações coxofemorais em abdução e flexãoparcial. A projeção superficial do perí- neo e a forma da pele que o cobre va- riam consideravelmente, dependen- do da posição das coxas, enquanto os tecidos profundos em si ocupam posições relativamente fixas. O períneo é delimitado anteriormen- te pela sínfise púbica e seu ligamento arqueado, posteriormente pelo osso cóccix, anterolateralmente pelos ra- mos isquiopúbicos e pelas tuberosida- des isquiáticas, e posterolateralmente pelos ligamentos sacrotuberais. O li- mite profundo do períneo é a superfí- cie inferior do diafragma pélvico e seu limite superficial é a pele, que é con- tínua com a que se encontra sobre a face medial das coxas e a parede ab- dominal inferior. Uma linha arbitrária que une as tuberosidades isquiáticas (a linha interisquiática) divide o perí- neo em um trígono urogenital anterior e um trígono anal posterior. O trígono urogenital masculino contém o bulbo do pênis e suas inserções (Fig. 10), e o trígono urogenital feminino contém o monte do púbis, os lábios maiores, os lábios menores, o clitóris e os orifí- cios vaginal e uretral (vulva) (Fig. 11). 21PELVE E PERÍNEO Sínfise púbica Trígono urogenital Trígono anal Túber isquiático Ápice do cóccix Figura 10. Períneo masculino: topografia de superfície. Fonte: NETTER, Frank H. Monte do púbis Prepúcio do clitóris Glande do clitóris Óstio externo da uretra Lábio maior Lábio menor Óstio da vagina Rafe do períneo (cobrindo o corpo do períneo) Ânus Figura 11. Períneo e órgãos genitais femininos externos. Fonte: NETTER, Frank H. 22PELVE E PERÍNEO 10. TRÍGONO ANAL A estrutura do trígono anal é similar em homens e mulheres, com a prin- cipal diferença refletida na dimensão transversal mais larga em mulheres como resultado do tamanho maior da abertura inferior da pelve. Contém o canal anal e seus esfíncteres, e a fos- sa isquioanal com seus nervos e va- sos contidos, e é revestido pelas fás- cias superficial e profunda. Fossa Isquioanal A fossa isquioanal é uma região de formato aproximadamente de ferra- dura que preenche a maior parte do trígono anal: embora frequentemente referida como um espaço, ela é pre- enchida com tecido adiposo frouxo permeado por nervos e vasos san- guíneos (Fig. 12). Os “braços” da ferradura são trian- gulares em corte transversal porque o músculo levantador do ânus se in- clina para baixo, em direção à junção anorretal. O canal anal e seus esfínc- teres localizam-se no centro da fer- radura (Fig. 12). Acima deles, o limite medial profundo da fossa é formado pela fáscia profunda sobre o músculo levantador do ânus. O limite externo da fossa é formado anterolateralmen- te pela fáscia profunda sobre o mús- culo obturador interno profundamen- te e pelo periósteo das tuberosidades isquiáticas mais superficialmente. Posterolateralmente, o limite externo é formado pela borda inferior do mús- culo glúteo máximo e pelo ligamento sacrotuberal. Anteriormente, o limite superficial da fossa é formado pela face posterior dos músculos perineais transversos e pela loja perineal pro- funda. Os vasos pudendos internos e os nervos acompanhantes se locali- zam na parede lateral da fossa isquio- anal, envolvidos na fáscia que forma o canal pudendo. Os vasos e nervos re- tais inferiores cruzam a fossa a partir do canal pudendo e frequentemente se ramificam em seu interior. SE LIGA! A fossa isquioanal é um im- portante plano cirúrgico durante ressec- ções do canal anal e da junção anorretal por causa de tumores malignos. Ela for- nece um plano de dissecção fácil e rela- tivamente sem sangue que inclui todas as estruturas musculares do canal anal e leva à superfície inferior do músculo levantador do ânus, através do qual a dissecção é realizada. 