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Responsabilidade Civil_ Resumo Doutrinário e principais apontamentos

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12/04/2019 Responsabilidade Civil: Resumo Doutrinário e principais apontamentos
https://marcusmariot.jusbrasil.com.br/artigos/405788006/responsabilidade-civil-resumo-doutrinario-e-principais-apontamentos 1/40
jusbrasil.com.br
12 de Abril de 2019
Responsabilidade Civil: Resumo Doutrinário e principais
apontamentos
Resumo doutrinário sobre as responsabilidades civil, com sua origem e
aplicação em nosso ordenamento jurídico. Responsabilidade Civil nas
relações de consumo e a Ação Civil Ex Delicto.
A responsabilidade civil consiste no dever de indenizar o dano
suportado por outrem
O titular de um direito se relacionará juridicamente com a toda a
coletividade. A lei imporá a essa coletividade um dever jurídico de
abstenção , ou seja, ninguém poderá praticar atos que venham a causar
lesões a direitos (patrimoniais ou extra patrimoniais) desse titular.
A esse dever de abstenção (imposto por lei) deu-se o nome de
Nemimnem Laeder
Ou seja, a ninguém é dado o direito de causar prejuízo a outrem.
A Responsabilidade Civil possui duas grandes vertentes sobre sua origem
(fonte): A Responsabilidade Civil Contratual, aonde é necessário a
existência de um contrato entre as partes e a Responsabilidade Civil
Extracontratual (Aquiliana) aonde o infrator infringi a lei vigente.
12/04/2019 Responsabilidade Civil: Resumo Doutrinário e principais apontamentos
https://marcusmariot.jusbrasil.com.br/artigos/405788006/responsabilidade-civil-resumo-doutrinario-e-principais-apontamentos 2/40
Também é de importante ressalva que quando alguém não cumpre a
"obrigação originária" gera uma "obrigação sucessiva", que é a obrigação de
indenizar.
Os pressupostos (elementos) da responsabilidade também possuem
duas grandes vertentes. São elas:
Responsabilidade Subjetiva, composta por:
- Conduta
- Nexo-causal
- Dano
- Culpa
Responsabilidade Objetiva composta por:
- Conduta
- Nexo-causal
- Dano
- Risco
Evolução histórica da Responsabilidade
Civil
Nos primórdios, o ofendido reagia ao dano de maneira imediata e brutal,
movido por puro instinto (vingança privada) nesta, observamos a primeira
fase da responsabilidade civil, aonde a Responsabilidade civil é
exclusivamente objetiva;
12/04/2019 Responsabilidade Civil: Resumo Doutrinário e principais apontamentos
https://marcusmariot.jusbrasil.com.br/artigos/405788006/responsabilidade-civil-resumo-doutrinario-e-principais-apontamentos 3/40
Quando o castigo era posterior, foi criada a Lei de Talião. Esta, por sua vez,
era pautada no olho por olho, dente por dente, além de ser uma forma de
limitar a vingança privada, balizada nas penas corporais, castigos físicos. A
Responsabilidade civil é objetiva;
Após esse período, surge a composição voluntária, o ofendido passou a ter a
faculdade de substituir a retaliação ao agente por uma compensação de
ordem econômica. Esta, classificada como a segunda fase da
responsabilidade civil, notada a importante evolução; Nesta, as vítimas
poderiam optar por sofrer danos físicos ou pagar para não sofrer as
consequências. A Responsabilidade civil é objetiva;
Com o Estado estruturado, a vingança privada foi banida e a vítima não
podia fazer justiça com as próprias mãos. A composição passa a ser
obrigatória.
Os romanos começaram a diferenciar pena de reparação, estabelecendo os
delitos públicos e os delitos privados Nessa fase, verifica-se o aparecimento
da responsabilidade contratual. Observamos também a divisão entre
responsabilidade penal e responsabilidade civil, a observância dos delitos
públicos, que são os que repercutem de forma mais intensa na sociedade
(matar, roubar e etc), que a responsabilidade contratual, Nesta, observa-se
a que a responsabilidade civil é subjetiva;
A Lei Aquília aponta princípio geral do dano, sendo desta época a ideia de
culpa. Desta forma, é nesta fase que a responsabilidade subjetiva (culpa)
começa a fazer parte da responsabilidade civil;
O direito francês influenciou vários países, pois após a Revolução Francesa,
na idade contemporânea, surge o Código de Napoleão aonde a
Responsabilidade civil é subjetiva;
O Código Civil de 1916 do Direito brasileiro, no artigo 159 estabeleceu que
aquele que, por omissão ou ação voluntária, negligência ou imprudência,
violar direito, ou causar prejuízo a outrem, fica obrigado a reparar o
dano. (Responsabilidade civil é subjetiva)
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/103251/c%C3%B3digo-civil-de-1916-lei-3071-16
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/11482313/artigo-159-da-lei-n-3071-de-01-de-janeiro-de-1916
12/04/2019 Responsabilidade Civil: Resumo Doutrinário e principais apontamentos
https://marcusmariot.jusbrasil.com.br/artigos/405788006/responsabilidade-civil-resumo-doutrinario-e-principais-apontamentos 4/40
Em linhas gerais, temos que a Responsabilidade Civil consiste no
dever de indenizar o dano suportado por outrem.
Código Civil de 2002 mesclou o código de 1916 com o Código de Defesa do
Consumidor (responsabilidade objetiva), trazendo em seu bojo as duas
possibilidades. Vejamos:
Responsabilidade civil subjetiva (regra
geral)
Artigo 186 define o que é ato ilícito
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou
imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que
exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Por sua vez, temos no artigo 927 CC, o requisito da culpa;
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a
outrem, fica obrigado a repará-lo.
Em seu parágrafo único, observamos a responsabilidade civil
objetiva (exceção)
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano,
independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando
a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por
sua natureza, risco para os direitos de outrem.
Observemos casos específicos em lei e as atividades consideradas de risco
pelo poder judiciário. (exemplos de atividade de risco: usina nuclear,
transporte de cargas perigosas, transporte de pessoas e etc)
As causas de Responsabilidade Independe de culpa estão nos artigos
928, 932, 936, 937, 938, 944 CC e Art 37, parágrafo 6, CF
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91585/c%C3%B3digo-de-defesa-do-consumidor-lei-8078-90
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10677854/artigo-927-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10406.htm#art186
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10677771/artigo-928-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10677562/artigo-932-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10677183/artigo-936-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10677159/artigo-937-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10677124/artigo-938-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10676887/artigo-944-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/2186546/artigo-37-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10710882/par%C3%A1grafo-6-artigo-37-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/188546065/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988
12/04/2019 Responsabilidade Civil: Resumo Doutrinário e principais apontamentos
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É importante a ressalva que a responsabilidade civil subjetiva é
residual, pois primeiro verifica se é objetiva, se não for, por
exclusão é subjetiva.
Observamos assim a teoria do risco, que parte do pressuposto de que
aquele que tira proveito da atividade,deve arcar com os danos advindos do
exercício da atividade, uma vez que a sua natureza já traz implícitos
esses riscos.
O artigo 187, CC dispõe que:
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao
exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim
econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.
A doutrina espacializada separou a ilicitude do artigo 187 em duas: A
ilicitude subjetiva (dolo ou culpa) e a ilicitude objetiva (aquela em que
apenas ocorre o prejuízo, sem analisar a conduta, se ela foi intencional ou
não)
Responsabilidade civil objetiva
É aquela em que a lei dispensa a produção de prova a respeito da culpa.
