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Aula 04

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CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – EXERCÍCIOS P/ AFRFB 
PROFESSOR: PEDRO IVO 
 
Prof.: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 1
AULA 04 – DOS CRIMES CONTRA A ORGANIZAÇÃO DO 
TRABALHO / CONTRA A PREVIDÊNCIA SOCIAL / CONTRA A 
ORDEM TRIBUTÁRIA / LEI Nº 2.860/56. 
 
Caros alunos, 
 
Hoje chegamos ao nosso penúltimo e veremos mais alguns importantes pontos 
para a sua PROVA! 
Ative o cérebro e vamos começar a adquirir mais e mais conhecimento. 
 
Bons estudos!!! 
**************************************************************************************** 
EXERCÍCIOS 
 
1. (Juiz Substituto – TRT / 2007) Constituem Crimes Contra a 
Organização do Trabalho: 
 
I. Frustrar, mediante fraude ou violência, direito assegurado pela 
legislação do trabalho. 
II. Exercer atividade, de que está impedido por decisão administrativa. 
III. Recrutar trabalhadores com o fim de levá-los de uma para outra 
localidade do território nacional. 
IV. Recrutar trabalhadores, com o fim de levá-los para território 
estrangeiro. 
V. Invadir ou ocupar estabelecimento industrial, comercial ou agrícola, 
com o intuito de impedir ou embaraçar o curso normal do trabalho, ou 
com o mesmo fim danificar o estabelecimento ou as coisas nele 
existentes ou delas dispor. 
Responda: 
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A) Apenas as proposições I, II e III estão corretas. 
B) Apenas as proposições II, III e IV estão corretas. 
C) Apenas as proposições III e IV estão incorretas. 
D) Apenas as proposições III, IV e V estão incorretas. 
E) Apenas as proposições III e V estão corretas. 
 
GABARITO: C 
COMENTÁRIOS: Esta questão nos permite uma visão global dos crimes contra 
a organização do trabalho. Vamos analisar cada item e posteriormente resumir 
o assunto em um quadro resumo: 
Item I ��� Frustração de direito assegurado por lei trabalhista. 
 
Art. 203 - Frustrar, mediante fraude ou violência, direito 
assegurado pela legislação do trabalho. 
 
Item II ��� Exercício de atividade com infração de decisão administrativa. 
 
Art. 205 - Exercer atividade, de que está impedido por decisão 
administrativa. 
 
Item III ��� Não constitui crime contra a organização do trabalho o simples 
fato de recrutar servidores com o fim de levá-los de uma para outra localidade 
do território nacional. 
 
Item IV ��� Não constitui crime contra a organização do trabalho o simples 
fato de recrutar servidores com o fim de levá-los para território estrangeiro. 
 
Item V ��� Invasão de estabelecimento industrial, comercial ou agrícola. 
Sabotagem. 
 
Art. 202 - Invadir ou ocupar estabelecimento industrial, comercial 
ou agrícola, com o intuito de impedir ou embaraçar o curso 
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normal do trabalho, ou com o mesmo fim danificar o 
estabelecimento ou as coisas nele existentes ou delas dispor. 
 
Resumindo os crimes contra a organização do trabalho: 
CRIMES CONTRA A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO 
 
CRIME CONDUTA CONSUMAÇÃO TENTATIVA 
ATENTADO CONTRA 
A LIBERDADE DE 
TRABALHO 
Constranger alguém, mediante 
violência ou grave ameaça: 
I- A exercer ou não exercer arte, 
ofício, profissão ou indústria, ou a 
trabalhar ou não trabalhar durante 
certo período ou em determinados 
dias 
II- A abrir ou fechar o seu 
estabelecimento de trabalho ou a 
participar de parede ou 
paralisação de atividade eco-
nômica. 
 
