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RELAÇÃO DE EMPREGO

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RELAÇÃO DE EMPREGO
Relação de emprego: Relação jurídica caracterizada pela existência de todos os elementos do artigo 2° e 3° da CLT. Relação específica, marcada pela habitualidade e subordinação.
Relação de trabalho: Relação jurídica que não preenche todos os requisitos do artigo 2° e 3° da CLT. Relação abstrata, marcada pela eventualidade e ausência de subordinação.
QUEM PODE SER EMPREGADO?
CF/88. Art. 7°. São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social:
XXXIII – proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos;
CLT. Art. 402. Considera-se menor para os efeitos deste Consolidação o trabalhador de quatorze até dezoito anos.
CLT. Art. 403. É proibido qualquer trabalho a menores de dezesseis anos de idade, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos.
CLT. Art. 404. Ao menor de 18 (dezoito) anos é vedado o trabalho noturno, considerado este o que for executado no período compreendido entre as 22 (vinte e duas) e as 5 (cinco) horas.
QUAIS ELEMENTOS CARACTERIZAM ALGUÉM COMO EMPREGADO?
Para que seja identificada a relação de emprego, deve existir os seguintes elementos, CUMULATIVAMENTE:
1. Trabalho por Pessoa Física;
2. Pessoalidade;
3. Não eventualidade;
4. Onerosidade;
5. Subordinação;
6. Alteridade
RELAÇÕES LABORAIS
VÍNCULO DE EMPREGO. INEXISTÊNCIA. Para a caracterização do vínculo de emprego devem estar presentes simultaneamente os requisitos do art. 3º da CLT, quais sejam, onerosidade, pessoalidade, não eventualidade e subordinação. Inexistindo qualquer um deles, não há falar em vínculo de emprego.   (TRT12 - ROT - 0000580-98.2018.5.12.0047 , Rel. MARIA DE LOURDES LEIRIA, 5ª Câmara , Data de Assinatura: 30/01/2020)
VÍNCULO EMPREGATÍCIO. AUSÊNCIA DOS ELEMENTOS CARACTERIZADORES. Somente pode ser reconhecido como empregatício o liame mantido entre as partes, quando convergirem os requisitos estabelecidos no art. 3º da Consolidação das Leis do Trabalho, quais sejam, pessoalidade, onerosidade, não eventualidade e subordinação jurídica ou hierárquica.     (TRT12 - ROT - 0001711-77.2017.5.12.0004 , Rel. QUEZIA DE ARAUJO DUARTE NIEVES GONZALEZ , 3ª Câmara , Data de Assinatura: 22/11/2019)
RELAÇÕES LABORAIS
1. Trabalho por Pessoa Física:
 Não existe relação de emprego entre pessoas jurídicas: aqui, geralmente se trata de uma relação civil, marcada pela prestação de serviços de uma empresa à outra empresa, existindo igualdade jurídica entre as contratantes.
VINCULO DE EMPREGO. INEXISTÊNCIA. Evidenciada a execução de atividade por meio de contrato de prestação de serviços firmado por pessoa jurídica regularmente constituída, não estão caracterizados os requisitos necessários para o reconhecimento de vínculo de emprego pretendido por seu representante, nos moldes do art. 3º da CLT.   (TRT12 - ROT - 0000221-81.2018.5.12.0037 , Rel. AMARILDO CARLOS DE LIMA , 3ª Câmara , Data de Assinatura: 19/12/2019)
VÍNCULO DE EMPREGO. INEXISTÊNCIA. A configuração de vínculo de emprego exige o preenchimento de todos os requisitos elencados no art. 3º da CLT, sendo que o elemento primordial para o reconhecimento dessa relação é a subordinação jurídica. Demonstrada a autonomia da trabalhadora na prestação dos serviços, não há como reconhecer o vínculo empregatício. (TRT12 - ROT - 0002311-72.2017.5.12.0045 , MIRNA ULIANO BERTOLDI , 6ª Câmara , Data de Assinatura: 24/08/2020)
 Obs. 1: Prestação de serviços “empresariais” que caracterizam os elementos de vínculo de emprego.
