Prévia do material em texto
2019 Física e Mecânica experiMental Profa. Dra. Maryah Elisa Morastoni Haertel Copyright © UNIASSELVI 2019 Elaboração: Profa. Dra. Maryah Elisa Morastoni Haertel Revisão, Diagramação e Produção: Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri UNIASSELVI – Indaial. Impresso por: H136f Haertel, Maryah Elisa Morastoni Física e mecânica experimental. / Maryah Elisa Morastoni Haertel. – Indaial: UNIASSELVI, 2019. 149 p.; il. ISBN 978-85-515-0284-6 1. Física - Experiências. - Brasil. 2. Mecânica. – Brasil. II. Centro Universitário Leonardo Da Vinci. CDD 531 III apresentação Caro acadêmico! Sou a professora conteudista Dra. Maryah Elisa Morastoni Haertel e vou ajudá-lo a percorrer o caminho na análise de sistemas de medição nesse livro de estudos. Atualmente, sou professora da Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL) e pesquisadora do Laboratório de Metrologia e Automatização da Universidade Federal de Santa Catarina (Labmetro/UFSC). Já atuei também no Instituto Federal de Santa Catarina, na disciplina da Física dos Cursos Técnicos Integrados em Química, Vestuário e Informática (IFSC/Campus Gaspar). Minha vida acadêmica começou no Bacharelado em Física, na UFSC, prosseguiu no Mestrado em Metrologia Científica e Industrial (PósMCI/ UFSC), Licenciatura em Física e Doutorado em Engenharia Mecânica, dentro da área de Concentração Metrologia e Instrumentação – Metrologia Óptica. Em 2012, auxiliei na fundação do UFSC Chapter da SPIE (International Society for Optics and Photonics), sendo sua primeira presidente. Atuo, atualmente, em pesquisa, com projetos e artigos, na área de metrologia óptica, reconstrução geométrica tridimensional e pocket laboratories, desenvolvendo e avaliando sistemas de medição e princípios físicos. Nesse livro, separei materiais didáticos experimentais para fortalecer os conceitos vistos nas matérias teóricas de física. O principal objetivo é vivenciar os conhecimentos, dando forma às grandezas físicas e métodos matemáticos. Na Unidade 1 será realizada uma breve revisão sobre conceitos de experimentação, tratamento de dados e erros de medição. Revisitaremos os cálculos importantes e como determinar o erro de uma medida em relação ao sistema de medição, assim como em relação à repetição das medidas. A partir do Tópico 2, serão abordados conceitos e experimentos da cinemática com o uso do pêndulo balístico, pêndulo simples, pêndulo físico e as condições de equilíbrio da estática. A Unidade 2 ilustra os conceitos de ondulatória a partir do estudo de ondas mecânicas e de ondas eletromagnéticas. No experimento de ondas mecânicas, estudamos a ressonância de ondas sonoras. Quanto às ondas eletromagnéticas, abordamos a luz, na forma de óptica geométrica, com lentes e espelhos, assim como de fenômenos importantes como a refração. No final da unidade há uma leitura e experimento complementar com a construção de uma câmera fotográfica arcaica chamada câmera pinhole. A teoria eletromagnética é o pilar da Unidade 3. Nesta etapa abordaremos a carga e descarga de capacitores, o funcionamento de LEDs e diodos, variações na resistividade a partir da variação da temperatura, leis de Kirchhoff e mediremos o campo magnético da Terra. Bons estudos! Profa. Dra. Maryah Elisa Morastoni Haertel IV Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novidades em nosso material. Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo. Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto em questão. Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa continuar seus estudos com um material de qualidade. Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes – ENADE. Bons estudos! NOTA V VI VII UNIDADE 1 - MECÂNICA ................................................................................................................. 1 TÓPICO 1 - CONCEITOS BÁSICOS ................................................................................................ 3 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 3 2 ALGARISMOS SIGNIFICATIVOS ............................................................................................... 3 3 FERRAMENTAS PARA ANÁLISE MATEMÁTICA DOS DADOS ........................................ 5 3.1 MÉDIA ............................................................................................................................................ 5 3.2 DESVIO PADRÃO ........................................................................................................................ 6 4 DESVIO PADRÃO DA MÉDIA ..................................................................................................... 6 5 ERRO .................................................................................................................................................... 7 6 GRÁFICOS E A EQUAÇÃO DA RETA ......................................................................................... 9 RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 10 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 11 TÓPICO 2 - PÊNDULO BALÍSTICO ................................................................................................ 15 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 15 2 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL ........................................................................................... 19 3 ATIVIDADES E QUESTIONÁRIO ................................................................................................ 20 RESUMO DO TÓPICO 2..................................................................................................................... 21 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 22 TÓPICO 3 - PÊNDULO SIMPLES ..................................................................................................... 23 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 23 2 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL 1 ........................................................................................ 25 3 ATIVIDADES E QUESTIONÁRIO ................................................................................................ 26 4 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL 2 ......................................................................................... 26 5 ATIVIDADES E QUESTIONÁRIO................................................................................................ 28 RESUMO DO TÓPICO 3..................................................................................................................... 30 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 31 TÓPICO 4 - PÊNDULO FÍSICO ......................................................................................................... 33 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 33 2 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL ............................................................................................ 36 3 ATIVIDADES E QUESTIONÁRIO ................................................................................................ 37 RESUMO DO TÓPICO 4..................................................................................................................... 38 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 39 TÓPICO 5 - ESTÁTICA ....................................................................................................................... 41 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 41 2 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL 1 ......................................................................................... 44 3 ATIVIDADES E QUESTIONÁRIO 1 ............................................................................................. 46 4 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL 2 ......................................................................................... 46 5 ATIVIDADES E QUESTIONÁRIO 2 ............................................................................................. 48 RESUMO DO TÓPICO 5..................................................................................................................... 49 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 50 suMário VIII UNIDADE 2 - ONDAS ........................................................................................................................ 51 TÓPICO 1 - ONDAS MECÂNICAS .................................................................................................. 53 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 53 2 ONDULATÓRIA E ONDAS SONORAS ...................................................................................... 53 3 PARÂMETROS DE INTERESSE EM UMA ONDA SONORA ................................................ 55 4 FENÔMENOS CARACTERÍSTICOS DE ONDAS SONORAS ............................................... 57 5 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL ........................................................................................... 60 6 ATIVIDADES E QUESTIONÁRIO ................................................................................................ 62 RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 64 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 65 TÓPICO 2 - ONDAS ELETROMAGNÉTICAS: ÓPTICA GEOMÉTRICA ............................... 