Porém, na origem é normal que se tenha um ato culposo. A lei apenas
estabelecerá não ser necessária a produção de prova acerca dessa culpa.
Desta forma, é errado dizer que responsabilidade objetiva é aquela em que
não há culpa. Em verdade, responsabilidade objetiva é aquela em que não
há necessidade de discussão do elemento culpa.
Responsabilidade dos pais
É responsabilidade Civil por ato de terceiro ou responsabilidade civil
indireta
Pais respondem pelos danos causados pelos filhos em regra geral
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10718722/artigo-187-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
12/04/2019 Responsabilidade Civil: Resumo Doutrinário e principais apontamentos
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Os pais que têm filho sobre sua proteção, que causam dano a terceiros não
podem alegar que criaram bem o filho (culpa in vigilando), tendo em vista
que a responsabilidade dos pais é objetiva. (independe de culpa)
Ocorre a teoria da Substituição: os pais substituem os filhos, o tutor
substitui o tutelado e o curador, o curatelado.
A responsabilidade civil encontra limite no patrimônio mínimo. É um
limite humanitário da responsabilidade civil. Se os pais não tiverem
patrimônio suficiente para reparar o dano, mas o incapaz tem, este
responderá, civilmente, por equidade (art. 928 do CC). Haverá um
litisconsórcio sucessivo. O Código Civil pretende reparar o dano causado
pelo incapaz. A reparação será subsidiária e mitigada.
Subsidiária: o incapaz só responderá se os pais não tiverem condições de
pagar em favor da vítima.
Mitigada: o juiz utiliza da equidade e poderá diminuir o valor a ser pago
pelo menor (prestigiando o princípio da proporcionalidade), com fulcro nos
art. 928 do CC, En. 39 CJF.
Observe, contudo, que a aplicação da teoria finalista de forma mitigada é
uma exceção. Julgados mais recentes do STJ têm restringido bastante a sua
utilização.
Segundo os art. 928 c/c 932, I, CC, se um dos genitores não tiver a guarda
não terá a obrigação de reparar o dano. Mas, por outro lado, o poder de
família é do casal, tendo os pais responsabilidade solidária (posição
minoritária).
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10677771/artigo-928-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10677771/artigo-928-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10677771/artigo-928-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
12/04/2019 Responsabilidade Civil: Resumo Doutrinário e principais apontamentos
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Art. 928. O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas
por ele responsáveis não tiverem obrigação de fazê-lo ou não
dispuserem de meios suficientes.
Parágrafo único. A indenização prevista neste artigo, que deverá ser
eqüitativa, não terá lugar se privar do necessário o incapaz ou as
pessoas que dele dependem.
Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil:
I - os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em
sua companhia;
II - o tutor e o curador, pelos pupilos e curatelados, que se acharem nas
mesmas condições;
[...]
Quando ocorrer emancipação voluntária, o emancipado não responderá por
ato ilícito. Os pais ainda responderão pelo ato ilícito praticado pelo então
emancipado, uma vez que este ainda é dependente econômico daqueles.
Neste caso, poderá haver litisconsórcio passivo facultativo,
En 41 CJF:
41 – Art. 928: a única hipótese em que poderá haver responsabilidade
solidária do menor de 18 anos com seus pais é ter sido emancipado nos
termos do art. 5º, parágrafo único, inc. I, do novo Código Civil.
Há casos em que o incapaz responderá diretamente. Quando o menor é
condenado por ato infracional, art. 116 do ECA, ele responderá com seu
próprio patrimônio.
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10730855/artigo-5-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10730819/par%C3%A1grafo-1-artigo-5-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10730776/inciso-i-do-par%C3%A1grafo-1-do-artigo-5-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10600907/artigo-116-da-lei-n-8069-de-13-de-julho-de-1990
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1028079/estatuto-da-crian%C3%A7a-e-do-adolescente-lei-8069-90
12/04/2019 Responsabilidade Civil: Resumo Doutrinário e principais apontamentos
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En 40 CJF:
40 – Art. 928: o incapaz responde pelos prejuízos que causar de
maneira subsidiária ou excepcionalmente como devedor principal, na
hipótese do ressarcimento devido pelos adolescentes que praticarem
atos infracionais nos termos do art. 116 do Estatuto da Criança e do
Adolescente, no âmbito das medidas sócio-educativas ali previstas.
Abuso de direito
Para a caracterização do abuso de direito, lembra-nos Daniel Boulos, que
basta a ilicitude objetiva, ou seja, não se exige a prova da intenção de
prejudicar. O art. 187 do CC usou apenas um critério finalístico (fim
econômico ou social, boa fé objetiva e bons costumes). Se ficar
caracterizado que houve um desvirtuamento do direito, houver abuso.
Como desdobramento do princípio venire contra factum proprium, em
respeito à boa fé objetiva, o direito adquirido e exercido em virtude de
surrectio, não pode ser atacado como abusivo pela parte que sofre a
supressio.
(Supressio - perda de um direito em face do seu não exercício. Surrectio -
aquisição de um direito pela não reclamação da parte contrária.)
En 37 CJF:
37 – Art. 187: a responsabilidade civil decorrente do abuso do direito
independe de culpa e fundamenta-se somente no critério objetivo-
finalístico.
Elementos ou requisitos (pressupostos)
da Responsabilidade Civil
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10600907/artigo-116-da-lei-n-8069-de-13-de-julho-de-1990
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1028079/estatuto-da-crian%C3%A7a-e-do-adolescente-lei-8069-90
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10718722/artigo-187-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
12/04/2019 Responsabilidade Civil: Resumo Doutrinário e principais apontamentos
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- Conduta
- Nexo-causal
- Dano
- Risco (objetiva) ou culpa (subjetivo)
Conduta humana
A conduta que gera responsabilidade civil é a conduta voluntária, livre e
consciente, bastando um grau moderado de consciência na atuação
humana, podendo ser omissivaou comissiva.
1. Comissiva: é aquela conduta que envolverá um agir, uma ação do
sujeito. Porém, essa ação acaba por violar um dever jurídico imposto
pela lei ou pelo contrato, gerando danos que devem ser indenizados.
2. Omissiva: para que possa haver a imputação de responsabilidade a
um sujeito pela sua omissão, é fundamental que antes exista um dever
de agir imposto pela norma. Sem dever de agir não há que se falar em
conduta omissiva. Esse dever de agir pode ser oriundo: a) da lei: por
exemplo, policial diante de um crime no qual tenha a possibilidade de
agir; bombeiro em uma situação de perigo; pai em relação aos filhos
etc.; b) do contrato: o guia da montanha é obrigado a agir em razão
de sua custódia; instrutor de mergulho; babá etc.; c) dever de
ingerência: quando uma conduta anterior expõe a perigo bens de
outrem (bem patrimonial ou da personalidade). Por exemplo, jogar
amigo na piscina: quem jogou tem o dever de agir no sentido de salvar
o amigo do afogamento.
Deve haver um grau de consciência no que se faz para que se
enquadre como conduta humana.
Estado de sonambulismo, por não ser voluntária as condutas
praticadas, não gera resp. Civil.
A responsabilidade civil normalmente é gerada por conduta ilícita, mas, por
exceção, também pode decorrer de ato lícito (previsto em lei).
