Buscar

DIREITO ADMINISTRATIVO

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 32 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 32 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 32 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ 
CENTRO DE ESTUDOS SOCIAIS APLICADOS CESA 
CURSO DE ADMINISTRAÇÃO 
DISCIPLINA: DIREITO ADMINISTRATIVO 
PROFESSOR DOUTOR: ALEXANDRE ANTONIO BRUNO DA SILVA 
 
 
 
 
 
 
 
 
CAROLINE XAVIER VALDIVINO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FORTALEZA - CE 
 
 
2 
 
 
 QUESTÃO 01 
A empresa pública Delta, após o devido procedimento licitatório, celebrou 
contrato com o poder público municipal para a prestação de serviço público de transporte 
de estudantes. Devido a posterior aumento da carga tributária, provocado pela elevação, 
em 10%, dos percentuais a serem recolhidos a título de contribuição previdenciária, a 
empresa, para tentar suprir a despesa decorrente do aludido recolhimento, postulou à 
prefeitura a revisão dos valores do contrato. A autoridade administrativa encaminhou o 
pedido à sua assessoria jurídica, para parecer acerca da viabilidade da pretensão. 
Em face da situação hipotética apresentada, responda, de forma fundamentada, se 
a pretensão da empresa encontra amparo no ordenamento jurídico nacional. 
Em seu texto, aborde: 
a) Contratos administrativos 
b) Cláusulas exorbitantes 
c) Alea econômica e álea administrativa 
d) Direito de equilíbrio dos contratos no âmbito civil e com administração 
pública 
e) A empresa pode parar os seus serviços até conseguir a majoração 
pretendida? 
Como se trata de um contrato administrativo, o contratado, no caso a empresa 
Delta tem o direito de que seja mantido o equilíbrio econômico-financeiro do ajuste, 
assim considerada a relação que se estabelece, no momento da celebração, entre o encargo 
assumido pelo contratado e a prestação monetária assumida pela administração. 
Desse modo, na apresentação de sua proposta no procedimento licitatório, a 
empresa Delta pautou-se pelo contexto presente. A alteração desse cenário, decorrente de 
medida geral, que seria o aumento da contribuição, não relacionada diretamente ao 
contrato, mas que nele repercute, provoca o desequilíbrio econômico-financeiro em 
prejuízo do contratado, o que merece a proteção da lei. É o que a doutrina denomina de 
fato do príncipe. Por essência, o fato do príncipe é uma ação necessariamente imprevista, 
formalmente regular, mas que indiretamente afeta o equilíbrio econômico de contratos 
 
3 
 
celebrados entre o Estado e particulares. Para ilustrar, o Poder Público pode criar um novo 
tributo, deixando um contrato preexistente celebrado entre um particular e um município, 
por exemplo, excessivamente oneroso ao particular, como é no caso do contrato da 
Empresa Delta com o Poder Público Municipal. Esse fato do príncipe, portanto, pode 
abalar o equilíbrio econômico do contrato, que poderá sofrer uma revisão. 
No tocante às cláusulas exorbitantes, as mesas são cláusulas comuns em contratos 
administrativos, mas que seriam consideradas ilícitas em contratos entre particulares, pois 
são prerrogativas da Administração Pública, colocando-a em posição superior à outra 
parte. Em outras palavras, as cláusulas exorbitantes são benefícios que a Administração 
possui sobre o particular e que se justificam na supremacia do interesse público sobre o 
privado (MAZZA, 2012). Neste caso em que estamos estudando, o contrato é entre uma 
empresa pública e um órgão público. São as cláusulas que se referem a: alteração 
unilateral; rescisão unilateral; fiscalização; aplicação de sanções; ocupação provisória de 
bens, pessoal e serviços; exigências de garantias pela Administração; restrições à 
oposição, pelo contratado, da exceção do contrato não cumprido (quando a Administração 
pode exigir que o contratado cumpra a sua parte no contrato sem que ela própria tenha 
cumprido a sua). Nesse sentido, o art. 65, II, d, da Lei n.º 8.666/1993 admite que: “os contratos 
sejam alterados, com as devidas justificativas, no caso de acordo das partes, para o 
restabelecimento da relação pactuada inicialmente entre os encargos do contratado e a 
retribuição da administração para a justa remuneração do serviço, "objetivando a 
manutenção do equilíbrio econômico-financeiro inicial do contrato, na hipótese de 
superveniência de fatos imprevisíveis ou previsíveis, porém, de consequências 
incalculáveis, retardadores ou impeditivos da execução do ajustado, ou ainda, em caso de 
força maior, caso fortuito ou fato do príncipe, que configura álea econômica 
extraordinária e extracontratual." (BRASIL, 1993, p. online) 
 
Ademais, este mesmo artigo vai dizer que é expresso ao consignar que quaisquer tributos 
ou encargos legais criados, alterados ou extintos, bem como a superveniência de disposições 
legais, quando ocorridas após a data da apresentação da proposta, de comprovada repercussão nos 
preços contratados, implicará a revisão destes para mais ou para menos, conforme o caso. O 
município pode, portanto, com fundamento no referido preceito legal, reajustar o contrato para 
recompor o equilíbrio econômico-financeiro, de modo a garantir a execução do contrato 
originário. 
 
4 
 
Uma característica que nos cabe citar sobre os contratos administrativos seria o da sua 
mutabilidade, que decorre de determinadas cláusulas exorbitantes, ou seja, das que conferem à 
Administração o poder de, unilateralmente, alterar as cláusulas regulamentares ou rescindir o 
contrato antes do prazo estabelecido, por motivo de interesse público. A mutabilidade pode 
decorrer também de outras situações, que dão abertura à aplicação das teorias do fato do príncipe 
e da imprevisão. Como já foi mencionado acima acerca do fato do príncipe, vamos aqui apenas 
resumir o da imprevisão, a Teoria da Imprevisão é o nome adotado, nos dias atuais, para a cláusula 
rebus sic stantibus. Essa cláusula era vista como inserta nos contratos de duração e nos de 
execução diferida, as partes acordam um contrato para que o comportamento ocorra em outro 
momento. No caso de fatos imprevisíveis, que dificultem a situação, à parte que se sentir lesada 
poderá solicitar a revisão judicial das cláusulas do contrato. Portanto, obrigações sucessivas ou 
dependentes do futuro. A cláusula era presumida e obrigava o cumprimento da permanência do 
estado do contrato contemporâneo à época em que ele foi celebrado. Uma vez alterada a situação 
da parte, devido a uma situação imprevisível, essa poderia se desvincular da sua obrigação, 
mediante autorização do Estado-Juiz De acordo com Capitant, a cláusula rebus sic stantibus: “é a 
cláusula considerada subentendida nos contratos permanentes, segundo o qual uma convenção só 
permanece em vigor enquanto o estado de coisas existente no momento em que haja sido 
estabelecida não tenha sido objeto de modificações essenciais”. O assunto tem que ser analisado 
sob dois aspectos: o das circunstâncias que fazem mutável o contrato administrativo e o da 
consequência dessa mutabilidade, que é o direito do contratado à manutenção de equilíbrio 
econômico-financeiro. 
Tal equilíbrio ou equação econômico-financeira é a relação que se estabelece, no 
momento da celebração do contrato, entre o encargo assumido pelo contratado e a contraprestação 
assegurada pela Administração. Prefere-se falar em contraprestação assegurada e não devida pela 
Administração, porque nem sempre é ela que paga; em determinados contratos, é o usuário do 
serviço público que paga a prestação devida, por meio de tarifa; é o que ocorre nos contratos de 
concessão de serviço público. 
Na realidade, todos os contratos, sejam eles públicos ou privados, supõem a existência de 
um equilíbrio financeiro que, conforme demonstrado por Gaspar Ariño Ortiz, costuma ser visto 
sob dois aspectos: o da equivalência material das prestações, ou seja, a equivalência objetiva, 
atendendo à valoração econômica das contraprestações e invocando em sua defesa um ideal de 
justiça comutativa; e o da equivalência subjetiva, atendendo ao valor subjetivo que para cada uma 
das partes tem a prestação da outra. 
Nos contratos entre particulares,nem sempre a equivalência material corresponde à 
equivalência subjetiva, sendo comum esta prevalecer sobre aquela. Assim, autoriza o princípio da 
autonomia da vontade. Estabelecida essa equivalência no momento em que se firma o contrato, 
ela só poderá ser alterada por novo acordo entre as partes. 
 
