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Apostila Curso ROe DO LOA (3)

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CLASSIFICAÇÃO ORÇAMENTÁRIA DA RECEITA E DA DESPESA 
E A LEI ORÇAMENTÁRIA ANUAL (LOA) 
 
 
 
 
 
Daiana Sampaio Maia Vier e 
Lourenço de Wallau 
 
 
 
 
 
 
Porto Alegre / RS 
Setembro / 2021
Classificação Orçamentária da Receita e da Despesa 
e a Lei Orçamentária Anual (LOA) 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
1. RECEITA .......................................................................................................................... 3 
1.1 CONCEITO ................................................................................................................ 3 
1.2 INGRESSOS EXTRAORÇAMENTÁRIOS ...................................................................... 4 
1.3 RECEITAS ORÇAMENTÁRIAS .................................................................................... 4 
1.4 CLASSIFICAÇÕES DA RECEITA ORÇAMENTÁRIA ...................................................... 5 
1.4.1 CLASSIFICAÇÃO DA RECEITA ORÇAMENTÁRIA POR NATUREZA .......................... 5 
1.4.2 CATEGORIA ECONÔMICA DA RECEITA ................................................................. 8 
1.4.3 ORIGEM DA RECEITA .......................................................................................... 10 
1.4.4 ESPÉCIE ............................................................................................................... 12 
2. CLASSIFICAÇÕES DA DESPESA ORÇAMENTÁRIA .......................................................... 18 
2.1 CLASSIFICAÇÃO INSTITUCIONAL ........................................................................... 18 
2.2 CLASSIFICAÇÃO FUNCIONAL DA DESPESA ............................................................ 19 
2.3 CLASSIFICAÇÃO POR ESTRUTURA PROGRAMÁTICA .............................................. 24 
2.4 CRITÉRIOS PARA CLASSIFICAÇÃO DE DESPESAS COMO OPERAÇÕES ESPECIAIS E 
PARA UTILIZAÇÃO DA FUNÇÃO 28 – ENCARGOS ESPECIAIS ....................................... 26 
2.4.1 SITUAÇÕES ESPECÍFICAS DE DESPESAS DE ENCARGOS ESPECIAIS NÃO 
CLASSIFICÁVEIS NA FUNÇÃO 28 .................................................................................. 31 
2.5 CLASSIFICAÇÃO DA DESPESA ORÇAMENTÁRIA POR NATUREZA .......................... 34 
2.5.1 CATEGORIA ECONÔMICA ................................................................................... 35 
2.5.2 GRUPO DE NATUREZA DA DESPESA - GND ........................................................ 36 
2.5.3 MODALIDADE DE APLICAÇÃO ............................................................................ 37 
2.5.4 ELEMENTO DE DESPESA ..................................................................................... 47 
3. RECURSOS VINCULADOS ............................................................................................. 64 
3.1.1 – RECURSOS VINCULADOS ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL .......................... 64 
3.1.2 – RECURSOS VINCULADOS DA UNIÃO................................................................ 80 
4. REGRAS GERAIS PARA PROJEÇÕES DAS PRINCIPAIS RECEITAS E DESPESAS 
ORÇAMENTÁRIAS ............................................................................................................ 95 
4.1 PARÂMETROS MACROECONÔMICOS PARA ESTIMATIVAS ................................... 96 
4.2 PROJEÇÕES DE TRANSFERÊNCIAS DO FPM ........................................................... 97 
4.3 PROJEÇÕES DE TRANSFERÊNCIAS DO ICMS, IPVA, IPI/EXPORTAÇÃO E CIDE ....... 98 
5. ORIENTAÇÕES GERAIS PARA ELABORAÇÃO DA MENSAGEM E DO TEXTO DO PLOA 
2022 ................................................................................................................................. 99 
5.1 MENSAGEM – EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS DO PLOA ............................................... 99 
5.2 TEXTO DO PROJETO DE LEI ................................................................................. 101 
5.3 ANEXOS DA LEI DE ORÇAMENTO ........................................................................ 107 
6. ALTERAÇÕES ORÇAMENTÁRIAS ................................................................................. 112 
6.1 CRÉDITOS SUPLEMENTARES E ESPECIAIS ............................................................ 112 
6.2 TRANSPOSIÇÕES, REMANEJAMENTOS E TRANSFERÊNCIAS DE DOTAÇÕES ....... 116 
Classificação Orçamentária da Receita e Despesa 
 e a Lei Orçamentária Anual (LOA) 
 
 
 
 
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INTRODUÇÃO 
 
 Esta apostila contempla orientações básicas e aspectos formais a serem 
observados na elaboração das propostas orçamentárias dos Municípios. 
 A ênfase é dada para a compreensão dos critérios de classificação das receitas, 
despesas e fontes de recursos que, e embora possam parecer complicadas ao leigo, 
são utilizadas para facilitar e padronizar as informações que se deseja obter sobre o 
orçamento público. Pela classificação é possível visualizar o orçamento por poder, 
órgão, unidade, função de governo, subfunção, programa, projeto, atividade ou 
operação especial, natureza da despesa e fonte de recurso. 
 Assim, o conteúdo a seguir poderá ser utilizado como um manual para orientar 
e facilitar o trabalho da elaboração do Orçamento, observados os preceitos da 
Constituição Federal, da Lei Orgânica do Município, bem como o estabelecido no Plano 
Plurianual, Lei de Diretrizes Orçamentárias, Lei Complementar n.º 101/2000-LRF, Lei 
Federal nº 4.320/64 e demais normas de cunho orçamentário, e, ainda, as premissas 
básicas de que o orçamento deve ser visto como instrumento de viabilização do 
planejamento e, por conseguinte, dos planos de governo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Classificação Orçamentária da Receita e Despesa 
 e a Lei Orçamentária Anual (LOA) 
 
 
 
 
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1. RECEITA 
 
1.1 CONCEITO 
 O orçamento é um importante instrumento de planejamento de qualquer 
entidade, seja pública ou privada, e representa o fluxo previsto de ingressos e de 
aplicações de recursos em determinado período. 
 A matéria pertinente a receita vem disciplinada no art. 3º, conjugado com o art. 
57, e no art. 35 da Lei nº 4.320/64. 
Art. 3º A Lei de Orçamentos compreenderá todas as receitas, inclusive as de 
operações de crédito autorizadas em lei. 
 
Parágrafo único. Não se consideram para os fins deste artigo as operações de 
crédito por antecipação da receita, as emissões de papel-moeda e outras 
entradas compensatórias, no ativo e passivo financeiros. 
 
[...] 
 
Art. 35. Pertencem ao exercício financeiro: 
I - as receitas nele arrecadadas; 
II - as despesas nele legalmente empenhadas. 
 
[...] 
 
Art. 57. Ressalvado o disposto no parágrafo único do artigo 3º desta lei serão 
classificadas como receita orçamentária, sob as rubricas próprias, todas as 
receitas arrecadadas, inclusive as provenientes de operações de crédito, ainda 
que não previstas no Orçamento. 
 
Em sentido amplo, os ingressos de recursos financeiros nos cofres do Estado 
denominam-se Receitas Públicas, registradas como Receitas Orçamentárias, quando 
representam disponibilidades de recursos financeiros para o erário, ou Ingressos 
Extraorçamentários, quando representam apenas entradas compensatórias. 
 Em sentido estrito, chamam-se públicas apenas as receitas orçamentárias1. 
 
 
 
1 Adota-se a definição no sentido estrito; dessa forma, quando houver citação ao termo “Receita 
Pública”, implica referência às “Receitas Orçamentárias”. 
Classificação Orçamentária da Receita e Despesa 
 e a Lei Orçamentária Anual (LOA) 
 
 
 
 
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1.2 INGRESSOS EXTRAORÇAMENTÁRIOS 
 São recursos financeiros de caráter temporário e não integram a Lei 
Orçamentária Anual. O ente público é mero depositário desses recursos, que 
constituem passivos exigíveis e cujas restituições não se sujeitam à autorização 
legislativa. Exemplos: Depósitos em caução, Fianças, Operações de Crédito por 
Antecipação de Receita Orçamentária – ARO2, Emissão de moeda e outras entradas 
compensatórias no ativo e passivo financeiros. 
 
1.3 RECEITAS ORÇAMENTÁRIAS 
 São disponibilidades de recursos financeiros que ingressam duranteo exercício 
orçamentário e constituem elemento novo para o patrimônio público. Instrumento por 
meio do qual se viabiliza a execução das políticas públicas, as receitas orçamentárias 
são fontes de recursos utilizadas em programas e ações cuja finalidade precípua é 
atender às necessidades públicas e demandas da sociedade. 
 Essas receitas transitam pelo patrimônio do Poder Público, aumentam-lhe o 
saldo financeiro, e, geralmente, por força do Princípio Orçamentário da 
Universalidade, estão previstas na Lei Orçamentária Anual – LOA. 
 Nesse contexto, embora haja obrigatoriedade de a LOA registrar a previsão de 
arrecadação, a mera ausência formal do registro dessa previsão, no citado documento 
legal, não lhes retira o caráter de orçamentárias, haja vista o art. 57 da Lei nº 4.320, de 
1964, determinar classificar-se como Receita Orçamentária toda receita arrecadada 
que porventura represente ingressos financeiros orçamentários, inclusive se 
provenientes de operações de crédito, exceto: operações de crédito por antecipação 
de receita – ARO3, emissões de papel moeda e outras entradas compensatórias no 
ativo e passivo financeiros 
 
 
2 Operações de Crédito, via de regra, classificam-se como Receita Orçamentária. Aqui se fala sobre uma 
exceção à regra dessas operações, intitulada ARO. 
3 Operações de Crédito por Antecipação de Receita Orçamentária – ARO são exceção às operações de 
crédito em geral. Classificam-se como “Receita Extraorçamentária” e não são item da “Receita 
Orçamentária”, por determinação do Parágrafo Único do art. 3º da Lei nº 4.320, de 1964.. 
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 e a Lei Orçamentária Anual (LOA) 
 
 
 
 
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1.4 CLASSIFICAÇÕES DA RECEITA ORÇAMENTÁRIA4 
 A classificação da receita orçamentária é de utilização obrigatória para todos os 
entes da Federação, sendo facultado seu desdobramento para atendimento das 
respectivas peculiaridades. 
Nesse sentido, as receitas orçamentárias são classificadas segundo os seguintes 
critérios: 
a. Natureza; 
b. Fonte/Destinação de Recursos; e 
c. Indicador de Resultado Primário. 
 O detalhamento das classificações orçamentárias da receita, no âmbito da 
União, é normatizado por meio de portaria da Secretaria de Orçamento Federal (SOF), 
órgão do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG). 
 
