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A pelve trata-se de uma região de grande importância funcional, por participar da PROTEÇÃO DOS ÓRGÃOS encontrados na cavidade pélvica, atuando como PONTO DE FIXAÇÃO PARA OS MÚSCULOS DO PERÍNEO E DOS MEMBROS INFERIORES e influenciando ativamente na transferência do peso corpóreo para os membros inferiores. A pelve é a PARTE INFERIOR DO TRONCO; Sendo definida como a região na qual se JUNTA O TRONCO E OS MEMBROS INFERIORES; Pelve óssea é o esqueleto da pelve e circunda a cavidade pélvica, formando o CÍNGULO DO MEMBRO INFERIOR, na qual se fixam os membros inferiores; No homem, a pelve encontra-se em uma posição um pouco mais superior do que na mulher. ANTERIOR E LATERALMENTE - Ossos do quadril e pelo músculo obturador interno; POSTERIORMENTE - Sacro, cóccix e ligamentos sacroespinhal e sacrotuberal; INFERIORMENTE - Diafragma da pelve que a separa do períneo; ABERTURA SUPERIOR - É delimitada em cada lado pela margem da pelve e estende-se da margem superior da sínfise púbica, anteriormente, até o promontório sacral, posteriormente. PELVE MAIOR OU PELVE “FALSA”: É a parte da CAVIDADE ABDOMINOPÉLVICA. Localiza-se acima da abertura superior da pelve e CONTÉM VÍSCERAS ABDOMINAIS, como o colo sigmóide. ANTERIORMENTE - É limitada pela parede abdominal e pela sínfise púbica; LATERALMENTE - Pelas fossas ilíacas; POSTERIORMENTE - Pelas vértebras L5 e S1. PELVE MENOR OU PELVE “VERDADEIRA”: Também chamada “PELVE OBSTÉTRICA”, está situada abaixo do plano oblíquo da margem da pelve. Nessa cavidade, alojam-se importantes ÓRGÃOS DO APARELHO UROGENITAL e a PORÇÃO TERMINAL DO TUBO DIGESTÓRIO, sendo particularmente importante em ginecologia e obstetrícia por conter o “CANAL DO PARTO”. INFERIORMENTE - É limitada pela a abertura inferior da pelve, que é fechada pelo diafragma da pelve; ANTERIORMENTE - Suas paredes são compostas pela sínfise púbica e pelos ramos isquiopúbicos; LATERALMENTE - Pelas faces pélvicas dos ossos ílios e ísquios; POSTERIORMENTE - Pelas faces anteriores de sacro e cóccix. Anatomia funcional da pelve e do períneo A AVALIAÇÃO E O TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO - Terão de levar em consideração características anatômicas diversas e particulares dessa região. Anatomia Aplicada da Pelve Limites da Cavidade Pélvica Divisão da Pelve DIÂMETROS ÓSSEOS INTERNOS SAGITAL ✔CONJUGADO ANATÔMICO: Linha reta que é traçada do promontório sacral à margem superior da sínfise púbica; apresenta, em média, 11,5 cm. ✔CONJUGADO OBSTÉTRICO: Linha reta que é traçada do promontório sacral à saliência posterior da sínfise púbica; tem, em média, 10,5 cm. ✔LINHA DIAGONAL: Traçada do promontório sacral à margem inferior da sínfise púbica, com 12,5 cm, em média. TRANSVERSO - Corresponde à maior largura do estreito superior, com média de 13,5 cm na mulher. OBLÍQUOS - Duas linhas bilaterais de, em média, 12 cm na mulher, representadas pelas linhas traçadas da articulação sacroilíaca de um lado, à eminência iliopúbica do outro. ESTREITO INFERIOR - Mede, em média, 19,5 cm na linha traçada do ápice do cóccix à margem inferior da sínfise púbica (sagital) e 11 cm na linha transversal, entre os ramos inferiores do osso ísquio da mulher. DIÂMETROS ÓSSEOS EXTERNOS CONJUGADO EXTERNO (DE BAUDELOCQUE) - É a medida do processo espinhoso de L5 à margem superior da sínfise púbica. In vivo, mede aproximadamente, na pelve recoberta pelas partes moles, 20 cm. Na pelve óssea mede 19 cm, em média. BITROCANTÉRICO - Corresponde ao diâmetro transverso interno e tem, em média, 32 cm na medida feita entre as faces laterais dos trocanteres maiores. BI-ESPINHAL - É a distância entre as espinhas ilíacas