5 
 
Nos contratos administrativos e nos contratos em geral de que participa a Administração, 
não existe a mesma autonomia da vontade do lado da Administração Pública; ela tem que buscar 
sempre que possível a equivalência material, já que não tem a livre disponibilidade do interesse 
público. Além disso, é mais difícil fazer, no momento do contrato, uma previsão adequada do 
equilíbrio, uma vez que os acordos administrativos em geral envolvem muitos riscos decorrentes 
de várias circunstâncias, como a longa duração, o volume grande de gastos públicos, a natureza 
da atividade, que exige muitas vezes mão de obra especializada, a complexidade da execução, 
etc. O próprio interesse público que à Administração compete defender não é estável, exigindo 
eventuais alterações do contrato para ampliar ou reduzir o seu objeto ou incorporar novas técnicas 
de execução. 
Tudo isso faz com que o equilíbrio do contrato administrativo seja essencialmente 
dinâmico; ele pode romper-se muito mais facilmente do que no direito privado. É por causa desses 
elementos de insegurança que se elaborou toda uma teoria do equilíbrio econômico do contrato 
administrativo. 
Podemos apontar aqui dois tipos de áleas ou riscos que o particular enfrenta quando 
contrata. Álea administrativa, que abrange três modalidades: a primeira seria uma decorrente do 
poder de alteração unilateral do contrato administrativo, para atendimento do interesse público; 
por ela responde a Administração, incumbindo-lhe a obrigação de restabelecer o equilíbrio 
voluntariamente rompido; A outra seria ao chamado fato do príncipe, que seria um ato de 
autoridade, não diretamente relacionado com o contrato, mas que repercute indiretamente sobre 
ele; nesse caso, a Administração também responde pelo restabelecimento do equilíbrio rompido; 
e a terceira constitui o fato da Administração, entendido como “toda conduta ou comportamento 
desta que torne impossível, para o contratante particular, a execução do contrato”; ou, de forma 
mais completa, é “toda ação ou omissão do Poder Público que, incidindo direta e especificamente 
sobre o contrato, retarda, agrava ou impede a sua execução”. A outra Álea que abordaremos seria 
a Álea econômica, que corresponde a circunstâncias externas ao contrato, estranhas à vontade das 
partes, imprevisíveis, excepcionais, inevitáveis, que causam desequilíbrio muito grande no 
contrato, dando lugar à aplicação da teoria da imprevisão; a Administração Pública, em regra, 
responde pela recomposição do equilíbrio econômico-financeiro. 
Entende-se que, seja nas áleas administrativas, seja áleas econômicas, o contratado tem 
direito à manutenção do equilíbrio econômico-financeiro do contrato, por força do artigo 37, XXI, 
da Constituição, que exige, nos processos de licitação para obras, serviços, compras e alienações, 
sejam mantidas “as condições efetivas da proposta”. Além disso, a mesma ideia resulta da Lei nº 
8.666/93 (artigo 65, inciso II, e §§ 5º e 6º) e da Lei nº 8.987/95 (artigo 9º e parágrafos), em matéria 
de concessão e permissão de serviços públicos. 
Em consequência, a solução tem sido a mesma em qualquer das teorias (fato do príncipe, 
fato da Administração e imprevisão); inclusive é a solução adotada também para as hipóteses de 
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/2186546/artigo-37-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10711282/inciso-xxi-do-artigo-37-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1027021/lei-de-licita%C3%A7%C3%B5es-lei-8666-93
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033819/lei-de-concessoes-lei-8987-95
 
6 
 
caso fortuito e força maior (artigo 78, XVII, combinado com artigo 79, I, da Lei nº 8.666/93). Em 
todos os casos, a Administração Pública responde sozinha pela recomposição do equilíbrio 
econômico-financeiro. A invocação das teorias serve apenas para fins de enquadramento jurídico 
e fundamentação para a revisão das cláusulas financeiras do contrato. 
Nos contratos de parceria público-privada (concessão patrocinada e concessão 
administrativa), regidos pela Lei nº 11.079, de 30-12-04, adota-se solução diversa, uma vez que 
é prevista a repartição de riscos entre as partes, inclusive os referentes a caso fortuito, força maior, 
fato do príncipe e álea econômica extraordinária (artigo 5º, III). Por fim, tendo ciência de todo o 
exposto, sabemos que a empresa não pode parar os seus serviços até que a tratativa seja resolvida, 
pois o artigo 80 da Lei nº 8.666/93 prevê como cláusula exorbitante determinadas prerrogativas 
que tem por objetivo assegurar a continuidade da execução do contrato, sendo esses um dos 
princípios da Administração Pública, o da Continuidade. Sempre que a paralisação de certo 
contrato possa ocasionar prejuízo ao interesse público e ao andamento do serviço público 
essencial; trata-se, aplica-se então do princípio da continuidade do serviço público. 
Essas Medidas, que somente são possíveis no caso de rescisão unilateral, são as seguintes: 
“I – assunção imediata do objeto do contrato, no estado e local em que se encontrar, por ato 
próprio da Administração; 
II – ocupação e utilização do local, instalações, equipamentos, material e 
pessoal empregados na execução do contrato, necessários à sua continuidade, na 
forma do inciso V do artigo 58 desta Lei; 
III – execução da garantia contratual, para ressarcimento da 
Administração e dos valores das multas e indenizações a ela devidos; 
IV – retenção dos créditos decorrentes do contrato até o limite dos 
prejuízos causados à Administração”. 
No direito administrativo o particular não pode interromper a execução do contrato 
socorrendo-se da exceptio non adimpleti contractus (exceção do contrato não cumprido), quando 
a outra parte descumpre o contrato (artigo 477 do Código Civil). 
Isso decorre dos princípios da continuidade do serviço público e da supremacia do 
interesse público sobre o particular; em regra, o que ele deve fazer é requerer, administrativa ou 
judicialmente, a rescisão do contrato e pagamento de perdas e danos, dando continuidade à sua 
execução, até que obtenha ordem da autoridade competente (administrativa ou judicial) para 
paralisá-lo. Note-se que a Lei nº 8.666/93 só prevê a possibilidade da rescisão unilateral por parte 
da Administração (art. 79, I); em nenhum dispositivo confere tal direito ao contratado. 
O rigor desse entendimento tem sido abrandado pela doutrina e jurisprudência, quando a 
“inadimplência do poder público impeça de fato e diretamente a execução do serviço ou da obra”; 
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/11298624/artigo-78-da-lei-n-8666-de-21-de-junho-de-1993
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/11297969/inciso-xvii-do-artigo-78-da-lei-n-8666-de-21-de-junho-de-1993
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/11297864/artigo-79-da-lei-n-8666-de-21-de-junho-de-1993
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/11297810/inciso-i-do-artigo-79-da-lei-n-8666-de-21-de-junho-de-1993
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1027021/lei-de-licita%C3%A7%C3%B5es-lei-8666-93
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/96990/lei-11079-04
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/11297354/artigo-80-da-lei-n-8666-de-21-de-junho-de-1993
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1027021/lei-de-licita%C3%A7%C3%B5es-lei-8666-93
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10701690/artigo-477-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1027021/lei-de-licita%C3%A7%C3%B5es-lei-8666-937 
 
além disso, torna-se injustificável quando o contrato não tenha por objeto a execução de serviço 
público, porque não se aplica, então, o princípio da continuidade. Permanece, no entanto, o fato 
de que a lei não prevê rescisão unilateral pelo particular; de modo que este, paralisando, por sua 
conta, a execução do contrato, corre o risco de arcar com as consequências do inadimplemento, 
se não aceita, em juízo, a exceção do contratado não cumprido. 
O abrandamento também foi feito pela Lei nº 8.666/93, que no artigo 78, incisos XV e 
XVI, prevê hipóteses em que, por fato da Administração, o contratado pode suspender a execução 
do contrato. 
REFERÊNCIAS 
 
JUSBRASIL. JUSBRASIL: Características dos Contratos Administrativos, 2018. 
Disponível em: https://gustavofavareto.jusbrasil.com.br/artigos/327240520/caracteristicas-dos-
contratos-administrativos 
Di Pietro, Maria Sylvia Zanella – Direito Administrativo - 28ª edição – São Paulo: Atlas, 
2015. 
 
FIUS. FIUS: A Teoria do Fato do Príncipe, 2020. Disponível em: https://www.fius.com.br/a-
teoria-do-fato-do-principe/ 
 
BORGES, Nelson. A teoria da imprevisão no Direito Civil e no Processo Civil: com 
referência ao CC de 16 e ao NCC. São Paulo: Ed. Malheiros, 2002. 
 
QUESTÃO 02 
Durante uma reunião em que se discutia a aplicação à empresa ÔMICRON LTDA de 
penalidade de impedimento de licitar — que fora sugerida em parecer elaborado por um advogado 
público —, a proprietária da empresa, Corona, com a intenção de atingir a honra do referido 
servidor público, acusou-o falsamente de estar utilizando seu cargo para beneficiar a sua 
concorrente, a empresa ALPHA S.A., já que, com a aplicação da penalidade sugerida, a empresa 
ALPHA seria a única no mercado nacional apta a fornecer o objeto do contrato. 
Redija um texto dissertativo a respeito da conduta de Corona, proprietária da empresa 
ÔMICRON. 
Em seu texto, aborde: 
a) o crime cometido por Corona 
b) o objeto jurídico tutelado pelo Código Penal com a tipificação do crime cometido 
e os requisitos para a configuração desse delito; 
c) a legitimação para a propositura da ação penal, considerando a doutrina e a 
jurisprudência do Supremo Tribunal Federal. 
Neste caso em questão temos a vertentes dos sujeitos presentes na situação, onde 
temos a pessoa que sofre a ação, entende-se que havia mais pessoas na reunião em 
questão, onde seria inferida uma penalidade a empresa ÔMICRON. A partir deste exposto 
já podemos observar que a proprietária da empresa acusou segundo a questão apresentada 
sem provas o servidor público, se fosse verdadeiro o que a sua superior estava deferindo 
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1027021/lei-de-licita%C3%A7%C3%B5es-lei-8666-93
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/11298624/artigo-78-da-lei-n-8666-de-21-de-junho-de-1993
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/11298042/inciso-xv-do-artigo-78-da-lei-n-8666-de-21-de-junho-de-1993
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/11298013/inciso-xvi-do-artigo-78-da-lei-n-8666-de-21-de-junho-de-1993
https://gustavofavareto.jusbrasil.com.br/artigos/327240520/caracteristicas-dos-contratos-administrativos
https://gustavofavareto.jusbrasil.com.br/artigos/327240520/caracteristicas-dos-contratos-administrativos
https://www.fius.com.br/a-teoria-do-fato-do-principe/
https://www.fius.com.br/a-teoria-do-fato-do-principe/
 