23PELVE E PERÍNEO Esfíncter Anal Externo O esfíncter anal externo é um tubo oval de músculo estriado que circunda a parte inferior do canal anal (Fig. 12). As fibras mais superiores (mais pro- fundas) se fundem com as fibras mais inferiores do músculo puborretal. An- teriormente, algumas dessas fibras superiores decussam para dentro dos músculos transversos superficiais do períneo. Posteriormente, algumas fi- bras estão inseridas na rafe anococ- cígea. A maioria das fibras médias do esfíncter anal externo circunda a par- te inferior do esfíncter interno e es- tão inseridas anteriormente ao corpo perineal e posteriormente ao cóccix através do ligamento anococcígeo. 11. TRÍGONO UROGENITAL O trígono urogenital está dividido em duas partes por uma forte membrana perineal: o espaço perineal profundo localiza-se acima da membrana, e o espaço perineal superficial localiza- -se abaixo desta (Fig. 13). O trígono urogenital feminino inclui músculos, fáscias e espaços de modo similar àqueles no homem. Existem algumas diferenças no tamanho e na disposi- ção, causadas pela presença da vagi- na e da genitália externa feminina. Músculo obturador interno e fáscia obturatória Canal do pudendo Túber isquiático Músculo levantador do ânus e fáscias superior e inferior do diafragma da pelve Parte superficial (perianal) do corpo adiposo da fossa isquioanal Músculo esfíncter externo do ânus Figura 12. Fossa isquioanal. Fonte: NETTER, Frank H. 24PELVE E PERÍNEO Espaço Perineal Profundo É delimitado profundamente pela fás- cia endopélvica do assoalho pélvico e superficialmente pela membrana do períneo. Entre essas duas camadas fasciais, localiza-se o músculo trans- verso profundo do períneo superfi- cialmente ao mecanismo do esfíncter uretral e ao músculo pubouretral, e em mulheres superficialmente ao múscu- lo compressor da uretra e ao esfíncter uretrovaginal (Fig. 13). Esses múscu- los não formam uma verdadeira lâmi- na diafragmática como tal, pois fibras de várias partes estendem-se através das saídas viscerais no assoalho pél- vico para dentro dos limites inferiores da cavidade pélvica. Músculos esfíncter externo da uretra e esfíncter uretrovaginal Membrana do períneo Espaço superficial do períneo Músculo transverso profundo do períneo Tela subcutânea do períneo Corpo perineal Figura 13. Períneo feminino. Secção sagital. Fonte: NETTER, Frank H. 25PELVE E PERÍNEO Músculos Transversos Profundos do Períneo Os músculos transversos profundos do períneo formam uma lâmina in- completa de músculo através da loja perineal profunda a partir das faces mediais dos ramos isquiopúbicos (Fig. 14). Posteriormente, a lâmina encontra-se inserida ao corpo peri- neal, onde suas fibras decussam com aquelas do lado oposto. Anteriormen- te, os músculos são deficientes e as estruturas viscerais passam através da fáscia endopélvica e da membrana perineal. Algumas fibras passam para a parte profunda do esfíncter anal externo posteriormente e para o es- fíncter da uretra anteriormente. Junta- mente com os músculos transversos profundos do períneo, os músculos atuam para firmar o corpo perineal no plano mediano e podem ajudar a sus- tentar os canais viscerais que passam através deles. Eles são supridos pelos ramos perineais dos vasos e nervos pudendos. Músculo Compressor da Uretra O músculo compressor da uretra exis- te em mulheres e se origina a par- tir dos ramos isquiopúbicos de cada lado por um pequeno tendão. As fi- bras passam anteriormente para en- contrar seus pares contralaterais em uma faixa achatada que se localiza anteriormente à uretra, abaixo do es- fíncter da uretra (Fig. 14). Um número variável de fibras da mesma origem se espalha medialmente para alcan- çar as paredes inferiores da vagina, e pode raramente alcançar mais poste- riormente, até o corpo perineal. Esfíncter Uretrovaginal O esfíncter uretrovaginal existe nas mulheres e se origina a partir do corpo perineal. As fibras seguem para a fren- te a cada lado da vagina e da uretra, até encontrar seus pares contralate- rais em uma faixa achatada, anterior- mente à uretra, e abaixo do músculo compressor da uretra (Fig. 14). 