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74115Resumo-Aula-08Direito-Civil

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Direito Civil 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula 
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros 
doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 
 
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Sumário 
1. Responsabilidade Civil.............................................................................................2 
1.1. Princípios da Responsabilidade Civil.................................................................2 
1.1.1. Princípio do Neminem Laedere..............................................................2 
1.1.2. Princípio do Restitutio Integrum............................................................2 
1.2. Responsabilidade Civil X Responsabilidade Penal.............................................2 
1.3. Ato ilícito...........................................................................................................3 
1.3.1. Elementos do Ato ilícito.........................................................................4 
1.3.1.1. Conduta......................................................................................4 
1.3.1.1.1. Culpa....................................................................................4 
1.3.1.2. Nexo Causal................................................................................5 
1.3.1.3. Dano...........................................................................................5 
1.3.2. Abuso de Direito....................................................................................7 
1.3.3. Excludentes de Ilicitude.........................................................................7 
1.4. Teorias da Responsabilidade Civil....................................................................8 
1.5. Excludentes da Responsabilidade Civil.............................................................9 
1.6. Responsabilidade Civil por Fato de Terceiro....................................................11 
1.7. Responsabilidade Civil por Fato da Coisa.........................................................12 
1.8. Análise do artigo 931 do Código Civil..............................................................13 
1.9. Restituição em Dobro......................................................................................13 
1.10. Responsabilidade Civil da Pessoa Jurídica.............................................14 
1.11. Indenização...........................................................................................16 
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1. Responsabilidade Civil 
A responsabilidade civil se divide em responsabilidade contratual e extracontratual. 
A fonte da responsabilidade civil contratual, já estudada, é o inadimplemento 
contratual. Já a fonte da responsabilidade civil extracontratual é o ato ilícito. 
 
1.1. Princípios da Responsabilidade Civil 
1.1.1. Princípio do Neminem Laedere 
Este princípio, também chamado de “princípio do não causar dano a outro”, é a base 
da Responsabilidade Civil. Segundo o mesmo, não se deve desrespeitar a esfera jurídica de 
outrem. 
No momento em que há a violação deste princípio, surge o dever de indenizar. 
 
1.1.2. Princípio do Restitutio Integrum 
Este princípio, denominado de “princípio da restituição integral”, foi adotado pelo 
ordenamento jurídico brasileiro e pode ser percebido na redação do artigo 944 do Código 
Civil. 
Esta restituição integral será devida à vítima. 
 
Art. 944. A indenização mede-se pela extensão do dano. 
Parágrafo único. Se houver excessiva desproporção entre a gravidade da culpa e o dano, 
poderá o juiz reduzir, eqüitativamente, a indenização. 
 Ainda, com base no princípio da restituição integral, o artigo 402, CC prevê o 
ressarcimento do dano material em relação tanto ao lucro cessante quanto ao dano 
emergente, uma vez que a vítima necessita ser integralmente indenizada pelo dano sofrido. 
 
Art. 402. Salvo as exceções expressamente previstas em lei, as perdas e danos devidas ao 
credor abrangem, além do que ele efetivamente perdeu, o que razoavelmente deixou de 
lucrar. 
 
1.2. Responsabilidade Civil X Responsabilidade Penal 
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Neste momento, serão sistematizadas algumas diferenças entre a Responsabilidade 
Civil e a Responsabilidade Penal. 
Enquanto a Responsabilidade Civil tem uma natureza compensatória, a 
Responsabilidade Penal possui um viés punitivo. 
Ainda, na Responsabilidade Civil é necessária a existência do dano. Já na 
Responsabilidade Penal não é necessária a ocorrência do dano para que o ato seja punido. Por 
este motivo, é possível se penalizar crimes tentados ou figuras que não cometam o dano em 
si, como o partícipe. 
Exemplo: Sujeito A anda com seu carro a 200km/h em uma calçada no centro da cidade 
de manhã. Caso não haja o atropelamento de alguém ou dano a propriedade, não será 
possível a caracterização de Responsabilidade Civil. Entretanto, poderá haver incidência da 
Responsabilidade Penal e Administrativa. 
Uma sentença penal repercutirá na esfera cível em duas hipóteses: 
a) Sentença Penal Condenatória, que possui o condão de fazer coisa julgada material 
no juízo cível. Esta afirmativa decorre da maior amplitude da busca da verdade real 
no processo penal do que no processo civil. Logo, se houve condenação no crime, 
não há de se falar em isenção de responsabilidade no juízo civil. 
b) Sentença Penal de Improcedência por Negativa de Autoria ou Inexistência do Fato. 
Nesta situação, não há de se falar em demanda no juízo civil. 
 