8 
 
o mesmo poderia até ser acusado de Corrupção Passiva, que é um ilícito penal que só 
pode ser praticado por funcionário público. Está previsto no artigo 317 do Código Penal, 
inserido no capítulo que trata dos crimes praticados por funcionários públicos contra a 
administração. Segundo o artigo 327 do mesmo diploma legal, para o direito penal, são 
considerados funcionários públicos quem exerce cargo, emprego ou função pública, 
mesmo que temporariamente ou sem remuneração. O artigo descreve como conduta 
proibida o ato de usar o cargo público para solicitar ou receber vantagem indevida, no 
caso em questão de beneficiar sua concorrente ALPHA, em troca de algum ganho pessoal. 
Se caso isso prosseguisse bastava a solicitação para que o crime se configurasse que o 
servidor ainda poderia ser punido em caso de ceder, a pedido ou influência de terceiro, 
mesmo não recebendo vantagem. A pena prevista seria de 2 a 12 anos mais multa e 
poderia ser aumentada em até 1/3, caso se configurasse realmente que o funcionário 
público tenha praticado esse ato em benefício do particular. 
Sabendo que essa acusação foi proferida falsamente pela proprietária da empresa, 
com o único objetivo de ferir sua honra, iremos focar nisso pois será importante para a 
resolução da problemática. Tendo feito essa exposição acerca do caso de modo geral, 
iremos agora entender de maneira mais aprofundada as definições que temos nas leis e 
código penal para seguir serão abordados os conceitos penais para fundamentar e explanar 
de forma o crime cometido por Corona. 
 Prosseguindo, a transgressão cometida pela dona da empresa ÔMICRON 
LTDA, se encaixa no crime de difamação, que por conceito podemos dizer que difamar 
alguém é tirar a boa fama ou o crédito, desacreditar publicamente atribuindo a alguém um 
fato específico negativo, neste caso se encaixa a acusação feita por Corona ao servidor. 
Para ocorrer o crime de difamação o fato atribuído não pode ser considerado crime, o fato 
seria a vantagem dada a empresa concorrente pelo funcionário difamado. O crime de 
difamação é explanado no Art. 139: Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua 
reputação. A pena para quem comete tal ato é de detenção, de três meses a um ano, e 
multa. 
De forma sucinta, tal delito corresponde a acusar alguém de um fato que seja 
ofensivo à sua dignidade e que fira a sua reputação, mesmo que esse fato da acusação não 
seja um crime. Nesse sentido não deve o fato imputado se incorporar de caráter criminoso; 
do contrário, seria o mesmo configurado como crime de calúnia, a acusação feita então 
não se trata de um crime previsto no Código Penal, mas sim uma infração disciplinar 
prevista na Lei 8.112/1990: Art. 117. que vai dizer que ao servidor é proibido valer-se 
 
9 
 
do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da dignidade da função 
pública. E para o sujeito ativo da ação, nesse caso a senhora Corona, ainda há um meio 
que pode recorrer para se isentar da pena e ele só poderá conseguir isso se retratar-se 
integralmente da difamação cometida, segundo o artigo 143 do Código Penal Brasileiro, 
no Art. 143 - O querelado que, antes da sentença, se retrata cabalmente da calúnia ou da 
difamação, fica isento de pena. Nos casos em que o querelado tenha praticado a calúnia 
ou a difamação utilizando-se de meios de comunicação, a retratação dar-se-á, se assim 
desejar o ofendido, pelos mesmos meios em que se praticou a ofensa. 
 É válido destacar que o fato imputado não necessariamente precisa ser falso, 
mas sim, ser levado a conhecimento público de terceiros e que por consequência afete a 
honra de outrem, porque o que é resguardado pela lei é a proteção da honra do indivíduo 
atacado. No entanto, não se trata do caso em questão, pois o texto destaca que a acusação 
foi falsa, mas ainda sim, a mesma fere a honra do ofendido. 
 Além disso, é importante que a acusação seja detalhada, ou seja, é necessário 
que haja a descrição do fato ocorrido, de modo que estejam incluídos quem, quando, onde 
e como. Tendo consciência desse fato, é notório que a empresária Corona ao acusar o 
advogado público de estar tentando prejudicá-la para consequentemente favorecer a 
terceiros, no caso a empresa ALPHA S.A, acaba descrevendo toda a ocorrência desse fato 
e, portanto, é mais um fator que comprova a real ocorrência do crime de difamação. 
 É importante destacar que o crime de difamação concede ao acusador uma 
maneira de se defender judicialmente, que é a exceção da verdade, que é um meio de 
defesa que se faculta ao acusadopor crime de calúnia ou de difamação de funcionário 
público, no exercício das funções, para provar o fato atribuído por ele à pessoa que se 
julga ofendida e o processou por isso. Ficando exclusivo esse incidente processual no 
caso de a imputação ser feita a um funcionário público no exercício de sua profissão, 
nesse caso, se o acusador conseguir comprovar que sua acusação é verídica, então o 
mesmo poderá ser absolvido da condenação por difamação. 
 O objeto jurídico do delito é a honra objetiva. A honra objetiva é pressuposta 
elementar do dano moral às pessoas jurídicas. Aqui não se avaliam os atributos 
patrimoniais, mas sim, como alguns atos ilícitos tem o condão de afetar o modo pelo qual 
os entes coletivos são identificados, numa linguagem mais impessoal seria a forma como 
a pessoa é vista pela sociedade em que está inserida, sua fama, sua reputação para com as 
outras pessoas, e quando alguém ferir sua reputação diante dos outros pode acabar 
acarretando uma mancha em sua imagem diante dos outros em seu convívio. Poderia ser 
 
10 
 
classificado como crime comum, em Direito, crime comum (do latim delicta communia: 
"delitos comuns") são aqueles que não exige qualidade especial, seja ela do sujeito 
passivo ou do ativo, por exemplo, que pode ser praticado por qualquer pessoa contra 
qualquer pessoa. A ofensa pode ser praticada de várias formas, uma seria a ofensa real 
que pode ser feita de forma escrita, verbal ou gestual; a implícita que pode ser feita de 
modo que age implicitamente como o próprio nome já diz, mas ainda assim, é possível 
identificar para quem se refere e a indireta que atinge a honra de uma terceira pessoa; O 
tipo subjetivo é o dolo direto ou indireto eventual, ou seja, quando há a vontade e 
consciência de que a ação irá ofender a honra da vítima, sendo assim, nesse caso não se 
admite forma culposa. O crime de difamação é unissubsistente, ou seja, ela não admite 
uma tentativa, pois ocorre em de uma única vez. 
 Prosseguindo, se o crime de difamação for cometido contra um servidor público 
durante suas atividades ou na presença de várias pessoas, a pena será acrescida em um 
terço. O artigo 141, parágrafo segundo e terceiro, vai dizer que, as penas cominadas neste 
Capítulo aumentam-se de um terço, se qualquer dos crimes é cometido: II - contra 
funcionário público, em razão de suas funções; III - na presença de várias pessoas, ou por 
meio que facilite a divulgação da calúnia, da difamação ou da injúria. Dessa forma, 
levando em consideração a conduta da empresária, que acusou com falsas alegações um 
funcionário público durante o exercício de sua função e na presença de várias pessoas, é 
provável que se a vítima das acusações, no caso o advogado público, decidir processá-la 
por tal ofensa esteja diante da possibilidade de ter sua pena aumentada. 
 No tocante o tópico legitimação para a propositura da ação penal, considerando 
a doutrina e a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, podemos aqui destacar que 
de um modo geral a ação penal para crimes que ferem a honra é de natureza privada, ou 
seja, segundo o Art. 100, § 2º do CP - A ação de iniciativa privada é promovida mediante 
queixa do ofendido ou de quem tenha qualidade para representá-lo. Nesse caso a vítima 
ou o seu representante poderá escolher se irá ou não prestar queixa. Porém na situação 
em questão o ofendido não era apenas um cidadão comum, mas sim um funcionário 
público, dessa forma há uma outra maneira de agir nesse caso e exclusivamente em 
situações que afetem a honra de um servidor público. 
 Segundo a Súmula 714 do STF- É concorrente a legitimidade do ofendido, 
mediante queixa, e do Ministério Público, condicionada à representação do ofendido, para 
a ação penal por crime contra a honra de servidor público em razão do exercício de suas 
funções. Em sua definição, legitimidade concorrente, nada mais é do que a lei atribuir a 
 
11 
 
mais de uma pessoa a legitimidade. Tendo conhecimento disto e do que está previsto na 
Súmula 714 do STF, o servidor que foi vítima poderá escolher ele mesmo realizar a 
queixa ou então deixar que o Ministério Público o represente. No entanto, se o mesmo 
optar pela ação privada a possibilidade de ser representado pelo Ministério Público será 
excluída e vice-versa. 
 O processo de difamação é de responsabilidade do Juizado Especial Criminal 
de acordo com o artigo 98, inciso I, da Constituição Federal, que diz: I - juizados 
especiais, providos por juízes togados, ou togados e leigos, competentes para a 
conciliação, o julgamento e a execução de causas cíveis de menor complexidade e 
infrações penais de menor potencial ofensivo, mediante os procedimentos oral e 
sumaríssimo, permitidos, nas hipóteses previstas em lei, a transação e o julgamento de 
recursos por turmas de juízes de primeiro grau; 
 Em outro cenário, se o servidor público optar por seguir a ação privada a mesma 
poderá impetrar que a ação seja movida pela Advocacia Geral da União em camada 
federal de acordo com o artigo 22 da Lei 9.028/95: Art. 22. A Advocacia-Geral da União 
e os seus órgãos vinculados, nas respectivas áreas de atuação, ficam autorizados a 
representar judicialmente os titulares e os membros dos Poderes da República, das 
Instituições Federais referidas no Título IV, Capítulo IV, da Constituição, bem como os 
titulares dos Ministérios e demais órgãos da Presidência da República, de autarquias e 
fundações públicas federais, e de cargos de natureza especial, de direção e assessoramento 
superiores e daqueles efetivos, inclusive promovendo ação penal privada ou 
representando perante o Ministério Público, quando vítimas de crime, quanto a atos 
praticados no exercício de suas atribuições constitucionais, legais ou regulamentares, no 
interesse público, especialmente da União, suas respectivas autarquias e fundações, ou 
das Instituições mencionadas, podendo, ainda, quanto aos mesmos atos, impetrar habeas 
corpus e mandado de segurança em defesa dos agentes públicos de que trata este artigo. 
(Redação dada pela Lei nº 9.649, de 1998) (Vide Medida Provisória nº 2.216-37, de 2001) 
 Concluindo, é possível que a ação insensata praticada pela proprietária da 
empresa ÔMICRON LTDA, seja passível de punição e levando em consideração que fora 
praticado contra um funcionário público, a mesma poderá sofrer ações penais mais duras. 
E em relação à vítima, o mesmo tem o direito de prestar queixa-crime que seria a peça 
inicial da ação penal privada que é apresentada pela própria vítima ou seu representante 
legal, por meio de outro advogado, ou em causa própria, pois é lícito à parte postular em 
causa própria quando tiver habilitação legal. Art. 104. O advogado não será admitido a 
 