12/04/2019 Responsabilidade Civil: Resumo Doutrinário e principais apontamentos
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Exemplos de ato licito que geram resp. Civil:
Desapropriação (poder público tem o direito de requerer o seu imóvel
para instalar uma atividade que ele queria)
Passagem forçada (um imóvel fica "encravado" para a saída para as
ruas e avenidas)
Nexo de Causalidade
Trata-se do liame que une o AGENTE ao RESULTADO
Para Gonçalves:
a relação de causa e efeito entre a ação ou omissão do agente e o dano
verificado
Venosa
O conceito de nexo causal ou relação de causalidade deriva de leis
naturais
Existem 3 teorias que explicam o nexo causal:
A) teoria da equivalência de condições Conditio sine qua non
para esta teoria todo e qualquer antecedente fático que concorra para o
resultado é causa.
A crítica dessa teoria é que haveria uma série de pessoas que seriam
responsabilizadas por uma ação de um único agente, levando até
conclusões absurdas, haja vista que todas as condições são necessárias ao
resultado, assim sendo, chegaríamos a resultados completamente
desarrazoados, ao ponto de Santos Dumont ter culpa em um acidente aéreo
que ocorresse hoje, por exemplo.
B) teoria da causalidade adequada
12/04/2019 Responsabilidade Civil: Resumo Doutrinário e principais apontamentos
https://marcusmariot.jusbrasil.com.br/artigos/405788006/responsabilidade-civil-resumo-doutrinario-e-principais-apontamentos 11/40
Causa é apenas o antecedente fático abstratamente adequado à consumação
do resultado.
Essa teoria parte de um juízo de probabilidade porque, para ela, causa é
apenas o antecedente apropriado, em tese, abstratamente apto a produzir
aquele resultado.
Esta teoria demonstrou que para se aferir a responsabilidade civil pelo
dano, o juiz deveria retroceder até o momento da ação ou omissão, com o
intuito de estabelecer se esta era ou não idônea para produzir o resultado.
Portanto, o questionamento que se deve fazer é, se a ação ou omissão do
presumivelmente responsável era, por si só, capaz de produzir o dano?
Na prática, a teoria foi usada no seguinte julgado:
Julgado - apelação cível - 0162535-07.2016.8.12.7000 - José Carlos
Lopes X Bando Santander, Banco Atlântico - cessionário do crédito de
José Carlos Lopes;
C) teoria da causalidade direito e imediata
Causa é apenas o antecedente que determina o resultado como
consequência sua, direta e imediata.
Para essa teoria é preciso que exista um vínculo entre aquele antecedente
que se considera causa e o resultado.
A teoria foi usada no seguinte julgado:
Apelação cível Acidente de Trabalho - Ação de Reparação de danos
materiais e morais. Servidor vitimado por infortúnio laboral.
O Código Civil adota, em seu artigo
403 - ainda que a inexecução resulte de dolo do devedor, as perdas e
danos só incluem os prejuízos efetivos e os lucros cessantes por efeito
dela direto e imediato, sem prejuízo do disposto na lei processual.
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
12/04/2019 Responsabilidade Civil: Resumo Doutrinário e principais apontamentos
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Ou seja, é adotado pelo CC a teoria da causalidade direta e imediata
Dano ou Prejuízo
O dano ou prejuízo traduz a lesão a interesse jurídico tutelado, material ou
moral, ou estético.
Para ser indenizável o dano precisa de três requisitos:
1. Violação de um interesse jurídico material ou moral
2. A subsistência do dano
3. A certeza do dano (não se indeniza dano hipotético!)
O Dano, nada mais é que o prejuízo experimento pela vítima e tutelado pelo
direito.
São Espécies de dano:
A) Dano patrimonial (lucros cessantes + Dano Emergente)
São bens economicamente apreciáveis que sofrem perda substancial no seu
valor original.
Podem ser divididos em:
[DANOS NEGATIVOS] Lucros cessantes - o dano causado ao
patrimônio do sujeito poderá acarretar consequências futuras, por
exemplo, um impedimento à percepção de ganhos, de lucros. Porém,
somente se fala em lucros cessantes quando houver uma quase certeza da
obtenção efetiva dos ganhos. Não se trata de mera possibilidade de ganho.
O exemplo é o da colisão com veículo de um taxista; este ficará vários dias
sem trabalhar, aguardando o conserto do automóvel, razão pela qual faria
jus ao recebimento dos lucros que deixou de auferir.
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Art. 402. Salvo as exceções expressamente previstas em lei, as perdas e
danos devidas ao credor abrangem, além do que ele efetivamente
perdeu, o que razoavelmente deixou de lucrar.
[DANOS POSITIVOS] Danos emergentes - é a diminuição do valor
patrimonial que precisa ser reposto pelo agente causador do dano para que
se volte ao "Status quo ante"
Art. 402. Salvo as exceções expressamente previstas em lei, as perdas e
danos devidas ao credor abrangem, além do que ele efetivamente
perdeu, o que razoavelmente deixou de lucrar.
Não pode pedir lucros cessantes de atividade ilícita, como a atividade
de camelô. Mas caso a barraca em que o ambulante trabalhava tenha
sido destruída, ele poderá pedir dano emergente.
B) Dano extrapatrimonial (dano moral)
Funções do dano moral (2):
1. Punitiva: ofensor deve sofrer uma repressão para que se abstenha de
praticar novamente a conduta física;
2. Compensatória: a vítima deve ter uma sensação de alívio no seu
sofrimento, obtendo uma indenização que possa lhe ofertar lazer para
esquecer do dano sofrido, com realizar um sonho.
O dano moral apresenta 2 teorias:
Negativista (não indenizável) - não reconhece a reparação do dano
extrapatrimonial. Segundo Saviagny os bens como vida, honra, liberdade
são insuscetíveis de restauração pela via indenizatórios, portanto não
estariam proteção jurídica da Ordem Privada. Outro argumento - perigo
de arbítrio judicial. A honra não se vende e a dor não tem preço. (não
utilizada pelo nosso ordenamento jurídico)
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Positivista - a reparabilidade do dano moral recebeu status
constitucional, através da dignidade da pessoa humana. O mero
inadimplemento contratual mora prejuízo econômico não configuram, de
per si, dano extrapatrimonial, poisnão agridem a dignidade humana.
Pautada nos art 1o, III, CF/88 art 5o, V e X, CF/88
Os danos morais ocorrem pela violação de direitos da personalidade,
agredindo todos as ofensas à pessoa.
Enunciado 444 da V Jornada de Direito Civil - o dano moral
indenizável não pressupõe necessariamente a verificação de
sentimentos humanos desagradáveis como dor ou sofrimento.
O dano moral existe "in re ipsa" (da própria coisa), deriva do próprio fato
ofensivo, de tal modo que provada a ofensa, está demonstrado o dano
moral.
Exemplo: cadastro indevido no SERASA
A pessoa jurídica pode sofrer dano moral segundo a sumula 227 do STJ.
Súmulas do STJ. SÚMULA 227. A pessoa jurídica pode sofrer dano
moral.
Em regra o dano moral deverá ser pago em parcela única, mas há exceções,
que serão pagas mensalmente:
1. lesão que impossibilite total ou parcialmente o trabalho da vítima;
2. homicídio, culposo ou doloso - a indenização deverá abranger as
despesas ordinárias de funeral, tratamento, remédios, despesas
hospitalares e também alimentos civis para as pessoas que dependiam
da vítima, até que se complete a idade média aproximada da vítima
(idade média que a pessoa morreria, expectativa de vida)
É possível cumular dano moral com dano patrimonial por um só fato
(súmula 37 STJ). Segundo o art. 186 CC, é possível pedir, exclusivamente,
dano moral. É denominado dano moral puro ou autônomo.