Na primeira modalidade, com 
o EFETIVO exercício ou com 
a suspensão do exercício de 
arte, ofício, profissão ou 
indústria. 
Na segunda, com o trabalho 
ou suspensão deste. 
Na terceira, com a abertura ou 
fechamento do estabele-
cimento. 
Na quarta, com a paralisação 
da atividade econômica. 
ATENTADO CONTRA 
A LIBERDADE DE 
CONTRATO DE 
TRABALHO E 
BOICOTAGEM 
VIOLENTA 
Constranger alguém, mediante 
violência ou grave ameaça, a 
celebrar contrato de trabalho ou a 
não fornecer a outrem ou não 
adquirir de outrem matéria-prima 
ou produto industrial ou agrícola. 
Consuma-se com a cele-
bração deste e, no caso da 
boicotagem, no momento em 
que a pessoa constrangida 
não fornece ou adquire os 
produtos. 
ATENTADO CONTRA 
A LIBERDADE DE 
ASSOCIAÇÃO 
Constranger alguém, mediante 
violência ou grave ameaça, a 
participar ou deixar de participar 
de determinado sindicato ou 
associação profissional. 
Consuma-se o delito no 
momento em que a pessoa 
constrangida passa ou não a 
fazer farte de sindicato ou 
associação profissional. 
PARALISAÇÃO DE 
TRABALHO, 
SEGUIDA DE 
VIOLÊNCIA OU 
PERTURBAÇÃO DA 
Participar de suspensão ou 
abandono coletivo de trabalho, 
praticando violência contra 
pessoa ou contra coisa. 
***Para que se considere coletivo 
o abandono de trabalho é 
Consuma-se o delito com a 
prática da violência. 
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ORDEM indispensável o concurso de, pelo 
menos, três empregados. 
PARALISAÇÃO DE 
TRABALHO DE 
INTERESSE 
COLETIVO 
Participar de suspensão ou 
abandono coletivo de trabalho, 
provocando a interrupção de obra 
pública ou serviço de interesse 
coletivo. 
Consuma-se o delito com a 
interrupção de obra pública ou 
serviço de interesse coletivo. 
INVASÃO DE 
ESTABELECIMENTO 
INDUSTRIAL, 
COMERCIAL OU 
AGRÍCOLA. 
SABOTAGEM 
Invadir ou ocupar estabelecimento 
industrial, comercial ou agrícola, 
com o intuito de impedir ou 
embaraçar o curso normal do 
trabalho ou, com o mesmo fim, 
danificar o estabelecimento ou as 
coisas nele existentes ou delas 
dispor. 
Consuma-se o delito no 
instante em que o agente 
invade ou ocupa estabeleci-
mento industrial, comercial ou 
agrícola. 
Na sabotagem, consuma-se 
quando o sujeito ativo danifica 
as coisas ou no instante que 
dispõe dos objetos do 
estabelecimento. 
 
 
FRUSTRAÇÃO DE 
DIREITO 
ASSEGURADO POR 
LEI TRABALHISTA 
Frustrar, mediante fraude ou 
violência, direito assegurado pela 
legislação do trabalho. 
Obrigar ou coagir alguém a usar 
mercadorias de determinado 
estabelecimento, para 
impossibilitar o desligamento do 
serviço em virtude de dívida. 
Impedir alguém de se desligar de 
serviços de qualquer natureza, 
mediante coação ou por meio da 
retenção de seus documentos 
pessoais ou contratuais. 
 
A pena é aumentada de um sexto 
a um terço se a vítima é menor de 
dezoito anos, idosa, gestante, 
indígena ou portadora de 
deficiência física ou mental. 
Consuma-se o delito no 
instante em que o empregado 
não pode exercer direito 
assegurado pela legislação 
trabalhista. 
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FRUSTRAÇÃO DE 
LEI SOBRE A 
NACIONALIZAÇÃO 
DO TRABALHO 
Frustrar, mediante fraude ou 
violência, obrigação legal relativa 
à nacionalização do trabalho. 
Consuma-se o delito com a 
frustração de lei que disponha 
sobre a nacionalização do 
trabalho. 
EXERCÍCIO DE 
ATIVIDADE COM 
INFRAÇÃO DE 
DECISÃO 
ADMINISTRATIVA 
Exercer atividade de que está 
impedido por decisão adminis-
trativa. 
Consuma-se o delito com a 
reiteração de atos relaciona-
dos à atividade impedida por 
decisão administrativa.ALICIAMENTO PARA 
O FIM DE 
EMIGRAÇÃO 
Recrutar trabalhadores, mediante 
fraude, com o fim de levá-los para 
território estrangeiro. 
Consuma-se o delito com o 
recrutamento mediante fraude, 
independentemente da emi-
gração. 
ALICIAMENTO DE 
TRABALHADORES 
DE UM LOCAL PARA 
OUTRO DO 
TERRITÓRIO 
NACIONAL 
Aliciar trabalhadores com o fim de 
levá-los de uma para outra 
localidade do território nacional. 
 
