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PATOLOGIA GERAL - INTRODUÇÃO -é o estudo (logos) da doença (pathos); - estudo das alterações estruturais/morfológicas, bioquímicas e funcionais nas células, tecidos e órgãos que fundamentam uma doença/causadas por uma doença. -Através do uso de técnicas moleculares, microbiológicas e morfológicas, tenta explicar os porquês e as causas dos sinais e sintomas manifestados pelos pacientes enquanto fornece uma base racional para a terapia e o cuidado clínico . -dividido em 1. patologia geral - concentrada nas reações das células e tecidos aos estímulos anormais e defeitos herdados; estuda os aspectos comuns às diferentes doenças no que se referem às suas causas, mecanismos patogenéticos, lesões estruturais e alterações da função. 2. patologia sistêmica/clínica ou especial - examina as alterações em tecidos e órgãos especializados que são responsáveis por distúrbios que envolvem esses órgãos; estuda as alterações patológicas específicas nos órgãos e sistemas; se ocupa das doenças de um determinado órgão ou sistema (sistema respiratório, cavidade oral etc.) ou estuda as doenças agrupadas por suas causas (doenças infecciosas, doenças causadas por radiações etc.) - se aborda primeiro os princípios da patologia geral e depois os processos específicos de doença, na medida em que eles afetam órgãos ou sistemas em particular. - aspectos de um processo de doença: ● causa (etiologia): ● mecanismos do desenvolvimento/ou formação da doença (patogenia ou patogênese) : ● alterações bioquímicas e estruturais induzidas nas células e órgãos do corpo (alterações moleculares e morfológicas)/Afecção funcional/Fisiopatologia ● Sinais e sintomas - inespecíficos da doença. ● Lesões - específicas 1. Anatomia Patológica (macroscópica) 2. Histopatologia (microscópica) ➔ Etiologia ou Causa - Reconhece-se que há duas classes principais de fatores etiológicos: genéticos (p. ex., mutações herdadas e doenças associadas com variantes genéticas, ou polimorfismo) e adquiridos (p. ex., infecciosos, nutricionais, químicos, físicos); ➔ Patogenia - refere-se à sequência de eventos na resposta das células ou tecidos ao agente etiológico, desde o estímulo inicial à expressão final da doença; fundamental para compreender como a doença se inicia e evolui, como essas alterações estão relacionadas aos sinais clínicos nos diferentes estágios da enfermidade e como proceder clinicamente de forma apropriada. ➔ Alterações Moleculares e Morfológicas - referem-se às alterações estruturais nas células ou tecidos que são características de uma doença ou diagnósticas de um processo etiológico. ➔ Perturbações Funcionais e Manifestações Clínicas - O resultado final das alterações genéticas, bioquímicas e estruturais nas células e tecidos são as anormalidades funcionais que levam às manifestações clínicas (sinais e sintomas) da doença, bem como à sua progressão (curso clínico e consequência). ➔ Diagnóstico - ante-morte > 1. Citopatológico - avalia a célula; simplicidade, baixo custo e a rapidez do resultado; permite avaliação imediata, o diagnóstico rápido, evitar a reconvocação do paciente para nova coleta e, mais importante ainda, direcionar a coleta de outras amostras para testes adicionais, como cultura para bactérias, fungos e bacilos álcool-acidorresistentes (BAAR) em casos de inflamação granulomatosa, dosagem de hormônios (p. ex., tireoglobulina e paratormônio) para distinção da origem tireoidiana e paratireoidiana de um nódulo cervical, citometria de fluxo para classificar lesão suspeita de linfoma de baixo grau ou extração de DNA e/ou RNA para testes moleculares; amostra obtida por meio de: raspados da pele ou de mucosas; secreções (da árvore traqueobrônquica, do conteúdo de cistos, da expressão mamilar, do tubo gastrointestinal); líquidos (serosas, urina, líquido amniótico etc.); punção aspirativa por agulha fina guiada por palpação ou ultrassonografia. Nesta, lesões nodulares de diversos órgãos (tireoide, mama, linfonodos etc.), sólidas ou císticas, podem ser diagnosticadas com boa precisão; imprint . 2. Histopatológico - avalia as células, interstício e os tecidos; procedimento cirúrgico invasivo; Biópsias (procedimento cirúrgico), que podem ser feitas para diagnóstico e/ou tratamento; dois tipos principais de biópsia: ablativas ou excisionais , quando se faz a extirpação ou exérese de toda a lesão; incisionais, quando se retira apenas parte da lesão para diagnóstico; Tipos particulares de biópsias diagnósticas são: curetagens, biópsias endoscópicas, por agulha, por trepanação, dirigidas por aparelhos especiais, como colposcopia ou ultrassonografia e cerebral estereotáxica. Não é necessário que o tamanho seja exagerado. Com os recursos hoje disponíveis, fragmentos às vezes diminutos são suficientes para diagnóstico, desde que obtidos de locais apropriados, retirados com os devidos cuidados e processados convenientemente. Biópsias de lesões ulceradas devem conter a margem de transição (margem de segurança) entre a úlcera e os tecidos adjacentes e subjacentes; material obtido deve ser colocado em fixador > Biópsias pequenas ressecam rapidamente e, assim, podem se tornar inadequadas para diagnóstico anatomopatológico; O fixador universal é o formaldeído a 4% (ou seja, formol bruto a 10%), tamponado (pH =7,2), para que se preservem a morfologia e a integridade das moléculas que podem