67 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 67 2 ESPELHOS PLANO ........................................................................................................................... 69 2.1 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL 1 ..................................................................................... 70 2.2 ATIVIDADES E QUESTIONÁRIO 1 .......................................................................................... 71 3 ESPELHO ESFÉRICO ........................................................................................................................ 71 3.1 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL 2 ..................................................................................... 72 3.2 ATIVIDADES E QUESTIONÁRIO 2 .......................................................................................... 74 4 LENTES ................................................................................................................................................ 74 4.1 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL 3 ..................................................................................... 76 4.2 ATIVIDADES E QUESTIONÁRIO 3 .......................................................................................... 79 RESUMO DO TÓPICO 2..................................................................................................................... 80 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 81 TÓPICO 3 - ONDAS ELETROMAGNÉTICAS: ÓPTICA FÍSICA .............................................. 83 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 83 2 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL 1 ......................................................................................... 85 3 ATIVIDADES E QUESTIONÁRIO 1 ............................................................................................. 86 4 DIFRAÇÃO POR FENDA DUPLA ................................................................................................. 86 5 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL 2 ......................................................................................... 87 6 ATIVIDADES E QUESTIONÁRIO 2 ............................................................................................. 88 7 DIFRAÇÃO POR OBSTÁCULO ..................................................................................................... 88 8 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL 3 ......................................................................................... 89 9 ATIVIDADES E QUESTIONÁRIO 3 ............................................................................................. 91 LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................ 92 RESUMO DO TÓPICO 3..................................................................................................................... 96 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 97 UNIDADE 3 - ELETROMAGNETISMO .......................................................................................... 99 TÓPICO 1 - CAPACITORES............................................................................................................... 101 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 101 2 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL ........................................................................................... 103 3 ATIVIDADES E QUESTIONÁRIO ................................................................................................ 106 RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 107 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 108 TÓPICO 2 - LEDS E DIODOS ............................................................................................................ 109 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................109 2 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL ........................................................................................... 110 IX 3 ATIVIDADES E QUESTIONÁRIO ................................................................................................ 112 RESUMO DO TÓPICO 2..................................................................................................................... 113 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 114 TÓPICO 3 - MÁXIMA TRANSFERÊNCIA DE POTÊNCIA ........................................................ 115 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 115 2 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL ........................................................................................... 116 3 ATIVIDADES E QUESTIONÁRIO ................................................................................................ 118 RESUMO DO TÓPICO 3..................................................................................................................... 119 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 120 TÓPICO 4 - VARIAÇÃO DA RESISTIVIDADE COM A TEMPERATURA............................. 121 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 121 2 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL ........................................................................................... 122 3 ATIVIDADES E QUESTIONÁRIO ................................................................................................ 123 RESUMO DO TÓPICO 4..................................................................................................................... 124 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 125 TÓPICO 5 - LEIS DOS NÓS DE KIRCHHOFF .............................................................................. 127 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 127 2 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL ........................................................................................... 128 3 ATIVIDADES E QUESTIONÁRIO ................................................................................................ 131 RESUMO DO TÓPICO 5..................................................................................................................... 132 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 133 TÓPICO 6 - CAMPO MAGNÉTICO DA TERRA .......................................................................... 135 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 135 2 DEMONSTRAÇÃO EXPERIMENTAL ......................................................................................... 136 3 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL ........................................................................................... 137 3 ATIVIDADES E QUESTIONÁRIO ................................................................................................ 140 LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................ 141 RESUMO DO TÓPICO 6..................................................................................................................... 144 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 145 REFERÊNCIAS ...................................................................................................................................... 146 X 1 UNIDADE 1 MECÂNICA OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM PLANO DE ESTUDOS A partir dos estudos desta unidade, você será capaz de: • relembrar os conceitos básicos de experimentação; • utilizar ferramentas matemáticas para analisar os dados obtidos no expe- rimento; • utilizar dos conceitos de movimento para análise dos experimentos; • observar experimental dos conceitos de mecânica vistos na disciplina teó- rica. Esta unidade está dividida em cinco tópicos. No decorrer da unidade você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado. TÓPICO 1 – CONCEITOS BÁSICOS TÓPICO 2 – PÊNDULO BALÍSTICO TÓPICO 3 – PÊNDULO SIMPLES TÓPICO 4 – PÊNDULO FÍSICO TÓPICO 5 – ESTÁTICA 2 3 TÓPICO 1 UNIDADE 1 CONCEITOS BÁSICOS 1 INTRODUÇÃO A experimentação faz parte do desenvolvimento das ciências, porém, devem-se ter alguns cuidados para que o experimento reflita as condições necessárias para o estudo de determinado fenômeno. No caso do estudo da física, a execução correta do procedimento experimental garante que os resultados obtidos sejam os mais fidedignos possíveis, mostrando a relação entre as grandezas desejadas. O trabalho experimental é regido por dois requisitos básicos: Num laboratório de Física Instrumental, aplicamos o método experimental, que obedece a dois requisitos básicos. Primeiramente, os experimentos são sempre reprodutíveis por qualquer pessoa e em qualquer lugar, respeitadas as condições e métodos empregados. Segundo, toda proposição científica deve admitir experimentos que, caso não forneçam os resultados esperados, permitem refutar a hipótese levantada (FROEHLICH, 2008, p. 7). Para garantir a reprodutibilidade dos experimentos, alguns cuidados são extremamente necessários. Em primeiro lugar, a atenção ao que está sendo proposto e ao que se está fazendo – estar presente no experimento (FROEHLICH, 2008). Em tempos de celulares e redes sociais, a atenção é uma característica cada vez mais importante. Em segundo lugar, ler e entender o procedimento antes da execução, cuidado que evita erros e retrabalho. Em terceiro lugar, termos o reconhecimento dos equipamentos e a sua utilização cuidadosa, para ter resultados confiáveis e equipamentos