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PATOLOGIA GERAL

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PATOLOGIA GERAL - INTRODUÇÃO 
 -é o estudo (logos) da doença (pathos); 
 - estudo das alterações estruturais/morfológicas, bioquímicas e funcionais nas células, 
 tecidos e órgãos que fundamentam uma doença/causadas por uma doença. 
 -Através do uso de técnicas moleculares, microbiológicas e morfológicas, tenta explicar os 
 porquês e as causas dos sinais e sintomas manifestados pelos pacientes enquanto fornece 
 uma base racional para a terapia e o cuidado clínico . 
 -dividido em 
 1. patologia geral - concentrada nas reações das células e tecidos aos estímulos 
 anormais e defeitos herdados; estuda os aspectos comuns às diferentes doenças 
 no que se referem às suas causas, mecanismos patogenéticos, lesões estruturais e 
 alterações da função. 
 2. patologia sistêmica/clínica ou especial - examina as alterações em tecidos e 
 órgãos especializados que são responsáveis por distúrbios que envolvem esses 
 órgãos; estuda as alterações patológicas específicas nos órgãos e sistemas; 
 se ocupa das doenças de um determinado órgão ou sistema (sistema respiratório, 
 cavidade oral etc.) ou estuda as doenças agrupadas por suas causas (doenças 
 infecciosas, doenças causadas por radiações etc.) 
 - se aborda primeiro os princípios da patologia geral e depois os processos específicos de 
 doença, na medida em que eles afetam órgãos ou sistemas em particular. 
 - aspectos de um processo de doença: 
 ● causa (etiologia): 
 ● mecanismos do desenvolvimento/ou formação da doença (patogenia ou 
 patogênese) : 
 ● alterações bioquímicas e estruturais induzidas nas células e órgãos do corpo 
 (alterações moleculares e morfológicas)/Afecção funcional/Fisiopatologia 
 ● Sinais e sintomas - inespecíficos da doença. 
 ● Lesões - específicas 
 1. Anatomia Patológica (macroscópica) 
 2. Histopatologia (microscópica) 
 ➔ Etiologia ou Causa - Reconhece-se que há duas classes principais de fatores 
 etiológicos: genéticos (p. ex., mutações herdadas e doenças associadas com 
 variantes genéticas, ou polimorfismo) e adquiridos (p. ex., infecciosos, nutricionais, 
 químicos, físicos); 
 ➔ Patogenia - refere-se à sequência de eventos na resposta das células ou tecidos ao 
 agente etiológico, desde o estímulo inicial à expressão final da doença; fundamental 
 para compreender como a doença se inicia e evolui, como essas alterações estão 
 relacionadas aos sinais clínicos nos diferentes estágios da enfermidade e como 
 proceder clinicamente de forma apropriada. 
 ➔ Alterações Moleculares e Morfológicas - referem-se às alterações estruturais nas 
 células ou tecidos que são características de uma doença ou diagnósticas de um 
 processo etiológico. 
 ➔ Perturbações Funcionais e Manifestações Clínicas - O resultado final das alterações 
 genéticas, bioquímicas e estruturais nas células e tecidos são as anormalidades 
 funcionais que levam às manifestações clínicas (sinais e sintomas) da doença, bem 
 como à sua progressão (curso clínico e consequência). 
 ➔ Diagnóstico 
 - ante-morte > 
 1. Citopatológico - avalia a célula; simplicidade, baixo custo e a rapidez do resultado; 
 permite avaliação imediata, o diagnóstico rápido, evitar a reconvocação do paciente 
 para nova coleta e, mais importante ainda, direcionar a coleta de outras amostras 
 para testes adicionais, como cultura para bactérias, fungos e bacilos 
 álcool-acidorresistentes (BAAR) em casos de inflamação granulomatosa, dosagem 
 de hormônios (p. ex., tireoglobulina e paratormônio) para distinção da origem 
 tireoidiana e paratireoidiana de um nódulo cervical, citometria de fluxo para 
 classificar lesão suspeita de linfoma de baixo grau ou extração de DNA e/ou RNA 
 para testes moleculares; 
 amostra obtida por meio de: raspados da pele ou de mucosas; secreções (da árvore 
 traqueobrônquica, do conteúdo de cistos, da expressão mamilar, do tubo 
 gastrointestinal); líquidos (serosas, urina, líquido amniótico etc.); punção aspirativa 
 por agulha fina guiada por palpação ou ultrassonografia. Nesta, lesões nodulares de 
 diversos órgãos (tireoide, mama, linfonodos etc.), sólidas ou císticas, podem ser 
 diagnosticadas com boa precisão; imprint . 
 2. Histopatológico - avalia as células, interstício e os tecidos; procedimento cirúrgico 
 invasivo; 
 Biópsias (procedimento cirúrgico), que podem ser feitas para diagnóstico e/ou 
 tratamento; 
 dois tipos principais de biópsia: ablativas ou excisionais , quando se faz a 
 extirpação ou exérese de toda a lesão; incisionais, quando se retira apenas parte da 
 lesão para diagnóstico; 
 Tipos particulares de biópsias diagnósticas são: curetagens, biópsias endoscópicas, 
 por agulha, por trepanação, dirigidas por aparelhos especiais, como colposcopia ou 
 ultrassonografia e cerebral estereotáxica. 
 Não é necessário que o tamanho seja exagerado. 
 Com os recursos hoje disponíveis, fragmentos às vezes diminutos são suficientes 
 para diagnóstico, desde que obtidos de locais apropriados, retirados com os devidos 
 cuidados e processados convenientemente. 
 Biópsias de lesões ulceradas devem conter a margem de transição (margem de 
 segurança) entre a úlcera e os tecidos adjacentes e subjacentes; 
 material obtido deve ser colocado em fixador > Biópsias pequenas ressecam 
 rapidamente e, assim, podem se tornar inadequadas para diagnóstico 
 anatomopatológico; O fixador universal é o formaldeído a 4% (ou seja, formol bruto a 
 10%), tamponado (pH =7,2), para que se preservem a morfologia e a integridade das 
 moléculas que podem ser alvo de testes complementares; Demora na fixação do 
 espécime, fixação em volume inadequado ou uso de fixador impróprio 
 (concentração e pH) degrada macromoléculas (DNA, RNA e proteínas) e dificulta ou 
 impede testes moleculares diagnósticos, prognósticos ou preditivos, como 
 imuno-histoquímica, hibridação in situ, sequenciamento e expressão gênica por 
 RT-PCR . 