ser alvo de testes complementares; Demora na fixação do espécime, fixação em volume inadequado ou uso de fixador impróprio (concentração e pH) degrada macromoléculas (DNA, RNA e proteínas) e dificulta ou impede testes moleculares diagnósticos, prognósticos ou preditivos, como imuno-histoquímica, hibridação in situ, sequenciamento e expressão gênica por RT-PCR . -pós-morte > 1. Citopatológico 2. Histopatológico 3. Necrópsia - exame post-mortem de órgãos para se determinar a causa da morte e conhecer as lesões e as doenças existentes; ➔ Parâmetros usados na descrição das lesões 1. Distribuição - dizer se a lesão é focal (1 lesão), multifocal (múltiplas lesões distribuídas pelo órgão e separadas entre si por tecido não afetado), multifocal a coalescente (quando alguns focos de lesões multifocais se juntam/coalescem formando um foco maior/ indica lesão antiga), miliar (quando os focos são numerosos e diminutos) ou difusa (quando aparece em todo um órgão ou sistema); Segmentar, Simétrica, Aleatória e Localização; 2. coloração - esverdeada, amarelada, translúcida, azulada, preta, marrom, esbranquiçada, avermelhada e etc; conhecer o normal é fundamental; ex. órgãos com maior quantidade de sangue são mais escuros como baço, fígado e rim (exceto o do gato que é amarelado devido a capacidade fisiológica de acumular tecido adiposo); tecidos com quociente sangue/tecido baixo possuem geralmente cor mais clara como os pulmões eencéfalo ; ➔ Vermelha: fezes com cor de graxa esverdeado quer dizer que possui pigmento biliverdina; sangue preto = sangue digerido (melena); lesão com cor vermelho viva ou vermelho escuro quer dizer em geral que tem maior quantidade de sangue naquele tecido; pode ser hiperemia, congestão passiva, anemia e hemorragia. ➔ Amarela: pode ser inflamação, lipidose hepática, edema, icterícia (vista principalmente em mucosas e tecidos com grande quantidade de elastina como artérias, fáscia de músculos, meninges e superfícies articulares), acúmulo de gordura, queratina, fibrina; exsudato purulento (abscessos) pode ser amarelo; As principais causas de hiperbilirrubinemia e, consequentemente, de icterícia: hemólise ( icterícia pré-hepática ), com produção excessiva de bilirrubina não-conjugada; redução na tomada, conjugação ou secreção da bilirrubina pelo hepatócito ( icterícia hepática ou tóxica ), como consequência de lesão hepática difusa grave, aguda ou crônica; e retardamento no fluxo da bile ou colestase (icterícia pós-hepática ) por obstrução dos ductos biliares extra-hepáticos ( colestase extra-hepática ) OU impedimento do fluxo dentro dos canalículos ( colestase intra-hepática ). ➔ preta : Lesões (ou estruturas que podem ser confundidas com lesões) pretas incluem melanose, pseudomelanose, melanoma, sangue digerido e antracose; Manchas escuras nos tecidos muitas vezes são depósitos normais de melanina, como ocorre na íntima de grandes vasos, nas meninges, na mucosa do esôfago, nos pulmões e em outros tecidos de animais muito pigmentados, com, por exemplo, de ovinos de raça de cara negra; A pseudomelanose é uma alteração da cor dos tecidos em contato com os intestinos. Essa alteração resulta da combinação do sulfeto de hidrogênio (produzido por bactérias da putrefação no intestino) com o ferro liberado da hemólise pós-mortal de eritrócitos. O sulfeto de ferro é um pigmento que mancha os tecidos de azul-acinzentado, verde ou preto . Manchas pretas de significado patológico ocorrem associadas a tumores de melanócitos ( melanomas ) que produzem grande quantidade de melanina, um pigmento preto. Sangue digerido é preto e linfonodos do hilo pulmonar de cães podem ser pretos em conseqúuência da inalação de carvão da queima de combustíveis ou de alguma outra origem > alteração não tem importância clínica e é denominada antracose; Lesões causadas por infecções por fungos pigmentados podem dar uma cor preta à lesão, fica ainda mais evidente se ocorre em tecidos claros como o encéfalo. ➔ Verde: manchas verdes podem ocorrer como parte do processo de pseudomelanose e de exsudato eosinofílico, principalmente miosite eosinofílica; Dependendo do estágio de metabolismo, o pigmento biliar pode ser verde; Clorelose (infecções por algas do gênero Chlorella, que produzem pigmento verde associado à lesão), locais de injeções e deposição de biuratos de amônia na bexiga causam lesões verdes características. ➔ Translúcida: Lesões que consistem de líquidos translúcidos (incolores ou citrinos, que deixam passar a luz) indicam cistos ou transudatos , isto é intersticial edema cavitário (ascite); Por vezes o edema cavitário é amarelo Citrino, mas translúcido. 