1.3. Ato ilícito 
A prática do ato ilícito faz nascer a Responsabilidade Extracontratual. 
 
1.3.1. Elementos do Ato ilícito 
De acordo com o artigo 186 do CC, o ato ilícito possui 03 (três) elementos: 
 
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar 
direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. 
 
1.3.1.1. Conduta 
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Nas hipóteses de Responsabilidade Civil Subjetiva, a conduta necessita ser culposa. Já 
nas hipóteses de Responsabilidade Civil Objetiva, o elemento culpa será afastado de qualquer 
alegação. 
 
1.3.1.1.1. Culpa 
A culpa de divide nas modalidade de culpa em sentido estrito e dolo. 
 O dolo se constitui com a (i) representação psíquica do resultado e (ii) a assunção do 
resultado. 
 Exemplo: A vê B na rua e acelera o carro, causando o atropelamento de B. Neste 
exemplo, a conduta é dolosa. 
 A repercussão prática da diferenciação de uma conduta culposa e dolosa se dá na 
aferição da indenização. 
 A culpa em sentido estrito se divide em negligência, imprudência e imperícia. 
 Observação: A culpa in vigilando, culpa in elegendo e culpa in custodiendo foram 
praticamente extintas do direito brasileiro em decorrência da ampliação do rol de hipóteses 
de Responsabilidade Objetiva. 
 Outro ponto fundamental a ser destacado diz respeito aos graus de culpa, que pode 
ser grave,leve e levíssima. 
 A culpa grave, também chamada de dolo eventual, ocorre quando mesmo uma pessoa 
de prudência abaixo da média poderia ter evitado o dano. 
 Exemplo: Ao viajar de carro, é necessário verificar os freios. Na hipótese de 
atropelamento de alguém, a culpa do motorista será grave. 
 A culpa leve, por sua vez, ocorre quando uma pessoa de prudência média poderia ter 
evitado o dano. 
 Por fim, a culpa levíssima ocorre quando apenas uma pessoa de prudência acima da 
média poderia ter evitado o dano. 
 Exemplo: Ao viajar com o carro, há um problema na caixa de câmbio que gera um 
atropelamento. Neste caso, a culpa do motorista será levíssima. 
 É importante ressaltar que o grau de culpa também interferirá no quantum 
indenizatório. 
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 Por fim, é importante explicitar os critérios de aferição dos graus de culpa, que podem 
ser abstratos ou concretos. 
 A forma de aferição em abstrato é aquela em que é usado como padrão o homem 
médio. 
 Já na forma de aferição em concreto se analisa as condições em concreto que o 
indivíduo está inserido. Aqui, são analisadas condições familiares, sociais, gênero, costumes e 
outros aspectos da vida concreta do indivíduo. 
 Importante! O ordenamento jurídico pátrio adota a forma de aferição dos graus de 
culpa em concreto. 
 
1.3.1.2. Nexo Causal 
Com o aumento das hipóteses de Responsabilidade Civil Objetiva, o elemento nexo 
causal ganha destaque na análise da Responsabilidade Civil. 
Existem duas teorias que buscam configurar o nexo causal. 
A primeira é chamada de Teoria da Equivalência das Condições. Nesta, todos que 
participaram de forma direta ou indireta na formação do evento danoso irão responder pelo 
mesmo. Essa teoria não é utilizada pela doutrina civil, mas sim na Responsabilidade Penal. 
Já a segunda teoria é chamada de Teoria da Causalidade Adequada. Aqui, responde 
pelo evento danoso apenas o seu causador direto, responsável pelo ilícito. Essa é a teoria 
adotada pela doutrina civilista brasileira e está disposto no artigo 403 do CC. 
 
Art. 403. Ainda que a inexecução resulte de dolo do devedor, as perdas e danos só incluem 
os prejuízos efetivos e os lucros cessantes por efeito dela direto e imediato, sem prejuízo 
do disposto na lei processual. 
 