 -pós-morte > 
 1. Citopatológico 
 2. Histopatológico 
 3. Necrópsia - exame post-mortem de órgãos para se determinar a causa da morte e 
 conhecer as lesões e as doenças existentes; 
 ➔ Parâmetros usados na descrição das lesões 
 1. Distribuição - dizer se a lesão é focal (1 lesão), multifocal (múltiplas lesões 
 distribuídas pelo órgão e separadas entre si por tecido não afetado), multifocal a 
 coalescente (quando alguns focos de lesões multifocais se juntam/coalescem 
 formando um foco maior/ indica lesão antiga), miliar (quando os focos são 
 numerosos e diminutos) ou difusa (quando aparece em todo um órgão ou sistema); 
 Segmentar, Simétrica, Aleatória e Localização; 
 2. coloração - esverdeada, amarelada, translúcida, azulada, preta, marrom, 
 esbranquiçada, avermelhada e etc; conhecer o normal é fundamental; 
 ex. órgãos com maior quantidade de sangue são mais escuros como baço, fígado e 
 rim (exceto o do gato que é amarelado devido a capacidade fisiológica de acumular 
 tecido adiposo); tecidos com quociente sangue/tecido baixo possuem geralmente 
 cor mais clara como os pulmões eencéfalo ; 
 ➔ Vermelha: fezes com cor de graxa esverdeado quer dizer que possui 
 pigmento biliverdina; sangue preto = sangue digerido (melena); lesão com cor 
 vermelho viva ou vermelho escuro quer dizer em geral que tem maior 
 quantidade de sangue naquele tecido; 
 pode ser hiperemia, congestão passiva, anemia e hemorragia. 
 ➔ Amarela: pode ser inflamação, lipidose hepática, edema, icterícia (vista 
 principalmente em mucosas e tecidos com grande quantidade de elastina 
 como artérias, fáscia de músculos, meninges e superfícies articulares), 
 acúmulo de gordura, queratina, fibrina; exsudato purulento (abscessos) pode 
 ser amarelo; 
 As principais causas de hiperbilirrubinemia e, consequentemente, de 
 icterícia: hemólise ( icterícia pré-hepática ), com produção excessiva de 
 bilirrubina não-conjugada; redução na tomada, conjugação ou secreção da 
 bilirrubina pelo hepatócito ( icterícia hepática ou tóxica ), como consequência 
 de lesão hepática difusa grave, aguda ou crônica; e retardamento no fluxo da 
 bile ou colestase (icterícia pós-hepática ) por obstrução dos ductos biliares 
 extra-hepáticos ( colestase extra-hepática ) OU impedimento do fluxo dentro 
 dos canalículos ( colestase intra-hepática ). 
 ➔ preta : Lesões (ou estruturas que podem ser confundidas com lesões) 
 pretas incluem melanose, pseudomelanose, melanoma, sangue digerido e 
 antracose; Manchas escuras nos tecidos muitas vezes são depósitos 
 normais de melanina, como ocorre na íntima de grandes vasos, nas 
 meninges, na mucosa do esôfago, nos pulmões e em outros tecidos de 
 animais muito pigmentados, com, por exemplo, de ovinos de 
 raça de cara negra; A pseudomelanose é uma alteração da cor dos tecidos 
 em contato com os intestinos. Essa alteração resulta da combinação do 
 sulfeto de hidrogênio (produzido por bactérias da putrefação no intestino) com 
 o ferro liberado da hemólise pós-mortal de eritrócitos. O sulfeto de ferro é um 
 pigmento que mancha os tecidos de azul-acinzentado, verde ou preto . 
 Manchas pretas de significado patológico ocorrem associadas a tumores de 
 melanócitos ( melanomas ) que produzem grande quantidade de melanina, 
 um pigmento preto. 
 Sangue digerido é preto e linfonodos do hilo pulmonar de cães podem ser 
 pretos em conseqúuência da inalação de carvão da queima de combustíveis 
 ou de alguma outra origem > alteração não tem importância clínica e é 
 denominada antracose; Lesões causadas por infecções por fungos 
 pigmentados podem dar uma cor preta à lesão, fica ainda mais evidente se 
 ocorre em tecidos claros como o encéfalo. 
 ➔ Verde: manchas verdes podem ocorrer como parte do processo de 
 pseudomelanose e de exsudato eosinofílico, principalmente miosite 
 eosinofílica; Dependendo do estágio de metabolismo, o pigmento biliar pode 
 ser verde; Clorelose (infecções por algas do gênero Chlorella, que produzem 
 pigmento verde associado à lesão), locais de injeções e deposição de 
 biuratos de amônia na bexiga causam lesões verdes características. 
 ➔ Translúcida: Lesões que consistem de líquidos translúcidos (incolores ou 
 citrinos, que deixam passar a luz) indicam cistos ou transudatos , isto é 
 intersticial edema cavitário (ascite); Por vezes o edema cavitário é amarelo 
 Citrino, mas translúcido. 
