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Apostila UFRJ 2022 Assistente em Administração

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BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL 
 
 1 
 BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL 
 
Há 17 anos, o Curso BR é referência nacional 
na preparação para Concursos Públicos e 
Exames da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). 
 
Pensando na praticidade e acessibilidade de uma
nova ferramenta de ensino, o Curso BR oferece um novo 
material em formato Digital.
Aproveite a praticidade do material digital e 
estude onde e quando quiser.
 
“Muito obrigado pela preferência e bons estudos.”
Sua aprovação começa agora!
© - Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei 9.610 de 19/02/98. Nenhuma parte deste livro, sem autorização prévia por
escrito da editora, poderá ser reproduzida ou transmitida sejam quais forem os meios empregados: eletrônicos, mecânicos,
fotográficos, gravação ou quaisquer outros.
 2 
 BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL 
 
SUMÁRIO
4 LÍNGUA PORTUGUESA
176 LEGISLAÇÃO
422 RACIOCÍNIO LÓGICO
475 CONHECIMENTO DE INFORMÁTICA
 3 
 BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL 
 
Língua portuguesa
Compreensão e interpretação de textos verbais e não verbais
Linguagem é a capacidade que possuímos de expressar nossos pensamentos, ideias, opiniões e sentimentos.
A Linguagem está relacionada a fenômenos comunicativos; onde há comunicação, há linguagem. Podemos 
usar inúmeros tipos de linguagens para estabelecermos atos de comunicação, tais como: sinais, símbolos, 
sons, gestos e regras com sinais convencionais (linguagem escrita e linguagem mímica, por exemplo). Num 
sentido mais genérico, a Linguagem pode ser classificada como qualquer sistema de sinais que se valem os 
indivíduos para comunicar-se.
A linguagem pode ser Verbal e Não Verbal:
Linguagem verbal é uso da escrita ou da fala como meio de comunicação.
Linguagem não-verbal é o uso de imagens, figuras, desenhos, símbolos, dança, tom de voz, postura corporal,
pintura, música, mímica, escultura e gestos como meio de comunicação. 
A linguagem não-verbal pode ser até percebida nos animais, quando um cachorro balança a cauda quer 
dizer que está feliz ou coloca a cauda entre as pernas medo, tristeza.
Dentro do contexto temos a simbologia que é uma forma de comunicação não-verbal.
Exemplos: sinalização de trânsito, semáforo, logotipos, bandeiras, uso de cores para chamar a atenção ou 
exprimir uma mensagem.
É muito interessante observar que para manter uma comunicação não é preciso usar a fala e sim utilizar uma
linguagem, seja, verbal ou não-verbal.
Linguagem mista é o uso simultâneo da linguagem verbal e da linguagem não-verbal, usando palavras 
escritas e figuras ao mesmo tempo.
 4 
 BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL 
 
O hábito da leitura é fundamental durante a preparação para qualquer concurso público. Mas para uma 
disciplina específica é ponto chave para que os candidatos consigam o maior número de acertos.
 
A interpretação de textos, tão comum em provas de Português, sempre foi um tópico de grande dificuldade 
para os candidatos a concursos públicos ou vestibulares.
As pessoas têm pouca disposição de mergulhar no texto, conseguem lê-lo, mas não aprofundam a leitura, 
não extraem dele aquelas informações que uma leitura superficial, apressada, não permite.
Ao tentar resolver o problema, as pessoas buscam os materiais que julgam poder ajudá-las. 
Caem, então, no velho vício de ler teoria em excesso, estudar coisas que nem sempre dizem respeito à 
compreensão e interpretação dos textos e no final, cansadas, não fazem o essencial: ler uma grande 
quantidade de textos — e tentar interpretá-los.
Interpretar um texto é penetrá-lo em sua essência, observar qual é a ideia principal, quais os argumentos 
que comprovam a ideia, como o texto está escrito e outras nuanças. Em suma, procurar interpretar 
corretamente um texto é ampliar seus horizontes existenciais.
Compreensão
A base conceitual da interpretação de texto é a compreensão. A etimologia, ainda que não seja um recurso 
confiável para estabelecer o significado das palavras, pode ser útil aqui, para mostrar a diferença entre 
compreender e interpretar. “Compreender” vem de duas palavras latinas: “cum”, que significa “junto” e 
“prehendere” que significa “pegar”.
Compreender é, portanto, “pegar junto”. 
Essa ideia de juntar é óbvia em uma das principais acepções do verbo compreender: ser composto de dois 
ou mais elementos, ou seja, abarcar, envolver, abranger, incluir. 
Vejamos alguns exemplos para ilustrar essa acepção: 
• O ensino da língua compreende o estudo da fala e da escrita. 
• A gramática tradicional compreende o estudo da fonologia, da morfologia, da sintaxe e da 
semântica. 
• A leitura compreende o contato do leitor com vários textos. 
 5 
 BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL 
 
Saber ler corretamente
Ler adequadamente é mais do que ser capaz de decodificar as palavras ou combinações linearmente 
ordenadas em sentenças. O interessado deve aprender a “enxergar” todo o contexto denotativo e 
conotativo. É preciso compreender o assunto principal, suas causas e consequências, críticas, argumentações,
polissemias, ambiguidades, ironias, etc.
Ler adequadamente é sempre resultado da consideração de dois tipos de fatores: os propriamente 
linguísticos e os contextuais ou situacionais, que podem ser de natureza bastante variada. Bom leitor, 
portanto, é aquele capaz de integrar estes dois tipos de fatores.
Erros de Leitura
Extrapolar
Trata-se de um erro muito comum. Ocorre quando saímos do contexto, acrescentando-lhe ideias que não 
estão presentes no texto. A interpretação fica comprometida, pois passamos a criar sobre aquilo que foi lido. 
Frequentemente, relacionamos fatos que conhecemos, mas que eram realidade em outros contextos e não 
naquele que está sendo analisado.
Reduzir
Trata-se de um erro oposto à extrapolação. Ocorre quando damos atenção apenas a uma parte ou aspecto 
do texto, esquecendo a totalidade do contexto. Privilegiamos, desse modo, apenas um fato ou uma relação 
que podem ser verdadeiros, porém insuficientes se levarmos em consideração o conjunto das ideias.
Contradizer
É o mais comum dos erros. Ocorre quando chegamos a uma conclusão que se opõe ao texto. Associamos 
ideias que, embora no texto, não se relacionam entre si.
Nas provas de concursos públicos, o candidato deve ter o hábito de fazer leituras diárias, pois é através dela 
que o indivíduo terá um vocabulário mais amplo e um conhecimento aprimorado da língua portuguesa. 
Praticar a leitura, faz com que a interpretação seja mais aguçada e o concurseiro possa entender os 
enunciados de outras questões no decorrer de sua prova. Ao estudar, se houverem palavras não entendidas, 
procure no dicionário. Ele será seu companheiro na hora das dúvidas.
Em questões que cobram a interpretação de textos como, por exemplo, aquelas que existem textos de 
autores famosos ou de notícias, procure entender bem o enunciado e verificar o que está sendo cobrado, 
pois é preciso responder o que exatamente está sendo cobrado no texto e não aquilo que o candidato 
pensa.
Ao ler um texto procure atingir dois níveis de leitura: leitura informativa e de reconhecimento e leitura 
interpretativa. 
No primeiro caso, deve-se ter uma primeira noção do tema, extraindo informações importantes e verificando
a mensagem do escritor. 
 6 
 BR CONCURSOAPOSTILA DIGITAL 
 
No segundo tipo de leitura, é aconselhável grifar trechos importantes, palavras-chaves e relacionar cada 
parágrafo com a ideia central do texto.
Geralmente, um texto é organizado de acordo com seus parágrafos, cada um seguindo uma linha de 
raciocínio diferente e de acordo com os tipos de texto, que podem ser narrativo, descritivo e dissertativo. 
Cada tipo desses, possui uma forma diferente de organização do conteúdo.
Tipos de textos
A narração consiste em arranjar uma sequência de fatos na qual os personagens se movimentam num 
determinado espaço à medida que o tempo passa.
O texto narrativo é baseado na ação que envolve personagens, tempo, espaço e conflito. Seus elementos 
são: narrador, enredo, personagens, espaço e tempo.
Dessa forma, o texto narrativo apresenta uma determinada estrutura:
Esquematizando temos:
– Apresentação;
– Complicação ou desenvolvimento;
– Clímax;
– Desfecho.
Protagonistas e Antagonistas: A narrativa é centrada num conflito vivido pelos personagens. Diante disso, a 
importância dos personagens na construção do texto é evidente.
Podemos dizer que existe um protagonista (personagem principal) e um antagonista (personagem que atua 
contra o protagonista, impedindo-o de alcançar seus objetivos). Há também os adjuvantes ou coadjuvantes, 
esses são personagens secundários que também exercem papéis fundamentais na história.
Narração e Narratividade: Em nosso cotidiano encontramos textos narrativos; contamos e/ou ouvimos 
histórias o tempo todo. Mas os textos que não pertencem ao campo da ficção não são considerados 
narração, pois essas não têm como objetivo envolver o leitor pela trama, pelo conflito. Podemos dizer que 
nesses relatos há narratividade, que quer dizer, o modo de ser da narração.
Os Elementos da Narrativa: Os elementos que compõem a narrativa são:
– Foco narrativo (1º e 3º pessoa);
– Personagens (protagonista, antagonista e coadjuvante);
– Narrador (narrador- personagem, narrador observador).
– Tempo (cronológico e psicológico);
– Espaço.
Exemplo de Texto Narrativo:
Conta à lenda que um velho funcionário público de Veneza noite e dia, dia e noite rezava e implorava para o 
seu Santo que o fizesse ganhar sozinho na loteria cujo valor do premio o faria realizar todos seus desejos e 
vontades. Assim passavam os dias, as semanas, os meses e anos.E nada acontecia. Até que no dia do Santo, 
de tanto que seu fiel devoto chorava e implorava, o Santo surgiu do nada e numa voz de desespero e raiva 
gritou:
Pelo menos meu filho compra o bilhete!!!
Descritivo
“Descrição é a representação verbal de um objeto sensível (ser, coisa, paisagem), através da indicação dos 
seus aspectos mais característicos, dos pormenores que o individualizam, que o distinguem.”
 7 
 BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL 
 
