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INFÂNCIA E SUAS LINGUAGENS - A LINGUAGEM MUSICAL NAS CRIANÇAS

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INFÂNCIA E SUAS LINGUAGENS 
A linguagem musical nas crianças 
 
 
Camille Queiroz da Cruz 
Daiane Rodrigues Lourenço 
Ketlin Themia da Silva Homen 
Viviane De Almeida Lopes 
Tutor Externo: Helen Pinto 
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI 
Pedagogia (PED 2766) – Prática Interdisciplinar do Módulo III 
20/06/20 
 
 
RESUMO 
 
O presente artigo aborda Infância e suas linguagens – A linguagem musical nas crianças, tendo 
como objetivo analisar a importância da linguagem musical no desenvolvimento cognitivo na 
primeira infância. Serão trazidos teóricos como Brito (2003), Bréscia (2003) e Ilari (2003), entre 
outros teóricos, propondo que esta linguagem é de suma importância e contribui no 
desenvolvimento infantil. Foi utilizado como metodologia pesquisa bibliográfica bem como 
pesquisas em sites especializados em artigos. Despertou a reflexão e reconhecimento sobre a 
importância desta linguagem, e consciência quanto a prática docente dos educadores, assim como 
também o significado de oportunizarmos às crianças vivências que sejam significativas em seu 
desenvolvimento, levando em conta seus interesses e tendo como base sua faixa etária. A partir 
desta pesquisa sugere-se um aprofundamento mais específico quanto as atividades que podem ser 
desenvolvidas na primeira infância, e como elas podem contribuem no desenvolvimento 
neurológico das crianças. 
 
 
Palavras-chave: Primeira infância. Linguagem. Musical 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
 O artigo apresenta considerações sobre o tema Infância e suas linguagens – A linguagem 
musical nas crianças. Este trabalho busca inspiração na interdisciplinaridade em dois aspectos. 
Primeiramente, referencial teórico que dá suporte às discussões em diferentes campos do saber, 
especialmente a reflexão das práticas pedagógicas voltadas para a área da educação infantil e 
entendimento mais profundo e específico quanto a linguagem musical na primeira infância. 
Em segundo lugar, ainda em estreita relação com o aspecto anterior, a verificação de que o 
tema Infância e suas linguagens – A linguagem musical nas crianças é importante pois tem sido 
discutido em vários campos: social, educacional e núcleos de formação acadêmica, o que evidencia 
a relevância para esta pesquisa. 
A motivação para o tema, surgiu; primeiro com as investigações e busca por artigos, livros e 
autores que abordassem o tema, percebemos assim que muito se discute a respeito da Infância e 
2 
 
 
 
suas linguagens – A linguagem musical nas crianças. 
Diante deste cenário, algumas perguntas surgiram: Quais as formas que a música surge na 
vida das crianças? Como a música pode ajudar nas interrelações na primeira infância? Por que é 
importante a discussão deste tema? Entre outros questionamentos dos quais despertou nosso 
interesse em pesquisar e verificar de forma mais profunda este assunto. 
Com base nestes questionamentos, este trabalho tem como objetivo: analisar a importância 
da Infância e suas linguagens – A linguagem musical nas crianças. Desta forma, o trabalho visa à 
discussão didática sobre o tema, contribuindo para que outros estudantes e professores se interessem 
a respeito do assunto. 
Os dados de nossas investigações foram obtidos por meio de pesquisas bibliográfica e em 
sites especializados em publicação de artigos acadêmicos e científicos como os sites: Google 
Acadêmico, BDTD (Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações). 
Os principais autores que serviram como aporte teórico foram: Brito (2003), Brescia (2003), 
Ilari (2003), Delalande (1984), Gandara (1999), entre outros autores. 
Na parte da fundamentação teórica o trabalho foi dividido por tópicos. No primeiro tópico O 
que é música? Segunda parte refere-se a Linguagem musical em bebês de 0 a 2 anos. Os tópicos 
seguintes referem-se à: Musicalização em crianças de 2 a 3 anos e crianças de 3 a 4 anos. 
Em materiais e métodos, detalhamos de forma mais específica como foram desenvolvidas as 
nossas pesquisas e reflexões sobre o tema Infância e suas linguagens – A linguagem musical nas 
crianças. Principais etapas mais relevantes e nossos desafios. 
E na conclusão, as considerações finais acerca das investigações diante do tema Infância e 
suas linguagens – A linguagem musical nas crianças. Principais reflexões. 
 
