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) PBOIE'tiO DE mmms BÍIBIC0.5 DE POTÊNCIA Volume • CONTEÚDO Zona de Proteção Proteção Diferencial Teleproteção Proteção de Transformador Nomenclatura ANSl/IEC ISBN 85-900853-6-8 9 788590 085362 li!!! -~ :z; (""" p. e =.. ~ = C'-1 e ~ -= ~ '~ .- ~ Gll"J ~ :E .... ~ Cilll':I -Gll"J Woôl = e 1< ~ 5iiOI ~ = = =.. Geraldo Kindermann PBOTEdO DE SimNAS RÉTBltoS DE PITÊNOI VoluITie UFSC o LabPlan EEL ' ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) 1 1 Agradecimentos O autor agradece em especial •!• Ao Professor Rubipiara Cavalcante Fernandes, por ler cuidadosamente e dar importantíssimas contribuições ao texto. •!• Aos engenheiros Everton Pizolatti Medeiros e Giovanni Baptista Fabris da ELETROSUL, pelas discussões e contribuições técnicas. ' •!• Marcos Fischborn, pela elaboração da capa e Maurício Sperandio pelo assessoramento de informática. •!• Aos inúmeros alunos, da Graduação e Pós-graduação, que contribuíram com desenhos. Agradecimento em especial ao LABPLAN, principalmente aos professores, técnicos, analistas, mestrandos e doutorandos, que de um modo ou de outro sempre estiveram presentes na motivação, contribuição e assessoramento na elaboração do livro. ~-·------------- --------- - - ---- -- - -~----·------ - ---·-··-- - ----------- - - 1 l 1 l ' i í - ~ ' J ; Apresentação O Laboratório de Planejamento de Si~temas de Energia Elétrica - LabPlan, do Departamento de Engenharia Elétrica da Universidade Federal de Santa Catarina, tem por objetivos realizar e promover o desenvolvimento de atividades de pesquisa, ensino e extensão na área de Sistemas de Energia Elétrica (SEE) com ênfase nos aspectos de planejamento e análise, nos segmentos de geração, transmissão e distribuição. A atuação dos professores do LabPlan, desde a sua constituição em 1992, têm envolvido uma diversidade de atividades e contribuições à sociedade que extrapolam em muito o escopo de atividades regulares nos cursos de graduação e pós-graduação em Engenharia Elétrica. Um aspecto de destaque nesta atuação tem sido a intensa interação com os diversos agentes do setor elétrico brasileiro, realizada por meio de projetos de pesquisa e desenvolvimento, de consultorias especializadas, cLrrsos de aperfeiçoamento e de especialização, e publicação de livros e artigos técnicos. O presente livro representa mais uma contribuição do Professor Geraldo KiJ1dermann para a sua extensa obra que inclui livros técnicos envolvendo publicações específicas nas áreas engenharia de segurança, projetos elétricos e proteção de sistemas elétricos de potência. Especificamente, esta obra aborda dois temas de grande relevância, teleproteção e proteção de transformadores, devendo contribuir tanto para fins acadêmicos como para profissionais técnicos e engenheiros. Seguindo a tradição de suas publicações anteriores, o Professor Kindermann apresenta o desenvolvimento dos temas coin grande riqueza didática, sustentada por sua extensa experiência acadêmica e prática. Tndubitavelmente, contribuíram para esse resu.lfado os inúmeros cursos mi1ústrados cm universidades e empresas no Brasil, e em diversos países da América Latina e Áfríca, bem como os diversos trabalhos de consultoria técnica prestados à Agência Nacional de Energia Elétrica. lldemar Cassana Dccker Supervisor do LabPlan - U FSC , ) l ) ~ ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) } ) , _ L __ 1 Prefácio Tendo recebido nos cursos e palestras várias manifestações de apoio e receptividade de alunos, professores, técnicos e engenheiros, no que diz respeito à aceitação dos meus livros, e devido principalmente a carência de bibliografia, foi o que me motivou a escrever esse livro de PROTEÇÃO DE SISTEMAS ELÉTRICOS DE POTÊNCIA- Volume 2. Cre.io ser este livro mais uma contribuição, principalmente para a graduação da Engenharia Elétrica e de técnicos que queiram se aprofundar e conhecer a arte e a filosofia de proteção. O livro foi escrito numa seqüência lógica, em linguagem simples e técnica, de modo a ser uma fonte de consulta acessível aos técnicos da área da Engenharia Elétrica. Todos os capítulos têm abra11gência que cobre e atende os requisitos para proporcionar um bom conhecimento na área de proteção. O conteúdo desse volume 2 está focado na Teleproteção e Proteção de Transformadores. Devido à complt:xidade da proteção de sistemas elétricos de potência, este livro cobre somente uma parte. Portanto, pretende-se dar continuidade do conteúdo no livro de Proteção de Sistemas Elétricos de Potência, 32 volume, nos assuntos referentes a Proteção <le Barras, de Reatores, de Capacitores, e de Máquinas Síncronas. O Autor ·-------- - - -- Índice Geral Capítulo 1 - ZONA DE PROTEÇÃO 1.1 Zona de Proteção .... ........................... ............... ... ... : .... .......... ..... .......... l 1.2 Relé de Sobretensão ................... ... ................... ... .... ....................... ..... .. 7 1.3 Relé de Sub tensão ............................................. ........ ............... ........... 12 1.4 Proteção de Sobretensão para a Terra de Sistemas Isolados ...... .. ...... 17 Capítulo II - RELÉ DIFERENCIAL 2.1 Relé Diferencial ............................... ~ ............. .... .. ....... .. ........ ... ..... .. .... 19 2.2 Relé Diferencial Comum .................................................................... 20 2.3 Relé Diferencial Percentual ...... ........................ .. ...... ............. ......... .... 22 Capítulo III - TELEPROTEÇ.4.0 3.1 Telcproteção .. .. ............... .................... ............................. ..... ....... ........ 32 ,' . .,__ ) ) ) ) ) ) ) ' ~ ) ) \ ' ) ) ) ) ) ) ) 1 ) ' ) ) ) ) ) ) ) . ) ) ) ) ) ) --· j___ jj iii 3.2 Fio Piloto ............................................................................................ 33 4.3 Proteção Diferencial no Transfo1mador Monofásico ......................... 97 3.3 Fibra Óptica ........................................................................................ 37 4.4 Transformador Trifásico ................................................................... 103 3.4 Cabo OPGW ......................................................................... : ............. 40 4.5 Proteção Diferencial do Transformador Trifásico 6 - Y ................. 104 3.5 Onda Portadora ................................................................................... 43 4.6 Regra de Ligação dos TCs nos Transformadores Trifásicos ............ 106 3.6 Ivficroondas ......................................................................................... 45 4.7 Transformador Trifásico sem Rotação de Fase ................................ 107 3.7 Tipos de Sistemas de Teleproteção .................................................... 46 4.8 Transformador 6 - Y ...................................................................... 109 3.8 Sistema de Bloqueio por Comparação Direcional... ........................... 47 4.9 Ajuste do Relé Diferencial Percentual na Proteção do 3.9 Sistema de Desbloqueio por Comparação Direcional ........................ 5 l Transformador .................................................................................. 121 3.10 Sistema de Bloqueio por Comparação Direcional. Variante ............. 54 4.10 Energização de Transformador ........................................................ 132 3.1. l Transferência de Disparo Direto por Subalcance ............................... 58 4.10.1 Bloqueio da Proteção Diferencial ................................................... 135 3.12 Transferência de Disparo Permissivo por Subalcance ....................... 59 4.10.2 Proteção Diferencial com Atenuadoresde Transitórios .............. .. .. 135 3.13 Transferência de Disparo Permissivo por Subalcance com Aceleração de Zona ............................................................................... ................ 61 4.10.3 Relé Diferencial com Retenção por Harmônicas ........................... 137 4.10.4 Relé Diferencial com uma Unidade de Bloqueio de Ham1ônicas ... 139 3.14 Transferência de Disparo Permissivo por Sobrealcance .................... 62 4.1O.5 Relé Diferencial Digital para Transformador ................................. 141 3.15 Lógica de Eco ............................................................... ...................... 62 4.11 Transformador com Impedância de Aterramento ............................. 142 3.16 Proteção de Linha Morta .................................................................... 66 4.12 Proteção Diferencial de Terra Restrita ............................................. 142 3.17 FracaAJimentação .............................................................................. 68 4.13 Proteção do Transformador de Aterramento .......... ~ ......................... 144 3.18 Proteção por Seqüência Negativa ....................................................... 70 4.14 Proteção de Carcaça do Transformador ............................................ 148 3.19 Falha de Disjuntor .............................................................................. 74 4.15 Relé Buchholz .................................................................................. 150 3.20 Fontes Intermediárias ......................................................................... 78 4.15.1 Relé Buchholz do Comutador .................................................. ....... 155 3.21 Relé de Freqüência ............................................................................. 82 4.16 Termô1netro ...................................................................................... 