26PELVE E PERÍNEO Espaço Perineal Superficial O espaço perineal superficiallocaliza- -se profundamente à membrana peri- neal e está limitada superficialmente pela fáscia perineal profunda. Ela con- tém os corpos cavernosos e o corpo esponjoso do pênis, os músculos is- quiocavernoso, bulboesponjoso e os transversos superficiais do períneo, e ramos dos vasos e nervos pudendos (Fig. 15). Na mulher, ela é atravessada pela uretra e pela vagina, e contém o clitóris. No homem, ela contém a uretra à medida que segue na raiz do pênis. Corpo Perineal O corpo perineal é um agregado mal de- finido de tecido fibromuscular localizado na linha mediana, na junção entre os tri- ângulos anal e urogenital (Figs. 13 e 15). Ele está inserido a muitas estruturas nos espaços urogenitais tanto profundos como superficiais. Posteriormente, ele se funde com fibras advindas da parte média do esfíncter anal externo e da co- bertura longitudinal conjunta. Superior- mente, ele é contínuo com o septo re- toprostático ou retovaginal, que incluem fibras do músculo levantador do ânus (puborretal ou pubovaginal). Anterior- mente, ele recebe uma contribuição dos músculos transversos profundos do períneo, dos transversos superficiais do períneo e do bulboesponjoso. Em homens, é contínuo com a rafe peri- neal na pele do escroto. Em mulheres, o corpo perineal localiza-se diretamente Uretra Esfíncter externo da uretra Músculo compressor da uretra Esfíncter uretrovaginal Músculo transverso profundo do períneo Vagina Membrana do períneo Ramo isquiopúbico Figura 14. Períneo feminino. Dissecação profunda. Fonte: NETTER, Frank H. 27PELVE E PERÍNEO posterior à comissura posterior dos lá- bios maiores – está também aderido a ela – e ao introito da vagina. Músculos Transversos Superficiais do Períneo Os músculos transversos superficiais do períneo são estreitas faixas de mús- culo que seguem mais ou menos trans- versalmente através do espaço peri- neal superficial, anteriormente ao ânus (Fig. 15). Os músculos são ocasional- mente pequenos e raramente ausen- tes. A cada lado, os músculos estão inseridos às faces medial e anterior da tuberosidade isquiática. Medialmente, as fibras seguem principalmente para dentro do corpo perineal, embora al- gumas possam também passar para o músculo bulboesponjoso ipsilateral ou para o esfíncter anal externo. Músculo Bulboesponjoso O músculo bulboesponjoso difere en- tre os sexos. No homem, ele se loca- liza na linha mediana, anteriormen- te ao corpo perineal. Ele consiste em duas partes simétricas unidas por uma rafe fibrosa mediana. As fibras se in- serem ao corpo perineal, no qual elas decussam, aos músculos transversos superficiais do períneo e ao esfíncter anal externo; elas divergem como os lados de uma pena a partir da rafe me- diana. Uma camada delgada de fibras posteriores se une à porção posterior da membrana perineal. A maioria das fibras intermediárias circunda o bul- bo do pênis e o corpo esponjoso ad- jacente, e se insere em uma aponeu- rose nas superfícies dorsais. As fibras anteriores se espalham por sobre as laterais dos corpos cavernosos e ter- minam parcialmente neles, anterior- mente ao músculo isquiocavernoso, e parcialmente em uma expansão ten- dinosa que cobre os vasos dorsais do pênis (Fig. 16). Na mulher, o músculo bulboesponjoso também se insere ao corpo perineal, mas o músculo a cada lado está separado e cobre as partes superficiais dos bulbos do vestíbulo e das glândulas vestibulares maiores (Fig. 15). As fibras seguem anterior- mente a cada lado da vagina para se inserir aos corpos cavernosos do clitó- ris, e algumas poucas fibras atraves- sam o dorso do corpo do clitóris. Músculo Isquiocavernoso No homem, o músculo isquiocaverno- so cobre cada ramo do pênis (Fig. 16). Ele se origina de fibras tendinosas e musculares à face medial da tuberosi- dade isquiática atrás e ao ramo do ís- quio a ambos os lados do ramo. Essas fibras terminam em uma aponeurose que está inserida aos lados e sob a su- perfície do ramo do pênis. Na mulher, o músculo isquiocavernoso está rela- cionado aos pequenos ramos do cli- tóris, e tem uma origem muito menor do ramo isquiopúbico (Fig. 15); apesar disto, este é similar ao músculo corres- pondente no homem. 