 3. consistência - firme, amolecida, gelatinosa, viscosidade, etc 
 4. Forma - nodular, etc. 
 5. Localização - dizer se é bilateral ou unilateral ; simétrica (usada em órgaos pares 
 como os rins, ovários etc) ou assimétrica etc; simetria na localização das lesões 
 indica causa sistêmica ; 
 aleatória (quando as lesões não seguem um padrão anatômico; ex. pontos de 
 necrose distribuídos aleatoriamente no parênquima hepático; usamos em fígado por 
 exemplo) ou segmentar (indicam que uma porção definida do órgão está anormal; 
 maioria das vezes essa porção é definida por uma unidade vascular); 
 6. Tamanho - em centímetros; com régua; 
 7. Extensão - 
 8. evolução ou idade do processo - agudo ou crônico 
 9. significado clínico 
 10. odor 
 11. som 
 ● Etiologia das doenças 
 -causas por agentes patogênicos, sendo estes qualquer coisa que cause problema à um 
 organismo vivo; 
 1. Agentes físicos - podem ser força mecânica (traumas como acidente por exemplo 
 podendo causar morte das células ou prejudicar o suprimento de sangue aos 
 tecidos); radiações (pode causar neoplasias, mutação genética e morte celular) e 
 temperatura (calor ou frio extremo); 
 2. Agentes químicos - substâncias químicas, toxinas exógenas e endógenas (ex. 
 animal comer ovo cru não é indicado pois ele pode ingerir Salmonella; comer palmito 
 cru pode ter o clostridium causador do botulism o), drogas como os fármacos; e 
 poluentes; há fármacos que podem ser hepatotóxicos, nefrotóxicos, cardiotóxico, 
 neurotóxico, idiosincrasias ( aqueles fármacos que são tóxicos especificamente à 
 uma determinada espécie como o paracetamol nos gatos;); drogas cumarínicas são 
 tóxicos pois são anticoagulantes (o animal não consegue coagular o sangue e morre 
 sangrando); drogas carbamatos causa paralisia do diafragma (o animal não 
 consegue respirar direito); 
 ex. doxiciclina tem ação caustica causando necrose transmural acontecendo 
 alteração em todas as camadas das paredes de órgãos tubulares ; AINES (ácido 
 acetilsalicílico, indometacina, fenilbutazona etc.) causa úlcera gástrica porque 
 impede formação da prostaglandina, e esta é importante pois estimula a formação 
 de bicarbonato, aumenta a produção de mucina, e promove vasodilatação. 
 intestino tem 4 camadas: mucosa, membrana basal, submucosa, muscular, serosa. 
 erosão - perda da mucosa; não há sangramento; 
 úlcera - ocorre perda da membrana basal e outras camadas, por isso há 
 sangramento; pode ser classificada em superficial e profunda, esta última ainda 
 pode ter a úlcera gástrica perfurada (quando atinge a membrana serosa); 
 3. Agentes biológicos - endo e ectoparasitas, fungos, bactérias, vírus, príons. 
 OBS: sangue no estômago: esse animal tinha hemorragia gástrica ou esse animal morreu 
 de algo com muito sangue como por exemplo ruptura de baço, fígado; 
 úlceras ativas ou agudas: tem sangue ainda; 
 úlceras crônicas: não tem 
 sangue preto: sangue digerido - melena; 
 biliverdina: fezes com sangue esverdeado ou cor de graxa ; 
 OBS: 
 ectoscopia - avaliação externa do animal morto; 
 ex. avaliar coloração das mucosas, presença de ectoparasitas, secreções em cavidade 
 nasal, oral ou do conduto auditivo, avaliar cavidade oral, presença de neoplasias, 
 hematomas, anatomia anormal dos membros e do corpo, presença de alopecia, presença 
 de fezes ou sangue no ânus do animal. 
 de acordo com a coloração da mucosa o animal pode estar com cianose - mucosa azulada, 
 quer dizer que o animal estava com hematose inadequada, ou seja, estava com oxigenação 
 inadequada; 
 pif - causa lesões piogranulomatosas nos órgãos de gato; piogranulomas; 
 pericardiocom pus - pericardite; geralmente causada por E. coli; 
 presença de trematódeo nas vias biliares - platynossomun; 
 parasita do estômago de gato mais comum - Visaloptera; 
 ● Aspectos cronológicos de uma doença ou processo patológico 
 -um agente irá entrar no corpo do animal, ou seja, irá iniciar uma ação sobre um organismo 
 vivo e irá passar por um período de incubação, nesse tempo o animal não apresenta 
 manifestações da infecção, mas com o passar do tempo ele passa por um período 
 podrômico onde ele passa a manifestar sinais inespecíficos como anorexia e febre. Depois 
 ele pode entrar no período de estado onde ele apresenta sinais típicos da infecção e nessa 
 fase ele pode evoluir e vim à óbito, pode ter complicações onde o agente causa alterações 
 irreversíveis, pode ter a cronificação da doença ou apresentar cura. 
 TÉCNICAS DE NECRÓPSIA 
 -necrópsia é ver ou examinar o animal morto; é a avaliação do cadáver; 
 -enquanto que a autópsia: é o que exame de si mesmo. 
 -materiais usados: faca curva para desarticulação de membros e esfola; faca reta para 
 abertura do cadáver do animal e exame de vísceras; arco de serra para corte de crânio; 
 machado médio; pinça dente de rato e anatômica para fixação das vísceras durante o 
 exame; trena para medição das estruturas encontradas na necrópsia e frasco com formol a 
 10% para caso de colheita de material; bisturi; 
 -tipos de técnicas de necropsia ou de evisceração (remoção dos órgãos das cavidades): 
 1. Técnica de Ghon ou técnica em blocos - necrópsia em blocos; mais usada na 
 rotina; órgãos cervicais e torácicos, os órgãos abdominais e o sistema urogenital 
 são removidos como blocos de órgãos separados; permite a preservação da 
 relação anatômica; retirada de blocos de órgãos funcionalmente e anatomicamente 
 relacionados; 
 2. Técnica de Letulle ou técnica em monoblocos - mais usada em filhotes por terem 
 órgãos menores; necrópsia em monobloco; os órgãos são removidos juntos; 
 pelos órgãos serem maiores em animais adultos o manuseio é dificultado, por isso é 
 menos usada; mais junto com a técnica de ghon são as mais usadas; 
 3. Técnica de Rokitansky - necrópsia in situ onde o necropsista examina os órgãos 
 dentro da cavidade retira pequenos fragmentos dos órgãos e depois os órgãos são 
 retirados um a um da cavidade; examinados no sítio anatômico ( dissecção visceral 
 in situ e análise das extruturas anatômicas in locu), sendo retirados isoladamente 
 logo em seguida. 