Recrutar trabalhadores fora da 
localidade de execução do 
trabalho, dentro do território 
nacional, mediante fraude ou 
cobrança de qualquer quantia do 
trabalhador ou, ainda, não 
assegurar condições do seu 
retorno ao local de origem. 
 
A pena é aumentada de um sexto 
a um terço se a vítima é menor de 
dezoito anos, idosa, gestante, 
indígena ou portadora de 
deficiência física ou mental. 
 
Consuma-se o delito com o 
aliciamento, independente-
mente da emigração de um 
local para outro dentro do 
território nacional. 
 
 
 
 
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2. (Analista - TRT / 2010) Quem recrutar trabalhadores fora da 
localidade de execução do trabalho, dentro do território nacional, sem 
assegurar condições do seu retorno ao local de origem, 
 
a) não comete crime contra a organização do trabalho, porque o recrutamento 
ocorreu dentro do território nacional. 
b) só comete crime contra a organização do trabalho se o recrutamento for 
feito mediante fraude. 
c) comete crime contra a organização do trabalho e incorre na pena de 
detenção, de um a três anos, e multa. 
d) só comete crime contra a organização do trabalho se o recrutamento for 
feito mediante cobrança de qualquer quantia do trabalhador. 
e) só comete crime contra a organização do trabalho se a vítima for menor de 
dezoito anos ou portadora de deficiência física ou mental. 
 
GABARITO: C 
COMENTÁRIOS: O disposto na questão se enquadra no art. 207, do Código 
Penal. Veja: 
 
Art. 207 - Aliciar trabalhadores, com o fim de levá-los de uma 
para outra localidade do território nacional: 
Pena - detenção de um a três anos, e multa. 
§ 1º Incorre na mesma pena quem recrutar trabalhadores fora 
da localidade de execução do trabalho, dentro do território 
nacional, mediante fraude ou cobrança de qualquer quantia do 
trabalhador, ou, ainda, não assegurar condições do seu retorno 
ao local de origem. 
 
3. (AFT / 2010) Carlos e Mário, isoladamente, abandonam o seu 
trabalho (greve) destruindo a porta do escritório e batendo no chefe 
Beltrão. À luz do previsto dos Crimes contra a Organização do Trabalho 
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na parte especial do Código Penal, julgue os itens abaixo, assinalando 
o correto. 
 
a) Carlos e Mário devem responder pelo delito tentado de paralisação de 
trabalho, seguida de violência ou perturbação da ordem. 
b) Carlos e Mário não devem responder pelo delito de paralisação de trabalho, 
seguida de violência ou perturbação da ordem. 
c) Carlos e Mário devem responder pelo delito de paralisação de trabalho, 
seguida de violência ou perturbação da ordem na sua forma culposa. 
d) Carlos e Mário devem responder pelo delito de paralisação de trabalho, 
seguida de violência ou perturbação da ordem. 
e) Só Carlos deve responder pelo delito de paralisação de trabalho, seguida de 
violência ou perturbação da ordem. 
 
GABARITO: B 
COMENTÁRIOS: O artigo 200 do Código Penal pune a participação em 
suspensão ou abandono coletivo de trabalho dos quais derive violência contra 
pessoa ou coisa. Observe o texto legal: 
 
Art. 200 - Participar de suspensão ou abandono coletivo de 
trabalho, praticando violência contra pessoa ou contra coisa: 
Pena - detenção, de um mês a um ano, e multa, além da pena 
correspondente à violência. 
 