28PELVE E PERÍNEO Corpo do períneoMembrana do períneo Membrana do períneo Músculo isquiocavernoso Músculo transverso superficial do períneo Músculo bulboesponjoso Clitóris Bulbo do vestíbulo Glândula vestibular maior Figura 15. Períneo feminino. Dissecação profunda. Fonte: NETTER, Frank H. Músculo bulboesponjoso Músculo isquiocavernoso cobrindo o ramo do pênis Tela subcutânea do períneo (removida parcialmente para expor o espaço superficial do períneo) Membrana do períneo Músculo transverso superficial do períneo Fáscia superficial do períneo cobrindo os músculos do espaço superficial do períneo Túber isquiático Figura 16. Períneo masculino. Dissecação profunda. Fonte: NETTER, Frank H. 29PELVE E PERÍNEO 12. ARTÉRIAS DO PERÍNEO Artéria Pudenda Interna (no períneo) A artéria pudenda interna entra no períneo ao redor da face posterior da espinha isquiática e segue sobre a parede lateral da fossa isquioanal no canal pudendo (canal de Alcock) com as veias pudendas internas e o ner- vo pudendo (Fig. 17). À medida que a artéria se aproxima da margem do ramo do ísquio, ela prossegue acima ou abaixo da membrana perineal, ao longo da margem medial do ramo inferior do púbis, e termina por trás do ligamento púbico inferior. No homem, a artéria pudenda inter- na distal à artéria perineal fornece um ramo para o bulbo do pênis an- tes que ele se divida nas artérias pro- funda (cavernosa) e dorsal do pênis (Fig. 18). Devido à sua distribuição, a artéria pudenda interna distal a seu segmento perineal tem sido chama- da de artéria do pênis. A artéria para o bulbo supre o corpo esponjoso e a artéria profunda para o pênis supre o corpo cavernoso de cada lado. A ar- téria dorsal segue sobre a face dorsal do pênis e fornece ramos circunflexos MAPA MENTAL - PERÍNEO Trígono urogenital M. Compressor da uretra Esfíncter uretrovaginal Mm. Transversos superficiais do períneo M. bulboesponjoso M. isquiocavernoso Corpo perineal Espaço perineal profundo Espaço perineal superficial Esfíncter anal externo Mm. Transversos profundo do períneo Fossa isquioanal Trígono anal PERÍNEO 30PELVE E PERÍNEO para os corpos cavernosos e para o corpo esponjoso que terminam em anastomoses no sulco coronal e su- prem a glande do pênis e sua pele so- brejacente. Na mulher, a artéria para o bulbo é distribuída para o tecido erétil do bulbo do vestíbulo e para a vagina. A artéria profunda do clitóris é mui- to menor e supre os corpos caverno- sos do clitóris; a artéria dorsal supre a glande e o prepúcio do clitóris. Artéria Retal Inferior A artéria retal inferior (Fig. 17) se ori- gina logo após a artéria pudenda in- terna entrar no canal sobre a parede lateral da fossa isquioanal e segue anteromedialmente através do tecido adiposo da fossa isquioanal até al- cançar a porção profunda do esfíncter anal externo. Ela frequentemente se ramifica antes de atingir o esfíncter. SE LIGA! Durante dissecções do canal anal, particularmente durante excisões perineais da região anorretal, os vasos retais inferiores são encontrados na fos- sa isquioanal e devem ser protegidos antes da divisão, ou eles tendem a retrair lateralmente para o canal, onde podem causar um problemático sangramento. Artéria Perineal A artéria perineal é um ramo da artéria pudenda interna próximo à extremi- dade anterior do canal do pudendo e segue através da membrana perineal (Fig. 17). No homem, ela se aproxima da bolsa escrotal no espaço perine- al superficial, entre os músculos bul- boesponjoso e isquiocavernoso (Fig. 18). Ela supre os músculos transver- sos do períneo, o corpo perineal e a inserção posterior do bulbo do pênis. As artérias escrotais posteriores são usualmente ramos terminais da arté- ria perineal, mas também podemse originar a partir de seu ramo transver- so. Elas estão distribuídas para a pele escrotal e para o músculo dartos no homem, e suprem os músculos pe- rineais. Na mulher, a artéria perineal segue um trajeto quase idêntico ao da artéria no homem e origina ramos similares; as artérias escrotais poste- riores são substituídas pelas artérias labiais posteriores. 