 4. Técnica de Virchow - é uma necópsia com isolamento de órgãos, ou seja, o 
 necropsista irá retirar cada um órgão um a um, examiná-los separadamente. E após 
 o exame os órgaos são colocados novamente na cavidade torácica e abdominal do 
 ser humano; usada em humanos; 
 -as técnicas mudam de acordo com a espécie; 
 ex. em monogástricos (carnívoros (cão, gato) e onívoros (suínos)) tira-se intestino delgado 
 e intestino grosso juntos; 
 em monogástrico herbívoro (equino) que possui um intestino grosso maior, tira-se primeiro 
 ele e depois o intestino delgado; não se tira os intestinos juntos; 
 em poligástricos herbívoros (bovino) que possui um estômago com 4 cavidades 
 (pré-estomagos) muito volumoso, tira-se primeiro os pré estômagos e depois os intestinos; 
 nesse caso, o animal fica em decúbito lateral direito para retirada do estômago. 
 - Etapas da necropsia: 
 ➔ Identificação do cadáver - procurar saber do histórico clínico do animal; raça, 
 idade, sexo, peso, condições de manejo, alimentação, densidade populacional, 
 sintomas, tempo de duração da doença, sobre outros animais que adoeceram ou 
 morreram, aspectos de flora e fauna; 
 ➔ Ectoscopia - 
 ➔ Desarticulação de membros e avaliação de linfonodos - os linfonodos principais 
 da região torácica avaliada são os linfonodos cervicais superficiais e linfonodos 
 axilares; os linfonodos da região caudal pélvica do animal avaliados são os 
 linfonodos inguinais e linfonodos poplíteo; 
 a desarticulação do membro pélvico é feito com o movimento da faca de forma mais 
 circular; 
 ➔ Corte do animal desde a região mentoniana até a região pré-vulvar na fêmea; 
 ➔ rebater a pele junto com as glândulas mamárias 
 ➔ fazer a avaliação de subcutâneo e dos linfonodos inguinais 
 ➔ Abertura de cavidade abdominal - abaixo do arco costal 
 ➔ Retirada omento + baço 
 ➔ Retirada intestinos - deixando um pedaço do começo do duodeno para permitir a 
 realização do teste do colédoco; em bovinos esse teste precisa ser feito e em 
 equinos não precisa pois ele não possui vesícula biliar; 
 ➔ Retirada estômago-pâncreas-fígado + começo do duodeno - 
 ➔ Retirada genito-urinário 
 ➔ Abertura da cavidade torácica 
 ➔ Remoção língua-esôfago + traqueia-pulmões-coração - coração é removido 
 dentro do saco pericárdico; 
 ➔ Remoção da cabeça 
 ➔ Remoção do encéfalo 
 ➔ Avaliação língua-esôfago + traqueia-pulmões-coração 
 ➔ Avaliação baço 
 ➔ Avaliação genito-urinário 
 ➔ Avaliação estômago-pâncreas-fígado 
 ➔ Avaliação intestinos 
 ➔ Teste da costela - feito para avaliação da resistência óssea; 
 ➔ Avaliação de articulações dos membros 
 ➔ Remoção dos bulbos oculares 
 OBS: o líquido cefalorraquidiano e o líquido sinovial dos equinos é mais amarelado que nas 
 outras espécies; 
 presença de líquido - amarelado ou esverdeado > pus > formado pelas células inflamatórias 
 de defesa do nosso corpo com bactérias mortas ou não; com presença de neutrófilos ; quer 
 dizer que nesse local tem pus, bastante neutrófilo e está inflamado. 
 quando o líquido tem fibrina - Quando a lesão vascular é mais intensa permitindo a 
 saída de moléculas grandes, o líquido extravasado (plasma) será rico em proteínas, 
 especialmente fibrinogênio, formando uma rede de fibrina no território inflamado e é 
 chamado de exsudato fibrinoso ; não transparente; cheio de células; inflamação. 
 ex. peritonite infecciosa felina; 
 Edema - transparente; se estiver na cavidade abdominal - ascite; 
 ex. doença de chagas; 
 ALTERAÇÕES POST MORTEN 
 -o conhecimento é importante para ajudar na diferenciação das alterações ante 
 morte que podem ter contribuído para o óbito do animal; e ajuda no diagnóstico da 
 causa do óbito; 
 -MORTE: É UM PROCESSO DINÂMICO, CONTÍNUO, COMPLEXO, DEFINITIVO E 
 IRREVERSÍVEL; 
 -dinâmico > ocorrem vários eventos sucessivos que nos permitem dizer o tempo de 
 morte do animal; 
 -a forma em que o animal vem a morrer pode ser classificada em: 
 1. Ortotanásia : morte espontânea; animal morre por conta de alterações do 
 próprio corpo dele; ex. animal geriátrico; animal com tumores; 
 2. Eutanásia : morte induzida; o animal não deve sentir dor; médico deve levar 
 em consideração o bem estar do animal; 
 3. Distanásia ou iatrogênica : morte infligida; óbito por causa criminosa; 
 ex. animalque morreu por atropelamento, envenamento, cirurgia onde 
 ocorreu hemorragia e o animal morreu. 
 - Cronotanatognose - é o conhecimento do tempo de morte do animal; 
 do grego: 
 • khrónos = tempo, 
 • thanatos = morte ( Tanatologia ), 
 • gnosis = conhecimento 
 -Fases das alterações cadavéricas (dinâmica sequencial que podem sobrepor): 
 1. Fase fresca : esfriamento (algor mortis) e rigor (rigor mortis); 2h a 3h; 
 esfriamento do cadáver, se instala 1 a 24 horas após a morte; o rigor mortis 
 aparece mais ou menos 3 a 6 horas depois da morte e dura aproximadamente 
 24 horas; 
 2. Fase cromática ou de coloração : embebições (hemoglobina e bilirrubina) e 
 pseudomelanose (essa alteração é feita por bactérias); ocorre deposição de 
 pigmentos por conta das enzimas lisossômicas que realizam digestão de 
 tecidos e componentes do corpo, alterando a cor do corpo do animal; 
 3. Fase gasosa ou enfisematosa : ptomaínas (ofensivo) + putrescina e 
 cadaverina; há formação de gases por bactérias butrefativas anaeróbicas que 
 por falta de oxigenio por conta da morte do animal morrem as bactérias 
 aeróbicas sobrevindo só as anaeróbicas que passam a fazer respiração 
 anaeróbica (fermentação) produzindo ptomaínas, putrescina e cadaverina que 
 dão um odor fétido ao cadáver; 
 4. Fase coliquativa ou de liquefação: dissolução pútrida; os órgãos perdem 
 consistência; mais facilmente observado em órgãos parenquimatosos como o 
 baço; órgão fica tipo uma papa; significa que o animal está morto há mais 
 tempo; 
 5. Fase de esqueletização: microbiota + insetos (4ªsemana a 6 meses); 
 desintegração da pele, tecidos moles e certos orgãos devido ao processo de 
 liquefação; reduz o corpo à ossos; 
 -Diferenciar alterações post mortem de alterações patológicas (ante mortem). 