Descrever não é enumerar o maior número possível de detalhes, mas assinalar os traços mais singulares, 
mais salientes; é fazer ressaltar do conjunto uma impressão dominante e singular. Dependendo da intenção 
do autor, varia o grau de exatidão e minúcia na descrição.
Diferentemente da narração, que faz uma história progredir, a descrição faz interrupções na história, para 
apresentar melhor um personagem, um lugar, um objeto, enfim, o que o autor julgar necessário para dar 
mais consistência ao texto.
Texto descritivo é, então, desenhar, pintar, usando palavras em vez de tintas. Um bom exercício para levar a 
criança a vivenciar o texto descritivo e pedir que ela olhe em volta e escreva ou fale o que está vendo, 
descrever objetos como, sua mochila, estojo, etc. Ou que ela conte como é o coleguinha ao lado, (nessa é 
bom ter cuidado, pois elas costumam achar defeitos horrorosos).
Algumas das características que marcam o texto descritivo são:
•presença de substantivo, que identifica o que está sendo descrito.
•adjetivos e locuções adjetivas.
•presença de verbos de ligação.
•há predominância do predicado verbal, devido aos verbos de ligação e aos adjetivos.
•emprego de metáforas e comparações, para auxiliar na “visualização” das características que se deseja 
descrever.
Essa é a explicação básica e resumida de “como ensinar texto descritivo para crianças”. Lembrando que ao 
descrever seres vivos, as características psicológicas e comportamentais, também fazem parte da descrição.
Exemplo de texto descritivo:
“A árvore é grande, com tronco grosso e galhos longos”. É cheia de cores, pois tem o marrom, o verde, o 
vermelho das flores e até um ninho de passarinhos. O rio espesso com suas águas barrentas desliza lento 
por entre pedras polidas pelos ventos e gastas pelo tempo.
Dissertativo
Dissertar é o mesmo que desenvolver ou explicar um assunto, discorrer sobre ele. Assim, o texto dissertativo 
pertence ao grupo dos textos expositivos, juntamente ao texto de apresentação científica, o relatório, o texto
didático, o artigo enciclopédico. Em princípio, o texto dissertativo não está preocupado com a persuasão e 
sim, com a transmissão de conhecimento, sendo, portanto, um texto informativo.
Os textos argumentativos, ao contrário, têm por finalidade principal persuadir o leitor sobre o ponto de vista 
do autor a respeito do assunto. Quando o texto, além de explicar, também persuade o interlocutor e 
modifica seu comportamento, temos um texto dissertativo-argumentativo. O texto dissertativo 
argumentativo tem uma estrutura convencional, formada por três partes essenciais.
Introdução (1o parágrafo): Apresenta a ideia principal da dissertação, podendo conter uma citação, uma ou 
mais perguntas (contanto que sejam respondidas durante o texto), comparação, pensamento filosófico, 
afirmação histórica, etc.
Desenvolvimento (2o aos penúltimos parágrafos): Argumentação e desenvolvimento do tema, na qual o 
autor dá a sua opinião e tenta persuadir o leitor, sem nunca usar a primeira pessoa (invés de “eu sei”, use 
“nós sabemos” ou “se sabe”).
Conclusão (último parágrafo): Resumo do que foi dito no texto e/ou uma proposta de solução para os 
problemas nele tratados.
Exemplo de texto dissertativo:
Uma nova ordem
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 BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL 
 
Nunca foi tão importante no País uma cruzada pela moralidade. As denúncias que se sucedem, os 
escândalos que se multiplicam, os casos ilícitos que ocorrem em diversos níveis da administração pública 
exibem, de forma veemente, a profunda crise moral por que passa o País.
O povo se afasta cada vez mais dos políticos, como se estes fossem símbolos de todos os males. As 
instituições normativas, que fundamentam o sistema democrático, caem em descrédito. Os governantes, 
eleitos pela expressão do voto, também engrossam a caldeira da descrença e, frágeis, acabam 
comprometendo seus programas de gestão.
Para complicar, ainda estamos no meio de uma recessão que tem jogado milhares de trabalhadores na rua, 
ampliando os bolsões de insatisfação e amargura.
Não é de estranhar que parcelas imensas do eleitorado, em protesto contra o que vêem e sentem, procurem 
manifestar sua posição com o voto nulo, a abstenção ou o voto em branco. Convenhamos, nenhuma 
democracia floresce dessa maneira.
A atitude de inércia e apatia dos homens que têm responsabilidade pública os condenará ao castigo da 
história. É possível fazer-se algo, de imediato, que possa acender uma pequena chama de esperança.
O Brasil dos grandes valores, das grandes ideias, da fé e da crença, da esperança e do futuro necessita, 
urgentemente da ação solidária, tanto das autoridades quanto do cidadão comum, para instaurar uma nova 
ordem na ética e na moral.
Lembre-se 
Não existe texto difícil, existe texto mal interpretado.
O texto é como uma colcha de retalhos. O candidato deve dividi-lo em partes, ver as ideias mais importantes
em cada uma e enxergar a coerência entre elas.
 
 9 
 BR CONCURSOAPOSTILA DIGITAL 
 
 10 
 BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL 
 
Questões de Concursos
1 - FCC - 2015 - TCM-GO - Auditor Controle Externo
Prazer sem humilhação
 O poeta Ferreira Gullar disse há tempos uma frase que gosta de repetir: “A crase não existe para 
humilhar ninguém". Entenda-se: há normas gramaticais cuja razão de ser é emprestar clareza ao discurso 
escrito, valendo como ferramentas úteis e não como instrumentos de tortura ou depreciação de alguém. 
 Acho que o sentido dessa frase pode ampliar-se: “A arte não existe para humilhar ninguém", 
entendendo-se com isso que os artistas existem para estimular e desenvolver nossa sensibilidade e 
inteligência do mundo, e não para produzir obras que separem e hierarquizem as pessoas. Para ficarmos no 
terreno da música: penso que todos devem escolher ouvir o que gostam, não aquilo que alguém determina. 
Mas há aqui um ponto crucial, que vale a pena discutir: estamos mesmo em 
condições de escolher livremente as músicas de que gostamos? 
 Para haver escolha real, é preciso haver opções reais. Cada vez que um carro passa com o som altíssimo
de graves repetidos praticamente sem variação, num ritmo mecânico e hipnótico, é o caso de se perguntar: 
houve aí uma escolha? Quem alardeia os infernais decibéis de seu som motorizado 
pela cidade teve a chance de ouvir muitos outros gêneros musicais? Conhece muitos outros ritmos, as 
canções de outros países, os compositores de outras épocas, as tendências da música brasileira, os 
incontáveis estilos musicais já inventados e frequentados? Ou se limita a comprar no mercado o que está 
vendendo na prateleira dos sucessos, alimentando o círculo vicioso e enganoso do “vende porque é bom, é 
bom porque vende"? 
 Não digo que A é melhor que B, ou que X é superior a todas as letras do alfabeto; digo que é 
importante buscar conhecer todas as letras para escolher. Nada contra quem escolhe um “batidão" se já 
ouviu música clássica, desde que tenha tido realmente a oportunidade de ouvir e escolher compositores 
clássicos que lhe digam algo. Não acho que é preciso escolher, por exemplo, entre os grandes Pixinguinha e 
Bach, entre Tom Jobim e Beethoven, entre um forró e a música eletrônica das baladas, entre a música 
dançante e a que convida a uma audição mais serena; acho apenas que temos o direito de ouvir tudo isso 
antes de escolher. A boa música, a boa arte, esteja onde estiver, também não existe para humilhar ninguém. 
(João Cláudio Figueira, inédito)
A diversidade de épocas e de linguagens em que as artes se manifestam
• a) representa uma riqueza cultural para quem foi contemplado com uma inata e especial 
sensibilidade.
• b) obriga o público a confiar no mercado, cujos critérios costumam respeitar tal diversidade.
• c) não interessa ao gosto popular, que costuma cultivar as exigências artísticas mais revolucionárias.
• d) constitui uma vantagem para quem se habilita a escolher de acordo com o próprio gosto.
 11 
 BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL 
 