funcionais. Além desses cuidados, esse tópico é destinado a recuperar alguns conceitos básicos necessários para a execução dos experimentos, como os algarismos significativos, ferramentas para análise matemática dos dados, e gráficos e a equação da reta. 2 ALGARISMOS SIGNIFICATIVOS Na aquisição de dados dos experimentos, são utilizados sensores e sistemas de medição com mostradores digitais ou analógicos. Um sistema de medição com mostrador analógico é aquele que possui uma escala que será lida pelo operador do experimento (no caso você, acadêmico). Um sistema com mostrador digital possui um mostrador com os algarismos da medição já apresentados nele. Podemos ver a diferença entre os mostradores na figura a seguir. UNIDADE 1 | MECÂNICA 4 FIGURA 1 – EXEMPLO DE UM SISTEMA DE MEDIÇÃO COM MOSTRADORES ANALÓGICO E UM DIGITAL FONTE: <https://goo.gl/1utoKh>. Acesso em: 18 jul. 2018. FONTE: <https://goo.gl/PPFGqf>. Acesso em: 18 jul. 2018. Mas, por que essa diferença é tão importante na hora de aquisição das medidas? Porque a leitura errada de uma escala, por exemplo, pode interferir na interpretação dos resultados finais! A utilização correta dos algarismos significativos deverá auxiliar nessa interpretação. “Os algarismos significativos de um número são os dígitos diferentes de zero, contados a partir da esquerda até o último dígito diferente de zero à direita, caso não haja vírgula decimal, ou até o último dígito (zero ou não) caso haja uma vírgula decimal” (FROEHLICH, 2008, p. 21). IMPORTANT E Na medição, os algarismos significativos são aqueles que remetem ao real valor medido, compreendendo todos os dígitosdisponibilizados pelo mostrador do sistema de medição. Lembrando que o último algarismo é considerado sempre duvidoso. Na leitura de instrumentos, deve seguir algumas regras: TÓPICO 1 | CONCEITOS BÁSICOS 5 • Se o instrumento for com mostrador digital: o Os algarismos do mostrador constituem o resultado da medição, e, portanto, são todos algarismos significativos. O algarismo duvidoso é o último digito da tela. • Se o instrumento for com mostrado analógico: o Os algarismos corretos são definidos pela escala e suas divisões. o O algarismo duvidoso é definido a partir da menor divisão da escala. Por exemplo, na figura a seguir, temos uma trena, cuja a menor divisão é 1 mm. Dessa forma, a medida tomada com essa trena deverá ter três dígitos, por exemplo 21,5 mm; sendo o 2 e o 1 algarismos corretos, e o 5, algarismo interpretado a partir da posição do objeto em relação à trena, ou seja, o algarismo duvidoso. FIGURA 2 – EXEMPLO DE SISTEMA DE MEDIÇÃO COM ESCALA: UMA TRENA FONTE: <https://goo.gl/tK1ATn>. Acesso em: 18 jul. 2018. 3 FERRAMENTAS PARA ANÁLISE MATEMÁTICA DOS DADOS Após concluir o levantamento de dados para os experimentos, pode ser necessário realizar algumas conclusões sobre o experimento e as leis físicas que o regem. Dessa forma, vamos incluir nesse tópico algumas ferramentas matemáticas para análise dos dados como média, desvio padrão, variância, correlação e erros. Os dados colhidos durante o experimento representam uma amostra da população a ser estudada, ou seja, alguns indivíduos que são retirados do todo para representá-lo (LIMA; ZAPPA, 2014). A amostra é uma pequena quantidade de dados que deve representar a população. Porém, podemos perceber que, nem sempre a amostra retrata fielmente o comportamento da população, por isso, devemos ter cuidados no procedimento de medição, de forma a manter a amostra estatisticamente relevante. O retrato fiel da população é o motivo de sempre fazermos várias medições de um mesmo parâmetro: o comportamento médio da grandeza é normalmente mais relevante que o valores pontuais. Por isso, a seguir encontram-se alguns parâmetros matemáticos para avaliar a amostra colhida e seu comportamento. 3.1 MÉDIA A média é definida como a soma de todos as medições realizadas dividido pelo número de medições. A média expressa o comportamento médio das medidas. UNIDADE 1 | MECÂNICA 6 A média ( )x é definida como: 0 n i i= xx = n∑ (1) 0 1 2 3 nx + x + x + x + + xx = n … (2) Onde: i é a ordem da medição. xi é a i-ésima medição de x. n é o número de medições realizadas. 3.2 DESVIO PADRÃO O desvio padrão (σ) mostra o quão diferentes as medidas obtidas foram da média. No caso, para medir a incerteza da medição, usamos o desvio padrão dos desvios das medidas (PIACENTINI et al., 2013). O desvio padrão (σ) é calculado pela equação (3) a seguir: ( ) 0 ² 1 n i i= x x ó = n − − ∑ (3) ( ) ( ) ( )0 1² ² ² 1 nx x + x x + + x xó = n − − − − (4) Onde: σ é o desvio padrão dos desvios das medidas. i é a ordem da medição. xi é a i-ésima medição de x. ( )x é a média das medições de x. n é o número de medições realizadas. 4 DESVIO PADRÃO DA MÉDIA Considerando que foram realizados m amostras com n medidas, então o desvio padrão da média (σm) indica “a tendência do conjunto de M médias de n medidas se distribuir em torno do seu valor médio” (PIACENTINI et al., 2013, p. 24). TÓPICO 1 | CONCEITOS BÁSICOS 7 O desvio padrão da média é calculado a partir do desvio padrão, conforme a equação (5): m óó = n (5) Onde: σm é o desvio padrão da média dos desvios das medidas. σ é o desvio padrão dos desvios das medidas. n é o número de medições realizadas. 5 ERRO Todas as medições possuem um erro associado (LIMA; ZAPPA, 2014; PIACENTINI et al., 2013). Segundo Lima e Zappa (2014, p. 13), “na prática, o erro ϵ é o resultado da medição menos o valor verdadeiro da grandeza física, ou mensurando”. Claro que no laboratório, muitas vezes, não temos o valor verdadeiro da grandeza analisada, por isso utilizamos um valor convencional (LIMA; ZAPPA, 2014). “Uma vez que é impossível a determinação de como cada fator influi no processo, o erro “verdadeiro” da medida permanece desconhecido, sendo possível somente uma estimativa do erro máximo aceitável para o processo em questão” (PIACENTINI et al., 2013, p. 21). Piacentini et al. (2013) classifica os erros em três tipos básicos, que juntos determinam o erro máximo da medição. escala sistemático aleatórioE = E + E + E (6) • Erro de escala: erro produzido pela leitura do valor de medição no mostrador do sistema de medição. Para instrumentos com mostrado analógico, o erro de escala é estimado como a metade da menor divisão da escala (MDE): 2escala ±MDEE = (7) IMPORTANT E UNIDADE 1 | MECÂNICA 8 Isso significa que para a trena da Figura 2, onde o MDE é 1 mm, o erro de escala é 0,5 mm. Para instrumentos com mostrador digital, o erro de escala é a própria menor divisão de escala (MDE): escalaE = ±MDE (8) • Erro sistemático: erro constante incluído em todas as medições realizadas por um mesmo aparelho. • Erro aleatório: erro fruto de perturbações imprevisíveis durante a medição. Seu valor oscila em cada medição. O seu valor é obtido pela expressão a seguir: aleatório mE = ±tó (9) Onde: t é o coeficiente t de Student. σm é o desvio padrão da média dos desvios das medidas. O valor do coeficiente t de Student é determinado pelo número n de medições feitas junto com a porcentagem da confiabilidade necessária à medida, que pode variar até 99,99%. Neste livro de estudos, adotaremos o padrão de Piacentini et al. (2013) e considerá-lo igual a 1 para as atividades experimentais aqui propostas. Dessa forma, apenas para esse livro, o erro aleatório é calculado como: aleatório mE = ±ó (10) Dessa forma, os resultados de uma medição devem ser expressos na forma: ( ) .Medida = x ± E u (11) Onde: ( )x é a média das medições. E é o erro máximo admitido (equação 6). u. é a unidade de medida da grandeza. Além dessa forma, é comum expressar o erro da medição como uma porcentagem do valor considerado padrão (PIACENTINI et al., 2013). Nesse caso, utilizamos o erro porcentual (EP): 100p x xE = x − ⋅ (12) TÓPICO 1 | CONCEITOS BÁSICOS 9 Onde: ( )x é a média das medições; x é valor padrão da medida Como muitas vezes devemos fazer operações aritméticas com resultados de medição, as equações a seguir estão relacionadas a como lidar com as incertezas. As equações foram retiradas de Piacentini et al. (2013, p.35). ( ) ( ) ( ) ( )x x y y x y x y± ∆ + ± ∆ = + ± ∆ + ∆ (13) ( ) ( ) ( ) ( )- -x x y y x y x y± ∆ ± ∆ = ± ∆ + ∆ (14) ( ) ( ) ( ) ( )x x y y x y y x x y± ∆ × ± ∆ = × ± ×∆ + ×∆ (15) ( ) ( ) ( ) ( ) ²x x y y x y y x x y y± ∆ ÷ ± ∆ = ÷ ± ×∆ + ×∆ ÷ (16) ( ) -1n n nx x x n x x± ∆ = ± × ×∆ (17) ( ) ( )ln lnx x x x x± ∆ = ± ∆ ÷ (18) ( ) ( )log log 0,4343x x x x x± ∆ = ± × ∆ ÷ (19) 6 GRÁFICOS E A EQUAÇÃO DA RETA Muitas vezes, as relações entre as variáveis medidas são lineares ou linearizáveis. Dessa forma, a construção de gráficos auxilia no olhar sobre o comportamento da amostra e parâmetros do gráfico, como o coeficiente angular, são características importantes do fenômeno físico analisado. 10 Neste tópico, você aprendeu que: • Deve-se ter o cuidado ao realizar experimentos para que seus resultados realmente espelhem o fenômeno físico analisado. • É importante respeitar os algarismos significativos pertinentes a cada medição. • Toda medição tem um erro embutido. • O erro máximo é a soma dos erros de escala, aleatório e sistemático. • A propagação do erro deve levar em conta as operações aritméticas a serem realizadas e respeitar regras bem definidas. RESUMO DO TÓPICO 1 11 1 Os algarismos significativos são parte importante do processo de medição. Considerando o contexto de mostradores analógicos e digitais, comente como determinar o número correto de algarismos significativos em cada situação. 