1.3.1.3. Dano 
Os danos podem ser de natureza material, moral e estética. 
O dano material se divide em dano emergente e lucro cessante, conforme artigo 402, 
CC. Enquanto o dano emergente é a perda patrimonial efetiva, o lucro cessante é aquilo que 
se deixou de ganhar em decorrência do dano. 
 
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Art. 402. Salvo as exceções expressamente previstas em lei, as perdas e danos devidas ao 
credor abrangem, além do que ele efetivamente perdeu, o que razoavelmente deixou de 
lucrar. 
O dano moral, por sua vez, decorre da violação a um direito da personalidade. Apesar 
dos direitos da personalidade possuirem natureza extrapatrimonial, se violados, fazem surgir 
uma pretensão indenizatória de cunho patrimonial para seu titular. 
Por fim, o dano estético decorre de qualquer alteração morfológica do corpo do ser 
humano. 
É importante ressaltar que o dano moral e estético são autonômos, podendo ser 
cumulados, conforme entendimento sumulado do STJ. 
 
Súmula 387: É lícita a cumulação das indenizações de dano estético e dano moral. 
Outro aspecto importante a ser destacado é a Teoria da Perda de uma Chance. De 
acordo com a mesma, a indenização é devida pela perda da oportunidade de se tentar obter 
o êxito. A natureza da indenização pela perda de uma chance é de dano emergente, não 
podendo ser arbitrada em valor superior ao êxito que se teria alcançado. 
Frise-se que, com base nesta teoria, não está se indenizando o que se deixou de 
ganhar, e sim a perda da oportunidade de se tentar ganhar. Caso fosse a primeira hipótese, 
sua natureza seria de lucro cessante. 
Esta teoria flexibiliza o nexo causal, já que nunca se saberá se o êxito seria atingido. 
Exemplo: Um candidato ao cargo de vereador de uma cidade pequena de São Paulo, 
que lidera as pesquisas, tem sua popularidade rebaixada por sua veiculação a uma série de 
informações mentirosas espalhadas pelo partido de oposição. Na eleição, este candidato 
perde por 08 (oito) votos. Após, entra com uma ação contra o partido de oposição pela perda 
de uma chance, tendo como indenização o valor de R$10.000,00. 
Caso a indenização pela perda de uma chance tivesse a natureza de lucro cessante, 
esta seria arbitrada tendo como base os vencimentos do vereador no período de 04 (quatro) 
anos de mandato. 
Exemplo: Uma concursanda pagou a inscrição de um concurso no valor de R$100,00. 
Entretanto, o caixa apenas registrou o pagamento de R$70,00. Após ter sua inscrição 
confirmada, é retirada da sala no dia do concurso por não ter realizado o pagamento da 
inscrição. Além de dano moral, é possível ajuizar uma ação pela perda de uma chance. Aqui, 
é indenizada a perda da oportunidade de tentar obter o êxito no concurso. 
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1.3.2. Abuso de Direito 
O artigo 187, CC equipara o exercício abusivo de um direito a um ato ilícito. Ainda, 
estabelece 04 (quatro) limites para o exercícío de um direito, quais sejam: fim econômico, fim 
social, limite dos bons costumes e da boa fé objetiva. 
 
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede 
manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos 
bons costumes. 
 
1.3.3. Excludentes de Ilicitude 
As excludentes de ilicitude estão disciplinadas no artigo 188, CC. 
 
Art. 188. Não constituem atos ilícitos: 
I - os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de um direito reconhecido; 
 II - a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de remover 
perigo iminente. 
Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será legítimo somente quando as 
circunstâncias o tornarem absolutamente necessário, não excedendo os limites do 
indispensável para a remoção do perigo. 
O Código Civil prevê três excludentes de ilicitude, ou seja, três condutas que, quando 
praticadas, não irão configurar um ato ilícito nem, portanto, o dever de indenizar. São eles: 
(i) Legítima defesa 
(ii) Exercício regular do direito 
(iii) Estado de Necessidade 
A legítima defesa ocorre quando o indivíduo atua para proteger a própria integridade 
física ou a de um bem. 
Já o exercício regular do direito causa um dano justo. 
Exemplo: Médico que amputa a perna de um indivíduo para salvar sua vida. 
Por fim, o Estado de Necessidade decorre de uma situação jurídica em que é necessário 
proteger a integridade de um bem jurídico alheio (coisa, pessoa ou direito). 
Frise-se que esta regra possui uma exceção. O art. 929 e 930, ambos do Código Civil, 
ensinam que, no caso do Estado de Necessidade, surge o dever de indenizar desde que a 
vítima do ato praticado não tenha sido acausadora do perigo. Essa é a única hipótese de 
indenização na prática das condutas que caracterizam excludente de ilicitude. 
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Art. 929. Se a pessoa lesada, ou o dono da coisa, no caso do inciso II do art. 188, não forem 
culpados do perigo, assistir-lhes-á direito à indenização do prejuízo que sofreram. 
 