• e) cria uma impossibilidade de opções reais, razão pela qual cada um de nós aprimora seu gosto 
pessoal.
2 - FCC - 2015 - TCM-GO - Auditor Controle Externo
O autor da crônica se reporta ao emprego da crase, ao sentido da arte em geral e ao da música clássica em 
particular. A tese que articula esses três casos e justifica o título da crônica é a seguinte:
• a) É comum que nos sintamos humilhados quando não conseguimos extrair prazer de todos os 
níveis de cultura que se oferecem ao nosso desfrute.
• b) Costumamos ter vergonha daquilo que nos causa prazer, pois nossas escolhas culturais são feitas 
sem qualquer critério ou disciplina.
• c) A possibilidade de escolha entre os vários níveis de expressão da linguagem e das artes não deve 
constranger, mas estimular nosso prazer.
• d) Tanto o emprego da crase como a audição de música clássica são reveladores do mau gosto de 
quem desconsidera o prazer verdadeiro dos outros.
• e) Somente quem se mostra submisso e humilde diante da linguagem culta e da música clássica está 
em condições de sentir um verdadeiro prazer.
3 - FCC - 2015 - TCM-GO - Auditor Controle Externo 
Considere as seguintes afirmações: 
I. Têm significação equivalente, no 2° parágrafo, estes dois segmentos: estimular e desenvolver nossa 
sensibilidade e separem e hierarquizem as pessoas. 
II. O autor se refere ao som altíssimo do que toca num carro que passa para ilustrar o caso de quem, diante 
de tantas opções reais, fez uma escolha de gosto discutível. 
III. O que importa para a definição do nosso gosto é que se abram para nós todas as opções possíveis, para 
que a partir delas escolhamos a que de fato mais nos apraz. 
Em relação ao texto, está correto o que se afirma APENAS em
• a) II e III.
• b) III.
• c) II.
• d) I e III.
• e) I.
4 - FCC - 2015 - TCM-GO - Auditor Controle Externo 
 12 
 BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL 
 
Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de um segmento em:
• a) clássicos que lhe digam algo (4º parágrafo) = eruditos que lhe transmitam alguma coisa.
• b) instrumentos de tortura ou depreciação (1º parágrafo) = meios de aviltamento ou rejeição.
• c) ritmo mecânico e hipnótico (3º parágrafo) = toque automático e insone.
• d) alardeia os infernais decibéis (3º parágrafo) = propaga os pérfidos excessos.
• e) alimentando o círculo vicioso (3º parágrafo) = nutrindo a esfera pecaminosa.
5 - FCC - 2015 - TCM-GO - Auditor Controle Externo 
Pátrio poder 
Pais que vivem em bairros violentos de São Paulo 
chegam a comprometer 20% de sua renda para manter seus 
filhos em escolas privadas. O investimento faz sentido? A 
questão, por envolver múltiplas variáveis, é complexa, mas, se 
fizermos questão de extrair uma resposta simples, ela é 
"provavelmente sim". Uma série de estudos sugere que a 
influência de pais sobre o comportamento dos filhos, ainda que 
não chegue a ser nula, é menor do que a imaginada e se dá por 
vias diferentes das esperadas. Quem primeiro levantou essa 
hipótese foi a psicóloga Judith Harris no final dos anos 90. 
Para Harris, os jovens vêm programados para ser 
socializados não pelos pais, como pregam nossas instituições e 
nossa cultura, mas pelos pares, isto é, pelas outras crianças 
com as quais convivem. Um dos muitos argumentos que ela usa 
para apoiar sua teoria é o fato de que filhos de imigrantes não 
terminam falando com a pronúncia dos genitores, mas sim com 
a dos jovens que os cercam. 
As grandes aglomerações urbanas, porém, introduziram 
um problema. Em nosso ambiente ancestral, formado por 
bandos de no máximo 200 pessoas, o "cantinho" das crianças 
era heterogêneo, reunindo meninos e meninas de várias idades. 
Hoje, com escolas que reúnem centenas de alunos, o(a) 
garoto(a) tende a socializar-se mais com coleguinhas do mesmo 
sexo, idade e interesses. O resultado é formação de nichos com 
a exacerbação de características mais marcantes. Meninas se 
tornam hiperfemininas, e meninos, hiperativos. O mau aluno 
encontra outros maus alunos, que constituirão uma subcultura 
onde rejeitar a escola é percebido como algo positivo. O mesmo 
vale para a violência e drogas. Na outra ponta, podem surgir 
meios que valorizem a leitura e a aplicação nos estudos. 
 13 
 BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL 
 
Nesse modelo, a melhor chance que os pais têm de 
influir é determinando a vizinhança em que seu filho vai viver e 
a escola que frequentará. 
(Adaptado de: SCHWARTSMAN, Hélio. Folha de São Paulo, 
7/12/2014) 
À pergunta O investimento faz sentido?o próprio autor responde: “provavelmente sim”. Essa resposta se 
justifica, porque
• a) as grandes concentrações humanas estimulam características típicas do que já foi nosso ambiente 
ancestral.
• b) a escola particular, mesmo sendo cara, acaba por desenvolver nos alunos uma subcultura crítica 
em relação ao ensino.
• c) a escola, ao contrário do que se imagina, tem efeitos tão poderosos quanto os que decorrem da 
convivência familiar.
• d) as influências dos pares de um educando numa escola pública são menos nocivas do que os 
exemplos de seus pais.
• e) a qualidade do convívio de um estudante com seus colegas de escola é um fator determinante 
para sua formação.
6 - FCC - 2015 - TCM-GO - Auditor Controle Externo
Com a frase O resultado é formação de nichos com a exacerbação de características mais marcantes (3º 
parágrafo) o autor está afirmando que a socialização nas escolas se dá de modo a
• a) criar grupos fortemente tipificados.
• b) dissolver os agrupamentos perniciosos.
• c) promover a competitividade entre os grupos.
• d) estabelecer uma hierarquia no interior dos grupos.
• e) incentivar o desempenho dos alunos mais habilitados.
7 - FCC - 2015 - TCM-GO - Auditor Controle Externo
Considere as seguintes afirmações: 
I. A hipótese levantada pela psicóloga Judith Harris é a de que os estudantes migrantes são menos sensíveis 
às influências dos pais que às de seus professores. 
II. O fato de um mau aluno se deixar atrair pela amizade de outro mau aluno prova que as deficiências da 
vida familiar antecedem e determinam o mau aproveitamento escolar. 
III. Do ponto de vista do desempenho escolar, podem ser positivos ou negativos os traços de afinidade que 
levam os estudantes a se agruparem. 
 14 
 BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL 
 
Em relação ao texto, está correto o que se afirma APENAS em
• a) I e III.
• b) I.
• c) III.
• d) II e III.
• e) I e II.
8 - FGV - 2015 - TJ-BA - Analista Judiciário
Texto 1 – “A história está repleta de erros memoráveis. Muitos foram cometidos por pessoas bem-
intencionadas que simplesmente tomaram decisões equivocadas e acabaram sendo responsáveis por 
grandes tragédias. Outros, gerados por indivíduos motivados por ganância e poder, resultaram de escolhas 
egoístas e provocaram catástrofes igualmente terríveis.” (As piores decisões da história, Stephen Weir) 
A primeira frase do texto 1, no desenvolvimento desse texto, desempenha o seguinte papel:
• a) aborda o tema de “erros memoráveis”, que são enumerados nos períodos seguintes;
• b) introduz um assunto, que é subdividido no restante do texto;
• c) mostra a causa de algo cujas consequências são indicadas a seguir;
• d) denuncia a história como uma sequência de erros cometidos por razões explicitadas a seguir;
• e) faz uma afirmação que é comprovada pelas exemplificações seguintes.
GABARITO
1 - D 2 - C 3 - B 4 - A 5 - E 6 - A 7 - C 8 - B 
Análise de discursos no plano das relações entre Linguagem, Comunicação e Sociedade
Discurso é a prática humana de construir textos, sejam eles escritos ou orais. Sendo assim, todo discurso é 
uma prática social. A análise de um discurso deve, portanto, considerar o contexto em que se encontra, 
assim como as personagens e as condições de produção do texto.
Em um texto narrativo, o autor pode optar por três tipos de discurso: o discurso direto, o discurso indireto e 
o discurso indireto livre. Não necessariamente estes três discursos estão separados, eles podem aparecer 
juntos em um texto. Dependerá de quem o produziu.
 15 
 BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL 
 
