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CIDADANIA E SOCIEDADE OBJETIVOS DA APRENDIZAGEM Compreender diferentes conceitos de democracia, ética, cidadania e sociodiversidade; Verificar os padrões de conduta moral ao longo do tempo e em diversas culturas; Identificar a importância da responsabilidade social e os três setores: público, privado e terceiro setor para uma sociedade equânime; Entender a importância da cultura e da arte no desenvolvimento da sociedade. TÓPICO 1 DEMOCRACIA,ÉTICa E CIDADANIA 2 A DEMOCRACIA EM PAUTA “O significado mais usual da democracia se refere aos procedimentos e aos mecanismos competitivos de escolha de governos através de eleições”, ou seja, a democracia é compreendida habitualmente somente como um processo de escolha dos nossos representantes legais em todas as esferas, tanto local, municipal, estadual quanto federal, no qual a população dessas esferas, por meio de seu voto, seleciona e elege o seu representante para legislar em nome dessa mesma população. Assim, “podemos considerar que a democracia nada mais é do que um sistema de governo, no qual o povo governa para sua própria sociedade” (PIERITZ, 2013, p. 133, grifos do original). 4 Unid 1 Tópico 1 02 / 60 4 Unid 1 Tópico 1 03 / 60 2 A DEMOCRACIA EM PAUTA Outro fator que não podemos esquecer é que, quando falamos em democracia, também falamos de Estado Democrático de Direito. Segundo Cunha (2011, p. 138), o “Estado de direito [é aquele] que se organiza e opera democraticamente”. Nossa Carta Magna de 1988, já em seu preâmbulo, instituiu um Estado Democrático de Direito, ou seja, a Constituição da República Federativa do Brasil se organizou e definiu suas normativas em prol de um Estado Democrático, no qual a democracia deverá ser a base fundamental da República Federativa do Brasil. 5 Unid 1 Tópico 1 04 / 60 2 A DEMOCRACIA EM PAUTA Neste sentido, no que tange à conotação que a democracia tem de competição, participação e contestação pacífica do poder, pode-se expor que falar de democracia também está atrelado ao conceito do “jogo de poderes”, principalmente a disputa e concorrência de cargos em todas as esferas governamentais ou não, além da competição entre partidos políticos e outros grupos econômicos, políticos, culturais e sociais. 2 A DEMOCRACIA EM PAUTA Além disso, não podemos esquecer um elemento fundamental da democracia, que é a questão da “participação do povo”, em que cada cidadão brasileiro é elemento fundamental no processo democrático do Brasil, pois direta ou indiretamente é parte do processo democrático instaurado neste país. 3 A QUESTÃO DA ÉTICA De modo mais abrangente, a ética pode ser conceituada como a área da filosofia que investiga o agir humano, tanto aqueles com repercussão social, quanto aqueles sem maiores impactos na sociedade, ou seja, não somente os atos relativos à convivência com os outros, mas também consigo mesmo. Assim, no que tange a esta problemática relativa à ética, Pieritz (2013, p. 3) expõe que “a ética não é facilmente explicável, mas todos nós sabemos o que é, pois está diretamente relacionada aos nossos costumes e às ações em sociedade, ou seja, ao nosso comportamento, ao nosso modo de vida e de convivência com os outros integrantes da sociedade”. E que esses valores éticos são construídos historicamente pelos povos, de geração em geração. 