Art. 930. No caso do inciso II do art. 188, se o perigo ocorrer por culpa de terceiro, contra 
este terá o autor do dano ação regressiva para haver a importância que tiver ressarcido 
ao lesado. 
Parágrafo único. A mesma ação competirá contra aquele em defesa de quem se causou o 
dano (art. 188, inciso I). 
 Exemplo: Ao ver um prédio em chamas, Rafael arromba a portaria e a porta do 1º 
andar para salvar uma criança. A perícia conclui que o incêndio foi iniciado por um ato de 
negligência dos pais da criança. Após 02 meses, Rafael recebe duas citações: uma do 
condomínio cobrando os danos causados à portaria e a segunda dos pais da criança cobrando 
os danos causados à porta. O ato de Rafael foi praticado em um Estado de Necessidade com 
o objetivo de salvaguardar a criança. Os pais da criança não podem requerer indenização, pois 
deram causa ao incêndio. Já o condomínio pode exigir indenização, pois o mesmo não foi 
causador do perigo. 
 Apesar do ato de Rafael continuar sendo considerado lícito, surgirá o dever de 
indenizar o condomínio. Entretanto, terá ação de regresso contra os verdadeiros causadores 
do incêndio, quais sejam os pais da criança. 
 
1.4. Teorias da Responsabilidade Civil 
A primeira teoria a ser estudada é a Teoria da Culpa (Responsabilidade Civil Subjetiva). 
Neste contexto, para que haja responsabilidade civil é imprescindível que os três elementos 
do ato ilícito estejam presentes, quais sejam a culpa, o dano e o nexo causal. Como a culpa se 
divide em Provada e Presumida, a teoria distingue-se sobre quem deve provar a culpa: 
I - Culpa Provada: a vítima é quem deve provar a culpa do ofensor. Essa teoria será 
utilizada nas hipóteses de Responsabilidade Civil Extracontratual (art. 186 c/c 927, CC). 
 
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar 
direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. 
 
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado 
a repará-lo. 
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Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos 
casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor 
do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem. 
Exemplo: No caso de atropelamento, a vítima deverá comprovar que o motorista teve 
uma conduta culposa. 
II - Culpa Presumida: o ofensor é quem precisa provar a não culpa. Essa teoria será 
adotada nos casos de Responsabilidade Contratual (art. 389 c/c 927, CC). 
Art. 389. Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e 
atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários 
de advogado. 
Exemplo: No caso de um empréstimo de R$10.000,00 vencido, deverá o ofensor 
provar que não teve culpa pela não realização do pagamento. 
A segunda teoria da Responsabilidade Civil é a Teoria do Risco (Responsabilidade 
Objetiva). Aqui, apenas o dano e o nexo causal são necessários para configuração da 
responsabilidade civil. Ou seja, a conduta culposa não precisa ser demonstrada para 
caracterização do dever de indenizar. 
A Teoria do Risco, disciplinada no artigo 927, parágrafo único, CC será aplicada nos 
casos previstos em lei (exemplo: Código de Defesa do Consumidor; artigo 37, §6º, CR; artigo 
43, 931 e 933 do CC) e nos casos nos quais a atividade praticada, por si só, já gera o risco. Este 
último caso configura a Teoria do Risco Criado. 
 