ântero-superiores, cuja medida média é 24 cm. BICRISTAL - Determinado pela maior distância entre os pontos mais superiores das cristas ilíacas; tem, em média, 28 cm. OBLÍQUO EXTERNO - Distância de um trocanter maior à espinha ilíaca póstero-superior do lado oposto, cujo valor médio é 24 cm. LOSANGO LOMBOSSACRAL (DE MICHAELIS) - Figura geométrica que tem como ápices os seguintes pontos: A. Processo espinhoso de L; B. Extremidade superior do sulco interglúteo (altura da articulação sacro-coccígea); C. Espinhas ilíacas póstero-superiores Na mulher, a altura do losango mede 11 cm e seu diâmetro é, em média, de 10 cm. Dimensões da Pelve CORRELAÇÃO CLÍNICA - No pré-natal, a pelvimetria é um importante instrumento, pois quando a cabeça fetal apresenta um tamanho médio, espera-se que ocorra desproporção e consequente dificuldade no parto, se: 1. O CONJUGADO OBSTÉTRICO FOR MENOR QUE 10 cm; 2. A DISTÂNCIA ENTRE AS ESPINHAS ISQUIÁTICAS FOR MENOR QUE 8,5 cm; 3. A DISTÂNCIA ENTRE OS TÚBERES ISQUIÁTICOS FOR MENOR QUE 8 cm. As paredes da pelve óssea são unidas por ligamentos densos, que conferem ESTABILIDADE FUNCIONAL suficiente para que a região suporte as constantes alterações de forças às quais está sujeita, principalmente durante a locomoção humana. LIGAMENTOS VERTEBROPÉLVICOS - São fortes feixes de tecido conjuntivo fibroso, denso, que garantem a limitação de movimentos exagerados e indesejados durante os movimentos da pelve. ✔LIGAMENTO ILIOLOMBAR - Une o osso ílio à vértebra L5; ✔LIGAMENTOS SACROTUBERAL E SACROESPINHAL - Prende o sacro ao ísquio. LIGAMENTOS SACROILÍACOS - Têm relação com as articulações sacroilíacas e reforçam a relação entre os ossos. Dois delgados folhetos de fibras transversas, encontrados anterior e posteriormente na região, são denominados LIGAMENTOS SACROILÍACOS ANTERIORES E POSTERIORES, respectivamente. Os anteriores podem apresentar calcificação parcial ou total das suas fibras após os 50 anos de idade; LIGAMENTOS SACROILÍACOS INTERÓSSEOS - São constituídos de fibras compactas muito fortes e encontram-se ENTRE AS TUBEROSIDADES SACRAL E ILÍACA. Tais ligamentos representam uma ARTICULAÇÃO FIBROSA DO TIPO SINDESMOSE. A sínfise púbica é uma articulação cartilagínea secundária e mediana, LOCALIZADA ENTRE AS FACES SINFISIAIS DO CORPO DO OSSO PÚBIS. Cada superfície articular é recoberta por delgada lâmina de cartilagem hialina que, por sua vez, é conectada à cartilagem contralateral por um disco fibrocartilagíneo espesso, denominado interpúbico. Sob o ponto de vista funcional, o disco interpúbico da mulher, provido frequentemente de uma fissura interpúbica, interpretada como o equivalente à cavidade articular, AUMENTA DURANTE A GRAVIDEZ. Esse disco, geralmente mais espesso nas mulheres, funciona como um COXIM AMORTECEDOR CONTRA FORÇAS DE TRAÇÃO E COMPRESSÃO que agem sobre a sínfise púbica, tanto em posturas estáticas quanto em dinâmicas. Ligamentos da Pelve Sínfise Púbica Na mulher, frequentemente é notada AUSÊNCIA DE UM GRUPO DE FIBRAS DENOMINADAS ARQUEADAS DORSAIS. Tal fato tem particular significado ao FAVORECER O AFASTAMENTO ENTRE OS CORPOS DOS OSSOS PÚBIS durante o decurso da gravidez e, principalmente, durante o parto. CORRELAÇÃO CLÍNICA - Os LIGAMENTOS SACROILÍACOS E VERTEBROPÉLVICOS AFROUXAM-SE PROGRESSIVAMENTE DURANTE A GRAVIDEZ e adquirem consistência mais flexível em seu estágio final, tornando os movimentos entre a pelve e a parte lombar da coluna vertebral, além dos movimentos das articulações sacroilíacas, mais livres. Além disso, a sínfise púbica relaxa devido à ação de um hormônio denominado RELAXINA. Em consequência, a distância entre os ossos púbis aumenta consideravelmente, facilitando a passagem