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INSTITUTO FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO BACHARELADO EM ENGENHARIA CIVIL JOICY FERREIRA LEITE FADIGA DOS MATERIAIS COORDENADORIA DE ENGENHARIA CIVIL Resistência dos Materiais I Nova Venécia 2022 JOICY FERREIRA LEITE FADIGA DOS MATERIAIS Trabalho apresentado ao Instituto Federal do Espírito Santo, campus Nova Venécia, como parte das exigências para aprovação na disciplina de Resistência dos Materiais I, do Curso de Engenharia Civil. Orientadora: Prof. Morgana Moreschi Nova Venécia 2022 1. INTRODUÇÃO Processo local, progressivo e cumulativo que causa falha prematura ou dano permanente a um material sujeito a cargas variáveis, sejam cíclicas ou não. A falha mecânica pode ser caracterizada por trincas e/ou ruptura completa do componente após um determinado número de ciclos. Alguns fatores que influenciam a fadiga mecânica são a carga aplicada (amplitude, variação e posição), geometria (carregamentos e concentradores de tensão) e material (propriedades, acabamento da superfície e tensão residual). Em componentes estruturais formados a partir de materiais livres de defeitos, onde existem pontos de alta tensão, processos de nucleação de trincas por fadiga podem se desenvolver, levando à falha. Para iniciar o processo de nucleação, deve ocorrer deformação plástica (pelo menos para materiais dúcteis), seja de forma generalizada ou limitada a uma pequena quantidade de material. Em estruturas e máquinas bem projetadas, as tensões nominais devido a cargas externas estão dentro da faixa elástica. No entanto, seja por descontinuidades geométricas, descontinuidades metalúrgicas ou por sobrecarga durante a operação, o material como um todo não necessariamente responde de forma elástica. Figura 01: Exemplos de fadiga mecânica. Fonte: https://www.jles.com.br/2019/12/03/fadiga-mecanica/ 2. PREVENÇÃO DA FADIGA EM MATERIAIS Devem ser analisados os tipos de falha para que seja possível a identificação dos métodos de prevenção. Basicamente, deve-se analisar dois “campos” da engenharia: Falha mecânica - Neste caso, o tipo de tensão e/ou carga causou a falha. Devem ser analisadas as forças atuantes no equipamento, os tipos de cargas submetidas, a ocorrência de forças excessivas ou quaisquer cargas que não atendam às condições nominais do equipamento. Neste caso, são utilizados ensaios experimentais de vibração e extensometria em conjunto a análise de elementos finitos. Falha metalúrgica – Neste caso, a falha é proveniente de defeitos metalúrgicos, que podem ser causados pelo processo de fabricação, descontinuidades em superfícies fraturadas, defeitos pontuais nas ligações cristalinas, etc. Identificar falhas metalúrgicas, químicas, metalográficas e caracterização das propriedades mecânicas do material, e análise da área fraturada para determinação da causa raiz. 3. AVIÃO COMET De Havilland Comet, o primeiro avião comercial propulsionado por motores a jato fabricado no mundo. Com quatro reatores na raiz de suas asas, projetado para voar a uma altitude de 40.000 pés, sua fuselagem tinha que suportar pressões internas que nunca haviam sido usadas. O Comet G-ALYP, voo 781 da British Overseas Airways (BOAC), em 10 de janeiro de 1954, sofreu uma descompressão explosiva e caiu no Mar Mediterrâneo, matando todos a bordo. O caso é um exemplo de falha por fadiga devido à concentração de tensão. Figura 02: Destroços da aeronave De Havilland DH.106 Comet. Fonte:https://www.baaa-acro.com/crash/crash-de-havilland-dh106-comet-1-elbe-island-35-killed Os voos foram suspensos por algum tempo, mas assim que foram retomados, a aeronave Comet de Havilland, agora voando pela South African Airways, caiu no mar Mediterrâneo se despedaçou em pleno ar, novamente matando todos os ocupantes. Ocorreu o