3 A QUESTÃO DA ÉTICA O que são valores? Pedro (2014, p. 490) faz um resgate etimológico da palavra Axiologia, de origem grega, que significa estudo dos valores ou ciência do valor, e aponta para um significado, o da vivência do valor, independentemente do valor que for, pois este é experienciado como um fenômeno que se apresenta à consciência como tal e como um acontecimento que nos é imediatamente dado. 3 A QUESTÃO DA ÉTICA Em outros termos, os problemas éticos permeiam todas as nossas ações em sociedade. Neste sentido, vale salientar que “cada sociedade possui suas normas de conduta comportamental e seus princípios morais, ou seja, cada grupo social constitui o que é certo e errado, o que é o bem e o mal para o seu povo, portanto, nem sempre o que é certo para nós pode ser certo para um outro grupo social e vice-versa” (PIERITZ, 2013, p. 4). Então, como desvelar esta situação? Como saber se estamos no caminho certo? Se estamos fazendo certo ou errado? Ou se realmente estamos fazendo o bem ou o mal a alguém? São muitas indicagações! 3 A QUESTÃO DA ÉTICA Podemos expor que deste ponto de vista existem diferenças nítidas entre ética e moral, sendo que a ética é generalista e a moral reflete o comportamento socialmente construído e legitimado pelo seu povo. Enfim, Tomelin e Tomelin (2002, p. 89, grifos do original) complementam expondo que “a palavra ética provém do grego ethos e significa hábitos, costumes, e se refere à morada de um povo ou sociedade. A palavra moral provém do latim moralis e significa costume, conduta”. 3 A QUESTÃO DA ÉTICA Segundo Aranha e Martins (2003, p. 301, grifos do original), “a MORAL vem do latim mos, moris, que significa ‘costume’, ‘maneira de se comportar regulada pelo uso’, e de moralis, morale, adjetivo referente ao que é ‘relativo aos costumes’”. Assim, a moral é compreendida como um conjunto de regras de condutas socialmente admitidas em determinadas épocas ou por um grupo de pessoas, ou seja, “a moralidade dos homens é um reflexo direto do modo de ser e conviver em sociedade, no qual o caráter, os sentimentos e os costumes determinam o seu comportamento individual e social, que foi ou está sendo perpetuado num espaço de tempo” (PIERITZ, 2013, p. 35). 2 Unid 1 Tóp 3 A QUESTÃO DA ÉTICA Por conseguinte, segundo Pieritz (2013, p. 21, grifo nosso), “a ética é precursora da TRANSFORMAÇÃO SOCIAL dos diversos sistemas ou estruturas sociais. Sistemas estes que imprimiam suas mudanças sociais, tais como: Capitalismo e Socialismo”. Salientando ainda que nesse processo de transformação social devemos respeitar a permanência de alguns valores socialmente construídos, como a solidariedade, a igualdade e a fraternidade, para que todos possamos construir uma sociedade mais justa, ética, democrática e cidadã. 1 18 / 60 4 O PRINCÍPIO CONSTITUCIONAL DA CIDADANIA Cidadania “é um conjunto de direitos e deveres que denotam e fundamentam as condições do comportamento de cada indivíduo em relação à sociedade, ou seja, a cidadania designa normas de conduta para o convívio social, determinando nossas obrigações e direitos perante os outros integrantes da nossa sociedade” (PIERITZ, 2013, p. 132). 4 Unid 1 Tópico 1 20 / 60 4 O PRINCÍPIO CONSTITUCIONAL DA CIDADANIA A cidadania expressa os direitos e deveres de todas as pessoas que vivem e convivem em sociedade, seja na esfera social, política ou civil, no que tange ao respeito a si, ao próximo e ao patrimônio público e privado. Além de que a cidadania é participação nos espaços públicos de discussão, a qual permeia as questões de democracia e ética de toda a população daquele determinado grupo social, político ou econômico. Vale salientar que a cidadania é conquistada pela nossa participação nos momentos das discussões e decisões coletivas, portanto a cidadania se dá pela participação ativa de nossa vida em sociedade e na vida pública. 15 Unid 1 Tópico 1 21 / 60 TÓPICO 2 SOCIEDADE DIVERSIDADE 22 / 602 CONCEITOS DE DIVERSIDADE CULTURAL E DESIGUALDADE SOCIAL A diversidade cultural e a desigualdade social, apesar de terem conceitos distintos, desempenham uma ampla relação entre seus termos, isto é, quanto maior for a diversidade cultural, maior será a desigualdade social. Neste sentido, Gomes (2012, p. 678) afirma que “a diversidade, entendida como construção histórica, social, cultural e política das diferenças, realiza-se em meio às relações de poder e ao crescimento das desigualdades e da crise econômica que se acentuam no contexto nacional e internacional”. 