156 3.22 Sistemas Especiais de Proteção ........................................... ............... . 85 4.17 Relé de Imagem Ténnica .................................................................. 160 3.23 Esquema Regional de Alívio de Carga (ERAC) ......................... :-:: .... 87 4.18 Transformador Hermeticamente fechado ................................... ..... 165 3.24 .Esquema de Controle de Emergência ................. : ..................... .......... 91 4.19 Relé de Súbita Pressão .................. .................................................... 165 4.20 Válvula de Alívio de Prcssão ............................................................ 167 Capítulo IV - PROTEÇÃO DE TRANSFORMADOR 4.21 Nível do Óleo ................................................................ .................... 169 4 . .1 introdução ................. ..................... ....................................... , ............. 94 4.22 Relé de Sobre·Excitaçâo ................................................................... 170 4.2 Transformador Monofásico ............................ .................................... 95 4.23 Proteção Contra Falha de Disjuntor de Transformador .................... 173 4.24 Desumifícador de Ar ........................................................................ 174 .. iv 4.25 Proteção do Transformador .............................................................. 176 APÊNDICE A NOMENCLATUR..A. DA PROTEÇÃ0 .... ...................... .................. 178 BIBLIOGRAFIA ................................................................................. 202 l ZONA DE PROTEÇÃO [ 1.1 Zona de Proteção Conforme apresentado no item 3.33 da referência [46], a proteção de primeira defesa é feita peia proteção principal (primária) e em segunda instància pela proteção secundária, que pode ser local por meio da proteção cm réplica ou remotamente por meio da proteção de retaguarda (back-up). Dependendo da impórtância e do porte do sistema elétrico, pode-se constituir a proteção principal em réplica (redundância), ou seja, classificada em proteção primária e alternativa. Neste caso as proteções são idênticas, ou seja, existem duas proteções desempenhando funções idênticas com hierarquias igLmis, trabalhando com teleproteção. Os equipamentos da proteção primária e da alternativa podem ser em réplica do mesmo fabricante ou de fabricantes diferentes. No caso de haver duas proteções, em que não há redundância, ou seja, uma trabalha com teleproteçào (proteção primária) e a outra com escalonamento pur ) ) ) ) \ ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) 2 Capítulo I zonas (proteção secundária), por exemplo. Neste caso, a proteção principal e a lª zona da proteção secundária podem ser inclusive concorrentes. Os relês de proteção primária constituem a primeira linha de élefcsa, caso esta falhar, os relés da proteção alternativa, devem atuar, assim constituindo a segunda linha de defesa do sistema elétrico. Cada proteção principal e alternativa é efetuada cobrindo linhas ou trechos de linhas ou equipamentos do sistema, cuja cobertura é denominada de zona de atuação ou zona de seletividade da proteção. Em relação à proteção principal, deve-se efetuar a proteção considerando: • que haja superposição nas zonas de atuação dos relês da proteção principal; • cada disjuntor esteja coberto (contido) em pelo menos por duas zonas de atuação dos relés da proteção principal; • sempre entre cada elemento ou coruunto de equipamentos deve existir pelo menos um disjuntor. Para exemplificar a figura 1.1.1 mostra a zona de atuação das proteções principais de partes de um sistema elétrico. Note que quando ocorre um defeito dentro de uma determinada zona, os relés que constituem a proteção principal, devem desligar todos os disjuntores dentro de sua receptiva zona de atuação. Deste modo, para um defeito localizado dentro da superposição de duas zonas, todos os disjuntores das duas zonas devem ser desligados. Este esquema funciona adequadamente, mas tem um inconveniente que ocorre quando existir um defeito dentro da superposição de duas zonas, e num local onde a abertura de alguns disjuntores é desnecessária. Por exemplo, se um defeito ocorrer no ponto k do esquema da figura 1.1.1, desligaria os disjuntores l, 2, 3, 4 e 5, enquanto que somente o desligamento do disjuntor 1 da barra A seria o suficiente. O inconveniente desse desligamento seria retirar um elemento não defeituoso do sistema elétrico. Entretanto a probabilidade da ocorrência desse defeito é muito pequena dado que a zona de superposição é muito pequena e está próxima do disjuntor. Zona de Proteção 3 4 Capítulo I Na prática a zona de atuação da proteção principal se inicia no local da instalação do TC ou dos TCs do circuito elétrico. Nos disjuntores pertencentes à superposição os TCs estão entrelaçados, isto é, os ·TCs estão posicionados de modo que o disjuntor fique no meio, confonne ilustrado na figura 1.1.2. 67 P rotação D i ferenc ial do Gera dor e Transfotmador Barra A Proteção O ife ren eia 1 d& Barra ~7 Proteção Diferencial do Gerador C7 [ Figura 1.1.2 - Localização dos TCs G Cada conjunto de TCs alimenta relés de sistemas de proteção diferentes. Por exemplo, o disjuntor 1 está coberto pelos TCs x e y. O TC y pertence ao esquema diferencial (87) do conjunto (transformador e gerador síncrono), o TC x pertence a proteção diferencial (87) da Barra A. Salienta-se que os posicionamentos dos TCs apresentados na figura 1.1.2 seria o ideal em termos de entrelaçamentos de zonas de proteção, mas na prática é de alto custo e as empresas por motivos econômicos utílizam o esquema apresentado na figura 1.1.5. Algumas vezes, como variante do esquema apresentado na figura 1.1.2, é também utilizados a instalação dos TCs como mostrado na figura 1.1.3. . 1 Zona~ t- 1'---+-J - ... Zona B 1 LT .. Figura 1.1.3 - Cruzamento de TCs sem Abraçaro Disjuntor Neste caso os TCs não cobrem o disjuntor, isto é, o disjuntor está coberto só pela proteção da zona B. Note que no esquema da figura 1.1.3 está apresentado, também, 2 TCs separados, a que constitui em uma alternativa de alto custo. Na realidade, as empresas u[ilizam apenas um TC com vários enrolamentos independentes no secundário, assim nesse caso bastaria um enrolamento primário e 2 emolamentos secundários. Para este propósito, convenciona-se que o símbolo apresentado na figura 1.1.4 corresponde a um TC com l enrolamento primário e 2 enrolamentos secundários. · I·-Zona A ... j•···--·-··~···-···; LT ·-- ·-·-·-· ..••. J Zoná 9-I Figura 1.1.4 - TC com um Enrolamento Primário e 2 Enrolamentos Secundári·os ) ) ) ) ) ) ) ) \ ' ) ) \ 1 ) ) ) ) ) ) ) ) > • 6 Capítulo l A fim de reduzir os custos e a quantidade de TCs utilizados na conjugação dos entrelaçamentos das proteções de barras, as empresas adotam esquemas de proteções em que as ligações ficariam· como as apresentadas na figura 1. 1.5. 87 Proteção Diferencial do Gerador e Transformador f'l'ol~O O.ferencial do Bmra 87 61 Figurn 1.1.5 - TCs com 2 Enrolamentos no Secun<lúrios no Entrelaçamento das Zonas <le Proteção com a Proteção de Barras. Zona de Proteção 7 Note que com esta configuração economizou-se 7 TCs. 1.2 Relé de Sobretensão Os relês de sobretensão operam quando a tensão elétrica ultrapassa um valor pré-ajustado. Recebe a denominação de função 59 pela nomenclatura ANSI. Ver apêndice A. Os relés de sobretensão podem ser classificados em: a) Aspectos construtivos • Eletromecânico; + Eletrônico; + Digital. b) Tempo de al11ação • Instantâneo; + Temporizado. o Definido; o Tempo inverso. O relé de sobretensão eletromecânico, em relação ao aspecto constmtivo, é idêntico ao relé de sobrecorrente tanto para a unidade instantânea quanto para a unidade temporizada. A unidade instantânea e a temporizada de tempo inverso estão apresentadas respectivamente nas figuras l.2.1 e 1.2.2. O conjugado (torque) do relé de sobretensão é dado pela expressão 1.2. 1. 't'Torque = kV 2 - kMola (1.2.1) Em que: V -+ é a tensfLo elétrica na bobina magnetizante do relé de sobretensão. 8 + TP ---, _....;.. ___ __,r 1 + 1 Vs 1 1 L--- Taps o.e.==: espiras Capítulo I ! /Ir-" /. // 11 "":--.· Bobina I ..).~ Magnetizante // ®'~"(/ Figura 1.2. l - Relé de Sobretensão Instantâneo ( 591) TP r---- - - -.....1.. ___ __.,.,.. 1 + 1 1 I Vs 1 1 1 l ______ J Bobina Magnetizante do Relé 59T Figura 1.2.2-Rclé de Sobretensão Temporizado (59T) 1 Eixo 1 1 Disco As unidades têm taps para possibilitar a escolha do ajuste mais indicado para a respectiva proteção instantânea e temporizada a ser adotada para o sistema elétrico em estudo. No relé de sobretensão temporizado de tempo inverso escolhe-se uma curva Tempo x Tensão, conforme família de curvas disponibilizadas pelo fabricante apresentadas, na figura 1.2.3, por exemplo. Dependendo do porte e da importância do sistema elétrico a proteção de elevação de tensão pode ser efetuada utilizando-se um ou mais relês de sobretensão. Por exemplo, num sistema de grande porte, pode-se utilizar 3 relés de sobretensão, conectados entre fases ou entre fase e terra. A figura 1.2.4 mostra uma ligação com relés de sobretensão (59) entre fase e terra. J Zona de Proteção 1 1 1 - 1 1 Relé de Sobretensão -.. - - • 1 -\ , \ Curva de Tempo \ , \' y, 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 •n .\ ' I 1/ I ' II I -\ \ \. \. 1/ / 1/ J J ' \ ~ \. I I I I I , I I - \ '" \.' 'l( I II II \ \ ~ " I J 11 ' "' ... .. li I I .. \ \.. '- J... ~ 'I.. 'L '/.... f / I 'º ... "-~ .,.... ..... 