1.4.1 CLASSIFICAÇÃO DA RECEITA ORÇAMENTÁRIA POR NATUREZA 
 O §1º do art. 8º da Lei nº 4.320/1964 define que os itens da discriminação da 
receita, mencionados no art. 11 dessa lei, serão identificados por números de código 
decimal. Convencionou-se denominar este código de natureza de receita. 
 Em âmbito federal, a codificação da classificação por natureza da receita é 
normatizada por meio de Portaria da SOF, órgão do Ministério do Planejamento, 
Orçamento e Gestão. Já para estados e municípios, é feita por meio de Portaria 
Interministerial (SOF e STN). 
 Importante destacar que essa classificação é utilizada por todos os entes da 
Federação e visa identificar a origem do recurso segundo o fato gerador: 
acontecimento real que ocasionou o ingresso da receita nos cofres públicos. 
 
 
4 Orientações extraídas da 7ª edição do Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público -MCASP. 
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 e a Lei Orçamentária Anual (LOA) 
 
 
 
 
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 Assim, a natureza de receita é a menor célula de informação no contexto 
orçamentário para as receitas públicas; por isso, contém todas as informações 
necessárias para as devidas alocações orçamentárias. 
 Na União, em 2016, entrou em vigor a nova estrutura de codificação das 
Naturezas de Receita, promovendo melhorias na estrutura de formação dos códigos da 
classificação, aplicando uma lógica integralmente voltada para a gestão das receitas 
orçamentárias. A nova codificação estruturou os códigos de forma a proporcionar a 
extração de informações imediatas, a fim de prover celeridade, simplicidade e 
transparência, sem a necessidade de qualquer procedimento paralelo para concatenar 
dados. 
 Tal alteração foi inicialmente estabelecida pela Portaria nº 05, de 25 de agosto 
de 2015, que também determinou que os desdobramentos específicos para 
atendimento das peculiaridades de estados, Distrito Federal e municípios seriam 
promovidos pela Secretaria do Tesouro Nacional (STN) do Ministério da Fazenda. 
Nesse sentido, ressalta-se que para efeitos da elaboração da Lei Orçamentária 
Anual do exercício de 2022, e respectiva execução orçamentária, foram editadas as 
seguintes normas: 
 Portaria Interministerial STN/SOF nº 650, de 24 de setembro de 2019, 
que altera o art. 2º e o Anexo I da Portaria Interministerial STN/SOF nº 163, de 4 de 
maio de 2001 e Portaria Interministerial STN/SOF nº 16, de 11 de fevereiro de 2021, 
que republica o Anexo publicado no Diário Oficial da União nº 186, de 25 de setembro 
de 2019, por ter saído com incorreção no original; 
 Portaria STN nº 831, de 07 de maio de 2021, que dispõe sobre o 
desdobramento da classificação por natureza da receita orçamentária para aplicação 
no âmbito dos Estados, Distrito Federal e Municípios. 
 Portaria STN nº 923, de 08 de julho de 2021, que altera o 
desdobramento da classificação por natureza da receita orçamentária para aplicação 
no âmbito dos Estados, Distrito Federal e Municípios publicado pela Portaria STN 
nº 831, de 2021. 
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 e a Lei Orçamentária Anual (LOA) 
 
 
 
 
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Esta estrutura de codificação cria possibilidade de associar, de forma imediata, a 
receita principal com aquelas dela originadas: Multas e Juros, Dívida Ativa, Multas e 
Juros da Dívida Ativa. A associação é efetuada por meio de um código numérico de 8 
dígitos, cujas posições ordinais passaram a ter o seguinte significado: 
a b C d.ee.f g 
Categoria 
Econômica 
Origem Espécie Desdobramentos para 
identificação de 
peculiaridades da receita 
Tipo 
 
De acordo com a Portaria Interministerial STN/SOF nº 163/2001, alterada pela 
Portaria nº 650, de 24 de setembro de 2019, no que diz respeito a desdobramentos 
específicos de naturezas de receita, deve-se observar o seguinte: 
“Art. 2º […] 
§ 8º O Anexo I desta Portaria padroniza a estrutura dos quatro primeiros 
dígitos do código da natureza de receita, identificadores da Categoria 
Econômica, Origem, Espécie e primeiro Desdobramento, sendo que 
solicitações de alterações nessa padronização deverão ser encaminhadas à 
Secretaria do Tesouro Nacional – STN, quando referentes à codificação 
específica de Estados, DF e Municípios, ou à Secretaria de Orçamento Federal – 
SOF, quando referentes à codificação da União; em ambos os casos, as 
secretarias deliberarão deforma conjunta sobre o assunto. 
 
§ 9º (...) 
 
§ 10º Para atender necessidades específicas de Estados, DF e Municípios, as 
quais não possam ser contempladas por meio do uso dos códigos de natureza 
de receita vigentes para a União, a STN, mediante Portaria, elaborará os 
Desdobramentos aos quais se refere a alínea “b” do inciso IV do § 4º deste 
artigo, e o código de natureza de receita resultante observará 
obrigatoriamente a seguinte estrutura: 
 
I – os quatro primeiros dígitos, representativos da Categoria Econômica, 
Origem, Espécie e primeiro Desdobramento, observarão a estrutura já 
constante no Anexo I desta Portaria; 
 
II – os quinto, sexto e sétimo dígitos, representativos dos demais 
Desdobramentos, serão elaborados pela STN, mediante Portaria, conforme 
as necessidades dos Estados, DF e Municípios e terão seu uso restrito a esses 
entes federados, sendo permitido à STN apenas e tão somente fazer uso dos 
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 e a Lei Orçamentária Anual (LOA) 
 
 
 
 
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números de “50” até “98” para integrar a codificação dos desdobramentos 
aos quais se refere a alínea “b” do inciso IV do § 4º deste artigo; 
 
III – o oitavo dígito, representativo do Tipo de receita, observará a estruturalógica especificada no inciso V do § 4º deste artigo.”. 
 
Portanto, a Portaria Conjunta SOF/STN padronizou a estrutura dos quatro 
primeiros dígitos do código da natureza de receita, identificadores da Categoria 
Econômica, Origem, Espécie e primeiro Desdobramento, e qualquer alteração desses 
códigos deverá ser solicitada a estes órgãos. 
 Quando, por exemplo, o valor principal do Imposto sobre a Propriedade Predial 
e Territorial Urbana – IPTU, for arrecadado pelo município deverá ocorrer o registro da 
receita orçamentária na natureza de receita código “1.1.1.2.50.0.1”, segundo esquema 
abaixo: 
A Categoria econômica 1 Receita Corrente 
B Origem 1 Impostos/Taxas e Contribuições de 
Melhoria 
C Espécie 1 Impostos 
D 1º desdobramento - 4º dígito 2 Impostos sobre o Patrimônio 
Ee 2º e 3º desdobramentos - 5º e 6º 
dígitos 
5
0 
Imposto Predial e Territorial Urbano - 
IPTU 
F 4º desdobramento - 7º dígito 0 Não há especificação 
G Tipo 1 Principal 
 
 Como se depreende do nível de detalhamento apresentado, a classificação por 
natureza é a de nível mais analítico da receita; por isso, auxilia na elaboração de 
análises econômico-financeiras sobre a atuação estatal. 
 
1.4.2 CATEGORIA ECONÔMICA DA RECEITA 
 Os §§1º e 2º do art. 11 da Lei nº 4.320, de 1964, classificam as Receitas 
Orçamentárias em “Receitas Correntes” e “Receitas de Capital”. 
 Receitas Correntes: são arrecadadas dentro do exercício financeiro, aumentam 
as disponibilidades financeiras do Estado, em geral com efeito positivo sobre o 
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Patrimônio Líquido e constituem instrumento para financiar os objetivos definidos nos 
programas e ações orçamentários, com vistas a satisfazer finalidades públicas. 
 De acordo com o §1º do art. 11 da Lei nº 4.320, de 1964, classificam-se como 
Correntes as receitas provenientes de Tributos; de Contribuições; da exploração do 
patrimônio estatal (Patrimonial); da exploração de atividades econômicas 
(Agropecuária, Industrial e de Serviços); de recursos financeiros recebidos de outras 
pessoas de direito público ou privado, quando destinadas a atender despesas 
classificáveis em Despesas Correntes (Transferências Correntes); por fim, demais 
receitas que não se enquadram nos itens anteriores (Outras Receitas Correntes). 
 Receitas de Capital: as receitas orçamentárias de Capital também aumentam as 
disponibilidades financeiras do Estado e são instrumentos de financiamento dos 
programas e ações orçamentários, a fim de se atingirem as finalidades públicas. 
Porém, de forma diversa das Receitas Correntes, as Receitas de Capital em geral não 
provocam efeito sobre o Patrimônio Líquido. 
 De acordo com o §2º do art. 11 da Lei nº 4.320, de 1964, com redação dada pelo 
Decreto-Lei nº 1.939, de 20 de maio de 1982, Receitas de Capital são as provenientes 
tanto da realização de recursos financeiros oriundos da constituição de dívidas e da 
conversão, em espécie, de bens e direitos, quanto de recursos recebidos de outras 
pessoas de direito público ou privado e destinados a atender despesas classificáveis 
em Despesas de Capital. 
 
OBSERVAÇÃO: Operações intraorçamentárias são aquelas realizadas entre órgãos e 
demais entidades da Administração Pública integrantes do orçamento fiscal e do 
orçamento da seguridade social do mesmo ente federativo; por isso, não representam 
novas entradas de recursos nos cofres públicos do ente, mas apenas movimentação de 
receitas entre seus órgãos. As receitas intraorçamentárias são a contrapartida das 
despesas classificadas na Modalidade de Aplicação “91 – Aplicação Direta Decorrente 
de Operação entre Órgãos, Fundos e Entidades Integrantes do Orçamento Fiscal e do 
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 e a Lei Orçamentária Anual (LOA) 
 
 
 
 
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Orçamento da Seguridade Social” que, devidamente identificadas, possibilitam 
anulação do efeito da dupla contagem na consolidação das contas governamentais. 
 Dessa forma, a fim de se evitar a dupla contagem dos valores financeiros objeto 
de operações Intraorçamentárias na consolidação das contas públicas, a Portaria 
Interministerial STN/SOF nº 338, de 26 de abril de 2006, incluiu as “Receitas Correntes 
Intraorçamentárias” e “Receitas de Capital Intraorçamentárias”, e a Portaria 
Interministerial STN/SOF nº 650, de 24 de setembro de 2019, manteve a 
representação, respectivamente, pelos códigos 7 e 8 em suas categorias econômicas. 
Essas classificações, segundo disposto pela Portaria que as criou, não constituem novas 
categorias econômicas de receita, mas apenas especificações das Categorias 
Econômicas “Receita Corrente” e “Receita de Capital”. 
 Assim, os códigos a serem utilizados são: 
CÓDIGO CATEGORIA ECONÔMICA 
1 Receitas Correntes 
7 Receitas Correntes – Intraorçamentárias 
2 Receitas de Capital 
8 Receitas de Capital - Intraorçamentárias 
 
OBSERVAÇÃO: de acordo a redação atual do §10 do art. 2º da Portaria STN/SOF nº 
163/2001, a natureza de receita intraorçamentária deve ser constituída substituindo-
se o dígito referente às categorias econômicas 1 ou 2 pelos dígitos 7, se receita 
intraorçamentária corrente, ou 8, se receita intraorçamentária de capital, mantendo-
se o restante da codificação. 
 Isso significa dizer que, independentemente de constar ou não no anexo da 
Portaria STN/SOF nº 163/2001, da Portaria STN nº 381/2021, bem como no ementário 
de receitas divulgado pelo TCE/RS, QUALQUER código de receita corrente ou de capital 
poderá ser modificado para o registro das receitas intraorçamentárias. 
 
