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Universidade Paulista William de Assis Silva Análise do Plano de Ensino do Componente Curricular de Física nos Anos Finais do Ensino Fundamental e no Ensino Médio nos âmbitos da BNCC e do Currículo Paulista Sorocaba 2022 William de Assis Silva Análise do Plano de Ensino do Componente Curricular de Física nos Anos Finais do Ensino Fundamental e no Ensino Médio nos âmbitos da BNCC e do Currículo Paulista Trabalho de Conclusão de curso para obtenção do título de graduação em Licenciatura em Física apresentado à Universidade Paulista – UNIP Orientador: Prof. Dr. Kauê Cabrera Rosalem Sorocaba 2022 Silva, William de Assis. Análise do Plano de Ensino do Componente Curricular de Física nos Anos Finais do Ensino Fundamental e no Ensino Médio nos âmbitos da BNCC e do CP / William de Assis Silva. - 2022. 40 f. : il. color. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) apresentado ao curso de Licenciatura em Física da Universidade Paulista, Sorocaba, 2022. Orientador: Prof. Dr. Kauê Cabrera Rosalem. 1. Currículos. 2. Física. 3. BNCC. 4. Currículo Paulista. 5. Docentes e Discentes. I. Rosalem, Dr. Kauê Cabrera (orientador). II. Título. Elaborada de forma automática pelo sistema da UNIP com as informações fornecidas pelo(a) autor(a). William de Assis Silva Análise do Plano de Ensino do Componente Curricular de Física nos Anos Finais do Ensino Fundamental e no Ensino Médio nos âmbitos da BNCC e do Currículo Paulista Trabalho de Conclusão de curso para obtenção do título de graduação em Licenciatura em Física apresentado à Universidade Paulista – UNIP Aprovando em: BANCA EXAMINADORA / / Prof. Universidade Paulista – UNIP / / Prof. Universidade Paulista – UNIP / / Prof. Universidade Paulista – UNIP AGRADECIMENTOS Demonstro gratidão, primeiramente, a Deus! Obrigado, Deus, por me permitir chegar até aqui! Só o Senhor sabe o que passo, muitas vezes, sem falar às pessoas ao meu redor. Te agradeço por essa conquista, por este trabalho pronto e que, por vezes, achei que não conseguiria. Obrigado pelas boas ideias, por estar sempre nos meus pensamentos, colocando-os em ordem e me desculpe, por às vezes, andar tão ocupado a ponto de não conversar com o Senhor! Sou eternamente grato! Agradeço, também, à minha família pelo apoio e por compreender a correria diária que foi conciliar o trabalho, a graduação, essa monografia e todas as atividades diárias. Obrigado por todo o auxílio e compreensão! Deixo minha gratidão, também, à minha namorada, Jaqueline Macena, por todo apoio, orientações, ajuda e incentivo nessa caminhada. Não tem sido fácil, mas graças ao seu apoio especial, tudo tem sido um pouco mais suave. Obrigado por ser essa pessoa incrível! Aos colegas de trabalho da minha Unidade Escolar, E.E. “Vereador José Lopes”, em Quadra, meus agradecimentos pelo suporte e orientações no momento do estágio. Obrigado pelas contribuições para minha formação! Ao Prof. Dr. Kauê Cabrera Rosalem, agradeço as correções e orientações para que o desenvolvimento desta monografia fosse possível. Obrigado pelo zelo e as palavras de orientação que me foram de grande valia! Agradeço, ainda, todos aqueles que de alguma forma, contribuíram para esta pesquisa e com os resultados alcançados. Gratidão a todos! “Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina.” (Cora Coralina) RESUMO Os currículos e escopos educacionais direcionam a educação, pois norteiam o processo ensino-aprendizagem e fortalecem as dinâmicas entre docente e discente. As aprendizagens se concretizam quando os conteúdos a serem ensinados são significativos para os estudantes e não apenas perpassam ao logo de sua vida escolar. Por isso, é sempre importante analisar os materiais didático-pedagógicos que estão alinhados aos currículos, revendo e adaptando as dinâmicas que serão colocadas em prática na sala de aula, com o objetivo de tornar, cada vez mais, significativas as aprendizagens. Em âmbito nacional temos a BNCC que orienta e dita a elaboração de currículos. Trata-se, portanto, de um importante documento, construído com a finalidade de alinhar as aprendizagens em território nacional, garantindo que haja consonância de conteúdos. Os materiais didáticos oriundos do PNLD contemplam a BNCC e buscam, ainda, integrar as áreas de conhecimento. Já a nível estadual, há os currículos do estado. No estado de SP, por exemplo, temos o Currículo Paulista alinhado à BNCC. Assim, os materiais pedagógicos “Aprender Sempre” e “Currículo em Ação” estão espelhados no Currículo Paulista, mas trazem, também, em seu horizonte curricular, traços da BNCC. O material “SP Faz Escola” ainda se encontra no Currículo Oficial do Estado de São Paulo (antigo currículo). A metodologia aplicada foram análises dos materiais didáticos e pedagógicos com o objetivo de identificar pontos positivos e inovadores no ensino de física, mas também, fragilidades que possam vir a comprometer o processo de ensino-aprendizagem. As análises foram realizadas no Ensino Fundamental II (6º ao 9º ano) e Ensino Médio (1ª à 3ª série). Os resultados mostram que há consonância em alguns pontos, mas que também há desencontros entre os materiais, algo que acaba dificultando o trabalho docente e atrasando o processo em sala de aula. É evidente que a temática carece de mais estudos, porém, este trabalho abre as portas para, futuramente, discussões com embasamentos em outros estudos e discussões ainda mais aprofundadas. Palavras-chave: Currículos, Física, BNCC, Currículo Paulista, Currículo em Ação, Aprender Sempre, SP Faz Escola, Docente, Discente. ABSTRACT The school curriculum and educational scopes direct education, because they guide the teaching-learning process and strengthen the dynamics between teacher and student. Learning becomes a reality when the contents to be taught are meaningful to the students and are not just passed on throughout their school lives. Therefore, it is always important to analyze the didactic and pedagogical materials that are aligned to the curriculum, reviewing and adapting the dynamics that will be put into practice in the classroom, in order to make learning increasingly significant. At the national level, we have the BNCC that guides and dictates the development of school curriculum. It’s, therefore, an important document, built with the purpose of aligning learning in the national territory, ensuring that there is consistency of content. The teaching materials coming from the PNLD include the BNCC and also seek to integrate the areas of knowledge. At the state level, there are the state school curriculum. In the state of SP, for example, we have the Paulist Curriculum, aligned to the BNCC. Thus, the educational materials " Learn Always" and "Curriculum in Action" are mirrored in the Paulist Curriculum, but also bring, in their curricular horizon, traces of the BNCC. The material "SP Makes School" is still in the Official Curriculum of the State of São Paulo (old curriculum). The methodology applied was analysis of the didactic and pedagogical materials in order to identify positive and innovative points in physics teaching, but also weaknesses that may compromise the teaching-learning process. The analyses were carried out in Elementary II (6th to 9th grade) and High School (1st to 3rd grade). The results show that there is agreement in some points, but that there are also inconsistencies between the materials, something that hinders the teaching work and delays the classroom process. It’s evident that the themeneeds further studies, but this work opens the door for future discussions based on other studies and even deeper discussions. Key words: School curriculum, Physics, BNCC, Paulist Curriculum, Currculum in Action, Learn Always, SP Makes School, Teacher, Student. SUMÁRIO INTRODUÇÃO…………………………………………………………………………. 8 CAPÍTULO I: A BNCC, O CURRÍCULO PAULISTA E OS MATERIAIS………… 12 1. Fundamentação Teórica……………………………………………………….. 12 CAPÍTULO II: ANALISANDO OS MATERIAIS…………………………………….. 19 1. Metodologia……………………………………………………….................... 19 CAPÍTULO III: DISCUTINDO A REALIDADE DOS CURRÍCULOS…………….. 28 1. Argumentação e Discussão………………………………………………….. 28 CONSIDERAÇÕES FINAIS…………………………………………………………. 34 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS………………………………………………... 