 -Tem-se as Alterações post mortem abióticas (ocorrem independentemente da 
 proliferação de microorganismos): 
 1. IMEDIATAS - são os sinais presentes quando se constata o óbito do animal; 
 devo ver se há ausência de sensibilidade superficial (SNP) e profunda (SNC) 
 à dor no animal; 
 ex. parada das funções cardio-respiratórias; Insensibilidade, arreflexia ou 
 ausência de reflexos, inconsciência, imobilidade e inconsciência; 
 2. MEDIATAS OU CONSECUTIVAS (AUTÓLISE) - elas precisam de um tempo 
 para aparecer; essas alterações ocorrem por conta da digestão feita por 
 enzimas lisossômicas (autólise); 
 ➔ Hipostase cadavéricao ou Livor mortis - quando o animal morre há 
 parada cardiovascular e o coração para, daí o sangue passa a sofrer 
 ação da gravidade; porção inferior do cadáver fica extensamente vermelha 
 por causa da deposição de sangue nas partes mais baixas. Dependendo do 
 local onde o cadáver permaneceu, observam-se padrões bem demarcados, 
 reproduzindo o relevo da superfície sobre a qual o suíno permaneceu após a 
 morte; Esses padrões bem demarcados podem ser geométricos; Os grandes 
 músculos da porção inferior da carcaça ficam pressionados pelo peso do 
 suíno, expulsando o sangue dessas áreas; Ao corte, essas massas musculares 
 ficam pálidas; À medida que o intervalo post mortem aumenta, todos os 
 músculos da carcaça ficam pálidos, conferindo-lhes aspecto de carne cozida; 
 diferenciar de congestão hipostática > alteração ante mortem; acúmulo de 
 sangue no vaso de uma certa regiao do corpo por causa da gravidade; 
 tem edema, ou seja, há presença de espuma; 
 ex. pessoas em coma que fica muito tempo em uma posição só; animais com 
 tetraparesia ou tetraplégico; 
 ➔ palidez cadavérica - o animal fica pálido meio rosado por conta da 
 vasoconstrição dos vasos sanguíneos no momento da morte; 
 diferenciar de palidez ante morte; 
 pigmentação melânica (melanose), focal ou difusa, é normal e comum 
 em várias raças caninas e aumenta com a idade; consequência do 
 acúmulo de melanócitos nessa região; 
 Na icterícia - mucosa oral apresenta -se difusamente corada de 
 amarelo, sendo consequência de condições hemolíticas, afecções 
 hepáticas ou obstruções de vias biliares; 
 cianose - mucosa adquire coloração vermelho- azulada escura e indica 
 alterações relacionadas com o funcionamento cardíaco, circulatório ou 
 respiratório; 
 nas anemias, a mucosa está extremamente pálida; 
 Na metaemoglobinemia - intoxicação por nitritos ou nitratos que 
 oxidam o ferro, não possibilitando o transporte de oxigênio pela 
 hemoglobina, as mucosas tornam -se acastanhadas; 
 ➔ frialdade (Algor mortis) - animal com corpo frio; frialdade cadavérica; 
 ➔ rigidez muscular - Quando a fibra muscular não está sendo 
 estimulada para se contrair, os íons cálcio são logo retirados das 
 miofibrilas e devolvidos ao retículo endoplasmático; como resultado, o 
 processo de contração cessa imediatamente. O relaxamento muscular, 
 por conseguinte, necessita de energia. Após a morte, depois de curto 
 período agônico de relaxamento muscular, o influxo de cálcio para as 
 miofibrilas produz a contração muscular post mortem conhecida como 
 rigor mortis ou rigor cadavérico. A depleção de ATP, que ocorre após a 
 cessação dos mecanismos de produção de energia pela célula, 
 impede a retirada do cálcio das miofibrilas (um processo ativo), e os 
 músculos permanecem contraídos, enrijecidos . Como não há mais 
 energia, o rigor mortis permanece até que as alterações autolíticas 
 começam a dissolver os filamentos das miofibrilas, e o rigor 
 desaparece ; começa 2h a 4h horas após a morte; duração 12 a 24h; 
 Inicia -se pelos músculos da mandíbula, espalha- se caudalmente ao 
 longo do tórax e extremidades e desaparece na mesma ordem sem 
 apresentar recorrência; À medida que o tempo passa, os sistemas 
 químicos se desintegram, as proteínas musculares degeneram e se 
 tornam solúveis e o rigor tende a desaparecer; Quando a temperatura 
 ambiente é alta, o rigor ocorre mais cedo e desaparece mais cedo . Em 
 climas frios, a velocidade de desaparecimento é retardada e o rigor é 
 acelerado se a morte acontece em animais com febre ou em 
 temperaturas ambientes altas; Doenças como síndrome de estresse 
 suíno, intermação e carbúnculo hemático aceleram o processo; rigor 
 mortis começa mais cedo e é mais acentuado se antes da morte houve 
 atividade muscular vigorosa, como se dá no tétano e na intoxicação 
 por estricnina. Podem -se passar várias horas antes que o rigor mortis 
 ocorra em cadáveres de animais caquéticos; 
 nesse caso, ocorre retração do bulbo ocular, e deve-se saber se isso é 
 por conta do rigor mortes ou por conta de desidratação; 
 coração é o primeiro músculo a entrar em rigor mortis e isso ocorre 
 porque sua reserva de glicogênio é pequena, devido ao seu trabalho 
 ininterrupto 
 MECANISMO: 
 - Fase de pré-rigor: glicogênio de reserva ; glicogênio ainda presente 
 nas fibras musculares cardíacas mantém os ATPs necessários para o 
 metabolismo das fibras musculares; 
 - Fase de rigor: falta de ATP; consumo das reservas de glicogênio, há 
 ausênciade ATP, resultando em forte união entre os miofilamentos de 
 actina e miosina; 
 - Fase de pós-rigor : enzimas proteolíticas 
 ➔ coagulação sanguínea - Após a morte do animal, as células 
 endoteliais começam a se degenerar devido à falta de oxigênio, daí 
 elas começam a morrer e liberar a enzima tromboquinase, 
 responsável por iniciar todo o processo de coagulação formando a 
 fibrina; daí todo o sangue dentro do coração e dos grandes vasos 
 rapidamente se coagula; O coágulo permanece no sistema 
 cardiovascular até que enzimas celulares e bacterianas começem a 
 digerir a fibrina desfazendo o coágulo, só que esse sangue líquido 
 agora é denso e viscos o; 
 coágulos post mortem podem ser classificados em dois tipos: 
 - coágulo cruórico - é vermelho e constituído basicamente de 
 hemácias; 
 -coágulo lardáceo - é amarelo e constituído principalmente de 
 plaquetas, fibrina e leucócitos; Em todas as espécies domésticas, 
 exceto nos equídeos, sua presença pode ser indício de quadros de 
 anemia grave ou de morte agônica prolongada. 