7' .r "'- ' " ", "-. r.... 7' J 1...:. -... ~ ....: -~sg • '7~ r <....: ....... ""..L, - - o 110 llD IJO MO IM - f10 1eo IM too Porcento do valer do Tap ajustado no 59 Figura l .2.3 - Curva Tempo x Tensão do relé de Sobretensão • ~ • Figura 1.2.4 - Ligação dos Relés de Sobretensão Instantâneos e Temporizados 9 ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) \ ) ) ) l ) ) ) ) ). ) 1 ' l ) ) 10 Capítulo I O diagrama funcional de proteção de sobretensão está apresentado na figura t.2.5. + S9l ~ A 1 S9T =r;: 59T 1 S9T 591 :r: B S9l e 52 BA figura 1.2.5 - Diagrama Funcional da Proteção de Sobretensão Pelo esquema apresentado na figura 1.2.5, a proteção de sobretensão só provoca o disparo no disjuntor quando: ~ Ocorre uma sobretensão nas 3 fases com a conseqüente operação das 3 unidades instantâneas. Os contatos das unidades instantâneas estão em série, portanto, somente com os fechamentos dos 3 contatos dos relés o disparo do disjuntor é efetuado. Se ocorrer, por exemplo, uma sobretensão em uma só fase a w1idade instantânea da fase correspondente fecha o seu ) contato, porém não ocorre a operação do disjuntor. ~ Ocorre uma sobretensão em 1 ou 2 fases que se mantém por certo tempo provocando a operação da unidade de sobretensão temporizada. Note que os contatos das unidades temporizadas estão em paralelo, portanto qualquer unidade que atua provoca o disparo do disjuntor. Os TPs podem também serem conectados cm ó. para a liga,ção dos relés entre fases. Apresentou-se aqui a proteção de sobretensão utilizando-~c relés de sobrdensão eletromecânicos para possibilitar um melhor entendimento do funcionamento tisico do equipamento, mas atualmente utilizam-se relés Zona de Proteção 1 1 digitais multifunção, em que a função 59 já está incorporada. Geralmente, a função 59 no relé digital é de tempo definido. Num relé de sobretensão eletromecânico é interessante obter a relação de tensão de atuação (pick-up) e a tensão de desoperação (drop-ow), conforme expressão 1.2.2. Rel ick- u (%) = te~são de atuação_ x 100 P P tensao de desoperaçao drop- out (1.2 .2) Note que a expressão 1.2.2, deve-se principalmente ao relé eletromecânico, em que o fluxo magnético mínimo gerado pela sobretensão que é suficiente para acionar a alavanca fechando os contatos é bem maior que o fluxo magnético gerado por uma tensão menqr que consegue soltar a alavanca do relé, abrindo-se os seus contatos. Pela expressão 1.2.2 este valor é sempre maior que 100%. Note que este problema intrínseco do relé eletromecânico leva a um valor bem superior a l 00%. Quando ocorre uma sobretensão temporária que provoca a operação do relé de sobretensão instantâneo, pode muitas vezes permanecer o contato fechado mesmo com o retorno da tensão nominal do sistema. Por isso, deve- se sempre ter o cuidado para que a tensão de desoperação seja maior que a tensão nominal do sistema, assim garante-se o restabelecimento do relé de sobretensão instantâneo. O relé de sobretensão digital não tem este problema, porque a relação de tensão do pick-up e drop-out é praticamente 100%. A sobretensão no sistema clétiico pode provocar os seguintes problemas: ® Arcos elétricos entre condutores de uma linha transmissão; ® Arcos elétricos nos isoladores; ® Aumento d<t corrente de fuga nos pára-raios; ® Esforços maiores na isolação dos transformadores; ® Esforços maiores na isolação dos geradores síncronos; ® Aumento dos esforços na isolação elétrica dos equipamentos. i 12 Capítulo I l 1.3 Relé de Subtensão O relé de subtensão, função de proteção 27, opera quando a tensão diminui abaixo de um valor pré-ajustado. Construtivamente é idêntico ao relé de sobretensão, mas sua operação ocorre somente quando há uma redução da tensão elétrica no circuito no qlial está instalado. As características e esquemas de ligação são os mesmos da proteção de sobretensão. A curva de temporização desse relé é mostrada na figura 1.3. 1. .... Rdê d ... • !'iUhh: ll:-.1\u , ., ..... ·-1 ~ ~ ,, .... 110 I· } -~ IJ . :J d ~ ~ .. ~Ll;!H_--_ri_:~.;.i.~~. 't~.:i' f.'tn·va '""' h .. ··m•),; . ~ • ~ ~ i.- · ~ ~ !l · J r:: ; !"~ · J . . :I•::::f: : :.~ : : · ,,.-:u-H' ;j.i.f '.l.k. ~ :.1 1 t." · · 10~1: tJ-t' 11:..~ r -:1.1 · ~:1 n: :~-:::- : •. ·d~Pl't·rm , i11~· ·---.. ~~,. · <!"'!11:J..r11!~ /.;;; · ...._~ ..... . -:--: :-i: UJ..!. 8 · 1 ~ 1 11l' J11 : !Ir. IJ : : : : . ' . : ~ 7 ; :....- . t 1 ,-:- 1 1 j' l I~ ! 70 .... : : :~~ : : : : 6 .... , 1 :Â"~ : V. ; : . :::: ·~..-:-::! :~S'!·t1/,:: :y 1 ·t 11"' ! . ••• - ~:- ...l.. : l. . . 4' ;' .j 11: V.i :..i' ..i'/-1+14+--'-+H . ! : ". . '1 : illt H. '! . .Y. 'lji 1 '1 . 11 · 1 1 • '.. -1; • i ~ 1 ~ ' · . . .~ . • . . '. 1 • • 3 '..;._' +-:-,'+rt+tttiH:tt±i :1.i! i ~ ::!:~mi it.,.21'i 1· ~ r - ~ .... "" 1 . , .. ··:·1·~·1L' . I"" ! • i •· ::::~~· ·'- ~ ~.+ 1!. t '····. ':·: .. .. . ·1 · 1 'li l . ..;..t 1 l · · · · · · · · : : ~ : : ~ ! • : . .J... ~ : : : L 112 .• : 1 : : : : 1111 : -- · , .. -=--~' lW 1', 1 , : ' 1111 • i:: 1 : í i ;+ J o IO 'º o 10 20 :ao '*'O '° .-.o 'º " 90 1.00 1. 5 a. ~ Pigw-a 1.3.1 - Curva de Temporização do Relé de Subtensão Os relés de subtcnsão são idênticos aos relés de sobretensão, mostrado na figura 1.2.1, com bobina magnetizante com vários faps para possibilitar a escolha do percentual (%) da tensão ajustada para a qtral o relé irá atuar. A atuação é por ação da desoperação (drop-out) da alavanca. Na operação normal do sistema, a tensão nominal produz um fluxo magnético Zona de Proteção 13 que mantém atraída a alavanca (armadura) do relé, conforme ilustrado na figura 1.3.2. TP L-...-----, Figura 1.3.2 - Relé de Subtensão Instantâneo (271) não Operado A mola neste caso se mantém permanentemente tracionada. Quando a tensão elétrica do circuito diminui abaixo de um valor ajustado, o fluxo magnético diminui e solta a alavanca. A mola que está tracionada puxa a alavanca de volta fechando o contado do relé, isto é, concretizando a operação propriamente dita do relé de subtensão 27. Ver figura 1.3.3. TP , T•p• • ;:= º' +'.r------; +--)\{~l "Pk" /;///~ V-p ':i 1 1: 1 Vs \__ "'...~Bobina . t:f do Relê 271 avanca · " Magnetizante(/ AI [ _______ J I ~-----4 Eixo Figura 1 .3.3 - Relé de Subtensão Instantâneo (27I) Operado O relé de subtensão (27) é utilizado em várias situações na proteção do sistema elétrico, muitas vezes combinado com outros relés. Por exemplo, utiliza-se o relé de sobrecorrente com monitoramento (pennissivo) por subtcnsão. Isto significa qtie a atuação da proteção é combinada, isto é, o disjuntor só receberá disparo se houver atuação dupla, do relé de ) l ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) 1 ) ) ) ) ) ) ) ~- - ..-..---~--- ------------------- ·-------··-- ·--- ·-- .. ) 1 ) ) ) \ ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ! 14 Capítulo l sobrecorrente 51 e do relé de subtensão 27I. O esquema apresentado na figura 1.3.4 mostra como se realiza a operação desta proteção. DJ TC '\·.-·--@ BARRA LT TP \ (--@) Figura 1.3.4- Diagrama Unifilar e Esquemático cm DC da Proteção de Sobrecorrente com Supervisão do Relé de Subtensão (51/27) O esquemático em DC está apresentado na figura 1.3.5. + I ,, I27I :~I Figura 1.3.5 -Esquemático em DC da Proteção de Sobrecorrente com Supervisão do Relé de Subtcnsão (51127) Na representação numérica da ANSI (apêndice A), o relé de sobrecorrcnte temporizado com monitoramento de subtensâo é denominado por 51127. Outra variaote, muito utilizada é a denominada de proteção por relé de sobrecorrente com restrição de tensão. Neste caso, o torque de atuação no relé de sobrecorrente eletromecânico é dependente da tensão, que pode ser por subtensão ou sobretensão. Por exemplo, a figura 1 .3.6-.. mostra o diagrama uni filar desta configuração por restrição de subtensão. Zona de Proteção 15 BARRA ou 51 Figura l.3.6- Relé de Sobrecorrente com Restrição de Subtensão O esquemático em DC está apresentado na figura 1.3. 7. + I 52 I 50ou51 I3A T52a Figura 1.3.7 - Esquemático em DC O torque no relé de sobrecorrente eletromecânico, ou seja, a sua corrente de atuação depende do tap escolhido e varia cm função do valor da tensão elétrica aplicada. após atuação do relé 27. Isto é, a corrente de ajuste do relé de sobrecorrente varia de acordo com a tensão elétrica aplicada e pode ser dada pela expressão 1.3.l. Iajusre 50 ou 51 = Tap50 ou 51 · f (V27) (1.3.1) Para o relé digital ou eletrônico, a corrente de ajuste varia de acordo com a expressão 1.3.2. Iajusce 50 oa 51 == Iaj"statlo no 50 ou SI · f (V27) ( 1.3 .2) Em que: i . ! 