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 
 
2.1 O QUE É MÚSICA? (Viviane) 
 
De acordo com Bréscia (2003), a música é uma linguagem universal, tendo participado da 
história da humanidade desde as primeiras civilizações. Mas o conceito mais usado é que a Música 
é a combinação de três elementos fundamentais: 1 melodia, 2 harmonia e 3 ritmo. 
A música está presente em nossa vida por diversos meios, principalmente pelas vivências 
significativas que nos levem a apreciar a audição dos variados tipos de músicas, ou manusear 
livremente instrumentos e objetos. Por todas as vias que a música nos chega traz com ela o 
desenvolvimento da nossa sensibilidade para a escuta e apreciação, aprendizagem cognitiva, 
especialmente no tocante ao raciocínio lógico da memória, do espaço e do raciocínio abstrato. 
 Brescia (2003) nos fala sobre a musicalização visando a despertar e desenvolver o gosto 
3 
 
 
 
musical. Sendo assim, a construção desta linguagem proporciona uma série de benefícios para as 
pessoas, como a ampliação da sensibilidade, da criatividade, do senso rítmico, do gosto em apreciar 
músicas, da imaginação, da memória, da concentração, da autoestima, do respeito ao próximo, da 
socialização, da afetividade, da consciência corporal e da movimentação no espaço que as rodeia. 
Para que isso ocorra, como em qualquer linguagem, a capacidade de compreensão da música 
está relacionada com o espaço que damos a ela em nosso contexto escolar, proporcionando às 
crianças perceber com todo o seu corpo os sons que as rodeiam, de manusear materiais que 
permitam uma experiência alegre e significativa. 
Ao trabalhar com os sons a criança aprimora a sua audição, descobre o que mais a agrada, 
como também, ao acompanhar gestos ou dançar ela está ampliando a coordenação motora, a sua 
atenção e concentração. Quando canta espontaneamente ou imitando sons e músicas, estabelece a 
relação consigo e, com o espaço ao qual pertence. 
As crianças quando brincam ou interagem com o universo musical descobrem mesmo que 
de maneira simples, formas diferentes de fazer músicas. Segundo Negrine (1997, p.4) em estudos 
realizados sobre aprendizagem e desenvolvimento infantil afirma que: “[...] quando a criança chega 
à escola, traz consigo toda uma pré-história construída a partir de suas vivencias, grande parte delas 
através da atividade lúdica. [...]”. 
 Frente a esta fala evidenciamos a nossa responsabilidade neste processo de fazer a música 
presente no cotidiano da educação infantil de forma lúdica espontânea. 
Segundo Penna (1990) a musicalização é um momento da educação musical no qual o 
indivíduo, por meio da vivência sonora, poderá construir conceitos que possibilitem a absorção das 
estruturas musicais enquanto elementos de uma linguagem. Tal trabalho desenvolve instrumentos 
de percepção importantes, a fim de que a pessoa seja sensível à música e possa absorvê-la, 
recebendo o material sonoro ou musical relacionado e articulado com suas experiências acumuladas 
e compatíveis com os esquemas de percepções desenvolvidas. 
Na escola as experiências ganham amplitude, pois a medição do professor e a valorização 
das ações lúdicas possibilitam o desenvolvimento do pensamento criativo da criança de forma 
prazerosa e tranquila. 
Quanto as atividades, Brito (2003) nos fala que estas devem ser variadas conforme a faixa 
etária das crianças e turmas, também devemos observar de maneira sensível e atenta o interesse 
despertado. Vale lembrar que é preciso respeitar as maneiras de expressão que cada criança 
demonstra. É importante que o educador desenvolva e apresente as atividades musicaisde forma 
lúdica e significativa para que as crianças se sintam livres para se expressar, criar e despertar 
alegria. 
 
4 
 
 
 
As atividades lúdicas são muito mais que momentos divertidos ou simples passatempos e, 
sim, momentos de descoberta, construção e compreensão de si; estímulos à autonomia, à 
criatividade, à expressão pessoal. Dessa forma, possibilitam a aquisição e o 
desenvolvimento de aspectos importantes para a construção da aprendizagem. Possibilitam, 
ainda, que educadores e educando se descubram, se integrem e encontrem novas formas de 
viver a educação (PEREIRA, 2005, p. 20). 
 
Segundo Bréscia (2011, p. 52), “a música promove vínculos nos relacionamentos. Quando 
cantam juntas enquanto brincam, as crianças compartilham a alegria da descoberta e a amizade de 
maneira nova”, por tanto a emoção e a música estão ligadas. 
As brincadeiras com cantigas de roda e a interação dos alunos e professoras são muito 
importantes para o desenvolvimento. Conforme Brescia (2003, p.81) “O trabalho com a 
musicalização desperta e define o gosto musical da criança, além de favorecer o desenvolvimento 
afetivo, e ajuda no desempenho escolar da criança.” A esse respeito Katsch e Merle-Fishman apud 
Bréscia (2003, p.60) afirmam que “[...] a música pode melhorar o desempenho e a concentração, 
além de ter um impacto positivo na aprendizagem de matemática, leitura e outras habilidades 
linguísticas nas crianças”. 
 
A educação lúdica contribui e influência na formação da criança, possibilitando um 
crescimento sadio, um enriquecimento permanente, integrando-se ao mais alto espírito 
democrático enquanto investe em uma produção séria do conhecimento. A sua prática exige 
a participação franca, criativa, livre, crítica, promovendo a interação social e tendo em vista 
o forte compromisso de transformação e modificação do meio (ALMEIDA, 2008, p. 41). 
 