1.4.3 ORIGEM DA RECEITA 
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 A Origem é o detalhamento das Categorias Econômicas “Receitas Correntes” e 
“Receitas de Capital”, com vistas a identificar a natureza da procedência das receitas 
no momento em que ingressam no Orçamento Público. 
 Os códigos da Origem para as receitas correntes e de capital, de acordo com a 
Lei nº 4.320, de 1964, são: 
 
 A atual codificação amplia o escopo de abrangência do conceito de origem e 
passa a explorá-lo na sequência lógico-temporal na qual ocorrem naturalmente atos e 
fatos orçamentários co-dependentes. 
 Nesse contexto, considera que a arrecadação das receitas ocorre de forma 
concatenada e sequencial no tempo, sendo que, por regra, existem arrecadações inter-
relacionadas que dependem da existência de um fato gerador inicial a partir do qual, 
por decurso de prazo sem pagamento, originam-se outros fatos, na ordem lógica dos 
acontecimentos jurídicos: 
 a. Primeiro, o fato gerador da Receita Orçamentária Propriamente Dita, que 
ocorre quando da subsunção do fato, no mundo real, à norma jurídica; 
 b. Segundo, a obrigação de recolher multas e juros incidentes sobre a Receita 
Orçamentária propriamente dita, cujo fato gerador é o decurso do prazo estipulado 
por lei para pagamento, sem que isso tenha ocorrido. (Esse fato gerador depende, 
fundamentalmente – na origem –, da existência da Receita Orçamentária 
propriamente dita); 
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 c. Terceiro, a obrigação de pagar a dívida ativa referente à Receita 
Orçamentária propriamente dita e às multas e aos juros dessa receita, cujo fato 
gerador é a inscrição em dívida ativa, que decorre do transcurso de novo prazo e da 
permanência do não pagamento da receita e das multas e juros que lhe são afetos. 
(Novamente, ao remetermos para o início do processo – a origem – há dependência do 
fato gerador primeiro, inicial: a existência da Receita Orçamentária propriamente dita); 
e 
 d. Quarto, a obrigação de recolher multas e juros incidentes sobre a dívida ativa 
da Receita Orçamentária propriamente dita, cujo fato gerador é o decurso do prazo 
estipulado por lei para pagamento da dívidaativa, sem que o pagamento tenha 
ocorrido. (Ao buscar-se o marco inicial dessa obrigação, conclui-se, novamente, que, 
na origem, há dependência da existência da Receita Orçamentária propriamente dita). 
 Destaca-se que o ponto de partida – a origem – de todo o processo relatado no 
parágrafo anterior foi a existência da Receita Orçamentária propriamente dita, e as 
demais arrecadações que se originaram a partir do não pagamento dessa receita 
foram, na sequência temporal dos acontecimentos: multas e juros da receita, dívida 
ativa da receita e multas e juros da dívida ativa da receita. O raciocínio estruturado 
acima explora o fato de que se a existência de multas, juros, dívida ativa e multas e 
juros da dívida ativa decorrem do não pagamento da Receita Orçamentária 
propriamente dita dentro dos prazos estabelecidos em lei, então dependem da 
existência dessa receita e nela tiveram origem. 
 
1.4.4 ESPÉCIE 
 É o nível de classificação vinculado à Origem que permite qualificar com maior 
detalhe o fato gerador das receitas. Por exemplo, dentro da Origem Contribuições, 
identifica-se as espécies “Contribuições Sociais”, “Contribuições Econômicas”, 
“Contribuições para Entidades Privadas de Serviço Social e de Formação Profissional” e 
“Contribuição para Custeio de Iluminação Pública”. 
 
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OBSERVAÇÃO: 
§ 6º As solicitações de alteração do Anexo I desta Portaria deverão 
ser encaminhadas à Secretaria do Tesouro Nacional do Ministério da 
Fazenda – STN/MF, se forem referentes à codificação específica para 
os Estados e os Municípios, ou à Secretaria de Orçamento Federal do 
Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão – SOF/MP, em caso 
de codificação que atenda a União, que deliberarão, em ambos os 
casos, de forma conjunta sobre o assunto no prazo máximo de trinta 
dias a contar do recebimento. 
 
§ 7º As Portarias SOF e STN que desdobrarão o Anexo I desta Portaria 
conterão, apenas, as naturezas de receita agregadoras, finalizadas 
com o dígito “0”, considerando criadas, automaticamente, para todos 
os fins, as naturezas valorizáveis, terminadas em “1”, “2”, “3” e “4”, 
conforme discriminado nas alíneas “b” a “e” do inciso V do § 4º deste 
artigo. 
 
§ 8º A inclusão no Projeto e na Lei Orçamentária Anual, para fins de 
equilíbrio formal do orçamento, de recursos arrecadados em 
exercícios anteriores e registrados em superávit financeiro dar-se-á 
na natureza de receita “9.9.9.0.00.0.0 - Recursos Arrecadados em 
Exercícios Anteriores”, que poderá ser detalhada conforme a 
necessidade do ente da Federação, observado o disposto neste 
artigo. 
 
 A Portaria Conjunta STN/SOF/ME nº 16, de 11 de fevereiro de 2021, incluiu o 
código 1.9.4.0.00.0.0 – Multas e Juros de Mora das Receitas de Capital para registro 
dos acréscimos legais das receitas de capital, pois as multas e juros de mora 
constituem receitas correntes, tendo em vista que aumentam as disponibilidades 
financeiras do ente e delas não decorre mutação patrimonial conforme determina os 
parágrafos §6º e §7º da Portaria Interministerial nº 163/2001. 
 
1.4.5 DESDOBRAMENTOS PARA IDENTIFICAÇÃO DE PECULIARIDADES DA RECEITA 
 Na nova estrutura de codificação foram reservados 4 dígitos para 
desdobramentos com o objetivo de identificar as particularidades de cada receita, caso 
seja necessário. 
O ementário da receita para o exercício financeiro de 2022 apresenta 
alterações nos 5º e 6º dígitos da codificação da natureza de receita, sendo que os 
Classificação Orçamentária da Receita e Despesa 
 e a Lei Orçamentária Anual (LOA) 
 
 
 
 
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dígitos “00” até“49” estão reservados para a União, os quais poderão ser utilizados no 
que couber, por Estados, DF e Municípios e uso restrito dos códigos “50” até “98” 
pelos Estados, DF e Municípios. Já o código “99”, no quinto nível, será utilizado para 
registrar “outras receitas” aplicáveis a todos os entes da federação, entendidas assim 
as receitas genéricas que não tenham código identificador específico, atendidas as 
normas contábeis aplicáveis. 
 Nesse sentido, foi publicada a Portaria STN nº 381/2021, contemplando em seu 
anexo o desdobramento da classificação das receitas orçamentárias específicas para os 
Estados, Distrito Federal e Municípios, a qual foi alterada pela Portaria STN 
nº 923/2021 aplicando-se seus efeitos a partir do exercício financeiro de 2022, 
inclusive no que se refere à elaboração do Projeto de Lei Orçamentária. 
Quanto às receitas exclusivas de estados, Distrito Federal e municípios, elas não serão 
mais identificadas pelo quarto dígito da codificação, que utilizará o número “8” (Ex.: 
1.9.0.8.xx.x.x - Outras Receitas Correntes Exclusivas de Estados e Municípios), porque 
deverá respeitar o novo regramento referente a parte das receitas orçamentárias. 
 OBSERVAÇÕES: 
 a) o ementário da receita, contendo a codificação para uso exclusivo dos 
Municípios foi elaborado pela Secretaria do Tesouro Nacional (STN) e está disponível 
para consulta no site https://www.tesouro.fazenda.gov.br/pt/-/emenario-da-receita-
orcamentaria; 
 b) no caso do Rio Grande do Sul, recomenda-se que, para fins de elaboração e 
execução do orçamento de 2022, os Municípios obedeçam o ementário elaborado 
pelo TCE/RS (ainda não divulgado), que contempla detalhamentos adicionais aos 
constantes no rol elaborado pela STN; 
 c) o fato de determinado código de receita não estar contemplado no Anexo 
da Portaria STN nº 381/2021, ou no elenco do TCE/RS, não impede que, sendo 
necessário, o ente utilize a codificação estabelecida para a União. Em outras palavras, 
o anexo da Portaria STN nº 381/2021 contempla, apenas, os códigos de natureza de 
receita específicos de estados e municípios (§6º do art. 2º da Portaria STN/SOF 
Classificação Orçamentária da Receita e Despesa 
 e a Lei Orçamentária Anual (LOA) 
 
 
 
 
15
nº 163/2001), modo que, os demais códigos – não específicos – consta no ementário 
de códigos vigentes para a União que poderá ser utilizado pelos entes Municipais, de 
modo complementar ao ementário do TCE/RS. 
 