12 
 
postular em juízo sem procuração, salvo para evitar preclusão, decadência ou prescrição, 
ou para praticar ato considerado urgente. A denúncia e a queixa-crime serão as peças 
iniciais da ação penal e seria plenamente resguardada pela justiça e até mesmo deixar que 
o Ministério Público o represente. Por fim, se o processo ocorrer, a proprietária Corona 
poderá entrar em acordo para resolver toda a situação, tendo a mesma que além de se 
retratar pelo delito cometido e corrigir publicamente seu erro contra o funcionário, a ré 
poderá se comprometer a pagar indenização pelos danos morais causados à vítima. Com 
isso, os autos ficariam suspensos até o cumprimento final do acordo entabulado. Se for o 
caso, as partes também podem se comprometer a tratarem-se com respeito mútuo, 
urbanidade e educação em todas as eventuais oportunidades em que porventura vierem a 
se encontrar, bem como a não entrarem em contato por nenhum meio de comunicação 
telefônica, telemática, eletrônica, pessoal ou virtual, comprometendo-se, ainda, a não 
postarem qualquer tipo de comentário em qualquer rede social ou afim que diga respeito 
à pessoa ou atividade profissional um do outro.REFERÊNCIAS 
JUSBRASIL. JUSBRASIL: Capítulo 18. Difamação (Art. 139) - Crimes Contra a Pessoa, 
2021. Disponível em: Capítulo 18. Difamação (Art. 139) - Crimes Contra a Pessoa - Direito 
Penal - Vol. 2 - Ed. 2021 (jusbrasil.com.br) 
 
BITENCOURT, Cezar Roberto. Código Penal Comentado. 5ª. ed. São Paulo: Saraiva, 2009. 
 
CABETTE, Eduardo Luiz Santos. Para o STJ injúria é crime de racismo. Será? Disponível 
em https://eduardocabette.jusbrasil.com.br/artigos/383442042/para-o-stj-injuria-e-crime-de-
racismo-sera , acesso em 07.12.2021. 
JUSBRASIL. JUSBRASIL: Artigo 139 do Decreto Lei nº 2.848 de 07 de dezembro de 1940. 
Disponível em: Da Difamação - Artigo 139 do Código Penal (jusbrasil.com.br) 
 
 
QUESTÃO 03 
André foi aluno de uma Universidade Federal. Excelente aluno, assim que saiu da 
Universidade foi convidado para trabalhar em uma grande empresa, ao mesmo tempo em que foi 
admitido em um curso de pós-graduação. Tudo corria bem, até que recebeu um telefonema. Um 
aviso de que deveria comparecer na Universidade. 
No encontro, soube que existia um problema na contratação do seu orientador de TCC. 
Ele havia fraudado os seus diplomas para ingressar como professor da Instituição e havia sido 
demitido. Todos os atos praticados estavam sendo revistos pela Reitoria. 
Analise a situação e aborde temas como: 
a) A possibilidade de revisão dos próprios atos pela administração. 
https://thomsonreuters.jusbrasil.com.br/doutrina/secao/1198080900/capitulo-18-difamacao-art-139-crimes-contra-a-pessoa-direito-penal-vol-2-ed-2021#ftn.DTR.2021.537-n12
https://thomsonreuters.jusbrasil.com.br/doutrina/secao/1198080900/capitulo-18-difamacao-art-139-crimes-contra-a-pessoa-direito-penal-vol-2-ed-2021#ftn.DTR.2021.537-n12
https://eduardocabette.jusbrasil.com.br/artigos/383442042/para-o-stj-injuria-e-crime-de-racismo-sera
https://eduardocabette.jusbrasil.com.br/artigos/383442042/para-o-stj-injuria-e-crime-de-racismo-sera
https://mariafgr.jusbrasil.com.br/artigos/177896242/da-difamacao-artigo-139-do-codigo-penal
 
13 
 
b) É possível a aplicação da teoria da aparência na administração pública? (Opa! O 
que é teoria da aparência?) 
c) André poderia ser demitido da empresa com Justa Causa, já que não tem mais o 
diploma? 
d) André deveria abandonar o seu curso de pós-graduação? 
Para iniciarmos a apreciação deste caso, veremos de forma geral o que acontece 
quando alguém fralda diplomas, infelizmente isso é um caso bastante comum aqui no 
Brasil. Segundo o portal de notícias G1, no Espírito Santo, mais de 100 professores foram 
processados por usarem diplomas falsos. Os professores pertenciam à rede pública 
estadual de ensino no Espírito Santo, segundo a corregedoria da secretaria de estado de 
Educação (Sedu). O caso se complica mais quando é descoberto que até certificado de 
doutorado foi fraudado para aumentar o salário ou passar nos processos seletivos. No ano 
de 2015 houve em torno de 52 processos abertos e 4 demissões de professores. Em 2016, 
o número aumentou e neste foram 73 processos e 7 demissões. Os professores que usaram 
os diplomas fraudados terão que devolver os valores recebidos a mais pelo grau de 
graduação, pois documentos falsos dão ao professor uma mudança de nível, que aumenta 
o salário dele. O valor recebido indevidamente tem que ser devolvido. Segundo o 
corregedor da Sedu, Tarcísio Bobbio, as fraudes têm padrões e houve um caso onde todos 
os documentos apresentados, desde a graduação até o mestrado, eram falsos. Em um 
processo seletivo, quanto mais títulos o professor tiver, melhor será sua classificação e 
remuneração. O profissional recebe de acordo com seu nível de graduação. Bobbio 
explica que também existem situações onde o professor não sabe que o documento é falso. 
“Ele vai a instituição e faz o curso e não sabe que a instituição não é credenciada pelo 
MEC. Avaliamos se houve o uso de má fé ou boa fé. Se for de má fé o funcionário é 
demitido”, revelou. 
Depois que o certificado é verificado com a faculdade de origem, o processo vai 
para a Corregedoria da Sedu que intima o servidor. 
A pessoa responde primeiramente a um Processo Administrativo Disciplinar 
(PAD). Durante a investigação, o profissional não é afastado do cargo. Depois que o PDA 
é encerrado, o processo é enviado para o Ministério Público Estadual. “Além de 
apresentar documentos falsos ser um ato ilícito administrativo, também é um ato ilícito 
penal. E quem for demitido fica impedido de fazer processo seletivo por cinco anos”, 
acrescentou. 
 
14 
 
O diretor do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Espírito Santo 
(Sindiupes), Gean Carlos Nunes de Jesus, disse que o sindicato apoia essa investigação e 
o direito das pessoas de se defenderem. 
“É uma questão lamentável e recorrente, como em qualquer categoria. É 
lamentável a postura de colegas que usam desse tipo de método (documentos falsos). O 
que não pode é a imagem de uma categoria, com mais de 80 mil professores no estado, 
ser maculada por um pequeno grupo de pessoas”, afirmou. 
A maioria dos diplomas investigados são de instituições privadas e de fora do 
estado. Em grande parte, são de pós-graduação lato sensu, mas também há diplomas de 
graduação, mestrado e doutorado 
Punição: O professor que for demitido fica impedido de ter emprego público por 
até cinco anos 
Devolução: Se for comprovado que o documento é falso, o servidor terá que 
devolver todo o valor recebido no período em que estava atuando apresentando o título. 
Entrando no caso do professor de André, o mesmo pode receber punições maiores 
que a demissão. A pena para quem for pego usando ou falsificando documentos públicos 
pode ficar até seis anos em reclusão e ter que pagar multa, de acordo com o Código Penal 
Brasileiro. A titular da Delegacia de Defraudações e Falsificações (Defa), Rhaiana 
Bremenkamp, conta como o crime se configura: “a pessoa que é enquadrada por 
apresentação de documento falso, segundo o Artigo 304 do Código Penal, também acaba 
incorrendo na mesma pena da pessoa que falsifica”, explica. 
De acordo com a delegada, a pena pode variar se o documento for público ou 
particular. Em caso de documentos privados, a pena é de reclusão, de um a cinco anos, e 
multa. Se for público, a pena sobe de dois a seis anos de reclusão e multa. 
Algumas faculdades não têm conhecimento que existem pessoas usando 
certificados falsos. E quando a denúncia chega na Defa descobrem o que está 
acontecendo. Existem casos de pessoas que pagaram, estudam e recebem um diploma, 
porém falso. Nesse caso ela é vítima pois acreditava que estava estudando em uma 
faculdade real e receberia um certificado verdadeiro. 
Professores e Designação Temporária (DT) do Espírito Santo recebem o salário 
dos quatro primeiros meses com o valor de quem tivesse feito apenas o curso superior. 
Isso acontece porque os seus certificados precisam passar por uma auditoria para 
confirmar que não são falsos. Se forem verdadeiros, o professor recebe o valor retroativo. 
 