Sabemos que quanto mais buscamos meios diferenciados para contribuir no 
desenvolvimento e construção da linguagem musical das crianças, mais elas adquirem outras 
capacidades em seu desenvolvimento cognitivo, além de refinar seus gostos musicais e respeito pela 
diversidade cultural. 
A ludicidade é considerada natural na criança e, é através de brincadeiras que aprende e 
descobre o mundo interno e externo da qual ela faz parte. 
Ainda a respeito da construção da linguagem musical nas crianças, como falamos 
anteriormente, os educadores devem atentar na forma como apresentar as atividades de 
musicalização. Além da importância de ter atenção, olhar sensível e respeito ao desenvolvimento 
cognitivo e forma como as crianças se expressam e se relacionam com a música, 
Diante destes estudos, trataremos a seguir como cada faixa etária se relaciona e algumas 
ideias de atividades que podem ser proporcionadas às crianças conforme sua fase de 
desenvolvimento. 
 
2.2 A LINGUAGEM MUSICAL EM BEBÊS DE 0 A 2 ANOS (Daiane) 
 
5 
 
 
 
Estudos comprovam que a audição é o primeiro sentido a se desenvolver no feto dentro do 
útero. Este fato nos leva a reflexão de que os bebês já convivem com um ambiente sonoro desde a 
fase intrauterina. Reagindo aos sons que são produzidos pelos corpos de suas mães, como: o fluxo 
sanguíneo das veias, a respiração, as movimentações intestinais e os batimentos cardíacos. Todos 
estes estímulos sonoros tomam formas como: compassos e ritmos, que horas estão mais acelerados 
horas mais lentos, formando elementos essenciais que estão presentes na música. E, claro não 
esqueçamos do som produzido da voz materna, que de forma harmônica e melódica irá afetar de 
forma significativa o nascimento do vínculo afetivo com suas mães e influenciar no 
desenvolvimento cognitivo do feto. Todos estes estímulos mesmo que precoces já vão formando 
material sonoro e referências afetivas segundo ILARI (2003). 
Podemos falar que ainda há mães que durante a gestação fazem uso de aparelhos auditivos 
posicionados em suas barrigas, reproduzindo repertórios e estilos musicais variados, com a 
finalidade de estimular ainda mais o feto. Para a chegada deste bebê, algumas mães e famílias 
passam a gestação selecionando minuciosamente uma playlist especial, para ser trilha sonora no 
momento do parto. Esta preparação tem sido adotada com muita frequência, inclusive em 
maternidades e mesmo alguns hospitais do Sistema Único de Saúde, acreditam que utilizar a música 
possa trazer tranquilidade e bem estar. Como é o caso do Hospital Conceição de Porto Alegre, que é 
referência em Partos Humanizados. Estes locais disponibilizam nos quartos de parto caixinhas de 
som com algumas músicas pré-selecionadas que fica a disposição das parturientes, estas medidas 
são uma alternativa para amenizar as dores e relaxar a mãe durante o trabalho de parto, criando 
assim uma atmosfera acolhedora, tranquila e amorosa para este momento tão especial que é receber 
uma nova vida. 
 
A cantiga de berço, o suave embalo e aconchego nos braços das mães ou amas carinhosas, 
foi sempre, em todos os povos, o primeiro gesto de solidariedade ao recém-nascido. A vida 
começa, realmente, com o primeiro ninado da parteira, o acalanto inaugural, recebido 
sempre pelo bebê com gritos e protestos terríveis. (MELO, 1985, p.23) 
 
Assim desde antes do nascimento, durante e após, o ser humano encontra-se 
permanentemente em contato sonoro com o ambiente que está inserido, interagindo e respondendo 
aos estímulos que vivencia, ainda que de diferentes maneiras. Os bebês e as crianças vão 
desenvolvendo e aprimorando sua linguagem musical espontaneamente e “de forma intuitiva, por 
meio do contato com toda a variedade de sons do cotidiano, incluindo aí a presença da música.” 
BRITO (2003, p. 35). 
 
Desde os primeiros meses de vida a atividade sensório-motora do bebê pode tomar a forma 
de uma exploração de objetos que produzem ruídos. Se a gente pendura um tambor no 
berço de uma criança de 4 meses, mais cedo ou mais tarde sua mão encontrará a pele, cuja 
6 
 
 
 
sonoridade ele explorará raspando com as unhas, batendo ou esfregando. (DELALANDE, 
1984, p. 51) 
 
 FIGURA 1 – EXPLORAÇÃO MUSICAL NO BERÇÁRIO 
 
FONTE: LOURENÇO, Daiane (fotografia autorizada). Registro de atividade musical no berçário da escola de Ed. 
Infantil Giordano Bruno - Roger 5 meses explorando tambor. 13 de março de 2020. 
 