 -coágulo misto 
 importante diferenciar coágulos post mortem intracardíacos e 
 intravasculares de trombos, que se formam ante mortem . 
 coágulos - lisos, macios, brilhantes, elásticos e apresentam- se soltos 
 dentro do sistema cardiovascular com o formato do vaso ou da câmara 
 cardíaca; 
 Trombos - opacos, superfície irregular, friáveis, inelásticos, com forma e 
 tamanho variáveis, aderidos à parede interna (túnica íntima) do vaso 
 e/ou ao endocárdio, deixando uma superfície rugosa e opaca ao serem 
 retirados ; e ele pode se tornar mais resistente quando é substituído por 
 tecido fibroso; 
 Início: 2 h; Duração: 8h; 
 MECANISMO: 
 Fibrinogênio → Fibrina → Coágulo 
 ➔ embebição pela hemoglobina - o coágulo formado pela trombina é 
 digerido pelas enzimas lisossômicas daí as hemácias são rompidas 
 daí liberam a hemoglobina que impregna por difusão passaiva os 
 endoteliócitos do endocárdio e da túnica íntima dos vasos sanguíneos 
 ficando com coloração alaranjada ; ocorre de 12 a 14h após a morte; 
 diferenciar de hemorragia > nas hemorragias a cor é vermelho -escuras, 
 profundas e a localização da cor é definida; na embebição a coloração 
 é homogênea e alaranjada; 
 OBS: aorta é amarela fisiologicamente. 
 ➔ embebição pela bile - Coloração amarela ou esverdeada devido ao 
 pigmento bilirrubina; a autólise da parede da vesícula biliar, por ação 
 dos sais biliares, facilita a difusão dos pigmentos biliares 
 (colebilirrubina). 
 ocorre nas porções do fígado e em outros tecidos adjacentes à 
 vesícula biliar; importante diferenciar a embebição de pseudomelanose 
 > na embebição é uma cor amarelada próximo à região da vesícula 
 biliar; já na pseudomelanose é cor esverdeada; 
 ➔ deslocamento, torção, ruptura de vísceras post mort - no caso de 
 ruptura quando tem alteração circulatória, a hemorragia se presente 
 significa que o coração estava batendo quando rompeu > alteração 
 ante mort; 
 ruptura do estômago - quase sempre consequência da dilatação e 
 ocorre como um esgarçamento da parede da curvatura maior, na qual a 
 parede é mais fina e menos resistente à distensão; mais comum nos 
 equinos, provavelmente pelo reduzido tamanho do estômago e pelo 
 trânsito normalmente rápido do alimento, fazendo com que a parede do 
 órgão não suporte bem a distensão . 
 e a ruptura do estômago é comum no equino post mortem por conta do 
 acúmulo de gases; 
 Com a ruptura, há hemorragia e extravasamento do conteúdo 
 estomacal para a cavidade abdominal, provocando irritação peritoneal, 
 choque e morte; Se a sobrevida do animal ultrapassar 6 h após a 
 ruptura, desenvolve- se peritonite difusa; 
 ➔ Timpanismo post mortem - nos bovinos devemos diferenciar 
 timpanismo patológico de timpanismo post morten (Meteorismo 
 post-mortem) ; os bovinos para digestão de seus alimentos fazem um 
 processo chamado de ruminar e eructar para eliminar gases gerados 
 no processo de fermentação feito pelas bactérias do rúmen; quando o 
 animal morre não ocorre mais o processo de eructação, por isso os 
 gases ficam acumulados dentro do estômago, consequentemente o 
 estômago distende-se muito; 
 no ante morte o abdômen não está todo redondo e há linha de 
 timpanismo; 
 ante morte x post mortem 
 OBS: processo da eructação - cinco estádios ou fases: 
 -Estádio de separação: quando as bolhas gasosas formadas durante a 
 fermentação ruminal normal atravessam a ingesta e se coalescem com 
 o gás livre do saco dorsal; 
 -Estádio de deslocamento: por uma contração do rúmen, o gás livre é 
 deslocado para a frente e para baixo, em direção à cárdia; 
 -Estádio de transferência: quando a cárdia se abre e o gás passa para 
 o esôfago 
 -Estádio esofágico: em que, por uma contração retrógrada do esôfago, 
 o gás é empurrado para a faringe 
 -Estádio faringopulmonar: pela abertura do esfíncter nasofaringiano, o 
 gás passa aos pulmões, onde parte é absorvida e parte é exalada na 
 expiração. 
 timpanismo: classificado em primário e secundário; 
 - timpanismo primário ou espumoso: essencialmente nutricional e 
 resultante de falha no primeiro estádio da eructação; 
 Normalmente é agudo, podendo ser crônico; falha é provocada 
 pelo aumento da tensão superficial e estabilidade das bolhas 
 gasosas que não se coalescem e ficam presas à ingesta na 
 forma de espuma; Os agentes tensoativos ou são proteínas 
 solúveis, presentes nas plantas (particularmente leguminosas), 
 ou são resultantes do aumento da viscosidade do líquido 
 ruminal (dietas ricas em concentrados e pobres em fibras, 
 principalmente se a granulação do concentrado for muito fina). 