Art. 927. 
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos 
casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor 
do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem. 
 Observação: A Teoria do Risco Criado é aplicada às hipóteses de construção 
imobiliária. 
Por fim, a terceira teoria a ser estudada é a Teoria do Risco Integral, em que apenas o 
elemento dano deve estar presente. Não se fala em nexo causal ou conduta culposa. É 
aplicada nos casos de Responsabilidade do Estado por danos ao meio ambiente ou por danos 
nucleares. 
 
1.5. Excludentes de Responsabilidade Civil 
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A primeira excludente de Responsabilidade Civil é chamada de Culpa Exclusiva da 
Vítima. Nesta, a vítima concorre sozinha para o evento danoso. Neste contexto, está rompido 
o nexo causal e, por isso, não se fala em responsabilidade civil. 
É importante frisar que, com o rompimento do nexo causal, esta excludente poderá 
ser adotada tanto pela Teoria da Culpa quanto pela Teoria do Risco. Por este motivo, muitos 
autores defendem a adoção da nomenclatura “Fato Exclusivo da Vítima”, uma vez que a 
mesma também é incorporada na Responsabilidade Objetiva. 
A segunda hipótese ocorre quando há Culpa Exclusiva de Terceiro. Aqui, a conduta de 
um terceiro é a única responsável para a ocorrência de um evento danoso. Nesse caso, 
também há excludente de nexo de causalidade, afastando a responsabilidade civil. 
Exemplo: Um caminhão, ao bater no carro de Rafael, joga o mesmo para a calçada, 
fazendo-o atingir um pedestre. 
Como na hipótese anterior, a nomenclatura mais correta é “Fato Exclusivo de 
Terceiro”, uma vez que, com o rompimento do nexo causal, a excludente poderá ser aplicada 
tanto à Teoria da Culpa quanto à Teoria do Risco. 
A terceira excludente se dá por Culpa Concorrente, em que o ofensor e a vítima 
concorrem para a causação do evento danoso. Aqui, há uma divisão da responsabilidade que 
afeta diretamente o arbitramento da indenização. 
Exemplo: Rafael dirige em alta velocidade e Paula atravessa no sinal verde. Rafael, que 
deveria pagar R$100.000,00 à Paula, pagará apenas R$60.000,00. 
Por fim, a quarta excludente diz respeito ao Caso Fortuito e Força Maior. Enquanto a 
Força Maior se caracteriza pela ocorrência de um evento imprevisível (enchente, furacão), o 
Caso Fortuito ocorre por meio de eventos previsíveis, mas inevitáveis (buracos nas vias). 
O Caso Fortuito se divide em: 
(i)Caso Fortuito Interno: está relacionado à atividade desenvolvida. Neste caso, 
configura-se a responsabilidade, vez que presente o nexo causal. 
(ii) Caso Fortuito Externo: não se relaciona com a atividade desenvolvida. Neste caso, 
há excludente de responsabilidade, pois não há nexo causal. 
Exemplo (Julgado TJRJ): Uma família foi esquiar em uma região cercada de vulcões na 
Argentina. Estes vulcões, por sua vez, soltavam fagulhas no ar que, por vezes, impediam o 
tráfego aéreo. No dia de retorno da família ao Brasil, o vulcão entra em erupção, impedindo a 
viagem.A família, diante da situação, requer o pagamento de diária, alimentação e transfer 
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da Companhia Aérea, que se recusa a fornecer. No Brasil, a família requer indenização à Cia. 
Aérea pelos gastos extras, além de dano moral. 
A empresa, por sua vez, alegou que a situação se enquadra na hipótese de caso 
fortuito, sendo o evento previsível, mas inevitável. O TJRJ concordou com a alegação, mas 
afirmou que a situação dos autos caracterizava o caso fortuito interno, sendo a indenização 
devida. 
Conclui-se, portanto, que as hipóteses de excludentes de responsabilidade são: Fato 
Exclusivo da Vítima, Fato Exclusivo de Terceiro, Culpa Concorrente (que distribui a 
responsabilidade civil), Força Maior, Fortuito Interno e Fortuito Externo. 
 