2 Determine o erro deescala das medições a seguir: a) Manômetro FIGURA 3 – MANÔMETRO AUTOATIVIDADE FONTE: <https://goo.gl/zPev65>. Acesso em: 20 jul. 2018. b) Termômetro – observe que tem duas escalas FIGURA 4 – TERMÔMETRO FONTE: <https://goo.gl/rPLmaB>. Acesso em: 20 jul. 2018. 12 c) Voltímetro FIGURA 5 – VOLTÍMETRO FONTE: <https://goo.gl/GTGLnQ>. Acesso em: 20 jul. 2018. d) Paquímetro FIGURA 6 – PAQUÍMETRO FONTE: <https://goo.gl/GDMdNc>. Acesso em: 27 nov. 2018. e) Relógio Analógico 13 FIGURA 7 – RELÓGIO ANALÓGICO FONTE: <https://goo.gl/ZZVHYB>. Acesso em: 27 nov. 2018. 3 Considerando a medição de distância, cujos dados estão no quadro a seguir: a) Calcule os parâmetros matemáticos média, desvio padrão e desvio padrão da média. b) Também estime o erro máximo sabendo que o erro de escala é ±0,5 mm. c) Expresse o resultado final da medição. QUADRO 1 – MEDIÇÕES DE DISTÂNCIA EM MILÍMETROS REALIZADA EM 3 GRUPOS DE MEDIÇÕES COM 10 REPETIÇÕES CADA FONTE: A autora (2018) Medição/Repetições 01 (mm) 02 (mm) 03 (mm) 01 20,2 19,9 20,0 02 19,7 20,2 19,7 03 20,1 19,7 19,9 04 19,8 20,0 20,1 05 20,2 19,8 19,8 06 19,6 19,9 20,2 07 20,1 19,9 20,3 08 20,0 20,2 20,2 09 19,8 20,1 20,3 10 20,1 19,9 20,1 Média Desvio Padrão 14 15 TÓPICO 2 PÊNDULO BALÍSTICO UNIDADE 1 1 INTRODUÇÃO Segundo Bianchi e Pinho Alves (1985, p. 82): O pêndulo balístico foi inventado em 1742, com o objetivo de medir velocidades de projéteis por meio de colisões inelásticas com um corpo de massa muito maior. Sua maior aplicação foi em indústrias de armamentos, onde era medida a velocidade com que os projéteis lançados atingiam o alvo. O pêndulo balístico é um artefato que funciona com a transformação de energia cinética em energia potencial gravitacional após uma colisão. FIGURA 8 – ESQUEMA ILUSTRATIVO DO FUNCIONAMENTO DO PÊNDULO BALÍSTICO FONTE: A autora (2018) LEGENDA: em (A) temos a condição inicial, onde o pêndulo está parado e uma bala com velocidade v o atinge e, em (B) temos a condição final onde temos a bala incrustada no pêndulo e o mesmo deslocado na vertical por uma altura h. A energia cinética (K) é relacionada à velocidade de um objeto, na forma da equação: UNIDADE 1 | MECÂNICA 16 1 ² 2 K = mv (20) Onde: m é a massa do objeto. v é a velocidade do objeto. A energia potencial gravitacional (Ug) é relacionada com a posição vertical de um objeto, ou seja, com a altura em que ele se encontra em relação a um referencial. Matematicamente: gU = mgh (21) Onde: m é a massa do objeto. g é a aceleração da gravidade. h é a altura em relação a um referencial. Além da energia, a colisão do pêndulo balístico também pode ser descrita em termos do momento linear dos objetos. O momento linear p é uma grandeza vetorial relacionada à velocidade do objeto na forma: v p = m (22) O momento linear é uma das grandezas mais importantes no estudo da mecânica, junto com a energia. Ambas grandezas possuem o princípio da conservação, desde que não haja forças não conservativas no fenômeno que está sendo analisado. No caso da energia, temos o Princípio da Conservação da Energia Mecânica que descreve que a energia mecânica total se conserva em todos os momentos do fenômeno, desde que não haja forças dissipativas. Dessa forma, podemos escrever, relacionando a energia mecânica (E) apenas com a energia cinética e energia potencial gravitacional: ANTES DEPOIS ANTES ANTES DEPOIS DEPOIS E = E K +U = K +U (23) Um dos exemplos mais icônicos da conservação de energia mecânica é o movimento da montanha russa. Considerando um modelo no qual não há atrito entre os carrinhos e o trilho, assim como não há resistência do ar, a energia mecânica no movimento se conserva. Imagine o seguinte cenário: um carrinho TÓPICO 2 | PÊNDULO BALÍSTICO 17 de montanha russa encontra-se no alto do pico A, que está a 50 m do chão, com velocidade nula, conforme a figura a seguir. Após o movimento até o próximo pico B, que está a 10 m do chão, qual é a sua velocidade? FIGURA 9 – MONTANHA RUSSA: UM EXEMPLO ICÔNICO DE CONSERVAÇÃO DE ENERGIA FONTE: <https://goo.gl/sXNtvr>. Acesso em: 3 nov. 2018. Para a solução, sabemos que a energia mecânica no pico A é igual a energia mecânica no pico B. Dessa forma: A BE = E A A B BK +U = K +U 1 ² 2A B B mgh = mv +mgh 1 ² 2A B B gh = v + gh ( ) 1 ² 2A B B g h h = v− ( )2 ²A B Bg h h = v− ( )2 A B Bg h h = v− ( )2 9,8 50 10 Bx x = v− 784 B= v /28Bv = m s (24) UNIDADE 1 | MECÂNICA 18 O melhor exemplo para a conservação do momento linear são as colisões. Segundo Metz (2018, s.p.): As colisões são divididas em dois grupos: as Elásticas e as Inelásticas (essa subdivida em colisões inelásticas e perfeitamente inelásticas). A colisão inelástica tem como característica o fato do momento linear do sistema se conservar, mas a energia cinética do sistema não. A colisão elástica tem como propriedade o fato de tanto o momento linear como a energia cinética do sistema se conservarem. Considerando as colisões elásticas, podemos citar o seguinte exemplo: dois carros estão seguindo na mesma direção. Um carro para bruscamente, porém um segundo carro não vê e continua com a velocidade de 10 m/s até colidir com o primeiro carro. Após a colisão, os carros formam uma única massa, conforme a figura a seguir. Considerando que as massas dos carros são iguais, qual é a velocidade final da massa formada pelos dois carros? FIGURA 10 – MASSA FORMADA PELOS DOIS CARROS APÓS A COLISÃO FONTE: <https://goo.gl/zBBtQh>. Acesso em: 3 nov. 2018. Usando a conservação do momento linear antes e depois da colisão, temos: A Dp = p ( )1 2 fmv +mv = m+m v ( )1 22 fm v +v = mv 1 22 fv +v = v 10 0 2 f+ = v /5fv = m s (25) TÓPICO 2 | PÊNDULO BALÍSTICO 19 2 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL No experimento envolvendo o pêndulo balístico, exploraremos a conservação da energia mecânica e do momento linear para descobrir a velocidade do projétil antes da colisão com o pêndulo. Material necessário: • Conjunto lançamento de projéteis – pêndulo balístico. • Bolinha de aço. • Trena. • Balança analítica. Procedimento: 1. Meça a massa da bolinha de aço na balança analítica e anote no quadro a seguir. 2. Meça a distância entre a extremidade superior do pêndulo e seu centro de massa e anote no quadro a seguir. 3. Coloque a bolinha de aço no conjunto de lançamento. 4. Observe se a saída do lançador está alinhada com o pêndulo. 5. Coloque o marcador do ângulo máximo atingido pelo pêndulo em zero. 6. Faça o lançamento. 7. Observe o fenômeno envolvido. 8. Anote o ângulo máximo atingido pelo pêndulo no quadro a seguir. 9. Repita o procedimento 2–7 mais quatro vezes. QUADRO 2 – DADOS DO PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL PÊNDULO BALÍSTICO Massa da bola (g) Distância pêndulo (m) Lançamento Ângulo (º) Altura (m) 01 02 03 04 05 Médio Desvio Padrão FONTE: A autora (2018) UNIDADE 1 | MECÂNICA 20 3 ATIVIDADES E QUESTIONÁRIO 1 A partir do ângulo máximo de alcance do pêndulo, calcule a altura máxima em que o pêndulo chegou. Anote no Quadro 2. 2 Calcule o ângulo máximo médio e a altura máxima média do pêndulo. 3 Calcule o desvio padrão das medidas do ângulo e a altura. 4 Calcule o erro de escala e aleatório da medição do ângulo. Estime o erro máximo. 5 Descreva o cálculo para obter a velocidade inicial da bolinha de aço antes da colisão. 6 Calcule a velocidade inicial da bolinha. Não se esqueça do erro máximo propagado. 7 Calcule o erro percentual da velocidade inicial da bolinha. 21 RESUMO DO TÓPICO 2 Neste tópico, você aprendeu que: • A energia mecânica e o momento linear são grandezas de grande utilização na Física e apresentam a propriedade da conservação no caso de fenômenos sem forças dissipativas. • O pêndulo balístico é um dispositivo com mais de 200 anos, usado para estimar a velocidade da saída de projéteis em armas. • É possível estimar, de maneira indireta, a velocidade do disparo de um projétil. • O procedimento para calcular o erro propagado tem regras quedevem ser respeitadas. 22 1 Considere um sistema de pêndulo balístico no qual a velocidade inicial do projétil é de 300 m/s, a massa do projétil é de 20g e a massa do pêndulo é 1 kg. Calcule a altura final do pêndulo. 2 Considere um sistema de pêndulo balístico no qual a massa do projétil é de 20g, a massa do pêndulo é 500 g e a altura máxima final é de 5 m. Calcule a velocidade inicial do projétil. AUTOATIVIDADE 23 TÓPICO 3 PÊNDULO SIMPLES UNIDADE 1 1 INTRODUÇÃO O modelo mais simples e ideal de pêndulo é o pêndulo simples. Segundo Tipler e Mosca (2009), o pêndulo simples é composto por um fio simples, de comprimento L, com uma esfera de massa m em sua extremidade. A extremidade superior é presa e não se considera o atrito relativo a essa parte do pêndulo. Também se considera que toda a massa m está em um ponto, no centro da esfera. Um rascunho do modelo pode ser observado na figura a seguir. FIGURA 11 – ESQUEMA MOSTRANDO O MODELO DO PÊNDULO SIMPLES FONTE: A autora (2018) No movimento do pêndulo, observa-se que quando afastado de sua posição de equilíbrio (linha pontilhada na Figura 11) e solto, o pêndulo movimenta-se ao redor da posição equilíbrio. O movimento a seguir é periódico, pois desconsidera qualquer tipo de atrito e resistência do ar. O movimento do pêndulo simples é descrito a partir dos seguintes parâmetros: UNIDADE 1 | MECÂNICA 24 • Período (T): tempo de uma oscilação completa do pêndulo. • Frequência (f): quantidade de oscilações que o pêndulo completa em 1s. • Frequência angular (ω): oscilações (em radianos) completadas em um período. • Amplitude angular (θ0): ângulo máximo alcançado pelo pêndulo durante o seu movimento. • Fase (δ): item matemático que indica em que ângulo começa o movimento. O movimento do pêndulo é descrito a partir da equação: ( ) ( )0 cost tθ θ ω δ= + (26) Os parâmetros característicos do pêndulo simples são relacionados conforme as equações a seguir: g L ω = (27) 2T π ω = (28) 2 LT g π= (29) 1f = T (30) Onde: L é o comprimento do pêndulo simples. g é a aceleração da gravidade. Duas características importantes do pêndulo simples são o fato do período não depender da massa da esfera, e o modelo funcionar apenas para pequenas oscilações, em que θ < 15º. Como curiosidade, o pêndulo é utilizado em muitos relógios para manter o movimento, havendo uma relação entre o período do pêndulo e o movimento do ponteiro dos segundos do relógio. TÓPICO 3 | PÊNDULO SIMPLES 25 2 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL 1 No experimento 1, exploraremos os parâmetros característicos do pêndulo simples. Material necessário: • Haste de suporte. • 2 bolinhas com massas distintas. • Trena. • Balança analítica. • Fio de nylon. • Cronômetro (pode ser o do seu celular). • Transferidor. Procedimento: 1. Meça as massas das bolinhas B1 e B2 e coloque no quadro a seguir. 