 - timpanismo secundário ou patológico e de gás livre: é 
 decorrente de alterações patológicas que afetam os outros 
 estádios da eructação, principalmente os estádios 2, 3 e 4. 
 Como o primeiro estádio não se altera (o gás atravessa 
 normalmente a ingesta), o gás retido é o gás livre presente no 
 saco dorsal (timpanismo de gás livre); O comprometimento 
 patológico da eructação pode ser por atonia ruminal (estádio 2), 
 obstruções físicas e funcionais da cárdia (estádio 3), como 
 papilomas, fibromas ou corpos estranhos, e obstrução esofágica 
 (estádio 4); Acidose láctica, aderências do rúmen ao peritônio 
 parietal, secundárias à peritonite, ou mesmo alimento muito 
 fibroso podem impedir a movimentação normal do rúmen; Uma 
 das características do timpanismo secundário é a cronicidade; 
 Independentemente do tipo de timpanismo, a morte, quando 
 ocorre, é por anoxia. Com a dilatação dos pré- estômagos, há 
 aumento da pressão intra abdominal, compressão sobre o 
 diafragma, inibição dos movimentos respiratórios e desvio de 
 grande volume de sangue para fora das vísceras abdominais. 
 Ocorre também acentuado comprometimento da hemodinâmica 
 das vísceras abdominais, compressão da veia cava caudal e 
 redirecionamento do fluxo sanguíneo para as áreas craniais do 
 animal ; animal acometidogeralmente é encontrado morto, com 
 o abdome intensamente distendido e exsudação de sangue 
 pelos orifícios naturais; O sangue é escuro e pouco coagulado 
 (anoxia), e são comuns hemorragias puntiformes no tecido 
 subcutâneo do pescoço e do tórax, na traqueia e nas serosas 
 (ação da anoxia sobre o endotélio vascular) ; Há intensa 
 congestão da porção cranial da cavidade torácica, edema e 
 congestão pulmonares e isquemia por compressão do fígado, 
 que se encontra pálido; Os membros pélvicos do animal 
 apresentam- se pálidos; No esôfago: intensa congestão de sua 
 porção cranial e média (segmento cervical do esôfago) e palidez 
 intensa de sua porção caudal (segmento intratorácico), que 
 sofre compressão devido à dilatação dos pré -estômagos > A 
 essa delimitação evidente no esôfago dá- se o nome de linha 
 de timpanismo ; 
 - O conteúdo ruminal é espumoso no timpanismo primário e tem 
 três fases distintas (sólida, líquida com partículas em suspensão 
 e gasosa) no timpanismo secundário; Hérnia inguinal, ruptura 
 de diafragma e prolapso de reto são frequentemente observados 
 em animais que morrem com timpanismo > mas essas 
 alterações podem ser achados post mortem; Para definir entre 
 ante e post mortem, alterações circulatórias como congestão, 
 edema e hemorragia são verificadas apenas antes da morte do 
 animal . 
 ➔ Opacidade de cristalino - o cristalino do olho do animal fica opaco; 
 quando é alteração post mortem os dois olhos estão opacos e iguais; 
 quando é alteração ante morte não é igual a opacidade, as vezes um ta 
 mais afetado, e é causado por processo patológico. 
 ➔ Descarga nasal - 
 sanguinolenta > quando o animal morre aumenta a quantidade de 
 líquido na cavidade torácica daí os vasos perdem a permeabilidade 
 extravasando plasma para os pulmões e saindo no nariz; quando é 
 alteração post-mortem o sangue é coagulado ou é um líquido ralo; 
 quando é alteração ante morte é um sangue vivo; 
 Epistaxe > hemorragia nasal; origem do sangue não necessariamente 
 é a cavidade nasal; hemorragia pela narina pode ter origem na 
 nasofaringe ou no sistema respiratório inferior; a originada no trato 
 respiratório inferior, como nos casos de hemorragia pulmonar ou 
 brônquica intensa, é chamada de hemoptise ; Epistaxe causas > 
 trauma; exercício intenso em equídeos; inflamação; neoplasias; 
 diáteses hemorrágicas; micose da bolsa gutural; e trombose da veia 
 cava caudal em bovinos; pode ser ocasionada por processos 
 inflamatórios agudos ou crônicos nos quais ocorre ulceração da 
 mucosa; Neoplasias associadas à ruptura de vasos; 
 ➔ Conteúdo/líquido ruminal saindo pela cavidade oral - quando esse 
 líquido ruminal entra na traquéia post mortem, ou seja, depois do 
 animal morrer não há alteração de mucosas da traquéia; mas quando 
 esse líquido entra na traquéia ante mortem, ou seja, antes do animal 
 morrer ocorre alteração das mucosas pois o líquido ruminal é bastante 
 ácido 
 ➔ Edema pulmonar - é uma alteração ante mortem; animal apresenta 
 extravasamento de espuma pela cavidade nasal; 
 líquido que extravasa dos capilares alveolares não alcança a luz 
 alveolar, porque as junções do epitélio alveolar são mais oclusivas do 
 que as junções do endotélio vascular; O excesso de líquido é drenado 
 por via linfática; 
 Contudo, se a quantidade de líquido no interstício ultrapassa a 
 capacidade de drenagem linfática, ocorre extravasamento para o 
 interior do alvéolo; 
 é caracterizado pelo acúmulo de líquido nos alvéolos pulmonares, 
 proveniente dos vasos sanguíneos ; comum em muitas doenças 
 pulmonares; 
 em decorrência de algum processo patológico ocorre diferenças de 
 pressão dentro do vaso sanguíneo que faz com que o plasma 
 extravase para fora e entre nos alvéolos, daí o fluido de edema que se 
 acumula no alvéolo se mistura ao surfactante alveolar formando um 
 líquido protéico e, em consequência dos movimentos respiratórios, 
 ocorre formação de espuma , o que compromete ainda mais as trocas 
 gasosas nos alvéolos, por impedir a entrada do ar inspirado no interior 
 dos alvéolos; As causas são as mesmas causas gerais de edema, ou 
 seja: aumento da pressão hidrostática, aumento da permeabilidade 
 vascular, diminuição da pressão oncótica e obstrução da drenagem 