36 8 INTRODUÇÃO A Educação do atual século parece estar sendo o palco para alterações dos modos tradicionais de se ensinar, para os modos que acabam configurando e repaginando os planos de ensino, desde a Educação Infantil até a 3ª série Ensino Médio (GLAT & OLIVEIRA, 2012). Os chamados currículos, correspondem às necessidades educacionais dos educandos, as quais a sociedade considera como uma primazia na vida escolar dos mesmos (MELLO, 2014). Ou seja, os currículos são os delineadores que vão nortear todo o trabalho docente e fornecer importantes subsídios para aquilo que se tem a desenvolver (MELLO, 2000). É nítida a ideia de que o processo ensino-aprendizagem caminha rumo à desmitificação daquilo que um dia foi uma educação de conteúdos “engessados”, isto é, que vinham prontos e eram transmitidos ao alunado de maneira única e que não permitiam adaptações às mais diversas realidades que podemos imaginar e que existem no universo escolar (SILVEIRA, 2019). A adaptação curricular permeia importantes ajustes capazes de promover maior dinamismo entre aquilo que se está estudando (o conteúdo) e por quem está sendo estudado (o discente), uma vez que existem particularidades ímpares, que devem ser respeitadas e observadas pela ótica socioemocional, buscando uma educação cada vez mais integral para cada indivíduo (MELLO, 2000). Esses currículos que buscam orientar o trabalho pedagógico sofreram, e ainda sofrem, alterações ao longo do tempo, levando à mudança estrutural e trazendo novas nomenclaturas, promovendo, assim, uma roupagem mais moderna, passível de adaptações quando necessário. Interessante ressaltar que toda esta mudança é fruto de intensas consultas públicas, opiniões de especialistas e escuta àqueles que já têm trabalhos publicados que giram ao redor da temática (LIMA, AZEVEDO & NASCIMENTO, 2020). Nunca tivemos um norteador tão completo que, inclusive, norteia os currículos de todo o país, sendo primordial para formação integral do estudante enquanto ser humano, que é a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) (MELLO, 2014). Mesmo assim, há publicações que afirmam não haver nada de muito contemporâneo no documento, exceto a ideia de “flexibilização” diante das realidades contidas em cada Unidade Escolar do território brasileiro (TONEGUTTI, 2016). Partindo do ponto de vista que considera a BNCC como o documento central, e mergulhando na reflexão de que o território nacional é formado por muitas particularidades, culturas e saberes, surgem os diferentes currículos, alinhados à 9 Base, e que trazem em sua essência, um arcabouço pedagógico pautado em Competências e Habilidades, porém, trazendo várias problemáticas que afligem os escopos e planos de ensino, de maneira que nem sempre há consonância entre aquilo que se está estudando e a realidade do discente (REZENDE, LOPES & EGG, 2004). Este problema bate na antiga tecla de que sem associação entre os objetos de estudo e realidade, dificilmente há aprendizagem, e caso haja alguma, esta carregará defasagens que acompanharão o aluno pela sua jornada escolar (MARCON; SIQUEIRA; TUFFI & BUDAL, 2013). No Estado de São Paulo, as mudanças nos planos de ensino trazem alterações marcantes na ordem dos conteúdos entre anos/séries e tentam trazer mais interdisciplinaridade e integração entre áreas de conhecimento para promover atividades e aprendizagens complementares. Entre as mudanças do governo do estado, a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (SEDUC-SP), também passa por mudanças naqueles que irão ocupar as cadeiras da Pasta. Entre essas cadeiras, há algumas essenciais, que são as da Coordenadoria Pedagógica (COPED), do Centro de Mídias do Estado de São Paulo (CMSP) e da Escola de Formação e Aperfeiçoamento dos Profissionais da Educação do Estado de São Paulo (EFAPE) “Paulo Renato Costa Souza”, cadeiras de suma importância e que ditam, com base em muitos parâmetros, quais serão os materiais didáticos a serem adotados na rede para o desenvolvimento da educação (GUIA ENSINO HÍBRIDO, 2021). No que tange à SEDUC-SP, vários materiais didáticos foram implementados nos últimos anos com base no antigo Currículo Oficial do Estado de São Paulo e no atual Currículo Paulista. Este último, começou a ser implementado na rede, aos poucos, no ano de 2020 e, gradativamente, já está na 2ª série do ensino médio no corrente ano de 2022 e completará sua implementação na 3ª série do ensino médio no ano de 2023 (GUIA DO NOVO ENSINO MÉDIO, 2021). Assume-se, portanto, que uma implementação, quando gradual, proporciona um ambiente colaborativo e que fornece os conceitos e concepções metodológicas que deverão ser adaptados às mais diversas realidades, sistematizando com formações continuadas para os profissionais, com o objetivo de realizar uma transição entre o que já se tem e o que virá a agregar com as principais mudanças (GUIA DE IMPLEMENTAÇÃO DA BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR, 2020). Perante o exposto, o presente trabalho torna-se aparente e busca trazer dados pautados na ótica dos Planos de Ensino do Componente Curricular de Física, estando 10 a endosso das Ciências Físicas e Biológicas no Ensino Fundamental II (6º ao 9º ano) e ao componente de mesmo título no Ensino Médio (1ª à 3ª série). Nessa premissa, é evidente se ter maiores informações sobre o novo currículo de Física em relação à sua estrutura (como foi construído e como está organizado), à sua importância (para que tal mudança), às suas inovações (quais as novidades presentes e o quão impactarão o público-alvo) e aos seus pontos positivos e negativos (as vantagens e desvantagens desta implementação). Ainda são escassos trabalhos que abordem em sua essência uma análise do tipo qualitativa acerca dos novos materiais do componente curricular de física, pautados no Currículo Paulista, e que tangem a educação pública do Estado de São Paulo. A pesquisa poderá apoiar outros estudos sobre essa mesma temática, além de levar o leitor à reflexão de pontos importantes na formulação de planos de ensino. Em relação aos objetivos gerais, espera-se trazer importantes contribuições a partir das análises dos materiais didáticos, distribuídos pela SEDUC-SP e identificação de vantagens e desvantagens do atual escopo educacional em SP, subsidiando, assim, futuros estudos que elenquem às análises os planos de ensino como temáticas. Analisar os currículos e seus objetos de conhecimento e estudo é importante, pois dá ao docente a liberdade em adaptar as situações à consonância discente local, cumprindo, deste modo, o seu papel como educador e portador daquilo que inova o processo ensino-aprendizagem (FILHO; FRANCISCO & ALANIZ, 2020). Como objetivos específicos, ressaltam-se as ideias de análises aprofundadas nos materiais didáticos “Currículo em Ação”, “SP Faz Escola” e “Aprender Sempre”, estabelecendo comparativos entre o antigo currículo e, também, algumas obras didáticas do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), para os segmentos dos anos finais do ensino fundamental (E.F. II) e ensino médio para o componente curricular de física, objetivandouma discussão no que se refere à qualidade. Ainda no ensino médio, destaca-se uma breve análise do componente física nas disciplinas dos Itinerários Formativos que compõem e configuram o denominado Novo Ensino Médio, que vem sendo implantado gradualmente, assim como o Currículo Paulista. Para esta importante análise, os materiais didáticos utilizados foram os cadernos das coleções “Currículo em Ação” (Ensino Fundamental II, componente curricular de Ciências Físicas e Biológicas: 6º, 7º, 8º e 9º anos; e Ensino Médio, componente curricular de Física: 1ª e 2ª séries); “SP Faz Escola” (no Ensino Médio, componente curricular de Física: apenas a 3ª série); “Aprender Sempre” (Ensino 11 Fundamental II, componente de Ciências Físicas e Biológicas: somente 9º ano; no Ensino Médio, componente curricular de Física: apenas a 3ª série); e, aproveitando a linha, uma breve análise que descortina pontos importantes no “Material de Apoio ao Planejamento e Práticas do Aprofundamento” (MAPPA) que se refere aos Aprofundamentos Curriculares dos Itinerários Formativos, elencados no Novo Ensino Médio e que contemplam a 2ª série da etapa. 