1 1 1 ~ i ! - 1 16 Capítulo I f(V 27 ) .... Representa uma função que varia de acordo com o valor da tensão sobre o relé 27. A corrente de ajuste do relé de sobrecorrente 50 ou 51 pode ser visualizada, por exemplo, na figura 1.3.8. lajuste do relé de sobrecor1ente Tap Ajustado V Tensão Nominal Figura 1.3.8 - Curva do lajuste versus tensão V Note-se que com o abaixamento da tensão aumenta-se a sensibilidade do relé de sobrecorrente, esta característica é útil em vários esquemas de proteção, principalmente os utilizados na partidas de máquinas rotativas. A proteção por relé de sobrecorrente com restrição (dependência) de tensão é denominada de SOV ou 51 V. O relé digital de multifunção contém várias funções incorporadas, inclusive a de subtensão 27 e a de sobretensão 59 . .A característica de atuação com respeito à tensão e à temporização são mostradas na figura 1.3.9. Neste caso o relé opera quando a tensão sai da faixa de operação mostrada na figura l .3.9, inclusive as temporizações podem ser diferentes para as funções 27 e 59. r· \ Zona de Proteção l Tempo ·------------------------------ -----·------------ Tempo 1' de Atuação J, L Tensão Figura l.3.9 -Característica de Atuação do Relé de Tensão 27 e 59 17 ) ) ) ) ) ) 1.4 Proteção de Sobretensão para a Terra de Sistemas 1 ) lsofados j ) Num sistema isolado ou aten-ado com uma alta impedância, geralmente para a proteção de defeito à terra, utiliza-se a tensão de seqüência zero obtida por 3 TPs ligados em ti aberto. A figura l.4.1. ilustra esse esquema de ligação. A B C R + Função 3v0 59 64 Figura 1.4.1 -- Relé de Sobretensão Conectados nos Terminais do ti Aberto Neste tipo de sistema c1étrico, quando ocorre um defeito crn relação à terra, haverá um desequilíbrio de tensão com a conseqüente geração de ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ' ) ) ) ) ) ) ) ) ) \ ) 1 1 18 Capítulo l tensão de seqüência zero. Assim, conforme descrito na referência [5}, na ligação em D. aberto aparecerá uma tensão de seqüência zero com o valor de 3V0 que ativa o relé de sobretensão 59. Apesar de o relé ser de sobretensão esta função de proteção é denominada de 64 pela ANSI, dita também de proteção de terra ou de contato à terra. Por exemplo, no circuito de 13,8 kV dos serviços auxiliares de uma subestação, proveniente do terciário ligado em /1 do transformador de potência de 3 enrolamentos, utiliza-se a proteção de sobretensão mostrada na figura 1.4.1. Note que neste caso, em funcionamento normal, a tensão no secundário dos TPs é de 115 / .,/3 = 66,4 V. Em termos fasoriais, tem-se: Vª = 66,4LOº V Vb = 66,4L -120º V Vc = 66,4.L - 240º V A tensão sobre o relé 59 é: VRelé59 = Va + Vb + Vc =zero Portanto em ft.mcionamento normal do sistema elétrico a tensão no relé 59 é nula. Havendo um defeito à terra, no sistema elétrico isolado, as tensões desequilibradas geram tensões de seqüência zero iguais e em fase no secundário dos TPs, e o relé 59 ficará submetido a VRclé59 = 3V0 =3x66,4=199,2 V Desse modo o relé 59 deve ser ajustado com uma tensão bem menor, por exemplo: VAjuste do Relé 59 =V nominal < 3Vo Na prática, na .figura 1.4.1, é necessário colocar em paralelo com o relé 59 uma resistência elétrica (R) de estabilização, principalmente para minimizar as sobretensões advindasda própria operação do relé e também para atenuar possíveis problemas de ferro-ressonância tão comum neste tipo de circuito. 19 RELÉ DIFERENCIAL [ii Relé Diferencial O relé diferencial é um dispositivo de proteção de um equipamento que se baseia no princípio da comparação de corrente elét:tica de entrada e saída, podendo haver vanas possibilidades de conexões, sendo simboHcamente representada pela figura 2.1.1. Elemento Protegido Figura 2.1.1 - Princípio da Proteção Diferencial A função de proteção fundamenta-se na l ªLei de Kirchhoff aplicada ao equipamento, isto é 20 Capítulo 11 i == i,d + i 1· entrada sa• a re e (2.Ll) O dispositivo de -proteção vai atuar do seguinte modo: a) Se i = i . a corrente Í ~i· = O, e o relé não atua, isto é, o entrada ~a1da ' r .... e elemento protegido não apresenta defeito. b) Se í - i < 1 . . a proteção não atua porque a l!ntrada salda - 3JUSIC:: do rele ' diferença de corrente é menor que a corrente de ajuste do relé. C) Se I. - i . > I . . . a proteção arua porque a diferença entrada satda a.1uste do rele , . de corrente é maior que o ajuste no relé. Neste caso há um defeito no elemento protegido. A comparação das correntes elétricas é feita por meio de TCs. A proteção diferencial é largamente empregada na: + Proteção de transfo1madores de potência + Proteção de cabos subterrâneos + Proteção de máquinas síncronas + Proteção de barras + Proteção de cubículos metálicos + Proteção de linhas de transmissão curta A proteção diferencial é denotada pelo número de função 87. Apresentam-se a seguir várias possibilidades do emprego da proteção utilizando o relé 87. lii: Relé Diferencial Comum É uma proteção cm que se uti ! iza um relé de sobrecorrcnt~ ?? ou ~ 1, 1 fazendo a função 87. A figura 2.2.1 mostra o esquema genenco desta , proteção, em que os TCs têm relação 1: 1. Relé Diferencial • Íentrada (secundário) Elemento Protegido Relé • Ísafda (secundário) Figura 2.2. l - Proteção Diferencial Comum na Operação Normal do Sistema Elétrico 21 No caso da figur.a 2.2.1 em que o sistema elétrico está operando normalmente, isto é, alimentando uma carga, as con-entes de entrada e saída são iguais é o relé não opera. Note que a proteção diferencial pode ser empregada em sistemas elétricos radiais e em anéis, sendo que sua zona seletiva de atuação é entre os dois TCs. A figura 2.2.2 apresenta o caso de um curto-circuito fora da zona protegida pelos dois TCs. Elemento Protegido lre~ 1· 1· Bobinaue 2 = 1 magnetização dõ ....__ relé de sobrecorrente Figura 2.2.2 - Defeito fora ela Zona Protegida i, deíeito Supondo o sistema em anel, as correntes que suprem o curto-circuito vêm dos dois lados como mostra figura 2.2.2, mas como o defeito ocorreu fora da zona protegida pela proteção diferencial, os dois TCs vêm a mesina corrente Í 1 , e o relé não opera. Já a figura 2.2.3 apresenta um curto-circuito interno à ligação diferencial. ) ) ) > ) ) ) ) ) ) t ) .1 i ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) 1 ) l 1 ! ) ) ) ) 22 1: 1 Elemento Protegido Írelé = i1 + Í2 Í2 • Figura 2.2.3 - Defeito Dentro da Zona Protegida Capítulo TI Se o sistema for radial a corrente L ;: O, e se for em anel a corrente <- Í 2 será uma corrente de curto-circuito. A corrente que passa pela bobina magnetizante do relé será j 1 + i 2 e a proteção atuará. É importante observar que o uso das ligações anteriores é freqüente. Apesar das ligações anteriores serem usadas, elas apresentam problemas na ocorrência de elevado curto-circuito fora da zona seletiva, mas muito próximo ao TC. Isto se dá devido a: + não ser perfeito o casamento dos TCs; + saturação dos TCs; + carregamento (burden) nos secundários dos TCs, que causam saturação no núcleo; + outros p roblemas inerentes ao equipamento protegido. As situações acima produzem erros nos TCs, podendo provocar a atuação indevida do relé de sobrecorrente que está fazendo a função de proteção 87. Para contornar esses problemas é melhor utilizar o relé diferencial percentual. 1 2.3 Relé Diferencial Percentual .. Relé Diferencial 23 Este esquema de proteção utiliza um relé diferencial percentual apresentado na figura 2.3 .1. TC BOBINA DF, RESTRJÇÀO N2 Elemento Protegido TC Í2 N1 BOBTNAD!l OPERAÇÃO Figura 2.3.l - Relé Diferencial Percentual Note-se que: + Se o elemento protegido for um cabo subterrâneo, uma máquina síncrona ou uma linha de transmissão curta, as correntes Í 1 e i 2 serão iguais. + Se o elemento protegido for um transformador, as correntes Í 1 e i 2 serão determinadas pelas relações de transfonnação do transformad<Jr e que deverão ser compensadas pelas relações de transformação dos TCs e, se necessário, pelo emprego de TCs auxiliares. _ O esque1:na de ~roteção diferencial percentual apresentado pela figura 2.3 . l baseia-se na interação de duas bobinas, que são: + Bobina de restrição, que tem uma derivação central. O campo magnético gerado nesta bobina de restrição atua atraindo um êmbolo produzindo um torque negativo, isto é, contrário ao torque de operação. i 1 24 Capítulo TI • Bobina de operação, cujo campo magnético atrai um êmbolo que produz o torque positivo. O relé 87 irá operar se o torque positivo ( r +) for superior ao torque negativo (r _). O funcionamento básico do relé diferencial percentual da figura 2.3. l baseia-se nos torques gerados nas bobinas de restrições e de operação. Para analisar melhor o funcionamento, apresentam-se os itens a seguir. a) Operação normal do sistema elétrico ou defeito fora da zona protegida. Este é o caso em que as correntes secundá1ias nos TCs do esquema da figura 2.3.1 são iguais (i 1 = Í 2 ). Nota-se que a bobina de restrição é composta de duas partes enroladas no mesmo sentido, portanto as correntes Í 1 e Í 2 produzem um campo magnético concordante que atrai com bastante força o êmbolo, produzindo um forte torque negativo. Já na bobina de operação, a corrente resultante é i 1 - Í 2 =O, ou seja, o torque será nulo. Assim, o forte torque negativo (restrição) garantirá a não operação do relé 87. b) Defeito interno entre os dois TCs. Quando o defeito (curto-circuito) é interno, ou seja, dentro da zona limitada pelos dois TCs, as correntes i 1 e i 2 dirigem-se ao ponto do defeito. Neste caso, tem-se a inversão da corrente 12 como mostra a figura 2.3.2. Para dar ênfase ao funcionamento deste relé, supõe-se que a corrente i-' tenha o mesmo valor em módulo da corrente Í 1 , deste modo, o campo magnético gerado pela corrente i 2 , na meia bobina de restrição, tem sentido oposto ao campo criado pela corrente 11, assim, o campo magnético de restrição resultante é nulo, conseqüentemente não existe torque de restrição. Já a corrente resultante i 1 + i 2 == 2i 1 , passa totalmente pela bobina de operação, produzindo um elevado torque positivo. Note que neste caso, o Relé Diferencial 25 torque de operação é grande e o torque de restrição é nulo, ficando desse modo, garantida a operação do relé. Figura 2.3.2 - Defeito Interno Rsta é grande vantagem desse relé, que se traduz em: + Defeitos externos, o re.lé fortifica a restrição e enfraquece a operação, garantindo a não atuação elo relé. + Defeitos internos, o relé enfraquece a restrição e fortifica a operação, garantindo a atuação do relé. O relé diferencial percentual (87) apresentado na figura 2.3.1 é representado pelo esquema da figura 2.3.3, em que aparece a bobina de operação e a bobina de restrição separada em duas partes. Passa-se a obter a expressão analítica de operação do rei.