21 Unid 1 Tópico 2 23 / 60 3 DIVERSIDADE CULTURAL E DESIGUALDADE SOCIAL A diversidade no contexto cultural significa uma grande quantidade de coisas, ações, pensamentos, ideiase pessoas que se diferenciam entre si dentro de grupos sociais ou dentro de uma mesma sociedade, e os mesmos são passíveis de discussão, apelos, protestos, discórdia e geralmente acabam em conflitos, chegando até às desigualdades sociais. o 2 24 / 60 3 DIVERSIDADE CULTURAL E DESIGUALDADE SOCIAL A pobreza: é uma condição que faz parte de um determinado grupo de pessoas que vivem à margem da sociedade, que são carentes dos recursos existentes, como moradia, alimentação, situação financeira etc. O que, na visão de alguns autores, é a condição que mais degrada o ser humano e a que mais se aproxima e se identifica como um fator ou um elemento causal do desequilíbrio econômico e da desigualdade social. Raça: trata-se da discriminação social, o que é muito presente nos dias de hoje por alguns grupos inescrupulosos que agridem com palavras ou pela violência física pessoas que não são da mesma etnia, não têm a mesma cor da pele, ou são de diferentes religiões ou, até mesmo, por causa de seu comportamento sexual. 22 Unid 1 Tópico 2 25 / 60 3 DIVERSIDADE CULTURAL E DESIGUALDADE SOCIAL Mulher: infelizmente, as estatísticas comprovam que apesar das várias leis existentes, no caso específico da Lei Maria da Penha, instituída para a proteção da integridade da mulher brasileira contra casos de violência doméstica, ainda existem casos absurdos de desrespeito à dignidade humana, não discriminando raça, religião ou posição social. Homossexualidade: é o comportamento sexual entre pessoas do mesmo sexo, e para alguns indivíduos esse tipo de comportamento fere as normas de conduta universal. No entanto, já existem projetos no Congresso Nacional que criminalizam certas atitudes discriminatórias contra essa parcela da sociedade, o que significa um avanço na busca de um espaço alternativo, o que é perfeitamente compreensivo em uma sociedade cultural democrática. 23 Unid 1 Tópico 2 26 / 60 3 DIVERSIDADE CULTURAL E DESIGUALDADE SOCIAL Neste sentido, surgem algumas perguntas relacionadas à diversidade humana e seus direitos: se “todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza”, tendo reconhecidas suas individualidades de homem e mulher como cidadãos, por que tanto se discute sobre as “questões de gênero”? Será que essa ideologia propõe a valorização da pessoa humana? Ou está disposta a trazer divisão, confusão de ideias ou até mesmo a negação da ordem natural? Ao privilegiar determinados grupos em detrimento de outros, não estaria contrariando a própria Constituição? 23 Unid 1 Tópico 2 27 / 60 3 DIVERSIDADE CULTURAL E DESIGUALDADE SOCIAL Nessa perspectiva, percebemos que “somos todos iguais como seres humanos. Por isso devemos combater qualquer forma de discriminação e de arrogância, agindo solidariamente uns com os outros” (AQUINO et al., 2002, p. 16). O ser humano veio ao mundo não somente para compor ou contribuir para o povoamento da Terra, mas para ser útil, participativo, democrático, ético, moral e solidário para com os seus semelhantes. 23 Unid 1 Tópico 2 28 / 60 3 DIVERSIDADE CULTURAL E DESIGUALDADE SOCIAL Sem diversidade não há estímulos para pensar diferente, não há estímulos para pensar no princípio da igualdade. Portanto, pensar diferente é o caminho para viver e compreender o sentimento solidário que devemos ter. Apesar de que, no dia a dia, relacionar-se com as inúmeras diferenças humanas e sociais do mundo atual nem sempre traz harmonia. 