12 CAPÍTULO I: A BNCC, O CURRÍCULO PAULISTA E OS MATERIAIS A Base que norteia os currículos em território nacional, a BNCC, é uma normativa importante, pois parametriza, nas instituições públicas e privadas, aquilo que deve ser efetivamente ensinado aos discentes. Esse documento é importante, pois assegura os direitos de aprendizagem e desenvolvimento e que também estão contidos e alinhados ao Plano Nacional de Educação (PNE) (BRASIL, 2018). Juntos, BNCC e PNE, caracterizam documentos extremamente necessários à educação, uma vez que regularizam e transmitem uma padronização nas questões didático- pedagógicas, trazendo uma essência pautada na coerência de currículos (SOUZA & BAPTISTA, 2017). Enquanto isso, nos estados e municípios, vigoram os frutos da Base, estaduais ou locais: os currículos. No Estado de São Paulo, o Currículo Paulista dita as aprendizagens e estabelece parâmetros interdisciplinares para o trabalho em sala de aula. A partir dele, a coleção “Currículo em Ação” foi implantada desde o Ensino Fundamental e está gradualmente integrando o Ensino Médio. Esse documento (Ensino Infantil, Ensino Fundamental Anos Iniciais e Finais), apresentado oficialmente no dia 1º de agosto de 2019, pelo Secretário Estadual de Educação, Rossieli Soares da Silva, é fruto de consultas públicas feitas pela SEDUC-SP à rede própria, à União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação de São Paulo (UNDIME-SP) e aos representantes da rede privada (escolas particulares), todos do estado de SP (BARBOSA & LASTÓRIA, 2021). O documento em questão, encontra- se organizado em Competências e Habilidades, além de referenciar os chamados Objetos de Estudo envolvidos na temática. 1. Fundamentação Teórica O Currículo Paulista é estruturado em seis volumes, sendo: Educação Infantil; Linguagens; Matemática; Ciências da Natureza; Ciências Humanas e Ensino Religioso, onde cada volume é composto pelo texto introdutório da etapa, da área e do respectivo componente, acompanhados do organizador curricular. Os principais objetivos da Etapa do Ensino Fundamental (Anos Inicias e Finais) são: • Retomar e ressignificar as aprendizagens do Ensino Fundamental Anos Iniciais, visando ao aprofundamento e à ampliação de repertórios dos estudantes; • Fortalecer a autonomia desses adolescentes, oferecendo-lhes condições e ferramentas para acessar e interagir criticamente com diferentes conhecimentos e 13 fontes de informação, • Contribuir para o delineamento do Projeto de Vida dos estudantes. O Documento está organizado por uma série de códigos que identificam as habilidades em cada ano/série por etapa e componente curricular. Assim, na disciplina de Ciências, por exemplo, temos a habilidade identificada pelo código EF08CI03, onde os elementos são identificados da seguinte maneira (Imagem 1): Imagem 1 – Infográfico explicativo, exemplificando um dos muitos códigos identificadores das habilidades contidas na Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e outros documentos dela oriundos. Fonte: Elaborado pelo autor, exclusivamente para esta Monografia de Conclusão de Curso, 2022. Como no ano de 2020 iniciou-se uma pandemia e o ensino que passou a vigorar foi o remoto, os sistemas educacionais foram obrigados a se reinventar. Em SP, a COPED lançou o aplicativo Centro de Mídias da Educação do Estado de São Paulo (CMSP), um aplicativo com aulas ao vivo (que ficam gravadas) interativas por meio de chat. O CMSP se institui como uma política pública em SP, pois promove acesso à educação e tem como objetivo contribuir com a formação dos profissionais 14 da rede e ampliar a oferta aos alunos de uma educação mediada por tecnologia, de forma inovadora, com qualidade e possibilitando ampliar os horizontes do ensino tradicional (EFAPE-SP). Para tentar driblar as defasagens que já existiam, mas que com o período de pandemia foram aumentadas, a SEDUC-SP lançou uma coleção de fascículos de apoio à aprendizagem intitulada “Aprender Sempre” (Imagem 2), com o objetivo de promover aprendizagem continuada nas principais habilidades. E, para completar, um rol de habilidades tidas como essenciais foi disponibilizado aos profissionais da educação para que, naquele momento frágil do processo ensino- aprendizagem, o planejamento e as ações voltadas à recuperação fossem possíveis. Os materiais contemplam as disciplinas da grade curricular dos discentes e servem de instrumento para o cotidiano escolar. O material “Currículo em Ação” (Imagem 3) começou a ser implantado em 2020 em todos os anos do Ensino Fundamental e, em 2021, a implantação gradual da coleção começou no Ensino Médio com a 1ª série da etapa. Até 2023 o ciclo estará completo. O material “Aprender Sempre”, após 2020, foi adotado em todas as etapas de ensino, e hoje, elenca grande parte das atividades realizadas no ambiente escolar. Apenas a 3ª série do Ensino Médio segue com o material “SP Faz Escola”, que está alicerçado no antigo Currículo Oficial do Estado de São Paulo, onde o material “Aprender Sempre” também está adaptado ao currículo anterior. Imagem 2 – Materiais pedagógicos de divulgação da SEDUC-SP “Currículo em Ação” e “Aprender Sempre”. Imagem 3 - Material pedagógico de divulgação da SEDUC-SP “Currículo em Ação”. Fonte: Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (SEDUC-SP), 2021. Para sintetizar as informações referentes aos materiais mencionados anteriormente, elaborou-se a Tabela 1 – Síntese dos respectivos materiais pedagógicos por etapa de ensino e ano/série, onde os materiais estão divididos em duas categorias: Material Principal e Material Complementar. 15 Tabela 1 – Síntese dos respectivos materiais pedagógicos por etapa de ensino e ano/série ETAPA ANO/SÉRIE MATERIAL PRINCIPAL MATERIAL COMPLEMENTAR Ensino Fundamental (Anos Finais) 6º Currículo em Ação Aprender Sempre 7º Currículo em Ação Aprender Sempre 8º Currículo em Ação Aprender Sempre 9º Currículo em Ação Aprender Sempre Ensino Médio 1ª Currículo em Ação Aprender Sempre 2ª Currículo em Ação Aprender Sempre 3ª SP Faz Escola Aprender Sempre Fonte: Elaborado pelo autor, exclusivamente para esta Monografia de Conclusão de Curso, 2022. No que diz respeito ao plano de ensino do componente curricular de Física, encontramos conteúdos diversos em anos/séries diversos, pois, no Ensino Fundamental II, a Física está inserida na disciplina de Ciências Físicas e Biológicas e, no Ensino Médio, há a Física pura em um componente curricular que leva o mesmo nome. Vale destacar que o material “Aprender Sempre” relativo às Ciências da Natureza só está disponível para o 9º ano do Ensino Fundamental II e para a 3ª série do Ensino Médio. O arcabouço pedagógico por trás destes materiais(Imagem 4), em todos os componentes curriculares, não só nos de Ciências Físicas e Biológicas e Física, se apresenta através de Unidades Temáticas, que caracterizam como norteadores de habilidades, extraídos da BNCC e que também integram os conhecidos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs). Os PCNs, especialmente os das Ciências Naturais, se caracterizam pela supervalorização do conhecimento científico que, com a crescente intervenção da tecnologia no nosso cotidiano, contribuem para a formação de um cidadão crítico à margem do saber científico (LOPES, 2002). Também se trata de um importante documento, pois incentiva a contextualização e a valorização do conhecimento associada ao cotidiano do discente, o que sugere trabalhar conteúdos mais palpáveis. Em seguida, há o código da habilidade precedido pelo descritor da mesma. Os descritores iniciam-se sempre por verbos no infinitivo, como “Identificar”, “Selecionar”, “Reconhecer”, “Concluir”, entre outros. E, por fim, há os Objetos de Conhecimento, que são os “assuntos” e “temas” que serão trabalhados e aprofundados através do desenvolvimento das habilidades mencionadas pelos descritores. 