Pejotização é um fenômeno de desvirtuamento da lei, caracterizado geralmente por uma destas duas linhas:
a. Serviços pessoais prestados por pessoas física, de modo subordinado, não eventual e oneroso, realizada por meio de pessoa jurídica constituída especialmente para esse fim;
b. Contratação de MEI “transparecido” em CNPJ, mas cuja prestação de serviços direta é essencialmente de pessoa física. Pode ocorrer de forma direta ou mediante demissão e vencimento do período de carência (art. 5°, c e art. 5°, d, Lei 6.019/74).
CLT – Art. 9° - Serão nulos de pleno direito os atos praticados com o objetivo de desvirtuar, impedir ou fraudar a aplicação dos preceitos contidos na presente consolidação.
2. Pessoalidade:
 Há uma verdadeira “escolha” pelo empregador no ato da admissão do empregado, o que caracteriza a subjetividade na constituição da relação de emprego, porque somente “aquele” empregado foi escolhido e a ele se exerce a subordinação patronal;
 Assim, a relação de emprego é personalíssima em relação ao empregado;
 Isto quer dizer que não é possível existir substituição. Ninguém pode substituir o empregado em suas obrigações personalíssimas do emprego.
3. Não eventualidade:
 Trabalho eventual é aquele que depende de acontecimento incerto e, por isso mesmo, não pode ser previsto;
 Trabalho habitual é aquele previsto, certo e, por isso, programado, acarretando compromisso;
 Para que o trabalho seja considerado habitual, não importa em quais dias da semana ele seja prestado, basta que exista regularidade. É possível configurar não eventualidade trabalhando 01 vez por semana?
 Eventualidade não é definida pelo tempo, mas sim, pela causa do trabalho.
VÍNCULO DE EMPREGO. EMPREGADA DOMÉSTICA. NÃO CARACTERIZAÇÃO. AUSÊNCIA DE CONTINUIDADE E FREQUÊNCIA MÍNIMA. Nos termos da previsão legal contida no art. 1º da Lei Complementar nº 150/2015, é empregado doméstico o trabalhador que presta serviços de forma contínua, subordinada, onerosa e pessoal e de finalidade não lucrativa à pessoa ou à família, no âmbito residencial destas, por mais de dois dias por semana, o que não resultou comprovado no caso em apreço.   (TRT12 - RemNecRO - 0000686-29.2017.5.12.0004 , Rel. NARBAL ANTONIO DE MENDONCA FILETI , 5ª Câmara , Data de Assinatura: 24/10/2019)
VÍNCULO EMPREGATÍCIO. INEXISTÊNCIA. DIARISTA. Para o reconhecimento do vínculo empregatício é necessário que na relação existente entre as partes estejam presentes os elementos que o tipificam e que estão elencados no art. 3º da CLT, a saber: a pessoalidade, a não eventualidade, a onerosidade e a subordinação. Na ausência de qualquer um deles, não há como reconhecer que a relação havida entre as partes seja de emprego. Assim, comprovado nos autos que a autora prestava serviços como diarista, de forma eventual, prestando serviços quando lhe conviesse e podendo inclusive ser substituída por outra pessoa, não há como reconhecer o vínculo laboral pleiteado. (TRT12 - ROT - 0000545-16.2018.5.12.0023 , Rel. GRACIO RICARDO BARBOZA PETRONE , 4ª Câmara , Data de Assinatura: 25/10/2019)
4. Onerosidade:
 O contrato de emprego é oneroso: não é benemérito e não altruísmo. Ninguém “dá” emprego e ninguém “trabalha de graça”;
 Onerosidade da relação de emprego é a existência do salário como contraprestação pelos serviços prestados;
 Não se trata do trabalhador receber salário, mas do interesse e da legitimidade que o anima a trabalhar para recebe-lo;
 Ainda que o valor do salário não seja contratado, sua existência decorre da própria contratação do emprego. Quando desconhecido o valor, aplica-se o artigo 460 da CLT.
CLT. Art. 460. Na falta de estipulação do salário ou não havendo prova sobre a importância ajustada, o empregado terá direito a perceber salário igual ao daquela que, na mesma empresa, fizer serviço equivalente ou do que for habitualmente pago para serviço semelhante.