15 
 
A tática da secretaria de estado de Educação (Sedu) tem como objetivo evitar que 
professores apresentem documentos falsos, recebam a mais pelos títulos e depois tenham 
que devolver o valor. 
Segundo o corregedor da Sedu, Tarcísio Bobbio, o método evita que a secretaria 
pague sem ter feito auditoria nos certificados apresentados. 
“Começamos a constatar que havia um volume expressivo de documentos que não 
estavam sendo reconhecidos pelas instituições de ensino”, contou. 
Quando o professor participa de um processo seletivo, ele apresenta os 
certificados à Sedu para serem analisados. 
A secretaria pesquisa a validade da documentação no site do Ministério da 
Educação (MEC) para saber se a instituição que emitiu o certificado é credenciada e se 
tem autorização para aquele curso. Em caso de desconformidade, a instituição de origem 
do documento é consultada. 
Para aumentar a segurança do processo, os funcionáriosda corregedoria também 
passam por treinamentos no MEC onde aprendem a reconhecer e a verificar documentos 
alterados ou falsificados. O crime é configurado tanto pelo uso, quanto pela falsificação 
de documentos. A pena pode variar de acordo com os agravantes A falsidade ou 
falsificação de documentos está prevista nos artigos 297 a 301 do Código Penal 
Brasileiro, Decreto de Lei nº 2.848 de 07 de dezembro de 1940. A pena para quem 
apresenta ou falsifica documentos públicos é de reclusão, de dois a seis anos, e multa. A 
fraude de documentos privados tem como pena reclusão, de um a cinco anos, e multa. A 
falsificação pode ser por documento público ou particular, reconhecimento de firma ou 
letra, certidão ou atestado ideologicamente, material de atestado ou certidão e/ou 
ideológica. 
O aluno citado no caso não estava ciente do caso de seu orientador, entretanto, as 
regras e normas das universidades são bem específicas e difíceis de serem contestados, 
todavia, tudo passa pelo direito individual de cada um, por isso é importante observar 
cada um desses, no caso da questão acima é necessário um aprofundamento maior. Os 
atos administrativos normativos, são aqueles que contêm um comando geral do 
Executivo, visando à correta aplicação da lei. O objetivo imediato destes atos é explicitar 
a norma legal a ser observada pela Administração e pelos administradores. Esses atos 
expressam em minúcia o mandamento abstrato da lei, e o fazem com a mesma 
normatividade da regra legislativa, embora sejam manifestações tipicamente 
administrativas. Esses atos, por serem gerais e abstratos, têm a mesma normatividade da 
 
16 
 
lei e a ela se equiparam para fins de controle judicial, mas quando, sob a aparência de 
norma, individualizam situações e impõem encargos específicos a administradores, são 
considerados de efeitos concretos e podem ser atacados e invalidados direta e 
imediatamente por via judicial comum, ou por mandado de segurança, se lesivos de 
direito individual líquido e certo 
Tendo ciência disto, a revisão da própria universidade sobre seus atos é possível, 
visto que em uma Universidade Federal, são atos administrativos normativos. Muitos 
casos aconteceram e continuam acontecendo no Brasil, como foi mostrado no caso que 
iniciamos este exposto, e isso causa danos irreparáveis a estudantes que tanto lutam por 
uma educação de qualidade e uma melhoria de vida através dos estudos, como é o caso 
de André que graças ao seu estudo conseguiu um bom emprego em uma empresa de 
renome, assim como ingressou na pós graduação e agora viu tudo isso ameaçado por um 
crime cometido por seu orientador. 
Para que as instituições sejam consideradas aptas para o ensino, antes de tudo 
deve-se, credenciar, autorizar e reconhecer os cursos que as mesmas desejam ofertar, isso 
é o que permitirá o funcionamento de Faculdades, Universidades e Centros 
Universitários, regulamentado pelo Decreto nº 9235/2017 nos seguintes termos: 
 
Art. 18. O início do funcionamento de uma IES privada será condicionado à 
edição prévia de ato de credenciamento pelo Ministério da Educação. 
 
§ 1º O ato de credenciamento de IES será acompanhado do ato de autorização para 
a oferta de, no mínimo, um curso superior de graduação. 
(...) 
 
Art. 45. O reconhecimento e o registro de curso são condições necessárias à 
validade nacional dos diplomas. 
(...) 
 
Art. 46. A instituição protocolará pedido de reconhecimento de curso no período 
compreendido entre cinquenta por cento do prazo previsto para integralização de sua 
carga horária e setenta e cinco por cento desse prazo, observado o calendário definido 
pelo Ministério da Educação. 
 
 
17 
 
No tocante à teoria da aparência, é o nome que se dá ao procedimento de se 
reconhecer como verdadeira uma situação que apenas parece real. Decisões judiciais têm 
divergido quanto aos requisitos para se aplicar a teoria. A ideia de aparência se dá quando 
um fenômeno manifestante faz aparecer como real aquilo que é irreal, ou seja, quando há 
uma descoincidência absoluta entre o fenômeno manifestante e a realidade manifestada. 
Na aparência de direito ocorre a predominância da segurança jurídica sobre a certeza do 
direito, por isso, os terceiros de boa-fé, com base na aparência, podem ter em conta a 
exteriorização e ignorar a realidade oculta. 
 
Outro aspecto relevante da aparência de direito é o de que ela se restringe tão-
somente aos casos para os quais só se possa aplicar o princípio geral da aparência: sempre 
que estivermos diante de situações para as quais o direito já tenha assegurado tutela 
específica, não estaremos diante de situações regidas pelos cânones da aparência de 
direito. Da análise do direito comparado, de sua doutrina e jurisprudência, reluz a ideia 
de que a proteção mais efetiva e assecuratória da aplicação da aparência de direito é 
aquela proporcionada pelo princípio geral da aparência de direito, abarcando todo o 
ordenamento jurídico, cuja aplicação às diversas situações fáticas a lei condiciona ao 
prudente arbítrio do juiz, sopesados a boa-fé de terceiros, a legitimidade do seu erro e as 
demais circunstâncias de cada caso. 
 
Em resumo, aplicando-se as ideias desenvolvidas em outros ordenamentos 
jurídicos e fundamentando-se a eficácia da aparência de direito na noção de erro legítimo, 
chega-se à conclusão de que o único critério capaz de efetivamente cumprir o escopo 
ontológico da teoria da aparência é o da sua equiparação a um princípio geral de direito, 
extensível a todo o ordenamento, mas sujeita sua aplicação ao prudente arbítrio judicial, 
atentando-se para as circunstâncias do caso, a boa-fé dos terceiros, a legitimidade do erro 
e as condições peculiares em que se encontram os agentes da relação jurídica. 
Para o Superior Tribunal de Justiça (STJ), a teoria da aparência pode ser aplicada 
em casos muito diversos: de relações de consumo a comunicações processuais, da 
solidariedade na responsabilidade civil à autorização para o ingresso da polícia em 
imóveis. Citando aqui o último exemplo, para o ministro Paulo de Tarso Sanseverino, é 
válida a alienação de imóvel com restrição de venda efetivada por meio de pessoa com 
procuração, quando reconhecida a boa-fé dos terceiros adquirentes. 
 
18 
 
Segundo o relator, o tribunal local, a partir do exame dos elementos de prova e da 
interpretação das cláusulas contratuais, reconheceu a boa-fé dos compradores e 
considerou válido o negócio celebrado. O magistrado disse ainda que, não sendo possível 
a identificação, pelo adquirente, de qualquer pendência sobre o imóvel, há de prevalecer 
a teoria da aparência. 
"A jurisprudência do STJ é no sentido de ser possível a aplicação da teoria da 
aparência para afastar suposto vício em negociação realizada por pessoa que se apresenta 
como habilitada para tanto, desde que o terceiro tenha firmado o ato de boa-fé", declarou. 
 Em teoria, o professor era dado para todos como legitimado, logo, aparentemente 
seus documentos para ingressar como professor e ser seu orientador do TCC estavam 
validados e de acordo com a lei. Independente da forma como a fraude acadêmica é 
executada, as consequências vão além do prejuízo sobre quem as cometeu. Mais do que 
ser desonesto consigo, o fraudador é desleal com a instituição de ensino e com a 
sociedade, segundo François Ramos (2012), afirma na dissertação Fraude Acadêmica: 
Uma Análise Ético-Legislativa. Formado em Direito, ele também diz que "a fraude 
acadêmica, portanto, é um comportamento que pode fragilizar o processo de ensino-
aprendizagem ao distorcer o processo de avaliação". 
Logo, saber se a teoria da transparência poderia ser aplicada, é algo inconstante 
visto pelos dois lados, mas se for levar em consideração a expansão de tal aplicação diante 
diversos casos, é definitivamente um artifício proveitoso que poderia ser usado na hora 
do processo. 
Esse tipo de situação ocorre de diversasvariáveis, exemplificando em uma delas 
seria em relação ao um indivíduo que apresentou diploma do 2º grau do ensino médio 
falsificado, o Tribunal Regional do Trabalho explica: 
Subseção II Especializada em Dissídios Individuais (SDI-2) do Tribunal Superior 
do Trabalho rejeitou recurso da Prometeon Tyre Group Indústria Brasil Ltda., de 
Gravataí-RS, contra sentença que anulou dispensa por justa causa aplicada a empregado. 
O trabalhador apresentou certificado falso de conclusão de curso no ato de admissão, mas 
o fato só foi descoberto há 12 anos pela empregadora. Para os ministros, houve ausência 
de imediatidade entre a falta e a justa causa aplicada. 
No caso em questão, houve um espaço de tempo que fez com que a justa causa 
não fosse mais aplicada. Já na situação de André, a empresa não tem esse vínculo 
 