Vale lembrar, que durante os primeiros meses de vida do bebê, as atividades que envolvem 
musicalidade devem ser de carácter lúdico e de livre exploração, respeitando seu interesse e 
processo de desenvolvimento sensório-motor, cuidando e tendo um olhar sensível para respeitar o 
percurso individual de cada bebê. Nesta primeira fase, o ideal seria disponibilizar materiais variados 
e alguns instrumentos que reproduzam timbres sonoros diversificados, como por exemplo: 
chocalhos, ganzás, maracas, caxixis, tambores de pele, pandeiros, meia-lua, guizos, entre outros 
instrumentos. 
Há também a possibilidade de ofertar materiais não estruturados como recicláveis que 
podem ser modificados ou mesmo expostos em seu estado íntegro, como: garrafas pets pequenas 
(que podem conter sementes), latas, colheres de pau, pequenas caixas de papelão que podem ser 
transformadas em cordofones, tubos de papelão que podem virar uma espécie de aerofone ou pau de 
chuva (contendo arroz dentro), tubos de conduítes, entre outros materiais diversificados. 
Brito (2003, p. 46) nos fala que “Neste sentido, importa, prioritariamente, a criança, o 
sujeito da experiência, e não a música [...]” ela ainda ressalta que “A educação musical não deve 
visar à formação de possíveis músicos do amanhã, mas sim à formação integral das crianças de 
hoje.” O que a autora quer nos dizer que nesta primeira fase, as crianças pequenas devem ter o 
contato com a música de forma livre, lúdica e experimental tendo como ponto de vista a construção 
da sua linguagem musical, como um processo contínuo, que envolveo protagonismo da criança em 
perceber, sentir, experimentar, imitar, criar e mais que tudo isso brincar, no real sentido do termo. 
À medida que os bebês vão se desenvolvendo e adquirindo novas formas de expressão é 
possível ir refinando as atividades e proporcionar uma interação musical mais aprimorada. 
Bréscia (2003) fala sobre os jogos musicais, que estes podem ser de três tipos, conforme às 
fases do desenvolvimento infantil. Os bebês se encaixam na descrição a seguir: 
7 
 
 
 
Sensório-Motor (até os dois anos): São atividades que relacionam o som e o gesto. A 
criança pode fazer gestos para produzir sons e expressar-se corporalmente para representar o que 
ouve ou canta. Favorecem o desenvolvimento da motricidade ampla. 
Até os 2 anos as crianças vão construindo sua linguagem musical através de seus corpos, 
percebendo os variados timbres que vivencia, ensaiando suas primeiras “garatujas sonoras” Brito 
(2003), seja balbuciando suas primeiras palavras, imitando sons que escuta, criando sons com os 
objetos que encontra. Outra forma de expressão musical é quando através dos movimentos 
corporais que ela demonstra ao interagir com as músicas que ela escuta. 
Na medida que as crianças vão se desenvolvendo sua linguagem musical vai sendo refinada, 
criando laços afetivos e demonstrando suas preferências por determinadas músicas, que podem ser 
pela melodia sonora que escuta, forma de dançar ou alguns gestos como coreografias que são feitos 
juntamente com as educadoras durante as atividades musicais, que devem ser o mais lúdico e livre 
possível. Brito (2003, p.92) nos fala que “É importante brincar e cantar com as crianças, pois, como 
dissemos, o vínculo afetivo e prazeroso que se estabelece nos grupos em que se canta é forte e 
significativo”. 
A seguir iremos abordar como ocorrem a construção da linguagem musical, interação e 
sugestão de atividades para a faixa etária de 2 a 3 anos. 
 
2.3 MUSICALIZAÇÃO EM CRIANÇAS DE 2 A 3 ANOS (Camile) 
 
O período de 2 a 3 anos da criança, é muito apropriado para que ela mergulhe com mais 
apetite no universo musical, pois é onde seu desenvolvimento acontece progressivamente. É aí que 
se inicia uma etapa de grandes descobertas e ela está muito acessível ao conhecimento. 
É importante que desde cedo, a música seja inserida na vida da criança, para que receba e 
reproduza os sons e desperte o seu interesse pelos instrumentos rítmicos, tem acesso a diferentes 
materiais, reproduz melodias, o que acaba aprimorando sua linguagem. Além disso, a participação 
das crianças é fundamental para o bom andamento do processo. Eles precisam participar de todas as 
atividades propostas, e por isso é importante que o processo seja lúdico. Precisam sentir-se 
envolvidos para participar. “ É aconselhável (...) que a música seja apresentada por meio de estórias, 
dramatizações, jogos e brincadeiras que motivem a participação” ( SILVA, 1992, p.93). 
Dessa forma, entendemos que é necessário incentivar a participação de diversas formas. 
Através disso, a criança passa a ser capaz de formular ideias musicais próprias, podendo ampliar a 
sua imaginação sonora, além do conhecimento que é transferido pela letra das músicas. 
É necessário que novos e antigos instrumentos sejam buscados para obtenção de aulas 
práticas que não sejam monótonas e que saem da rotina, trazendo a criança um interesse maior pela 
8 
 
 
 
música. 
 
Pios de pássaros, sinos de diferentes tamanhos, folhas de acetato, brinquedos que imitam 
sons de animais, entre outros, são materiais interessantes que podem ser aproveitados na 
realização das atividades musicais. Os pios de pássaros, por exemplo, além de servirem a 
sonorização de histórias, podem estimular a discriminação auditiva, o mesmo acontecendo 
com os sinos (BRASIL, 1998, p.73). 
 