VÍNCULO DE EMPREGO. NÃO CONFIGURAÇÃO. PASTOR DE IGREJA. ATIVIDADE RELIGIOSA, VOLUNTÁRIA. As atividades religiosas, dos chamados Obreiros ou Pastores, são voluntárias e motivadas pela pregação da fé. Nesses casos, não são atendidos todos os requisitos previstos no art. 3º da CLT (pessoalidade, onerosidade, não-eventualidade e subordinação) para o reconhecimento do vínculo de emprego.   (TRT12 - ROT - 0002486-63.2016.5.12.0025 , Rel. WANDERLEY GODOY JUNIOR , 1ª Câmara , Data de Assinatura: 19/12/2019)
5. Subordinação:
 Poder Diretivo: é o poder de direção dos seusnegócios;
 Poder Disciplinar: é o poder de disciplinar a relação e aplicar as penalidades aos seus empregados, como advertência, suspensão e despedida por justa causa;
 Poder Fiscalizatório: é o poder de regulamentar as regras que deverão ser observadas no ambiente de trabalho: uniforme; forma de marcação de ponto; forma de entrada e saída; etc.
 Se inexistir subordinação, não se trata de relação de emprego.
Advertência: não está expressa na CLT. Prática reiterada – costume.
Admitida por força do artigo 8° da CLT. Pode ser verbal ou escrita, tem apenas efeito moral, pode ser prevista no regulamente da empresa ou não. Geralmente aplicada para penas leves cometidas pelos empregados. Ex: atrasos, usar de forma inadequada o uniforme da empresa, etc.
Suspensão: Possibilidade no artigo 474 CLT. Efeitos financeiros: empregado “perde” o dia de trabalho. Somente por escrito. Pode ser dada nas faltas graves cometidas pelo empregado que não implique na despedida por justa causa.
Despedida por justa causa: justo motivo para dispensa sumária do empregado, ante a gravidade de seus atos e consequências, tornando impraticável a manutenção da relação laboral.
DANOS MORAIS. REVISTA VISUAL A PERTENCES E BOLSAS. POSSIBILIDADE. Conforme iterativa jurisprudência, a revista visual a bolsas de funcionários de supermercado, quando realizada de forma não discriminatória e sem contato físico, por si só, não ofende a intimidade e a dignidade do trabalhador, por se tratar de razoável exercício regular do direito do empregador, inerente ao poder de direção e fiscalização.   (TRT12 - ROT - 0001047-50.2017.5.12.0035 , Rel. CARLOS ALBERTO PEREIRA DE CASTRO , 3ª Câmara , Data de Assinatura: 15/01/2020)
ATO DANOSO DE PREPOSTO CONTRA SUBORDINADOS, EM RAZÃO DO EXERCÍCIO DO TRABALHO. RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA DO EMPREGADOR. ARTS. 932, III, E 933 DO CÓDIGO CIVIL. Nos termos dos arts. 932, III, e 933 do Código Civil, são também responsáveis pela reparação civil o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele, respondendo pelos atos praticados pelos terceiros mencionados, ainda que não haja culpa de sua parte, tratando-se, portanto, de responsabilidade objetiva do empregador.   (TRT12 - ROT - 0000431-64.2019.5.12.0016 , Rel. MARIA DE LOURDES LEIRIA , 5ª Câmara , Data de Assinatura: 30/01/2020)
ACÚMULO DE FUNÇÕES. INDEFERIMENTO. Nos termos do parágrafo único do art. 456 da CLT, na falta de prova ou inexistindo cláusula expressa no contrato de trabalho entender-se-á que o empregado se obrigou a todo e qualquer serviço compatível com a sua condição pessoal. Aplicação da Súmula n. 51 deste TRT. (TRT12 - ROT - 0001078-75.2017.5.12.0001 , Rel. AMARILDO CARLOS DE LIMA , 3ª Câmara , Data de Assinatura: 08/01/2020)
CLT. Art. 456. A prova do contrato individual do trabalho será feita pelas anotações constantes da carteira profissional ou por instrumento escrito e suprida por todos os meios permitidos em direito.
Parágrafo único. A falta de prova ou inexistindo cláusula expressa e tal respeito, entender-se-á que o empregado se obrigou a todo e qualquer serviço compatível com a sua condição pessoal.