Vejamos cada um deles:
Discurso Direto: Neste tipo de discurso as personagens ganham voz. É o que ocorre normalmente em 
diálogos. Isso permite que traços da fala e da personalidade das personagens sejam destacados e expostos 
no texto. O discurso direto reproduz fielmente as falas das personagens. Verbos como dizer, falar, perguntar, 
entre outros, servem para que as falas das personagens sejam introduzidas e elas ganhem vida, como em 
uma peça teatral.
Travessões, dois pontos, aspas e exclamações são muito comuns durante a reprodução das falas.
Exemplo
“O Guaxinim está inquieto, mexe dum lado pra outro. Eis que suspira lá na língua dele - Chente! que vida 
dura esta de guaxinim do banhado!...”
“- Mano Poeta, se enganche na minha garupa!”
Discurso Indireto: O narrador conta a história e reproduz fala, e reações das personagens. É escrito 
normalmente em terceira pessoa. Nesse caso, o narrador se utiliza de palavras suas para reproduzir aquilo 
que foi dito pela personagem.
Exemplo
“Elisiário confessou que estava com sono.” (Machado de Assis)
“Fora preso pela manhã, logo ao erguer-se da cama, e, pelo cálculo aproximado do tempo, pois estava sem 
relógio e mesmo se o tivesse não poderia consultá-la à fraca luz da masmorra, imaginava podiam ser onze 
horas.” (Lima Barreto)
Discurso Indireto Livre: O texto é escrito em terceira pessoa e o narrador conta a história, mas as 
personagens têm voz própria, de acordo com a necessidade do autor de fazê-lo. Sendo assim é uma mistura
dos outros dois tipos de discurso e as duas vozes se fundem.
Exemplo
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“Que vontade de voar lhe veio agora! Correu outra vez com a respiração presa. Já nem podia mais. Estava 
desanimado. Que pena! Houve um momento em que esteve quase... quase!”
“Retirou as asas e estraçalhou-a. Só tinham beleza. Entretanto, qualquer urubu... que raiva...” (Ana Maria 
Machado)
“D. Aurora sacudiu a cabeça e afastou o juízo temerário. Para que estar catando defeitos no próximo? Eram 
todos irmãos. Irmãos.” (Graciliano Ramos)
A relação entre língua e sociedade apresenta influência mútua, pois através da linguagem se participa das 
relações sociais de poder e as mudanças na estrutura social são decorrentes da dinâmica dessas relações. 
A língua não é um corpo autônomo capaz de determinar as relações sociais, como também não é 
determinada pela estrutura social, mas há uma relação de influências entre elas, por isso que pela análise 
linguística pode-se compreender elementos importantes da estrutura social, como também pela análise das 
relações sociais pode-se compreender muito dos processos linguísticos. 
A língua não está deslocada de um contexto sociocultural, sua significação é decorrente de seu contexto de 
produção, sua força simbólica se potencializa a partir da força do grupo social que a produz. 
A língua, assim como a sociedade, não é um corpo estático, há transformações significativas no decorrer do 
processo histórico, a mudança linguística não ocorre isolada do movimento de classe, muito embora ela não 
seja determinada por ele, há uma relação entre a mudança linguística e o movimento de classe, em que este 
só se completa quando ocorre a mudança linguística e, ao mesmo tempo, ela é um reflexo do movimento de
classe. 
Variedades linguísticas
A variação linguística é um fenômeno que acontece com a língua e pode ser compreendida através das 
variações históricas e regionais. Em um mesmo país, com um único idioma oficial, a língua pode sofrer 
diversas alterações feitas por seus falantes. Como não é um sistema fechado e imutável, a língua portuguesa 
ganha diferentes nuances. O português que é falado no Nordeste do Brasil pode ser diferente do português 
falado no Sul do país. Claro que um idioma nos une, mas as variações podem ser consideráveis e justificadas 
de acordo com a comunidade na qual se manifesta.
As variações acontecem porque o princípio fundamental da língua é a comunicação, então é compreensível 
que seus falantes façam rearranjos de acordo com suas necessidades comunicativas.Os diferentes falares 
devem ser considerados como variações, e não como erros. 
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Quando tratamos as variações como erro, incorremos no preconceito linguístico que associa, erroneamente, 
a língua ao status. 
O português falado em algumas cidades do interior do estado de São Paulo, por exemplo, pode ganhar o 
estigma pejorativo de incorreto ou inculto, mas, na verdade, essas diferenças enriquecem esse patrimônio 
cultural que é a nossa língua portuguesa. 
Leia a letra da música “Samba do Arnesto”, de Adoniran Barbosa, e observe como a variação linguística pode 
ocorrer:
Samba do Arnesto
O Arnesto nos convidou pra um samba, ele mora no Brás
Nós fumos não encontremos ninguém
Nós voltermos com uma baita de uma reiva
Da outra vez nós num vai mais
Nós não semos tatu!
No outro dia encontremo com o Arnesto
Que pediu desculpas mais nós não aceitemos
Isso não se faz, Arnesto, nós não se importa
Mas você devia ter ponhado um recado na porta
Um recado assim ói: "Ói, turma, num deu pra esperá
Aduvido que isso, num faz mar, num tem importância,
Assinado em cruz porque não sei escrever.
Samba do Arnesto, Adoniran Barbosa
Há, na letra da música, um exemplo interessante sobre a variação linguística. É importante ressaltar que o 
código escrito, ou seja, a língua sistematizada e convencionalizada na gramática, não deve sofrer grandes 
alterações, devendo ser preservado. Já imaginou se cada um de nós decidisse escrever como falamos? Um 
novo idioma seria inventado, aboliríamos a gramática e todo o sistema linguístico determinado pelas regras 
cairia por terra. Contudo, o que o compositor Adoniran Barbosa fez pode ser chamado de licença poética, 
pois ele transportou para a modalidade escrita a variação linguística presente na modalidade oral.
As variações linguísticas acontecem porque vivemos em uma sociedade complexa, na qual estão inseridos 
diferentes grupos sociais. Alguns desses grupos tiveram acesso à educação formal, enquanto outros não 
tiveram muito contato com a norma culta da língua. Podemos observar também que a língua varia de 
acordo com suas situações de uso, pois um mesmo grupo social pode se comunicar de maneira diferente, de
acordo com a necessidade de adequação linguística. 
Prova disso é que você não vai se comportar em uma entrevista de emprego da mesma maneira com a qual 
você conversa com seus amigos em uma situação informal, não é mesmo?
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 BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL 
 
A tirinha Calvin e Haroldo, do quadrinista Bill Watterson, mostra-nos um exemplo bem divertido sobre a 
importância da adequação linguística. Já pensou se precisássemos utilizar uma linguagem tão rebuscada e 
cheia de arcaísmos nas mais corriqueiras situações de nosso cotidiano? 
Certamente perderíamos a espontaneidade da fala, sem contar que a dinamicidade da comunicação seria 
prejudicada. 
Podemos elencar também nos tipos de variação linguística os falares específicos para grupos específicos: os 
médicos apropriam-se de um vocabulário próprio de sua profissão quando estão exercendo o ofício, mas 
essas marcas podem aparecer em outros tipos de interações verbais. 
O mesmo acontece com os profissionais de informática, policiais, engenheiros etc.
Tipos
Assim sendo, constatemos algumas elucidações e casos representativos de tais variações. Entre elas, 
destacamos: 
Variações diafásicas 
Representam as variações que se estabelecem em função do contexto comunicativo, ou seja, a ocasião é que
determina a maneira como nos dirigimos ao nosso interlocutor, se deve ser formal ou informal. 
Variações diatópicas 
São as variações ocorridas em razão das diferenças regionais, como, por exemplo, a palavra “abóbora”, que 
pode adquirir acepções semânticas (relacionadas ao significado) em algumas regiões que se divergem umas 
das outras, como é o caso de “jerimum”, por exemplo. 
Variações diastráticas 
São aquelas variações que ocorrem em virtude da convivência entre os grupos sociais. Como exemplo 
podemos citar a linguagem dos advogados, dos surfistas, da classe médica, entre outras.
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 BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL 
 
Variações históricas
Dado o dinamismo que a língua apresenta, a mesma sofre transformações ao longo do tempo. Um exemplo 
bastante representativo é a questão da ortografia, se levarmos em consideração a palavra farmácia, uma vez 
que a mesma era grafada com “ph”, contrapondo-se à linguagem dos internautas, a qual fundamenta-se 
pela supressão do vocábulos.
Antigamente 
“Antigamente, as moças chamavam-se mademoiselles e eram todas mimosas e muito prendadas. Não faziam
anos: completavam primaveras, em geral dezoito. Os janotas, mesmo sendo rapagões, faziam-lhes pé-de-
alferes, arrastando a asa, mas ficavam longos meses debaixo do balaio."
Carlos Drummond de Andrade
Comparando-o à modernidade, percebemos um vocabulário antiquado.
Variações regionais
São os chamados dialetos, que são as marcas determinantes referentes a diferentes regiões. Como exemplo, 
citamos a palavra mandioca que, em certos lugares, recebe outras nomenclaturas, tais como: macaxeira e 
aipim. Figurando também esta modalidade estão os sotaques, ligados às características orais da linguagem.
Variações sociais ou culturais
Estão diretamente ligadas aos grupos sociais de uma maneira geral e também ao grau de instrução de uma 
determinada pessoa. Como exemplo, citamos as gírias, os jargões e o linguajar caipira. 
As gírias pertencem ao vocabulário específico de certos grupos, como os surfistas, cantores de rap, 
tatuadores, entre outros.
Os jargões estão relacionados ao profissionalismo, caracterizando um linguajar técnico. Representando a 
classe, podemos citar os médicos, advogados, profissionais da área de informática, dentre outros.
Vejamos um poema e o trecho de uma música para entendermos melhor sobre o assunto:
Vício na fala
Para dizerem milho dizem mio
Para melhor dizem mió
Para pior pió
Para telha dizem teia
Para telhado dizem teiado
E vão fazendo telhados. 
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Oswald de Andrade
CHOPIS CENTIS 
Eu “di” um beijo nela
E chamei pra passear.
A gente fomos no shopping
Pra “mode” a gente lanchar.
Comi uns bicho estranho, com um tal de gergelim.
Até que “tava” gostoso, mas eu prefiro aipim.
Quanta gente,
Quanta alegria,
A minha felicidade é um crediário nas
Casas Bahia.
Esse tal Chopis Centis é muito legalzinho.
Pra levar a namorada e dar uns “rolezinho”,
Quando eu estou no trabalho,
Não vejo a hora de descer dos andaime.
Pra pegar um cinema, ver Schwarzneger
E também o Van Damme. 
(Dinho e Júlio Rasec, encarte CD Mamonas Assassinas, 1995.)
Usos da linguagem
A linguagem, uma eficiente forma de comunicação, é elemento fundamental para estabelecermos 
comunicação com outras pessoas. Por ser múltipla e apresentar peculiaridades de acordo com a intenção do 
falante, divide-se em seis funções: 
1) Função Referencial ou Denotativa
Palavra-chave: referente
Transmite uma informação objetiva sobre a realidade. Dá prioridade aos dados concretos, fatos e 
circunstâncias. É a linguagem característica das notícias de jornal, do discurso científico e de qualquer 
exposição de conceitos. Coloca em evidência o referente, ou seja, o assunto ao qual a mensagem se refere.
Exemplo:
Numa cesta de vime temos um cacho de uvas, uma maçã, uma laranja, uma banana e um morango. (Este 
texto informa o que há dentro da cesta, logo, há função referencial). 
 