29 Unid 1 Tópico 2 29 / 60 4 INCLUSÃO ESCOLAR E SOCIAL DA DIVERSIDADE Lutamos em favor da inclusão escolar, em favor de currículos mais inclusivos, abertos às diferenças sociais, psíquicas, físicas, culturais, religiosas, raciais e ideológicas, no intuito de respeitar o caráter plural da nossa sociedade, contribuindo para formar sujeitos autônomos, críticos e criativos, aptos a compreender como as coisas são e por que são assim. O principal objetivo é a possibilidade da mudança, da construção de uma ordem social mais justa e menos excludente. Sendo isso um legado do presente para as gerações futuras, o que pode ser uma prática aprendida e reproduzida a partir da família e da escola, que são os agentes formadores de opinião, e que juntamente com a sociedade esses agentes irão definir o sucesso ou o fracasso no contexto social. 30 Unid 1 Tópico 2 29 / 60 5 INCLUSÃO ESCOLAR E SOCIAL DA DIVERSIDADE HUMANA “[...] a educação escolar não pode ser pensada nem realizada senão a partir da ideia de uma formação integral do aluno – segundo suas capacidades e seus talentos – e de um ensino participativo, solidário, acolhedor” (MANTOAN, 2006, p. 9). Reverter o que historicamente foi construído é difícil, implica em construir alternativas que possibilitem a emancipação social dos diferentes sujeitos, fazendo uma clara opção política por um compromisso contra as discriminações, as desigualdades e o respeito à diversidade cultural. 31 Unid 1 Tópico 2 29 / 60 5 INCLUSÃO ESCOLAR E SOCIAL DA DIVERSIDADE HUMANA O que, de acordo com Mantoan (2006, p. 9, grifo do original), trata-se de um trabalho de “‘ressignificação’ do papel da escola com professores, pais e comunidades interessadas, bem como de adoção de formas mais solidárias e plurais de convivência. Para terem direito à escola, não são os alunos que devem mudar, mas a própria escola!”. E a autora continua: “O direito à educação é natural e indisponível. Por isso, não faço acordos quando me proponho a lutar por uma escola para todos, sem discriminações, sem ensino à parte para os mais e para os menos privilegiados”. 31 Unid 1 Tópico 2 32 / 60 5 INCLUSÃO ESCOLAR E SOCIAL DA DIVERSIDADE HUMANA Estamos nos referindo ao processo de educação e aprendizagem, e já ficou evidente que esse é o caminho. No entanto, é preciso levantar algumas bandeiras e eliminar algumas barreiras, principalmente as do descaso, da arrogância e da intolerância, que são ações que principiam e dão origem ao preconceito e à desigualdade social, que, pelo visto, parece povoar e circular por quase todas as fases da questão educacional. A começar pelas dificuldades de acesso à educação de base, ou pela falta de espaço adequado, não só em termos de locomoção e acesso, mas, principalmente, para aquelas pessoas com certo grau de dificuldades. 36 Unid 1 Tópico 2 33 / 60 6 CONSTRUÇÃO E RECONSTRUÇÃO DO SABER APRENDIDO A exclusão e a inclusão social das diferenças são formas de construção e desconstrução de uma variedade de elementos históricos e atuais, distintos e circunstanciais e que, muitas vezes, vão além da nossa compreensão. De acordo com o que vimos, percebemos que uma das verdades absolutas é que: sempre haverá o eu e o outro, e esse outro será sempre diferente do eu, e essa diferença continuará sendo o fio condutor responsável pela diversidade cultural e pelos diversos tipos de conflitos sociais, seja no sentido negativo ou no sentido positivo. 37 Unid 1 Tópico 2 34 / 60 TÓPICO 3 MULTICULTURALIS MO:VIOLÊNCIA, TOLERÂNCIA/INTOL ERÂNCIAE RELAÇÕESDEGÊNER O 2 CONCEITUANDO MULTICULTURALISMO Como a própria etimologia da palavra nos sugere, o termo “multi” significa vários; o termo “culturalismo” refere-se à cultura; e o sufixo “ismo” está associado às posições assumidas ou ideias aceitas sobre a possibilidade do conhecimento, ou seja, no caso do multiculturalismo significa uma posição assumida sobre as diferentes relações entre as várias culturas. 