do feto durante o parto. Talflexibilidade, associada com o desvio do centro de gravidade, causa importantes ALTERAÇÕES NA MARCHA DA GESTANTE, principalmente nos últimos estágios da gravidez. GINECÓIDE - É o tipo mais COMUM, prevalecendo em 43% das mulheres brancas e negras. A ABERTURA SUPERIOR DA PELVE APRESENTA FORMA LIGEIRAMENTE OVAL, onde o diâmetro transverso se sobrepõe ao sagital. Este é o tipo mais espaçoso em termos obstétricos, sendo considerado o ideal para partos naturais; ANDRÓIDE - Presente na MAIORIA DOS HOMENS, em 32,5% das mulheres brancas e em 15,7% das negras. Possui um amplo diâmetro transverso, e a parte posterior da abertura superior da pelve é estreita; ANTROPÓIDE - Lembra a FORMA OVAL, ESTREITA E LONGA com o DIÂMETRO SAGITAL MAIOR QUE O DIÂMETRO TRANSVERSO. É encontrada em alguns homens, em 23,5% das mulheres brancas e em 40,5% das mulheres negras; PLATIPELÓIDE - Ao contrário da pelve antropóide, apresenta o DIÂMETRO TRANSVERSO MAIOR QUE O SAGITAL, caracterizando uma forma achatada. É RARO em ambos os sexos, aparecendo em 2,6% das mulheres brancas e 1,7% das negras. PERITÔNIO PARIETAL - Membrana serosa que forra as paredes abdominal e pélvica. DIAFRAGMA DA PELVE - Formado pelos músculos LEVANTADORES DO ÂNUS e pelos pequenos MÚSCULOS ISQUIOCOCCÍGEOS (COCCÍGEOS) e suas fáscias de revestimento, o diafragma da pelve é INCOMPLETO ANTERIORMENTE, para permitir a passagem da uretra, nos homens, e da vagina, nas mulheres. É formado, de cima para baixo, por: ✔FÁSCIA VISCERAL - Deriva do tecido Tipos de Pelve CORRELAÇÃO CLÍNICA - A abertura superior (ou entrada) da pelve feminina é rotineiramente medida durante o exame obstétrico. As espinhas isquiáticas podem ser uma barreira à passagem do feto durante o parto, daí a necessidade de mensuração da pelve no exame de palpação durante o pré-natal. A cabeça do feto chega a girar quase 90° para atravessar o canal de parto (entrada da pelve, pelve menor, colo do útero, vagina e saída da pelve). A pelve do tipo ginecóide – o mais comum e espaçoso, em termos obstétricos – é a que possui abertura superior maior, mais larga e circular, além de espinhas isquiáticas muito afastadas. Diferenças Sexuais da Pelve Assoalho da Pelve extraperitoneal e FORMA OS LIGAMENTOS PUBOVESICAL (que liga a base da bexiga urinária com o púbis), VESICOUTERINO, RETOUTERINO e TRANSVERSOS DO COLO (ligamentos cervicais laterais ou cardinais, que constituem o principal suporte passivo para o útero), que fixam o colo do útero às paredes da pelve; ✔FÁSCIA SUPERIOR DO DIAFRAGMA DA PELVE - Deriva da fáscia transversal da parede abdominal e reveste superiormente os músculos levantador do ânus e isquiococcígeo (coccígeo); ✔MÚSCULOS ISQUIOCOCCÍGEO (COCCÍGEO) E LEVANTADOR DO ÂNUS - A. MÚSCULO ISQUIOCOCCÍGEO (COCCÍGEO): Insere-se nas margens da espinha isquiática, na face profunda do ligamento sacroespinhal e na parte posterior da fáscia do músculo obturador interno. A partir dessas inserções, dirige-se à margem lateral e à face anterior do cóccix e do sacro. B. MÚSCULO LEVANTADOR DO ÂNUS: Formado por três fascículos (pubococcígeo, puborretal e iliococcígeo): o MÚSCULO PUBOCOCCÍGEO: Representa a parte principal do músculo levantador do ânus. Origina-se da face posterior do corpo do púbis e passa para trás, quase horizontalmente. o MÚSCULO PUBORRETAL: Consiste na parte mais medial e espessada do músculo pubococcígeo e une-se ao seu par para formar uma alça muscular em forma de “U”, que passa posteriormente à junção anorretal. o MÚSCULO ILIOCOCCÍGEO: Representa a parte posterior do músculo levantador do ânus, é delgado e frequentemente pouco desenvolvido. ✔FÁSCIA INFERIOR DO DIAFRAGMA DA PELVE - Também deriva