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Cinomose

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DOENÇAS INFECCIOSAS 
AULA 01/06/2022 
Cinomose
95% dos cães que chegam na clínica com cinomose che-
gam em más circunstâncias. Uma das doenças mais im-
portantes por conta da sua ocorrência e problemas que 
ocasiona nos pacientes. Determina uma das maiores 
causas de mortalidades entre os cães. Fatalidade que 
perde para a raiva. 
Sinônimos: doença de carré, moquilo canino (espanhol), 
canine distemper (inglês). 
• Morbidade: 25-75% 
• Fatalidade: 50-90% 
Controle populacional de cães. 
5.000 cães – mortalidade: 
1. Cinomose 12,4% (602) 
2. Neoplasias 7,8% (378) 
 
Cães adultos: 
1. Cinomose 12,3% (261) 
2. Neoplasias 7,9% (168) 
1.700 filhotes: 
1. Cinomose 18,4% (314) 
 
Infecto contagiosa, altamente contagiosa. Caráter 
agudo, subagudo ou crônico. 
Manifestação clínica diversa, ou até inaparente. 
Estabelece grande imunossupressão, sistema que se re-
troalimenta. Vírus causa problemas e entre esses proble-
mas imunossupressão, permanecendo aberto para mais 
prejuízos. Pior quadro de vírus, pior quadro de imunossu-
pressão. 
 
Etiologia: 
Família: Paramyxoviridae, Gênero: Morbillivirus 
RNA fita simples não segmentado, pleomórfico, envelo-
pado (menos resistente), possui duas glicoproteínas H/F 
(principalmente H induz anticorpos neutralizantes, epí-
topo), sorotipo (tecnicamente possui somente 1, entre-
tanto, existe diferenças marcantes quanto a patogenici-
dade dessas partículas virais. Teremos partículas virais 
patogênicas e outras nem tanto. Reflete especialmente 
no neurotropismo – afinidade por sistema nervoso. Al-
guns vírus altamente neurotrópicos, e outros não.) 
 
Resistência: 
Altamente sensível a radiação ultravioleta, desinfetante, 
detergente lipídico. 
Em condições ambientais, essa partícula tem uma dura-
ção de 3 horas. Pode ser maior em aproximadamente 1 
mês. 
Doença sazonal: no Outono e Inverno estão mais preva-
lecentes. Predileção nos meses mais frios. Hoje temos 
mudanças climáticas, não estabelecendo um padrão. 
 
Epidemiologia: 
Ocorrência: países subdesenvolvidos 
Países desenvolvidos: controle populacional, imuniza-
ção. 
Idade suscetível: a partir da queda de imunidade passiva 
(após 45 dias, até 6 meses – 1 ano de idade). 
Cinomose acomete cães de qualquer idade, mas princi-
palmente filhotes. 
Suscetibilidade: aglomerado de cães sem controle ade-
quado de higiene. 
Espécies suscetíveis: família Canidae, família Felidae, Ai-
luridae, Hyaenidae, Mustelidae, Procyonidae, Ursidae, Vi-
veridae, Tayassuridae. 
Fator de risco mais importante: falta de vacinação 
 
Transmissão e fontes de infecção: 
Cão agudamente infectado pode eliminar o vírus por to-
das suas secreções e excreções. Entretanto, principal 
causa de transmissão da cinomose: aerossóis ou exsu-
dato respiratório → implicação prática: animal que tem 
acesso a rua, nem que seja pelo portão. 
Via transplacentária. 
Eliminação 7 dias pós infecção → 60-90 dias pós infec-
ção 
Urina: meio de transmissão 
 
 
Patogenia: 
Vírus ingressa pela via oro-nasal > nas primeiras 24h se 
replica no tecido linfoide local (tonsilas, linfonodos cer-
vicais) > 2-4 dias pós infecção vírus se replicando no 
trato respiratório superior (TRS) > nesse local começa a 
observar proliferação de macrófagos > macrófago carre-
gando partículas virais a outros órgãos > 5º - 6º dia alte-
rações hematológicas (imunossupressão: linfocitose, 
linfopenia) > 8º - 10º dia parte para epitélio/SNC 
Tropismo → PAN (tudo). Vírus pantotrópico, que apre-
senta tropismo por todos os tipos de tecido. 
 