é díforencial percentual, considerando que as correntes Í 1 e i 2 estão referenciadas de acordo com as figuras 2.3.l e 2.3.3. • Na bobina de restrição, age a corrente resultante que é dada por I -1Í1+i21 corrcme de rc~tdç:lo - 2 ) ) ) ) ) ) ) )> ) ) \ ' ) ) ) ) ) ) ) 26 • Elemento Protegido • i -i 1 2 Bobina de ~~· operação ~> > i2 B _<:__d ,. -obmas e res nçoes Figura 2.3 .3 - Relé Diferencial Percentual (87) Para simplificar, utiliza-se apenas a média dos módulos individuais, isto é TL + 12 J corTente de restriç-ão = -- 2 - cujo torque de restrição será dado por 2 r1 + 12 ( ) 2 T r.Striç.'io CC ( cD resirição) CC --2- • Na bobina de operação, a corrente resultante é, lowação = 1 i i - Í2I e para simplificar utilíza-se 1 operação :::::: I , -12 cujo torque de operação é dado por r ºPº'"''º cc ( <t> operação ) 2 oc ( I 1 - I 2 )2 Portanto, desprezando-se a restrição da mola restauradora, o torque resultante que age no balancim do relé diferencial percentual é dado pela expressão 2.3.1. Relé Diferencial 'r re!é 87 = Z' operação - Z' restrição '""" ~ K,(I, - I,)' - K,(1' : I, )' No limiar (.,.,é 87 ~ O) do relé 87, tem-se: O - K (1 - I )1 -K (11 + 12 )2 - 1 L 2 2 2 I -I ==ff<2 -~ L 2 K 2 l Fazendo-se, a ::::: {i(.; , tem-se vKi 11 - I, =a. 11 + 12 - 2 27 (2.3.1) (2.3.2) (2.3.3) Fazendo-se, y = I , - I2 e I, + l, _ 2 ,., ... x = ---- , tem-se a expressao . .) . .), 2 reescrita como sendo a expressão 2.3.4, que é uma equação de uma reta que passa pela origem dos eixos cartesian0s y _/x. y=ax (2.3.4) I Fazendo-se o gráfico da expressão 2.3.3 de T1 - 12 em função de I +I - 1 -- 2 , tem-se a figura 2.3.4. 2 Em que: a= taga = {&,que é chamado de inclinação, ou declividade (slope) da · ~~ reta do limiar de operação do relé 87. O efeito da mola de restauração do relé só aparecerá para pequenas correntes ele defeito, neste caso, sua ação está representada na figura 2.3 .4, em que a reta não passa pela origem, mas tem um pequeno desvio. 28 Devido ao efeito da mola OPERA Capítulo IT ~miar de operação NÃO OPERA Figura 2.3.4 - Curva de Operação do Relé Diferencial Percentual Para o relé diferencial percentual, devem-se fazer dois ajustes: a) Ajuste da declividade (slope), que pode ser: + 5 a 25% para máquinas síncronas; + lO a 45% para transformadores de potência . Deve-se observar que se a declividade for de 25%, que corresponde a taga = 0,25 e a = arctag0,25=14,04°. Quanto maior for a dec lividade, menor é a sensibilidade do relé. b) Ajuste do valor inicial ou pick-up do relé para compensar o efeito da mola de restauração, seu valor mínimo é limitado por ~, vK: em que K3 representa o efeito da mola. Por exemplo, o ajuste do pick-up ou corrente mínima de atuação do relé, pode ser 0,1 A ou 0,2A, ou o valor recomendado pelo fabricante do relé. Pode-se tcunbém representar o relé diferencial percentual, em um gráfico da COffCnte de retenção r1 em função da corrente de retenção 12 • Relé Diferencial ' 29 ) Para isso é definido outro termo que é a percentagem da corrente diferencial I1 -12 em relação à menor das correntes de retenção I1 ou 12 . por: Supondo-se que 12 < I1 , assim a percentagem diferencial "p" é dada Desenvolvendo-se, tem-se: I = 100+ p. I 1 100 2 Supondo-se que 11 < 12 , tem-se Desenvolvendo, tem-se I == 100 . I, ! 100+ p • (2.3.5) (2.3.6) Usando-se no relé diferencial percentual, o percentual "p" de 10% e 25%, o gráfico da zona de atuação do relé é apresentado na figura 2.3.5. Nota-se que a reta superior da gravata é dada pela expressão 2.3.5 e a reta inferior pela expressão 2.3.6. Assim, para qualquer operação que produza um ponto dentro da 1 rt!gião hachurada o relé 87 não atua. Qualquer ponto de operação fora da gravata representa uma corrente diferencial além do ajustado no relé 87 e a proteção atua. De uma maneira geral na proteção de transformadores ou máquinas síncronas o relé 87 não atua diretamente no dispositivo de abertura do disjuntor. O relé alua ativando o relé auxiliar de bloqueio (86), que providencia uma série de comandos, sendo um deles o disparo da abertura do disjuntor ou disjuntores, conforme pode ser visualizado na figura 2.3.6. ) J ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) 30 Capítulo II 11 =-1ºº 12 100 + a 1 2 4 6 8 1 o 12 14 16 18 20 22 24 {Ampére~ retençao) 12 26 Figura 2.3.5 - Zona de Atuação do Relé Diferencial Percentual em Fonna de Gravata . . ' . . Transformador ou Gerador Síncrono . . : 0 : ~.......... ....... 86 .............. ~ l . Figura 2.3.6 - Diagrama Esquemático da Proteção Diferencial A figura 2.3.7 apresenta o diagrama esquemático simplificado cm DC da atuação <la proteção. Relé Diferencial 31 + - s-2A__,I_s1-A r..,..--SIS-1-s-, l-.--r---,2s__,I-jz-o 1-- , b 69 86 a b 125V~ S2A BA Figura 2.3.7 - Esquemático em DC da Proteção Diferencial Percentual Em que: VM -+ lâmpada vcnnelha, indicando disjuntor fechado. VD-+ lâmpada ver<le, indicando disjuntor abe110. As notações numéricas são identificadas no apêndice A. Note que na proteção de linhas de transmissão com relês 50, 51, 21, 67, 32, utilizam-se TCs com fator de sobrecorrente de 20, com classe de exatidão de 10%. Os TCs utilizados na proteção diferencial, os erros dos mesmos influenciam no ajuste do relé, portanto esses TCs devem ter precisão analisada para cada caso. e podem ser de classe de exatidão de 2,5%, de 5% ou de 10%. Desse modo, em alguns casos, os TCs da proteção diferencial devem ser melhores do que os T Cs das outras proteções. . ', 32 TELEPROTEÇÃO \ 3 .1 Tele proteção A proteção que utiliza comunicação entre os relés das barras adjacentes de uma 1 inha ele transmissão é denominada de teleproteção. O principio básico da teleprorcção é a utilização da proteção diferencial (87) a distâncía, em que a tra.nsmissão do sinal de um relé ao outro é feita pelas vias de comunicação. Do mesmo modo da proteção diferencial, o trecho supervisionado (selecionado) para a proteção é o compreendido entre os 2 relés. A figura 3.1.1 mostra simplíficada e esquematicamente a proteção da linha de transmissão utilizando a teleproteção. Barra A Barra B - - - ------- -- - -- (~~\ _____ } Via de Comunicação \'.~,; Figura 3.1.1 - Teleprotcção Teleproteção 33 A filosofia da teleproteção é a mesma da proteção utilizada no sistema de energia elétrica, com o adicional que a confiabilidade da tecnologia da comunicação é fundamental. A teleproteção basicamente utiltza ~ processos para a ação de desligamento do trecho em defeito. Os 2 processos são: + comunicação efetiva ou não entre os relês, para o bloqueio do desligamento do disjuntor; + comunicação entre os 2 rclés. para o desligamento efetivo dos disjuntores. Na teleproteção a necessidade de se utilizar a proteção principal e alternativa é impo1tante, possibilitando a garantia de seletividade de 100% da linha de transmissão. Na teleproteção as vias de comunicação, conhecida como canais piloto, podem ser de vários tipos: + fio piloto; + onda portadora (Carrier); + microondas; • fibras ópticas do tipo: 7 cabo dielétrico de fibra óptica; 7 cabo OPGW. Na teleproteção é imprescindível que o meio de comunicação tenha alta confiabilidade e alta velocidade. Isto porque a teleproteção é um componente incorporado ao sistema de proteção. Desse modo é importante considerar a segurança do meio de comunicação, principalmente quanto à sua exposição física. Geralmente em linhas de transmissão, o sistema de comunicação abrange todo o comprimento da lir:ha, ficando exposto a toda sorte de riscos, inclusive o de vandalismo. Os mecanismos das vias de comunicação são resumidamente apresentados a seguir. ) ) ) .) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) > ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) J ·, 34 Capítulo TU Fio piloto é um condmor fisico utilizado para conduzir (transmitir) o sinal de comunicação entre os sistemas de proteção instalados em cada terminal do elemento protegido. O condutor, meio de propagação,pode dependendo do tipo de proteção, ser: o Fios telefônicos; o Cabos elétricos; o Fios nus. A comunicação por fio piloto é feita por um par de condutores, em que o sinal de transmissão pode ser efetivado (transmitido) por: • Corrente continua (DC) • Corrente alternada (AC) em 60 Hz; • AC em sinal de áudio. O esquema de proteção utilizando fio piloto é mais indicado quando o elemento protegido for de pequenas dimensões, tab como: ~ Transfonnador; ~ Gerador síncrono; ~ Cabos elétricos, principalmente os subterrâneos; ~ Linha de transmissão curta. Pode-se utilizar o fio piloto para proteção de linha de transmissão cu1ta de até 30 km, mas na prática não é muito usado. No tipo de proteção por fio piloto, por exemplo, utiliza-se a mesma filosofia do relé diferencial (87) adotada no transformador de potência, sendo que neste caso a proteção diferencial é feita por 2 equipamentos de prott::ção instalados em cada terminal da linha de transmissão. A figura 3.2.1 mostra a proteção diferencial (87) de um transformador de potência. Substitu indo o transfom1ador por uma linha de transmissão e uti li7.anclo a proteção diferencial com o emprego de 2 relês em cada terminal, tem-se a figura 3.2.2. Note que ao se unirem os 2 relés da extremidade da linha de transmissão, têm-se a constituição do relé diferencial tradicional. Teleproteção Restrição 1 Transformador - Bobina de Operação \ Bobina de Restrição 2 Figura 3.2. 1 - Proteção Diferencial do Transformador Barra A .. Bobin~ do .> Restrição 1 Linha de Transmissão s- Bcbina de ~ OptiraçAo 1 \ ;, Fio Piloto Bobina de ~ Operação 2---\ .. Figura 3.2.2 - Proteção com tio Piloto Barra B 8obir.ade Resltiçào 2 35 Identicamente à proteção diferencial comum, nos relés da figura 3.2.2 as bobinas de restrições produzem ação para a não operação e as bobinas de operação produ7.em ação para a operação da proteção provocando o desligamento dos disjuntores. Simbolicamente a tclcproteção, com vias de comunicação através do canal piloto com o uso de rclés 87 em cada terminal da linha de transmissão, é representada pelo esquema da figura 3.2.3. Barra A Barra 8 Linha ele Transmissão -.