19 
 
temporal e demanda um diploma validado, por mais que o professor tenha sido o 
precursor. 
O artigo 482 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) prevê 12 motivos de 
dispensa por justa causa. Mas com os anos se passando e a nossa Constituição ficando 
bem defasada, muitas das condições para a justa causa foram se perdendo e sendo 
modificadas, geralmente por jurisprudência. Esta é formada pelas decisões de diferentes 
tribunais sobre um determinado caso, onde então o Tribunal Superior do Trabalho dá uma 
orientação aos seus juízes para decisões sobre o caso, para que haja maior unidade nas 
decisões das várias instâncias no país. Ato de improbidade (furto, desvios de dinheiro ou 
insumos, etc.); Incontinência de conduta ou mau procedimento (linguagem chula, uso de 
pornografia em serviço, etc.); Negociação habitual por conta própria sem permissão do 
empregador ou prejudicial ao serviço; Condenação criminal do empregado, definitiva, 
caso não tenha havido suspensão da execução da pena; Desleixo no desempenho das 
respectivas funções; Embriaguez habitual ou em serviço; Violação de segredo da 
empresa; Ato de indisciplina ou de insubordinação; Abandono de emprego; Ato lesivo da 
honra ou da boa fama praticado no serviço contra qualquer pessoa, ou ofensas físicas, 
exceto em caso de legítima defesa, própria ou de outrem; Ato lesivo da honra ou da boa 
fama ou ofensas físicas praticadas contra o empregador e superiores hierárquicos, exceto 
em caso de legítima defesa, própria ou de outrem; Prática constante de jogos de azar; 
Perda da habilitação ou dos requisitos estabelecidos em lei para o exercício da profissão, 
em decorrência de conduta dolosa do empregado. 
Para entender melhor sobre, é preciso saber que a justa causa é o direito que 
entidade tem de demitir um funcionário se uma ação irregular considerada grave de 
acordo com a norma trabalhista que compõem a Consolidação das Leis do Trabalho 
(CLT) for cometida. A CLT, em seu artigo 482, traz um conjunto de situações que 
justificam uma demissão por justa causa. Entre elas consta o ato de improbidade, 
relacionado com a dispensa do funcionário que praticar atos desonestos contra a empresa. 
Art. 482 da CLT - Decreto Lei nº 5.452 de 01 de maio de 1943: “perda da habilitação ou 
dos requisitos estabelecidos em lei para o exercício da profissão, em decorrência de 
conduta dolosa do empregado''. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)”. Com isso, sem 
seu diploma validado corretamente, André entraria nos requisitos necessários para a 
empresa demiti-lo por justa causa, visto que um caso mais delicado obteve a mesma 
decisão que foi em relação a diploma falso. Vale lembrar que a justa causa exige prova 
robusta para ser caracterizada e mantida em juízo, pois trata-se de penalidade máxima, 
 
20 
 
sendo atribuída ao empregador o ônus da prova nos termos dos artigos 818 da CLT e 373, 
II do CPC. Portanto, recomendamos que para essa modalidade de dispensa sejam 
adotadas todas as cautelas e medidas para assegurar não se tratar de erro ou engano, pois, 
caso não restem comprovadas as alegações de faltas graves, judicialmente é possível a 
reversão da modalidade da dispensa, podendo inclusive o empregador ser condenado ao 
pagamento de indenização por danos morais. Frise-se que a relação contratual trabalhista 
é baseada na fidúcia entre empregador e empregado. Quando o trabalhador, por dolo, ou 
culpa grave, pratica ato de improbidade, ou seja, ato de desonestidade, abuso, fraude ou 
má-fé, ocorre a quebra da confiança entre as partes. 
O ato de improbidade que resulta em imediato prejuízo ao empregador torna 
legítima a sanção proporcional à falta grave: a dispensa por justa causa. Não é sensato 
compelir o empregador a manter um empregado cujo ato de improbidade revela traços de 
mau caráter e desonestidade. 
Contudo, recentemente, a Subseção II Especializada em Dissídios Individuais 
(SDI-2) do Tribunal Superior do Trabalho, manteve a sentença que anulou uma demissão 
por justa causa, de empregado que apresentou diploma falso no momento da sua 
contratação. O principal motivo da decisão foi o fato de a demissão por justa causa ter 
sido aplicada somente 12 anos após a contratação do funcionário que cometeu a 
desonestidade. Desta forma, o juiz de primeiro grau determinou sua reintegração, 
confirmada pelo TST. 
Concluindo, mesmo o estudante não tendo absolutamente nada a ver com os atos 
cometidos por seu orientador, ele pode ter sim seu diploma cancelado ou já que o 
problema foi o professor selecionado, poderia haver uma segunda tentativa de fazer o 
Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) com um outro professor-orientador que já 
estivesse devidamente apto em relação às suas regularidades, entretanto, essa 
normalização precisa vir primeiro para assim cursar a pós-graduação, visto que para se 
qualificar em um curso desses, seja stricto ou lato-sensu, é necessário ter um diploma de 
conclusão do ensino superior, que só seria obtido após os trâmites estarem concluídos. 
Por conseguinte, não seria possível a sua continuação no curso e deveria abandoná-lo. 
REFERÊNCIAS 
 
VILLAS BOAS, Darnley - Teoria da aparência no direito brasileiro - Rio de Janeiro, BVZ, 
1993. 
 
 
21 
 
HONORATO, Ludmila. Punição para fraude acadêmica inclui perda de título até ressarcimento. 
Terra, 2020. Disponível em: https://www.terra.com.br/noticias/educacao/punicao-para-fraude-
academica-inclui-perda-de-titulo-ate-ressarcimento 
Mais de 100 professores do ES são processados por usarem diplomas falsos. G1,2017. 
Disponível em: https://g1.globo.com/espirito-santo/educacao/noticia/mais-de-100-professores-
do-es-sao-processados-por-usarem-diplomas-fal sos.ghtml 
 
 
QUESTÃO 04 
Andréa, assim que terminou a faculdade, decidiu fazer concursos públicos. O seu 
destaque foi imediato. Entretanto, em uma das questões do concurso que estava fazendo foi 
perguntada acerca de quem seria a competência para julgar casos envolvendo a “condição análoga 
à de escravo”. Seria da Justiça do Trabalho ou da Justiça Federal? Ela marcou a opção “Justiça 
Federal”. Para a sua surpresa, o gabarito indicou como correta “Justiça do Trabalho”. 
Analise a situação e aborde temas como: 
a) Nulidade e revogação de atos administrativos 
b) Legalidade e mérito dos atos administrativos. 
c) De quem é a competência para julgar esses casos que envolvem a “condição 
análoga à de escrava”? 
d) O que poderia fazer Andréa, administrativa e judicialmente? 
e) O entendimento da banca julgadora pode ir contra a Jurisprudência nacional? 
f) Quais os limites do Judiciário em relação a julgar se Carlos estava ou não correto? 
 
Nos dias atuais, o ato de reduzir alguém à condição análoga à de escravo é tipificado 
como crime pelo art. 149 do Código Penal Brasileiro, ele estabelece que “Reduzir alguém à 
condição análoga à de escravo, quer submetendo-o a trabalhos forçados ou a jornada exaustiva, 
quer sujeitando-o a condições degradantes de trabalho, quer restringindo, por qualquer meio, sua 
locomoção em razão de dívida contraída com o empregador ou preposto: Pena - reclusão, de doisa oito anos, e multa, além da pena correspondente à violência. § 1º Nas mesmas penas incorre 
quem: I – cerceia o uso de qualquer meio de transporte por parte do trabalhador, com o fim de 
retê-lo no local de trabalho; II – mantém vigilância ostensiva no local de trabalho ou se apodera 
de documentos ou objetos pessoais do trabalhador, com o fim de retê-lo no local de trabalho. § 2º 
A pena é aumentada de metade, se o crime for cometido: I – contra criança ou adolescente; II – 
por motivo de preconceito de raça, cor, etnia, religião ou origem. 1” Simplificando o que o artigo 
quer nos passar é que reduzir um indivíduo em um tipo de objeto onde o mesmo perde suas 
vontades, sua personalidade e acima de tudo, sua liberdade. 
De acordo com o Supremo Tribunal Federal, desde o ano de 2006, ele tem reconhecido 
que a competência para o julgamento de um crime de redução do trabalhador à condição análoga 
https://www.terra.com.br/noticias/educacao/punicao-para-fraude-academica-inclui-perda-de-titulo-ate-ressarcimento
https://www.terra.com.br/noticias/educacao/punicao-para-fraude-academica-inclui-perda-de-titulo-ate-ressarcimento
https://g1.globo.com/espirito-santo/educacao/noticia/mais-de-100-professores-do-es-sao-processados-por-usarem-diplomas-fal%20sos.ghtml
https://g1.globo.com/espirito-santo/educacao/noticia/mais-de-100-professores-do-es-sao-processados-por-usarem-diplomas-fal%20sos.ghtml
 
22 
 
à de escravo é da Justiça Federal. Assim, escolheu-se trabalhar com a jurisprudência a respeito do 
conceito de trabalho escravo no âmbito dos Tribunais Regionais Federais porque desde o ano de 
2006, o Supremo Tribunal Federal tem reconhecido que a competência para o processamento do 
crime de redução do trabalhador à condição de escravidão o é da Justiça Federal, em razão do 
crime ser praticado contra a organização do trabalho (art. 109, inciso VI, CRF/88). Nesse sentido, 
apesar de topograficamente inserido no Capítulo VI do Código Penal, que trata dos crimes contra 
a liberdade pessoal individual, na Seção I, destinada aos crimes contra a liberdade pessoal, em 
razão da previsão normativa constante no art. 149, CPB, que expressamente estabelece 
modalidades executivas relacionadas à tutela da dignidade da pessoa humana, prevalece no STF 
o entendimento a partir do qual a redução do trabalhador à condição análoga à de escravo gera 
prejuízos não só ao trabalhador vitimado, mas também a toda a sociedade, sendo, portanto, 
considerado como um crime contra a organização do trabalho, o que justifica a competência para 
o processamento criminal ser da Justiça Federal. 
Para entendermos melhor sobre este caso da questão, podemos trazer a memória casos 
reais que ocorrem no Brasil até o dia de hoje, mesmo após a assinatura da Lei Aurea, quando a 
princesa Isabel decretou a abolição da escravidão no Brasil, há mais de 133 anos. Tendo 
conhecimento desses casos noticiados e tratados pela Justiça já teríamos o embasamento na 
prática de como se dá a tratativa deste tipo de crime. Um exemplo que podemos citar é de quando 
o ex-Ministro do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa diz que a jurisprudência e a 
gravidade do trabalho escravo para a sociedade, tem que ser conhecida e julgada pela competência 
da Justiça Federal, para que a mesma possa processar e julgar ação penal relativa ao crime de 
exploração de trabalho escravo, previsto no artigo 149 do Código Penal. 
O Ministro proferiu esse voto-vista no julgamento do Recurso Extraordinário 459.510, 
interposto pelo Ministério Público Federal contra decisão do Tribunal Regional Federal da 1ª 
Região — que remeteu para a Justiça de Mato Grosso denúncia de trabalho escravo na Fazenda 
Jaboticabal. O julgamento em seguida foi suspenso por pedido de vista do ministro Dias Toffoli. 
Segundo os autos, o Grupo de Fiscalização do Ministério do Trabalho encontrou 53 
trabalhadores em situação degradante na Fazenda Jaboticabal. Os empregados estavam alojados 
em locais precários, sem a mínima condição de higiene, iluminação, local adequado para cozinhar, 
sanitários, alimentação saudável, assistência médica e água potável, trabalhavam sem 
equipamento de segurança e estavam expostos a intempéries e acidentes de trabalho. 
O ex-presidente do STF afirmou que o caso em questão não difere do julgado pelo 
Supremo no RE 398.041, que se refere a uma denúncia de trabalho escravo no Pará. Na ocasião, 
a maioria dos ministros decidiu que a competência para julgar esse crime é da Justiça Federal. 
Após esse julgamento, o mesmo afirma que se aprofundou muito o combate ao trabalho escravo 
no país e que o resultado disso seria promissor. 
 