Cachorro vacinado: entra em contato com o vírus e con-
segue apresentar uma resposta imune eficiente, sem do-
ença clínica. 
Cachorro não vacinado: entra em contato com o vírus e 
não apresenta nenhuma resposta imune. 
Grande maioria (vacinação incorreta, vacinação nacio-
nal): resposta imune moderada > doença aguda/suba-
guda > disseminação por epitélios 
Doença onde o período de evolução é de 2-3 meses, ca-
ráter lento. Grande diferença entre cinomose e parvo. 
Vírus altamente neuro trópicos OU não → tempo para 
que chegue no sistema nervoso. 
Barreira hematoencefálica: protege SNC contra agres-
sões. Para que o paciente desenvolva sinais neurológi-
cos essa barreira precisa ser transposta. Ela só é trans-
posta se houver uma replicação viral intensa e dura-
doura. 
Os sinais neurológicos dependem de fatores: 
• Idade: filhotes ainda não possuem sistema imunoló-
gico maduro, formado 
• Imunocompetência do hospedeiro 
• Propriedade neurotrópica e imunossupressora 
• Período de avaliação das lesões 
 
Gato doméstico: pode se infectar, mas não desenvolve a 
doença. 
 
Sinais clínicos: 
O vírus da cinomose canina é um vírus pantrópico e como 
tal replica-se e causa danos a vários tipos de tecido tais 
como: epitelial, linfoide e nervoso. Em decorrência disso, 
o quadro clínico da doença é extremamente variável. 
 A manifestação clínica da cinomose pode ocorrer em se-
quência, simultaneamente ou isoladamente. 
Período de incubação: 14-18 dias 
Pico febril: 
1º pico febril: 3-6 dias (nem sempre detectado, período 
de incubação) 
2º pico febril: sinais clínicos > apatia, anorexia, depres-
são 
Porta de entrada mais importante: via respiratória 
Vírus se instala no trato respiratório > comprometimento 
dos movimentos ciliares (comprometimento na elimina-
ção do muco, que serve de substrato para proliferação 
bacteriana) > infecções bacterianas secundarias > co-
mum pneumonia bactéria, broncopneumonia catarral 
Corrimento ocular/nasal (principal sinal clínico), tosse, 
dispneia 
Bordetela: catarro verde 
Pneumonia em pacientes jovens é muito crítico. 
Cachorro adulto 1-2 anos, pneumonia intensa: cinomose? 
Simultaneamente aos sinais respiratórios ou alguns dias 
depois podem vir os sinais gastroentéricos > se replica 
na mucosa gastrointestinal 
Vômito, diarreia (mais acentuado na parvo): muitas vezes 
autolimitantes, aparecem e desaparecem. 
Sinais neurológicos: 
• Simultaneamente sinais sistêmicos 
• 1-3 semanas após início dos sinais sistêmicos 
• Meses - anos após a resolução da doença sistêmica 
Vírus quando passa barreira hematocefálica > desmieli-
zação fazendo com que axônio perda barreira de mielina, 
ficando exposto a lesões, podendo até romper esses neu-
rônios (interrupção do impulso nervoso, paralisia) 
Estirpe viral com tropismo pela substância cinzenta → 
fase aguda 
Convulsões e mioclonias (movimento repetitivo): simul-
taneamente com sinais sistêmicos. 
 
Estirpe viral com tropismo pela substância branca → 
fase subaguda 
Ataxia, paresia, paralisia, tremores musculares: normal-
mente dias ou semanas após os sinais sistêmicos. 
 
Coma induzido: infusão continua de propofol 
 
 
 
• Cães novos, grave e agudo, sinais sistêmicos ocorrem 
simultaneamente aos sinais neurológicos. 
• Cães adultos, crônico, distúrbios neurológicos podem 
aparecer desacompanhados de transtornos sistêmi-
cos. 
• Encefalite do cão velho (diagnóstico diferencial, raro) 
Entrou em contato com o vírus da cinomose há anos 
atras (quando jovem preferencialmente), o vírus ficou in-
cubado e quando ele torna-se geriatra a doença se mani-
festa. Geralmente não foram devidamente vacinados. 
Não observa sinais sistêmicos, sem mioclonia e convul-
são. Apresenta déficit neurologia, demência progressiva. 
Ataxia, déficit visual, andar em círculos. Pode ser confun-
dido com disfunção cognitiva (Alzheimer dos cães). 
 
Diagnóstico 
Clínico: 
Secreção naso ocular (93%), problemas pulmonares 
(81%), problemas gastroentéricos (54%), problemas SNC 
(45%), hiperqueratose (vírus tem tropismo inclusive por 
tecido epitelial, coxim e focinho). 
Diagnóstico presuntivo com 4 desses sinais clínicos. 
 