3. consistência - firme, amolecida, gelatinosa, viscosidade, etc 4. Forma - nodular, etc. 5. Localização - dizer se é bilateral ou unilateral ; simétrica (usada em órgaos pares como os rins, ovários etc) ou assimétrica etc; simetria na localização das lesões indica causa sistêmica ; aleatória (quando as lesões não seguem um padrão anatômico; ex. pontos de necrose distribuídos aleatoriamente no parênquima hepático; usamos em fígado por exemplo) ou segmentar (indicam que uma porção definida do órgão está anormal; maioria das vezes essa porção é definida por uma unidade vascular); 6. Tamanho - em centímetros; com régua; 7. Extensão - 8. evolução ou idade do processo - agudo ou crônico 9. significado clínico 10. odor 11. som ● Etiologia das doenças -causas por agentes patogênicos, sendo estes qualquer coisa que cause problema à um organismo vivo; 1. Agentes físicos - podem ser força mecânica (traumas como acidente por exemplo podendo causar morte das células ou prejudicar o suprimento de sangue aos tecidos); radiações (pode causar neoplasias, mutação genética e morte celular) e temperatura (calor ou frio extremo); 2. Agentes químicos - substâncias químicas, toxinas exógenas e endógenas (ex. animal comer ovo cru não é indicado pois ele pode ingerir Salmonella; comer palmito cru pode ter o clostridium causador do botulism o), drogas como os fármacos; e poluentes; há fármacos que podem ser hepatotóxicos, nefrotóxicos, cardiotóxico, neurotóxico, idiosincrasias ( aqueles fármacos que são tóxicos especificamente à uma determinada espécie como o paracetamol nos gatos;); drogas cumarínicas são tóxicos pois são anticoagulantes (o animal não consegue coagular o sangue e morre sangrando); drogas carbamatos causa paralisia do diafragma (o animal não consegue respirar direito); ex. doxiciclina tem ação caustica causando necrose transmural acontecendo alteração em todas as camadas das paredes de órgãos tubulares ; AINES (ácido acetilsalicílico, indometacina, fenilbutazona etc.) causa úlcera gástrica porque impede formação da prostaglandina, e esta é importante pois estimula a formação de bicarbonato, aumenta a produção de mucina, e promove vasodilatação. intestino tem 4 camadas: mucosa, membrana basal, submucosa, muscular, serosa. erosão - perda da mucosa; não há sangramento; úlcera - ocorre perda da membrana basal e outras camadas, por isso há sangramento; pode ser classificada em superficial e profunda, esta última ainda pode ter a úlcera gástrica perfurada (quando atinge a membrana serosa); 3. Agentes biológicos - endo e ectoparasitas, fungos, bactérias, vírus, príons. OBS: sangue no estômago: esse animal tinha hemorragia gástrica ou esse animal morreu de algo com muito sangue como por exemplo ruptura de baço, fígado; úlceras ativas ou agudas: tem sangue ainda; úlceras crônicas: não tem sangue preto: sangue digerido - melena; biliverdina: fezes com sangue esverdeado ou cor de graxa ; OBS: ectoscopia - avaliação externa do animal morto; ex. avaliar coloração das mucosas, presença de ectoparasitas, secreções em cavidade nasal, oral ou do conduto auditivo, avaliar cavidade oral, presença de neoplasias, hematomas, anatomia anormal dos membros e do corpo, presença de alopecia, presença de fezes ou sangue no ânus do animal. de acordo com a coloração da mucosa o animal pode estar com cianose - mucosa azulada, quer dizer que o animal estava com hematose inadequada, ou seja, estava com oxigenação inadequada; pif - causa lesões piogranulomatosas nos órgãos de gato; piogranulomas; pericardiocom pus - pericardite; geralmente causada por E. coli; presença de trematódeo nas vias biliares - platynossomun; parasita do estômago de gato mais comum - Visaloptera; ● Aspectos cronológicos de uma doença ou processo patológico -um agente irá entrar no corpo do animal, ou seja, irá iniciar uma ação sobre um organismo vivo e irá passar por um período de incubação, nesse tempo o animal não apresenta manifestações da infecção, mas com o passar do tempo ele passa por um período podrômico onde ele passa a manifestar sinais inespecíficos como anorexia e febre. Depois ele pode entrar no período de estado onde ele apresenta sinais típicos da infecção e nessa fase ele pode evoluir e vim à óbito, pode ter complicações onde o agente causa alterações irreversíveis, pode ter a cronificação da doença ou apresentar cura. TÉCNICAS DE NECRÓPSIA -necrópsia é ver ou examinar o animal morto; é a avaliação do cadáver; -enquanto que a autópsia: é o que exame de si mesmo. -materiais usados: faca curva para desarticulação de membros e esfola; faca reta para abertura do cadáver do animal e exame de vísceras; arco de serra para corte de crânio; machado médio; pinça dente de rato e anatômica para fixação das vísceras durante o exame; trena para medição das estruturas encontradas na necrópsia e frasco com formol a 10% para caso de colheita de material; bisturi; -tipos de técnicas de necropsia ou de evisceração (remoção dos órgãos das cavidades): 1. Técnica de Ghon ou técnica em blocos - necrópsia em blocos; mais usada na rotina; órgãos cervicais e torácicos, os órgãos abdominais e o sistema urogenital são removidos como blocos de órgãos separados; permite a preservação da relação anatômica; retirada de blocos de órgãos funcionalmente e anatomicamente relacionados; 2. Técnica de Letulle ou técnica em monoblocos - mais usada em filhotes por terem órgãos menores; necrópsia em monobloco; os órgãos são removidos juntos; pelos órgãos serem maiores em animais adultos o manuseio é dificultado, por isso é menos usada; mais junto com a técnica de ghon são as mais usadas; 3. Técnica de Rokitansky - necrópsia in situ onde o necropsista examina os órgãos dentro da cavidade retira pequenos fragmentos dos órgãos e depois os órgãos são retirados um a um da cavidade; examinados no sítio anatômico ( dissecção visceral in situ e análise das extruturas anatômicas in locu), sendo retirados isoladamente logo em seguida. 