2. Use dois fios de nylon para amarrar as bolinhas B1 e B2 e reserve-as. 3. Use a haste para pendurar o fio com a bolinha B1, de forma que o comprimento do fio do pêndulo seja de 50 cm (desde a haste até o meio da bolinha). 4. Use o transferidor para iniciar o movimento do pêndulo, de forma que a bolinha (B1) seja solta a 15º da posição de equilíbrio. 5. Use o cronômetro para marcar o tempo de cinco períodos consecutivos, e anote no quadro a seguir em 5xT. 6. Meça 5xT por mais quatro vezes. 7. Repita o procedimento 3-6 para a bolinha B2 e anote no quadro a seguir. QUADRO 3 – DADOS DO PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL PÊNDULO SIMPLES FONTE: A autora (2018) Experimento pêndulo simples 1 m1 (g) m2 (g) L (m) 0,50 B1 B2 Lançamento 5xT (s) 5xT (s) 01 02 03 04 05 Médio Desvio padrão T (s) T (s) Médio UNIDADE 1 | MECÂNICA 26 3 ATIVIDADES E QUESTIONÁRIO 1 A partir dos lançamentos do pêndulo simples e cronometragem de cinco períodos 5xT, calcule o valor médio de 5xT para cada bolinha, assim como seu desvio padrão, e anote no Quadro 3. 2 Calcule o período médio T dividindo o valor de 5xT por cinco e anote no Quadro 3. 3 A diferentes massas fizeram diferença no valor do período? Comente. 4 Calcule o erro de escala e aleatório da medição do período. Estime o erro máximo. 5 Calcule a frequência e frequência angular para cada bolinha. 6 Defina as equações dos movimentos das bolinhas, com os parâmetros calculados no experimento. Lembre-se de usar as unidades do S.I. – no caso do ângulo, use radianos. 7 O erro máximo encontrado nas medições do período está de acordo com as condições do experimento? Comente. 4 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL 2 No experimento 2, estimaremos o valor da aceleração da gravidade no laboratório. Sabemos que a aceleração da gravidade (g) possui valores distintos conforme a posição que estamos no planeta Terra. De acordo com Soares (2018, s.p.): Se a Terra fosse uma esfera perfeita, a aceleração da gravidade seria a mesma em todos os lugares sobre a sua superfície. Como ela não é perfeita, isto é, não é homogênea e possui a forma de um geoide, que é mais ou menos como uma pera achatada, o valor da aceleração da gravidade varia de local para local. Por exemplo, no Rio de Janeiro, no Observatório Nacional, a aceleração da gravidade vale 9,787899 m/s2, conforme registrado no livro das Efemérides Astronômicas, de 1999, publicado pelo próprio Observatório. A aceleração da gravidade em Belo Horizonte, no Departamento de Física, da UFMG, vale 9,7838163 m/s2. Como o período do pêndulo simples depende apenas do comprimento dele e da aceleração da gravidade, vamos utilizá-lo para calcular o valor de g no laboratório em que estivermos. Material necessário: • Haste de suporte. • 1 bolinha. TÓPICO 3 | PÊNDULO SIMPLES 27 • Trena. • Balança analítica. • Fio de nylon. • Cronômetro (pode ser o do seu celular). • Transferidor. Procedimento: 1. Use 1,20 m do fio de nylon e amarre uma de suas extremidades na bolinha. 2. Use a haste para pendurar o fio com a bolinha, deixando o pêndulo com comprimento de 20 cm (Lembre-se de que esse comprimento irá variar durante o experimento, portanto, prenda o fio de forma que seja fácil retirá-lo depois). 3. Use o transferidor para iniciar o movimento do pêndulo, de forma que a bolinha seja solta a 15º da posição de equilíbrio. 4. Use o cronômetro para marcar o tempo de 5 períodos consecutivos, e anote no Quadro 4 em 5xT, medição 1. 5. Meça 5xT por mais quatro vezes. 6. Altere o comprimento do fio para 40 cm e faça novamente os passos 3-5. 7. Repita o procedimento 2-5 para os comprimentos 60 cm, 80 cm e 100 cm. QUADRO 4 – DADOS DO PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL PÊNDULO SIMPLES 2 Experimento pêndulo simples 2 5xT (s) L 1 2 3 4 5 5xTmédio T(s) 20 cm 40 cm 60 cm 80 cm 100 cm Cálculos do procedimento pêndulo simples 2 L (m) T(s) T²(s²) 0,20 0,40 0,60 0,80 1,00 FONTE: A autora (2018) QUADRO 5 – CÁLCULOS DO PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL PÊNDULO SIMPLES 2 FONTE: A autora (2018) UNIDADE 1 | MECÂNICA 28 5 ATIVIDADES E QUESTIONÁRIO 1 A partir dos lançamentos do pêndulo simples e cronometragem de cinco períodos 5xT, calcule o valor médio de 5xT para cada comprimento, assim como seu desvio padrão, e anote no Quadro 4. 2 Calcule o período médio T dividindo o valor de 5xT por cinco e anote nos quadros 4 e 5. 3 Calcule o quadrado do período e anote no Quadro 5. 4 Calcule o erro de escala e aleatório da medição do período. Estime o erro máximo. 5 Faça o gráfico T x L no software origin. Como os pontos se comportaram no gráfico? Comente. 6 Faça o gráfico T² x L no software origin. Como os pontos se comportaram no gráfico? Comente. 7 Calcule o coeficiente angular da reta interpolada no gráfico T² x L. Linearize a equação 29 e encontre a aceleração da gravidade. 8 Calcule a aceleração da gravidade usando cada período médio calculado para cada comprimento a partir da equação 29. A seguir, encontre o valor da aceleração da gravidade médio por esse método. Além disso, calcule o desvio padrão do valor. 9 Compare os valores das acelerações da gravidade calculados nos exercícios 6e 7. Há diferenças? Por quê? 10 Os valores encontrados como acelerações da gravidade são próximos ao valor considerado padrão (g=9,81 m/s²)? Comente. TÓPICO 3 | PÊNDULO SIMPLES 29 30 RESUMO DO TÓPICO 3 Neste tópico, você aprendeu que: • O modelo mais simples de pêndulo ideal é o pêndulo simples. • O pêndulo é caracterizado por período, frequência, frequência angular, amplitude angular e fase. • O movimento de um pêndulo simples pode ser descrito pela equação ( ) ( )0 cost tθ θ ω δ= + . • O pêndulo simples pode ser usado para calcular o valor da gravidade. 31 1 Considere um pêndulo simples com comprimento de 1 m. Qual é o período desse pêndulo? 2 Considere um pêndulo simples com comprimento de 2 m na superfície da Lua (g = 1,6 m/s²). Qual é a sua frequência? 3 Considere um pêndulo simples com comprimento de 1 m na superfície da Lua (g = 1,6 m/s²). Qual é a sua frequência angular? AUTOATIVIDADE 32 33 TÓPICO 4 PÊNDULO FÍSICO UNIDADE 1 1 INTRODUÇÃO O modelo físico matemático do pêndulo físico é aquele cujas propriedades mais se assemelham aos pêndulos que vemos no cotidiano. Dessa forma, no modelo de pêndulo físico encaixam-se desde os pêndulos de relógio antigos (figura a seguir) até mesmo o balanço em pêndulo invertido de prédios com o vento. FIGURA 12 – PÊNDULOS DIVERSOS EM UM RELÓGIO ANTIGO FONTE: <https://goo.gl/ZJECgp>. Acesso em: 26 nov. 2018. 34 UNIDADE 1 | MECÂNICA Esse modelo leva em consideração além do comprimento, a distribuição de massa do pêndulo e a sua forma. O modelo também consiste na oscilação em torno de um ponto fixo sem atrito e no movimento sem a resistência do ar. Segundo UFJF (2018, p. 6): O pêndulo físico é um objeto extenso posto para oscilar em torno de um ponto P, por onde passa o eixo de suspensão. Além do ponto de suspensão, distinguimos dois outros pontos no pêndulo físico: o centro de gravidade G e o ponto O, denominado centro de oscilação, que determina o comprimento L do pêndulo simples equivalente, ou seja, de mesmo período do pêndulo físico considerado. O centro de gravidade G é o ponto onde a resultante das forças gravitacionais atua. Se o eixo de suspensão passar por esse ponto, o corpo não oscila: ele gira em torno do ponto de suspensão. O período de oscilação de um pêndulo físico é calculado usando a equação a seguir: 2f IT mgh π= (31) Onde: I é o momento de inércia de massa do objeto em relação ao ponto de oscilação O. m é a massa do pêndulo. g é a aceleração da gravidade no local de oscilação. h é a distância entre o centro de massa e o centro de rotação. Podemos fazer uma equivalência entre o pêndulo simples e o pêndulo físico, de forma a ter um pêndulo simples com comprimento tal qual o período seja o mesmo de um pêndulo simples: Simples FísicoT T= (32) 2 2L I g mgh π π= (33) L I g mgh = (34) IL mh = (35) Vamos considerar como exemplo que o pêndulo físico em questão é uma barra, como na figura a seguir: TÓPICO 4 | PÊNDULO FÍSICO 35 FIGURA 13 – MODELO DE PÊNDULO FÍSICO DE UMA BARRA COM CENTRO DE OSCILAÇÃO NA PONTA DA BARRA FONTE: A autora (2018) O momento de inércia de massa para uma barra homogênea com comprimento a, largura b e espessura uniforme, em relação a um eixo de rotação perpendicular passando pelo centro de massa da barra (como a barra é uniforme, o centro de massa é o centro geométrico), é dado por ( )1 ² ² 12CG I M a b= + (36) Aplicando o teorema dos eixos paralelos (equação 38), obtemos o momento de inércia da barra em relação a um eixo de rotação que passa pela extremidade da barra a uma distância 2 ah = do centro: ²E CGI I Mh= + (37) ( ) 21 ² ² 12 2E aI M a b M = + + (38) ( )1 4 ² ² 12E I M a b= + (39) Se considerarmos que a >> b, reescrevemos (39) como 36 UNIDADE 1 | MECÂNICA 1 ² 3E I Ma= (40) Para calcular o comprimento do pêndulo simples cujo período é igual ao pêndulo em barra da Figura 13, usamos o resultado (40) na equação (32): EIL mh = (41) 1 ² 3 2 Ma L aM = (42) 2 3 L a= (43) 2 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL Procedimento: 1. Use a trena para medir o comprimento da barra e anote em L no Quadro 6. 