resgate dos destroços dos dois acidentes, então, enviados a Farnborough, Inglaterra onde o Comet acidentado foi cuidadosamente remontado. Um outro Comet passou por simulação onde foi colocado em um tanque com água, mesma situação de diferença de pressão atmosférica e desgaste de material. Até então, a maioria dos aviões voava em baixas altitudes, onde a pressão do ar era semelhante à da superfície da Terra. No entanto, jatos precisam voar em altitudes muito altas para evitar turbulências e tempestades com pressão atmosférica mínima. Como os humanos não são capazes de permanecer conscientes em pressões muito baixas, os jatos precisam ter um sistema que mantenha a pressão dentro do avião muito mais alta do que fora. Foi descoberto que os projetistas não haviam projetado a estrutura para ser trabalhada com tamanha diferença de pressão, assim os aviões viraram verdadeiras “bombas” voadoras. Uma rachadura no teto do primeiro Comet acidentado foi suficiente para que se desintegrasse em pleno voo. Inspeções no teste de fadiga revelaram que todas as trincas originaram-se nos furos escareados das cravações próximos às janelas e escotilhas. A existência de furos escareados criaram um campo de tensão elevado que possivelmente aumentou mais ainda a tensão localmente. As janelas dos primeiros Comet eram um erro de projeto o que criava pontos de tensão nas extremidades por serem quadradas. Depois dos erros cometidos pela Comet todos os jatos comerciais passaram a ter janelas de cantos arredondados, a fim de eliminar pontos de tensão que pudessem causar fadiga e rompimento brusco da fuselagem. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARAÚJO, Eduardo. Ensaio de Fadiga: como prevenir e eliminar problemas de fadiga em campo. ESSS. Disponível em: <https://www.esss.co/blog/ensaio-de-fadiga-como-prevenir-e-eliminar-problemas-de- fadiga-em-campo/>. Acesso em 11 de fevereiro de 2022 FILHO, Waldek Wladimir Bose. FADIGA DOS MATERIAIS: INTRODUÇÃO E METODOLOGIA S-N. Universidade de São Paulo. Disponível em: <https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/1087454/mod_resource/content/1/Aula%20 fadiga1%20S_N.pdf>. Acesso em 11 de fevereiro de 2022. GUILHERME, José. FADIGA – A principal causa raiz das falhas mecânicas – O que é? Como Identificar e Prevenir?. Ensus Engenharia. Disponível em: <https://ensus.com.br/fadiga-mecanica/>. Acesso em 11 de fevereiro de 2022. Inspeção de Equipamentos: Estudo de Casos. Caso 060: Aviões Comet – Falhas por Fadiga (1952/1954). Disponível em:<https://inspecaoequipto.blogspot.com/2014/02/caso-060-avioes-comet-falhas-p or-fadiga.html>. Acesso em 11 de fevereiro de 2022. JLES. Fadiga Mecânica: a principal causa de falha em componentes. Disponível em: <https://www.jles.com.br/2019/12/03/fadiga-mecanica/>. Acesso em 11 de fevereiro de 2022. ROSA, Edison da. ANÁLISE DE RESISTÊNCIA MECÂNICA (MECÂNICA DA FRATURA E FADIGA). Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis, 2002. Disponível em: <http://www.grante.ufsc.br/download/Fadiga/FADIGA-Livro-Edison-da-Rosa.pdf>. Acesso em 11 de fevereiro de 2022. RUCHERT, Cassius. MECÂNICA DA FRATURA E FADIGA DOS MATERIAIS. Universidade de São Paulo. São Carlos, 2014. Disponível em: <https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/241323/mod_resource/content/2/AULA%20 DE%20FADIGA%20E%20FRATURA2.pdf>. Acesso em 11 de fevereiro de 2022. SIMÕES, Daniel de Albuquerque; CASTRO, Jaime Tupiassú Pinho de. Entalhes melhorados e otimizados. Rio de Janeiro, 2012. 108p. Dissertação de Mestrado – Departamento de Engenharia Mecânica, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Disponível em: <https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/21361/21361_3.PDF>. Acesso em 11 de fevereiro de 2022.
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