16 Imagem 4 – Recorte da estrutura que compõe o arcabouço pedagógico dos materiais didáticos disponibilizados pela SEDUC-SP. Fonte: Site do Currículo Paulista, 2021. O material “Currículo em Ação”, um dos frutos do elogiado Currículo Paulista, é um material didático comum em todos os anos do Ensino Fundamental II e, no Ensino Médio, está restrito apenas às 1ª e 2ª séries, sendo caracterizado, nesta etapa, por uma implementação gradual para que não aconteçam impactos negativos na aprendizagem dos estudantes. Em conformidade com o Currículo Paulista, que tem o compromisso com a educação integral dos alunos e retrata o dever de valorizar, dentre tantos pontos, as experiências pessoais dos alunos, baseadas no respeito, autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação. A qualidade das relações interpessoais dos educandos e o desenvolvimento das competências socioemocionais deverão ser evidenciadas e mediadas na construção educacional. O processo dialógico do conhecimento para o material pedagógico “Currículo em Ação”, envolve sensos crítico, estético e ético, em situações comunicativas e promove a corresponsabilidade no processo de ensino e aprendizagem, à medida em que cada estudante possa se reconhecer neste processo e propor ampliações e/ou adequações de acordo com seus saberes e cultura, voltado à sua formação integral. Ou seja, esse material pauta-se muito na Educação Integral dos educandos, assumindo um trabalho que evidencia o comprometimento do alunado como um todo, tornando-o protagonista de seus próprios conhecimentos a serem adquiridos em forma de aprendizagem. 17 O Ensino Fundamental II possui a disciplina de Ciências Físicas e Biológicas, onde o aluno tem contato com temáticas das áreas da Física, Química e Biologia. Em alguns anos ou bimestres dessa etapa, há evidência de um desses componentes dentro das Ciências Físicas e Biológicas, que acaba ficando restrito à temática que será abordada. Contudo, destaca-se que a coleção “Currículo em Ação” procura exercitar a interdisciplinaridade entre a própria área de conhecimento (que, em questão, trata-se da área das Ciências da Natureza e suas Tecnologias) e outras áreas, como Linguagens, Códigos e suas Tecnologias, Matemática e suas Tecnologias e Ciências Humanas e Sociais Aplicadas, além de trabalhar de maneira conjunta com o Acolhimento contínuo dos estudantes e com os componentes do Inova Educação (parte diversificada do currículo e que trabalha os Eixos temáticos e as Competências Socioemocionais) que compreende os componentes Disciplinas Eletivas, Tecnologia & Inovação e Projeto de Vida. O Inova Educação é uma importante inovação que vem para somar ao Currículo Paulista, compondo0 a parte diversificada e que dá liberdade de escolha ao educando, fortalecendo, assim, o seu Protagonismo Juvenil. Importante destacar que podem ser formadas Disciplinas Eletivas que abordem a Física, ou mesmo em Tecnologia & Inovação, os conceitos de Física são importantes para compreender, por exemplo, as associações em série e paralelo. Imagem 5 – Ícone da Formação Aprofundada em Projeto de Vida (1ª Edição/2019, disponibilizada pela EFAPE. Fonte: Escola de Formação e Aperfeiçoamento dos Profissionais da Educação do Estado de São Paulo (EFAPE). 18 Junto ao “Currículo em Ação”, e para apoiar o seu desenvolvimento, temos o material “Aprender Sempre”. Esse material fortalece as aprendizagens, valorizando o objetivo da proposta apresentada nas aulas, contribuindo para a integração dos processos de aprendizagem das habilidades curriculares essenciais, apoiando o docente na reflexão para o planejamento do aspecto socioemocional e os discentes no processo de protagonismo. O uso dos materiais da coleção “Aprender Sempre” denota recuperação e aprofundamento das habilidades, abrindo espaço para que os rumos sejam retomados diante de um cenário onde o processo ensino-aprendizagem ficou defasado por conta da pandemia do novo Coronavírus (MARTINS, PERALTA & GONÇALVES, 2021). Contudo, a coleção traz o componente Ciências Físicas e Biológicas, somente no 9º ano do Ensino Fundamental, e Física, somente na 3ª série do Ensino Médio. Os exercícios são bastante ricos e visam dar continuidade e fixação às aprendizagens, funcionando como uma espécie de reforço escolar e um instrumento de apoio ao professor. Há, ainda, uma terceira coleção de materiais, porém esta, destinada apenas aos docentes. É a coleção dos “Materiais de Apoio ao Planejamento e Práticas de Aprofundamento” (MAPPA’s) (Imagem 6), que compõem os conteúdos dos Aprofundamentos Curriculares, denominados Itinerários Formativos, destinados exclusivamente à 2ª série do Ensino Médio. A implementação dos Itinerários começou no ano de 2022 e caracteriza-se, principalmente, pelo Protagonismo dos educandos em poder optar pelo itinerário que mais se enquadra ao seu Projeto de Vida. Os itinerários elencam as áreas de conhecimento avulsas ou integradas, os quais trazem toda essa reviravolta do Novo Ensino Médio (Imagem 7). Imagem 6 - Materiais de Apoio ao Planejamento e Práticas de Aprofundamento” (MAPPA’s) Imagem 7 – Divulgação dos materiais MAPPA’s para o Novo Ensino Médio. Fonte: Centro do Professorado Paulista (CPP). Fonte: SEDUC-SP 19 CAPÍTULO II: ANALISANDO OS MATERIAIS O conteúdo de Física está presente de diferentes maneiras entre os materiais didáticos já mencionados, e se comparado às obras do PNLD disponibilizadas às unidades escolares para escolha. Assim como os materiais já produzidos pelas redes de ensino, o livro didático também é um instrumento importante, pois complementa didaticamente todo o trabalho docente, além de servir como objeto contextualizador para os diferentes assuntos a serem abordados (LEAL & OLIVEIRA, 2008). Para o presente trabalho, analisou-se as coleções “Currículo em Ação” (volumes do Ensino Fundamental II e do Ensino Médio), “Aprender Sempre” (volumes do 9º ano do Ensino Fundamental II e 3ª série do Ensino Médio), “Materiais de Apoio ao Planejamento e Práticas de Aprofundamento” (MAPPA’s) (volumes dos itinerários que elencam as Ciências da Natureza e suas Tecnologias) e obras didáticas oriundas do PNLD para possíveis comparações e complementações, sendo as coleções “Tempo Ciências”, da Editora Brasil (volumes do Ensino Fundamental II) e Multiversos das Ciências da Natureza”, da Editora FTD (volumes do Ensino Médio). A análise se deu de forma minuciosa, levando em conta o conteúdo, como ele é apresentado ao aluno e se sua abordagem está ou não didática (de uma forma que promova fácil interpretação e desperte a curiosidade no discente). 1. Metodologia O material “Currículo em Ação”,no 6º ano, traz um pouco do conteúdo de Física apenas nos 3º e 4º bimestres, quando os assuntos a serem abordados são a Óptica, fazendo um apanhado geral entre tipos de lentes, formação de imagens e defeitos da visão; e a Gravitação, buscando entender a força que atrai os corpos para a Terra, a Lei da Gravitação Universal e um pouco sobre os movimentos da Terra no espaço. Já no 7º ano, no 1º bimestre, nos deparamos com o conteúdo de Máquinas Simples e suas funcionalidades, polias e roldanas e avanços científicos para a Mecânica. Ainda no 1º bimestre, o assunto evolui para a Calorimetria, onde os assuntos abordados são a transferência de calor, o equilíbrio térmico, calor, temperatura e sensação térmica. O conteúdo de física volta reaparece no 4º bimestre, abordando, de forma simples, a Tectônica de Placas e a Deriva 20 Continental, explicando um pouco sobre as teorias do geólogo Alfred Wegener. No 8º ano, já no 1º bimestre, o assunto se trata de tipos de energias e suas respectivas fontes e se estende pelo 2º bimestre, abordando fontes de energia e sustentabilidade. Depois, no 4º bimestre, o assunto a ser tratado é Astronomia, fases da Lua e eclipse lunar, onde o conteúdo é praticamente todo regido por experiências e atividades práticas. Já no 9º ano, o conteúdo inicial se caracteriza pelos estados físicos da matéria, sendo uma introdução à Física que o discente estudará no Ensino Médio. Os conceitos de Física seguem viajando pela Física Moderna, de maneira introdutória e simples, abordando os modelos atômicos, as cores da luz, propagação de ondas e ondas eletromagnéticas. E, finalmente, no 4º bimestre, há o retorno do conteúdo, voltado para os temas de Astronomia e atividades práticas sobre o assunto. A Tabela 2 – Síntese pós análise do conteúdo do material “Currículo em Ação”, anos finais do Ensino Fundamental, sintetiza as informações coletadas anteriormente, quanto à presença ou à ausência de conteúdos de Física por ano e por bimestre, e a Tabela 3 – Síntese pós análise do conteúdo especificado do material “Currículo em Ação”, anos finais do Ensino Fundamental, que especifica o conteúdo (quando este se fizer presente no material analisado): Tabela 2 – Síntese pós análise do conteúdo do material “Currículo em Ação”, anos finais do Ensino Fundamental MATERIAL “CURRÍCULO EM AÇÃO” POSSUI CONTEÚDOS DE FÍSICA? ETAPA ANO 1º BIMESTRE 2º BIMESTRE 3º BIMESTRE 4º BIMESTRE Ensino Fundamental II 6º Não Não Sim Sim 7º Sim Não Não Sim 8º Sim Sim Não Sim 9º Sim Não Não Sim Fonte: Elaborado pelo autor, exclusivamente para esta Monografia de Conclusão de Curso, 2022. Tabela 3 – Síntese pós análise do conteúdo especificado do material “Currículo em Ação”, anos finais do Ensino Fundamental MATERIAL “CURRÍCULO EM AÇÃO” ETAPA ANO QUAL CONTEÚDO DE FÍSICA ESTÁ PRESENTE? Ensino Fundamental II 6º Óptica (Tipos de Lentes, Formação de Imagens e Defeitos da Visão); Gravitação (Gravidade, Lei da Gravitação Universal e Movimentos da Terra no Espaço). 