4. Técnica de Virchow - é uma necópsia com isolamento de órgãos, ou seja, o necropsista irá retirar cada um órgão um a um, examiná-los separadamente. E após o exame os órgaos são colocados novamente na cavidade torácica e abdominal do ser humano; usada em humanos; -as técnicas mudam de acordo com a espécie; ex. em monogástricos (carnívoros (cão, gato) e onívoros (suínos)) tira-se intestino delgado e intestino grosso juntos; em monogástrico herbívoro (equino) que possui um intestino grosso maior, tira-se primeiro ele e depois o intestino delgado; não se tira os intestinos juntos; em poligástricos herbívoros (bovino) que possui um estômago com 4 cavidades (pré-estomagos) muito volumoso, tira-se primeiro os pré estômagos e depois os intestinos; nesse caso, o animal fica em decúbito lateral direito para retirada do estômago. - Etapas da necropsia: ➔ Identificação do cadáver - procurar saber do histórico clínico do animal; raça, idade, sexo, peso, condições de manejo, alimentação, densidade populacional, sintomas, tempo de duração da doença, sobre outros animais que adoeceram ou morreram, aspectos de flora e fauna; ➔ Ectoscopia - ➔ Desarticulação de membros e avaliação de linfonodos - os linfonodos principais da região torácica avaliada são os linfonodos cervicais superficiais e linfonodos axilares; os linfonodos da região caudal pélvica do animal avaliados são os linfonodos inguinais e linfonodos poplíteo; a desarticulação do membro pélvico é feito com o movimento da faca de forma mais circular; ➔ Corte do animal desde a região mentoniana até a região pré-vulvar na fêmea; ➔ rebater a pele junto com as glândulas mamárias ➔ fazer a avaliação de subcutâneo e dos linfonodos inguinais ➔ Abertura de cavidade abdominal - abaixo do arco costal ➔ Retirada omento + baço ➔ Retirada intestinos - deixando um pedaço do começo do duodeno para permitir a realização do teste do colédoco; em bovinos esse teste precisa ser feito e em equinos não precisa pois ele não possui vesícula biliar; ➔ Retirada estômago-pâncreas-fígado + começo do duodeno - ➔ Retirada genito-urinário ➔ Abertura da cavidade torácica ➔ Remoção língua-esôfago + traqueia-pulmões-coração - coração é removido dentro do saco pericárdico; ➔ Remoção da cabeça ➔ Remoção do encéfalo ➔ Avaliação língua-esôfago + traqueia-pulmões-coração ➔ Avaliação baço ➔ Avaliação genito-urinário ➔ Avaliação estômago-pâncreas-fígado ➔ Avaliação intestinos ➔ Teste da costela - feito para avaliação da resistência óssea; ➔ Avaliação de articulações dos membros ➔ Remoção dos bulbos oculares OBS: o líquido cefalorraquidiano e o líquido sinovial dos equinos é mais amarelado que nas outras espécies; presença de líquido - amarelado ou esverdeado > pus > formado pelas células inflamatórias de defesa do nosso corpo com bactérias mortas ou não; com presença de neutrófilos ; quer dizer que nesse local tem pus, bastante neutrófilo e está inflamado. quando o líquido tem fibrina - Quando a lesão vascular é mais intensa permitindo a saída de moléculas grandes, o líquido extravasado (plasma) será rico em proteínas, especialmente fibrinogênio, formando uma rede de fibrina no território inflamado e é chamado de exsudato fibrinoso ; não transparente; cheio de células; inflamação. ex. peritonite infecciosa felina; Edema - transparente; se estiver na cavidade abdominal - ascite; ex. doença de chagas; ALTERAÇÕES POST MORTEN -o conhecimento é importante para ajudar na diferenciação das alterações ante morte que podem ter contribuído para o óbito do animal; e ajuda no diagnóstico da causa do óbito; -MORTE: É UM PROCESSO DINÂMICO, CONTÍNUO, COMPLEXO, DEFINITIVO E IRREVERSÍVEL; -dinâmico > ocorrem vários eventos sucessivos que nos permitem dizer o tempo de morte do animal; -a forma em que o animal vem a morrer pode ser classificada em: 1. Ortotanásia : morte espontânea; animal morre por conta de alterações do próprio corpo dele; ex. animal geriátrico; animal com tumores; 2. Eutanásia : morte induzida; o animal não deve sentir dor; médico deve levar em consideração o bem estar do animal; 3. Distanásia ou iatrogênica : morte infligida; óbito por causa criminosa; ex. animalque morreu por atropelamento, envenamento, cirurgia onde ocorreu hemorragia e o animal morreu. - Cronotanatognose - é o conhecimento do tempo de morte do animal; do grego: • khrónos = tempo, • thanatos = morte ( Tanatologia ), • gnosis = conhecimento -Fases das alterações cadavéricas (dinâmica sequencial que podem sobrepor): 1. Fase fresca : esfriamento (algor mortis) e rigor (rigor mortis); 2h a 3h; esfriamento do cadáver, se instala 1 a 24 horas após a morte; o rigor mortis aparece mais ou menos 3 a 6 horas depois da morte e dura aproximadamente 24 horas; 2. Fase cromática ou de coloração : embebições (hemoglobina e bilirrubina) e pseudomelanose (essa alteração é feita por bactérias); ocorre deposição de pigmentos por conta das enzimas lisossômicas que realizam digestão de tecidos e componentes do corpo, alterando a cor do corpo do animal; 3. Fase gasosa ou enfisematosa : ptomaínas (ofensivo) + putrescina e cadaverina; há formação de gases por bactérias butrefativas anaeróbicas que por falta de oxigenio por conta da morte do animal morrem as bactérias aeróbicas sobrevindo só as anaeróbicas que passam a fazer respiração anaeróbica (fermentação) produzindo ptomaínas, putrescina e cadaverina que dão um odor fétido ao cadáver; 4. Fase coliquativa ou de liquefação: dissolução pútrida; os órgãos perdem consistência; mais facilmente observado em órgãos parenquimatosos como o baço; órgão fica tipo uma papa; significa que o animal