da fáscia transversal da parede abdominal e reveste inferiormente os músculos levantador do ânus e isquiococcígeo (coccígeo). CORRELAÇÃO CLÍNICA - O músculo LEVANTADOR DO ÂNUS forma uma ALÇA MUSCULAR PARA SUPORTAR AS VÍSCERAS ABDOMINOPÉLVICAS e RESISTE, ASSIM, AO AUMENTO DA PRESSÃO INTRA-ABDOMINAL, além de ajudar a MANTER AS VÍSCERAS PÉLVICAS EM POSIÇÃO. Em conjunto com a fáscia superior e a musculatura lisa, as partes do músculo levantador do ânus ELEVAM O ASSOALHO DA PELVE, AUXILIANDO, DESTE MODO, OS MÚSCULOS ÂNTERO-LATERAIS DO ABDOME NA COMPRESSÃO DO CONTEÚDO ABDOMINAL E PÉLVICO. Essa ação é uma parte importante DURANTE EXPIRAÇÃO FORÇADA, TOSSE, ESPIRRO, VÔMITO, DEFECAÇÃO E FIXAÇÃO DO TRONCO DURANTE OS MOVIMENTOS DE MAIOR EXIGÊNCIA DOS MEMBROS SUPERIORES. O músculo levantador do ânus também tem funções no CONTROLE VOLUNTÁRIO DA MICÇÃO, NA CONTINÊNCIA FECAL (POR MEIO DO MÚSCULO PUBORRETAL), NA DEFECAÇÃO E NO SUPORTE DO ÚTERO. O compartimento do períneo situa-se abaixo da cavidade pélvica, dela separado pelo diafragma da pelve. NA POSIÇÃO ANATÔMICA - O períneo (área perineal) é a REGIÃO ESTREITA ENTRE AS PARTES PROXIMAIS DAS COXAS; COM OS MEMBROS INFERIORES ABDUZIDOS – O períneo é uma ÁREA LOSÂNGICA que se estende do MONTE DO PÚBIS, anteriormente; às FACES MEDIAIS DAS COXAS, lateralmente; e às PREGAS GLÚTEAS e à EXTREMIDADE SUPERIOR DA FENDA INTERGLÚTEA, posteriormente. AS ESTRUTURAS OSTEOFIBROSAS QUE DELIMITAM O PERÍNEO ANTERIORMENTE - Sínfise púbica; ANTERIOR E LATERALMENTE - Ramos inferiores do púbis e ramos isquiopúbicos do osso do quadril; LATERALMENTE - Túberes isquiáticos; POSTERIOR E LATERALMENTE - Ligamentos sacrotuberais; POSTERIORMENTE - Partes mais inferiores do sacro e do cóccix. TRÍGONOS Uma linha transversa une as extremidades anteriores dos túberes isquiáticos divide o períneo em dois triângulos. REGIÃO UROGENITAL OU TRÍGONO UROGENITAL: Contém os órgãos genitais externos; nas mulheres está anterior à referida linha. É caracterizada por uma camada muscular que se estende entre os dois lados do arco do púbis. Seus componentes, situados inferiormente à fáscia inferior do diafragma da pelve, são: ✔FÁSCIA SUPERIOR DA REGIÃO UROGENITAL OU DIAFRAGMA UROGENITAL Espaço profundo do períneo: Espaço em que são encontradas as seguintes estruturas: A. A. MÚSCULO ESFÍNCTER EXTERNO DA URETRA: Suas fibras circundam a parte membranácea da uretra masculina; na mulher, a metade inferior desse músculo funde-se com as paredes anterior e lateral da vagina, formando o esfíncter uretrovaginal, que comprime a uretra e a vagina. B. MÚSCULOS TRANSVERSOS PROFUNDOS DO PERÍNEO (MÚSCULO TRANSVERSO DO PERÍNEO): Faixa estreita de músculo fixada à face medial do ramo do ísquio, que se dispõe transversalmente para se inserir no corpo do períneo. Na mulher, algumas fibras também se inserem na parede da vagina, de modo que esse músculo tem papel importante na sustentação geral do diafragma urogenital. Pesquisas recentes, defendem que, de acordo com estudos histomorfológicos, o espaço profundo do períneo é formado apenas pelo músculo esfíncter da uretra e pela musculatura lisa e que, portanto, tal músculo não existe. ✔CORPO DO PERÍNEO - A resistência do assoalho da pelve deve-se a uma estrutura que fica em seu centro, chamada corpo do períneo, que serve de ponto de apoio e sustentação de todas essas camadas. Trata-se de um nódulo compacto, fibromuscular no plano mediano, 1,5 cm à frente da margem anal, com vários músculos convergindo em sua direção. Períneo CORRELAÇÃO CLÍNICA - O corpo do períneo é uma estrutura particularmente importante em mulheres. A laceração ou o estiramento desse centro tendíneo do períneo durante oparto compromete