Para a caracterização do abandono exige-se ao menos três adeptos, logo, 
correta a alternativa “B”. 
Obs.: É claro que Carlos e Mário cometem outros crimes, mas isso não importa 
para a questão. 
 
4. (Juiz - TRT / 2012) Antônio dos Martírios trabalhou na empresa 
Enseada Eletromóveis por trinta anos, até tornar-se seu gerente. A 
empresa foi vendida, e os novos proprietários trouxeram um novo 
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gerente para administrá-la. Assim, resolveram despedir Antônio dos 
Martírios. Porém, foram avisados, pelo advogado da empresa, sobre a 
existência, na convenção coletiva de trabalho da categoria, de cláusula 
prevendo estabilidade dos empregados no emprego, nos cinco anos 
que antecedem à aposentadoria. Em virtude do empecilho legal, mas 
não querendo a permanência do antigo empregado no cargo de 
gerente, a empresa determinou que não fosse atribuída nenhuma 
atividade a Antônio dos Martírios, colocando-o em uma sala vazia, com 
apenas uma cadeira, com vistas a forçá-lo a pedir demissão. Após seis 
meses nessas condições, Antônio dos Martírios, psicologicamente 
abalado, pediu demissão. A conduta da empresa, definida, no âmbito 
das relações de trabalho, como assédio moral, no Direito Penal 
constitui a figura típica de: , 
 
a) Constrangimento ilegal; 
b) Atentado contra a liberdade de trabalho; 
c) O assédio moral não constitui conduta penalmente punível; 
d) Frustração de direito assegurado por lei trabalhista; 
e) Atentado contra a liberdade de contrato de trabalho. 
 
GABARITO: C 
COMENTÁRIOS: Apesar de existir projeto de lei em trâmite no Congresso 
Nacional visando tornar crime o assédio moral, tal conduta ainda não se 
encontra criminalizada. 
 
5. (Juiz - TRT / 2012) José Felício, já aposentado por idade, diante das 
dificuldades financeiras, e sendo ainda forte, aos 50 anos de idade, 
aceitou proposta de emprego em fazenda de soja no interior do Estado 
do Mato Grosso do Sul. Chegando à fazenda, foi informado que deveria 
pagar as despesas de transporte do seu estado de origem até o Mato 
Grosso do Sul, e que o estabelecimento comercial mais próximo ficava 
a 85 km da fazenda, não sendo fornecido meio de transporte para lá, 
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de modo que deveria comprar os produtos para alimentação e higiene 
no “armazém” da fazenda. Após três meses de trabalho, José Felício 
pediu demissão, mas foi informado que não poderia deixar a fazenda 
sem pagar a sua dívida no “armazém”, em valor superior às suas 
verbas rescisórias. José Felício fugiu da fazenda, junto com outros 
empregados, sem os seus documentos, que haviam sido retidos pelo 
aliciador. A fiscalização do trabalho chegou à fazenda e, após libertá-
los, entregou ao Promotor de Justiça os documentos dos empregados 
que haviam fugido. O Promotor de Justiça ofereceu denúncia: 
 
a) por crime de frustração de direito trabalhista, tendo por sujeito ativo o 
aliciador e o proprietário da fazenda, em co-autoria; 
b) por crime de crime de frustração de direito trabalhista, tendo por sujeito 
ativo o proprietário da fazenda, e por crime de aliciamento de trabalhadores, o 
aliciador; 
c) por crime de frustração de direito trabalhista, tendo por sujeito ativo o 
proprietário da fazenda; por crime de aliciamento de trabalhadores, o 
aliciador; ambos com a circunstância majorante de terem praticado o crime 
contra idoso; 
d) por crimede aliciamento de trabalhadores, delito mais grave e com pena 
maior, que absorve o crime de frustração de direito trabalhista, inclusive a 
pena relativa à violência acaso praticada; 
e) por crime de redução à condição análoga à de escravo e aliciamento de 
trabalhadores, tendo por sujeito ativo o aliciador e o proprietário da fazenda, 
em co- autoria. 
 
GABARITO: E 
COMENTÁRIOS: A questão enuncia a forma mais comum do crime de redução 
à condição análoga à de escravo e aliciamento de trabalhadores. O exemplo 
está presente na maioria dos livros de Direito Penal que tratam do tema. 
 