1.6. Responsabilidade Civil por Fato de Terceiro 
As hipóteses de responsabilidade por fato de terceiro são aquelas em que não será o 
causador do dano que responderá pelo mesmo. Estas, por sua vez, estão disciplinadas no 
artigo 932 CC: 
 
Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil: 
I - os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua companhia; 
II - o tutor e o curador, pelos pupilos e curatelados, que se acharem nas mesmas condições; 
III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício 
do trabalho que lhes competir, ou em razão dele; 
IV - os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se albergue por 
dinheiro, mesmo para fins de educação, pelos seus hóspedes, moradores e educandos; 
V - os que gratuitamente houverem participado nos produtos do crime, até a concorrente 
quantia. 
A responsabilidade dos ilícitos enumerados anteriormente é OBJETIVA (artigo 933, CC) 
e, em regra, SOLIDÁRIA (artigo 942, CC) 
 
Art. 933. As pessoas indicadas nos incisos I a V do artigo antecedente, ainda que não haja 
culpa de sua parte, responderão pelos atos praticados pelos terceiros ali referidos. 
 
Art. 942. Os bens do responsável pela ofensa ou violação do direito de outrem ficam 
sujeitos à reparação do dano causado; e, se a ofensa tiver mais de um autor, todos 
responderão solidariamente pela reparação. 
Parágrafo único. São solidariamente responsáveis com os autores os co-autores e as 
pessoas designadas no art. 932. 
 Observação: Ainda que não seja necessário demonstrar a culpa daqueles elencados no 
artigo 932, CC, é necessário demonstrar conduta culposa daquele que praticou o ilícito. 
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 Percebe-se que não é mais necessário a demonstração da culpa in vigilando dos pais, 
uma vez que estes respondem objetivamente pelos ilícitos cometidos por seus filhos. 
 Exemplo: O empregador responde de forma objetiva e solidária com seu empregado 
pelos ilícitos cometidos por este. 
 É importante ressaltar que as regras contidas no artigo 942, CC e artigo 933,CC são 
excepcionadas pelos incisos I e II do artigo 932, CC. Filhos menores, tutelados e curatelados 
são incapazes. Nestes casos, quando o ilícito for praticado por eles, haverá responsabilidade 
civil SUBSIDIÁRIA destes incapazes, sendo aplicado o artigo 928, CC. 
 
Art. 928. O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas por ele responsáveis 
não tiverem obrigação de fazê-lo ou não dispuserem de meios suficientes. 
Parágrafo único. A indenização prevista neste artigo, que deverá ser eqüitativa, não terá 
lugar se privar do necessário o incapaz ou as pessoas que dele dependem. 
Importante! Atos ilícitos praticados por filhos menores emancipados e tutelados 
emancipados são respondidos de forma solidária junto aos pais ou tutores, não sendo mais 
cabível a aplicação do artigo 928, CC. A manutenção da responsabilidade solidária ocorre de 
forma a evitar emancipações fraudulentas. Deste modo, mesmo emancipados, os pais e o 
tutor continuam a responder de forma solidária com seus filhos e tutelados. 
 
1.7. Responsabilidade Civil por Fato da Coisa 
Este tópico é tratado nos artigos 936, 937 e 938 do CC. 
 
Art. 936. O dono, ou detentor, do animal ressarcirá o dano por este causado, se não provar 
culpa da vítima ou força maior. 
 
Art. 937. O dono de edifício ou construção responde pelos danos que resultarem de sua 
ruína, se esta provier de falta de reparos, cuja necessidade fosse manifesta. 
 
Art. 938. Aquele que habitar prédio, ou parte dele, responde pelo dano proveniente das 
coisas que dele caírem ou forem lançadas em lugar indevido. 
 
Da leitura do artigo 936, CC, depreende-se que o dono do animal ou seu detentor irá 
responder pelos danos causados pelo animal de forma OBJETIVA, já que as hipóteses de 
excludente de responsabilidade dispostas no referido artigo dizem respeito ao rompimento 
do nexo causal. Deste modo, a interpretação a contrario sensu possibilita a conclusão de que 
a responsabilidade selecionada pelo artigo é objetiva. 
Direito Civil 
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ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros 
doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 
 
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Já o artigo 937, CC prevê uma responsabilidade subjetiva do dono do edifício ou 
construção, uma vez que é necessário comprovar a falta de reparos. 
Por fim, o artigo 938, CC prevê responsabilidade objetiva. 
Frise-se que, se não for possível identificar o apartamento exato de onde caiu o objeto, 
é possível ingressar com ação contra o condomínio. 
 