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10641860/artigo-1-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10731879/inciso-iii-do-artigo-1-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10641516/artigo-5-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10730887/inciso-v-do-artigo-5-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10730704/inciso-x-do-artigo-5-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10718759/artigo-186-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
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Excepcionalmente, poderá ser cumulado dano moral, patrimonial com o
dano estético (a regra é a não cumulação do dano estético com o moral).
Critérios para a fixação do dano moral
1. compensação pela dor sofrida
2. condição financeira do ofensor
3. condição financeira da vítima
4. comportamento do ofensor após a prática do ilícito (Prestou socorro,
arcou com as custas de hospital...)
Sujeitos do dano moral
Qualquer pessoa física, O nascituro poder ser vítima do dano moral, nos
casos compatíveis com a sua natureza, as pessoas falecidas, e as pessoas
jurídicas;
Dano Estético
Surgiu do desdobramento do dano puramente psicológico, neste dano
ocorrem deformidades físicas que provocam aleijão e repugnância,
abarcando os casos de marcas e outros defeitos físicos que causem à vítima
desgosto ou complexo de inferioridade (tanto externo, quanto interno,
quando função morfológica dos órgãos)
STJ - Súmula 387 - É lícita a cumulação das indenizações de dano
estético e dano moral.
Dano indireto e dano reflexo ou em ricochete
No dano indireto, uma a mesma vitima sofre um dano direto e esse dano se
alastra causando consequências nos demais fatos jurídicos.
Compra um cavalo doente (dano direto)
Todos os animais do haras ficam doentes (dano indireto)
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Por sua vez, o dano reflexo é aquele que atinge, além da vítima direta, uma
vítima indireta. Há pluralidade de vítimas.
Morte do pai, único trabalhador da família (dano direto)
Filhos sem alimentos (dano indireto)
Perda de uma chance
Caracteriza-se a responsabilidade pela perda de uma chance quando o
agressor faz desaparecer a probabilidade de a vítima auferir algum
benefício.
Deve haver uma chance séria e real, precisa-se verificar se é razoável ou não
esperar o benefício. Hipóteses remotas de a chance se concretizar
não merecem ser indenizadas
A perda de uma chance permite a indenização não pelo resultado não
obtido, mas por ter perdido a chance de obtê-la, de modo que, quanto
maior provável a chance, mais deve ser o valor indenizatório arbitrado pelo
juiz. (pode ser cumulado com dano moral, estético e patrimonial)
Art. 402. Salvo as exceções expressamente previstas em lei, as perdas e
danos devidas ao credor abrangem, além do que ele efetivamente
perdeu, o que razoavelmente deixou de lucrar.
Quando o profissional da saúde faz um tratamento errado, é possível a
aplicação da teoria da perda de uma chance. No entanto, deve-se ter em
mente se a chance perdida era razoavelmente considerada.
O fundamento legal apontado para a perda de uma chance seriam os arts.
186, 927, 948 e 949, CC. Há vários julgados do STJ que aceitam a perda de
uma chance, por exemplo, o famoso caso do “Show do Milhão” (programa
de TV do apresentador Silvio Santos), quando uma participante foi
indenizada por não ter respondido corretamente à pergunta final que lhe
fora feita , ou no caso do paciente que veio a falecer sem que o médico lhe
ofertasse a possibilidade de se tratar de outra forma.
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10718759/artigo-186-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10677854/artigo-927-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10676725/artigo-948-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10676624/artigo-949-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
http://www.migalhas.com.br/Quentes/17,MI28854,11049-Participante+do+show+do+milhao+recebera+indenizacao+por+pergunta+sem
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Também em relação ao tema inadimplemento contratual, com base na
perda de uma chance, empresa de sistemas de bloqueio de veículos à
distância foi condenada a indenizar cliente que teve veículo furtado ( TJ/SP
– Ap. 0179842-53.2008.8.26.0100 – Rel. Des. Hamid Bdine, j. 23.04.2014
e Ap. 0045311-76.2012.8.26.0007, Rel Des. Ana Catarina Strauch,j.
17.10.2014) . Ainda que se trate de uma obrigação de meio a da empresa
contratada. Entendeu-se que, ao deixar de realizar o bloqueio do veículo
quando avisada sobre o furto, configurou-se situação na qual houve a perda
da chance do contratante do serviço recuperá-lo.
Em linha de conclusão, para completo atendimento ao princípio da
reparação integral, deve-se indenizar o dano emergente, o lucro
cessante, o dano moral, o dano estético e a perda de uma chance.
Excludentes de Nexo de Causalidade
A conduta do agente até pode causar um dano, mas o nexo de causalidade
dessa conduta com o resultado será afastado diante da ocorrência de uma
excludente.
A ausência de dano não é excludente do nexo causal, apesar de
acarretar a mesma consequên cia prática – isenção do dever de
indenizar
1 - Caso fortuito e força maior
O melhor entendimento é o de que essas expressões são equivalentes,
independentemente do fato de derivarem de eventos naturais ou do
homem. O art. 393, CC, ao que parece, realmente equipara essas duas
expressões sob uma denominação maior que seria a “inevitabilidade do
evento”. Ocorrendo esse evento inevitável, a conclusão é a de que o nexo
estaria rompido, não havendo falar em responsabilidade civil. Por exemplo,
enchentes, furacões, greves, dentre outros.
Todavia, O Código Civil, não faz distinção entre caso fortuitoe força
maior.
http://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI245438,31047-Aspectos+gerais+sobre+a+teoria+da+perda+de+uma+chance+quando+uma
http://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI245438,31047-Aspectos+gerais+sobre+a+teoria+da+perda+de+uma+chance+quando+uma
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10706117/artigo-393-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
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Art. 393. (...)
Parágrafo único. O caso fortuito ou de força maior verifica-se no fato
necessário, cujos efeitos não era possível evitar ou impedir.
É o fato externo à conduta do agente de natureza inevitável, ou seja,
independe da previsibilidade.
Fortuito interno - é o fato imprevisível e inevitável, mas que está
inserido nos riscos de uma atividade empresarial exercida pelo agente, ou
seja, um risco a ela inerente.
O caso fortuito interno não exclui o nexo de causalidade.
Súmula 479 do STJ - As instituições financeiras respondem
objetivamente pelos danos gerados por fortuito interno a fraudes e
delitos praticados por terceiros no âmbito de operações bancárias.
2 - Culpa Exclusiva da Vítima
Fala-se em culpa exclusiva da vítima quando a sua conduta se erige em
causa direito e determinante do evento, de modo a não ser possível apontar
qualquer defeito no produto ou no serviço como fato ensejador da sua
ocorrência.
Pessoa que é atropelada fora do local adequado para travessia, sendo
que o motorista dirigia obedecendo todas as regras de trânsito e com
atenção necessária: A conduta que gerou o dano decorre da própria
vítima, leia-se, Culpa Exclusiva da Vítima!
Outro exemplo: A vítima, querendo se suicidar, atira-se na frente de um
veículo em avenida movimentada. O motorista que a atropela não será
responsabilizado, uma vez que o fato se deu exclusivamente em virtude
do comportamento da própria pessoa vitimada.