2. Monte o experimento de forma que a barra possua seu eixo de rotação na parte superior da barra. Confira se a barra oscila de forma contínua – sabemos que é impossível desconsiderar o efeito do atrito, mas podemos tentar minimizá-lo na montagem. 3. Meça o tempo de 10 oscilações completas e anote no Quadro 6. 4. Repita o item três por mais 4 vezes. 5. Agora, desencaixe a barra e monte-a novamente, porém com seu eixo de rotação coincidindo com o centro geométrico da barra. 6. Meça o tempo de 10 oscilações completas e anote no Quadro 7. 7. Repita o item três por mais 4 vezes. QUADRO 6 – DADOS EXPERIMENTAIS DO EXPERIMENTO DO PÊNDULO FÍSICO COM APOIO NA EXTREMIDADE DA BARRA Comprimento da barra (m) Repetição 10 T [s] T [s] 1 2 3 4 5 Média Desvio Padrão FONTE: A autora (2018) TÓPICO 4 | PÊNDULO FÍSICO 37 QUADRO 7 – DADOS EXPERIMENTAIS DO EXPERIMENTO DO PÊNDULO FÍSICO COM APOIO NO CENTRO GEOMÉTRICO DA BARRA Comprimento da barra (m) Repetição 10 T [s] T [s] 1 2 3 4 5 Média Desvio Padrão FONTE: A autora (2018) 3 ATIVIDADES E QUESTIONÁRIO 1 Calcule o período, período médio e desvio padrão para as medidas dos quadros 6 e 7. 2 Calcule o erro aleatório e de escala das medições. Estime o erro máximo. 3 Calcule o comprimento do pêndulo simples correspondente a cada eixo de rotação. O que mudou entre eles? 4 Existe alguma relação entre os períodos calculados entre os eixos de rotação? É possível matematizar essa relação? Comente. 38 RESUMO DO TÓPICO 4 Neste tópico, você aprendeu que: • O modelo de pêndulo físico é o que mais se aproxima ao movimento no cotidiano. • O pêndulo físico leva em consideração a distribuição de massa do pêndulo, assim como a localização de seu eixo de rotação. • O período de um pêndulo físico é influenciado pela distribuição de massa, massa total, aceleração da gravidade e distância do eixo de rotação. • É possível calcular um pêndulo simples com comprimento equivalente ao pêndulo físico. 39 AUTOATIVIDADE 1 Pesquise o momento de inércia de uma peça retangular que gira em torno de seu centro de massa. Considere que a peça retangular tenha lados iguais a 1 cm e 2 cm com a massa de 400 g, qual é o valor do momento de inércia? 2 Considere que a peça retangular esteja com 2 cm de altura. Qual é o período de oscilação? 40 41 TÓPICO 5 ESTÁTICA UNIDADE 1 1 INTRODUÇÃO O conjunto de leis mais importantes da Física são as Leis de Newton. Da mesma forma que toda a parte da dinâmica é regida por elas, a estática, parte da Física que trata de corpos parados, também é baseada nelas. Na estática, temos três equações que determinam as condições de equilíbrio, que relacionam as forças que atuam na direção x, forças que atuam na direção y e momento das forças em relação a algum ponto de interesse. 0xF =∑ (44) 0yF =∑ (45) 0M =∑ (46) A estática é a base de todas as estruturas que vemos no nosso dia a dia, desde prédios e pontes, a formações geológicas, como a da figura a seguir. Por isso é importante conhecer as relações matemáticas e suas aplicações. FIGURA 14 – EXEMPLO DE ESTÁTICA NO COTIDIANO FONTE: <https://goo.gl/AeFCXb>. Acesso em: 3 nov. 2018. 42 UNIDADE 1 | MECÂNICA Uma das aplicações básicas da estática em exercícios é a relação entre blocos e cordas. Por exemplo: “Calcule a tensão nas cordas C1 e C2 na figura a seguir, considerando que o bloco possui massa igual a 100 kg”. Vamos lembrar alguns conceitos resolvendo essa questão. FIGURA 15 – FIGURA QUE MOSTRA A RELAÇÃO ENTRE CORDAS E BLOCOS FONTE: A autora (2018) Primeiro, vamos fazer o diagrama de forças: FIGURA 16 – DIAGRAMA DE FORÇAS DO PROBLEMA FONTE: A autora (2018) Com isso, podemos relacionar as forças com as equações de equilíbrio: TÓPICO 5 | ESTÁTICA 43 0xF =∑ ( ) ( )1 2cos 45º - cos 45º 0C CT T = (47) 0yF =∑ ( ) ( )1 245º 45º - 0C CT senT sen P+ = (48) Assim temos um sistema de equações definidos pelas equações (47) e (48). Para resolver, podemos, por exemplo, somar as equações, lembrando que seno e cosseno de 45º possuem o mesmo valor numérico. Então: ( ) ( )1 2cos 45º - cos 45º 0C CT T = ( ) ( )1 245º 45º - 0C CT sen T sen P+ = _____________________________________________ ( )12 45º - 0CxT sen P = ( )12 45ºCxT sen P= ( )1 2 45ºC PT sen = ( )1 2 45ºC mgT sen = 1 100 9,8 2 0,71C xT x = 1 690CT N= (49) Substituindo o valor encontrado em TC1 na equação 47: ( ) ( )1 2cos 45º - cos 45º 0C CT T = ( ) ( ) 1 2 cos 45º cos 45º C C T T = 2 1C CT T= 2 690CT N= (50) Assim, usando as equações de equilíbrio, chegamos as tensões das cordas dos problemas. 44 UNIDADE 1 | MECÂNICA 2 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL 1 O primeiro experimento será realizado com base no modelo das antigas balanças, nas quais eram utilizados pesos conhecidos para aferir a massa de um objeto, conforme a figura a seguir. A diferença será que, no nosso caso, não teremos várias massas conhecidas e, desta forma, temos que usar o conceito de momento de uma força (M). Vamos lembrar que a conservação de momento é uma das equações fundamentais da estática. FIGURA 17 – DIAGRAMA DE FORÇAS DO PROBLEMA FONTE: <https://goo.gl/1v73Ux>. Acesso em: 3 nov. 2018. Material necessário: • Haste. • 2 massas conhecidas. • Régua de 30 cm. • Nylon. • Massa desconhecida. • Balança analítica. Procedimento: 1. Monte o aparato experimental conforme o esquema da figura a seguir, prendendo a régua na haste. TÓPICO 5 | ESTÁTICA 45 FIGURA 18 – DESCRIÇÃO DO EXPERIMENTO DE ESTÁTICA 1 FONTE: A autora (2018) 2. Use o Nylon para prender a massa desconhecida em um lado da régua. 3. Use as massas conhecidas para nivelar a régua, prendendo uma (ou as duas) massas no outro lado da régua. 4. Observe se a régua fica estática e na horizontal. 5. Anote a posição da massa desconhecida e das massas conhecidas no Quadro 8. FIGURA 19 – ESQUEMA DO EXPERIMENTO MOSTRANDO AS DISTÂNCIAS A SEREM MEDIDAS FONTE: A autora (2018) 46 UNIDADE 1 | MECÂNICA 6. Retire as massas da régua. 7. Refaça os passos 1-5 mais 4 vezes e anote no Quadro 8. QUADRO 8 – CÁLCULOS DO PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL ESTÁTICA 1 Experimento de Estática 1 Massa conhecida (kg) Medição Distância massa desconhecida (m) Distância massa conhecida (m) 01 02 03 04 05 Média Desvio Padrão FONTE: A autora (2018) 3 ATIVIDADES E QUESTIONÁRIO 1 1 Calcule a posição média das massas conhecida e desconhecida na régua e coloque no Quadro 8. 2 Calcule o desvio padrão das medidas da posição das massas na régua e anote no quadro. 3 Calcule o erro aleatório e de escala das medições. Estime o erro máximo. 4 Use a conservação do momento da força peso para estimar a massa desconhecida em cada uma das cinco medições. 5 Calcule a massa desconhecida média e seu desvio padrão. Os valores estão de acordo com a realidade? O desvio padrão é aceitável? Por quê? 6 Meça a massa desconhecida na balança analítica e calcule o erro percentual em relação ao valor calculado. Comente os resultados obtidos. 4 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL 2 O segundo experimento utilizará materiais comuns do cotidiano. É comum em festas e aniversários o uso da condição de equilíbrio para a diversão. Um dos truques realizados será explicado de maneira científica nesse experimento. TÓPICO 5 | ESTÁTICA 47 Material necessário: • 2 garfos. • Palito de dente. • Copo. • Balança analítica. • Transferidor. Procedimento: 1. Meça as massas dos garfos e anote no Quadro 9. 2. Prenda os dois garfos em formato de V entrelaçando seus dentes. 3. Use o palito de dente para equilibrar os garfos na ponta do copo. FIGURA 20 – ESQUEMA MOSTRANDO A VISTA SUPERIOR DA PROVÁVEL POSIÇÃO DE EQUILÍBRIO Experimento de Estática 2 Massa Garfo 1 (kg) Massa Garfo 2 (kg) Medição Ângulo medido entre os garfos (º) 01 02 03 04 05 FONTE: A autora (2018) 4. Aguarde o sistema entrar em equilíbrio. 5. Use o transferidor para medir o ângulo formado entre os garfos e anote no Quadro 9. 6. Desmonte o experimento e refaça os passos de 2-5 mais quatro vezes. QUADRO 9 – CÁLCULOS DO PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL ESTÁTICA 2 48 UNIDADE 1 | MECÂNICA FONTE: A autora (2018) 5 ATIVIDADES E QUESTIONÁRIO 2 1 Calcule o ângulo médio da posição de equilíbrio dos garfos e seu desvio padrão. 2 Calcule o erro aleatório e de escala das medições. Estime o erro máximo. 3 É possível estimar a força exercida pelos garfos no palito de dente? Como? 4 Calcule a força exercida pelos garfos no palito de dente. Média Desvio Padrão 49 RESUMO DO TÓPICO 5 Neste tópico, você aprendeu que: • A estática é a parte da mecânica que considera objetos que não estão em movimento. • Existem três equações de equilíbrio, que relacionam a força na direção x, a força na direção y e o momento das forças em relação a algum ponto. • A estática está presente na construção de prédios e pontes. • É base do funcionamento das balanças mais antigas. 