1.4.6 TIPO 
O tipo, correspondente ao último dígito na natureza de receita, tem a 
finalidade de identificar o tipo de arrecadação a que se refere aquela natureza, sendo: 
“0”, quando se tratar de natureza de receita não valorizável ou agregadora; 
 “1”, quando se tratar da arrecadação Principal da receita; 
 “2”, quando se tratar de Multas e Juros de Mora da respectiva receita; 
 “3”, quando se tratar de Dívida Ativa da respectiva receita; 
 “4”, quando se tratar de Multas e Juros de Mora da Dívida Ativa da respectiva receita. 
“5”, quando se tratar de Multas da respectiva receita quando houver legislação 
regrando multas separadas de juros de mora; 
 “6”, quando se tratar de Juros de Mora da respectiva receita quando houver legislação 
regrando multas separadas de juros de mora; 
 “7”, quando se tratar de Multas da respectiva dívida ativa da receita quando houver 
legislação regrando multas separadas de juros de mora; 
“8”, quando se tratar de Juros de Mora da respectiva dívida ativa da receita quando 
houver legislação regrando multas separadas de juros de mora; 
“9”, sem denominação específica. 
 Assim, todo código de natureza de receita será finalizado com um dos dígitos 
mencionados, e as arrecadações de cada recurso – sejam elas da receita propriamente 
dita ou de seus acréscimos legais – ficarão agrupadas sob um mesmo código, sendo 
diferenciadas apenas no último dígito. 
 Importante destacar que as portarias SOF e STN que desdobrarão o Anexo I da 
Portaria Interministerial STN/SOF nº 163, de 4 de maio de 2001, conterão apenas as 
Classificação Orçamentária da Receita e Despesa 
 e a Lei Orçamentária Anual (LOA) 
 
 
 
 
16
naturezas de receita agregadoras, finalizadas com dígito “0”, considerando criadas 
automaticamente, para todos os fins, as naturezasvalorizáveis, terminadas em “1”, 
“2”, “3”, “4”, e, assim, sucessivamente. 
 
OBSERVAÇÃO: Os recursos originados de multas e juros de mora do principal e da 
dívida ativa de receitas de capital serão registrados utilizando-se "1" na "categoria 
econômica da receita", "9" na "origem da receita" e "4" na "espécie da receita", 
conforme detalhado no Anexo I desta Portaria, combinados com os tipos "2", "4", "5", 
"6", "7" e "8", sendo vedado nesta específica situação utilizar os tipos "1" e "3" para 
fins de registro; 
Exemplo: 
Receita de alienação de bens móveis. 
2.2.1.3.00.1.1.02.00.00 Alienação de Bens Móveis e Semoventes - Principal - Exceto 
RPPS – Ementário antigo 
O Principal será receita de capital código: 
2.2.1.3.01.0.1.00.00.00 Alienação de Bens Móveis e Semoventes - Principal - Exceto 
RPPS – Ementário novo 
Eventual arrecadação de “multa’ ou “juro” derivado da alienação de bens móveis, 
deverá classificado como receita corrente: 
Exemplo: 
1.9.4.3.x. – Multas e Juros de alienação de bens móveis deverá ser escolhido um dos 
itens abaixo: 
“2”, quando se tratar de Multas e Juros de Mora da respectiva receita; 
“4”, quando se tratar de Multas e Juros de Mora da Dívida Ativa da respectiva receita. 
“5”, quando se tratar de Multas da respectiva receita quando houver legislação 
regrando multas separadas de juros de mora; 
Classificação Orçamentária da Receita e Despesa 
 e a Lei Orçamentária Anual (LOA) 
 
 
 
 
17
 “6”, quando se tratar de Juros de Mora da respectiva receita quando houver legislação 
regrando multas separadas de juros de mora; 
 “7”, quando se tratar de Multas da respectiva dívida ativa da receita quando houver 
legislação regrando multas separadas de juros de mora; 
“8”, quando se tratar de Juros de Mora da respectiva dívida ativa da receita quando 
houver legislação regrando multas separadas de juros de mora; 
 
1.4.8 DEDUÇÕES DA RECEITA ORÇAMENTÁRIA 
As deduções da receita orçamentária serão registradas na conta contábil 
“6.2.1.3.0.00.00 (-) Deduções da Receita Orçamentária”, utilizando-se o mesmo código 
de classificação orçamentária da receita que está sendo deduzida. Caso os entes da 
Federação ainda possuam sistemas de informação, para elaboração da proposta de lei 
orçamentária anual, com s sistemática do dígito 9 para dedução, não há impedimento 
para uso dessa metodologia. 
Portanto, com o objetivo de possibilitar uma correta consolidação das contas 
públicas de todos os entes, nacional e por esfera de governo, deve-se proceder à 
restituição de receitas orçamentárias recebidas em qualquer exercício por dedução da 
respectiva natureza de receita orçamentária. 
Faz-se ressalva apenas para o caso de restituição de receitas consideradas 
extintas – aquelas cujo fato gerador da receita orçamentária não representa mais 
situação que gere arrecadações para o ente. Para as rendas extintas no decorrer do 
exercício, deve ser utilizado o mecanismo de dedução até o montante de receita 
orçamentária passível de compensação, e apenas o valor que ultrapassar o saldo da 
receita a deduzir deve ser registrado como despesa orçamentária do exercício. E, para 
rendas extintas em exercícios anteriores, deve-se registrar a devolução integralmente 
como despesa orçamentária do exercício. 
 
Classificação Orçamentária da Receita e Despesa 
 e a Lei Orçamentária Anual (LOA) 
 
 
 
 
18
2. CLASSIFICAÇÕES DA DESPESA ORÇAMENTÁRIA5 
 
2.1 CLASSIFICAÇÃO INSTITUCIONAL 
 Segundo preceitua o art. 14 da Lei Federal 4.320/64, constitui unidade 
orçamentária o agrupamento de serviços subordinados ao mesmo órgão ou repartição 
a que serão consignadas dotações próprias. Tal dispositivo objetiva, precipuamente, 
permitir uma execução descentralizada do orçamento, de forma a permitir o controle 
da despesa de cada repartição. 
 A Portaria Interministerial nº 163/2001, que Dispõe sobre normas gerais de 
consolidação das Contas Públicas no âmbito da União, Estados, Distrito Federal e 
Municípios, e dá outras providências, estabelece em seu art. 7º que a alocação dos 
créditos orçamentários na lei orçamentária anual deverá ser feita diretamente à 
unidade orçamentária responsável pela execução das ações correspondentes, 
ficando vedada a consignação de recursos a título de transferência para unidades 
integrantes dos orçamentos fiscal e da seguridade social. 
 Assim, a classificação institucional reflete as estruturas organizacional e 
administrativa e compreende dois níveis hierárquicos: órgão orçamentário e unidade 
orçamentária. As dotações orçamentárias, especificadas por categoria de programação 
em seu menor nível, são consignadas às UOs, que são as responsáveis pela realização 
das ações. órgão orçamentário é o agrupamento de UOs. 
 O código da classificação institucional compõe-se de quatro, sendo os dois 
primeiros reservados à identificação do órgão e os demais à UO. 
1º 2º 3º 4º 
Órgão Orçamentário Unidade Orçamentária 
 
 Um órgão ou uma UO não correspondem necessariamente a uma estrutura 
administrativa, como ocorre, por exemplo, com alguns fundos especiais e com os 
 
 
5 Orientações baseadas na Parte I do Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público e no Manual 
Técnico do Orçamento Federal - MTO. 
Classificação Orçamentária da Receita e Despesa 
 e a Lei Orçamentária Anual (LOA) 
 
 
 
 
19
órgãos do tipo “Encargos Gerais”, “Encargos Especiais” e “Reserva de Contingência” e 
outras situações. 
Exemplos: 
Órgão Unidade Orçamentária 
01 – Secretaria de Administração 01 – Gabinete do Secretário 
 02 – Departamento de Pessoal 
 
Órgão Unidade Orçamentária 
02 - Secretaria de Obras 01 – Depto de Limpeza Pública 
 02 – Depto de Estradas 
 03 – Setor de Iluminação Pública 
 
2.2 CLASSIFICAÇÃO FUNCIONAL DA DESPESA 
 A classificação funcional é formada por funções e subfunções e busca responder 
basicamente à indagação “em que” área de ação governamental a despesa será 
realizada. Cada atividade, projeto e operação especial identificará a função e a 
subfunção às quais se vinculam. 
 A atual classificação funcional foi instituída pela Portaria nº 42, de 14 de abril 
de 1999, do então Ministério do Orçamento e Gestão (MOG), e é composta de um rol 
de funções e subfunções prefixadas, que servem como agregador dos gastos públicos 
por área de ação governamental nos três níveis de Governo. Trata-se de uma 
classificação independente dos programas e de aplicação comum e obrigatória, no 
âmbito dos Municípios, dos Estados, do Distrito Federal e da União, o que permite a 
consolidação nacional dos gastos do setor público. 
 A classificação funcional é representada por cinco dígitos, sendo os dois 
primeiros relativos às funções e os três últimos às subfunções. 
1º 2º 3º 4º’ 5º 
Função Subfunção 
 
 A codificação para a Reserva de Contingência foi definida pelo art. 8º da 
Portaria Interministerial STN/SOF no 163, de 4 de maio de 2001, alterado pelo art. 1º 
Classificação Orçamentária da Receita e Despesa 
 e a Lei Orçamentária Anual (LOA) 
 
 
 
 
20
da Portaria Conjunta STN/SOF no 1, de 18 de junho de 2010, vigorando com a seguinte 
redação: 
Art. 8º A dotação global denominada “Reserva de Contingência”, 
permitida para a União no art. 91 do Decreto-Lei no 200, de 25 de 
fevereiro de 1967, ou em atos das demais esferas de Governo, a ser 
utilizada como fonte de recursos para abertura de créditos adicionais e 
para o atendimento ao disposto no art. 5º, inciso III, da Lei 
Complementar no 101, de 2000, sob coordenação do órgão responsável 
pela sua destinação, bem como a Reserva do Regime Próprio de 
Previdência do Servidor – RPPS, quando houver, serão identificadas no 
orçamento de todas as esferas de Governo pelos códigos 
“99.999.9999.xxxx.xxxx” e “99.997.9999.xxxx.xxxx”, respectivamente, 
no que se refere às classificações por função e subfunção e estrutura 
programática, onde o “x” representa a codificações das ações e o 
respectivo detalhamento.Parágrafo Único. As reservas referidas no caput serão identificadas, 
quanto à natureza da despesa, pelo código “9.9.99.99.99”. 
 