7º Mecânica (Máquinas Simples, Polias e Roldanas); Calorimetria (Transferência de Calor, Equilíbrio Térmico e Temperatura); Tectônica de Placas e Deriva Continental (Alfred Wegener). (continua) 21 MATERIAL “CURRÍCULO EM AÇÃO” Etapa Ano QUAL CONTEÚDO DE FÍSICA ESTÁ PRESENTE? Ensino Fundamental II 8º Tipos de Energia (energia e sustentabilidade); Astronomia (Atividades voltadas à Olimpíada Brasileira de Astronomia). 9º Física Moderna (Modelos Atômicos, Cores da Luz, Propagação de Ondas e Ondas Eletromagnéticas); Astronomia (Unidade Astronômica, Diferentes Leituras do Céu e Atividades voltadas à Olimpíada Brasileira de Astronomia). Fonte: Elaborado pelo autor, exclusivamente para esta Monografia de Conclusão de Curso, 2022. No Ensino Médio, o material “Currículo em Ação” traz a Física pura, porém, busca trabalhá-la de forma interdisciplinar. Trabalhar com a ótica interdisciplinar, fornece subsídios para uma compreensão mais profunda daquilo que se busca desenvolver auxilia no processo de ampliação das possibilidades futuras (HARTMANN & ZIMMERMANN, 2007). Vale lembrar, novamente, que o material em questão está restrito às 1ª e 2ª séries do Ensino Médio, sendo a 3ª série ainda no Currículo Oficial de SP, utilizando o material “SP Faz Escola”. Na 1ª série do Ensino Médio, no início, vemos um pouco da Física Newtoniana, um pouco sobre cálculo da velocidade, propondo o trabalho interdisciplinar com a Química ao falar de combustíveis. No 2º bimestre, temos um misto entre Calorimetria (Calor sensível e calor latente) e Eletricidade (Resistores, fusíveis, capacitores, instalações e associações), além de Óptica (Luz e cores) e Ondulatória (Som), tratando-se de um bimestre bastante eclético. No 3º bimestre o que vigora é o estudo das radiações eletromagnéticas, seguindo para questões da Astronomia, encerrando-se com uma pincelada de Física Moderna (experimento de Michelson-Morley e o experimento da velocidade da luz no vácuo). Já no 4º bimestre, analisamos um pouco a respeito da Termodinâmica e suas leis, novamente a Eletricidade e uma pincelada sobre o Magnetismo. O conteúdo da 2ª série já se inicia com a Termologia e Calorimetria, abordando escalas termométricas, formas de troca de calor, máquinas térmicas e leis da termodinâmica, sendo conteúdos que se estendem para o 2º bimestre. Nos 3º e 4º bimestres, o conteúdo versa a respeito da Ondulatória (som e luz), além de trabalhar sobre os diferentes tipos de ondas (mecânica e eletromagnética), conteúdos que também se estendem ao longo de todo o semestre. A Tabela 4 – Síntese pós análise do conteúdo especificado do material 22 “Currículo em Ação”, Ensino Médio, mostra um pequeno resumo dos diversos conteúdos das 1ª e 2ª séries do Ensino Médio. Tabela 4 – Síntese pós análise do conteúdo especificado do material “Currículo em Ação”, 1ª e 2ª séries do Ensino Médio MATERIAL “CURRÍCULO EM AÇÃO” ETAPA SÉRIE QUAL CONTEÚDO DE FÍSICA ESTÁ PRESENTE? Ensino Médio 1ª Dinâmica e Cinemática (Física Newntoniana); Mecânica; Calorimetria (Calor sensível e calor latente); Eletricidade (Resistores, fusíveis, capacitores, instalações e associações); Óptica (Luz e cores); Ondulatória (Som); Radiações Eletromagnéticas; Astronomia; Física Moderna (Experimento de Michelson-Morley e Experimento da Velocidade da Luz no Vácuo); Termodinâmica; Leis da Termodinâmica, novamente a Eletricidade e uma pincelada sobre o Magnetismo. 2ª Termologia e Calorimetria (escalas termométricas, formas de troca de calor, máquinas térmicas, leis da termodinâmica); Ondulatória (som e luz); Diferentes tipos de Ondas (Mecânica e Eletromagnética). Fonte: Elaborado pelo autor, exclusivamente para esta Monografia de Conclusão de Curso, 2022. Com o objetivo de apoiar o desenvolvimento das habilidades essenciais e, também, aquelas denominadas como marcos de desenvolvimento, ou seja, habilidades que são marcadas pela aquisição de categorias únicas e bem definidas, como capacidades cognitivas, motoras, sociais, emocionais, de linguagem e comunicação (SANTOS, 2020), o material “Aprender Sempre” caracteriza-se como um complemento para recuperação e aprofundamento das aulas. Recuperar e Aprofundar é o mesmo que garantir o desenvolvimento das aprendizagens essenciais para os estudantes avançarem em seu percurso educacional (EFAPE- SP). Todavia, os materiais dessa coleção, que contemplam Ciências Físicas e Biológicas (Imagem 8) e a própria Física (Imagem 9), estão restritos ao 9º ano do Ensino Fundamental II e à 3ª série do Ensino Médio. Portanto, a cada bimestre, os materiais da coleção “Aprender Sempre” são distribuídos como suporte para o Professor e Aluno. As atividades são mais dinâmicas, e sugerem-se a realização em grupos, o que, além de trabalhar oconteúdo, trabalha, também, as competências socioemocionais dos discentes, promovendo uma educação mais integral 23 Imagem 8 – Recorte do material “Aprender Sempre”, volume 1, 9º ano, Ensino Fundamental II Imagem 9 – Recorte do material “Aprender Sempre”, volume 1, 3ª série, Ensino Médio Fonte: EFAPE-SP Materiais de Apoio Fonte: EFAPE-SP Materiais de Apoio O material “SP Faz Escola” está restrito à 3ª série do Ensino Médio, sendo em 2022, o seu último ano de execução, uma vez que, tendo em vista a implementação gradativa do Novo Ensino Médio e do material “Currículo em Ação”, este ciclo de implementação citado, se concretizará em 2023. O conteúdo de Física presente nesse material, versa a respeito da Eletricidade e Magnetismo de uma maneira mais aprofundada (associações em série e paralelo, resistores, conta de energia elétrica, ímãs, motores à força magnética) e segue aprofundando o tema de Física Moderna (modelo atômicos, fenômenos nucleares e partículas elementares). A Tabela 5 – Síntese pós análise do conteúdo especificado do material “SP Faz Escola”, 3ª série do Ensino Médio, traz um pequeno resumo das ideias apresentadas acerca dos conteúdos do material. Tabela 5 – Síntese pós análise do conteúdo especificado do material “SP Faz Escola”, 3ª série do Ensino Médio MATERIAL “SP FAZ ESCOLA” ETAPA SÉRIE QUAL CONTEÚDO DE FÍSICA ESTÁ PRESENTE? Ensino Médio 3ª Eletricidade e Magnetismo (associações em série e paralelo, resistores, conta de energia elétrica, ímãs, motores à força magnética); Física Moderna (modelo atômicos, fenômenos nucleares e partículas elementares). Fonte: Elaborado pelo autor, exclusivamente para esta Monografia de Conclusão de Curso, 2022. O Novo Ensino Médio, traz consigo a oportunidade de escolhas para o aluno, no sentido de qual área do conhecimento buscar o aprofundamento. Cabe ao estudante discernimento e consonância ao seu Projeto de Vida no momento da escolha, pois trata-se de uma importante inovação na educação e que o acompanhará por todo o Ensino Médio (SILVA & BOUTIN, 2018). Atrelado ao Novo Ensino Médio e a essas escolhas, surgem os 24 Aprofundamentos Curriculares, denominados Itinerários Formativos (Imagens 10 e 11), os quais devem ser isolados ou integrados entre as áreas do conhecimento já mencionadas anteriormente. Os Itinerários Formativos configuram um importante proposto que trata-se, impreterivelmente, da organização curricular a um nível de ensino que venha oferecer tempos e espaços próprios aos estudos e às atividades que permitam itinerários formativos opcionais diversificados (contemplando todas as áreas do conhecimento), a fim de melhor responder à heterogeneidade e pluralidade de condições, além dos múltiplos interesses e aspirações dos estudantes, com suas especificidades etárias, sociais e culturais, bem como sua fase de desenvolvimento escolar à luz da etapa que estão cursando (LOPES, 2019). Imagem 10 – Infográfico sobre os Itinerários Formativos (Carga horária e disposição nas séries). Fonte: Guia do Estudante: Você sabe o que é o Novo Ensino Médio? SEDUC-SP Imagem 11– Infográfico sobre os Itinerários Formativos (Carga horária e disposição nas séries). Fonte: Guia do Estudante: Você sabe o que é o Novo Ensino Médio? SEDUC-SP 25 Os Aprofundamentos Curriculares (Itinerários Formativos) que levam conteúdos de Física em sua estrutura são “Meu Papel no Desenvolvimento Sustentável”, “A Cultura do Solo: do Campo à Cidade”, “Corpo, Saúde e Linguagens” e “Ciência em Ação!”