31PELVE E PERÍNEO Artéria dorsal do clitóris Artéria profunda do clitóris Artéria do bulbo do vestíbulo Artéria pudenda interna Artéria pudenda interna no canal do pudendo Artéria retal inferior Artéria perineal Artéria perineal Artéria profunda do pênis Veia dorsal profunda do pênis Vasos pudendos internos no canal do pudendo Artéria perineal (seccionada) Artéria pudenda interna Artéria dorsal do pênis Figura 17. Artérias do períneo feminino. Fonte: NETTER, Frank H. Figura 18. Artérias e veias do períneo masculino. Fonte: NETTER, Frank H. 32PELVE E PERÍNEO 13. VEIAS DO PERÍNEO Veias Pudendas Internas As veias pudendas internas são veias acompanhantes da artéria pudenda interna (Fig. 18) e se unem como um vaso único que termina na veia ilíaca interna. As tributárias perineais re- cebem veias do bulbo do pênis e do escroto (em homens) ou do clitóris e dos grandes lábios (nas mulheres), e as veias retais inferiores se unem em direção à extremidade posterior do canal do pudendo. MAPA MENTAL – ARTÉRIAS DO PERÍNEO ARTÉRIAS DO PERÍNEO A. Pudenda interna A. Retal inferior A. Dorsal do clitóris Ramo para o bulbo do vestíbulo A. Profunda do clitóris Ramo para o bulbo do pênis A. Dorsal do pênis A. Profunda do pênis A. Perineal Aa. Escrotais posteriores Aa. labiais posteriores 33PELVE E PERÍNEO MAPA MENTAL – VEIAS DO PERÍNEO Veias do bulbo do pênis Veias do escroto Veias retais inferiores Veias dos grandes lábios Veias do clitóris VEIAS DA PERÍNEO Veias pudendas internas Veias Ilíacas Internas 14. DRENAGEM LINFÁTICA DO PERÍNEO Os vasos linfáticos derivados da pele do pênis e da bolsa escrotal (no ho- mem) ou da pele do clitóris e dos grandes lábios (na mulher) drenam juntamente com vasos linfáticos derivados da pele perineal para os linfonodos inguinais superficiais, e daí para os linfonodos inguinais profun- dos. A glande, os corpos cavernosos e o corpo esponjoso do pênis ou do clitóris têm sua linfa drenada direta- mente para os linfonodos inguinais profundos (Fig.19). 34PELVE E PERÍNEO Linfonodos inguinais profundos Linfonodos inguinais superficiais Figura 19. Vasos linfáticos e linfonodos do períneo feminino. Fonte: NETTER, Frank H. 35PELVE E PERÍNEO MAPA MENTAL – DRENAGEM LINFÁTICA DO PERÍNEO Vasos linfáticos da pele do pênis e do escroto Vasos linfáticos da pele perineal Vasos linfáticos do clitóris e dos grandes lábios Drenagem Linfática do Períneo Linfonodos inguinais superficiais Linfonodos inguinais profundos Vasos linfáticos glande, dos corpos cavernosos e do corpo esponjoso do pênis ou do clitóris 15. INERVAÇÃO DO PERÍNEO Nervo Pudendo O nervo pudendo (Fig. 20) dá origem aos nervos retal inferior e perineal e aos nervos dorsais do pênis ou do clitóris. SAIBA MAIS! O nervo pudendo ocupa uma posição constante sobre a espinha isquiática e é facilmente encon- trado. Ele pode ser “bloqueado” por infiltração com um anestésico local aplicado através de uma agulha passada pela parede lateral da vagina de modo a entorpecer as peles perineal e anal. 36PELVE E PERÍNEO Nervo Retal Inferior O nervo retal inferior segue através da parede medial do canal do puden- do com os vasos retais inferiores (Fig. 20). Ele atravessa a fossa isquioa- nal para suprir o esfíncter externo do ânus, o revestimento da parte inferior do canal anal e a pele imediatamente em torno do ânus. Nervo Perineal O nervo perineal é o ramo terminal maior e inferior do nervo pudendo no canal pudendo (Fig. 20). Ele segue para a frente abaixo da artéria puden- da interna e acompanha a artéria peri- neal, dividindo-se em ramos escrotais ou labiais posteriores e musculares. Os nervos escrotais ou labiais poste- riores são usualmente duplos e apre- sentam ramos mediais e laterais que seguem por sobre a membrana peri- neal e passam para adiante na par- te lateral do triângulo urogenital com os ramos