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2) Função Expressiva ou Emotiva
Palavra-chave: emissor
Reflete o estado de ânimo do emissor, os seus sentimentos e emoções. Um dos indicadores da função 
emotiva num texto é a presença de interjeições e de alguns sinais de pontuação, como as reticências e o 
ponto de exclamação.
Exemplos:
a) Ah, que coisa boa!
b) Tenho um pouco de medo...
c) Nós te amamos!
 
3) Função Apelativa ou Conativa
Palavra-chave: receptor
Seu objetivo é influenciar o receptor ou destinatário, com a intenção de convencê-lo de algo ou dar-lhe 
ordens. Como o emissor se dirige ao receptor, é comum o uso de tu e você, ou o nome da pessoa, além dos 
vocativos e imperativo. É a linguagem usada nos discursos, sermões e propagandas que se dirigem 
diretamente ao consumidor.
Exemplos:
a) Você já tomou banho?
b) Mãe, vem cá!
c) Não perca esta promoção!
 
4) Função Poética
Palavra-chave: mensagem
É aquela que põe em evidência a forma da mensagem, ou seja, que se preocupa mais em como dizer do que
com o que dizer. O escritor, por exemplo, procura fugir das formas habituais e expressão, buscando deixar 
mais bonito o seu texto, surpreender, fugir da lógica ou provocar um efeito humorístico. Embora seja própria
da obra literária, a função poética não é exclusiva da poesia nem da literatura em geral, pois se encontra com
frequência nas expressões cotidianas de valor metafórico e na publicidade.
Exemplos:
a) “... a lua era um desparrame de prata”.
(Jorge Amado)
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 BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL 
 
 b) Em tempos de turbulência, voe com fundos de renda fixa. 
(Texto publicitário)
c) Se eu não vejo
a mulher
que eu mais desejo
nada que eu veja
vale o que
eu não vejo
(Daniel Borges)
5) Função Fática 
Palavra-chave: canal
Tem por finalidade estabelecer, prolongar ou interromper a comunicação. É aplicada em situações em que o 
mais importante não é o que se fala, nem como se fala, mas sim o contato entre o emissor e o receptor. 
Fática quer dizer "relativa ao fato", ao que está ocorrendo. Aparece geralmente nas fórmulas de 
cumprimento: Como vai, tudo certo?; ou em expressões que confirmam que alguém está ouvindo ou está 
sendo ouvido: sim, claro, sem dúvida, entende?, não é mesmo? É a linguagem das falas telefônicas, 
saudações e similares.
Exemplo:
Alô? Está me ouvindo?
 
6) Função Metalinguística
Palavra-chave: código
Esta função refere-se à metalinguagem, que ocorre quando o emissor explica um código usando o próprio 
código. É a poesia que fala da poesia, da sua função e do poeta, um texto que comenta outro texto. As 
gramáticas e os dicionários são exemplos de metalinguagem.
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 BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL 
 
Exemplo:
Frase é qualquer enunciado linguístico com sentido acabado.
(Para dar a definição de frase, usamos uma frase.)
 
Observação:
- Em um mesmo texto podem aparecer várias funções da linguagem. O importante é saber qual a função 
predominante no texto, para então defini-lo.
Reconhecimento crítico das linguagens como elementos integradores dos sistemas e processos de 
comunicação
Existem vários tipos de comunicação: as pessoas podem comunicar-se pelo código Morse, pela escrita, por 
gestos, pelo telefone, por e-mails, internet, etc.; uma empresa, uma administração, até mesmo um Estado 
podem comunicar-se com seus membros por intermédio de circulares, cartazes, mensagens radiofônicas ou 
televisionadas, e-mails, etc.
Toda comunicação tem por objetivo a transmissão de uma mensagem, e se constitui por um certo número 
de elementos.
Os elementos da comunicação
a) O emissor ou destinador é o que emite a mensagem; pode ser um indivíduo ou um grupo (firma, 
organismo de difusão, etc.)
b) O receptor ou destinatário é o que recebe a mensagem; pode ser um indivíduo, um grupo, ou mesmo um 
animal ou uma máquina (computador). Em todos estes casos, a comunicação só se realiza efetivamente se a 
recepção da mensagem tiver uma incidência observável sobre o comportamento do destinatário (o que não 
significa necessariamente que a mensagem tenha sido compreendida: é preciso distinguir cuidadosamente 
recepção de compreensão).
c) A mensagem é o objeto da comunicação; ela é constituída pelo conteúdo das informações transmitidas.
d) O canal de comunicação é a via de circulação das mensagens. Ele pode ser definido, de maneira geral, 
pelos meios técnicos aos quais o destinador tem acesso, a fim de assegurar o encaminhamento de sua 
mensagem para o destinatário:
Meios sonoros: voz, ondas sonoras, ouvido…
Meios visuais: excitação luminosa, percepção da retina…
De acordo com o canal de comunicação utilizado, pode-se empreender uma primeira classificação das 
mensagens:
_as mensagens sonoras: palavras, músicas, sons diversas;
_as mensagens tácteis: pressões, choques, trepidações, etc;
_as mensagens olfativas: perfumes, por exemplo;
_as mensagens gustativas: tempero quente (apimentado) ou não…
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A transmissão bem-sucedida de uma mensagem requer não só um canal físico, mas também um contato 
psicológico: pronunciar uma frase com voz alta e inteligível não é suficiente para que um destinatário 
desatento a receba.
e) O código é um conjunto de signos e regras de combinação destes signos; o destinador lança mão dele 
para elaborar sua mensagem (esta é a operação de codificação). O destinatário identificará este sistema de 
signos (operação de decodificação) se seu repertório for comum ao do emissor for comum ao do emissor. 
Este processo pode se realizar de várias maneiras (representaremos por dois círculos os repertórios de signos
do emissor e do receptor)
f) O referente é constituído pelo contexto, pela situação e pelos objetos reais aos quais a mensagem remete.
Há dois tipos de referentes:
Referente situacional: constituído pelos elementos da situação do emissor e do receptor e pelas 
circunstâncias de transmissão da mensagem.
Assim é que quando uma professora dá a seguinte ordem à seus alunos: “coloquem o lápis sobre a carteira”, 
sua mensagem remete a uma situação espacial, temporal e a objetos reais.
Referente textual: constituído pelos elementos do contexto linguístico. Assim, num romance, todos os 
referentes são textuais, pois o destinador (o romancista) não faz alusão
salvo raras exceções – à sua situação no momento da produção (da escrita) do romance, nem a do 
destinatário (seu futuro leitor). Os elementos de sua mensagem remetem a outros elementos do romance, 
definidos no seu próprio interior.
Da mesma forma, comentando sobre nossas recentes férias na praia, num bate-papo com os amigos, não 
remetemos, com a palavra”praia” ou com a palavra “areia”, as realidades presentes no momento da 
comunicação.
Tipos de comunicação
Comunicação unilateral é estabelecida de um emissor para um receptor, sem reciprocidade. Por exemplo, 
um professor, um professor durante uma aula expositiva, um aparelho de televisão, um cartaz numa parede 
difundem mensagens sem receber resposta.
Comunicação bilateral se estabelece quando o emissor e o receptor alternam seus papéis. É o que acontece 
durante uma conversa, um bate-papo, em que há intercâmbio de mensagens.
Produção e recepção textuais nas práticas sociais
Como motor das realizações humanas, a prática social, para FAIRCLOUGH (2003), consiste na articulação de 
elementos sociais (alguns não discursivos), a saber: a ação e a interação, relações sociais, pessoas (com 
crenças, atitudes, histórias, etc.), o mundo material e o discurso. 
O discurso, por sua vez, é colocado como o elemento mais importante das práticas sociais, uma vez que 
encampa a linguagem que é entendida por esse autor como a base da ação social.Para FAIRCLOUGH (2003, 
p. 26), o discurso figura de três maneiras nas práticas sociais: na forma de gêneros textuais (como modos de 
agir), de discursos (como modos de representar), e de estilos (como modos de ser). 
No processo de adequação da linguagem, além dos fatores já mencionados, diferenciar e caracterizar a 
língua culta e coloquial é imprescindível, pois a confusão entre elas causa prejuízos tanto para a produção 
textual quanto para a comunicação de forma geral. Acompanhe as características da língua coloquial e culta:
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 BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL 
 