23 
 
O mesmo avaliou que a sociedade brasileira se convenceu de que a manutenção da 
competência da Justiça Federal nesses casos é essencial para a segurança jurídica e o 
desenvolvimento social no país. Para o ex-presidente do STF, a prática de redução à condição 
análoga à de escravo, tipificado no artigo 149 do Código Penal, caracteriza-se como crime contra 
organização do trabalho, o que atrai a competência da Justiça Federal, conforme o inciso VI do 
artigo 109 da Constituição Federal. “O trabalho escravo afronta princípios fundamentais da 
Constituição e toda sociedade em seu aspecto moral e ético”. 
No caso de Andrea, onde vemos o caso de divergência relacionada a sua resposta no 
tocante à questão do concurso, na qual a mesma respondeu com a resolução correta, porém não 
ia de acordo com o entendimento da banca. A nulidade poderia ser aplicada neste caso, pois a 
nulidade é a ineficácia do ato ou relação processual, causada pela não observância da lei, neste 
caso podemos observar que a banca não se atentou que a resposta de acordo com a lei vigente 
seria Justiça Federal. A nulidade pode ser absoluta, quando a grave violação à lei torna o vício 
insanável, ou relativa, quando torna o ato apenas anulável, possibilitando que o vício seja suprido 
pelas partes. Essa afirmativa se fundamenta nos artigos 276 a 283, todos do Código de Processo 
Civil e nos artigos 563 a 573, todos do Código de Processo Penal. A revogação no caso seria a 
modalidade de extinção de ato administrativo que ocorre por razões de oportunidade e 
conveniência, neste sentido também pode ser aplicado no caso de Andrea. A Administração 
Pública pode revogar um ato quando entender que, embora se trate de um ato válido, que atenda 
a todas as prescrições legais, não está de acordo com, ou não atende adequadamente ao interesse 
público no caso concreto, pois o caso de julgar as condições análogas a escravidão seria sim da 
Justiça Federal. Por ter por fundamentos a oportunidade e conveniência, a revogação de um ato 
administrativo somente poderá ser feita pela própria Administração Pública, sendo vedado ao 
Poder Judiciário esta apreciação. 
O primeiro passo para a Andreia ganhar essa questão seria a mesma recorrer ao Recurso 
administrativo, que por definição para entendermos melhor do que se trata é basicamente Recurso 
pleiteado contra decisão administrativa, por servidor ou terceiro legitimado nos termos da Lei de 
Processo Administrativo Federal, Lei nº 9.784/99, com o condão de submeter a questão suscitada 
a reavaliação, tanto em aspectos legais quanto de mérito.- A primeira coisa a se fazer nesse caso 
é pedir a anulação da questão através desse meio de recurso administrativo citado. Esse é um 
direito básico de todo candidato que participa de um certame possui e isso está previsto antes do 
mesmo se submeter a qualquer exame. Por isso, é imprescindível para Andreia ou para qualquer 
pessoa que se submeta a esse tipo de concurso público estar atento ao edital e conferir todas as 
suas informações, pois a execução do concurso público deve estar de acordo com as regras 
dispostas nele. Conhecer a lei e ser curioso com certeza nos traz muitos esclarecimentos sobre 
nossos direitos e deveres em muitas situações adversas. 
 
24 
 
Sendo mais teórico e indo para a base, a introdução,e falando dos Princípios Do Direito 
Administrativo, temos o primeiro princípio que é o da Legalidade, em definição ele vai 
representar a subordinação da Administração Pública à vontade popular, dessa maneira o 
exercício da função administrativa não pode ser pautado pela vontade da Administração ou dos 
agentes públicos, a Administração Pública só pode praticar as condutas autorizadas em lei. O 
princípio da legalidade também deve ser observado sob a ótica do Direito Administrativo, que é 
o que estamos estudando aqui. Consoante art. 37, caput do texto constitucional “a Administração 
Pública Direta e Indireta de qualquer dos poderes da União, dos Estados e Distrito Federal e dos 
Municípios, obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e 
eficiência (...)”. Tendo conhecimento destes princípios podemos prosseguir para a questão da 
legalidade na questão administrativa que poderia ser movida por Andreia. 
A Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ) reafirmou que a anulação de 
questões de concurso só é possível em caso de flagrante de ilegalidade, que é o que fere a 
legalidade. Essa posição então nos diz que a anulação de questões de concurso público pela via 
judicial só é possível em casos de flagrante ilegalidade. Citando um exemplo que não ocorre a 
ilegalidade para exemplificar e debater com o que estamos analisando, o colegiado do STJ 
manifestou esse entendimento que a anulação de questões de concurso só é possível em caso de 
flagrante de ilegalidade, ao rejeitar um recurso que buscava anular duas questões de um certame 
realizado em 2009 para a carreira de policial rodoviário federal. Os recorrentes alegaram que uma 
questão não tinha resposta correta e a outra não estava prevista no edital. A autora do voto 
vencedor, ministra Assusete Magalhães, destacou que em ambos os casos não há, de plano, 
comprovação de ilegalidade, o que inviabiliza a interferência do Poder Judiciário. Para a ministra, 
não se trata de exame de legalidade do certame, mas sim de inconformismo dos recorrentes com 
o poder discricionário da banca examinadora quanto à elaboração de questões. Os pareceres 
técnicos juntados aos autos – alguns divergentes quanto à resposta de uma das questões – não 
podem ser utilizados para justificar a anulação judicial, segundo o entendimento da ministra. 
“Não pode o Poder Judiciário, munido de um parecer técnico – no caso, colhido 
unilateralmente pelos autores –, sobrepor-se à conclusão da banca examinadora. É fazer 
valer peso maior aos critérios do expert da parte ou do juízo, em detrimento dos da banca 
examinadora”, disse Assusete Magalhães. 
A ministra lembrou que há tempo a jurisprudência do STJ entende que o Judiciário deve 
apenas apreciar a legalidade do certame, “sendo-lhe vedado substituir-se à banca examinadora 
para apreciar os critérios utilizados para a elaboração e correção das provas, sob pena de indevida 
interferência no mérito do ato administrativo”. Ela observou que o próprio fato de a controvérsia 
 
25 
 
demandar parecer técnico especializado significa que os erros alegados não são de fácil 
comprovação. STF 
Assusete Magalhães destacou que após o início do julgamento do presente recurso, 
em 2016, o Supremo Tribunal Federal (STF) concluiu, em regime de repercussão geral, que 
não cabe ao Judiciário interferir nos concursos para anular questões quando não há 
ilegalidade patente. Após a decisão do STF, segundo a magistrada, foi reforçada a tese de 
que a interferência do Judiciário nos editais é mínima. 
Na continuação do julgamento, após o voto-vista da ministra, todos os demais membros 
da Primeira Seção votaram com a divergência, para rejeitar o recurso e manter a decisão que 
considerou válidas as questões e as soluções dadas pela banca examinadora. Neste caso, de 
Andreia caberia sim aplicar a ilegalidade do fato, tendo ciência que em lei o caso de escravidão é 
sim de competência da Justiça Federal e pode ser comprovado por lei, não cabendo interpretação 
contrária da banca, pois dessa maneira a mesma estaria indo contra a jurisprudência nacional. Por 
ter por fundamentos a oportunidade e conveniência, a revogação de um ato administrativo 
somente poderá ser feita pela própria Administração Pública, sendo vedado ao Poder Judiciário 
tal apreciação. 
 
Por fim, a ilegalidade pode ser constatada quando a alternativa considerada pela Banca 
Examinadora estiver flagrantemente errada. Em outras palavras, quando o erro é grosseiro, o 
Poder Judiciário pode intervir e anular a questão. Como é o caso da questão que se trata da 
condição análoga à escravidão. Há casos em que a pergunta apresenta duas alternativas corretas 
ou até mesmo todas incorretas. Nestes casos, a ilegalidade existe e viabiliza a anulação. Por isso, 
é imprescindível estar atento ao edital e conferir todas as suas informações, pois a execução do 
concurso público deve estar de acordo com as regras dispostas nele. 
REFERÊNCIAS 
 
Lei Áurea: 133 depois, Brasil ainda convive com trabalho análogo à escravidão. 
Humanista,2020. Disponível em: https://www.ufrgs.br/humanista/2021/05/13/lei-aurea-133-
depois-brasil-ainda-convive-com-trabalho-analogo-a-escravidao/ 
 
Código Penal Brasileiro, 1940 
 
1 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Curso de Direito Administrativo. 18ª ed. São Paulo: 
Atlas, 2005. 
 