Súmula nº. 51 TRT 12ª Região
ACÚMULO DE FUNÇÕES. NÃO CONFIGURAÇÃO. Não havendo incompatibilidade com a condição pessoal ou abuso quantitativo, a atribuição de novas tarefas ao trabalhador na mesma jornada não configura acúmulo de funções remunerável."
CLT. Art. 456-A. Cabe ao empregador definir o padrão de vestimenta no meio ambiente laboral, sendo lícita a inclusão no uniforme de logomarcas da própria empresa ou de empresas parceiras e de outros itens de identificação relacionados à atividade desempenhada.
Parágrafo único. A higienização do uniforme é de responsabilidade do trabalhador, salvo nas hipóteses em que forem necessários procedimentos ou produtos diferentes dos utilizados para a higienização das vestimentas de uso comum.
6. Alteridade:
 Quem empreende, inevitavelmente, assume os riscos econômicos do empreendimento;
 Os riscos econômicos da atividade não são do empregado, mas sim, do empregador. Por isto o termo “alteridade”, ou seja, qualidade daquilo que é do outro; 
 Há aqui neste elemento – na alteridade – uma diferença fundamental entre o empregado e o autônomo, pois este último assume os riscos de sua atividade econômica.
CLT. Art. 462. Ao empregador é vedado efetuar qualquer desconto nos salários do empregado, salvo quando este resultar de adiantamentos, de dispositivos de lei ou de contrato coletivo (obs.: convenção e acordo coletivo de trabalho).
§1°. Em caso de dano causado pelo empregado, o desconto será lícito, desde que esta possibilidade tenha sido acordada ou na ocorrência de dolo do empregado.
PRECEDENTE NORMATIVO Nº 97 DO TST. PROIBIÇÃO DE ESTORNO DE COMISSÕES. Ressalvada a hipótese prevista no art. 7º da Lei nº 3207/1957, fica vedado às empresas o desconto ou estorno das comissões do empregado, incidentes sobre mercadorias devolvidas pelo cliente, após a efetivação de venda.
CLT. Art. 466. O pagamento de comissões e percentagens só é exigível depois de ultimada a transação a que se referem.
TST firmou entendimento de que “ultimada a transação” diz respeito ao momento em que o negócio é efetivado e não àquele em que há o cumprimento das obrigações decorrentes desse negócio. Considera-se, desse modo, ultimada a transação quando aceita pelo comprador nos termos em que lhe foi proposta, sendo, portanto, irrelevante ulterior inadimplemento contratual ou desistência do negócio.
PAGAMENTO DE COMISSÃO – DISPENSA POR JUSTA CAUSA
	Conforme entendimento do Ministério do Trabalho (Nota Técnica 87/2013), os pagamentos vinculados a competências posteriores à rescisão de um trabalhador, permitidos pela legislação, são penas aqueles constantes do leiaute (quarentena, PLR e stock option).
	As comissões devem ser pagas até o décimo dia após o desligamento do trabalhador, conforme Art. 477, §6°, da CLT. A lei permitiu que o pagamento da comissão ao trabalhador fosse feito em periodicidade coincidente com o pagamento da prestação da operação de venda apenas quando há a continuidade da relação de emprego. A extinção do contrato de trabalho antecipa o prazo para o pagamento de todas as comissões devidas ao trabalhador.
	Manual de Orientações do eSocial (versão 2.5.01): O desligamento do empregado/servidor encerra o vínculo contratual existente com aquele empregador/ órgão público e antecipa todas as parcelas salariais devidas e já conhecidas, tais como comissões pendentes e percentagens, que devem ser liquidadas e informadas neste evento. O pagamento destas parcelas após o desligamento implica na retificação do evento S-2299.
QUEM PODE SER EMPREGADOR?
 Empresa Individual ou Coletiva (Pessoas Físicas, Sociedades Empresárias, Sociedades Anônimas; cooperativas, etc.);
 Profissionais Liberais (Médicos, Arquitetos, Advogados, Psicólogos, Administradores, Contadores, etc.);
 Instituições de Beneficência (APAE, Cruz Vermelha, ONG);
 Associações Recreativas ou Instituições sem fins lucrativos (Clubes, APP, Igrejas, etc.).