A linguagem formal também é chamada de linguagem culta. Essa linguagem é aplicada quando não existe 
familiaridade entre os interlocutores da comunicação ou em momentos que requerem mais respeitabilidade.
Características da linguagem formal:
• Segue rigorosamente as regras da gramática;
• Pronúncia clara e correta das palavras;
• Vocabulário rico e vasto.
Momentos onde a linguagem formal é aplicada
• Em discursos públicos ou políticos;
• Em salas de aula, conferências, palestras, seminários;
• Em provas e concursos públicos;
• Em reuniões de trabalho e entrevista de emprego;
• Em documentos oficiais, cartas, requerimentos.
Pessoas com quem devemos usar a linguagem formal
• Superiores hierárquicos;
• Autoridades religiosas, oficiais, políticas;
• Grande público;
• Público desconhecido.
Linguagem informal
A linguagem informal também é classificada de linguagem coloquial. Essa linguagem é aplicada quando os 
interlocutores são amigos ou familiares e em momentos de descontração.
Características da linguagem formal:
• Não se preocupa com o uso correto das normas gramaticais;
• Utiliza vocabulário simples, expressões populares e coloquialismos;
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• Ocorre o uso de gíria, palavrões, palavras inventadas, onomatopeia, gestos;
• Aplicação de palavras abreviadas ou contraídas: cê, pra, tá, tbm, dps, tlg;
• Está sujeita a mudanças regionais, culturais e sociais.
A linguagem informal ocorre em: 
• Conversas do dia a dia;
• Mensagens de celular;
• Redes sociais;
A linguagem informal é usada com:
• Familiares;
• Amigos.
Gêneros e Tipologia textuais e seus elementos constituintes
Gêneros textuais são textos que exercem uma função social específica, ou seja, ocorrem em situações 
cotidianas de comunicação e apresentam uma intenção comunicativa bem definida. 
Os diferentes gêneros textuais se adequam ao uso que se faz deles. Adequam-se, principalmente, ao 
objetivo do texto, ao emissor e ao receptor da mensagem e ao contexto em que se realiza.
Exemplos de gêneros textuais
•Romance;
•Conto;
•Fábula;
•Lenda;
•Novela;
•Crônica;
•Notícia;
•Ensaio;
•Editorial;
•Resenha;
•Monografia;
•Reportagem;
•Relatório científico;
•Relato histórico;
•Relato de viagem;
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•Carta;
•E-mail;
•Abaixo-assinado;
•Artigo de opinião;
•Diário;
•Biografia;
•Entrevista;
•Curriculum vitae;
•Verbete de dicionário;
•Receita;
•Regulamento;
•Manual de instruções;
•Bula de medicamento;
•Regras de um jogo;
•Lista de compras;
•Cardápio de restaurante;
•...
Embora os diferentes gêneros textuais apresentem estruturas específicas, com características próprias, é 
importante que os concebamos como flexíveis e adaptáveis, ou seja, que não definamos a sua estrutura 
como fixa.
Os gêneros textuais possuem transmutabilidade, ou seja, é possível que se criem novos gêneros a partir dos 
gêneros já existentes para responder a novas necessidades de comunicação. São adaptáveis e estão em 
constante evolução.
Tipos e gêneros textuais
Tipos e gêneros textuais são duas categorias diferentes de classificação textual.
Os tipos textuais são modelos abrangentes e fixos que definem e distinguem a estrutura e os aspectos 
linguísticos de uma narração, descrição, dissertação e explicação.
Exemplos de tipos textuais:
•Texto narrativo;
•Texto descritivo;
•Texto dissertativo expositivo;
•Texto dissertativo argumentativo;
•Texto explicativo injuntivo;
•Texto explicativo prescritivo.
Os aspectos gerais dos tipos de texto concretizam-se em situações cotidianas de comunicação nos gêneros 
textuais, textos flexíveis e adaptáveis que apresentam um intenção comunicativa bem definida e uma função 
social específica, adequando-se ao uso que se faz deles.
Gêneros textuais pertencentes aos textos narrativos: 
•romances;
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•contos;
•fábulas;
•novelas;
•crônicas;
•…
Gêneros textuais pertencentes aos textos descritivos: 
•diários;
•relatos de viagens;
•folhetos turísticos;
•cardápios de restaurantes;
•classificados;
•...
Gêneros textuais pertencentes aos textos expositivos: 
•jornais;
•enciclopédias;
•resumos escolares;
•verbetes de dicionário;
•... 
Gêneros textuais pertencentes aos textos argumentativos: 
•artigos de opinião;
•abaixo-assinados;
•manifestos;
•sermões;
•...
Gêneros textuais pertencentes aos textos injuntivos: 
•receitas culinárias;
•manuais de instruções;
•bula de remédio;
•...
Gêneros textuais pertencentes aos textos prescritivos: 
•leis;
•cláusulas contratuais;
•edital de concursos públicos;
•...
Gêneros textuais e gêneros literários
Conforme o próprio nome indica, os gêneros textuais se referem a qualquer tipo de texto, enquanto os 
gêneros literários se referem apenas aos textos literários.
Os gêneros literários são divisões feitas segundo características formais comuns em obras literárias, 
agrupando-as conforme critérios estruturais, contextuais e semânticos, entre outros.
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 BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL 
 
Exemplos de gêneros literários:
•Gênero lírico;
•Gênero épico ou narrativo;
•Gênero dramático.
Os tipos de textos são classificados de acordo com sua estrutura, objetivo e finalidade.
De acordo com a tipologia textual, eles são classificados em 5 tipos: texto narrativo, texto descritivo, texto 
dissertativo, texto expositivo e texto injuntivo.
1. Texto Narrativo
A marca fundamental do texto narrativo é a existência de um enredo, no qual são desenvolvidas as ações das
personagens, marcadas pelo tempo e pelo espaço.
Assim, a narração engloba o que chamamos de 5 elementos da narrativa:
1.Enredo: designa a história da narrativa. Dependendo de como a trama é contada, ele é classificado em 
dois tipos: enredo linear (sequência cronológica) e enredo não linear (não possui uma sequência 
cronológica).
2.Narrador: também chamado de foco narrativo, representa a "voz do texto", ou seja, determina quem está 
contando a história. Os tipos de narrador são: narrador observador (não faz parte da história, sendo 
somente um observador), narrador personagem (faz parte da história) e narrador onisciente (conhece todos
os detalhes da narração).
3.Personagens: são aqueles que fazem parte da história e podem ser: personagens principais (protagonista
e antagonista) ou personagens secundárias (adjuvante ou coadjuvante).
4.Tempo: marca o momento em que a trama está sendo desenvolvida. Ele é dividido em dois tipos: tempo 
cronológico e tempo psicológico.
5.Espaço: representa o local (ou locais) onde se desenvolve a história e que pode ser: físico, psicológico ou 
social.
Estrutura dos textos narrativos
Os textos narrativos possui uma estrutura básica: apresentação, desenvolvimento, clímax e desfecho.
•Apresentação: trata-se da introdução do texto, onde são apresentadas algumas de suas principais 
características como o tempo,o espaço e as personagem que fazem parte da trama.
•Desenvolvimento: designa a maior parte do texto, onde são desenvolvidas as ações das personagens 
numa sequência de acontecimentos.
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 BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL 
 
•Clímax: representa a parte mais emocionante, surpreendente e tensa da narrativa.
•Desfecho: é a parte final da trama, determinada pelo arremate de toda a história. Nela, é revelada o 
destino das personagens.
Alguns exemplos de textos narrativos
•Conto
•Fábula
•Romance
•Novela
•Crônica
Exemplo de texto narrativo
Para entender melhor esse tipo de texto, segue abaixo um exemplo de uma fábula do escritor grego Esopo:
A Rã e o Boi
Uma rã estava no prado olhando um boi e sentiu tal inveja do tamanho dele que começou a inflar para ficar 
maior.
Então, outra rã chegou e perguntou se o boi era o maior dos dois.
A primeira respondeu que não – e se esforçou para inflar mais.
Depois, repetiu a pergunta:
– Quem é maior agora?
A outra rã respondeu:
– O boi.
A rã ficou furiosa e tentou ficar maior inflando mais e mais, até que arrebentou.
Moral da história: Quem tenta parecer maior do que é se arrebenta.
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 BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL 
 
2. Texto Descritivo
O texto descritivo é um tipo de texto que apresenta a descrição de algo, seja de uma pessoa, um objeto, um 
local, etc. Assim, ele expõe apreciações, impressões e observações de algo indicando os aspectos, as 
características, os detalhes singulares e os pormenores.
Alguns recursos linguísticos relevantes na estruturação dos textos descritivos são: a utilização de adjetivos, 
verbos de ligações, metáforas e comparações.
Estrutura dos textos descritivos
De forma geral, os textos descritivos seguem a estrutura básica:
•Introdução: apresentação sobre o que (ou quem) será descrito.
•desenvolvimento: realização da descrição (objetiva ou subjetiva) de algo.
•conclusão: término da descrição.
Tipos de textos descritivos
A descrição é classificada de 2 formas:
1.Descrição objetiva: descrição realista ou denotativa sobre algo sem que haja algum juízo de valor.
2.Descrição subjetiva: descrição que envolve as impressões pessoais do autor e, por isso, apresenta o 
sentido conotativo da linguagem.
Alguns exemplos de textos descritivos
•Diário
•Relatos
•Biografia
•Notícia
•Cardápio
Exemplo de texto descritivo
A Carta de Pero Vaz de Caminha é um relato de viagem, sendo, portanto, um exemplo de descrição:
"Também andavam, entre eles, quatro ou cinco mulheres moças, nuas como eles, que não pareciam mal. 
Entre elas andava uma com uma coxa, do joelho até o quadril, e a nádega, toda tinta daquela tintura preta; e 
o resto, tudo da sua própria cor. Outra trazia ambos os joelhos, com as curvas assim tintas, e também os 
colos dos pés; e suas vergonhas tão nuas e com tanta inocência descobertas, que nisso não havia nenhuma 
vergonha. Também andava aí outra mulher moça com um menino ou menina ao colo, atado com um pano 
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 BR CONCURSO APOSTILA DIGITAL 
 