está morto há mais tempo; 5. Fase de esqueletização: microbiota + insetos (4ªsemana a 6 meses); desintegração da pele, tecidos moles e certos orgãos devido ao processo de liquefação; reduz o corpo à ossos; -Diferenciar alterações post mortem de alterações patológicas (ante mortem). -Tem-se as Alterações post mortem abióticas (ocorrem independentemente da proliferação de microorganismos): 1. IMEDIATAS - são os sinais presentes quando se constata o óbito do animal; devo ver se há ausência de sensibilidade superficial (SNP) e profunda (SNC) à dor no animal; ex. parada das funções cardio-respiratórias; Insensibilidade, arreflexia ou ausência de reflexos, inconsciência, imobilidade e inconsciência; 2. MEDIATAS OU CONSECUTIVAS (AUTÓLISE) - elas precisam de um tempo para aparecer; essas alterações ocorrem por conta da digestão feita por enzimas lisossômicas (autólise); ➔ Hipostase cadavéricao ou Livor mortis - quando o animal morre há parada cardiovascular e o coração para, daí o sangue passa a sofrer ação da gravidade; porção inferior do cadáver fica extensamente vermelha por causa da deposição de sangue nas partes mais baixas. Dependendo do local onde o cadáver permaneceu, observam-se padrões bem demarcados, reproduzindo o relevo da superfície sobre a qual o suíno permaneceu após a morte; Esses padrões bem demarcados podem ser geométricos; Os grandes músculos da porção inferior da carcaça ficam pressionados pelo peso do suíno, expulsando o sangue dessas áreas; Ao corte, essas massas musculares ficam pálidas; À medida que o intervalo post mortem aumenta, todos os músculos da carcaça ficam pálidos, conferindo-lhes aspecto de carne cozida; diferenciar de congestão hipostática > alteração ante mortem; acúmulo de sangue no vaso de uma certa regiao do corpo por causa da gravidade; tem edema, ou seja, há presença de espuma; ex. pessoas em coma que fica muito tempo em uma posição só; animais com tetraparesia ou tetraplégico; ➔ palidez cadavérica - o animal fica pálido meio rosado por conta da vasoconstrição dos vasos sanguíneos no momento da morte; diferenciar de palidez ante morte; pigmentação melânica (melanose), focal ou difusa, é normal e comum em várias raças caninas e aumenta com a idade; consequência do acúmulo de melanócitos nessa região; Na icterícia - mucosa oral apresenta -se difusamente corada de amarelo, sendo consequência de condições hemolíticas, afecções hepáticas ou obstruções de vias biliares; cianose - mucosa adquire coloração vermelho- azulada escura e indica alterações relacionadas com o funcionamento cardíaco, circulatório ou respiratório; nas anemias, a mucosa está extremamente pálida; Na metaemoglobinemia - intoxicação por nitritos ou nitratos que oxidam o ferro, não possibilitando o transporte de oxigênio pela hemoglobina, as mucosas tornam -se acastanhadas; ➔ frialdade (Algor mortis) - animal com corpo frio; frialdade cadavérica; ➔ rigidez muscular - Quando a fibra muscular não está sendo estimulada para se contrair, os íons cálcio são logo retirados das miofibrilas e devolvidos ao retículo endoplasmático; como resultado, o processo de contração cessa imediatamente. O relaxamento muscular, por conseguinte, necessita de energia. Após a morte, depois de curto período agônico de relaxamento muscular, o influxo de cálcio para as miofibrilas produz a contração muscular post mortem conhecida como rigor mortis ou rigor cadavérico. A depleção de ATP, que ocorre após a cessação dos mecanismos de produção de energia pela célula, impede a retirada do cálcio das miofibrilas (um processo ativo), e os músculos permanecem contraídos, enrijecidos . Como não há mais energia, o rigor mortis permanece até que as alterações autolíticas começam a dissolver os filamentos das miofibrilas, e o rigor desaparece ; começa 2h a 4h horas após a morte; duração 12 a 24h; Inicia -se pelos músculos da mandíbula, espalha- se caudalmente ao longo do tórax e extremidades e desaparece na mesma ordem sem apresentar recorrência; À medida que o tempo passa, os sistemas químicos se desintegram, as proteínas musculares degeneram e se tornam solúveis e o rigor tende a desaparecer; Quando a temperatura ambiente é alta, o rigor ocorre mais cedo e desaparece mais cedo . Em climas frios, a velocidade de desaparecimento é retardada e o rigor é acelerado se a morte acontece em animais com febre ou em temperaturas ambientes altas; Doenças como síndrome de estresse suíno, intermação e carbúnculo hemático aceleram o processo; rigor mortis começa mais cedo e é mais acentuado se antes da morte houve atividade muscular vigorosa, como se dá no tétano e na intoxicação por estricnina. Podem -se passar várias horas antes que o rigor mortis ocorra em cadáveres de animais caquéticos; nesse caso, ocorre retração do bulbo ocular, e deve-se saber se isso é por conta do rigor mortes ou por conta de desidratação; coração é o primeiro músculo a entrar em rigor mortis e isso ocorre porque sua reserva de glicogênio é pequena, devido ao seu trabalho ininterrupto MECANISMO: - Fase de pré-rigor: glicogênio de reserva ; glicogênio ainda presente nas fibras musculares cardíacas mantém os ATPs necessários para o metabolismo das fibras musculares; - Fase de rigor: falta de ATP; consumo das reservas de glicogênio, há ausênciade ATP, resultando em forte união entre os miofilamentos de actina e miosina; - Fase de pós-rigor : enzimas proteolíticas ➔ coagulação sanguínea - Após a morte do animal, as células endoteliais começam a se degenerar devido à falta de oxigênio, daí elas começam a morrer e liberar a enzima tromboquinase, responsável por iniciar todo o processo de coagulação formando a fibrina; daí todo o sangue dentro do coração e dos grandes vasos rapidamente se coagula; O coágulo permanece no sistema cardiovascular até que enzimas celulares e bacterianas começem a digerir a fibrina desfazendo o coágulo, só que esse sangue líquido agora é denso e viscos o; coágulos post mortem podem ser classificados em dois tipos: - coágulo cruórico - é vermelho e constituído basicamente de hemácias; -coágulo lardáceo - é amarelo e constituído principalmente de plaquetas, fibrina e leucócitos; Em todas as espécies domésticas, exceto nos equídeos, sua presença pode ser indício de quadros de anemia grave ou de morte agônica prolongada. -coágulo misto importante diferenciar coágulos post mortem intracardíacos e intravasculares de trombos, que se formam ante mortem . coágulos - lisos, macios, brilhantes, elásticos e apresentam- se soltos dentro do sistema cardiovascular com o formato do vaso ou da câmara cardíaca; Trombos - opacos, superfície irregular, friáveis, inelásticos, com forma e tamanho variáveis, aderidos à parede interna (túnica íntima) do vaso e/ou ao endocárdio, deixando uma superfície rugosa e opaca ao serem retirados ; e ele pode se tornar mais resistente quando é substituído por tecido fibroso; Início: 2 h; Duração: 8h; MECANISMO: Fibrinogênio → Fibrina → Coágulo ➔ embebição pela hemoglobina - o coágulo formado pela trombina é digerido pelas enzimas lisossômicas daí as hemácias são rompidas daí liberam a hemoglobina que impregna por difusão passaiva os endoteliócitos do endocárdio e da túnica íntima dos vasos sanguíneos ficando com coloração alaranjada ; ocorre de 12 a 14h após a morte; diferenciar de hemorragia > nas hemorragias a cor é vermelho -escuras, profundas e a localização da cor é definida; na embebição a coloração é homogênea e alaranjada; OBS: aorta é amarela fisiologicamente. ➔ embebição pela bile - Coloração amarela ou esverdeada devido ao pigmento bilirrubina; a autólise da parede da vesícula biliar, por ação dos sais biliares, facilita a difusão dos pigmentos biliares (colebilirrubina). ocorre nas porções do fígado e em outros tecidos adjacentes à vesícula biliar; importante diferenciar a embebição de pseudomelanose > na embebição é uma cor amarelada próximo à região da vesícula biliar; já na pseudomelanose é cor esverdeada; ➔ deslocamento, torção, ruptura de vísceras post mort - no caso de ruptura quando tem alteração circulatória, a hemorragia se presente significa que o coração estava batendo quando rompeu > alteração ante mort; ruptura do estômago - quase sempre consequência da dilatação e ocorre como um esgarçamento da parede da curvatura maior, na qual a parede é mais fina e menos resistente à distensão; mais comum nos equinos, provavelmente pelo reduzido tamanho do estômago e pelo trânsito normalmente rápido do alimento, fazendo com que a parede do órgão não suporte bem a distensão . e a ruptura do estômago é comum no equino post mortem por conta do acúmulo de gases; Com a ruptura, há hemorragia e extravasamento do conteúdo estomacal para a cavidade abdominal, provocando irritação peritoneal, choque e morte; Se a sobrevida do animal ultrapassar 6 h após a ruptura, desenvolve- se peritonite difusa; ➔ Timpanismo post mortem - nos bovinos devemos diferenciar timpanismo patológico de timpanismo post morten (Meteorismo post-mortem) ; os bovinos para digestão de seus alimentos fazem um processo chamado de ruminar e eructar para eliminar gases gerados no processo de fermentação feito pelas bactérias do rúmen; quando o animal morre não ocorre mais o processo de eructação, por isso os gases ficam acumulados dentro do estômago, consequentemente o estômago distende-se muito; no ante morte o abdômen não está todo redondo e há linha de timpanismo; ante morte x post mortem OBS: processo da eructação - cinco estádios ou fases: -Estádio de separação: quando as bolhas gasosas formadas durante a fermentação ruminal normal atravessam a ingesta e se coalescem com o gás livre do saco dorsal; -Estádio de deslocamento: por uma contração do rúmen, o gás livre é deslocado para a frente e para baixo, em direção à cárdia; -Estádio de transferência: quando a cárdia se abre e o gás passa para o esôfago -Estádio esofágico: em que, por uma contração retrógrada do esôfago, o gás é empurrado para a faringe -Estádio faringopulmonar: pela abertura do esfíncter nasofaringiano, o gás passa aos pulmões, onde parte é absorvida e parte é exalada na expiração. timpanismo: classificado em primário e secundário; - timpanismo primário ou espumoso: essencialmente nutricional e resultante de falha no primeiro estádio da eructação; Normalmente é agudo, podendo ser crônico; falha é provocada pelo aumento da tensão superficial e estabilidade das bolhas gasosas que não se coalescem e ficam presas à ingesta na forma de espuma; Os agentes tensoativos ou são proteínas solúveis, presentes nas plantas (particularmente leguminosas), ou são resultantes do aumento da viscosidade do líquido ruminal (dietas ricas em concentrados e pobres em fibras, principalmente se a granulação do concentrado for muito fina). - timpanismo secundário ou patológico e de gás livre: é decorrente de alterações patológicas que afetam os outros estádios da eructação, principalmente os estádios 2, 3 e 4. Como o primeiro estádio não se altera (o gás atravessa normalmente a ingesta), o gás retido é o gás livre presente no saco dorsal (timpanismo de gás livre); O comprometimento patológico da eructação pode ser por atonia ruminal (estádio 2), obstruções físicas e funcionais da cárdia (estádio 3), como papilomas, fibromas ou corpos estranhos, e obstrução esofágica (estádio 4); Acidose láctica, aderências do rúmen ao peritônio parietal, secundárias à peritonite, ou mesmo alimento muito fibroso podem impedir a movimentação normal do rúmen; Uma das características do timpanismo secundário é a cronicidade; Independentemente do tipo de timpanismo, a morte, quando ocorre, é por anoxia. Com a dilatação dos pré- estômagos, há aumento da pressão intra abdominal, compressão sobre o diafragma, inibição dos movimentos respiratórios e desvio de grande volume de sangue para fora das vísceras abdominais. Ocorre também acentuado comprometimento da hemodinâmica das vísceras abdominais, compressão da veia cava caudal e redirecionamento do fluxo sanguíneo para as áreas craniais do animal ; animal acometidogeralmente é encontrado morto, com o abdome intensamente distendido e exsudação de sangue pelos orifícios naturais; O sangue é escuro e pouco coagulado (anoxia), e são comuns hemorragias puntiformes no tecido subcutâneo do pescoço e do tórax, na traqueia e nas serosas (ação da anoxia sobre o endotélio vascular) ; Há intensa congestão da porção cranial da cavidade torácica, edema e congestão pulmonares e isquemia por compressão do fígado, que se encontra pálido; Os membros pélvicos do animal apresentam- se pálidos; No esôfago: intensa congestão de sua porção cranial e média (segmento cervical do esôfago) e palidez intensa de sua porção caudal (segmento intratorácico), que sofre compressão devido à dilatação dos pré -estômagos > A essa delimitação evidente no esôfago dá- se o nome de linha de timpanismo ; - O conteúdo ruminal é espumoso no timpanismo primário e tem três fases distintas (sólida, líquida com partículas em suspensão e gasosa) no timpanismo secundário; Hérnia inguinal, ruptura de diafragma e prolapso de reto são frequentemente observados em animais que morrem com timpanismo > mas essas alterações podem ser achados post mortem; Para definir entre ante e post mortem, alterações circulatórias como congestão, edema e hemorragia são verificadas apenas antes da morte do animal . ➔ Opacidade de cristalino - o cristalino do olho do animal fica opaco; quando é alteração post mortem os dois olhos estão opacos e iguais; quando é alteração ante morte não é igual a opacidade, as vezes um ta mais afetado, e é causado por processo patológico. ➔ Descarga nasal - sanguinolenta > quando o animal morre aumenta a quantidade de líquido na cavidade torácica daí os vasos perdem a permeabilidade extravasando plasma para os pulmões e saindo no nariz; quando é alteração post-mortem o sangue é coagulado ou é um líquido ralo; quando é alteração ante morte é um sangue vivo; Epistaxe > hemorragia nasal; origem do sangue não necessariamente é a cavidade nasal; hemorragia pela narina pode ter origem na nasofaringe ou no sistema respiratório inferior; a originada no trato respiratório inferior, como nos casos de hemorragia pulmonar ou brônquica intensa, é chamada de hemoptise ; Epistaxe causas > trauma; exercício intenso em equídeos; inflamação; neoplasias; diáteses hemorrágicas; micose da bolsa gutural; e trombose da veia cava caudal em bovinos; pode ser ocasionada por processos inflamatórios agudos ou crônicos nos quais ocorre ulceração da mucosa; Neoplasias associadas à ruptura de vasos; ➔ Conteúdo/líquido ruminal saindo pela cavidade oral - quando esse líquido ruminal entra na traquéia post mortem, ou seja, depois do animal morrer não há alteração de mucosas da traquéia; mas quando esse líquido entra na traquéia ante mortem, ou seja, antes do animal morrer ocorre alteração das mucosas pois o líquido ruminal é bastante ácido ➔ Edema pulmonar - é uma alteração ante mortem; animal apresenta extravasamento de espuma pela cavidade nasal; líquido que extravasa dos capilares alveolares não alcança a luz alveolar, porque as junções do epitélio alveolar são mais oclusivas do que as junções do endotélio vascular; O excesso de líquido é drenado por via linfática; Contudo, se a quantidade de líquido no interstício ultrapassa a capacidade de drenagem linfática, ocorre extravasamento para o interior do alvéolo; é caracterizado pelo acúmulo de líquido nos alvéolos pulmonares, proveniente dos vasos sanguíneos ; comum em muitas doenças pulmonares; em decorrência de algum processo patológico ocorre diferenças de pressão dentro do vaso sanguíneo que faz com que o plasma extravase para fora e entre nos alvéolos, daí o fluido de edema que se acumula no alvéolo se mistura ao surfactante alveolar formando um líquido protéico e, em consequência dos movimentos respiratórios, ocorre formação de espuma , o que compromete ainda mais as trocas gasosas nos alvéolos, por impedir a entrada do ar inspirado no interior dos alvéolos; As causas são as mesmas causas gerais de edema, ou seja: aumento da pressão hidrostática, aumento da permeabilidade vascular, diminuição da pressão oncótica e obstrução da drenagem linfática; aumento da