a sustentação da parte inferior da parede posterior da vagina. ✔FÁSCIA INFERIOR DA REGIÃO UROGENITAL OU DIAFRAGMA UROGENITAL A. ESPAÇO SUPERFICIAL DO PERÍNEO: Nele são encontrados a raiz do clitóris (revestida pelos músculos bulboesponjosos e isquiocavernosos); os músculos bulboesponjosos (que circundam o óstio da vagina e revestem o bulbo do vestíbulo, e cujas fibras se estendem anteriormente e se inserem nos corpos cavernosos do clitóris. Tais músculos reduzem o tamanho do óstio da vagina e comprimem a veia dorsal profunda do clitóris, auxiliando, deste modo, seu mecanismo de ereção); os músculos isquiocavernosos (revestem o ramo do clitóris e, quando se contraem, ajudam sua ereção); e os músculos transversos superficiais do períneo (situam-se na parte posterior do espaço superficial do períneo; sua função é fixar o centro tendíneo do períneo, no centro do períneo). B. FÁSCIA PROFUNDA DO PERÍNEO. C. FÁSCIA SUPERFICIAL DO PERÍNEO: É constituída por tecido subcutâneo. D. PELE: Forma a parede inferior REGIÃO ANAL OU TRÍGONO ANAL: Contém o ânus; está posterior à linha transversa. É idêntica no homem e na mulher. Tem como estrutura central o canal anal, que em seu término é circundado pelo músculo esfíncter externo do ânus. Esse músculo está unido posteriormente ao cóccix, por meio do ligamento anococcígeo; anteriormente, à região urogenital, pelo músculo retovaginal. Em ambos os lados, encontra-se um espaço conjuntivo-adiposo interposto entre a face inferior do músculo levantador do ânus e a pele, denominado fossa isquioanal. Seus componentes, situados inferiormente à fáscia inferior do diafragma da pelve, são: A. FOSSA ISQUIOANAL: Espaço ocupado por grande quantidade de tecido adiposo, atravessado pelos nervos anais inferiores e pela artéria retal inferior, que se destinam ao músculo esfíncter externo do ânus. Tem a forma triangular, com os seguintes limites: parede súpero-lateral, formada pelos músculos levantadores do ânus e isquiococcígeos (coccígeos), recoberta pela fáscia inferior do diafragma da pelve; parede lateral, constituída pelo músculo obturador interno, recoberto por sua fáscia; e parede inferior cutânea, cujo revestimento é prolongado pelo da região glútea. B. FÁSCIA SUPERFICIAL DO PERÍNEO: É constituída por tecido subcutâneo. C. PELE: Forma a parede inferior. Quando a laceração do períneo, incluindo o corpo do períneo, parece inevitável durante o parto, é feita uma incisão para aumentar o óstio da vagina, denominada episiotomia. Em uma episiotomia mediana, a incisão inicia-se posteriormente aos lábios menores e estende-se através da pele, da túnica mucosa vaginal, do centro tendíneo do períneo e do músculo transverso superficial do períneo. Normalmente, a incisão não atinge o músculo esfíncter externo do ânus. Quando há possibilidade de a incisão produzir laceração posterior com o envolvimento desse esfíncter, a episiotomia mediolateral é mais comum. A incisão envolve a pele, a parede da vagina e o músculo bulboesponjoso. Especial e complexa, a anatomia dos órgãos de continência é a base para as cirurgias de reto e das regiões perineal e anal. Assim como a assimetria do músculo esfíncter externo do ânus feminino, é um fator que deve receber muita atenção no que diz respeito à patogenia e às terapias para as diversas moléstias que acometem a região. IRRIGAÇÃO SANGUÍNEA A irrigação sanguínea é feita pelos ramos colaterais perineais da artéria pudenda interna (ramo da artéria ilíaca interna). Os vasos pudendos passam imediatamente inferior e medial à espinha isquiática (aproximadamente 5 mm) e posterior ao ligamento sacroespinhal. DRENAGEM VENOSA Os vasos principais são as veias ilíacas internas que drenam as