-·-·- Vl1:1 de Comunicação _ ........ C;;r11:1I Piloto Figura 3.2.3 - Esquema Básico da Teleproteção com Canal Piloto 36 Capítulo III No esquema da figura 3.2.2, com o sistema elétrico operando em condição nonnal, as correntes no circuito secundários dos 2 TCs. são apresentadas na figura 3.2.4, que é o mesmo caso para um curto-circuito no ponto 1. Barra A Barra B Linha de Transmissão Fío Piloto Figura 3.2.4 - Operação Normal Nesse caso, com não há defeito na linha de transmissão, a coITcnte é a mesma no início e no final, desse modo, as correntes secm1dárias nos TCs são as mesmas e não passa correntes pelas bobinas de operação nos 2 relés das extremidades. As correntes passam somente pelas bobinas de restrições garantindo a não operação dos relês. Urna característica deste tipo de esquema de proteção é que na operação normal do sistema elétrico sempre circula corrente pela cablagem do canal piloto. Assim, quando ocorre um defeito na cablagem do canal piloto, devidamente a proteção pode provocar o desligamento do elemento protegido. A figura 3.2.5 mostra o sentido das correntes elétricas para o caso de curto-circuito na linha de transmissão. Barra A Barra B • Linha de Transmissão i' • Curto-circu ito Fio Piloto Figura 3.2.5 - Curto-circuito na Linha de Transmissão Nesse caso de cmto-circuito na linha de transmissão, a título de exemplo, supõe-se que as correntes I e I' são iguais em módulo. Assim, deduz-se que não passa corrente pela cablagem do fio piloto e toda a corrente passa na bobina de operação de cada relé com o conseqüente disparo dos disjuntores, em cada extremo da linha de transmissão. Na T eleproteção 37 realjdade as correntes de curto-circuito proveniente das barras A e B não são iguais e pela cablagem do canal piloto passa a diferença das correntes. Pode-se, também, efetuar o mesmo tipo de proteção utilizando o esquema de proteção por oposição de correntes. Neste tipo de proteção, em operação normal do sistema elétrico, não passa corrente pela cablagem do fio piloto, corno mostra a figura 3.2.6. Barra A • • ,/ Bobina de restrição Linha de Transmissão "~Bobina de operação Barra B Figura 3.2.6 ·· Proteção por Canal Piloto em Oposição na Operação No1mal Havendo um defeito na linha de transmissão, uma das correntes de curto-circuito inverte-se na extremidade, o que, por sua vez, determina a condução de corrente pela cablagem do canal piloto, com mostra a figura 3.2.7. Barra 8 • Linha de Transmissão • • • i' =i restrição "-.;~ Bobina de operação 87 Figura 3.2.7 - Defeito na Linha de Transmissão Neste exemplo da figura 3.2.7, foi considerado que Í = i 1 . 1 3 .3 Fibra Óptic~ ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ' ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ':[ ) ·[ ) 38 Capítulo IIl No esquema apresentado na figura 3.2.3 o canal de comunicação pode ser feito por um cabo dielétrico de fibra óptica, como está representado na figura 3.3.1 . Barra A Barra B Linha de Transmissão • • ·_d)I 1-0--J 1 l Transdutor -":.. ____ e~~ Fi~~~ Ó~i~ __ --0 Fotoelétrico ...-· ~ Figura 3.3.1 - Teleproteção com Cabo de Fibra Óptica Este esquema de teleproteçào é similar ao de fio piloto, em que o meio fisico da via de transmissão é constituído por um cabo de fibra óptica. Neste tipo de teleproteção, o sinal elétrico obtido no relé 87 é dirigido ao transdutor fotoelétrico, que o transforma em um sinal luminoso equivalente. O sinal luminoso, que tem uma freqüência dentro do espectro cio infravermelho, é transmitido pela fibra óptica ao outro terminal, assim se estabelece à comunicação entre os rclés dos te1minais da linha de transmissão. Com a informação das conentes nos 2 terminais da linha de transmissão, e de acordo com o esquema de proteção adotado, os rclés podem: rP não operar; {/> operar; {/> bloquear a ação de desligamento do disjuntor remoto; {/> permitir o desligamento de um disjuntor remoto; {/> bloquear o religamento. As vantagens da utilização da fibra óptica no esquema de proteção da figura 3.3.1 são: © O cabo de fibra óptica não está sttjeito à interferência eletromagnética e eletrostática; Teleproteção © Rapidez na transmissão do sinal luminoso; © Precisão nos dados transmitidos; 39 © Disponibilização de vários canais de comunicação possibilitando as realizações de outras funções, tais como: telefonia, medição, supervisão e controle, transmissão de sinal de áudio e de vídeo, principalmente para ações de segurança do monitoramento do pátio das subestações; © Mudança de ajustes de relés; © Possibilidade de ações de autodiagnose na integridade do sistema de proteção com respeito aos relês e das fibras ópticas e transmissão do sinal; © Canal de comunicação dedicado e seguro para as ações de transferência de sinal objetivando o bloqueio ou o disparo do disjuntor remoto; © Pequena atenuação do sina] transmitido cobrindo grandes distâncias de comunicação; © Separação galvànica entre os circuitos elétricos do sistema de proteção com o sistema de fibras ópticas; © Grande largura de banda; © Extremamente leves. A fibra óptica é constituída de um núcleo de sílica, revestido com uma camada de silicone. Para con.finm ainda mais os raios luminosos dentro do núcleo de sílica da fibra óptica, há necessidade de aumentar o índice de refração. Com esse propósito dopa-se a fibra com Ge02 (dióxido de germânio) e Si02 (dióxido de silício). As fibras ópticas de acordo com o tipo de transmissão e índice de refração podem ser: • Fibra óptica monomodo, que utiliza diâmetros de 9 ~tm. e 10 µm, com comp1imento de onda (Ã.) de 131 nm e 1550 nm, tem menor atenuação no sinal, é empregada para grandes distânciasde transmissão; • Fibra óptica multimodo que se divide em: 40 Capítulo IU ~índice degrau que tem dois índices de refração, um para o núcleo e outro para a casca. São fibras grossas com diâmetro de 100 µma 850 µm. Sãó empregadas em distâncias curtas. ~Índice gradual que apresenta índice de refração variável, a dimensão do núcleo é de 50 µm, 62,5 µm e 100 µm, e da casca de 125 ~tm e 140 ~tm. Podem ser usadas em maiores distâncias com atenuações de l a 6 dBíkm. A fibra óptica multimodo, tem diftmctro do núcleo de 50 ~Lm, 62,5 µm e 200 ~Lm, com comprimento de onda da luz emitida na ordem de 650, 820 e 1300 nm. Os transdutores (conversores) fotoelétricos dos relés em cada te1minal da linha de transmissão devem ser compatíveis, isto é, devem gerar sinais luminosos com o mesmo comprimento de 011da. Os cabos de fibra óptica podem ser simples ou acompanhados de um cabo (gu ia) de aço. O cabo de fibra óptica com guia de aço possibilita lançar o cabo em maiores vãos entre torres de transmissão e resguarda de tensiona.mcntos mecânicos nas fibras. A perda de sinal na fibra óptica é medida em dB. Deve-se considerar as perdas cm dB em todo o sistema de transmissão do sinal de fibra óptica, concernentes às emendas, às conexõe.s e os cabos propriamente dito. Por exemplo, o cabo de fibra óptica de 9,3 µm cem perdas de: • 0,4 dB/km para/,:::: 131 O nm; + conector, perdas de 2 dl3iconeccor; + emenda, perda de 0,4 dB/emcnda. A distância de comunicação direta entre relés fica limitada pela geração de sinal no conversor e pelas atenuações de s inal no sistema de comllnicação. Estas limitações restringem a operação direta entre relés cm tomo de 50 km. l 3 .4 Cabo OPG\V J - Teleproteção 41 Cabo OPGW (Optical Grottnd Wires) é um cabo condutor metálico, onde coaxialmente estão instalados os cabos de fibra óptica. Ver figura 3.4. l. ...S-- Fibra Ótica Figura 3.4.1 - Cabo OPGW O cabo OPGW é utilizado como cabo de cobertura (cabo pára-raios ou cabo guarda) ele uma linha de transmissão. Ver figura 3.4.2. Figura 3.4.2 - Cabo de Cobertura do tipo OPGW O cabo de cobertura está aterrado n.a tone de transmissão. Assim, na ocorrência de uma descarga atmosférica, o raio será captado pela patie metálica do cabo de cobertura, será conduz ido até à torre mais próxima, e ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) :1 1 42 Capítulo IH será escoado a terra pelo aterramento (contrapeso) do pé da torre. Esta condução do raio não afeta a transmissão do sinal luminoso dentro do núcleo da fibra óptica. O esquema da teleproteção e da via de comunicação é apresentado simbolicamente pela figura 3.4.3. Barra A TC1 • Linha de Transmissão • CaboOPGW - Trans:issor 1 Receptor i==========I de Sinal Canal de comunicação • • Transmissor e Receptor de Sinal Figura 3.4.3 - Teleproteção com Cabo OPGW Barra 8 Neste tipo de teleproteção a comunicação entre os relés é feita pela transmissão do sinal pelas fibras ópticas contidas no cabo OPGW, possibilitando efetuar vários esquemas de proteção. Apenas para ilustração, por exemplo, o cabo OPGW com 18 pares de fibras ópticas pode trafegar cm cada par, 7560 canais, perfazendo no total 136.080 canais de comunicação. A transmissão com OPGW pode cobrir grandes distâncias com a introdução de repetidora de sinal. Desse modo, pode-se utilizar a transmissão de sinal pela fibra óptica, para o uso da: © Proteção; © Comunicação telefônica; © Transmissão de sinal de TV; © Comunicação via Internet; © Comunicação do sistema de supervisão e controle; l Teleproteção 43 © Serviços para companhias telefünicas ou de TVs não pertencentes à empresa. Isto é, podem-se comercializar os canais excedentes para empresas particulares. [ 3 .5 Onda Portadora A transmissão por onda portadora é feita utilizando o meio físico, isto é, o próprio cabo condutor da linha de transmissão para a propagação do sinal de comunicação. O sinal a ser transferido é modulado na onda portadora, é injetado na extremidade da linha de transmissão e é recebido na outra extremidade onde é demodulado, isto é, o sinal é separado da onda portadora. Este sistema é conhecido por OPLAT - Onda Portadora sobre Linha de Alta Tensão. O esquema da figura 3.5.1 mostra os elementos básicos da teleproteção com onda portadora (Sistema Carrier). Bobina de Barra Bloqueio TC de Carrier J--0 1 'ãOOô' l L_y Í} c, l i J ' i Transmissor e Receptor Carrier r } ~ 9 Chave Canal de Comunicação Linha de Transmissão L TP .