GRUPO ECONÔMICO – EMPREGADOR
	“O Direito do Trabalho ocupa-se do tema do grupo econômico com o objetivo de proteger os haveres dos empregados quanto à responsabilidade daqueles que se beneficiaram do trabalho prestado, em caso de o empregador direto não reunir condições financeiras de pagar o que é devido ao seu empregado, na hipótese de ruptura contratual”. Pedro Paulo Teixeira Manus.
CLT. Art.2°. §2°. Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada uma delas, personalidade jurídica própria, estiverem sob a direção, controle ou administração de outra, ou ainda quando, mesmo guardando cada uma sua autonomia, integrem grupo econômico, serão responsáveis solidariamente pelas obrigações decorrentes da relação de emprego.
§3°. Não caracteriza grupo econômico a mera identidade de sócios, sendo necessárias, para a configuração do grupo, a demonstração do interesse integrado, a efetiva comunhão de interesses e a atuação conjunta das empresas deleintegrantes.
SÚMULA TST 129 – CONTRATO DE TRABALHO. GRUPO ECONÔMICO.
A prestação de serviços a mais de uma empresa do mesmo grupo econômico, durante a mesma jornada de trabalho, não caracteriza a coexistência de mais de um contrato de trabalho, salvo ajuste em contrário. 
SUCESSÃO DE EMPREGADORES
CLT. Art. 10. Qualquer alteração na estrutura jurídica da empresa não afetará os direitos adquiridos por seus empregados.
CLT. Art. 448. A mudança na propriedade ou na estrutura jurídica da empresa não afetará os contratos de trabalho dos respectivos empregados.
CLT. Art. 448-A. Caracterizada a sucessão empresarial ou de empregadores prevista nos arts. 10 e 448 desta consolidação, as obrigações trabalhistas, inclusive as contraídas à época em que os empregados trabalhavam para a empresa sucedida, são de responsabilidade do sucessor.
Parágrafo único. A empresa sucedida responderá solidariamente com a sucessora quando fiar comprovada fraude na transferência.
SUCESSÃO DE EMPREGADORES – RESPONSABILIDADE PATRIMONIAL
CPC. Art. 789. O devedor responde com todos os seus bens presentes e futuros para o cumprimento de suas obrigações, salvo as restrições estabelecidas em lei.
CPC. Art. 790. São sujeitos à execução os bens:
II – do sócio, nos termos da lei;
Em regra, o sucessor responde pela integralidade da dívida. Em caso de fraude, o sucessor responderá de forma solidária, nos termos do artigo 9° da CLT e artigo 942 do Código Civil.
CC. Art. 942. Os bens do responsável pela ofensa ou violação do direito de outrem ficam sujeitos à reparação do dano causado; e, se a ofensa tiver mais de um autor, todos responderão solidariamente pela reparação.
DA DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA
CDC. Art. 28. O juiz poderá desconsiderar a personalidade jurídica da sociedade quando, em detrimento do consumidor, houver abuso de direito, excesso de poder, infração da lei, fato ou ato ilícito ou violação dos estatutos ou contrato social. A desconsideração também será efetivada quando houver falência, estado de insolvência, encerramento ou inatividade da pessoa jurídica provocados por má administração.
§1°. (Vetado).
§2°. As sociedades integrantes dos grupos societários e as sociedades controladas, são subsidiariamente responsáveis pelas obrigações decorrentes deste código.
§3°. As sociedades consorciadas são solidariamente responsáveis pelas obrigações decorrentes deste código.
§4°. As sociedades coligadas só responderão por culpa.
§5°. Também poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica sempre que sua personalidade for, de alguma forma, obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados aos consumidores.
CC. Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade ou pela confusão patrimonial, pode o juiz, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, desconsiderá-la para que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares de administradores ou de sócios da pessoa jurídica beneficiados direta ou indiretamente pelo abuso.
RESPONSABILIDADE DO SÓCIO RETIRANTE
CLT. Art. 10-A. O sócio retirante responde subsidiariamente pelas obrigações trabalhistas da sociedade relativas ao período em que figurou como sócio, somente em ações ajuizadas até dois anos depois de averbada a modificação do contrato, observada a seguinte ordem de preferência:
I – a empresa devedora;
II – os sócios atuais; e
III – os sócios retirantes.
Parágrafo único. O sócio retirante responderá solidariamente com os demais quando ficar comprovada fraude na alteração societária decorrente da modificação do contrato.

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