(não sei de quê) aos peitos, de modo que apenas as perninhas lhe apareciam. Mas as pernas da mãe e o 
resto não traziam pano algum."
3. Texto Dissertativo
O texto dissertativo busca defender uma ideia e, logo, é baseado na argumentação e no desenvolvimento de
um tema. Geralmente, os textos dissertativos-argumentativos, além de serem opinativos, buscam persuadir o
leitor.
Estrutura dos textos dissertativos
A estrutura dos textos dissertativos é dividida em três partes fundamentais:
1.Introdução: também chamada de tese, essa é uma pequena parte do texto que apresenta a ideia, o tema 
ou assunto principal que será dissertado.
2.Desenvolvimento: também chamada de antítese (ou anti tese), é a maior parte do texto em que é 
apresentado os argumentos contra e a favor sobre o tema.
3.Conclusão: também chamada de nova tese, essa parte sugere uma nova ideia, que pode ser uma solução 
sobre o tema exposto.
Tipos de textos dissertativos
Os textos dissertativos são classificados de duas maneiras:
1.Dissertativo-expositivo: foco na exposição de alguma ideia, fato, tema ou assunto. Nesse caso, não há a 
intenção de persuadir o leitor.
2.Dissertativo-argumentativo: a persuasão é o principal ponto dessa categoria de textos dissertativos. 
Assim, o uso de argumentações e contra argumentações são fundamentais.
Alguns exemplos de textos dissertativos
•Resenha
•Artigo
•Ensaio
•Monografia
•Editorial
Exemplo de texto dissertativo
O exemplo abaixo é um editorial da seção Tecnologia do jornal Correio braziliense.
App criado por publicitário "paga" para usuário assistir a propagandas
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No app Curió, os usuários assistem a conteúdos publicitários de forma voluntária e ganham pontos para 
trocar por brindes
Há dois anos, o aplicativo Curió veicula publicidade de uma forma diferente e inovadora. O empresário e 
criador do app, Jean Silva, 33 anos, observou que os meios tradicionais de divulgação publicitária não 
surtem o efeito desejado, porque o consumidor passou a ignorar as propagandas difundidas em 
quantidades exageradas nas redes sociais.
"A nossa aposta é pagar pelo tempo do espectador. O usuário assistirá à propaganda de maneira voluntária 
e ganhará moedas (curiós) para trocar por prêmios na plataforma", explica Silva.
O nome Curió teve inspiração tanto no pássaro brasileiro quanto na curiosidade inerente a todo ser humano.
"O que nos motiva é poder fazer parte da vida de cada "curioso" que já abriu um sorriso e se emocionou no 
fim daquele filme e se sentiu valorizado por interagir com os nossos anunciantes."
Pesquisas e vale-compras
Além de assistir às propagandas para ganhar os curiós, o consumidor também pontua quando responde a 
pesquisas e adquire um vale-compra pelo app. De acordo com Jean Silva, nas plataformas digitais, os valores
para veicular uma propaganda ficaram muito mais baixos, e o tempo de exposição, maior. Logo, quando o 
usuário ignora, mais propagandas são colocadas e, assim, se constrói um ciclo sem tanta lucratividade.
Em uma pesquisa realizada pelos desenvolvedores do Curió, o resultado de efetividade das peças 
publicitárias é 10 vezes maior no app, em relação ao Instagram e YouTube.
(Ana Clara Avendaño, Correio Braziliense 26/05/2020)
4. Texto Expositivo
O texto expositivo pretende apresentar um tema a partir de recursos como a conceituação, a definição, a 
descrição, a comparação, a informação e enumeração. Dessa forma, o objetivo central do emissor é explanar,
discutir e explicar sobre um determinado assunto.
Tipos de textos expositivos
Os textos expositivos são classificados em dois tipos:
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1.Texto informativo-expositivo: tem como objetivo a transmissão de informações, sem que haja juízo de 
valor.
2.Texto expositivo-argumentativo: foca na exposição de tema com defesa de opinião.
Alguns exemplos de textos expositivos
•Seminários
•Entrevistas
•Palestras
•Enciclopédia
•Verbete de dicionário
Exemplo de texto expositivo
Para entender melhor sobre esse tipo de texto, confira abaixo o verbete do dicionário online de português 
(Dicio) sobre a palavra disruptivo.
Significado de Disruptivo
adjetivo
Que provoca ou pode causar disrupção; que acaba por interromper o seguimento normal de um processo; 
interruptivo, suspensivo.
Que tem capacidade para romper ou alterar; que rompe.
[Eletricidade] Que causa arestauração súbita de uma corrente elétrica, provocando faíscas e gastando a 
energia que estava acumulada.
[Hidráulica] Que provoca uma alteração ao redor daquilo que obstrui o escoamento de fluidos.
expressão
Tecnologia Disruptiva. Designação atribuída a uma inovação tecnológica (produto ou serviço) capaz de 
derrubar uma tecnologia já preestabelecida no mercado.
Etimologia (origem da palavra disruptivo). Do francês distuptif.
5. Texto Injuntivo
O texto Injuntivo ou instrucional está pautado na explicação e no método para a realização de algo.
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Assim, um dos recursos linguísticos marcantes desse tipo de texto é a utilização dos verbos no imperativo, 
de modo a indicar uma "ordem".
Exemplos de textos injuntivos
•Regulamento
•Propaganda
•Receita culinária
•Bula de remédio
•Manual de instruções
Exemplo de texto injuntivo
Segue abaixo parte do manual de instruções do Jogo da Vida, um dos Brinquedos Estrela:
Dia do Juízo
Todos são obrigados a parar no Dia do Juízo para ganhar $48.000 por cada filho, pagar todas as notas 
promissórias – caso tiver – e decidir se vai tentar ser:
1) Milionário: quem achar que tem dinheiro suficiente para ganhar o jogo.
2) Magnata: é a escolha para quem acha que não tenho dinheiro suficiente e resolve arriscar tudo! O 
competidor declara sua decisão a todos, escolhe um número e gira a roleta. Se cair o número escolhido, ele 
será o vencedor. Do contrário, o banqueiro recolhe seu dinheiro e ele vai à falência.
Caso ninguém se torne magnata, a rodada termina quando o último jogador for à falência ou ficar 
milionário. Então, todos devem contar seu dinheiro. O jogador que tiver mais dinheiro ganha o Jogo da Vida.
Coesão e coerência textuais
A coesão textual está relacionada ao encadeamento das ideias dentro de texto e às referências que fazemos. 
É ideal que se siga um fluxo, facilitando a leitura. Quando há a sensação de fluidez, o texto não fica 
cansativo; afirmamos que ele é coeso.
Dispomos de vários mecanismos para conectar e relacionar as partes de um texto. Abaixo, citamos os 
principais:
1. Coesão referencial
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Alcançamos a coesão referencial utilizando expressões que retomam ou antecipam nossas ideias:
onde: indica a noção de "lugar" e pode substituir outras palavras.
São Paulo é uma cidade onde a poluição atinge níveis muito altos. [No caso, "onde" retoma a palavra 
"cidade".]
 
cujo: pode estabelecer uma relação de posse entre dois substantivos.
Raul Pompeia é um escritor cujas obras lemos com prazer.
 
que: pode substituir (e evitar a repetição de) palavras ou de uma oração inteira.
Pedro Álvares Cabral descobriu o Brasil, o que permitiu aos portugueses ampliarem seu império marítimo.
 
esse(a), isso: podem conectar duas frases, apontando para uma ideia que já foi mencionada no texto.
O presidente de uma ONG tem inúmeras funções a cumprir. Essas responsabilidades, no entanto, podem ser 
divididas com outros membros da diretoria.
 
este(a), isto: podem conectar duas frases, apontando para uma ideia que será mencionada no texto.
O que me fascina em Machado de Assis é isto: sua ironia.
2. Coesão lexical
Permite evitar a repetição de palavras e, também, unir partes de um texto. Pode ser alcançada utilizando-se:
sinônimos: palavras semelhantes que podem ser usadas em diferentes contextos, mas sem alterar o que o 
texto pretende transmitir.
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O presidente do Palmeiras, Silvano Eustáquio, afirmou que o time tem todas as condições para ganhar o 
campeonato. Segundo o dirigente, com Miudinho na zaga, o gol palmeirense será impenetrável. Na opinião 
do cartola, a torcida só terá motivos de alegria.
 
hiperônimos: vocábulo de sentido mais genérico em relação a outro.
Lucinha estava na poltrona do cinema, esperando o filme começar, quando, de repente, no assento ao lado, 
uma idosa desmaiou.
 
perífrases: construção mais complexa para caracterizar uma expressão mais simples.
A vigilância policial nos estádios de futebol é sempre necessária, pois as torcidas às vezes agem com 
violência. Na verdade, não é mais possível a realização de qualquer campeonato sem a presença de 
elementos treinados para garantir não só a ordem, mas também proteger a segurança dos cidadãos que 
desejam acompanhar o jogo em tranquilidade.
3. Coesão sequencial
Trata-se de estabelecer relações lógicas entre as ideias do texto. Para tanto, utilizamos os chamados 
conectivos (principalmente preposições e conjunções). Veja os principais:
 
Consequência (ou conclusão): por isso, logo, portanto, pois, de modo que, assim, então, por conseguinte, em
vista disso.
Ela é muito competente, por isso conseguiu a vaga.
 
Causa: porque, pois, visto que, já que, dado que, como, uma vez que, porquanto, por, por causa de, em vista 
de, em virtude de, devido a, por motivo de, por razões de.
Ela conseguiu a vaga, já que é muito competente.
 
Oposição: entretanto, mas, porém, no entanto, todavia, contudo.
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Paulo tinha tudo para ganhar a corrida, no entanto, no dia da prova, sofreu um acidente de carro.
 
Condição: se, caso, desde que, contanto que.
Você pode ir brincar na rua, desde que faça todo o dever.
 