2 CONCEITUANDO MULTICULTURALISMO O multiculturalismo é pluralista, porque as diferenças coexistem em um mesmo país ou região. Ali convivem diferentes culturas, valores e tradições. Há o diálogo e convivência pacífica entre as culturas diversas. No entanto, esta coexistência pacífica não significa negar as diferenças entre as culturas, nem homogeneizá las, mas compreendê-las a partir de uma visão dialética sobre os termos igualdade e diferença, na medida em que não se pode falar em igualdade sem levar em conta as diferenças culturais, e não se pode relacionar a diferença como medida de valor. 3 SURGIMENTO DO MULTICULTURALISMO Segundo Silva (2000),o multiculturalismo teve início em países em que a diversidade cultural era vista como um problema para a construção da unidade nacional. Muitas nações construíram suas identidades por intermédio de processos autoritários, pela imposição de uma cultura, dita superior, a todos os membros da sociedade. 60 4 ÁREAS DE CONHECIMENTO QUE ABRIGAM O MULTICULTURALISMO Entre as áreas de conhecimento podemos destacar os campos da Antropologia Cultural, Psicologia Social, História e Sociologia, que abordam diferentes problemas relativos ao multiculturalismo. Algumas áreas se ocupam do ponto de vista histórico do movimento, outras se ocupam da genealogia dos mesmos, outras se ocupam dos processos políticos e sociais que os movimentos promovem, e ainda, outras áreas se ocupam de aspectos epistemológicos do estudo dos movimentos. ico 3 39 / 60 5 MOVIMENTO FEMINISTA 5.1 FEMINISMO O principal objetivo do movimento feminista não foi alcançar a igualdade entre homens e mulheres, mas sim a equidade entre eles. Para assegurar a igualdade não deve ser necessário que as mulheres assumam posturas “masculinas”. Elas devem preservar suas identidades. Por isso a ideia de “equidade” e não igualdade. 0 5 MOVIMENTO FEMINISTA 5.2 A PRIMEIRA ONDA FEMINISTA Esse primeiro momento do feminismo, chamado “Primeira Onda Feminista”, refere-se a um período extenso de atividade feminista ocorrido durante o século XIX e fim do século XX, no Reino Unido, na França e Estados Unidos, que tinha o foco originalmente na promoção da igualdade nos direitos contratuais e de propriedade para homens e mulheres, e na oposição de casamentos arranjados e da propriedade de mulheres casadas (e seus filhos) por seus maridos. No entanto, no fim do século XIX, o ativismo passou a se focar, principalmente, na conquista de poder político, especialmente o direito ao sufrágio (voto) por parte das mulheres. 5 MOVIMENTO FEMINISTA 5.3 A SEGUNDA ONDA FEMINISTA A Segunda Onda Feminista culminou com os movimentos sociais em andamento nos Estados Unidos, e o país foi, desta vez, a referência do movimento para o restante do mundo. A segunda onda se refere a um período da atividade feminista que teve início na década de 60 e durou até o fim da década de 80. pico 3 42 / 60 5 MOVIMENTO FEMINISTA 5.4 A TERCEIRA ONDA FEMINISTA E O SURGIMENTO DOS ESTUDOS DE GÊNERO De acordo com Grossi (2010), o movimento feminista e o movimento gay merecem destaque como aqueles que de fato questionaram as relações “afetivo sexuais” no espaço privado. A partir de então, esses questionamentos começaram a adentrar o espaço universitário e pesquisas passaram a ser desenvolvidas no interior de várias disciplinas. 48 Unid 1 Tópico 3 43 / 60 6 CONCEITUANDO GÊNERO O conceito de gênero surge no Brasil através de pesquisadoras norte-americanas, que vão tratar as relações entre homens e mulheres de forma a negar as diferenças biológicas como constituidoras das identidades dos seres humanos, e introduzir a perspectiva de que somos construídos a partir de determinados mecanismossociais. Uma das pensadoras responsáveis por essa nova perspectiva é a autora Joan Scott. 