__ ___ _.r...;·-;-;.....·~ ...... ,- _;·· ..... ; ---...., li :•o••••• ., • ••••..,•; Figura 3 .5.1 - Teleproteçâo Onda Portadora (Carrier) O sinal é transmitido por urna onda prntadora de alta freqüência na ordem de 20 a 400 kH7., que se superpõe à corrente elétrica {60 Hz) da 1inha de transmissão. Cada sinal, com sua respectiva freqüência, propaga-se independentemente como se o outro sinal não existisse, apenas seus efeitos são somados. O receptor, no outro extremo da linha de transmissão, que está ·' 44 Capítulo m sintonizado na freqüência Carrier, absorve apenas o sinal da onda portadora, sendo que a con-espondente demodulação extrai o sinal da informação: Para a finalidade de usar o sistema Carrier por onda portadora na teleproteção, há necessidade de apenas apresentar a figura 3.5. l de modo mais simplificado, como mostra o desenho da figura 3.5.2. Bobina de Bloqueto de canal de Barra A TC Carrlar Comcnicação TC 1-0 e~ n rnõO'ó''--"T"'""--------.--'rnõO'ó' -•,/"'"', · l Linha ce Transmissão 1 j_-e Capacitor _,__ 8 ! l_ ..... . T R R T figura 3.5.2 - Sistema Carrier Barra B D--1 l Em que T representa o transmissor e R o receptor da onda portadora Carrier. Os equipamentos que constituem o sistema de transmissão por onda po1tadora podem utilizar a tecnologia digital, porém a transmissão da onda portadora pda linha de transmissão é feita sempre no modo analógico. O sistema complclo da transmissão por onda portadora (Carrier), sucintamente é composto pelos seguintes equipamentos: • Bobina de bloqueio do Carrier; • Divisor Capacitivo de Potencial (DCl>s); • Equipamento de sintonia; • Transmissor Carrier; • Receptor Carrier; • Filtro da ouda. O capítulo 2 da referencia [5] foi dedicado ao equipamento DCPs contendo o seu funcionamento e utilização. A faixa de freqüência utilizada para a propagação de sinal confinada na linha de transmissão, cm comparação com outras freqüências, é mostrada na figura 3.5.3. Teleproteção 45 20kHz 3DkHz Rádio Navegação 400kHz 535kHz ~+-~f---+~~~~~~~~~~+,~~·~~-+----1-~~~-1- 16kHz 200kHz 405kHz ., __ - ---------- Faixa Carrier -- ---- - ------+- Figura 3.5.3 - Faixa de Freqüência Carrier -Rádio Difusão Freqüências menores que 20 kHz prejudicam o acoplamento com os DCPs, e para freqüências maiores que 400 kHz as perdas de transmissão do sinal são mais acentuadas e também começa a haver interferências com os serviços de rádio. O sistema de proteção que utiliza onda portadora (Carrier) depende muito da incegridade dos condutores da linha de transmissão. Scmdo prejudicados nos seguintes casos: ® Abertura dos condutores da linha de transmissão; ® Curtos-circuitos; ® yfanobras de disjuntores; ® Interferências eletromagnéticas; ® lnterferência eletrostática. l 3.6 Microondas Na transmissão por microondas o meio de propagação do sinal é pelo ar. O sinal é transmitido numa freqüência de 900 kHz a 20 MHz. O sinal de alta freqüência da microonda é dirigido por antenas parabólicas de ponta a ponta. Por este motivo as antenas parabólicas devem estar colocadas em torres de comunicação para que sua visada tenha longo a.lcance. Ver figura 3.6.l. A faixa de freqüência deste sistema de comunicação é: + UHF de 300 MHz a 3 GHz; • Microondas de 3 GHz a 30 GHz. O sistema de comunicação por microondas é muito complexoe caro. As antenas parnbólicas devem estar direcionadas umas em relação às outras, de modo que o sinal seja transmitido entre as torres de comunicação ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) 46 Capítulo III até o seu destino final. Em condições favoráveis a máxima distância entre duas torres pode ser de até 60 km. Antena Parabólica Cabo Guia ........ -.-_ -~ -- de Microondas Equipamento de Transmissão e Recepção Figura 3.6.1 - Torre de Comunicação de Microondas Este sistema sofre inf1uência das condições atmosféricas, sendo um problema para a fidelidade desse sistema de transmissão, principalmente para a teleproteção. A vantagem desse sistema é que a comunicação independente dos efeitos das correntes de curtos-circuitos na linha de transmissão e das interferências eletromagnéticas geradas na subestação. Ll3_._7_T_i~p_o_s_d_e_S_'i_st_e_1n~as~d_e_T_e_le~p~r_o_t_eç~ã_o~-.,.-~~~~~~-- J Os sistemas complexos de proteção que utilizam a técnica de comunicação entre subsistemas de proteções são conhecidos genericamente por teleproteção. As proteções e as comunicações enh·e relés podem ser efetuadas com o emprego de várias técnicas, denominadas: a) Sistema de Bloqueio por Comparação Direcional ou Sistema de Comparação Direcional por Bloqueio - CDB - (Blocking); b) Sistema de Comparação Direcional por Desbloqueio - CDD - (Unblocking); Teleproteção 47 c) Sistema de Transferência de Disparo Direto por Subalcance (Direct Underreach Transfer Trip-DUTT); d) Sistema de Transferência de Disparo Permissivo Por Subalcance (Permissive Underreach Transfer Trip -: PUTT); e) Sistema de Transferência de Disparo por Sobreakance (Permissive Overreach Transfer Trip- POTT). Existem vários sistemas de proteção que utilizam os esquemas anteriores ou suas variantes, sendo que alguns serão apresentados nos itens a seguir. Neste tipo de esquema qualquer relé pode ser utilizado, sendo os mais usuais os relês 21, 67, 50, 51 . ._3_._8_S_i_s_te_rn_a_d_e_B_l_o....'!q'-u_e_io'""'p!Lo_r_C_o_m.....Jp[_a_1_:-.1.::_!ç~ã....::.o-=D=-1=· r....::.e..:.ci:..:o:..::n:.:a:.:..l ___ _J O sistema de bloqueio por comparação direcional (CDB), conhecido também por Blocking, utiliza o sistema de comunicação para enviar um sinal para bloquear, isto é, para não permitir a operação de abertura do disjuntor remoto adjacente. Por este motivo, o sinal enviado pelo canal de comunicação será utilizado para impedir a operação de àesligarncnto do disjuntor, mesmo que a proteção local queira abrir o disjuntor. O sinal é de bloqueio ela abertura do disjuntor, daí advindo o nome sistema de bloqueio por comparação direcional. Para o caso de proteção principal e alternativa, quando se têm 2 sistemas de proteção separados e independentes por terminal da linha de transmissão, é garantida a atuação da proteção local, sem preocupação com a obrigatoriedade da atuação da proteção de retaguarda remota. Pode-se utilizar o sistema ele bloqueio por compm·ação direcional (CBD), apresentado a seguir, Cltjo diagrama unifüar é mostrado na figura 3.8.1. Figura 3.8. l - Diagrama Unifilar do Sistema Elétrico para a Proteção C.DB 48 Capítulo m No diagrama uni filar da figura 3 .8.1 está apresentado somente à proteção primária da l T AB de uma configuração em anel. Na barra A, o relé 21P está direcionado no sentido ·da linha de transmissão LT AB e sobrealcança a barra remota B e vai até, por exemplo, a 40% da próxima linha de transmissão, LTsc, e o relé 21S (instantâneo) está direcionado ao sentido contrárío (reverso) e alcança a bana adjacente, ban-a D, como mostrado no esquema da figura 3.8.1. A filosofia do CDB é que sempre que o relé 21 S vê o defeito, um sinal de comunicação é enviado para a outra barra para não deixar que o disjuntor abra, isto é, o sinal é enviado para BLOQCEAR a abertura do disjuntor da barra remota. Na proteção da figura 3.8. l, as zonas de atuação do relé 21 são designadas por P e S, em que P significa proteção piloto ou principal e S significa Scart, ou seja, partida (disparo) do transmissor que envia um sinal pelo sistema de telecomunicação para a outra barra. O diagrama funcional em DC do sistema de bloqueio por comparação direcional aplicado ao diagrama unitilar da figura 3.8.1 está mostrado na figura 3.8.2. + Relé de Tempo Relé de ~ Tempo - -Q---1 ! RC 1 21P -~~-L-=i BA T 1 D 1 • _J_ - I RC 1 218 + .! TR-r--j f-- Figura 3.8.2 - Diagrama Funcional em DC do CDB Em que: 21 -+ relé de distância. Poder-se-ia utilizar um outro relé no lugar do relé 21, por exemplo, o relé 50 ou o relé 67; 21P -+ contato do relé 21P; Teleproteção 49 21S-+ contato do relé 218; BA -+bobina de abertura do disjuntor; IR -+ transmissor, equípamento que envia o sinal de comunicação para a barra remota; . RC -+ receptor, equipamento que está sintonizado para receber o sinal de comunicação enviado pelo transmissor da barra remota. Quando o receptor RC recebe o sinal de comunicação, o seu contato RC abre; Relé de Tempo-+ fecha o seu contato To quando transcorre o seu tempo ajustado. O tempo de ajuste T 0 = 6 a 20 ms. O tempo de ajuste T 0 é um tempo muito baixo, mas deve ser maior que o tempo da propagação do sinal de transmissão de uma barra a outra. Ou seja, To > Tempo de propagação do sinal pelo sistema de telecomunicação. Este tempo To muitas vezes já vem incorporado no equipamento fornecido pelo fabrícante, e está fixado entre 15 a 20 ms. Passa-se a seguir a analisar a atuação da proteção para os defeitos assinalados no diagrama unifilar da figura 3.8.1. a) Defeito no ponto F 1 da linha LT_.