2.2.1 FUNÇÃO 
 A função pode ser traduzida como o maior nível de agregação das diversas 
áreas de atuação do setor público. Reflete a competência institucional do órgão, 
como, por exemplo, cultura, educação, saúde, defesa, que guarda relação com os 
respectivos Ministérios. 
 No caso da função Encargos Especiais, engloba as despesas que não podem ser 
associadas a um bem ou serviço a ser gerado no processo produtivo corrente, tais 
como dívidas, ressarcimentos, indenizações e outras afins, representando, portanto, 
uma agregação neutra. Nesse caso, as ações estarão associadas aos programas do tipo 
operações especiais que constarão apenas do orçamento, não integrando o PPA: 
 
2.2.2 SUBFUNÇÃO 
 A subfunção representa um nível de agregação imediatamente inferior à função 
e deve evidenciar cada área da atuação governamental, por intermédio da 
identificação da natureza das ações. As subfunções podem ser combinadas com 
funções diferentes daquelas relacionadas na Portaria MOG no 42, de 1999. 
Classificação Orçamentária da Receita e Despesa 
 e a Lei Orçamentária Anual (LOA) 
 
 
 
 
21
 As ações orçamentárias (projetos, atividades e operações especiais) devem 
estar sempre conectadas às subfunções que representam sua área específica. Existe 
também a possibilidade de matricialidade na conexão entre função e subfunção, ou 
seja, combinar qualquer função com qualquer subfunção, mas não na relação entre 
ação e subfunção. Deve-se adotar como função aquela que é típica ou principal do 
órgão. Assim, a programação de um órgão, via de regra, é classificada em uma única 
função, ao passo que a subfunção é escolhida de acordo com a especificidade de 
cada ação. 
 Anexo da Portaria MOG nº 42, de 14 de abril de 1999, publicada no DOU de 15 
de abril de 1999. 
FUNCIONAL 1º e 2º 
DÍGITOS 
3º, 4º e 5º DÍGITOS 
FUNÇÃO SUBFUNÇÃO 
01 – Legislativa 031 – Ação Legislativa 
032 – Controle Externo 
02 – Judiciária 061 – Ação Judiciária 
062 – Defesa do Interesse Público no Processo 
Judiciário 
03 - Essencial à Justiça 091 – Defesa da Ordem Jurídica 
092 – Representação Judicial e Extrajudicial 
04 – Administração 121 – Planejamento e Orçamento 
122 – Administração Geral 
123 – Administração Financeira 
124 – Controle Interno 
125 – Normatização e Fiscalização 
126 – Tecnologia da Informação 
127 – Ordenamento Territorial 
128 – Formação de Recursos Humanos 
129 – Administração de Receitas 
130 – Administração de Concessões 
131 – Comunicação Social 
05 - Defesa Nacional 151 – Defesa Aérea 
152 – Defesa Naval 
153 – Defesa Terrestre 
06 - Segurança Pública 181 – Policiamento 
182 – Defesa Civil 
183 – Informação e Inteligência 
07 – Relações Exteriores 211 – Relações Diplomáticas 
212 – Cooperação Internacional 
Classificação Orçamentária da Receita e Despesa 
 e a Lei Orçamentária Anual (LOA) 
 
 
 
 
22
08 – Assistência Social 241 – Assistência ao Idoso 
242 – Assistência ao Portador de Deficiência 
243 – Assistência à Criança e ao Adolescente 
244 – Assistência Comunitária 
09 – Previdência Social 271 – Previdência Básica 
272 – Previdência do Regime Estatutário 
273 – Previdência Complementar 
274 – Previdência Especial 
10 – Saúde 301 – Atenção Básica 
302 – Assistência Hospitalar e Ambulatorial 
303 – Suporte Profilático e Terapêutico 
304 – Vigilância Sanitária 
305 – Vigilância Epidemiológica 
306 – Alimentação e Nutrição 
11 – Trabalho 331 – Proteção e Benefícios ao Trabalhador 
332 – Relações de Trabalho 
333 – Empregabilidade 
334 – Fomento ao Trabalho 
12 – Educação 361 – Ensino Fundamental 
362 – Ensino Médio 
363 – Ensino Profissional 
364 – Ensino Superior 
365 – Educação Infantil 
366 – Educação de Jovens e Adultos 
367 – Educação Especial 
368 – Educação Básica 
13 – Cultura 391 – Patrimônio Histórico, Artístico e 
Arqueológico 
392 – Difusão Cultural 
14 – Direitos da Cidadania 421 – Custódia e Reintegração Social 
422 – Direitos Individuais, Coletivos e Difusos 
423 – Assistência aos Povos Indígenas 
15 – Urbanismo 451 – Infra-Estrutura Urbana 
452 – Serviços Urbanos 
453 – Transportes Coletivos Urbanos 
16 – Habitação 481 – Habitação Rural 
482 – Habitação Urbana 
17 – Saneamento 511 – Saneamento Básico Rural 
512 – Saneamento Básico Urbano 
18 - Gestão Ambiental 541 – Preservação e Conservação Ambiental 
542 – Controle Ambiental 
543 – Recuperação de Áreas Degradadas 
544 – Recursos Hídricos 
545 – Meteorologia 
Classificação Orçamentária da Receita e Despesa 
 e a Lei Orçamentária Anual (LOA) 
 
 
 
 
23
19 – Ciência e Tecnologia 571 – Desenvolvimento Científico 
572 – Desenvolvimento Tecnológico e 
Engenharia 
573 – Difusão do Conhecimento Científico e 
Tecnológico 
20 – Agricultura 605 – Abastecimento 
606 – Extensão Rural 
607 – Irrigação 
608 - Promoção da Produção Agropecuária 
609 - Defesa Agropecuária 
21 – Organização Agrária 631 – Reforma Agrária 
632 – Colonização 
22 – Indústria 661 – Promoção Industrial 
662 – Produção Industrial 
663 – Mineração 
664 – Propriedade Industrial 
665 – Normalização e Qualidade 
23 – Comércio e Serviços 691 – Promoção Comercial 
692 – Comercialização 
693 – Comércio Exterior 
694 – Serviços Financeiros 
695 – Turismo 
24 – Comunicações 721 – Comunicações Postais 
722 – Telecomunicações 
25 – Energia 751 – Conservação de Energia 
752 – Energia Elétrica 
753 – Combustíveis Minerais 
754 – Biocombustíveis 
26 – Transporte 781 – Transporte Aéreo 
782 – Transporte Rodoviário 
783 – Transporte Ferroviário 
784 – Transporte Hidroviário 
785 – Transportes Especiais 
27 – Desporto e Lazer 811 – Desporto de Rendimento 
812 – Desporto Comunitário 
813 – Lazer 
Classificação Orçamentária da Receita e Despesa 
 e a Lei Orçamentária Anual (LOA) 
 
 
 
 
24
28 – Encargos Especiais 6 841 – Refinanciamento da Dívida Interna 
842 – Refinanciamento da Dívida Externa 
843 – Serviço da Dívida Interna 
844 – Serviço da Dívida Externa 
845 – Outras Transferências 
846 – Outros Encargos Especiais 
847 – Transferências para a Educação Básica 
 
2.3 CLASSIFICAÇÃO POR ESTRUTURA PROGRAMÁTICA 
 Toda ação do Governo está estruturada em programas orientados para a 
realização dos objetivos estratégicos definidos no Plano Plurianual (PPA) para o 
período de quatro anos. Conforme estabelecido no art. 3º da Portaria MOG nº 
42/1999, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios estabelecerão, em 
atos próprios, suas estruturas de programas, códigos e identificação, respeitados os 
conceitos e determinações nela contidos. Ou seja, todos os entes devem ter seus 
trabalhos organizados por programas e ações, mas cada um estabelecerá seus próprios 
programas e ações de acordo com a referida Portaria. 
 
2.3.1 PROGRAMA 
 Programa é o instrumento de organização da atuação governamental que 
articula um conjunto de ações que concorrem para a concretização de um objetivo 
comum preestabelecido, visando à solução de um problema ou ao atendimento de 
determinada necessidade ou demanda da sociedade. 
 O orçamento Federal está organizado em programas, a partir dos quais são 
relacionadas às ações sob a forma de atividades, projetos ou operações especiais, 
especificando os respectivos valores e metas e as unidades orçamentárias 
responsáveis pela realização da ação. A cada projeto ou atividade só poderá estar 
 
 
6 A função Encargos Especiais engloba as despesas que não podem ser associadas a um bem ou serviço a 
ser gerado no processo produtivo corrente, tais como dívidas, ressarcimentos, indenizações e outras 
afins, representando, portanto, uma agregação neutra. A utilização dessa função irá requerer o uso das 
suas subfunções típicas, de modo que não será permitida, neste caso, a combinação com funções 
diferentesdaquelas relacionadas para esta função. 
Classificação Orçamentária da Receita e Despesa 
 e a Lei Orçamentária Anual (LOA) 
 
 
 
 
25
associado um produto, que, quantificado por sua unidade de medida, dará origem à 
meta. 
 
2.3.2 AÇÃO 
 As ações são operações das quais resultam produtos (bens ou serviços), que 
contribuem para atender ao objetivo de um programa. Incluem-se também no 
conceito de ação as transferências obrigatórias ou voluntárias a outros Entes da 
Federação e a pessoas físicas e jurídicas, na forma de subsídios, subvenções, auxílios, 
contribuições e financiamentos, dentre outros. 
 As ações, conforme suas características podem ser classificadas como 
atividades, projetos ou operações especiais. 
 a) Atividade: é um instrumento de programação utilizado para alcançar o 
objetivo de um programa, envolvendo um conjunto de operações que se realizam de 
modo contínuo e permanente, das quais resulta um produto ou serviço necessário à 
manutenção da ação de Governo. 
OBSERVAÇÃO: ações do tipo Atividade mantêm o mesmo nível da produção pública. 
 
 b) Projeto: é um instrumento de programação utilizado para alcançar o 
objetivo de um programa, envolvendo um conjunto de operações, limitadas no tempo, 
das quais resulta um produto que concorre para a expansão ou o aperfeiçoamento da 
ação de Governo. 
OBSERVAÇÃO: ações do tipo Projeto expandem a produção pública ou criam 
infraestrutura para novas atividades, ou, ainda, implementam ações inéditas num 
prazo determinado. 
 
 c) Operação Especial :despesas que não contribuem para a manutenção, 
expansão ou aperfeiçoamento das ações de governo, das quais não resulta um 
produto, e não gera contraprestação direta sob a forma de bens ou serviços. São 
exemplos típicos de Operações Especiais: 
- amortização, juros, encargos e rolagem da dívida contratual e mobiliária; 
Classificação Orçamentária da Receita e Despesa 
 e a Lei Orçamentária Anual (LOA) 
 
 
 
 
26
- pagamento de aposentadorias e pensões; 
 - pagamento de indenizações e restituições; 
 - cumprimento de sentenças judiciais (precatórios, sentenças de pequeno valor, 
sentenças contra empresas, débitos vincendos etc); 
 - operações de financiamento e encargos delas decorrentes (empréstimos, 
financiamentos diretos, concessão de créditos, equalizações, subvenções, subsídios, 
coberturas de garantias, coberturas de resultados, honras de aval, assistência 
financeira), reembolsáveis ou não; 
 - contribuição a organismos e/ou entidades nacionais ou internacionais; 
 - contribuição ao PASEP; 
 - outras. 
OBSERVAÇÃO: operações especiais caracterizam se por não retratar a atividade 
produtiva, podendo, entretanto, contribuir para a produção de bens ou serviços à 
sociedade, quando caracterizada por transferências a outros entes. 
 