48 Unid 1 Tópico 3 44 / 60 6 CONCEITUANDO GÊNERO Na visão do escritor argentino Jorge Scala, especialmente em seu livro intitulado “Ideologia de Gênero: o neototalitarismo e a morte da família” (2011), bem como em uma entrevista sobre o tema (2012), o termo gênero é associado a uma ideologia e não a uma teoria ou hipótese, pelo seguinte motivo: 49 Unid 1 Tópico 3 45 / 60 6 CONCEITUANDO GÊNERO Uma teoria é uma hipótese verificada experimentalmente. Uma ideologia é um corpo fechado de ideias, que parte de um pressuposto básico falso – que por isto deve impor-se evitando toda análise racional -, e então vão surgindo as consequências lógicas desse princípio falso. As ideologias se impõem utilizando o sistema educacional formal (escola e universidade) e não formal (meios de propaganda), como fizeram os nazistas e os marxistas (SCALA, 2012,s.p.). O autor argumenta ainda que o fundamento da ideologia de gênero é falso. 49 Unid 1 Tópico 3 46 / 60 7 ESTUDOS DE GÊNERO Especialmente nas três últimas décadas, os estudos de gênero passaram a se preocupar com várias questões relativas ao universo das relações sociais. Observar a realidade a partir da análise de gênero possibilitou novas interpretações sobre o comportamento humano e a observação das desigualdades de gênero. Vejamos, a seguir, alguns estudos de gênero e suas principais contribuições (vide página 51 a 55. 51 Unid 1 Tópico 3 47 / 60 TÓPICO 4 RESPONSABILIDADE SOCIAL:SETOR PÚBLICO,SETORPRIV ADOE TERCEIROSETOR 48 / 60 2 SETOR PRIVADO Toda a realidade relatada anteriormente vem acompanhada do entendimento de que cada setor da sociedade tem suas responsabilidades. O setor privado, por mais óbvio que seja, não deveria ter participação do setor público. Esse setor também é conhecido como ‘iniciativa privada’ e tem papel preponderante na economia e desenvolvimento de um país. 63 Unid 1 Tópico 4 49 / 60 3 TERCEIRO SETOR Pode-se afirmar que o terceiro setor não é público nem privado. Ele se situa num entremeio, preenchendo lacunas do Estado através de uma atuação na esfera privada. Assim, as organizações visam prestar serviços com fins de atender demandas sociais em áreas como saúde, educação, cultura etc. Seu formato típico não é da Organização Não Governamental (ONG), e sim do setor estatal e do setor privado, que visam suprir as falhas do Estado e do setor privado no atendimento às necessidades da população, numa relação conjunta. 64 Unid 1 Tópico 4 50 / 60 3 TERCEIRO SETOR 3.1 HISTÓRICO O surgimento das Organizações Sociais acontece no contexto de crise do último quarto do século XX, a partir da proposta de Estado mínimo nos anos 1980 pelo neoliberalismo, que significa a maior redução possível do Estado na economia, o que significou um corte nos programas destinados ao apoio da população. Na década de 1990 essa proposta começa a se mostrar irreal e se inicia um retorno do Estado a uma posição mais atuante. 65 Unid Tópico 4 51 / 60 3 TERCEIRO SETOR 3.1 HISTÓRICO Desta forma, o Estado inicia um processo de repensar o desenvolvimento. Ele toma para si outros papéis, o de promotor e regulador do desenvolvimento, deixando de se responsabilizar diretamente, como o fazia antigamente. Nesse sentido, por um lado, ele deixa a função de prestador direto de serviços sociais, principalmente saúde e educação, para assumir a sua regulação. Por outro lado, enquanto promotor, ele oferece subsídios a esses novos atores que assumirão essa atuação direta (BRASIL, 1997b). 