Seguindo essa linha de pensamento, quando é feita a utilização de diversos recursos para o 
fazer musical da criança, chegaremos com mais facilidade nos objetivos. Os instrumentos em que o 
som é provocado pela sua vibração (idiofones), são excelentes para iniciar a prática musical com a 
criança, pois assim, o som será respondido com gestos. 
Pode-se criar músicas junto das crianças, utilizando esses diversos materiais, para que ela 
possa se apropriar dos diversos sons, e assim poder criar diferentes formas de manifestá-los. 
Uma ótima opção de atividade, seria apresentar às crianças vários desses materiais e objetos 
diferentes e propor a elas que reproduzam a melodia de uma determinada música, que pode até 
mesmo, ser escolhida por elas. 
A musicalização a partir dos 3 anos de idade, começa a ser manifestada de maneira mais 
expressiva e ricamente mais refinada. As vivências que podemos proporcionar para as crianças a 
partir desta faixa etária terá maior intencionalidade pedagógica, sem que esqueçamos da ludicidade, 
como veremos a seguir no próximo tópico. 
 
2.4 A MUSICALIZAÇÃO EM CRIANÇAS DE 3 A 4 ANOS (Ketlin) 
 
 Gandara (1999), relata que a musicalização na faixa etária das crianças de três a quatro 
anos, já apresentam mais intencionalidades complexas, as expressões corporais demostram-se de 
forma mais refinada em sua comunicação. Suas habilidades de coordenação motora ampla ao 
observar os gestos e movimentos em sintonia com a pedagoga, como dançar através do ritmo de 
alguma música, ou mesmo acompanhando com instrumentos, vão trabalhando a audição 
aprimorando sua atenção aos ritmos das músicas e compassando seus movimentos de forma lúdica e 
natural. Com isso a criança aos poucos vai formando sua identidade, percebendo-se diferente dos 
outros e ao mesmo tempo buscando integrar-se na turma. Quando a criança entra em contato com a 
música, seus conhecimentos se tornam mais amplos, este contato envolve também o aumento de sua 
sensibilidade, fazendo-a descobrir o mundo a sua volta, possibilitando mais confiança ao se 
expressar. 
Ainda segundo Gandara (1999, p. 9), “a música tem o papel vital na expressão corporal pois 
oferece estímulos adequados que proporcionam a riqueza expressiva, além de ser uma forma 
universal de comunicação entre os homens”. Como foi possível observar, a música auxilia a criança 
9 
 
 
 
em suas expressões corporais enriquecendo também seu vocabulário e influenciando a maneira de 
se comunicar e interagir. 
Durante esse processo de aprendizagem, vale ressaltar a importância de utilizar métodos 
lúdicos e diversificados materiais na confecção dos instrumentos musicais. Chamando a sua atenção 
e aprimorando a importância de reaproveitar sucatas e utensílios que utilizamos durante o nosso dia 
a dia, como: caixas de leite, garrafas pets, caixas de papelão, latas de metais ou até mesmo materiais 
encontrados na natureza como: porongos, taquaras, sementes entre outros. 
Para Valle (1995, p.71), “reciclar o lixo significa refazer o ciclo, permite trazer de volta, à 
origem, sob a forma de matéria-prima aqueles materiais que não se degradam facilmente e que 
podem ser reprocessados, mantendo as suas características básicas”. Assim, em uma escala menor 
poderíamos dizer que a reciclagem se concretiza sempre que se encontra um novo uso para algum 
material que, até então, já não teria nenhuma utilidade, além de proporcionar uma consciência 
ecológica. 
A música inserida no contexto escolar traz alegria, descontração, amplia os laços e torna a 
aprendizagem prazerosa, especialmente quando a criança tem o contato direto e pode manusear 
diferentes objetos que lembre os sons de diferentes instrumentos musicais. Assim: 
 
As crianças precisam ter experiências concretas com objeto que emitem sons, instrumentos 
musicais ou outros e formar um vocabulário específico para se referir a eventos sonoros. O 
manuseio de objetos sonoros cria situações em que será possível agrupar ou separar os 
sons, classificar e seriar. [...] As crianças desenvolvem formas de trabalhar com os sons que 
permitirão organizarsuas ações e realizar atividades expressivas com esses materiais. 
Agindo assim, as crianças aprendem a fazer parcerias, criam e reproduzem pequenas 
combinações, que são esboços das regras que regem os sons de sua cultura 
(MAFFIOLETTI, 2001, p. 130-131). 
 
Para a faixa etária de 3 a 4 anos a musicalização pode ser trabalhada de variadas formas, os 
educadores podem apresentar as crianças um repertório musical diversificado levando em conta a 
cultura local, a exploração de instrumentos e materiais, brincadeiras e jogos lúdicos. Bréscia (2003) 
ressalta que os jogos musicais podem ser de três tipos, correspondentes às fases do desenvolvimento 
infantil. Sendo assim, destaca que: 
Analítico ou de Regras (a partir dos quatro anos): São jogos que envolvem a estrutura da 
música, onde são necessárias a socialização e organização. Ela precisa escutar a si mesma e aos 
outros, esperando sua vez de cantar ou tocar. Ajudam no desenvolvimento do sentido de 
organização e disciplina. 
Existem inúmeras ideias e alternativas de atividades para ofertarmos às crianças desta faixa 
etária, que contribuem na estimulação da linguagem musical, possibilitando ricas e significativas 
vivências musicais. Entretanto precisaríamos de uma maior pesquisa sobre estas atividades, e 
10 
 
 
 
deixamos como ponto de reflexão que é preciso mais aprofundamento para descrevê-las, também 
compreensão da intencionalidade de cada atividade musical que propomos em nosso cotidiano para 
nossas crianças. Através de pesquisas mais profundas sobre as influências que a música provoca e 
proporciona no desenvolvimento neurológico das crianças. Este seria um ponto de partida para uma 
nova pesquisa, que deixamos como sugestão. 
 