2.4 CRITÉRIOS PARA CLASSIFICAÇÃO DE DESPESAS COMO OPERAÇÕES ESPECIAIS E 
PARA UTILIZAÇÃO DA FUNÇÃO 28 – ENCARGOS ESPECIAIS 
 
 Visando melhor esclarecer quanto a classificação das despesas orçamentárias 
como Operações Especiais e utilização da Função 28 - Encargos Especiais, segue 
abaixo a seguinte tabela contemplando os respectivos conceitos: 
 
Operações Especiais Função 28 - Encargos Especiais 
Segundo o conceito estabelecido no art. 2º, 
alínea “d”, da Portaria MOG nº 42/99 é o tipo 
de ação orçamentária (instrumento de 
programação) que agrega despesas que não 
contribuem para a manutenção das ações de 
governo, das quais não resulta um produto, e 
não geram contraprestação direta sob a 
forma de bens ou serviços. 
Conforme se extrai do art. 1º, §§ 1º e 2º, da 
Portaria MOG nº 42/99, é o nível agregador 
de despesas em relação às quais não se possa 
associar um bem ou serviço a ser gerado no 
processo produtivo corrente, tais como: 
dívidas, ressarcimentos, indenizações e outras 
afins, representando, portanto, uma 
agregação neutra. 
Classificação Orçamentária da Receita e Despesa 
 e a Lei Orçamentária Anual (LOA) 
 
 
 
 
27
No Manual Técnico do Orçamento Federal 
(MTO), consta que as operações especiais 
caracterizam-se por não retratar a atividade 
produtiva, podendo, entretanto, contribuir 
para a produção de bens ou serviços à 
sociedade, quando caracterizada por 
transferências a outros entes. 
Também, sobre o mesmo assunto, o MCASP 
(parte I, página 112), indica que, em geral, as 
transferências, de que trata o art. 12 da Lei no 
4.320/1964 (subvenções sociais, subvenções 
econômicas, contribuições e auxílios), devem 
ser realizadas, em termos de ação 
orçamentária, por meio de operações 
especiais. 
Portanto, interpretando-se sistematicamente, 
poderemos ter 02 “tipos” de operações 
especiais: 
a) Operações Especiais que não resultam um 
produto, e não geram contraprestação direta 
sob a forma de bens ou serviços, mas que 
podem contribuir para a produção de bens 
ou serviços à sociedade, a exemplo da 
concessão de subvenções, transferência de 
recursos sob a forma de contribuições e 
auxílios e concessão de empréstimos e 
financiamentos a pessoas físicas e jurídicas. 
Nestes casos, as despesas deverão constar no 
planejamento do PPA e LDO, sob a forma de 
programas e ações de governo, e, no 
orçamento, serão classificadas como 
Operações Especiais. Os códigos da função e 
subfunção deverá ser o correspondente à 
área de atuação governamental 
correspondente. 
 
b) Operações Especiais que não resulta um 
produto, e não geram contraprestação de 
bens ou serviços nem mesmo de forma 
indireta, ou seja, não permitem associar ao 
gasto nenhum bem ou serviço a ser gerado no 
processo produtivo corrente. Estas despesas 
deverão ser obrigatoriamente classificadas na 
função 28 – Encargos Especiais e o uso das 
suas subfunções típicas. 
Ressalta-se que, segundo o parágrafo único 
do art. 4º da Portaria MOG nº 42/99, sempre 
que uma determinada despesa for classificada 
na função encargos especiais, o código do 
programa corresponderão a um código vazio, 
do tipo “0000”, que não integrará o PPA. 
Apenas constará na LOA. 
Ainda, sobre o mesmo assunto, o MCASP 
(Parte I, página 69), indica que utilização 
dessa função irá requerer o uso das suas 
subfunções típicas conforme segue: 
Função : 28 – Encargos Especiais 
Subfunções Típicas: 
841 – Refinanciamento da Dívida Interna 
842 – Refinanciamento da Dívida Externa 
843 – Serviço da Dívida Interna 
844 – Serviço da Dívida Externa 
845 – Outras Transferências 
846 – Outros Encargos Especiais 
847 – Transferências para a Educação Básica 
Assim, sempre que se classificar uma despesa 
no código de função 28, deverá ser observado 
o seguinte: 
 
a) o código da subfunção deverá, 
obrigatoriamente, ser um dos acima 
especificados; 
b) o código do programa será “0000” e não 
constará no PPA; 
c) ação orçamentária não será um projeto ou 
atividade, mas, sim, uma operação especial. 
 
Classificação Orçamentária da Receita e Despesa 
 e a Lei Orçamentária Anual (LOA) 
 
 
 
 
28
 Diante do exposto, sem a pretensão de esgotar todas as possibilidades, 
seguem alguns exemplos: 
a) Transferência de recursos do Fundo Municipal de Assistência Social para 
entidade privada sem fins lucrativos de atenção à pessoa idosa (Asilo, por exemplo) , 
sob a forma de Subvenção Social, Contribuição ou Auxílio: 
Função: 08 – Assistência Social 
Subfunção: 241 – Assistência ao Idoso 
Previsão no PPA ? Sim, com código de programa específico. 
Ação É operação especial. Exemplo 0.001 – Apoio a Entidades Sócio - 
assistenciais do Idoso 
 
 
 
Natureza de despesa 
3.3.50.43.00.00 – Subvenções Sociais 
Ou 
3.3.50.41.00.00 – Contribuições (para despesas correntes) 
Ou 
4.4.50.41.00.00 – Contribuições (para despesas de capital) 
OU 
4.4.50.42.00.00 – Auxílios (para despesas de capital) 
 
 b) Concessão de ajuda financeira (subvenção econômica) ou de empréstimos e 
financiamentos a produtores rurais: 
Função: 20 - Agricultura 
Subfunção: 608 – Promoção da Produção Agropecuária 
Previsãono PPA ? Sim, com código de programa específico. 
Ação É operação especial. Exemplo 0.002 – Incentivos e Ajuda Financeira a 
Produtores Rurais 
 
 
 
Natureza de despesa 
3.3.90.45.00.00 – Subvenções Econômicas (caso o beneficiário seja pessoa 
física) 
Ou 
3.3.60.45.00.00 – Subvenções Econômicas (caso o beneficiário seja pessoa 
jurídica) 
Ou 
4.5.90.66.00.00 – Concessão de Empréstimos e Financiamentos (tanto 
para pessoas físicas como para pessoas jurídicas) 
 
Classificação Orçamentária da Receita e Despesa 
 e a Lei Orçamentária Anual (LOA) 
 
 
 
 
29
c) Pagamento de Sentenças Judiciais (Precatórios ou RPV): 
Função: 28 – Encargos Especiais 
Subfunção: 846 – Outros Encargos Especiais 
Previsão no PPA ? Não. O código do programa será “0000”, conforme previsto no parágrafo 
único do art. 4º da Portaria MOG nº 42/99. 
Ação É operação especial. Exemplo 0.003 – Encargos Especiais de Sentenças 
Judiciais 
 
 
 
Natureza de despesa 
3.1.90.91.00.00 – Sentenças Judiciais (de pessoal e encargos) 
Ou 
3.2.90.91.00.00 – Sentenças Judiciais (de juros da dívida) 
Ou 
3.3.90.91.00.00 – Sentenças Judiciais (de outras despesas de custeio) 
Ou 
4.4.90.91.00.00 – Sentenças Judiciais (de investimentos) 
Ou 
4.5.90.91.00.00 – Sentenças Judiciais (de inversões financeiras) 
Ou 
4.6.90.91.00.00 – Sentenças Judiciais (de amortização da dívida) 
 
 d) Pagamento de contribuição ao PASEP: 
Função: 28 – Encargos Especiais 
Subfunção: 846 – Outros Encargos Especiais 
Previsão no PPA ? Não. O código do programa será “0000”, conforme previsto no parágrafo 
único do art. 4º da Portaria MOG nº 42/99. 
Ação É operação especial. Exemplo 0.004 – Encargos Especiais de PASEP 
Natureza de despesa 3.3.90.47.12.00 – Contribuição para o PIS/PASEP 
 
 e) Restituição de Saldo de Transferências Voluntárias (auxílios e convênios 
recebidos do Estado ou da União), quando exigível o empenho da despesa: 
Função: 28 – Encargos Especiais 
Subfunção: 845 – Outras Transferências 
Previsão no PPA ? Não. O código do programa será “0000”, conforme previsto no parágrafo 
único do art. 4º da Portaria MOG nº 42/99. 
Classificação Orçamentária da Receita e Despesa 
 e a Lei Orçamentária Anual (LOA) 
 
 
 
 
30
Ação É operação especial. Exemplo 0.005 – Encargos Especiais de Restituições 
de Saldos de Transferências 
Natureza de despesa 3.3.20.93.00.01 – Restituição de Transferências e Convênios Recebidos da 
União (quando o auxílio foi recebido para aplicação em despesas de 
custeio) 
Ou 
4.4.20.93.00.01 - Restituição de Transferências e Convênios Recebidos da 
União (quando o auxílio foi recebido para aplicação em despesas de 
capital) 
Ou 
3.3.30.93.39.01 - Restituição de Transferências e Convênios Recebidos do 
Estado (quando o auxílio foi recebido para aplicação em despesas de 
custeio) 
Ou 
4.4.30.93.00.01 - Restituição de Transferências e Convênios Recebidos do 
Estado (quando o auxílio foi recebido para aplicação em despesas de 
capital) 
 
f) Amortização e Encargos da Dívida Interna (exceto com recursos de MDE, 
FUNDEB e ASPS): 
Função: 28 – Encargos Especiais 
Subfunção: 843 – Serviço da Dívida Interna 
Previsão no PPA ? Não. O código do programa será “0000”, conforme previsto no parágrafo 
único do art. 4º da Portaria MOG nº 42/99. 
Ação É operação especial. Exemplo 0.006 – Encargos Especiais de Juros e 
Amortização da Dívida 
 
 
 
 
 
 
 
 
Natureza de despesa 
3.2.90.21.00.00 – Juros Sobre a Dívida por Contrato 
Ou 
3.2.90.22.00.00 – Outros Encargos Sobre a Dívida por Contrato 
Ou 
3.2.90.25.00.00 – Encargos S/Op.de Crédito por Antecipação de Receita 
3.2.90.92.00.00 – Despesas de Exercícios Anteriores (de juros) 
Ou 
4.6.90.71.00.00 – Principal da Dívida Contratual Resgatado 
Ou 
4.6.90.73.00.00 – Correção Monetária ou Cambial da Dívida Contratual 
Contratada 
Classificação Orçamentária da Receita e Despesa 
 e a Lei Orçamentária Anual (LOA) 
 
 
 