Laboratorial: 
• Patologia clínica: 
Trombocitopenia, anemia, leucopenia, linfopenia, neutro-
penia → neutrofilia. 
Estudo: 
61% anemia, 46% leucopenia, 8% leucocitose, 85% lin-
fopenia, 69% trombocitopenia 
A linfopenia é uma característica consistente, mas que 
pode estar ausente em algunscasos. 
Os dados hematológicos não são suficientes para a rea-
lização de diagnóstico diferencial. 
Estirpe viral infectante, fase de multiplicação do vírus, 
presença ou não de infecções bacterianas secundárias. 
Detecção de corpúsculos de inclusão: de 62 cães, em 13 
foram observados. 
 
Sorologia: 
• ELISA 
• Fixação de complemento 
• Imunofluorescência indireta 
Interferência imunidade passiva se o animal for filhote. 
Anticorpos vacinais se o animal for adulto e tiver sido va-
cinado. 
 
Outros recursos: 
• PCR 
• Isolamento viral 
• Microscopia eletrônica 
• Inoculação experimental 
 
• Teste rápido: detecção do antígeno, procura o vírus. 
Bom para ser usado na fase aguda da doença. Falsos-
negativos com outras fases da doença. 
Fatores limitantes: tipo de amostra (preferencialmente 
secreção ocular), forma da amostragem (tempo entre a 
coleta e o exame), momento da doença (sensibilidade di-
minui muito após 30 dias), preço. 
Os métodos que empregam a biologia molecular e em 
particular a reação em cadeia da polimerase (PCR), têm 
contribuído com o diagnostico etiológico de diversas vi-
roses em animais. 
Vantagens: rapidez dos resultados 
 
Alterações à necropsia: pneumonia, enterite catarral, le-
são TRS, rinite, congestão meningial 
Alterações histopatológicas: lesões neurológicas, ence-
falite, manguito perivascular 
 
Prognóstico: 
Depende da fase da doença, digamos que seja um prog-
nóstico reservado no início e se o paciente apresenta si-
nais clínicos variados é ruim. 
 
Tratamento: 
Custos associados ao prognóstico 
Tratamento sintomático 
Fluido terapia, antiemético (plasil, omeprazol, serenia), 
 
• Metoclopramida 0,2 – 0,5mg/kg IV, IM, VO – Tid 
• Proteção gástrica: Ranitidina 2mg/kg IV, VO – Tid 
Ranitidina → bem-estar 
 
Antibioticoterapia: 
• Cefalexina 22mg/kg IV – Tid 
• Sulfa + Trimetopin 30mg/kg Sid VO/SC/IV 
• Gentamicina 2-4mg/kg IV, Im, SC – Tid 
• Convenia (cefovecina sódica) 8mg/kg SC 
 
 
Infecções respiratórias: 
• Amoxacilina + ácido clavulônico 12,5 – 25mg/kg VO – 
BID 
• Azitromicina 
10mg/kg VO a cada 5 dias 
3,3mg/kg SID por 3 dias 
 
Limpeza de olhos e cavidade nasal. 
 
Vitaminas do complexo B 
• Clusivol e Citoneurin (concentração maior) 
0,5ml/kg ou 7 gotas/kg a cada 12h (dose máxima diária 
40mL) 
Interessante antes do surgimento dos sinais neurológi-
cos. 
Vitamina C: combater radicais livres 
• Super C e Cewin 
Imunoestimulantes 
0,5 – 2mg/kg VO, SC 3 vezes/semana 
• Imunologic 
 
• Diazepam 
0,5mg/kg IV (quadros de convulsões) 
 
• Cinoglobulin (solução pronta de anticorpos, pode pre-
dispor formação de imunocomplexos – pode gerar in-
suficiência renal – somente sinais sistêmicos, não re-
comendado em sinais neurológicos. Tratamento pre-
ventivo em contato com o vírus. 
1,0 a 2,0ml/kg SC com reforço a cada 24/48kh 
 
• Ribavirina (antiviral inibidor da replicação de alguns 
DNA e RNA – vírus) + DMSO 
30mg/kg VO SID durante 15 dias 
Ribavirina + Prednisona/DMSO + Vit A 
Atividade efetiva contra o vírus da cinomose em animais 
na fase neurológica com melhora sensível do quadro clí-
nico. 
 
• Etna (regenerador neurológico) 
1 comp/Bid/25kg 
Lesões de nervos periféricos 
 
 
• Dexametasona (corticoides, minimizar sinais neuroló-
gicos – imunossupressão) 
1 a 2 mg/kg IV Sid (quando necessário) 
Indicado naqueles casos em que os sinais neurológicos 
já estão presentes há mais de 24 ou 48h. 
Tratamento suporte, sintomático 
 
Profilaxia 
• Inespecífica (conjunto de medidas para prevenir): lim-
peza, desinfecção das instalações. Vazio sanitário de 1 
mês. 
• Específica: 
Cinoglobulim 0,5 a 1,0mL/kg SC aplicação única 
Vacinação: memória imunológica

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