pressão hidrostática intravascular - favorece o extravasamento de líquido do compartimento vascular para o espaço intersticial e, posteriormente, para dentro dos alvéolos; ocorre nos casos de edema cardiogênico devido ao aumento da pressão nos vasos pulmonares em associação à estase sanguínea decorrente da insuficiência cardíaca esquerda ou bilateral; Outra causa de aumento da pressão hidrostática nos vasos pulmonares é a hipervolemia, que geralmente é iatrogênica, devido ao excesso na administração de fluidos IV, a qual pode ocorrer acidentalmente durante soroterapia; Tal excesso pode ser decorrente do volume excessivo ou simplesmente da alta velocidade de infusão da solução; em ambos os casos, haverá rápida expansão do volume plasmático, predispondo ao edema pulmonar; também ocorre nos casos de edema pulmonar neurogênico, devido à vasoconstrição sistêmica nos casos de lesão encefálica aguda; podem ocorrer congestão pulmonar e, em consequência, edema nos casos de traumas ou outras lesões agudas graves na região do hipotálamo, resultando em vasoconstrição periférica com aumento abrupto do aporte sanguíneo para os pulmões; aumento da permeabilidade vascular - ocorre nos casos em que há lesão do endotélio dos capilares alveolares; além de lesão do endotélio dos capilares alveolares, ocorre lesão no epitélio alveolar, particularmente nos pneumócitos tipo I; A lesão favorece o extravasamento de líquido para o lúmen alveolar, uma vez que, em condições normais, o revestimento alveolar é praticamente impermeável ao líquido intersticial; pode ser decorrente de diversas causas, como: inalação de gases nocivos, inclusive de oxigênio puro; toxinas sistêmicas; anafilaxia; estados de choque; e estágios iniciais dos processos inflamatórios do pulmão; diminuição da pressão oncótica do plasma - há diminuição acentuada na concentração de proteínas plasmáticas, particularmente a albumina, e, em consequência, o sangue perde sua capacidade de retenção de líquido intravascular pelo mecanismo osmótico; Como a hipoalbuminemia é uma condição sistêmica, o edema pulmonar, nesses casos, frequentemente está associado à ocorrência de edema em outros órgãos e tecidos, podendo estar associado a edema generalizado ou anasarca; A hipoalbuminemia tem causas variadas, como: subnutrição, que resulta em menor disponibilidade de aminoácidos para a síntese proteica; hepatopatias, uma vez que o fígado é responsável pela síntese da albumina sérica; e nefropatias ou enteropatias que cursem com perda proteica prolongada. obstrução linfática - extremamente rara; resulta de processos obstrutivos dos vasos linfáticos, como: linfadenites, linfossarcomas e linfangiomas;edema pulmonar caracteriza -se por pulmões úmidos, mais pesados do que o normal e que não se colapsam completamente quando o tórax é aberto. A superfície pleural é lisa e brilhante, os pulmões são hipocrepitantes, e flui líquido da superfície de corte do parênquima pulmonar ; Há líquido espumoso na traqueia e nos brônquios; Microscopicamente, o fluido de edema é eosinofílico (róseo, devido ao seu conteúdo proteico) e homogêneo e preenche todo o alvéolo; espuma rosa é porque tem hemácias; ➔ pseudoprolapso retal ou uterino - ocorre exteriorização da ampola retal por consequência de acúmulo de gases no estomago do animal que empurra os outros órgãos da cavidade consequentemente o reto ou o útero; é uma alteração pós-mortem quando não tem alterações circulatórias; diferenciar de prolapso de reto ou útero - nesse caso, tem alteração circulatórias; ante morte; OBS: líquido opaco e amarelado com grumos é patológico sempre!!! -Tem-se as Alterações post mortem bióticas ou transformativas - HETERÓLISE, putrefação ou decomposição (ocorrem dependentemente da proliferação de microorganismos): ➔ Pseudomelanose - as hemácias rompidas pelas enzimas lisossômicas liberam ferro, esse ferro se junta/reage com o ácido sulfídrico produzido por bactérias intestinais formando sulfureto de ferro que tem cor esverdeada; por isso na pseudomelanose o tecido está com coloração esverdeada; essa coloração passa para os outros órgãos à medida que se passa o tempo de morte. as pseudomelanoses intensas provavelmente tem acúmulo de sangue por conta da grande quantidade de ferro; melanose é alteração patológica de pigmentação; e é por conta do acúmulo de melanócitos; melanoma > isso já é um câncer; caracteriza-se por uma massa preta; ➔ enfisema cadavérico - acúmulo de gases no tecido subcutâneo produzido por bactérias produtoras de gases, sob as cápsulas do fígado, do baço e outros órgãos; ocorre acúmulo de bolhas; baço fica fofo; diferenciar de enfisema pulmonar que é ante mortem e é a distensão excessiva e anormal dos alvéolos associada à destruição de paredes alveolares, o que caracteriza excesso de ar nos pulmões; ➔ maceração - desprendimento de mucosas; a mucosa solta quando você pega/puxa; ➔ coliquação - órgão vira uma papa; Liquefação parenquimatosa post mortem; órgãos perdem a consistência; ➔ redução esquelética - desintegração de tecidos moles. ● Fatores que influenciam o aparecimento das alterações pós mortais 1. Temperatura ambiental > alta x baixa; 2. Tamanho do animal > muda a velocidade de resfriamento; 3. Estado nutricional: glicogênio muscular, escore corporal 4. Causa da morte: hipertermia, intoxicação 5. Cobertura tegumentar: lã e pêlo
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