Observação sobre culpa:
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Vale registrar que, excepcionalmente, o grau de culpa poderá ter
importância na fixação do valor da indenização em duas situações (não
exclui, mas pode mitigar)
1. desproporção excessiva entre o grau de culpa e a extensão do
dano. Se houver uma culpa levíssima e um dano extenso, o art. 944,
parágrafo único, CC concede ao juiz o poder de reduzir equitativamente o
valor da indenização.
Art. 944 CC. A indenização mede-se pela extensão do dano. Parágrafo
único. Se houver excessiva desproporção entre a gravidade da culpa e o
dano, poderá o juiz reduzir, equitativamente, a indenização.
Exemplo: ao sair com o carro lentamente de sua garagem, um
indivíduo se distrai com a música que esta tocando e acaba e
esbarrando com seu veículo em uma senhora que passa pela calçada,
ela se desequilibra, cai, bate a cabeça no chão e vem a falecer - Culpa
levíssima e dano extenso - a indenização será reduzida equitativamente.
2. quando houver culpa concorrente. Nestes casos a verificação do
grau de culpa será importante para a fixação do quantum indenizatório (a
indenização será reduzida). A culpa de ambas as partes não é causa de
exclusão do dever de indenizar, mas sim de redução do quantum.
Art. 945 CC. Se a vítima tiver concorrido culposamente para o evento
danoso, a sua indenização será fixada tendo-se em conta a gravidade
de sua culpa em confronto com a do autor do dano.
Em resumo, ocorre quando o infrator causa o evento danoso, mas as
consequências do evento são agravadas pela conduta da vítima. Não exclui
a responsabilidade civil. Se a vítima tiver concorrido culposamente para o
evento danoso, a sua indenização será fixada tendo-se em conta a gravidade
de sua culpa em confronto com a do autor do dano.
3 - Fato de terceiro
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10676887/artigo-944-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10676855/par%C3%A1grafo-1-artigo-944-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10676887/artigo-944-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10676825/artigo-945-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
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É parecido com o fortuito externo. Fato de terceiro se refere a um
comportamento voluntário de um terceiro, que rompendo o nexo de
causalidade, exclui a responsabilidade do infrator.
Súmula 187, STF - veda a aplicação do fato de terceiro em favor de
transportador, em caso de acidente com passageiro. (é a exceção)
Teoria do corpo neutro
Trata-se de uma aplicação do fato de terceiro na hipótese em que o agente
físico do dano, atingido, é involuntariamente lançado contra a vítima.
Ex: acidentes em engarrafamentos.
4 - Cláusula de não indenizar (contratos)
É aquela pela qual uma das partes contratantes declara que não será
responsável por danos emergentes do contrato, em inadimplemento total
ou parcial. Trata-se de exoneração convencional do dever de reparar o
dano. Requisitos específicos:
1. Consentimento deve ser bilatereal;
2. Não colidir com preceito cogente de lei, com a ordem pública e com os
bons costumes;
3. Não deve eximir o dolo ou a falta grave do estipulante;
Excludentes de ilicitude
Estado de necessidade - esse instituto exclui a ilicitude do ato, como
regra.
Entretanto, o estado de necessidade gera a obrigação de indenizar, quando
o bem jurídico é de terceiro. Nesse caso, o agressor paga o prejuízo
experimentado pela vítima, mas tem ação regressiva contra o dono do bem
salvaguardado.
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Exemplo: Criança corre para pegar bola na rua, o motorista desvia da
criança, jogando seu carro em cima de um carro estacionado
regularmente; o motorista deve pagar o conserto do carro que estava
estacionado, e depois entra com ação regressiva contra os pais da
criança para ser ressarcido o valor gasto com o terceiro e o reparo do
seu próprio carro;
Se o motorista do carro, bate no carro do pai da criança, não há
responsabilidade civil, cabendo ainda receber dos pais a reparação do
seu próprio carro;
No caso exposto, não cabe chamamento ao processo por não haver
solidariedade entre as partes;
Legítima defesa
Agir contra agressão injusta, atual ou iminente, que excluída a ilicitude não
há, em tese, o dever de indenizar.
Entretanto, caso seja atingido direito de terceiro inocente, este poderá
demandar o agente que terá uma ação regressiva contra o verdadeiro
culpado.
Estrito cumprimento do dever legal e exercício regular de direito
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O estrito cumprimento do dever legal, civilmente, está implícito no
exercício regular de um direito. Desde que não haja excesso, não há
responsabilidade civil.
É exercício regular de direito o mero ajuizamento de ação.
dever legal = lei exige a conduta do agente
regular de direito = lei permite que qualquer cidadão, estando na situação
jurídica protegida,pode agir para manter o seu direito;
Legitimidade Ativa para Reparação Civil
Quanto à legitimidade ativa para a reparação civil, temos que a vítima é a
titular do direito. Também poderão pleitear a reparação os sucessores, nos
termos do artigo 943 do CC (deve-se analisar conjuntamente com os artigos
12 e 20 do CC).
Tanta pessoa física como pessoa jurídica podem pleitear dano moral e/ou
dano material, eis que consolidado entendimento de que a pessoa jurídica
também tem exposição moral, como já dito.
Importa ressaltar que muitas vezes os familiares próximos sofrem danos
em decorrência de ato antijurídico praticado diretamente a outra pessoa.
Ex: os casos dos dependentes (a quem o morto prestava alimentos) que
ficarão privados da verba de subsistência com a morte da vítima, assim
como sofrerão danos de natureza extrapatrimonial. São os chamados
danos reflexos ou por ricochete (explicados neste texto).
Mais recentemente a jurisprudência passou a admitir o dano reflexo
também em casos em que a vítima direta permanece viva (litisconsórcio
ativo). Trata-se de direito próprio pedido em nome próprio e não de direito
alheio pedido em nome próprio.
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10676914/artigo-943-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
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https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10729993/artigo-12-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10729559/artigo-20-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
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Legitimidade Passiva para Reparação
Civil
São responsáveis pela reparação civil o agente causador do dano, bem como
os responsáveis solidários ou subsidiários.
Também segundo o artigo 943 o dever de reparar transmite-se com a
herança (observar artigo 1.792)
Há também a responsabilidade pela reparação decorrente de contrato,
como ocorre no caso de seguro.
Responsabilidade Civil Contratual
O dever violado tem berço na prévia manifestação de vontade que cria um
liame específico e particular entre as partes.
Responsabilidade contratual é aquela decorrente de inexecução ou
infração em contrato firmado pelas partes. Prevista no Código Civil
como perdas e danos.
As partes, por força do regramento por ela estabelecido, cria uma série de
expectativas de condutas recíprocas, traduzidas no dever de adimplir. (o
mero inadimplemento contratual, não gera dano moral
automaticamente)
São pressupostos de resp. Civil contratual:
1. o contrato válido;
2. a inexecução do contrato; (ou parte dele)
3. o dano;
4. o nexo causal;
O dano moral não ocorre porque pode haver consequência para a mora ou o
inadimplemento, por meio de penalidades.
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Só ocorre dano moral reparável quando ficar provado o caráter excessivo,
além do razoável, acima do que se podia esperar como efeito natural e
previsível da quebra do dever jurídico preestabelecido entre as partes.
Responsabilidade Civil Direta e Indireta
Responsabilidade direta é aquela de quando o fato é imputado ao agente
por conduta própria; responsabilidade por ato próprio.
A Responsabilidade indireta ou complexa incide sobre o agente por ato de
terceiro (responsabilidade objetiva – v.g. art. 932 CC. A Responsabilidade
Indireta é quando um terceiro cobre o prejuízo de quem causou o dano.