1.8. Análise do artigo 931 do Código Civil 
 
Art. 931. Ressalvados outros casos previstos em lei especial, os empresários individuais e 
as empresas respondem independentemente de culpa pelos danos causados pelos 
produtos postos em circulação. 
 O artigo 931, CC é aplicado de forma subsidiária na responsabilidade de empresários 
individuais e empresas quando NÃO há uma relação de consumo. 
 Frise-se que esta responsabilidade será objetiva. 
 
1.9. Restituição em Dobro 
A hipótese da restituição em dobro está prevista tanto no artigo 940 do Código Civil 
quanto no artigo 942, P.U. do Código do Consumidor. 
 
Art. 940. Aquele que demandar por dívida já paga, no todo ou em parte, sem ressalvar as 
quantias recebidas ou pedir mais do que for devido, ficará obrigado a pagar ao devedor, 
no primeiro caso, o dobro do que houver cobrado e, no segundo, o equivalente do que dele 
exigir, salvo se houver prescrição. 
 
Art. 42. Na cobrança de débitos, o consumidor inadimplente não será exposto a ridículo, 
nem será submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaça. 
Parágrafo único. O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito à repetição do 
indébito, por valor igual ao dobro do que pagou em excesso, acrescido de correção 
monetária e juros legais, salvo hipótese de engano justificável. 
 
 
REQUISITOS PARA A RESTITUIÇÃO EM DOBRO DE COBRANÇAS INDEVIDAS 
Relação Civil (art. 940, CC) Relação de Consumo (art. 42, P.Ú.) 
Cobrança Judicial Cobrança Judicial ou Extrajudicial 
Cobrança Indevida Cobrança Indevida e Pagamento 
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Demonstração da Culpa do Credor na 
Cobrança Indevida 
Apenas é necessário comprovar a existência 
da Cobrança Indevida. 
 
 
1.10. Responsabilidade Civil da Pessoa Jurídica 
É importante frisar que o enfoque será conferido a Pessoas Jurídicas de Direito Público 
e Pessoas Jurídicas de Direito Privado prestadoras de serviço público. 
O artigo 43, CC disciplina a responsabilidade OBJETIVA das Pessoas Jurídicas de Direito 
Interno em relação aos atos de seus agentes. 
Frise-se que o direito de regresso disciplinado neste artigo é pautado na Teoria da 
Culpa. Sendo assim, a ação principal é pautada na Teoria do Risco. 
 
Art. 43. As pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente responsáveis por atos 
dos seus agentes que nessa qualidade causem danos a terceiros, ressalvado direito 
regressivo contra os causadores do dano, se houver, por parte destes, culpa ou dolo. 
 
Já o artigo 37, § 6º, CF disciplina a responsabilidade OBJETIVA da Pessoa Jurídica de 
Direito Público e Pessoa Jurídica Privada prestadora de serviço público. Esta, de forma similar 
a hipótese anterior, é pautada na Teoria do Risco. 
 
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, 
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte. 
§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços 
públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a 
terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou 
culpa. 
 Exemplo: No caso de Rafael ser atropelado por um ônibus, ele pode demandar em face 
da empresa de ônibus, que terá ação de regresso em face do motorista, uma vez provada a 
culpa do empregado. 
 Neste ponto, é importante fazer algumas observações em relação a figura das Pessoas 
Privadas prestadoras de Serviço Público. 
 O serviço público pode ser uti universi ou uti singuli. Os primeiros possuem 
destinatários universais, como no caso de fornecimento de segurança pública. Já os segundos 
possuem destinários determinados, identificáveis, como no caso de telefonia e transporte. 
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 Serviços públicos uti universi não podem ser delegados, devendo ser exercidos pela 
Administração Pública e custeados pelos impostos. 
 Já os serviços públicos uti singuli podem ser prestados pela Administração Pública, 
sendo custeados por meio de taxas, ou por particulares, por meio de concessão ou permissão 
(Lei 8987/95). No caso do serviço ser prestado por particular, será custeado por tarifa pública. 
 Diante das considerações realizadas, pergunta-se: É possível a interrupção do serviço 
público essencial de utilização singular prestado pelo particular em razão do inadimplemento 
do consumidor? 
 Observação: Os serviços essenciais estão disciplinados do artigo 10 da Lei de Greves, 
sendo os mesmos: 
 