3. MATERIAIS E MÉTODOS 
 
O ponto de partida e motivação para o tema Infância e suas linguagens – A linguagem 
musical nas crianças, surgiu após a leitura de alguns trechos do livro As cem linguagens da criança 
– A abordagem de Reggio Emilia na Educação da primeira infância. A partir desta leitura surgiu a 
reflexão: se as crianças possuem diversas formas de se expressar como elas desenvolvem sua 
linguagem musical? 
Diante deste cenário surgiram outros questionamentos relevantes como: De que forma a 
música contribui no desenvolvimento cognitivo das crianças? Como a música pode ajudar nas 
interrelações na primeira infância? Por que é importante a discussão deste tema? Entre outros 
questionamentos dos quais despertou nosso interesse em pesquisar e verificar de forma mais 
profunda o tema. 
Iniciamos nossas pesquisas para aprofundamento do tema Infância e suas linguagens – A 
linguagem musical nas crianças nos principais sites especializados em artigos acadêmicos como: 
Google Acadêmico, BDTD (Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações). Nestes sites 
encontramos vários artigos relevantes que abordavam alguns dos tópicos de nossos 
questionamentos e tema. Fomos selecionando alguns dos quais estavam mais próximos de nossos 
questionamentos e interesses a partir do título e iniciamos a leitura deles. Conforme fazíamos as 
leituras íamos compartilhando em nosso grupo os artigos mais relevantes para que todas pudessem 
ler e identificar autores e citações que estivessem em sintonia com nossas ideias e questionamentos. 
Estes artigos nos auxiliaram como fontes norteadoras para a construção e elaboração estrutural de 
nosso artigo, bem como inspiração para aprofundamento teórico. 
Separamos alguns autores que achamos mais relevantes e suas citações. Achamos 
importante e necessário, pesquisar e ler a fonte real das citações. Fizemos a leitura do capítulo da 
citação que nos identificamos para poder verificarmos se havia contexto nas ideias dos autores com 
as nossas. Desta forma pudemos conhecer alguns teóricos dos quais não conhecíamos e reconhecer 
e recordar os que já estudamos em outras disciplinas do curso. 
Após as reflexões, leituras, pesquisas, discussões e anotações elaboramos nosso objetivo e 
iniciamos nossos textos, montagem e formatação do trabalho conforme as normas pré-estabelecidas. 
11 
 
 
 
Durante a elaboração de nossas pesquisas fomos pegas de surpresa com a pandemia da 
COVID-19, o qual impossibilitou nossos encontros de discussões devido as medidas sanitárias de 
isolamento social. Para que nossas discussões e interações pudessem continuar ocorrendo, criamos 
uma sala de vídeo conferência através da plataforma ZOOM. Assim foi possível nos reunirmos 
remotamente e estipularmos prazos das nossas produções textuais e respeitar as medidas de 
afastamento social que foram estabelecidas. 
Selecionamos a imagem que demonstra a ludicidade e capacidade criativa que as crianças 
possuem quando expressam sua linguagem musical pura e livre. Ilustrando e definindo de forma 
clara nosso tema Infância e suas linguagens – A linguagem musical nas crianças. 
O grupo de crianças que ilustra a imagem a seguir, pertence a turma de maternal B de uma 
escola de educação infantil, situada na cidade de Porto Alegre, onde uma das integrantes deste 
grupo de pesquisa trabalha atualmente. A cena lúdica foi registrada por ela durante uma atividade 
de brincadeira livre no pátio da escola, no ano de 2019. O registro entra em total sintonia e define 
de forma clara o que nossa principal teórica Brito defende em seu livro: Música na educação infantil 
– propostas para a formação integral da criança. Obra que norteou nossas pesquisas e reflexões 
durante toda nossa pesquisa, dando suporte teórico do início ao final. 
 
[...] as crianças se expressam musicalmente e dão aos educadores a oportunidade de 
observar e analisar como elas ouvem e percebem, como se relacionam com os materiais 
sonoros, se criam melodias, se mantêm um pulso regular, se exploram diferentes níveis de 
intensidade do som etc. [...] os instrumentos confeccionados pelas crianças, os materiais 
disponíveis (não só os instrumentos musicais, mas todo e qualquer material que possa 
produzir sons), os sons do corpo e da voz. A improvisação musical das crianças no estágio 
da educação infantil privilegia conteúdos sensório-motores e simbólicos, revelando a 
relação expressiva que elas estabelecem com os diferentes sons e músicas. (BRITO 2003, 
P.152 – 153) 
 
FIGURA 2 – BANDA MUSICAL EXPRESSÃO LIVRE E EXPONTÂNEA DE CRIANÇAS DA FAIXA ETÁRIA 
ENTRE 3,5 ANOS A 4 ANOS DE IDADE DA ESCOLA DE ED. INFANTIL GIORDANO BRUNO 
 
FONTE: Disponível em: < https://www.facebook.com/photo/?fbid=2066117753481844&set=a.385931438167159>. 
Acesso em: 22 mai.2020. 
 