 linfática; 
 aumento da pressão hidrostática intravascular - favorece o 
 extravasamento de líquido do compartimento vascular para o espaço 
 intersticial e, posteriormente, para dentro dos alvéolos; ocorre nos 
 casos de edema cardiogênico devido ao aumento da pressão nos 
 vasos pulmonares em associação à estase sanguínea decorrente da 
 insuficiência cardíaca esquerda ou bilateral; Outra causa de aumento 
 da pressão hidrostática nos vasos pulmonares é a hipervolemia, que 
 geralmente é iatrogênica, devido ao excesso na administração de 
 fluidos IV, a qual pode ocorrer acidentalmente durante soroterapia; Tal 
 excesso pode ser decorrente do volume excessivo ou simplesmente da 
 alta velocidade de infusão da solução; em ambos os casos, haverá 
 rápida expansão do volume plasmático, predispondo ao edema 
 pulmonar; também ocorre nos casos de edema pulmonar neurogênico, 
 devido à vasoconstrição sistêmica nos casos de lesão encefálica 
 aguda; podem ocorrer congestão pulmonar e, em consequência, 
 edema nos casos de traumas ou outras lesões agudas graves na 
 região do hipotálamo, resultando em vasoconstrição periférica com 
 aumento abrupto do aporte sanguíneo para os pulmões; 
 aumento da permeabilidade vascular - ocorre nos casos em que há 
 lesão do endotélio dos capilares alveolares; além de lesão do 
 endotélio dos capilares alveolares, ocorre lesão no epitélio alveolar, 
 particularmente nos pneumócitos tipo I; A lesão favorece o 
 extravasamento de líquido para o lúmen alveolar, uma vez que, em 
 condições normais, o revestimento alveolar é praticamente 
 impermeável ao líquido intersticial; pode ser decorrente de diversas 
 causas, como: inalação de gases nocivos, inclusive de oxigênio puro; 
 toxinas sistêmicas; anafilaxia; estados de choque; e estágios iniciais 
 dos processos inflamatórios do pulmão; 
 diminuição da pressão oncótica do plasma - há diminuição acentuada 
 na concentração de proteínas plasmáticas, particularmente a albumina, 
 e, em consequência, o sangue perde sua capacidade de retenção de 
 líquido intravascular pelo mecanismo osmótico; Como a 
 hipoalbuminemia é uma condição sistêmica, o edema pulmonar, 
 nesses casos, frequentemente está associado à ocorrência de edema 
 em outros órgãos e tecidos, podendo estar associado a edema 
 generalizado ou anasarca; A hipoalbuminemia tem causas variadas, 
 como: subnutrição, que resulta em menor disponibilidade de 
 aminoácidos para a síntese proteica; hepatopatias, uma vez que o 
 fígado é responsável pela síntese da albumina sérica; e nefropatias ou 
 enteropatias que cursem com perda proteica prolongada. 
 obstrução linfática - extremamente rara; resulta de processos 
 obstrutivos dos vasos linfáticos, como: linfadenites, linfossarcomas e 
 linfangiomas;edema pulmonar caracteriza -se por pulmões úmidos, mais pesados do 
 que o normal e que não se colapsam completamente quando o tórax é 
 aberto. A superfície pleural é lisa e brilhante, os pulmões são 
 hipocrepitantes, e flui líquido da superfície de corte do parênquima 
 pulmonar ; Há líquido espumoso na traqueia e nos brônquios; 
 Microscopicamente, o fluido de edema é eosinofílico (róseo, devido ao 
 seu conteúdo proteico) e homogêneo e preenche todo o alvéolo; 
 espuma rosa é porque tem hemácias; 
 ➔ pseudoprolapso retal ou uterino - ocorre exteriorização da ampola 
 retal por consequência de acúmulo de gases no estomago do animal 
 que empurra os outros órgãos da cavidade consequentemente o reto 
 ou o útero; é uma alteração pós-mortem quando não tem alterações 
 circulatórias; 
 diferenciar de prolapso de reto ou útero - nesse caso, tem alteração 
 circulatórias; ante morte; 
 OBS: líquido opaco e amarelado com grumos é patológico sempre!!! 
 -Tem-se as Alterações post mortem bióticas ou transformativas - HETERÓLISE, 
 putrefação ou decomposição (ocorrem dependentemente da proliferação de 
 microorganismos): 
 ➔ Pseudomelanose - as hemácias rompidas pelas enzimas lisossômicas 
 liberam ferro, esse ferro se junta/reage com o ácido sulfídrico produzido por 
 bactérias intestinais formando sulfureto de ferro que tem cor esverdeada; por 
 isso na pseudomelanose o tecido está com coloração esverdeada; 
 essa coloração passa para os outros órgãos à medida que se passa o tempo 
 de morte. 
 as pseudomelanoses intensas provavelmente tem acúmulo de sangue por 
 conta da grande quantidade de ferro; 
 melanose é alteração patológica de pigmentação; e é por conta do acúmulo 
 de melanócitos; 
 melanoma > isso já é um câncer; caracteriza-se por uma massa preta; 
 ➔ enfisema cadavérico - acúmulo de gases no tecido subcutâneo produzido 
 por bactérias produtoras de gases, sob as cápsulas do fígado, do baço e 
 outros órgãos; ocorre acúmulo de bolhas; baço fica fofo; 
 diferenciar de enfisema pulmonar que é ante mortem e é a distensão 
 excessiva e anormal dos alvéolos associada à destruição de paredes 
 alveolares, o que caracteriza excesso de ar nos pulmões; 
 ➔ maceração - desprendimento de mucosas; a mucosa solta quando você 
 pega/puxa; 
 ➔ coliquação - órgão vira uma papa; Liquefação parenquimatosa post mortem; 
 órgãos perdem a consistência; 
 ➔ redução esquelética - desintegração de tecidos moles. 
 ● Fatores que influenciam o aparecimento das alterações pós mortais 
 1. Temperatura ambiental > alta x baixa; 
 2. Tamanho do animal > muda a velocidade de resfriamento; 
 3. Estado nutricional: glicogênio muscular, escore corporal 
 4. Causa da morte: hipertermia, intoxicação 
 5. Cobertura tegumentar: lã e pêlo

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