50 1 Considere que é necessário um momento de 10 Nm para girar um cano, porém a força máxima disponível para essa operação é 20 N. A qual distância a força tem que ser aplicada? 2 Duas crianças estão em uma gangorra e querem equilibrar a prancha da gangorra horizontalmente. Uma criança tem 25 kg e está a 1,0 m do centro da prancha, a outra criança tem 30 kg. A que distância ela deve sentar? AUTOATIVIDADE 51 UNIDADE 2 ONDAS OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM PLANO DE ESTUDOS A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de: • aprofundar seus conhecimentos em ondas mecânicas, em especial, nas on- das sonoras; • relembrar os princípios básicos de óptica geométrica; • explicar e aplicar os fenômenos da óptica física; • observar experimental dos conceitos de ondulatória vistos na disciplina teórica. Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade você en- contrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado. TÓPICO 1 – ONDAS MECÂNICAS TÓPICO 2 – ONDAS ELETROMAGNÉTICAS: ÓPTICA GEOMÉTRICA TÓPICO 3 – ONDAS ELETROMAGNÉTICAS: ÓPTICA FÍSICA 52 53 TÓPICO 1 ONDAS MECÂNICAS UNIDADE 2 1 INTRODUÇÃO As ondas mecânicas são presença constante no nosso cotidiano: podemos vê-las em ação na nossa audição, que converte ondas mecânicas sonoras em sinais elétricos no cérebro, até mesmo no movimento das ondas no mar. Nesse tópico estudaremos a propagação das ondas mecânicas, no caso dos experimentos, utilizaremos as ondas sonoras; seus parâmetros característicos, como velocidade e amplitude; e alguns dos seus fenômenos, com foco na ressonância. Os fenômenos associados a ondas mecânicas são de extrema importância no trabalho técnico: um terremoto pode causar ondas sísmicas, gerando por exemplo ressonância e danificando construções; a refração das ondas sonoras pode gerar poluição, visto que os ruídos gerados por linhas de produção, se não cuidados, podem ultrapassar a barreira da fábrica. Desta forma, compreender como são geradas as ondas sonoras e quais são suas principais características é essencial para a sociedade. 2 ONDULATÓRIA E ONDAS SONORAS A ondulatória – o estudo das ondas – é um dos principais ramos da Física (HALLIDAY; RESNICK; WALKER, 2016). As ondas são divididas em três tipos principais: ondas mecânicas, eletromagnéticas e de matéria. Na Unidade 2, exploraremos experimentos para entender os conceitos fundamentais das ondas mecânicas e eletromagnéticas. As ondas de matéria, segundo Halliday, Resnick e Walker (2016), são mais estudadas em laboratório e são associadas ao movimento de partículas elementares da matéria, como elétrons e prótons. No Tópico 1, abordaremos as ondas mecânicas, que são nada mais do que o transporte de uma perturbação por um meio. Ou seja, só existe uma onda mecânica se houver um meio por onde ela possa ser propagada. Dessa forma, precisamos, essencialmente, de três condições para que haja uma onda mecânica: uma fonte de perturbação, um meio (paraa perturbação se propagar), e um mecanismo físico (para que as partículas do meio consigam transmitir a perturbação). São exemplos de ondas mecânicas: • Ondas sonoras. • Ondas do mar. UNIDADE 2 | ONDAS 54 • Ondas sísmicas. • Ondas em uma corda de violão. As ondas mecânicas estão divididas em dois outros subtipos: longitudinais e transversais. As ondas longitudinais são aquelas que “o movimento das moléculas [...] é paralelo à direção de propagação da onda” (HALLIDAY; RESNICK; WALKER, 2016, p. 120). As ondas sonoras são consideradas ondas longitudinais. As ondas transversais são aquelas nas quais o movimento das moléculas é perpendicular a sua propagação. Considerando apenas as ondas sonoras, temos como características de sua propagação as frentes de onda (observe na figura a seguir), que são definidas como “superfícies nas quais as oscilações produzidas pelas ondas sonoras têm o mesmo valor” (HALLIDAY; RESNICK; WALKER, 2016, p. 154). Por outro lado, raios (observe na figura a seguir) são vetores perpendiculares às frentes de onda, que mostram a direção de propagação da onda. Halliday, Resnick e Walker (2016) comentam que perto de uma fonte pontual de ondas sonoras, as frentes de onda são sempre esféricas. Dessa forma percebemos que o som tem uma propagação tridimensional. Quanto mais longe da fonte, mais distorções são acrescentadas a essa frente de onda, de forma que, se considerarmos a fonte muito longe, as frentes de onda podem ser consideradas planas e paralelas. FIGURA 1 – ESQUEMA MOSTRANDO CARACTERÍSTICAS DE ONDAS SONORAS FONTE: A autora (2018) TÓPICO 1 | ONDAS MECÂNICAS 55 FIGURA 2 – GOTEJAMENTO EM ÁGUA FONTE: <https://cdn.pixabay.com/photo/2014/04/11/17/44/water-321847_960_720.jpg/>. Acesso em: 22 nov. 2018. OBS.: É possível observar o comprimento de onda e afastamento na onda gerada por um pingo de água, além de observar a interação entre várias ondas. 3 PARÂMETROS DE INTERESSE EM UMA ONDA SONORA • Velocidade de propagação do som: dentre os parâmetros característicos de uma onda sonora, a sua velocidade é importante, pois varia dependendo do meio em que se propaga, dependendo de características físicas como temperatura, densidade e pressão do meio. Podemos calcular a velocidade do som pela equação a seguir: SOM Bv ρ = (1) Onde: B é o módulo de elasticidade volumétrico do meio. SOM Bv ρ = é a massa específica do meio. Especificamente, para a propagação do som no ar, Fernandes (2005) traz duas equações interessantes: a dependência da velocidade do som no ar da pressão atmosférica (P) e densidade (D) (equação 2); e a equação geral para velocidade de propagação do som no ar dependente da temperatura (T), considerando entre -30 ºC e 30 ºC (equação 3). UNIDADE 2 | ONDAS 56 1,4SOM Pv D = (2) 331,4 0.607.SOMv T= + (3) De maneira geral, consideramos a velocidade de propagação do som no ar igual a 344 m/s na temperatura ambiente (20 ºC). • Comprimento de onda (λ): é o tamanho do comprimento de um ciclo da onda sonora, ou seja, a distância entre dois pontos de oscilação que estão no mesmo ponto da onda. Ou seja, onde o padrão de compressões e expansões relacionados à onda sonora se repete. A figura a seguir auxilia o entendimento, mostrando o comprimento de onda em três situações diferentes: FIGURA 3 – DEFINIÇÃO DE COMPRIMENTO DE ONDA DE UMA ONDA SONORA: A REPETIÇÃO DE PADRÕES DE COMPRESSÃO E EXPANSÃO DO MEIO DE PROPAGAÇÃO FONTE: A autora (2018) • Frequência (f): a frequência é a quantidade de ciclos que a onda sonora faz em um segundo. Esse parâmetro é comumente utilizado no cotidiano, principalmente quando se fala de som, pois ligamos sons agudos a altas frequências e sons graves, às baixas frequências. Podemos relacionar a velocidade, frequência e comprimento de onda com a equação a seguir: TÓPICO 1 | ONDAS MECÂNICAS 57 SOMv fλ= ⋅ (4) • Intensidade: também chamada de amplitude, essa característica está relacionada ao volume do som, ou seja, o quão intenso é a onda sonora. Na análise da forma da onda, a amplitude pode ser entendida como a maior diferença entre a posição da onda, é o eixo x, como pode ser observado na figura a seguir. FIGURA 4 – ANÁLISE DA FORMA DE UMA ONDA SONORA, CONSIDERANDO O SEU PERFIL EM UM INSTANTE ESPECÍFICO FONTE: A autora (2018) • Análise espectral: muito utilizada no estudo da acústica, a análise espectral apresenta a onda sonora captada a partir das frequências encontradas. • Ruído: perturbações indesejadas acrescentadas a onda sonora, entre a sua emissão e sua captação. Há vários métodos matemáticos desenvolvidos para tentar minimizar o efeito do ruído. É considerado uma forma de incerteza. • Período (T): é o tempo que leva para uma onda fazer o seu ciclo completo. Ou seja, é o tempo que leva para que haja o deslocamento referente a um comprimento de onda. Matematicamente, o período é o inverso da frequência. 4 FENÔMENOS CARACTERÍSTICOS DE ONDAS SONORAS Uma parte interessante do estudo da ondulatória são os efeitos característicos das ondas. No caso das ondas mecânicas, no nosso caso especialmente das ondas sonoras, temos pelo menos quatro efeitos importantes: UNIDADE 2 | ONDAS 58 • Reflexão: o fenômeno da reflexão é mais conhecido na óptica geométrica com a presença de espelhos. Porém também é possível observar tal fenômeno com ondas mecânicas, como as ondas sonoras. O efeito acontece quando a onda incide em uma superfície refletora, o que faz com que a onda mude de sentido. A figura a seguir ilustra esse princípio. FIGURA 5 – REFLEXÃO DE ONDAS SONORAS FONTE: A autora (2018) • Refração: o fenômeno da refração é caracterizado pela alteração da direção da onda quando essa passa entre meios com características diferentes. É o caso por exemplo da alteração do som ao passar por uma parede. Durante a refração apenas a frequência da onda é mantida constante e alterações também na sua velocidade de deslocamento e comprimento de onda são comuns, como podemos observar na figura a seguir. Na passagem entre meios diferentes também pode ocorrer a atenuação da amplitude da onda, princípio base utilizado no planejamento isolação sonora de ambientes. FIGURA 6 – REFRAÇÃO DE ONDAS SONORAS FONTE: A autora (2018) TÓPICO 1 | ONDAS MECÂNICAS 59 • Ressonância: segundo Donoso (2018, p. 14) “Todas as estruturas mecânicas têm uma ou mais frequências naturais de oscilação”. Quando