Nossa próxima etapa foi formular nossos resultados e discussões baseada na retomada das 
https://www.facebook.com/photo/?fbid=2066117753481844&set=a.385931438167159
12 
 
 
 
ideias desenvolvidas, contrapondo e ponderando nossos questionamentos iniciais. Momento de 
maior desafio levando em conta nossas atuais vivências na atuação da educação infantil, pois cada 
integrante possui experiências diversificadas quanto a execução das atividades musicais em suas 
turmas, fato que evidencia as diferentes vertentes pedagógica que cada escola possui. 
Após as discussões, elaboramos nossas considerações finais e conclusões mais relevantes de 
nossas pesquisas. 
 
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES 
 
Com base em nosso principal objetivo que foi analisar a importância sobre o tema Infância 
e suas linguagens – A linguagem musical nas crianças, em nossas discussões surgiram alguns 
novos questionamentos: Em que momento e quando trabalhamos a linguagem musical das 
crianças? Quais tipos de materiais ofertamos a elas? Entendemos que esta linguagem não é 
ensinada nem aprendida, mas sim desenvolvida espontaneamente pelas crianças? Entre outros 
questionamentos dos quais geraram muitas discussões e reflexões. 
Neste capítulo serão abordadas as discussões de nossas reflexões tendo como base nossas 
pesquisas, não serão apresentados resultados. Infelizmente devido a situação de isolamento social,em decorrência da pandemia da COVID-19, impossibilitou-nos uma observação mais atualizada e 
contextualizada, que pudéssemos colocar em prática ou observar os efeitos das sugestões de 
atividades que apontamos em nossas pesquisas. Até a finalização desta pesquisa o quadro de 
isolamento social decretado, que implica no fechamento de todas as escolas de educação infantil e 
de ensino como medida de prevenção sanitária, não havia sofrido alteração pelos órgãos 
competentes. No entanto, vamos trazer algumas de nossas reflexões e breves relatos de algumas de 
nossas experiências na atuação da educação infantil. Todas as integrantes deste grupo de pesquisa, 
trabalha a algum tempo com crianças da educação infantil, cada uma com uma faixa etária 
diferente, o que enriqueceu nossas discussões e reflexões das práticas pedagógicas que exercemos. 
Em base de nossas pesquisas e leituras, percebemos que algumas práticas precisam ser 
revistas no tocante às formas como compreendemos as linguagens das crianças, principalmente a 
linguagem musical. O que percebemos que muitas vezes caímos na premissa de pensar 
musicalidade para as crianças como uma “atividade dirigida”, específica para alguma data especial 
que geralmente fará parte de uma apresentação para as famílias, ou ainda simplesmente supor que 
trazer as tradicionais gravações musicais infantis da atualidade é trabalhar musicalidade com as 
crianças. A respeito disso: 
 
Para a maioria das pessoas, incluindo os educadores e educadoras (especializadas ou não), a 
música era (e é) entendida como “algo pronto”, cabendo a nós a tarefa máxima de 
13 
 
 
 
interpretá-la. Ensinar música, a partir desta óptica, significa ensinar a reproduzir e 
interpretar músicas, desconsiderando a possibilidade de experimentar, improvisar, inventar 
como ferramenta pedagógica de fundamental importância no processo de construção do 
conhecimento musical. (BRITO 2003. P.52) 
 
Mais que ofertar músicas prontas, devemos valorizar e permitir que as crianças componham 
suas próprias músicas, sejam elas sonoramente quanto também criando rimas, ou ainda através de 
sua expressão corporal. Não estamos aqui dizendo que não devemos utilizar as músicas gravadas, 
mas sim dar a oportunidade para às crianças serem protagonistas do processo de desenvolvimento 
da sua linguagem musical, de forma espontânea e livre. 
Diante de tudo que falamos, em todo o decorrer de nossa pesquisa, podemos observar a 
importância da música na primeira infância, e suas contribuições quanto ao: desenvolvimento 
cognitivo das crianças, como também no aprimoramento das capacidades físicas especialmente na 
motricidade ampla. Ainda em estreita relação com a forma positiva que a musicalização influencia 
nas crianças, podemos lembrar que a música proporciona bem estar e afetividade, influenciando 
também nas intrarrelações e interrelações. 
 
5. CONCLUSÃO 
 
Consideramos que nosso principal objetivos foi alcançado. Pois através das pesquisas foi 
possível verificarmos a importância que o tema Infância e suas linguagens – A linguagem musical 
nas crianças, tem contribuições relevantes no desenvolvimento cognitivo, linguístico e socioafetivo 
na primeira infância. Reconhecemos que é um assunto muito discutido atualmente em vários 
âmbitos, como social, educacional e no meio acadêmico sendo tema de muitos trabalhos de 
pesquisas e teses. 
Com a pesquisa teórica, verificamos que este é um tema discutido e defendido por variados 
autores, que comprovam a importância da atenção com esta linguagem para o desenvolvimento 
cognitivo das crianças. Desta forma despertou nosso interesse em aprofundar mais a respeito do 
tema Infância e suas linguagens – A linguagem musical nas crianças, e direcionamos nossas 
pesquisas não só no campo dos livros mas buscamos palestras, entrevistas, matérias em revistas de 
educação que abordassem o tema atualmente, para compreendermos melhor como são as discussões 
deste tema, e como as escolas estão abordando esta linguagem. Podemos constatar que existem 
várias vertentes e propostas pedagógicas, que na grande maioria prevalece o respeito aos interesses 
das crianças de acordo com sua faixa etária. Entretanto ainda há algumas premissas pedagógicas 
ultrapassadas, que precisam ser revistas e analisadas. Principalmente quanto as atividades 
desenvolvidas com as crianças que partem do pré suposto de que é preciso “ensinar música”, sem 
perceber que, na verdade se trata de uma linguagem que é adquirida de forma livre e espontânea por 
14 
 