2 GASPARINI, Diógenes. Direito Administrativo. 12ª ed. São Paulo: Saraiva, 2007. 
 
3 MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo. 14ª ed. São Paulo: 
Malheiros, 2002. 
 
https://www.ufrgs.br/humanista/2021/05/13/lei-aurea-133-depois-brasil-ainda-convive-com-trabalho-analogo-a-escravidao/
https://www.ufrgs.br/humanista/2021/05/13/lei-aurea-133-depois-brasil-ainda-convive-com-trabalho-analogo-a-escravidao/
 
26 
 
4 SUNDFELD, Carlos Ari. Discricionariedade e Revogação do Ato Administrativo. Revisa de 
Direito Público. São Paulo, v. 79, p.132-138, 1986. 
 
 
QUESTÃO 05 
Antônio está terminando o Curso de Administração. Ele não sabe muito bem qual o 
caminho a seguir. A todo momento os seus pais dizem que ele deveria fazer um concurso público 
e buscar alguma estabilidade. Por outro lado, ele vê o sucesso de alguns colegas na iniciativa 
privada. 
Ajude Antônio e escreva um estudo detalhado, indicando vantagens e desvantagens nas 
carreiras escolhidas. 
Aborde temas como: 
a) Direito e deveres dos servidores públicos 
b) Dificuldade de ingresso nas seleções de emprego e concursos públicos 
c) Remuneração recebida em atividades similares no setor público e privado, 
analisando as várias possibilidades dentro da hierarquia. 
d) As garantias concedidas aos servidores públicos e empregados de empresas 
privadas. 
e) A possibilidade de reconhecimento profissional pelo trabalho desempenhado. 
f) A possibilidade de variação de remuneração pelos critérios de produtividade. 
g) Estabilidade do servidor público versus expectativas no âmbito privado. 
h) Aposentadoria no regime geral da previdência e dos servidores públicos (condições, 
garantias e direitos). 
Para darmos início a essa discussão, primeiramente podemos analisar os prós e os 
contras de se trabalhar na iniciativa privada e de se ter um cargo público. De antemão 
Antônio tem que saber exatamente que profissão deseja seguir, mesmo que isso seja 
difícil para alguém da área da Administração pois há muitos caminhos que podemos 
seguir nesse meio. Se optar pela área pública, o mesmo vai se deparar com um difícil 
caminho pela frente, que seria se preparar para prestar concursos públicos. Sabemos que 
atualmente o Brasil se depara com um cenário incerto para quem deseja fazer concurso, 
haja vista muitas crises e reduções no número de concursos, porém estudar sempre é um 
investimento a longo prazo, ainda mais tendo em conta que os concursos são sempre 
muito concorridos. Se pensarmos pelo ponto de vista da carreira, a grande vantagem de 
passar em um concurso públicoé a estabilidade. O servidor público terá um padrão de 
vida com tranquilidade em momentos de crises, como estamos vivendo agora. Podemos 
ver isso pelo fato de que nenhum servidor público foi demitido por conta da crise atual, 
enquanto 14 milhões de trabalhadores privados estão desempregados. A escolha pela 
 
27 
 
carreira pública não é tão fácil e necessita dos candidatos muitas habilidades, podemos 
citar inicialmente a base educacional, se André tiver tido uma boa base educacional, se 
tiver se dedicado ao máximo durante a faculdade de Administração, já pode almejar 
grandes conquistas nesse meio. Em controvérsia se não se dedicaram tanto e agora 
pretende passar em um concurso público, terá que se dedicar com mais intensidade para 
conseguir uma aprovação. O tempo de preparação necessário à aprovação em concurso 
público também conta bastante, André terá esse tempo para se dedicar ao estudo e 
acompanhar os editais? Ou terá que começar a trabalhar para se sustentar? A média para 
ser aprovado varia entre 2 e seis anos, dependendo do cargo que se almeja. Por fim, é 
importante que André se interesse pela carreira que deseja trilhar. Passar em um concurso 
público não é o fim como muitos acham que estarão pra sempre na mesmice, mas o início 
de uma vida profissional. Por isso, é fundamental ter interesse pela profissão. Salientando 
mais uma vez e como bem sabemos, para adentrar na carreira pública, é necessário prestar 
um concurso anteriormente. Essa lei é prevista na Constituição de 88. 
Falando sobre a carreira privada, temos as formas de ingresso que seriam as 
conhecidas entrevistas, processos seletivos, dinâmicas em grupos e indicações fazem 
parte de todo o processo de contratação. Uma das vantagens que faz com que muitas 
pessoas optem pela carreira privada é o menor número de burocracia, a flexibilidade do 
meio privado atrai pessoas que querem empreender e que são adaptáveis a mudanças 
repentinas ou em longo prazo. Em relação ao setor privado, a qualificação nem sempre 
pode significar um abono, porém, você pode mudar de área a partir delas. De qualquer 
maneira, vagas com altos salários em grandes organizações exigem, na maioria das vezes, 
alta qualificação. Há também quem defenda as vantagens de ter o próprio negócio ou do 
trabalho em uma empresa privada. Na iniciativa privada André terá uma rotina diferente 
em relação a pública, podemos citar: uma rotina instável, mas também terá possibilidade 
de ganhar muito dinheiro, lidar com a alta competitividade, flexibilidade na sua carreira, 
em relação a férias, terá uma maior dificuldade em tirá-las e se trabalhar com um grande 
fluxo de clientes terá que estão a postos para atendê-los qualquer horário. Ele terá que 
ponderar o que é mais vantajoso para ele. Quanto ao salário, além do pagamento inicial 
dos concursados ser razoavelmente maior em relação a algumas vagas no setor privado, 
nos cargos públicos ele é definido por lei. Os aumentos dependem da progressão descrita 
no plano de carreira, além disso, outros tipos de reajustes dependem da legislação. Para 
quem prefere a rotina do setor privado, os salários tendem a ultrapassar limites que são 
impostos aos cargos públicos, porém, ele é estabelecido pelo empregador — de acordo 
 
28 
 
com o piso da categoria ou o salário mínimo — podendo ser negociável dependendo da 
experiência e valorização do profissional. É importante destacarmos que nem sempre 
feriados e férias são acessíveis para quem abre o próprio negócio ou trabalha para uma 
empresa privada (lembrando que o planejamento para tal é essencial para manter a 
qualidade de vida e a satisfação pessoal e profissional). Em compensação, na 
administração pública o horário, geralmente predefinido, tende a ser mais respeitado. 
A demissão também é um ponto muito discutido na hora de escolher entre carreira 
pública e privada, como já destacamos, a primeira é famosa pela estabilidade e, por isso, 
a demissão só acontece em casos de processos administrativos, já nos cargos regidos pela 
CLT, a demissão sem justa causa é autorizada, desde que os encargos para que sejam 
pagos. Escolher seguir a carreira pública ou privada depende das questões levantadas, 
como o salário, a estabilidade, o plano de carreira, entre outras. Enfim, não há a carreira 
melhor ou pior e sim aquela que mais se encaixa no perfil pessoal e profissional de cada 
pessoa. 
Atualmente os servidores públicos possuem vários direitos, mas também possuem 
uma série de deveres, isso é essencial para o bom desempenho de seu cargo e o regular 
funcionamento dos serviços públicos. De modo geral, pode-se dizer que os servidores 
públicos têm os mesmos direitos reconhecidos aos cidadãos, porém com certas restrições 
exigidas para o desempenho da função. Por exemplo, a Lei de Improbidade 
Administrativa diz que constitui ato de improbidade qualquer ação ou omissão que viole 
os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade e lealdade às instituições. Entre os 
principais deveres do servidor público, está a lealdade às instituições públicas, que exige 
do servidor maior dedicação ao serviço e o integral respeito às leis e às instituições. O 
dever de obediência impõe ao servidor o acatamento às ordens legais de seus superiores 
e sua fiel execução. O dever de conduta ética decorre do princípio constitucional da 
moralidade administrativa e impõem ao servidor jamais desprezar o elemento ético de sua 
conduta. Ainda existem outros deveres do servidor público, como: exercer com zelo e 
dedicação as atribuições do cargo; ser leal às instituições a que servir; observar as normas 
legais e regulamentares; cumprir as ordens superiores, exceto quando manifestamente 
ilegais; atender com presteza: ao público em geral, prestando as informações requeridas, 
ressalvadas às protegidas por sigilo; aos requerimentos de certidão para defesa de direito 
ou esclarecimento de situações de interesse pessoal; às requisições para a defesa da 
Administração Pública; levar ao conhecimento da autoridade superior as irregularidades 
de que tiver ciência em razão do cargo; zelar pela economia de material e pela 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8429.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8429.htm
https://concursos.adv.br/improbidade-administrativa
 
29 
 
conservação do patrimônio público; guardar sigilo sobre assuntos de natureza 
confidencial a que esteja obrigado em razão do cargo; manter conduta compatível com a 
moralidade administrativa; ser assíduo e pontual ao serviço, inclusive comparecendo à 
repartição em horário extraordinário, quando convocado; tratar com urbanidade as 
pessoas; representar contra ilegalidade ou abuso de poder. Além disso, os servidores 
públicos são proibidos de algumas condutas, das quais podemos citar: ausentar-se do 
serviço durante o expediente, sem prévia autorização dos superiores; atribuir a outro 
servidor o desempenho de função estranha a seu cargo, exceto em situações emergenciais 
e transitórias; coagir ou aliciar subordinados para filiação sindical ou partidária; receber 
propina, comissão, presente ou qualquer vantagem pela abstenção ou prática regular de 
suas atribuições; utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em serviço ou 
atividades particulares; recusar fé a documentos públicos; atuar, como procurador ou 
intermediário, junto a repartições públicas, salvo quando se tratar de benefícios 
previdenciários ou assistenciais de parentes até o segundo grau, e de cônjuge ou 
companheiro; atribuir a uma pessoa estranha à repartição o desempenho de função de sua 
responsabilidade ou de seu subordinado, entre outras. A seguir veremos algumas 
penalidades que o mesmo pode sofrer caso cometa algum destes atos: advertência: será 
sempre aplicada por escrito e deverá constar do assentamento individual do servidor e se 
destina à punição pela prática de transgressão disciplinar de natureza leve. Suspensão: 
não excederá

Continue navegando