 
31
Ou 
4.6.90.75.00.00 – Correção Monetária da Dívida de Operação de Crédito 
por Antecipação da Receita. 
 
2.4.1 SITUAÇÕES ESPECÍFICAS DE DESPESAS DE ENCARGOS ESPECIAIS NÃO 
CLASSIFICÁVEIS NA FUNÇÃO 28 
 Em algumas situações específicas poderão existir despesas que pela sua 
natureza enquadrar-se-ão no conceito de Operações Especiais e Encargos Especiais. 
Contudo, tendo em vista o “conflito” entre os conceitos estabelecidos pela Portaria 
MOG nº 42/2019 e alguns sistemas de controle da despesa, a exemplo do SIAPC, 
SIOPE e SIOPS, não será possível classifica-las no código da função 28 e respectivas 
subfunções. 
Seguem alguns exemplos: 
a) Encargos Especiais de Operações de Crédito com recursos vinculados à 
Manutenção e Desenvolvimento do Ensino (MDE / FUNDEB) 
De acordo com o disposto no art. 70, VII, da Lei Federal nº 9.394/1996, é possível 
utilizar os recursos vinculados à educação (MDE, Fundeb e Salário Educação) para a 
amortização (principal) e custeio (juros) de operações de crédito que tenham sido 
contratadas para financiar despesas consideradas como de MDE. 
 Assim, para que tais gastos possam ser computados no total das despesas com 
educação para fins do art. 212 da Constituição Federal, e evitar transtornos 
operacionais nos sistemas de prestação de contas (SIAPC/PAD, SIOPE etc.) essas 
despesas não poderão ser classificadas na função 28 - Encargos especiais. Deverão 
estar classificadas na função 12 - Educação, e associadas a uma subfunção típica da 
educação (361 – Ensino Fundamental, 365 – Educação Infantil, 366 – Educação de 
Jovens e Adultos ou 367 – Educação Especial). 
 
Exemplo: despesas com amortização e juros de operação de crédito que foi 
contratada para financiar investimentos na educação infantil. 
Classificação Orçamentária da Receita e Despesa 
 e a Lei Orçamentária Anual (LOA) 
 
 
 
 
32
 Função: 12 – Educação 
Subfunção: 365 – Educação Infantil 
Previsão no PPA ? Não há obrigatoriedade. Porém, para fins operacionais o código do 
programa não poderá ser “0000”. Nesses casos poderá ser utilizada a 
codificação adotada pelo governo federal, que é 0905 – Serviço da Dívida 
Interna - Juros e Amortizações. 
Ação É operação especial. Exemplo 0.007 – Encargos Especiais de Juros e 
Amortização da Dívida de Operações de Crédito da Educação 
 
 
 
 
 
 
Natureza de despesa 
3.2.90.21.00.00 – Juros Sobre a Dívida por Contrato 
Ou 
3.2.90.22.00.00 – Outros Encargos Sobre a Dívida por Contrato 
Ou 
3.2.90.25.00.00 – Encargos Sobre Operações de Crédito por Antecipação 
de Receita 
Ou 
3.2.90.92.00.00 – Despesas de Exercícios Anteriores (de juros) 
Ou 
4.6.90.71.00.00 – Principal da Dívida Contratual Resgatado 
Ou 
4.6.90.73.00.00 – Correção Monetária ou Cambial da Dívida Contratual 
Contratada 
Ou 
4.6.90.75.00.00 – Correção Monetária da Dívida de Operação de Crédito 
por Antecipação da Receita. 
 
b) Encargos Especiais de Operações de Crédito com recursos vinculados às Ações 
e Serviços Públicos de Saúde (ASPS) 
O § 3º do art. 24 da Lei Complementar nº 141/2012 permite que, para fins de 
apuração do percentual mínimo de 15% a ser aplicado em ASPS, sejam computadas as 
despesas referentes à amortização e encargos financeiros decorrentes de operações 
de crédito contratadas a partir de 1o de janeiro de 2000, desde os recursos tenham 
sido aplicados em despesas consideradas ações e serviços públicos de saúde. 
Desse modo, para que tais gastos possam ser computados no total das despesas 
com ASPS para fins do art. 198 da Constituição Federal, e evitar transtornos 
operacionais nos sistemas de prestação de contas (SIAPC/PAD, SIOPS etc.) essas 
Classificação Orçamentária da Receita e Despesa 
 e a Lei Orçamentária Anual (LOA) 
 
 
 
 
33
despesas não poderão ser classificadas na função 28 - Encargos especiais. Deverão 
estar classificadas na função 10 - Educação, e associadas a uma subfunção típica da 
saúde (301 – Atenção Básica, 302 – AssistênciaHospitalar e Ambulatorial, 303 – 
Suporte Profilático e Terapêutico, 304 – Vigilância Sanitária, 305 – Vigilância 
Epidemiológica ou 306 – Alimentação e Nutrição) 
Exemplo: despesas com amortização e juros de operação de crédito que foi 
contratada para financiar investimentos na atenção básica em saúde. 
 Função: 10 – Saúde 
Subfunção: 301 – Atenção Básica 
Previsão no PPA ? Não há obrigatoriedade. Porém, para fins operacionais o código do 
programa não poderá ser “0000”. Nesses casos poderá ser utilizada a 
codificação adotada pelo governo federal, que é 0905 – Serviço da Dívida 
Interna - Juros e Amortizações. 
Ação É operação especial. Exemplo 0.008 – Encargos Especiais de Juros e 
Amortização da Dívida de Operações de Crédito da Saúde 
 
 
 
 
 
 
Natureza de despesa 
3.2.90.21.00.00 – Juros Sobre a Dívida por Contrato 
Ou 
3.2.90.22.00.00 – Outros Encargos Sobre a Dívida por Contrato 
Ou 
3.2.90.25.00.00 – Encargos Sobre Operações de Crédito por Antecipação 
de Receita 
Ou 
3.2.90.92.00.00 – Despesas de Exercícios Anteriores (de juros) 
Ou 
4.6.90.71.00.00 – Principal da Dívida Contratual Resgatado 
Ou 
4.6.90.73.00.00 – Correção Monetária ou Cambial da Dívida Contratual 
Contratada 
Ou 
4.6.90.75.00.00 – Correção Monetária da Dívida de Operação de Crédito 
por Antecipação da Receita. 
c) Encargos Especiais de benefícios previdenciários pagos pelo RPPS (exemplo: 
aposentadoria e pensão): 
Não há no MCASP uma orientação específica quanto ao tratamento 
orçamentário que deverá ser dispensado ao pagamento de benefícios previdenciários 
Classificação Orçamentária da Receita e Despesa 
 e a Lei Orçamentária Anual (LOA) 
 
 
 
 
34
pelos RPPS. Dessa forma as orientações a seguir estão baseadas no Manual Técnico 
do Orçamento - MTO elaborado pela Secretaria do Orçamento Federal (SOF) bem 
como no material denominado “Marco Metodológico - PPA 2020-2023” elaborado 
pela Secretaria Estadual de Planejamento, Orçamento e Gestão (SEPLAG-RS) 
Função: 09 – Previdência Social 
Subfunção: 272 – Previdência do Regime Estatutário 
Previsão no PPA ? Não há obrigatoriedade. Porém, para fins operacionais o código do 
programa não poderá ser “0000”. Nesse caso sugere-se a utilização de 
codificação, como, por exemplo, 0999 – Encargos Previdenciários do RPPS. 
Ação É operação especial. Exemplo 0.009 – Pagamento de Benefícios 
Previdenciários aos Segurados do RPPS 
 
Natureza de despesa 
3.1.90.01.00.00 – Aposentadorias do RPPS, Reserva Remunerada e 
Reforma dos Militares 
Ou 
3.1.90.03.00.00 – Pensões do RPPS e do Militar 
 
2.5 CLASSIFICAÇÃO DA DESPESA ORÇAMENTÁRIA POR NATUREZA 
A classificação da despesa orçamentária, segundo a sua natureza, compõe-se de: 
 I – Categoria Econômica; 
 II – Grupo de Natureza da Despesa; e 
 III – Elemento de Despesa. 
 A natureza da despesa será complementada pela informação gerencial 
denominada “modalidade de aplicação”, a qual tem por finalidade indicar se os 
recursos são aplicados diretamente por órgãos ou entidades no âmbito da mesma 
esfera de Governo ou por outro Ente da Federação e suas respectivas entidades, e 
objetiva, precipuamente, possibilitar a eliminação da dupla contagem dos recursos 
transferidos ou descentralizados. 
 Estrutura da Natureza da Despesa Orçamentária 
 Os arts. 12 e 13 da Lei nº 4.320/1964, tratam da classificação da despesa 
orçamentária por categoria econômica e elementos. Assim como na receita 
orçamentária, o art. 8º estabelece que os itens da discriminação da despesa 
Classificação Orçamentária da Receita e Despesa 
 e a Lei Orçamentária Anual (LOA) 
 
 
 
 
35
orçamentária mencionados no art. 13 serão identificados por números de código 
decimal, na forma do Anexo IV daquela Lei, atualmente consubstanciados na Portaria 
Interministerial STN/SOF nº 163/2001. 
 O conjunto de informações que constitui a natureza de despesa orçamentária 
forma um código estruturado que agrega a categoria econômica, o grupo, a 
modalidade de aplicação e o elemento. Essa estrutura deve ser observada na execução 
orçamentária de todas as esferas de governo. 
 O código da natureza de despesa orçamentária é composto por seis dígitos, 
desdobrado até o nível de elemento ou, opcionalmente, por oito, contemplando o 
desdobramento facultativo do elemento: 
 A classificação da Reserva de Contingência bem como a Reserva do Regime 
Próprio de Previdência Social, quanto à natureza da despesa orçamentária, serão 
identificadas com o código “9.9.99.99”, conforme estabelece o parágrafo único do art. 
8º da Portaria Interministerial STN/SOF nº 163, de 2001. 
 
2.5.1 CATEGORIA ECONÔMICA 
A despesa, assim como a receita, é classificada em duas categorias econômicas, 
com os seguintes códigos: 
CATEGORIAS ECONÔMICAS 
3 DESPESAS CORRENTES 
4 DESPESAS DE CAPITAL 
 
Despesas Correntes: classificam-se nessa categoria todas as despesas que não 
contribuem, diretamente, para a formação ou aquisição de um bem de capital. 
 Despesas de Capital: classificam-se nessa categoria aquelas despesas que 
contribuem, diretamente, para a formação ou aquisição de um bem de capital. 
É importante observar que as despesas orçamentárias de capital mantêm uma 
correlação com o registro de incorporação de ativo imobilizado, intangível ou 
investimento (no caso dos grupos de natureza da despesa 4 – investimentos e 5 – 
Classificação Orçamentária da Receita e Despesa 
 e a Lei Orçamentária Anual (LOA) 
 
 
 
 
36
inversões financeiras) ou o registro de desincorporação de um passivo (no caso do 
grupo de despesa 6 – amortização da dívida). 
 