. Cada Itinerário Formativo é composto por Unidades Curriculares (UC’s) que, por sua vez, são compostas por componentes curriculares já estabelecidos. A Unidade Curricular analisada (Tabela – 6) foi a UC1, tendo em vista que as demais unidades serão disponibilizadas ao longo do ano de 2022 e 2023, e está disponível nos “Materiais de Apoio ao Planejamento e Práticas de Aprofundamento” (MAPPA’s). Tabela 6 – Síntese pós análise do conteúdo especificado do material “Materiais de Apoio ao Planejamento e Práticas de Aprofundamento” (MAPPA’s), exclusivo do docente para ministrar aulas na 2ª série do Ensino Médio UNIDADE CURRICULAR APROFUNDAMENTO CURRICULAR (ITINERÁRIO FORMATIVO) COMPONENTE CURRICULAR CONTEÚDOS ABORDADOS UC1 Meu Papel no Desenvolvimento Sustentável Energias Limpas Distribuição de energia; Processos de transformação de energia; Energia eólica matriz energética; Fenômenos físicos associados a geradores elétricos; Pêndulo eletromagnético. A Cultura do Solo: do Campo à Cidade Transformações de Matéria em Energia Energia Geotérmica; Biomassa na Produção de Energia Elétrica. Corpo, Saúde e Linguagens Conservação do Movimento Lei de Conservação do Momento Angular; Lei da Conservação da Quantidade de Movimento; Giroscópio Ciência em Ação! Eficiência Energética Consumo de energia elétrica; circuitos elétricos. Fonte: Elaborado pelo autor, exclusivamente para esta Monografia de Conclusão de Curso, 2022. E, para apoiar o desenvolvimento das habilidades, o docente dispõe do material didático, o livro didático, oriundo do PNLD, uma política pública que visa trazer mais conhecimento ao estudante, contextualizando e levando um material didático adequado a cada nível educacional existente, para todos os estudantes da rede pública e, por isso, a escolha é criteriosa, desde o momento da inscrição das 26 editoras, até a escolha das obras, sendo caracterizado como um processo democrático (MIRANDA & LUCA, 2004). Como o PNLD está alinhado à BNCC, e os currículos também, as obras disponíveis pelo Programa, trazem certo grau de consonância com os materiais distribuídos pelas redes. As obras do PNLD analisadas, foram a coleção “Tempo de Ciências” (Imagem 12) para o Ensino Fundamental II e “Multiversos das Ciências da Natureza” (Imagem 13) para o Ensino Médio. Os dados dessa análise foram compilados (Tabelas 7 e 8) e estão disponíveis nas tabelas seguintes. Tabela 7– Síntese pós análise do conteúdo especificado na coleção “Tempo de Ciências”, da Editora Brasil, oriunda do PNLD. ETAPA OBRA ANO CONTEÚDO DE FÍSICA PRESENTE NA OBRA Ensino Fundamental II Coleção “Tempo de Ciências” 6º Óptica (Luz, imagens, lentes e defeitos da visão); Astronomia (Sistema solar, estrelas e satélites). 7º Máquinas simples (Alavancas, roldanas e catracas); Calorimetria (Calor, frio e temperatura dos corpos); Máquinas térmicas (Máquinas a vapor). 8º Astronomia (Eclipse, fases da Lua e estações do ano); Gravitação (Gravidade, gravitação em torno da Terra); Eletricidade (Circuitos elétricos e gasto de energia elétrica). 9º Astronomia (Universo, galáxias e estrelas); Física Moderna (modelos atômicos, radiação eletromagnética, velocidade da luz no vácuo e radioatividade). Fonte: Elaborado pelo autor, exclusivamente para esta Monografia de Conclusão de Curso, 2022. Tabela 8 – Síntese pós análise do conteúdo especificado na coleção “Multiversos das Ciências da Natureza”, da Editora FTD, oriunda do PNLD. ETAPA OBRA VOLUME CONTEÚDO DE FÍSICA PRESENTE NA OBRA Ensino Médio Coleção “Multiversos das Ciências da Natureza” Matéria, Energia e a Vida Características gerais da matéria e da energia, suas transformações e conservações e como interagem entre si, possibilitando a existência de tudo o que se encontra no Universo, incluindo a vida. Movimentos e Equilíbrios na Natureza Estudo de movimentos e condições de equilíbrios, considerando aspectos da Física, da Química e da Biologia. (continua) 27 Os livros didáticos do PNLD são elaborados visando o apoio aos docentes no desenvolvimento das habilidades e competências da BNCC para o Ensino Fundamental II e o NovoEnsino Médio, por meio da integração entre os componentes curriculares que formam a área de Ciências da Natureza: Ciências Físicas e Biológicas, Biologia, Física e Química. As coleções objetivam as formações integrais dos estudantes, utilizando diferentes procedimentos metodológicos em sala de aula para que haja incentivo do protagonismo discente na construção do conhecimento e no desenvolvimento do letramento científico, algo tão importante no atual século (MOTTA-ROTH, 2011). Imagem 12 – Divulgação da coleção “Tempo de Ciências”, destinada aos anos do Ensino Fundamental II, pelo PNLD Imagem 13 – Divulgação da coleção “Multiversos das Ciências da Natureza”, destinada às séries do Ensino Médio, pelo PNLD. Fonte: Site Editora Brasil Fonte: Site FTD Educação ETAPA OBRA VOLUME CONTEÚDO DE FÍSICA PRESENTE NA OBRA Ensino Médio Coleção “Multiversos das Ciências da Natureza” Eletricidade na Sociedade e na Vida Formas e fontes de energia renováveis e não renováveis, consumo de energia elétrica e sua relação com o ambiente, transformações químicas associadas a fenômenos elétricos e como a eletricidade se manifesta no corpo humano. Ciência, Sociedade e Ambiente Características e as propriedades de diversos materiais, bem como fenômenos térmicos relacionados à sua produção e manipulação. Impactos ambientais provocados por atividades humanas, visando estimular ações sustentáveis e de proteção à biodiversidade. Fonte: Elaborado pelo autor, exclusivamente para esta Monografia de Conclusão de Curso, 2022. 28 CAPÍTULO III: DISCUTINDO A REALIDADE DOS CURRÍCULOS Ter currículos alinhados à BNCC não quer dizer, necessariamente, que estes sejam vistos à boa ótica e bem aceitos pelas comunidades escolares. O processo de elaboração de um currículo segue uma linha democrática no que diz respeito à pluralidade de ideias, uma vez que a construção deve ser participativa e aberta (RODRIGUES, 1999). A própria BNCC, que tem por papel orientar e nortear os escopos escolares, delimitando o que muitos consideram como “ponto de largada e ponto de chegada”, acaba deixando lacunas e, às vezes, não corroborando as aprendizagens (ARROYO, 2015). Acontece que o resultado será um efeito dominó, onde os currículos alinhados à Base, também poderão estar com lacunas, pois serão reflexo do documento norteador (ou que pelo menos era para ser norteador) (NODA & GALUCH, 2013). Nesse viés, torna-se genérico a problemática curricular, uma vez que a luta sempre foi, desde o PNE, estabelecer um documento que explicitasse os anseios curriculares das comunidades e que, ao mesmo tempo, padronizasse o ensino entre municípios distintos e estados distintos, mas que observando a primeira versão da BNCC, talvez a consolidação dessas ideias anteriores não tenha ocorrido em sua totalidade (MOZENA & OSTERMANN, 2016). O currículo de Física, seguindo essa mesma linha de raciocínio, apresenta situações pontuais que, submetidas à análise, revelam certas fragilidades nas entrelinhas e no próprio arranjo do escopo (IDEM, 2016). 