Ex: pai arca com despesa do filho
Responsabilidade Civil por fato de
terceiro
Está disposta nos Art 932 e 933, CC A responsabilidade dos donos de
hotéis, estabelecimentos de ensino e similares por danos causados por
hóspedes ou educandos (internato), onde há o pagamento.
Aquele que exerce atividade com a finalidade econômica, visando obter
vantagem, no momento em que as pessoas estão sob a autoridade dos
danos dos estabelecimentos há a obrigação de vigilância e guarda.
Há a responsabilidade objetiva dos donos dos hotéis, estabelecimentos que
albergue por dinheiro no risco-proveito.
- Responsabilidade civil dos que tinham participado gratuitamente do
produto do crime:
Não se confunde com a coautoria - art 942, CC - Se a ofensa tiver mais de
um autor todos responderão solidariamente pela reparação.
A participação não se refere ao cometimento do fato, mas apenas no
resultado.
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10677313/artigo-933-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
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Observar sempre o tratamento diferenciado atribuído pelo artigo 928 à
responsabilidade dos incapazes. Os incapazes respondem equitativamente e
subsidiariamente, ou seja, apenas se as pessoas por eles responsáveis não
tiverem obrigação de fazê-lo ou não dispuserem de meios suficientes. Ou
seja, aqui há uma exceção à regra da responsabilidade solidária do artigo
942, parágrafo único.
Ação de regresso
Nos casos de responsabilidade civil indireta, em que a lei imputa a alguém
diverso do causador do dano o dever de indenizar, admite-se a ação de
regresso contra o agente que tinha causado o dano, salvo se o causador for
descendente seu, menor de idade.
Responsabilidade civil pelo fato da coisa
Coisa pode ser um bem móvel ou imóvel ou ainda semovente (animal)
O guardião somente se eximirá se provar quebra do nexo causal em
decorrência da culpa exclusiva da vítima ou evento de força maior, não
importando a investigação de culpa. (teoria do risco)
O fato da coisa decorre da violação de um dever de guarda da coisa, que se
imputa a quem tenha relação de fato e poder sobre ela.
O reconhecimento do dever de guarda é de quem tem a coisa consigo, pode
ser o possuidor ou o proprietário.
Guardião é, atualmente, tratar-se de imputar à pessoa qualificada como tal
uma esfera de risco pelo qual terão que responder.
Art. 936. O dono, ou detentor, do animal ressarcirá o dano por este
causado, se não provar culpa da vítima ou força maior.
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Se o cão ataca pessoa haverá responsabilidade civil, que será elidida se for
provada culpa da vítima, força maior ou fato de terceiro (causas de exclusão
do nexo causal)
Art. 937. O dono de edifício ou construção responde pelos danos que
resultarem de sua ruína, se esta provier de falta de reparos, cuja
necessidade fosse manifesta.
Refere-se à ruína de prédio. Haverá responsabilidade objetiva do
proprietário. A construtora responderá solidariamente.
Como excludentes da obrigação de indenizar admiti-se, o caso fortuito ou
força maior e a culpa exclusiva da vítima. Assim, por exemplo, age com
culpa a vítima que transitar por local onde podem cair materiais de
construção, onde há avisos e proteções materiais suficientes para dar
ciência do perigo a se correr ao passar naquele local.
Art. 938. Aquele que habitar prédio, ou parte dele, responde pelo dano
proveniente das coisas que dele caírem ou forem lançadas em lugar
indevido.
Responsabilidade pela queda de coisas. Se o imóvelfor alugado quem
responde é o inquilino, já que o referido artigo fala em “quem habitar”. Na
ação ajuizada contra o condomínio, não se discute culpa, só depois, os
condôminos entre si, discutirão culpa.
As normas de responsabilidade civil pelo fato da coisa apresentam
como objetivo principal não apenas a reparação a quem de alguma
maneira foi prejudicado, mas também o de reprimir comportamentos
que prejudique terceiro
Responsabilidade Civil do Estado
A responsabilidade civil do Estado tem princípios próprios e compatíveis
com a sua posição jurídica, por isso é mais extensa que a aplicável às
pessoas privadas.
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Em regra, aplicamos a teoria do risco administrativo nas relações
estatais.
Como fundamento para a responsabilidade objetiva surgiu a teoria do
risco administrativo, a qual informa que deve ser atribuída ao Estado a
responsabilidade pelo risco criado por sua (é possível que o Estado
afaste sua responsabilidade em casos de exclusão do nexo causal)
atividade administrativa.
E, se essa atividade é exercida em favor de todos, o ônus deve ser assim
suportado.
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (...)
§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado
prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus
agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de
regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
Deve ser comprovadoo nexo causal entre o dano e a conduta do
agente público.
Responsabilidade Civil nas relações de
consumo
O CDC só é aplicável nas relações de consumo.
Para caracterizar a relação de consumo é necessário a presença,
impreterivelmente:
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Do Fornecedor,
Do Consumidor,
Do Produto ou do Serviço.
Consumidor
Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto
ou serviço como destinatário final.
Consumidor é a parte vulnerável da relação de consumo e deve por este
motivo ser protegido quando contratar.
O conceito básico de consumidor é definido no art. 2º, caput, e
complementado pelo seu parágrafo único e pelos artigos 17 e 29.
Art. 2º do CDC - Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que
adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final.
Parágrafo único. Equipara-se a consumidor a coletividade de pessoas,
ainda que indetermináveis, que haja intervindo nas relações de
consumo
Art 17 do CDC - pessoas são equiparadas ao consumidor no caso de
acidente de consumo.
Art 29 do CDC - tutela os direitos das pessoas que por meio de oferta,
publicidade, práticas abusivas, cobrança de dívidas, cláusulas abusivas
e contrato de adesão sofrerem qualquer tipo de violação ou abuso de
direito.
Dessa forma, sobre o conceito de consumidor, pode-se concluir que:
Não é definido apenas sob a ótica individual, mas também enquanto
categoria (direito transindividual);
Não é apenas o contratante, mas a vítima de acidentes (onde não há
contrato entre as partes) e de práticas abusivas (realizadas antes da
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https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10605721/artigo-17-da-lei-n-8078-de-11-de-setembro-de-1990
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91585/c%C3%B3digo-de-defesa-do-consumidor-lei-8078-90
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10603741/artigo-29-da-lei-n-8078-de-11-de-setembro-de-1990
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contratação);
Não é apenas o que adquire, mas o que utiliza os produtos ou serviços;
Pode ser pessoa física ou jurídica;
Fornecedor
É toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira
bem como os entes despersonalizados que desenvolvem atividades de
produção montagem, criação transformação, importação, exportação,
distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços.
Exercem a atividade de forma habitual, visando lucro, com caráter
de profissionalidade.
CDC Art. 3º
Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou
estrangeira, bem como osentes despersonalizados, que desenvolvem
atividade de produção, montagem, criação, construção, transformação,
importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou
prestação de serviços.
Produto
É qualquer bem, móvel ou imóvel, de valor econômico que desperte
interesse no homem. (amostra grátis é produto!)
CDC Art. 3º (...)
§ 1º Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial.
Serviço
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É qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante
remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira e securitária,
salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista.
Art. 3º (...)
§ 2º Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo,
mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira,
de crédito e securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter
trabalhista.
Responsabilidade pelo Fato do Produto
Fato = defeito (quando coloca em risco a saúde e a segurança do
consumidor)
Defeito pressupõe o vício.
O fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou estrangeiro e o
importador respondem, independentemente de culpa pelos danos causados
aos consumidores por defeitos no produto.
Nesse ponto, em vez de simplesmente imputar a responsabilidade aos
fornecedores, quis o CDC restringir os personagens. Então, de acordo com
seu art. 12, são responsáveis pelo fato do produto e do serviço: o fabricante
- aquele que fabrica e coloca no mercado de consumo produtos
industrializados; o produtor - aquele que fabrica e coloca no mercado de
consumo produtos não industrializados; o construtor, nacional ou
estrangeiro - aquele que introduz produtos imobiliários no mercado de
consumo, através de fornecimento de bens ou serviços; o importador -
aquele que faz circular produto estrangeiro dentro do país.
O produto é defeituoso quando não oferece segurança que dele se espera
(funcionar conforme o esperado), levando-se em conta:
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a) sua apresentação;
b) o uso e os riscos que razoavelmente que dele se esperam;(uma faca,
por exemplo, é esperado que ela corte)
C) a época em que foi colocado em circulação; (um celular não é
defeituoso por não conseguir instalar determinado aplicativo por estar
com o sistema ultrapassado, por exemplo)
O produto não é considerado defeituoso pelo fato de outro de melhor
qualidade ter sido colocado no mercado.
O defeito vai além do produto ou do serviço para atingir o consumidor em
seu patrimônio jurídico, seja moral e/ou material. Por isso, somente se fala
propriamente em acidente, e, no caso, acidente de consumo, na hipótese de
defeito, pois é aí que o consumidor é atingido.
Responsabilidade pelo vício do produto
Vicio = inadequação do produto (não funciona conforme
esperado)
O vício do produto o torna impróprio ao consumo, produz a desvalia, a
diminuição do valor e frustra aexpectativa do consumidor, mas sem
coloca-lo em risco.
Os vícios normalmente são os de qualidade ou quantidade que tornam os
produtos ou serviços impróprios ou inadequados ao consumo a que se
destinam ou lhes diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes da
disparidade, como as indicações constantes do recipiente, da embalagem ou
mensagem publicitária.
Também independem de culpa, como na responsabilidade pelo defeito;
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qualidade = algum recurso ou característica que não funciona; (
televisão cujo som não funciona, carro com problemas de aquecimento,
ferro de passar roupa que esquenta pouco, roupa descosturada, serviço
de limpeza mal executado, prazo de validade vencido etc.)
quantidade = quando o peso está errado ou veio faltando; (frango
congelado cuja quantidade de água eleva o peso real do produto; vidro
de mostarda de 200ml que só tem 150ml; caderno de 100 páginas com
apenas 80; serviço de tevê por assinatura que retira canais de sua
programação sem o prévio aviso ao consumidor etc)
publicidade enganosa = não cumpre o que promete;
publicidade abusiva = discriminatória contra criança e idosos,
aproveitando-se da ingenuidade do consumidor;
Os vícios podem ser aparentes ou ocultos.
O prazo para reclamação do vício
(decadencial)
GARANTIA LEGAL:
Produtos não duráveis = 30 dias para reclamar
Produtos ou serviços não duráveis são aqueles que se esgotam ao
primeiro uso ou em pouco tempo após a aquisição, ou seja, aqueles são
naturalmente destruídos na sua utilização.
Produtos duráveis = 90 dias
Os produtos ou serviços duráveis não são necessariamente destruídos
pelo consumo. O que pode ocorrer é o desgaste natural com a sua
utilização, portanto, caracterizam-se por ter vida útil não passageira.
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O parágrafo 2º do art. 26 do CDC determina que “obsta a decadência” a
reclamação comprovadamente formulada pelo consumidor perante o
fornecedor de produtos e serviços até a resposta negativa correspondente,
que deve ser transmitida de forma inequívoca. Prepondera na doutrina a
interpretação doutrinária de que a expressão “obstar” se trata de
interrupção (ao menos no que diz respeito a contagem do prazo), assim,
após a resposta negativa do fornecedor, o prazo previsto no artigo
recomeça. Recomeça, segundo entendimento de nossos tribunais, para o
ajuizamento de uma ação por vício.
GARANTIA CONTRATUAL:
O fabricante divulga o prazo garantia maior que a legal. Quando o prazo
contratual acabar, então começará a garantia legal;
CDC Art. 50. A garantia contratual é complementar à legal e será
conferida mediante termo escrito.
Por exemplo, a Motorola anuncia que seu celular MOTO G3 (bem durável)
tem uma garantia de dois anos.
Na realidade, a garantia é de: 2 anos (contratual) + 90 dias (legal)
O prazo para solucionar o vício:
Prazo do fornecedor sanar o vicio é de 30 dias;
Art. 18. (...)
§ 1º Não sendo o vício sanado no prazo máximo de trinta dias, pode o
consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha:
Opções do consumidor após o prazo de 30 dias, com o vicio não
corrigido:
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10604245/par%C3%A1grafo-2-artigo-26-da-lei-n-8078-de-11-de-setembro-de-1990
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10604414/artigo-26-da-lei-n-8078-de-11-de-setembro-de-1990
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91585/c%C3%B3digo-de-defesa-do-consumidor-lei-8078-90
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91585/c%C3%B3digo-de-defesa-do-consumidor-lei-8078-90
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10601226/artigo-50-da-lei-n-8078-de-11-de-setembro-de-1990
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I - a substituição do produto por outro da mesma espécie, em perfeitas
condições de uso;
II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente
atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos; (pegar o dinheiro
de volta)
III - o abatimento proporcional do preço. (ficar com o mesmo produto
sem concertar com o desconto decorrente do problema)
EXEMPLOS DA DISTINÇÃO ENTRE VÍCIO E DEFEITO:
Ventilador novo que não liga: VÍCIO DE PRODUTO
Ventilador novo que tem a pá solta, atingindo o consumidor: DEFEITO
DE PRODUTO
Pedreiro que faz uma calçada ondulada: VÍCIO DE SERVIÇO
Pedreiro que faz uma parede torta, e essa, por este motivo cai:
DEFEITO DE SERVIÇO
Nota-se, a disparidade entre a gravidade dos casos!
Em síntese: Como diferenciar “fato” de “vício”? No vício, o problema
encontrado no produto ou no serviço frustra o consumidor tão somente
pelo erro encontrado neles próprios, acarretando o mau ou impossível
funcionamento. No fato do produto ou do serviço, por outro lado, este
“erro” é externalizado, saindo do domínio do produto ou serviço para
atingir a esfera particular do consumidor, causando-lhe um dano
material, físico ou moral.
Exclusão de responsabilidade
O fabricante, construtor, produtor ou importador excluem sua
responsabilidade se provar:
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(inversão do ônus da prova, quem tem que provar é o fabricante,
construtor, produtor ou importador que o defeito inexiste. Isso ocorre
porque para o legislador, eles têm condições de enfrentar uma demanda,
questionando a existência ou não do defeito nos produtos)
A) não colocou o produto no mercado ( produtos falsificados em
circulação ou quando o fornecedor foi vítima de furto ou roubo de
produto ainda incompleto para ser colocado no mercado)
b) o defeito inexiste (o consumidor usou errado) (pessoa que pensa
ter passado mal por causa da ingestão de um queijo, quando percebe
que este se encontra mofado. Eis que o fornecedor demonstra que o
bolor encontrado nesse queijo não só é tolerado como desejado, que é
uma característica intrínseca daquele tipo de queijo e que o passar mal
do consumidor, portanto, não teve qualquer ligação com um defeito
naquele laticínio, sendo tal defeito, assim, inexistente.)
c) culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro (quando a
despeito de aviso claro no medicamento sobre a posologia, o indivíduo
toma o dobro da dose recomendada. Ou seja, não há defeito no
medicamento e sim culpa exclusiva daquele que tomou dose superior à
que se indicou.)
prazo prescricional de 5 anos para reclamar)
Constatado o vício ou fato do produto ou serviço, verificamos que as
hipóteses nas quais o fornecedor é eximido de responsabilidade são:
quando ele provar que não colocou o produto no mercado, quando da
inexistência do defeito ou quando provada a culpa do consumidorou de
terceiro.