2.5.2 GRUPO DE NATUREZA DA DESPESA - GND 
É um agregador de elementos de despesa com as mesmas características quanto 
ao objeto de gasto, conforme discriminado a seguir: 
GRUPO DE NATUREZA DA DESPESA 
1 PESSOAL E ENCARGOS SOCIAIS 
2 JUROS E ENCARGOS DA DÍVIDA 
3 OUTRAS DESPESAS CORRENTES 
4 INVESTIMENTOS 
5 INVERSÕES FINANCEIRAS 
6 AMORTIZAÇÃO DA DÍVIDA 
 
Especificações dos Grupos de Natureza da Despesa: 
1 – Pessoal e Encargos Sociais :despesas orçamentárias com pessoal ativo e inativo e 
pensionistas, relativas a mandatos eletivos, cargos, funções ou empregos, civis, 
militares e de membros de Poder, com quaisquer espécies remuneratórias, tais como 
vencimentos e vantagens, fixas e variáveis, subsídios, proventos da aposentadoria, 
reformas e pensões, inclusive adicionais, gratificações, horas extras e vantagens 
pessoais de qualquer natureza, bem como encargos sociais e contribuições recolhidas 
pelo ente às entidades de previdência, conforme estabelece o caput do art. 18 da Lei 
Complementar nº 101, de 2000. 
2 – Juros e Encargos da Dívida: despesas orçamentárias com o pagamento de juros, 
comissões e outros encargos de operações de crédito internas e externas contratadas, 
bem como da dívida pública mobiliária. 
3 – Outras Despesas Correntes: despesas orçamentárias com aquisição de material de 
consumo, pagamento de diárias, contribuições, subvenções, auxílio-alimentação, 
auxílio-transporte, além de outras despesas da categoria econômica "Despesas 
Correntes" não classificáveis nos demais grupos de natureza de despesa. 
Classificação Orçamentária da Receita e Despesa 
 e a Lei Orçamentária Anual (LOA) 
 
 
 
 
37
4 – Investimentos: despesas orçamentárias com softwares e com o planejamento e a 
execução de obras, inclusive com a aquisição de imóveis considerados necessários à 
realização destas últimas, e com a aquisição de instalações, equipamentos e material 
permanente. 
 5 – Inversões Financeiras: despesas orçamentárias com a aquisição de imóveis ou bens 
de capital já em utilização; aquisição de títulos representativos do capital de empresas 
ou entidades de qualquer espécie, já constituídas, quando a operação não importe 
aumento do capital; e com a constituição ou aumento do capital de empresas, além de 
outras despesas classificáveis neste grupo. 
6 – Amortizaçãoda Dívida: despesas orçamentárias com o pagamento e/ou 
refinanciamento do principal e da atualização monetária ou cambial da dívida pública 
interna e externa, contratual ou mobiliária. 
 Observação: conforme o parágrafo único do art. 8º da Portaria STN/SOF nº 163/2001, 
a Reserva de Contingência e a Reserva do RPPS, destinadas ao atendimento de 
passivos contingentes e outros riscos, bem como eventos fiscais imprevistos, inclusive 
a abertura de créditos adicionais, serão classificadas, no que se refere ao grupo de 
natureza de despesa, com o código "9". 
 
2.5.3 MODALIDADE DE APLICAÇÃO 
 A modalidade de aplicação tem por finalidade indicar se os recursos são 
aplicados diretamente por órgãos ou entidades no âmbito da mesma esfera de 
Governo ou por outro ente da Federação e suas respectivas entidades. Indica se os 
recursos serão aplicados diretamente pela unidade detentora do crédito ou mediante 
transferência para entidades públicas ou privadas. A modalidade também permite a 
eliminação de dupla contagem no orçamento. 
 Observa-se que o termo “transferências”, utilizado nos arts. 16 e 21 da Lei nº 
4.320/1964, compreende as subvenções, auxílios e contribuições que atualmente são 
identificados em nível de elementos na classificação da natureza da despesa. Não se 
confundem com as transferências de recursos financeiros, representadas pelas 
Classificação Orçamentária da Receita e Despesa 
 e a Lei Orçamentária Anual (LOA) 
 
 
 
 
38
modalidades de aplicação, e são registradas na modalidade de aplicação constante da 
seguinte codificação atual: 
 Códigos e Especificações das Modalidades de Aplicação da Despesa: 
 20 – Transferências à União: despesas orçamentárias realizadas pelos Estados, 
Municípios ou pelo Distrito Federal, mediante transferência de recursos financeiros à 
União, inclusive para suas entidades da administração indireta. 
 22 – Execução Orçamentária Delegada à União: despesas orçamentárias 
realizadas mediante transferência de recursos financeiros, decorrentes de delegação 
ou descentralização à União para execução de ações de responsabilidade exclusiva do 
delegante. 
 30 – Transferências a Estados e ao Distrito Federal: despesas orçamentárias 
realizadas mediante transferência de recursos financeiros da União ou dos Municípios 
aos Estados e ao Distrito Federal, inclusive para suas entidades da administração 
indireta. 
 31 – Transferências a Estados e ao Distrito Federal - Fundo a Fundo: despesas 
orçamentárias realizadas mediante transferência de recursos financeiros da União ou 
dos Municípios aos Estados e ao Distrito Federal por intermédio da modalidade fundo 
a fundo. 
 32 – Execução Orçamentária Delegada a Estados e ao Distrito Federal: despesas 
orçamentárias realizadas mediante transferência de recursos financeiros, decorrentes 
de delegação ou descentralização a Estados e ao Distrito Federal para execução de 
ações de responsabilidade exclusiva do delegante. 
 35 – Transferências Fundo a Fundo aos Estados e ao Distrito Federal à conta de 
recursos de que tratam os §§ 1º e 2º do art. 24 da Lei Complementar nº 141, de 2012: 
despesas orçamentárias realizadas mediante transferência de recursos financeiros da 
União ou dos Municípios aos Estados e ao Distrito Federal por intermédio da 
modalidade fundo a fundo, à conta de recursos referentes aos restos a pagar 
considerados para fins da aplicação mínima em ações e serviços públicos de saúde e 
Classificação Orçamentária da Receita e Despesa 
 e a Lei Orçamentária Anual (LOA) 
 
 
 
 
39
posteriormente cancelados ou prescritos, de que tratam os §§ 1º e 2º do art. 24 da Lei 
Complementar nº 141, de 2012. 
 36 – Transferências Fundo a Fundo aos Estados e ao Distrito Federal à conta de 
recursos de que trata o art. 25 da Lei Complementar nº 141, de 2012: despesas 
orçamentárias realizadas mediante transferência de recursos financeiros da União ou 
dos Municípios aos Estados e ao Distrito Federal por intermédio da modalidade fundo 
a fundo, à conta de recursos referentes à diferença da aplicação mínima em ações e 
serviços públicos de saúde que deixou de ser aplicada em exercícios anteriores, de que 
trata o art. 25 da Lei Complementar nº 141, de 2012. 
 40 – Transferências a Municípios: despesas orçamentárias realizadas mediante 
transferência de recursos financeiros da União ou dos Estados aos Municípios, 
inclusive para suas entidades da administração indireta. 
 41 – Transferências a Municípios - Fundo a Fundo: despesas orçamentárias 
realizadas mediante transferência de recursos financeiros da União, dos Estados ou do 
Distrito Federal aos Municípios por intermédio da modalidade fundo a fundo. 
 42 – Execução Orçamentária Delegada a Municípios: despesas orçamentárias 
realizadas mediante transferência de recursos financeiros, decorrentes de delegação 
ou descentralização a Municípios para execução de ações de responsabilidade 
exclusiva do delegante. 
 45 – Transferências Fundo a Fundo aos Municípios à conta de recursos de que 
tratam os §§ 1º e 2º do art. 24 da Lei Complementar nº 141, de 2012: despesas 
orçamentárias realizadas mediante transferência de recursos financeiros da União, dos 
Estados ou do Distrito Federal aos Municípios por intermédio da modalidade fundo a 
fundo, à conta de recursos referentes aos restos a pagar considerados para fins da 
aplicação mínima em ações e serviços públicos de saúde e posteriormente cancelados 
ou prescritos, de que tratam os §§ 1º e 2º do art. 24 da Lei Complementar nº 141, de 
2012. 
 46 – Transferências Fundo a Fundo aos Municípios à conta de recursos de que 
trata o art. 25 da Lei Complementar nº 141, de 2012: despesas orçamentárias 
Classificação Orçamentária da Receita e Despesa 
 e a Lei Orçamentária Anual (LOA) 
 
 
 
 
40
realizadas mediante transferência de recursos financeiros da União, dos Estados ou do 
Distrito Federal aos Municípios por intermédio da modalidade fundo a fundo, à conta 
de recursos referentes à diferença da aplicação mínima em ações e serviços públicos 
de saúde que deixou de ser aplicada em exercícios anteriores de que trata o art. 25 da 
Lei Complementar nº 141, de 2012. 
 50 – Transferências a Instituições Privadas sem Fins Lucrativos: despesas 
orçamentárias realizadas mediante transferência de recursos financeiros a entidades 
sem fins lucrativos que não tenham vínculo com a administração pública. 
 60 – Transferências a Instituições Privadas com Fins Lucrativos: despesas 
orçamentárias realizadas mediante transferência de recursos financeiros a entidades 
com fins lucrativos que não tenham vínculo com a administração pública. 
 70 – Transferências a Instituições Multigovernamentais: despesas 
orçamentárias realizadas mediante transferência de recursos financeiros a entidades 
criadas e mantidas por dois ou mais Entes da Federação ou por dois ou mais países, 
inclusive o Brasil. 
 71 – Transferências a Consórcios Públicos: despesas orçamentárias realizadas 
mediante transferência de recursos financeiros a entidades criadas sob a forma de 
consórcios públicos nos termos da Lei no 11.107, de 6 de abril de 2005, objetivando a 
execução dos programas e ações dos respectivos entes consorciados. 
 72 – Execução Orçamentária Delegada a Consórcios Públicos: despesas 
orçamentárias realizadas mediante transferência de recursos financeiros, decorrentes 
de delegação ou descentralização a consórcios públicos para execução de ações de 
responsabilidade exclusiva do delegante. 
 73 – Transferências a Consórcios Públicos mediante contrato de rateio à conta 
de recursos de que tratam os §§ 1º e 2º do art. 24 da Lei Complementar nº 141, de 
2012: despesas orçamentárias realizadas mediante transferência de recursos 
financeiros a entidades criadas sob a forma de consórcios públicos nos termos da Lei 
nº 11.107, de 6 de abril de 2005, por meio de contrato de rateio, à conta de recursos 
referentes

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