1. Argumentação e Discussão O currículo escolar é algo identitário, isto é, caracteriza, molda e define aquele que se apropria de sua estrutura, não conteudista para a nossa contemporaneidade, mas sim contextualizada àquilo que realmente trará significado e sentido (MENEZES & ARAUJO, 2007). Segundo Mozena e Ostermann (2016), no que tange à Física, a última versão da BNCC já apresentava um resumo das unidades curriculares (movimentos de objetos e sistemas, energias e suas transformações, processos de comunicação e informação, eletromagnetismo, materiais e equipamentos, matéria e radiação – constituição e interações, terra e universo - formação e evolução), assim como o presente na primeira versão. Nesse sentido, entende-se que pouco do que já se 29 tinha, podia ser de caráter agregador, mas que acabou por ser eliminado na versão final, como por exemplo, os conteúdos que diziam respeito à Física Moderna e à História da Ciência. A preocupação aumenta à medida que se começa a desconfiar de que muito do que há no documento orientador de currículos nacional, a BNCC, encontra-se da mesma forma nos PCN’s, onde os “temas estruturantes” acabaram sendo configurados para as chamadas “unidades curriculares” (uma menção aos Itinerários Formativos) e as “Competências Gerais” que ainda se tinha em relação à área de Ciências da Natureza, foram configuradas para “eixos formativos”. Apesar de a nomenclatura ser diferente e aparentar aspecto revolucionário, entende-se que é apenas um pouco mais do que já se tinha. À luz de outra ótica, uma mais otimista, Casagrande, Alonso e Silva (2019) trazem a ideia de que a BNCC se constitui um documento amplamente democrático, o qual oferece subsídios ao docente e ao discente, uma vez que é um instrumento fruto de intensos trabalhos e escutas e que passou por marcadas configurações até ter-se o que se tem hoje. Enquanto isso, Moura (2020) explica que formações com os profissionais da educação devem ser realizadas, uma vez que elas fortalecem as práticas pedagógicas e dinamizam os trabalhos, tanto teórico como também práticos, culminando num alinhamento às ideias centrais presentes na Base. Em contrapartida, Peroni, Caetano e Arelaro (2019), sugerem uma linha de entendimento pautada na relação existente entre o universo público e o universo privado no cunho das políticas educacionais. Assim sendo, a definição das diretrizes e conteúdos presentes na BNCC, deveria ter sido realizada em debates entre s duas esferas educacionais. Na verdade, há pontos gritantes na elaboração da Base, tanto na etapa do Ensino Fundamental, Médio e outras. De acordo com Silva (2019), a BNCC é um documento excludente, pois deixa facultativos alguns componentes curriculares que já estavam incorporados à antiga grade. A mudança de governo entre 2016 e 2017 também afetou o desenvolvimento do documento, no sentido da reestruturação da equipe curricular responsável. Todos esses fatores nos levam a refletir os impactos que são direcionados a níveis locais, pensando na elaboração de currículos, formação com a equipe responsável e processos avaliativos que serão adotados dentro de um sistema educacional. 30 Acredita-se que, na concepção dos articuladores da BNCC, que a criação do referido documento serviria como “pilar de sustentação” para os direitos de aprendizagem de cada aluno, à formação dos professores, aos recursos didáticos e às avaliações externas, porém, é nítida a imagem contrária, em muitos aspectos, quando comparado com o que se prometia (MOZENA & OSTERMANN, 2016). A nível de estado, problemas curriculares também podem acontecer. No estado de São Paulo, o Currículo Paulista também apresenta algumas fragilidades que vêm sendo identificadas desde a sua homologação. De acordo com Nascimento (2020), existe uma nítida semelhança entre Currículo Paulista e BNCC, diferindo apenas na extensão gráfica das Habilidades que, na BNCC, podem ser mais longas, e no Currículo Paulista, estão desmembradas em “parte A” e “parte B”. Nascimento (2020) ainda recorda que o espírito inicial da BNCC sempre foi padronizar os conteúdos e que, quando um aluno fosse transferido para unidades escolares de mesmo estado, ou de outros, seu aprendizado não seria comprometido, pois, sua escola de destino, estaria no mesmo nível de aprendizado que sua escola de origem. Acontece que quando afirmamos isso, não levamos em conta o fato de que os docentes têm total autonomia para adaptar, recuperar e aprofundar as situações estudadas em sala de aula. Por outro lado, Jorge (2021) considera o Currículo Paulista uma inovação e algo que veio para aprimorar a educação no estado de SP. Entretanto, há dificuldades no que diz respeito à falta de infraestrutura, aos recursos tecnológicose outros, evidenciando as fragilidades frentes à implantação dessas novas ideias. Atualmente, as escolas contam com mais recursos do Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE), porém as dificuldades das prestações de contas, muitas vezes, tornam as aquisições de materiais e itens necessários, vinculadas ao comprometimento da gestão escolar, um pouco arredias e receosas. No que se refere ao conteúdo de Física nos materiais analisados, frutos do Currículo Paulista, que são o caso do “Currículo em Ação”, “Aprender Sempre”, os “MAPPA’s”, além do material “SP Faz Escola”, que contempla o currículo antigo, e dos materiais do PNLD, alinhados à BNCC, é possível traçar comparativos entre os materiais apoiados no Currículo Paulista e aqueles que está apoiado à BNCC. Observa-se, logo de início, que a presença de conteúdos que abrangem a física no Ensino Fundamental II, no componente curricular de Ciências Físicas e 31 Biológicas, não é constante, ficando restrita a, no mínimo, 02 bimestres por ano. De acordo com Zanatta e Neves (2016), o contínuo contato dos estudantes com os conteúdos de física, desde o fundamental, é importante para a manutenção da própria área de conhecimento e desse componente curricular tão importante, uma vez que há alunos que não conseguem relacionar a física com a matemática e o quão importante são os conhecimentos de matemática, para resolver os problemas da física. Outra importante observação está no fato da falta de relação entre alguns conteúdos do material “Currículo em Ação” e os livros didáticos do PNLD. A coleção analisada, “Tempo de Ciências”, traz um rol de assuntos priorizados, porém não contempla todos aqueles abordados pelo “Currículo Paulista”, propiciando o desencontro de algumas informações. É necessário promover ações para engajar os educandos e dar eles a continuidade daquilo que se está sendo estudado, correlacionando temas, contextualizando com diferentes materiais didáticos e sugerindo complementações de estudo que enriqueçam o seu repertório e construam um ser humano com uma educação de caráter cada vez mais integral (GOULART & MOIMAZ, 2021). No 6º ano do Ensino Fundamental II, por exemplo, o conteúdo de Gravitação presente no material “Currículo em Ação” não está presente no material do PNLD correspondente ao ano. Encontramos este conteúdo no livro didático do 8º ano. No 7º ano, há o conteúdo de Tectônica de Placas e Deriva continental no material “Currículo em Ação”, mas que não encontramos no livro didático de ciências, mas sim no de geografia. No 8º ano, novamente, há uma disparidade, quando o material “Currículo em Ação” trata de tipos de energia (de acordo com sua fonte), mas o livro didático exalta apenas a energia elétrica, desprezando, e muito, as outras formas de energia. No 9º ano há consonância entre os materiais (inclusive no “Aprender Sempre”), mas o problema está no sentido de que o livro didático está aprofundando muito mais e, o material “Currículo em Ação” traz uma visão mais geral e bastante pincelada. O problema de não haver a consonância entre o material principal do aluno e o seu livro didático está no fato de que os aprofundamentos naquilo que se espera desenvolver com pesquisas e consultas fica comprometido. O livro didático é tido como um instrumento importante para o desenvolvimento da educação, pois, em 32 muitas unidades escolares brasil afora, nem todas as diferentes realidades dispõem de aparelhos tecnológicos e tecnologia adequada, como uma sala de informática, aparelho de wi-fi, ou mesmo entre os discentes, nem todos podem dispor de aparelho celular, limitando, assim, o processo educacional ao material principal e, para consulta, o livro didático fornecido pelo PNLD (LEAL & OLIVEIRA, 2009). Já no Ensino Médio, a problemática está na forma como os conteúdos de física são abordados. Nos materiais “Currículo em Ação”, “SP Faz Escola” e “Aprender Sempre”, os conteúdos são transmitidos de maneira muito aberta e simplificada, em alguns momentos