\B· As proteções das barras A e B, atuarão com ·o acionamento dos seguintes contatos. Terminal A • Fecha o contato 21P que energiza o relé de tempo; • Transcorrido o tempo To, o relé de tempo fecha o seu contato T0: • O disjuntor A é desligado. Terminal B • Fecha o contato 21P que energiza o relé de tempo; • Transcorrido o tempo T 0, o relé de tempo fecha o seu contato T 0; • O disjuntor B é desligado. Note que neste caso, nenhuma proteção 218 viu o defeito, portanto nenhum sinal de comunicação foi enviado. b) Defeito no ponto F2• ) ) ), ~"· ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) 1 1 ·[ 1 1 1 l l 1 l ' • 1 l ! 50 Capítulo III Este defeito é fora da LT AB, portanto nenhum disjuntor deve ser desligado. A seqüência de atuação da proteção é a que segue: Terminal B • Fecha instantaneamente o contato 21S; • Ativa-se o transmissor B, que envia um sinal pelo sistema de telecomunicação para o receptor A da barra A. Terminal A • Fecha instantaneamente o contato do relé 21P; • O receptor A recebe o sinal do transmissor B e abre o seu contato RC. Note que o contato RC estando agora aberto, não será mais possível efetuar a operação de abertura do disjuntor A, isto é, o disjuntor A está bloqueado; + O relé de tempo fecha o seu contato To no tempo To. Note que o tempo To> tempo da propagação do sinal de comunicação entre as barras; • O disjuntor A permanece fochado, em operação normal. O probiema neste tipo de sistema de proteção de bloqueio por comparação direcional é que: ® Se houver um defeito no sistema de telecomunicação, de modo que o sinal seja emitido indevidamente, a abertura do disjuntor fica bloqueada, independente da atuação da proteção local. ® Se houver uma falha no sístema de telecomunicação, de modo que o sinal transmitido não chegar no receptor remoto, poderá haver atuação indevida da proteção local para defeito fora da linha de transmissão. Fato este que geralmente ocorre neste tipo de esquema de proteção. Como não se sabe se há defeito no sistema de telecomunicação, há necessidade de uma constante vigilância no sistema para garantir o seu desempenho. O esquema funcional apresentado na figura 3.8.2 é simplificado, narealidade o esquema é mais complexo e, pode-se citar que o receptor não Telep1·oteção 51 promove a abertura do contato RC. Esta função é feita por um relé 85 auxiliar. O funcionamento baseia-se no esquema mostrado na figura 3.8.3. RC --~~- l é ~-~ ~/ Sistema de Telecomunicação Figura 3.8.3 - Relé 85 Quando o receptor recebe um sinal de comunicação, ativa o relé 85 que promove a abertura do contato RC. O relé 85 tem também outros contatos auxiliares NA e Nf, para realizar outras funções. Geralmente, provoca-se um retardo intencional no tempo de rearme do relé 85, a fim de evitar problemas na proteção de linhas operando em paral~lo. No esquema de proteção apresentado, a seletividade é de 100% da linha de transmissão com um tempo de atuação de To. l 3.9 Sistema de Desbloqueio por Comparação Direcional Sistema ele proteção de desbloqueio por comparação direcional (Unblocking) será analisado em relação ao diagrama unifüar da figura 3.9.1. D A -' F, p .._._ B F 2,. C ..-ofo~~~~~~=~~~~5~6~+~~~~~~r 0 é ~ ~ ~- é p fiaura 3.9.1 - Diagrama Unifilar o Os relés de proteção de cada barra têm direcional idade para a linha de transmissão com sobrealcance da linha adjacente. l 1 1 1 1 52 Capítulo III A filosofia do sistema de proteção de desbloqueio por comparação direcional (CDD) é manter um canal de comunicação sempre ativo e mantido numa freqüência chamada de guarda Portanto, o sinal permanente no canal é indicativo que o canal de transmissão de telecomunicação está funcionando cm perfeito estado, isto é importante porque é uma garantia de que quando houver defeito no sistema elétrico o canal de comunicação está pronto para enviar um novo sinal de desbloqueio em uma nova freqüência, diferente da freqüência do canal guarda. O sinal de desbloqueio é sempre no sentido de promover o desligamento do disjuntor. Na operação normal do sistema elétrico, no sistema de proteção CDD, é sempre enviado. permanentemente, um sinal de guarda (na freqüência guarda) entre os sistemas de proteção da barra A e B, que mantém aberto o contato que está em série com a bobina de abertura do disjuntor. Havendo defeito no sistema elétrico a proteção troca a freqüência do canal de comunicação para freqüência de desbloqueio, que será enviada para a outra barra, no sentido de permitir o desligamento do disjuntor remoto. Portanto a lógica do CDD é: 7 Freqüência de guarda significa operação normal do sistema e os disjuntores devem pem1anecem fechados; 7 Freqüência de desbloqueio significa defeito no sistema elétrico e os disjuntores devem ser desligados. O esquema funcional do diagrama unitilar apresentado na figura 3.9.1 está mostrado na figura 3.9.2. + P BA ~~ ~ oRCo--· · ~ Sistema de Telecomunicação BA P --"PllY'- -O RC ~ .. ~ .,-4r 1 "'-~I Figura 3.9.2 - Funcional cm DC do CDD + ) _T_e_l~ep~r_o_te_ç_ã_o ________________________________________ ~~S::.::.,3 ' Se o sinal guarda está em funcionamento é porque o sistema de telecomunicação está em funcionamento normal. A seguir apresenta-se a atuação das proteções para os defeitos assinai ades no diagrama w1ifilar da figura 3. 9 .1 . a) Defeito no ponto 1?1 dentro da L TA.B. Os relés operam na seguinte seqüência: Terminal A • Fecha o contato P do relé da barra A; • Ativa-se o transmissor A, que muda a freqüência do sinal de comunicação transmitido. A freqü~ncia do sinal é comutada da freqüência de guarda para a freqüência de desbloqueio; • O receptor A recebe o sinal de comunicação na freqüência de desbloqueio que foi enviada pelo transmissor B. O receptor A fecha o seu contato RC; • Ariva-se a bobina de abertura BA que promove o desligamento do disjuntor A . Terminal B Seqüência igual a do terminal A. Observa-se que o sinal na freqüência de desbloqueio provoca o desbloqueio (permissão) de operação de des ligamento do disjuntor. b) Defeito no ponto F 2 fora da LT All· A seqüência de atuação dos relés é: Terminal B A proteção deste terminal não vê o defeito em F2, portanto nada acontece. • O receptor B recebe o sinal do transmissor A na freqüência ele desbloqueio e fecha o seu contato RC, mas não há operação do disjun tor B porque o contato P permanece ahe1to. Te1minal A A proteção deste terminal vê o defeito F2 e: ) - ) ) ) ) ) 1 1 ) ) 1 1 J ) ! ) 1 ) 1 ) 1 ) ' 1 ' i ) . 1 l ) 1 1 ) l .1 ) ' 1 1 !' ) ! 1 i '.' 1 : 1 ;. l il • 1, ) t i. • 1 l } 1 l1· 1 ,, ) ? ir í 11 1' l 1 ' 1 i i ; ' ) ! ) 1 ~ ) ) ) 54 Capítulo HI • Fecha o contato P do relé A; + Ativa-se o transmissor A, que permuta a freqüência do sinal que é enviado para a bana B. Note que não há operação do disjuntor A. porque o receptor A não recebe sinal na freqüência de desbloqueio. Observação: Este sistema de proteção de desbloqueio por comparação direcional (CDD) é mais simples que o CDB, é mais confiável devido à existência pcmmnente do sinal guarda. Normalmente o tempo de comutação do sinal de comunicação dá-se em 5 ms. 3 .1 O Sistema de Bloqueio por Comparação Direcional - Variante Este esquema é utilizado na proteção tradicional com relés de distância que usufmi do sistema de comunicação. Para assimilar com mais propriedade estes fundamentos, o diagrama unifilar da figura 3.10.1 mostra as zonas de atuação do sistema de proteção instalado nas barras A e B com sentido direcional para dentro da linha de transmissão, isto é, como indicado pelas setas sobre os TCs. FD Direcional 67 A ZR z, A -+ F F ,.. ~ B F C 'A_'C> l r-.cA; 21 1 1 ,y-, (~~' ,1.~fu----+ 50% \::.) - -J L' - 0' ZO% s. 80% é ' 03150% ~ z, 1 ------ - - - ------ FD Direcional 67B - 1 ZR Figura 3.10.1 - Alcance das Zonas dos Relés 21 Neste esquema os relés de distancia 21 têm seus ajustes de zonas de atuação e suas correspondes temporizações indicadas no item 5.8 da referencia [46]. Alimentado pelo mesmo TC, há um relé de distância l 1 i i j Teleproteção 55 reverso que deverá cobrir todo o circuito da linha de transmissão reversa (anterior). O esquema füncional em DC de cada sistema de proteção está apresentado na figura 3.10.2. + FD Relé de Tempo _ Relé de :Figura 3.10.2 - Esquema Funciona em DC do Sistema de Proteção por Bloqueio por Comparação Direcional + Em que: Z1 _.contatos NA e ~F da 1ª zona (instantânea) do relé de distância 21; Z2 _. contato da 2ª zona (temporizada = T 2) do relé de distância 21; Z3 _. contato da 3ª zona (temporizada= T3) do relé de distância 21; ZR - contato da zona reversa de atuação (instantânea) do relé de d.istância 21R; TR -+ Transmissor do sinal Carrier para a barra remota; RC -+ Receptor do sinal Carrier proveniente da barra remota. Quando o Receptor RC recebe um sinal Carrier o seu contato RC abre instantaneamente; FD-+ contato da unidade direcional 67; To -+ é um tempo mui to baixo, porém maior que o tempo da propagação do sinal de transmissão Carrier de uma barra a outra. Ou seja, Tu > Tempo de propagação do sinal Carrier; T2 = 0,4 a O,Ss-+ temporização da 2ª zona do relé de distância 21; 1 1 1 ! 1 1 1 · 1 · 1 1 i '1 56 Capítulo lil - T 3 = ls-+ temporização da 3ª zona do relé de distância 21. Passa-se a analisar o funcionamento da proccção de açordo com seu diagrama funcional para alguns pontos assinalados na figura 3.10.1. a) Defeito no ponto F 1 do diagrama unifilar da figura 3.10.1. Os relés de proteção atuam do seguinte modo: Terminal A: 7 Fecham simultaneamente os contatos FD, Z1, Z2 e Z3 e o contato z, NF abre-se; 7 Através dos fechamentos dos contatos FD e 2 1 ocorre a ativação da bobina de abertura BA e o desligamento do disjuncor A. Jerminal B: 7 Fecham simultaneamente os contatos FD, Zi, Z2 e Z3 e o contato Z1 NF abre-se; 7 Através dos fechamentos dos contatos fD e z, ocorre a acivação da bobina de abertura BA e o desligamento do disjuntor B. Neste
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