6 Unid 1 Tópico 4 52 / 60 3 TERCEIRO SETOR 3.2 REALIDADE DAS ORGANIZAÇÕES SOCIAIS NO BRASIL Possuir um título de Organização Social no Brasil, atualmente, garante o recebimento de benefícios do Estado, que abrangem dotações orçamentárias, isenções fiscais, subsídios etc. Reiterando que as Organizações Sociais devem atender a uma demanda específica da comunidade. Elas se fazem presentes atualmente na gestão de hospitais, santas casas, museus, institutos de fomento à pesquisa, de projetos voltados a algumas áreas específicas (saúde e cultura, esporte, no caso de alguns estados), manutenção de grupos (como a Fundação Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo). 66 Unid 1 Tópico 4 53 / 60 4 AS ORGANIZAÇÕES NÃO GOVERNAMENTAIS Exercendo o papel de pressionar governantes, as ONGs tratam de temas relativos a grupos e questões não trabalhadas sistematicamente, entre outras formas de atuação política. Como exemplo, podemos citar a questão do meio ambiente. Dentro das plataformas dos partidos, recentemente a discussão surgiu, e mesmo assim algo ainda raso, que não compreende o problema de forma profunda. 68pico 4 54 / 60 4 AS ORGANIZAÇÕES NÃO GOVERNAMENTAIS O fato é que as ONGs possuem na realidade brasileira contemporânea uma atuação política real e que conseguem pressionar o governo por uma atuação mais social. O espaço significa uma atuação política potencial, mas não existem limitesdas ações. Elas “não podem ser vistas de maneira simplista, como substitutas de partidos políticos, do Estado ou mesmo dos movimentos sociais. Suas ações têm limites, entre eles o fato de serem fragmentadas, atingirem o conjunto da sociedade de forma limitada e dependerem de financiamentos pontuais” (PINTO, 2006, p. 667). 69 Unid 1 Tópico 4 55 / 60 TÓPICO 5 CULTURAEARTE 56 / 60 2 CULTURA São os valores culturais que identificam um povo, uma comunidade e cada pessoa. É através da cultura que se pode observar e caracterizar a história de vida, os costumes, as crenças e os hábitos de um determinado grupo social. José Luiz dos Santos (2006, p. 7) descreve que a cultura é uma preocupação do mundo atual, buscando “entender os caminhos que conduziram os grupos humanos às suas relações presentes e suas perspectivas de futuro”. 76 Unid 1 Tópico 5 57 / 60 2 CULTURA A cultura pode ser entendida como importante agente para debater o estar e ser no mundo, que é entendido como um movimento que está intimamente ligado a tudo e a todos os aspectos sociais, culturais, históricos e filosóficos. Segundo José Luiz dos Santos (2006, p. 8), “cada realidade cultural tem sua lógica interna, que devemos conhecer para que façam sentido suas práticas, costumes, concepções e as transformações pelas quais passam”. ópico 5 58 / 60 3 ARTE A palavra arte deriva do latim ars, artis, que significa profissão ou habilidade natural ou adquirida. Também corresponde ao termo grego tékhne, “técnica”, que significa “toda atividade humana submetida a regras em vista da fabricação de alguma coisa” (CHAUÍ, 2003, p. 275). Este conceito também se tem na cultura greco-romana, que significava ofício. Assim, a primeira definição da arte estava ligada ao propósito de fazer ou produzir. A segunda definição de arte é compreendida como conhecimento, visão ou contemplação, isto significa que a obra pode retratar aspectos históricos, sociais e educativos. Já a terceira definição está ligada à arte como expressão, que é uma experiência com o sensível. Tópico 5 59 / 60 3 ARTE Nota-se que a arte é uma ciência do conhecimento que representa um elo entre o passado, o presente e o futuro, pois demonstra o pensar, o agir e todos os aspectos culturais existentes desde o homem primitivo até o homem contemporâneo. A arte pertence à cultura erudita, que são as artes desenvolvidas a partir de um conhecimento acadêmico, são aquelas que estão dentro de lugares como galerias de arte e museus, mas também, a arte faz parte da cultura popular, e este conhecimento popular é reconhecido como patrimônio cultural. 77 Unid 1 Tópico 5 60 / 60
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