propondo excesso de práticas, porém sem apresentar orientações com solidez e embasamentos teóricos. Os livros do PNLD analisados, exprimem conteúdos mais robustos, interdisciplinares e que preparam o aluno para as situações mais desafiadoras e que exigirão, com certeza, de um preparo pautado no estudo e na compreensão dos objetos do conhecimento estudados. Já existem várias razões pontuadas que visam a desconexão entre os materiais estaduais, alguns livros didáticos do PNLD e a BNCC. Essa disparidade, aliada aos poucos e confusos conteúdo de física, fazem com que os materiais citados anteriormente, alinhados à BNCC, sejam no mínimo equivocados, segundo a visão de Callegari (2019). Há habilidades do Ensino Fundamental que são transpostas para o Ensino Médio, mas que acabam perdendo credibilidade e gerando confusão no momento de desenvolvimento das aulas e aprendizado dos estudantes. É o caso, por exemplo, da habilidade EF09CI15, a qual trata de Astronomia e diferentes leituras do céu, mas com as necessidades das diferentes culturas (algo que acabou não gerando tanta coerência). O “Currículo Paulista”, assim como a BNCC, trazem a ideia de discutir vida em outros planetas como algo extremamente fundamental, propondo, também a discussão de escalas de distância no Universo, além de explicitar a localização da nossa galáxia, assuntos não tão importantes na Astronomia básica e que integra boa parte do 4º bimestre das 1ª e 2ª séries nesse panorama. A situação se torna um pouco mais preocupante, quando a reflexão toma os rumos, onde vemos que os materiais não detalham relevantes de física, como conceito de carga elétrica, massa, tempo, espaço, lei de Coulomb, forças e as Leis de Newton (nesse último há apenas uma pincelada), tudo acaba desaparecendo nos 33 materiais. A habilidade EF09CI04, uma habilidade comum do Ensino Fundamental, mas também presente no Ensino Médio, mostra um pouco de eletromagnetismo. No entanto, não menciona a questão de conceitos fundamentais, como carga elétrica, a Lei de Coulomb e o conceito de corrente elétrica, porém o material espera que os alunos desenvolvam circuitos elétricos em aulas práticas. Em relação aos materiais do Novo Ensino Médio, que contemplam os Aprofundamentos Curriculares, denominados Itinerários Formativos, observa-se à ótica da UC1, que os Itinerários contemplam os conteúdos de física de forma isolada, o que a curto prazo, não é possível se ter respostas, mas que, dentro em breve, será possível traçar parâmetros para se estar evoluindo e, talvez, repensando a forma de abordagem e disposição dos conteúdos nesses aprofundamentos. Ferreti (2018) já afirmava que, uma reforma no Ensino Médio, o Novo Ensino Médio, seria uma enorme janela, onde poderia se observar a precariedade da infraestrutura das escolas e das condições de trabalho nela vigentes para o desenvolvimento de atividades dessa natureza. É claro que, como já mencionado, com os recursos do PDDE, as escolas estão conseguindo certa “reestruturação”, mas isso em SP. Não se sabe do panorama a nível nacional! Tão importante quanto propor, é dar condições para que o proposto venha acontecer. Outro ponto importante mencionado por Ferreti (2018) diz respeito ao objetivo do arranjo curricular que o Novo Ensino Médio propõe. É preciso mais do que apenas ler e compreender, é preciso aplicar o conhecimento. É na aplicação dos conhecimentos das diferentes áreas do conhecimento e é na busca dessas soluções para diversas situações-problemas, que verificamos se a aprendizagem realmente, de fato, aconteceu. Para Ortega e Militão (2021), as novas demandas educacionais exigem maior preparação e uma revisão dos currículos espelhados aos documentos norteadores, pois só assim, e havendo participação plural na elaboração de um novo escopo, conseguiremos recuperar defasagens e aprofundar aquiloque já se tem, rumo às verdadeiras aprendizagens significativas. 34 CONSIDERAÇÕES FINAIS Com o passar das décadas, é possível analisar profundas mudanças na Educação. Com a homologação da BNCC, a Base que orienta a elaboração de currículos em todo o território nacional, os estados e municípios puderam adequar seus currículos, com o objetivo de se ter uma homogeneidade entre os conteúdos que devem ser estudados. O problema é que a BNCC exclui, dando pouca ou nenhuma importância para alguns temas que têm relevância e acaba enaltecendo outras temáticas que não deveriam ser aprofundadas em nível fundamental ou mesmo nível médio. Os currículos, estaduais ou locais, como estão espelhados na Base, e sofrem influência dela, acabam apresentado, também, suas fragilidades pontuais. Em SP, com a homologação do Currículo Paulista, pôde-se ter um contato maior com os conteúdos presentes na BNCC. A problemática está no fato de que o espírito da BNCC permanece ali, infiltrado, também, no Currículo Paulista. O resultado são os materiais “Currículo em Ação”, “Aprender Sempre” e os “MAPPA’s” que possuem informações desencontradas ou muito repetitivas. O desencontro das informações com os materiais didáticos do PNLD provoca, sobretudo, falta de conexão entre o que se está sendo ensinado e o que realmente deveria ser aprendido. Pesquisas, consultas e outras atividades, onde as unidades escolares carecem de recursos tecnológicos e mesmo internet de qualidade, ficam muito superficiais ou comprometidos. É preciso mudar isso. Uma sugestão interessante, que deve partir do docente, seria uma análise mais aprofundada dos livros didáticos que chegam às escolas na época de escolha, optando por um material mais aprofundado em termos de conteúdo, interdisciplinaridade e atividades, mas, o mais importante, o mais alinhado possível com o material principal fornecido pela rede de ensino. Nessa onda de conteúdos desencontrados ou sem conexão com os materiais do PNLD, todos os componentes curriculares acabam perdendo. No de Física não é diferente. É preciso trabalhá-lo em unanimidade com a sociedade. É preciso formular escopos que interliguem a física com o cotidiano e com as experiências diárias de cada um, sendo importante fazer o aluno pensar, refletir e raciocinar sobre o uso da física nos dias de hoje. Conteúdos soltos, descontextualizados ou que são trabalhados de maneira superficial “só para não passar em branco”, não se fazem 35 agregadores e acabam gerando problemas nas aprendizagens processuais do alunado. Em 2023, a implementação do Novo Ensino Médio, em SP, completará seu ciclo, e a 3ª série do Ensino Médio deixará de estar no antigo Currículo Oficial de SP, migrando para o Currículo Paulista e seus materiais. No que tange essa migração, assim como foi com as demais séries, tanto docentes, como também discentes, deverão se adequar a mais uma série com desencontros entre as informações contidas nos materiais. É nítido que essa desconexão terá impactos que, futuramente, poderão ser analisados com bastante clareza. Em virtude disso, destaca-se a necessidade da participação plural de todos os grupos sociais na elaboração dos planos de ensino, pois vivemos em país democrático, onde há diferentes culturas, costumes e valores, que devem ser ouvidos, pois, do contrário, o processo deixa de ser democrático e se torna algo imposto e, no que se refere à educação, sabe-se que imposição não gera aprendizado. Ainda se carece de informações mais robustas na literatura, acerca dos novos currículos e materiais didáticos oferecidos pelas redes educacionais. Estudos como este, tendem a auxiliar todas as esferas educacionais a refletirem sobre seus currículos, formulando-os com olhar mais humano e socioemocional, com o objetivo de realmente oferecer uma educação de qualidade e que tenha significado na vida do estudante. Informações como aquelas aqui presentes, poderão embasar outros estudos curriculares e, assim, evitar que outros erros na formulação e elaboração dos escopos, acabem por elencar um rol de fragilidades que constituem um documento deficitário. 36 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARROYO, Miguel G. Os movimentos sociais e a construção de outros currículos. Educar em Revista, p. 47-68, 2015. BARBOSA, Pedro Paulo Lima; LASTÓRIA, Andrea Coelho. Saber Histórico no Currículo Paulista. Imagens da Educação, v. 24, n. 4, p. 171-190, 2021. 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