escrotal ou labial da artéria perineal. Eles suprem a pele da bol- sa escrotal ou dos lábios maiores, so- brepondo-se à distribuição do ramo perineal dos nervos cutâneo femoral posterior e retal inferior. Em mulheres, os ramos labiais posteriores também fornecem fibras sensoriais para a pele da parte inferior da vulva. Os ramos musculares se originam di- retamente a partir do nervo pudendo para suprir os músculos transversos superficiais do períneo, bulboespon- joso, isquiocavernoso, transversais profundos do períneo, esfíncter da uretra, e as partes anteriores do es- fíncter externo do ânus e do músculo levantador do ânus. Em homens, um nervo para o bulbo da uretra sai do nervo para o músculo bulboesponjo- so, perfura este músculo para suprir o corpo esponjoso do pênis e termina na mucosa uretral. Nervo Dorsal do Pênis ou do Clitóris O nervo dorsal do pênis (Fig. 20) ou do clitóris segue anteriormente acima da artéria pudenda interna ao longo do ramo isquiopúbico abaixo da mem- brana perineal. Ele supre o corpo ca- vernoso e acompanha a artéria dorsal do pênis ou do clitóris entre as cama- das do ligamento suspensor. Em ho- mens, o nervo dorsal do pênis segue sobre o dorso do pênis para terminar na glande. Em mulheres, o nervo dor- sal do clitóris é muito pequeno. 37PELVE E PERÍNEO Nervo dorsal do pênis Nervo dorsal do pênis Nervo perineal Nervo pudendo Nervos retais inferiores Nervo perineal profundo Nervo perineal superficial Nervo escrotais posteriores MAPA MENTAL – INERVAÇÃO DO PERÍNEO INERVAÇÃO DO PERÍNEO Nervo Pudendo Nervo perinealNervo retal inferior Nervo dorsal do pênis ou do clitóris Ramos escrotais ou labiais posteriores Ramos musculares 38PELVE E PERÍNEO MAPA MENTAL – PELVE E PERÍNEO Plexo sacral PELVE Assoalho Pélvico A. vaginal Artérias Ilíacas Comuns Inervação da Pelve Drenagem Linfática da Pelve Cíngulo do Membro Inferior Veias da Pelve Artérias da Pelve Diafragma da Pelve Isquiococcígeo Levantador do ânus Puborretal Iliococcígeo Pubococcígeo Linfonodos Ilíacos Externos Linfonodos Ilíacos Internos Veias Ilíacas Comuns Laterais MediaisSacro Púbis Ísquio Ílio Pelve Maior Pelve Menor V. obturatória Vv. Glúteas V. Pudenda interna V. Circunflexa ilíaca profunda V. Púbica V. Epigástrica inferior Veias Ilíacas Internas Veias Ilíacas Externas Veias Ilíacas Comuns Plexo coccígeo Tronco lombossacral Artérias Ilíacas Externas Artérias Ilíacas Internas A. Circunflexa ilíaca profunda A. Epigástrica inferior Tronco anterior Tronco posterior A. iliolombar A. Glútea superior Aa. Sacrais laterais A. obturatória A. Pudenda interna Aa. Vesicais superior e inferior A. Retal média A. uterina A. Glútea inferior PERÍNEO Veias da Períneo Veias retais inferiores Veias do escroto Veias do clitóris Veias do bulbo do pênis Veias dos grandes lábios Veias pudendas internas Veias Ilíacas Internas Mm. Transversos profundo do períneo M. Compressor da uretra Esfíncter uretrovaginal Mm. Transversos superficiais do períneo M. bulboesponjoso M. isquiocavernoso Corpo perineal Espaço perineal profundo Espaço perineal superficial Esfíncter anal externo Fossa isquioanal Trígono urogenital Trígono anal Nervo Pudendo Nervo retal inferior Nervo dorsal do pênis ou do clitóris Nervo perineal Ramos escrotais ou labiais posteriores Ramos musculares Inervação do Períneo Nervo retal inferior Nervo dorsal do pênis ou do clitóris Nervo perineal Ramos escrotais ou labiais posteriores Ramos musculares Artérias do Períneo A. Retal inferior A. Pudenda interna Ramo para o bulbo do vestíbulo A. Dorsal do clitóris A. Profundado clitóris Ramo para o bulbo do pênis A. Dorsal do pênis A. Profunda do pênis A. Perineal Aa. Escrotais posteriores Aa. labiais posteriores 39PELVE E PERÍNEO REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS Moore, Keith L. et al. Anatomia orientada para a clínica. 7. ed. Rio de Janeiro: Koogan, 2014. Susan Standring et al. Gray’s, anatomia. 40 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. 40PELVE E PERÍNEO
Compartilhar