Art. 10 São considerados serviços ou atividades essenciais: 
I - tratamento e abastecimento de água; produção e distribuição de energia elétrica, gás 
e combustíveis; 
II - assistência médica e hospitalar; 
III - distribuição e comercialização de medicamentos e alimentos; 
IV - funerários; 
V - transporte coletivo; 
VI - captação e tratamento de esgoto e lixo; 
VII - telecomunicações; 
VIII - guarda, uso e controle de substâncias radioativas, equipamentos e materiais 
nucleares; 
IX - processamento de dados ligados a serviços essenciais; 
X - controle de tráfego aéreo; 
XI compensação bancária 
 A interrupção destes serviços essenciais é permitido pelo art. 6º da Lei 8987/95. 
 
Art. 6o Toda concessão ou permissão pressupõe a prestação de serviço adequado ao pleno 
atendimento dos usuários, conforme estabelecido nesta Lei, nas normas pertinentes e no 
respectivo contrato. 
§ 1o Serviço adequado é o que satisfaz as condições de regularidade, continuidade, 
eficiência, segurança, atualidade, generalidade, cortesia na sua prestação e modicidade 
das tarifas. 
§ 2o A atualidade compreende a modernidade das técnicas, do equipamento e das 
instalações e a sua conservação, bem como a melhoria e expansão do serviço. 
§ 3o Não se caracteriza como descontinuidade do serviço a sua interrupção em situação 
de emergência ou após prévio aviso, quando: 
I - motivada por razões de ordem técnica ou de segurança das instalações; e, 
II - por inadimplemento do usuário, considerado o interesse da coletividade. 
 
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 Entretanto, é importante observar o posicionamento do STJ sobre o tema. Este 
Tribunal entende que é possível a interrupção do serviço público delegado por 
inadimplemento, desde que haja prévio aviso ao consumidor e seja oportunizado a 
possibilidade de pagar. Entretanto, em hipótese alguma, o serviço público essencial pode 
ser interrompido quando coloca em risco a vida do consumidor. 
 
1.11. Indenização 
Em alguns casos, a indenização devida é previamente modelada pelo legislador. Os 
parâmetros fixados para o arbitramento da indenização em alguns casos específicos estão 
presentes nos artigos artigos 948, 949 e 950, CC. 
 
Art. 948. No caso de homicídio, a indenização consiste, sem excluir outras reparações: 
I - no pagamento das despesas com o tratamento da vítima, seu funeral e o luto da família; 
II - na prestação de alimentos às pessoas a quem o morto os devia, levando-se em conta 
a duração provável da vida da vítima. 
 O artigo 948 estabelece parâmetros para a fixação do valor da indenização no caso da 
morte da vítima. 
 O pagamento das despesas com o tratamento da vítima e seu funeral são danos 
emergentes. Já o luto da família é classificado como dano moral. 
 A fixação dos alimentos se dá com base no salário médio do falecido, bem como a 
duração provável de sua vida. 
 Frise-se que estes alimentos NÃO possuem natureza de lucros cessantes. 
 Observação: Os parâmetros para fixação da indenização dispostos no artigo 948 não 
são taxativos. 
Art. 949. No caso de lesão ou outra ofensa à saúde, o ofensor indenizará o ofendido das 
despesas do tratamento e dos lucros cessantes até ao fim da convalescença, além de 
algum outro prejuízo que o ofendido prove haver sofrido. 
 O artigo 949 estabelece parâmetros para situações em que não há morre nem 
incapacidade laboral definitiva. Aqui, serão devidos danos emergentes e lucros cessantes. 
 
Art. 950. Se da ofensa resultar defeito pelo qual o ofendido não possa exercer o seu ofício 
ou profissão, ou se lhe diminua a capacidade de trabalho, a indenização, além das 
despesas do tratamento e lucros cessantes até ao fim da convalescença, incluirá pensão 
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doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 
 
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correspondente à importância do trabalho para que se inabilitou, ou da depreciação que 
ele sofreu. 
Já o artigo 950 diz respeito às situações em que a lesão corporal acarretauma 
incapacidade laboral permanente, que pode ser total ou parcial. Aqui, além do dano 
emergente e lucro cessante, será devida pensão, que NÃO possui natureza de lucro cessante.

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