 
 
cada criança. 
Acreditamos que este trabalho possa despertar o interesse em outros acadêmicos ou mesmos 
profissionais da área da pedagogia, contribuindo no processo de formação de novos conhecimentos, 
servindo de fonte de inspiração, para outras discussões e reflexões a cerca deste tema Infância e 
suas linguagens – A linguagem musical nas crianças. 
Refletimos que muitos são os desafios que envolvem a Infância e suas linguagens – A 
linguagem musical nas crianças, requer do educador competências múltiplas e olhar sensível aos 
processos de desenvolvimento infantil. No aspecto do desenvolvimento cognitivo na primeira 
infância, é preciso um maior aprofundamento na compreensão dos efeitos cerebrais que a música 
desperta. Outro aspecto em estreita relação ao anterior, que constatamos diz respeito ao modo 
como abordar e utilizar os recursos musicais no ambiente da educação infantil. Este é se não o mais 
importante a ser relevado, não só pela forma como desenvolver com as crianças, mas 
principalmente na elaboração e desenvolvimento dos conteúdos ocultos ou subjetivos, que devem 
estar inter-relacionados, e contextualizando com as vivências que as crianças trazem de seu 
convívio extra escolar. Desta forma contribuindo para o desenvolvimento pleno das múltiplas 
inteligências da criança e suas particularidades, respeitando e valorizando a diversidade cultural que 
envolve a comunidade escolar . 
É necessário termos consciência que cada criança tem um potencial interno, e que nós como 
educadores precisamos ajudar no desenvolvimento e despertar deste potencial. É preciso estarmos 
atento com um olhar sensível as diversas fases de desenvolvimento, assim como também respeitar 
os interesses individuais de nossas crianças. Nós como educadores precisamos desenvolver 
estratégias que eduza o melhor em cada criança, mediando e ponderando nossas interferências no 
processo construtivo desta linguagem. Para que possamos realmente contribuir e auxiliar de forma 
positiva e plena no desenvolvimento de cada criança. 
É preciso que tenhamos consciência na escolha dos recursos e materiais que ofertamos, bem 
como também desmistificar a máxima de pensarmos em linguagem musical somente para as 
apresentações de datas comemorativas. Que muitas vezes não levam em conta a capacidade criativa 
e musical que as crianças possuem, caindo no habitual de “ensaiar a música” pronta. Com isso 
surgem novos questionamentos neste âmbito, não como crítica, mas como um ponto de partida para 
novas e profundas pesquisas e reflexões. 
 
6. REFERÊNCIAS 
 
ALMEIDA, Paulo Nunes de. Educação lúdica: técnicas e jogos pedagógicos. São Paulo, SP: 
Loyola, 2008. 
 
15 
 
 
 
BRASIL, Referencial curricular nacional para a educação infantil. Brasília: MEC/SEF, 
1998.v.1,2,3. 
 
BRÉSCIA, V. L. P. Educação Musical: bases psicológicas e ação preventiva. São Paulo: Átomo, 
2003. 
 
BRITO, T. A. Música na educação infantil: propostas para a formação integral da criança. São 
Paulo: Peirópolis, 2003. 
 
DELALANDE, F. A música é um jogo de criança/ La muisique est um jeu d’enfant. Paris: 
Édition Buchet/Chastel, 1984 (Tradução de Alessandra Cintra 2019) 
 
FERREIRA, Luciene Braz ; TORRECILHA, Nara ; MACHADO, Samara Haddad Simões. 
A Técnica De Observação Em Estudos De Administração. 2012. 
 
GANDARA, Mari. Atividades Ritmadas para Crianças. Campinas: Átomo,1999. 
 
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JEANDOT, N. Explorando o universo da música. São Paulo; Scipione, 1993. 
 
KAERCHER, G. E. P. da S.; Educação Infantil: pra que te quero. Porto Alegre: Artmed, 2001. 
 
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NEGRINE, A.S. Aprendizagem e desenvolvimento infantil apartir da perpectiva lúdica. 
Revista Perfil, Porto Alegre, v1, n1, p.4-12, 1997. 
 
PENNA, M. L. Reavaliações e Buscas em Musicalização. São Paulo: Loyola, 1990. 
 
PEREIRA, Lucia Helena Pena. Bioexpressão: a caminho de uma educação lúdica para a 
formação de educadores. Rio de Janeiro: Mauad X: Bapera, 2005. 
 
VALLE, Cyro Eyer. Qualidade ambiental: como ser competitivo protegendo o meio ambiente. 
São Paulo: Pioneira, 1995.

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