O comerciante só é igualmente responsável, quando:
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a) o fabricante, o construtor, o produtor ou o importador não puderem
ser identificados;
b) o produto for fornecido sem identificação clara do seu fabricante,
produtor, construtor ou importador;
c) não conservar adequadamente os produtos perecíveis.
O comerciante poderá entrar com ação de regresso.
Responsabilidade Civil dos Pro�ssionais
Liberais
O profissional deve atuar com lealdade em relação ao seu cliente, isto
implica numa série de deveres, desde a própria execução do contrato até os
deveres de informação e aconselhamento.
Responsabilidade Civil do Médico
Em regra, a obrigação médica constitui-se de obrigação de meio, não
havendo comprometimento do médico com a obtenção do interesse
específico do paciente.
O objetivo da relação obrigacional médico-paciente se caracteriza como
uma obrigação de fazer visando à preservação da vida, a cura ou prevenção
da doença ou moléstia, assim como a melhora das suas condições pessoais,
vinculando-se diretamente à vida e à integridade física ou moral da pessoa.
A obrigação médica gera a responsabilidade civil subjetiva, sendo
necessário a demonstração de uma falta do profissional em relação aos
deveres decorrentes da obrigação da prestação de serviços médicos.
O fundamento jurídica é o art. 186/CC e o art 927, caput, do CC/2002.
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10677854/artigo-927-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
12/04/2019 Responsabilidade Civil: Resumo Doutrinário e principais apontamentos
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Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou
imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que
exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a
outrem, fica obrigado a repará-lo.
Quando houver relação de consumo, pois existe a remuneração do serviço
prestado diretamente ao paciente, qualificando-o como consumidor, a
responsabilidade pessoal do médico será apurada mediante a verificação de
culpa, com fundamento no Art. 14, § 4 do Código de Defesa do Consumidor
- Lei 8078/90
Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da
existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos
consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como
por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e
riscos.
§ 4º A responsabilidade pessoal dos profissionais liberais será apurada
mediante a verificação de culpa.
Deveres do médico
O profissional está em situação superior ao seu paciente.
Dessa forma, deve ele, médico, informar de forma clara e suficientemente o
leigo/consumidor, pessoalmente sobre os riscos típicos e aspectos
principais do servico médico naquele caso específico.
O conteúdo do dever de informar do médido deve ser suficiente para o
paciente tomar sua decisão de submeter-se ao procedimento, assim como
sobre seus riscos e as respectivas consequências do tratamento ou
procedimento a ser realizado.
Privilégio terapêutico - previsto no art. 34 do Código de ética médica, que,
ao estabelecer a vedação de deixar de informar, estabelece também que a
comunicação deve feita ao representante legal, quando possa lhe provocar
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10406.htm#art186
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10606184/artigo-14-da-lei-n-8078-de-11-de-setembro-de-1990
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10605829/par%C3%A1grafo-4-artigo-14-da-lei-n-8078-de-11-de-setembro-de-1990
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91585/c%C3%B3digo-de-defesa-do-consumidor-lei-8078-90
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dano se feita a comunicação direta ao paciente.
Art. 34. Deixar de informar ao paciente o diagnóstico, o prognóstico, os
riscos e os objetivos do tratamento, salvo quando a comunicação direta
possa lhe provocar dano, devendo, nesse caso, fazer a comunicação a
seu representante legal.
Ação Civil Ex Delicto
Possui a finalidade de buscar uma indenização pelo dano sofrido, cuja
causa de pedir é o ilícito criminal.
Após o trânsito em julgado da questão penal, com a sentença condenatória,
esta faz coisa julgada no direito civil.
Quando for intentada uma ação civil e outra penal simultaneamente, a ação
civil poderá ficar suspensa até o resultado da ação penal.
O delito traz uma pretensão de natureza indenizatória, confrome o disposto
no art 186 do CC.
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou
imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que
exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Não obstante a sentença absolutória no juízo criminal, a ação civil poderá
ser proposta.
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10718759/artigo-186-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
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a) quando não tiver sido reconhecida a inexistência material do fato
b) quando houver o despacho de arquivamento do inquérito ou das
peças de informação
c) em face de decisão que julgar extinta a punibilidade
d) quando a setença absolutória decidir que o fato imputado não
constitui crime
Execução da sentença condenatória penal na esfera cível.
A sentença condenatória transitou em julgado constitui título executivo
judicial.
Quando o condenado é absolvido na revisão criminal, ficam prejudicados os
efeitos na sentença condenatória, em função da desconstituição do título.
 
Resumo doutrinário baseado nas aulas da professora Elisângela Cruz
Faria, da Faculdade Integrado de Campo Mourão e nos livros:
DONIZETTI, Elpídio e QUINTELLA, Felipe. Curso Didático de Direito
Civil, Atlas, 2017. MIRAGEM, Bruno. Direito Civil: Responsabilidade
Civil. São Paulo: Saraiva: 2015.
STOCO, Rui. Tratado de Responsabilidade Civil. São Paulo: Revista dos
Tribunais, 2015.
TARTUCE, Flávio. Direito Civil – Vol. 2 – Direitos das Obrigações e
Responsabilidade Civil, 13º edição. Forense, 12/2017 [GRUPO GEN].
BITTAR, Carlos Alberto. Responsabilidade civil: teoria e prática. 4a.
Edição, Rio de Janeiro, Ed. Forense Universitária, 2001.
12/04/2019 Responsabilidade Civil: Resumo Doutrinário e principais apontamentos
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CAHALI, Youssef Said. Do moral, 2a. Edição rev. Atual e ampl., São
Paulo, Ed. Revista dos Tribunais, 1998.
CAVALIERI Filho, Sérgio. Programa de responsabilidade civil. 6a. Edição,
revista, aumentada. São Paulo, Ed. Malheiros, 2005.
COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de direito civil: volume 1, São Paulo, Ed.
Saraiva, 2003.
DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil brasileiro, São Paulo, Ed.
Saraiva, 2005.
GONÇALVES, Carlos Roberto. Responsabilidade Civil, São Paulo, Ed.
Saraiva, 1988.
RODRIGUES, Silvio. Direito Civil, São Paulo, Ed. Saraiva, 2006.
THEODORO JUNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil, Rio
de Janeiro, Ed. Forense, 1986.
VENOSA, Silvio de Salvo. Direito Civil, São Paulo, Ed. Saraiva,2009.
Para citar este artigo, use: PEREIRA, Marcus Vinicius Mariot.
Responsabilidade Civil: resumo doutrinário e principais
apontamentos. 2016. Disponível em: (data do acesso)
Disponível em: http://marcusmariot.jusbrasil.com.br/artigos/405788006/responsabilidade-civil-
resumo-doutrinario-e-principais-apontamentos

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