Finalidade: para que, a fim de que, com o objetivo de, com o intuito de.
Com o intuito de conseguir a vaga na faculdade, Sílvia estudava oito horas todos os dias.
A coerência textual é o instrumento que o autor vai usar para conseguir encaixar as “peças” do texto e dar 
um sentido completo a ele.
Cada palavra tem seu sentido individual, quando elas se relacionam elas montam um outro sentido. O 
mesmo raciocínio vale para as frases, os parágrafos e até os textos. Cada um desses elementos tem um 
sentido individual e um tipo de relacionamento com os demais. Caso estas relações sejam feitas da maneira 
correta, obtemos uma mensagem, um conteúdo semântico compreensível.
O texto é escrito com uma intencionalidade, de modo que ele tem uma repercussão sobre o leitor, muitas 
vezes proposital.
Em uma redação, para que a coerência ocorra, as ideias devem se completar. Uma deve ser a continuação da 
outra. Caso não ocorra uma concatenação de ideias entre as frases, elas acabarão por se contradizerem ou 
por quebrarem uma linha de raciocínio. Quando isso acontece, dizemos que houve um quebra de coerência 
textual.
A coerência é um resultado da não contradição entre as partes do texto e do texto com relação ao mundo. 
Ela é também auxiliada pela coesão textual, isto é, a compreensão de um texto é melhor capturada com o 
auxílio de conectivos, preposições, etc.
Vejamos alguns exemplos de falta de coerência textual:
"No verão passado, quando estivemos na capital do Ceará Fortaleza, não pudemos 
aproveitar a praia, pois o frio era tanto que chegou a nevar"
“Estão derrubando muitas árvores e por isso a floresta consegue sobreviver.”
“Todo mundo viu o mico-leão, mas eu não ouvi o sabiá cantar”
“Todo mundo destrói a natureza menos todo mundo”
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“Podemos notar claramente que a falta de recursos para a escola pública é um problema 
no país. O governo prometeu e cumpriu: trouxe várias melhorias na educação e fez com 
que os alunos que estavam fora da escola voltassem a frequentá-la. Isso trouxe várias 
melhoras para o país.”
A falta de coerênciaem um texto é facilmente detectada por um falante da língua, mas não é tão simples 
notá-la quando é você quem escreve. A coerência é a correspondência entre as ideias do texto de forma 
lógica.
Quando o entendimento de determinado texto é comprometido, imediatamente alguém pode afirmar que 
ele está incoerente. Na maioria das vezes esta pessoa está certa ao fazer esta afirmação, mas não podemos 
achar que as dificuldades de organização das ideias se resumem à coerência ou a coesão. É certo que elas 
facilitam bastante esse processo, mas não são suficientes para resolver todos os problemas. O que nos resta 
é nos atualizarmos constantemente para podermos ter um maior domínio do processo de produção textual.
Equivalência e transformação de estruturas 
A matéria "equivalência e transformação de estruturas" consiste em saber mudar uma sentença ou parte dela
de modo a que fique gramaticalmente correta. 
Provavelmente, em sua prova estará assim:
 "parte do texto pode ser reescrito, sem prejuízo do seu sentido original e da correção gramatical.” 
Nesse caso, basta você compreender que se trata de uma paráfrase que é a reescrita de um texto sem que 
haja perda de sentido, a qual pode ocorrer com: mudança de ordem dos termos no período; o uso de 
sinônimos; antônimos antepostos ou pospostos por palavras negativas; elipse de termos facilmente 
subentendidos; ou ainda, pelo mecanismo da perífrase que é a reescritura por meio de um processo que 
consiste em expressar por muitas palavras o que se poderia dizer em poucos termos ou vice-versa. 
Um exemplo muito comum em provas é o enunciado trazer uma frase no singular, por exemplo, e pedir que 
o candidato passe a frase para o plural, mantendo o sentido. É fácil!
Outra observação valiosa é ficar atento quanto à concordância e à regência verbal e nominal. 
Portanto, resolver questões de reescritura é muito simples. Basta estudar tudo o que lhe foi cobrado no 
edital e mais esses dois conteúdos que lhe mostraremos agora: paráfrase e perífrase.
Paráfrase
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Na paráfrase as palavras são mudadas, porém a ideia do texto é confirmada pelo novo texto, a alusão ocorre 
para atualizar, reafirmar os sentidos ou alguns sentidos do texto citado. É dizer com outras palavras o que já 
foi dito. Temos um exemplo citado por Affonso Romano Sant'Anna em seu livro "Paródia, paráfrase & Cia" (p.
23):
Texto Original
Minha terra tem palmeiras
Onde canta o sabiá,
As aves que aqui gorjeiam
Não gorjeiam como lá.
(Gonçalves Dias, “Canção do exílio”).
Paráfrase
Meus olhos brasileiros se fecham saudosos
Minha boca procura a ‘Canção do Exílio’.
Como era mesmo a ‘Canção do Exílio’?
Eu tão esquecido de minha terra...
Ai terra que tem palmeiras
Onde canta o sabiá!
(Carlos Drummond de Andrade, “Europa, França e Bahia”).
Portanto, paráfrase é sempre a reescritura de um texto já existente, uma espécie de ‘tradução’ dentro da 
própria língua. 
Perífrase
Trata-se de uma expressão que designa um ser através de alguma de suas características ou atributos, ou de 
um fato que o celebrizou. Veja o exemplo:
A Cidade Maravilhosa (= Rio de Janeiro) continua atraindo visitantes do mundo todo.
Obs.: quando a perífrase indica uma pessoa, recebe o nome de antonomásia.
Exemplos:
O Divino Mestre (= Jesus Cristo) passou a vida praticando o bem.
O Poeta dos Escravos (= Castro Alves) morreu muito jovem.
O Poeta da Vila (= Noel Rosa) compôs lindas canções.
Relações de sinonímia e antonímia
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Quanto à significação, as palavras são divididas nas seguintes categorias:
Sinônimos
As palavras que possuem significados próximos são chamadas sinônimos. Exemplos:
casa - lar - moradia - residência
longe - distante
delicioso - saboroso
carro - automóvel
Observe que o sentido dessas palavras são próximos, mas não são exatamente equivalentes. Dificilmente 
encontraremos um sinônimo perfeito, uma palavra que signifique exatamente a mesma coisa que outra.
Há uma pequena diferença de significado entre palavras sinônimas. Veja que, embora casa e lar sejam 
sinônimos, ficaria estranho se falássemos a seguinte frase:
Comprei um novo lar.
Observação: o uso de palavras sinônimas pode ser de grande utilidade nos processos de retomada de 
elementos que inter-relacionam as partes dos textos.
Antônimos
São palavras que possuem significados opostos, contrários. Exemplos:
mal / bem
ausência / presença
fraco / forte
claro / escuro
subir / descer
cheio / vazio
possível / impossível
Polissemia
Polissemia é a propriedade que uma mesma palavra tem de apresentar mais de um significado nos múltiplos
contextos em que aparece. Veja alguns exemplos de palavras polissêmicas:
cabo (posto militar, acidente geográfico, cabo da vassoura, da faca)
banco (instituição comercial financeira, assento)
manga (parte da roupa, fruta)
Homônimos
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São palavras que possuem a mesma pronúncia (algumas vezes, a mesma grafia), mas significados diferentes. 
Veja alguns exemplos no quadro abaixo:
acender (colocar fogo) ascender (subir)
acento (sinal gráfico) assento (local onde se senta)
acerto (ato de acertar) asserto (afirmação)
apreçar (ajustar o preço)
apressar (tornar rápido)
bucheiro (tripeiro) buxeiro (pequeno arbusto)
bucho (estômago) buxo (arbusto)
caçar (perseguir animais) cassar (tornar sem efeito)
cegar (deixar cego) segar (cortar, ceifar)
cela (pequeno quarto) sela (forma do verbo selar; arreio)
censo (recenseamento) senso (entendimento, juízo)
céptico (descrente) séptico (que causa infecção)
cerração (nevoeiro) serração (ato de serrar)
cerrar (fechar) serrar (cortar)
cervo (veado) servo (criado)
chá (bebida) xá (antigo soberano do Irã)
cheque (ordem de pagamento) xeque (lance no jogo de xadrez)
círio (vela) sírio (natural da Síria)
cito (forma do verbo citar) sito (situado)
concertar (ajustar, combinar) consertar (reparar, corrigir)
concerto (sessão musical) conserto (reparo)
coser (costurar) cozer (cozinhar)
esotérico (secreto) exotérico (que se expõe em público)
espectador (aquele que assiste) expectador (aquele que tem esperança, que espera)
esperto (perspicaz) experto (experiente, perito)
espiar (observar) expiar (pagar pena)
espirar (soprar, exalar) expirar (terminar)
estático (imóvel) extático (admirado)
esterno (osso do peito) externo (exterior)
estrato (camada) extrato (o que se extrai de algo)
estremar (demarcar) extremar (exaltar, sublimar)
incerto (não certo, impreciso) inserto (inserido, introduzido)
incipiente (principiante) insipiente (ignorante)
laço (nó) lasso (frouxo)
ruço (pardacento, grisalho) russo (natural da Rússia)
tacha (prego pequeno) taxa (imposto, tributo)
tachar (atribuir defeito a) taxar (fixar taxa)
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Homônimos Perfeitos
Possuem a mesma grafia e o mesmo som.
Por Exemplo:
Eu cedo este lugar para a professora. (cedo = verbo)
Cheguei cedo para a entrevista. (cedo = advérbio de tempo)
Atenção: Existem algumas palavras que possuem a mesma escrita (grafia), mas a pronúncia e o significado 
são sempre diferentes. Essas palavras são chamadas de homógrafas e são uma subclasse dos homônimos.
Observe os exemplos:
almoço (substantivo, nome da refeição)
almoço (forma do verbo almoçar na 1ª pessoa do sing. do tempo presente do modo indicativo)
gosto (substantivo)
gosto (forma do verbo gostar na 1ª pessoa do sing. do tempo presente do modo indicativo)
Parônimos
É a relação que se estabelece entre palavras que possuem significados diferentes, mas

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