veias pudendas internas, retais e ováricas superiores. O sistema de drenagem venosa é composto por dois subsistemas, um superficial (parietal) e outro profundo (visceral), este último sendo mais desenvolvido, devido à intensa vascularização das formações eréteis. O plexo venoso da pelve é rico em valvas e seu trabalho de drenagem é facilitado pela presença de inú-meras anastomoses e pela atividade muscular na região, principalmente durante a marcha. Músculos do Períneo CORRELAÇÃO CLÍNICA - Segundo De Lancey, Petros e Dorchner, a continência urinária depende de três fatores: 1. SUPORTE PROXIMAL DA URETRA; 2. FECHAMENTO DO COLO VESICAL PELO ESFÍNCTER DA URETRA; 3. PODER DE CONTRATILIDADE DA URETRA; A incontinência urinária feminina ocorre pela perda do controle da musculatura estriada esquelética, que forma o períneo. Segundo Fischer, o conhecimento da anatomia funcional dessa musculatura, associado a exercícios e eletroestimulação, é vital para uma terapia mais eficaz, revelando que essa combinação (anatomia funcional-exercício-eletroestimulação) resulta em restauração completa da continência urinária em 26% das pacientes e melhora efetiva em 48%. CORRELAÇÃO CLÍNICA - Podem ocorrer alterações da drenagem por obstáculos anatômicos, como trombose, tumores e compressão direta do útero na veia cava inferior, durante a gravidez. Isso se dá pela postura inadequada adotada pela gestante, o que pode aumentar a pressão venosa abdominal para níveis superiores a 20 mmHg. A drenagem linfática segue o trajeto das veias. Os vasos linfáticos superficiais são tributários dos linfonodos inguinais e os profundos são tributários dos linfonodos da pelve. INERVAÇÃO Os nervos destinados ao períneo são ramos dos 2°, 3° e 4° nervos sacrais, podendo receber contribuição eventual de S1 e/ou S5. Do nervo pudendo origina-se a maior parte da inervação do períneo, os nervos retais inferiores (destinados ao músculo esfíncter externo do ânus) e os nervos perineais, que se dividem em um ramo superficial, cutâneo e sensitivo, e um ramo profundo que inerva todos os músculos do períneo, enviando também um ramo para o músculo esfíncter externo do ânus. O nervo pudendo é formado pela união de dois ramos do plexo sacral, próximo ao ligamento sacroespinhal, passando posteriormente a este e deixando a cavidade pélvica principal através do forame isquiático maior. Após curto trajeto na região glútea, ele penetra no períneo através do forame isquiático menor. O nervo, então, passa para a frente no canal pudendo e, por meio de seus ramos, supre o músculo esfíncter externo do ânus e os músculos e a pele do períneo. MORENO, Adriana L. Fisioterapia em uroginecologia 2a ed.. [Digite o Local da Editora]: Editora Manole, 2009. E-book. ISBN 9788520459539. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/978852045953 9/. Acesso em: 19 abr. 2023. Durante a gravidez, dilatações das veias ováricas podem causar a chamada “síndrome da veia ovárica”. A compressão mecânica de diversas outras veias é responsável por algumas hematúrias, aumento da circulação abdominal, aparecimento de hemorróidas e de veias varicosas no pudendo. Além disso, a relação existente entre o plexo venoso e o nervo isquiático pode explicar certas isquiatalgias (ciatalgias) durante a gravidez. CORRELAÇÃO CLÍNICA - A exploração da sensibilidade do períneo constitui parte do exame neurológico nos casos de lesão medular ou radicular baixa. Um bom conhecimento da anatomia do trajeto do nervo pudendo é necessário para o trabalho de estimulação neurológica ou elétrica, além das manobras de descompressão nervosa na “síndrome do canal do pudendo”. Referência
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