a estrutura recebe uma onda sonora com frequência igual a uma das frequências natu- rais de oscilação, a amplitude aumenta consideravelmente. Há casos, como o da famosa ponte de Tacoma, nos Estados Unidos, que em 1940 foi colap- sada por causa da ressonância da estrutura com o vento (DONOSO, 1940; TIPLER; MOSCA, 2009). Esse efeito ocorre em todas as ondas mecânicas. DICAS A ponte de Tacoma é um exemplo clássico de colapso de estrutura por ressonância. No link a seguir, é possível ver um curta metragem de cerca de 4 min sobre o colapso da ponte, com imagens da época. Disponível em: <https://www.youtube.com/ watch?v=dvRHK4yA8rc>. Acesso em: 11 jan. 2019. • Ondas estacionárias: quando temos uma onda mecânica viajando dentro de um espaço confinado, como um tubo, com ambas as extremidades fechadas, ocorre o fenômeno da reflexão da onda nas extremidades. Com isso, é gerado uma onda que é a soma das ondas incidente e refletida, e em algumas frequências geram as chamadas ondas estacionárias (TIPLER; MOSCA, 2009). As ondas estacionárias são a base de funcionamento de vários instrumentos musicais, como instrumentos de corda (violão e violino, entre outros) e instrumentos de sopro (como flautas e oboés, por exemplo). As frequências que geram essas ondas estacionárias são chamadas frequências de ressonância. A menor frequência em que o fenômeno ocorre é chamada de frequência fundamental. As outras frequências de ressonância que são múltiplas da frequência fundamental são chamadas de harmônicas – termo que vem da música. Podem haver também frequências de ressonância fora dessaregra, que são chamadas de sobretom – outro termo musical. Matematicamente, para uma onda com as duas extremidades fixas, a equação a seguir relaciona a frequência de ressonância n com a velocidade da onda: n n vf λ = (5) Ou, 2n vf L n = (6) UNIDADE 2 | ONDAS 60 Onde: fn é a frequência do harmônico n. L é o comprimento do tubo. n é o índice da frequência, onde . v é a velocidade da onda. 5 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL Uma das características mais marcantes do som é a sua velocidade, vamos usar o kit de acústica master para medir a sua velocidade dentro do laboratório, utilizando o roteiro de USP (s.d.b). Nesse experimento, usamos a ressonância de uma onda sonora para calcular a velocidade dela. Material necessário: • Tubo de acrílico com êmbolo móvel. • Gerador de sinal. • Alto-falante fixo na extremidade do tubo. • Microfone para captação do som amplificador fixo na extremidade do tubo. • Fone de ouvido. • Termômetro. • Trena. • Giz para quadro negro ou canetinha de retroprojetor (um instrumento que faça marca no tubo e que possa ser facilmente apagada). Procedimento: 1. Monte o experimento com os materiais do kit de óptica e segundo suas instruções. 2. Deixe o êmbolo posicionado no início do tubo (próximo ao microfone). 3. Meça a temperatura ambiente e anote em Temperatura 0 no quadro. 4. Use o gerador de sinal para obter uma onda com frequência de 300 Hz. 5. Usando o fone de ouvido, desloque o embolo lentamente e identifique o primeiro máximo de intensidade sonora (A1). 6. Marque a posição do embolo no tubo usando o giz de quadro ou canetinha, conforme a figura a seguir. FIGURA 7 – ESBOÇO MOSTRANDO A MONTAGEM EXPERIMENTAL E O LOCAL DE MARCAÇÃO A e qu aç ão e st á co rr om pi da . V er co m re sp on sá ve l c om o é a eq ua çã o. FONTE: A autora (2018) TÓPICO 1 | ONDAS MECÂNICAS 61 7. Continue deslocando o êmbolo e identifique todas as posições de máxima intensidade sonora possíveis (A2, ..., An) ao longo do tubo. 8. Marque essas posições no tubo com o giz e, com o uso de uma trena, registro esses comprimentos (A0A1, A1A2 etc.), conforme a figura a seguir, e sua frequência correspondente no gerador no Quadro 1. FIGURA 8 – ESBOÇO MOSTRANDO A MONTAGEM EXPERIMENTAL E MOSTRANDO AS DISTÂNCIAS A SEREM MEDIDAS Temperatura 0 (ºC) Temperatura 1 (ºC) Frequência (Hz) A0A1 A1A2 A2A3 A3A4 A4A5 A5A6 A6A7 300 400 500 600 700 800 900 1000 1100 1200 FONTE: A autora (2018) 9. Considere a posição A0 a extremidade do tubo. 10. Repita o procedimento 2-8 para as frequências de 400 até 1200 Hz. 11. Meça a temperatura do ar no ambiente e anote em temperatura 1 no quadro. QUADRO 1 – DISTÂNCIAS MEDIDAS NO EXPERIMENTO DE CÁLCULO DA VELOCIDADE DA LUZ FONTE: a autora (2018) OBS.: Preencha apenas as distâncias referentes aos máximos que foram obtidos. UNIDADE 2 | ONDAS 62 6 ATIVIDADES E QUESTIONÁRIO 1 Explique com as suas palavras o que são os pontos de máxima intensidade sonora e por que eles são importantes. 2 Como podemos utilizar as distâncias medidas para calcular o comprimento de onda emitido pelo gerador de sinais? 3 Calcule o comprimento de onda para cada distância entre máximos de cada frequência e anote no quadro 2. Também calcule o comprimento de onda mé- dio e anote em λm. QUADRO 2 – COMPRIMENTOS DE ONDA CALCULADOS A PARTIR DO EXPERIMENTO Frequência (Hz) λ01 λ12 λ23 λ34 λ45 λ56 λ67 λm 300 400 500 600 700 800 900 1000 1100 1200 FONTE: A autora (2018) OBS.: Preencha apenas os comprimentos de onda referentes aos máximos que foram obtidos. 4 Em relação ao Quadro 2, algum dos comprimentos de onda teve valor muito diferente da média? Qual e por quê? Exclua esse valor do cálculo da média do comprimento de onda. 5 A partir dos comprimentos de onda e frequências, calcule a velocidade do som para cada linha do quadro e anote no Quadro 3. Da mesma forma, calcule a velocidade média e seu desvio padrão. TÓPICO 1 | ONDAS MECÂNICAS 63 Frequência (Hz) VS 300 400 500 600 700 800 900 1000 1100 1200 Média Desvio Padrão QUADRO 3 – VELOCIDADE DO SOM CALCULADA PARA CADA FREQUÊNCIA A PARTIR DO COMPRIMENTO DE ONDA MÉDIO E FREQUÊNCIA NOMINAL FONTE: A autora (2018) 6 Como se comportou o valor da velocidade do som calculado? Houve alguma discrepância? O desvio padrão calculado é aceitável? 7 Faça no Origin um gráfico relacionando as 10 frequências e comprimentos de onda do Quadro 2. Interpole linearmente e use o coeficiente angular para calcular a velocidade do som. Os resultados obtidos no gráfico e na questão 5 diferem muito? 8 Usando a Equação 3, calcule o valor teórico da velocidade do som para a temperatura média do ambiente onde foi realizado o experimento. Os valores teóricos e experimentais têm grande divergência? Comente. 64 RESUMO DO TÓPICO 1 Neste tópico, você aprendeu que: • As ondas sonoras são ondas mecânicas longitudinais. • Ondas sonoras possuem parâmetros característicos como amplitude, frequência, período e ruído. • Há três efeitos característicos nas ondas mecânicas: reflexão, refração e ressonância. • Ondas estacionárias em um tubo parcialmente fechado podem estar em ressonância. • A velocidade do som é uma constante, porém depende da temperatura do ambiente. 65 AUTOATIVIDADE 1 Calcule a velocidade do som no ar nas temperaturas de 20ºC e 30ºC. 2 O que é uma onda estacionária? Onde podemos percebê-las? 3 O que é a frequência fundamental de uma onda estacionária? 66 67 TÓPICO 2 ONDAS ELETROMAGNÉTICAS: ÓPTICA GEOMÉTRICA UNIDADE 2 1 INTRODUÇÃO Ondas eletromagnéticas, ao contrário das ondas mecânicas, são ondas que não precisam de um meio para se propagar. Segundo Halliday, Resnick e Walker (2016), uma pequena parcela das ondas eletromagnéticas é visível, formando o que chamamos de luz visível. James Clerk Maxwell, em meados do século XIX, mostrou que a luz visível nada mais é que a propagação de campos magnéticos e elétricos. Logo depois foram descobertas outras ondas que possuem o mesmo comportamento como ondas de raio, micro-ondas, entre outras (HALLIDAY; RESNICK; WALCKER, 2016). A figura a seguir mostra o espectro das ondas eletromagnéticas, com comprimento de onda entre 10-15 m (raios cósmicos) até 107 m. FIGURA 9 – ESPECTRO DAS ONDAS ELETROMAGNÉTICAS COM ÊNFASE NAS ONDAS DO ESPECTRO VISÍVEL FONTE: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Espectro_vis%C3%ADvel#/media/File:Electroma gnetic_ spectrum_-pt.svg>. Acesso em: 24 nov. 2018. A visão humana é adequada às ondas eletromagnéticas visíveis, cujo comprimento de onda variam entre 400 nm (violeta) a 750 nm (vermelho). Para que o olho humano forme as imagens que vemos, é necessário que os raios luminosos refletidos ou gerados pelos objetos cheguem aos nossos olhos (HALLIDAY; RESNICK; WALKER, 2016). O cérebro processa toda a luz que chega aos olhos e forma as imagens que vemos. Existem basicamente dois tipos de imagens: https://pt.wikipedia.org/wiki/Espectro_visível#/media/File:Electroma https://pt.wikipedia.org/wiki/Espectro_visível#/media/File:Electromagnetic UNIDADE 2 | ONDAS 68 • Imagens virtuais: aquelas que o cérebro processa, porém não existem de maneira real. Um exemplo comum é a imagem que vemos no espelho. Sabemos que aquela imagem que está no espelho não faz parte do mundo real, porém é uma cópia virtual dos objetos refletidos. Na figura a seguir, a lâmina de água acaba se comportando como um espelho e formando uma imagem virtual do cavalo e cavaleiro. FIGURA 10 – EXEMPLO DE IMAGEM VIRTUAL FONTE: <https://cdn.pixabay.com/photo/2018/05/04/00/15/reiter-3372907_960_720.jpg>. Acesso em: 27 nov. 2018. • Imagens reais: imagens formadas no mundo real. Um exemplo são as dos projetores multimídia, que projetam imagens nas paredes. Aquela imagem é parte do mundo real, formada pela luz e deformada conforme os objetos em que ela incide. Para auxiliar no nosso cotidiano, existem muitos instrumentos baseados nos princípios ópticos. Eles funcionam baseados em alguns componentes ópticos importantes,