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6. (Magistratura do Trabalho TRT / 2006) São crimes contra a 
organização do trabalho: 
 
I. Redução da pessoa à condição análoga à de escravo. 
II. Atentado contra a segurança de serviço de utilidade pública. 
III. Atentado contra a liberdade de trabalho. 
IV. Atentado contra a liberdade de associação. 
V. Aliciamento para o fim de emigração. 
 
A) todas as proposições estão corretas 
B) somente a proposição I está correta 
C) somente as proposições I e II estão corretas 
D) somente as proposições III, IV e V estão corretas 
E) somente as proposições I, II e III estão corretas 
 
GABARITO: D 
COMENTÁRIOS: Para não errar este tipo de questão, basta ter por base os 
exatos nomes dos delitos apresentados no Código Penal. Perceba, no quadro 
abaixo, que não consta o crime de redução da pessoa à condição análoga à de 
escravo e atentado contra a segurança de serviço de utilidade pública. 
Para relembrar: 
 
CRIMES CONTRA A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO 
ATENTADO CONTRA A LIBERDADE DE TRABALHO 
ATENTADO CONTRA A LIBERDADE DE CONTRATO DE TRABALHO E BOICOTAGEM 
VIOLENTA 
ATENTADO CONTRA A LIBERDADE DE ASSOCIAÇÃO 
PARALISAÇÃO DE TRABALHO, SEGUIDA DE VIOLÊNCIA OU PERTURBAÇÃO DA 
ORDEM 
PARALISAÇÃO DE TRABALHO DE INTERESSE COLETIVO 
INVASÃO DE ESTABELECIMENTO INDUSTRIAL, COMERCIAL OU AGRÍCOLA. 
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SABOTAGEM 
FRUSTRAÇÃO DE DIREITO ASSEGURADO POR LEI TRABALHISTA 
FRUSTRAÇÃO DE LEI SOBRE A NACIONALIZAÇÃO DO TRABALHO 
EXERCÍCIO DE ATIVIDADE COM INFRAÇÃO DE DECISÃO ADMINISTRATIVA 
ALICIAMENTO PARA O FIM DE EMIGRAÇÃO 
ALICIAMENTO DE TRABALHADORES DE UM LOCAL PARA OUTRO DO TERRITÓRIO 
NACIONAL 
 
 
7. (Juiz do Trabalho Substituto – TRT / 2006) As condutas que 
configuram crime contra a organização do trabalho não incluem: 
 
A) a boicotagem violenta. 
B) o atentado contra a liberdade de associação. 
C) a invasão ou ocupação de estabelecimento industrial, comercial ou agrícola, 
com o intuito de impedir ou embaraçar o curso normal do trabalho. 
D) a violação administrativa de suspensão das atividades de um bar por 
infração às normas protetoras do sossego público. 
E) o aliciamento para o fim de emigração. 
 
GABARITO: D 
COMENTÁRIOS: A alternativa “D” não se enquadra nos tipos penais previstos 
para os crimes contra a organização do trabalho. 
Diferentemente, as alternativas “A”, “B”, “C” e “E” aparecem nos artigos 198, 
199, 202 e 206 do Código Penal, respectivamente. 
 
8. (Juiz do Trabalho Substituto – TRT / 2006) Constituem condutas 
típicas passíveis de configuração de crime contra a organização do 
trabalho: 
 
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I. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça a exercer ou não 
exercer profissão, ou a trabalhar ou não trabalhar durante certo período ou em 
determinado dias; 
II. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a celebrar 
contrato de trabalho; 
III. Frustrar, mediante fraude, direito assegurado pela legislação do trabalho; 
IV. Exercer atividade para a qual está impedido por decisão administrativa. 
 
É CORRETO afirmar: 
 
A) Somente I e II; 
B) Somente II e III; 
C) I, II, III e IV; 
D) I, II e III; 
E) I, II e IV. 
 
GABARITO: C 
COMENTÁRIOS: Vamos analisar as alfirmativas: 
 
Item I ��� Atentado contra a liberdade de trabalho – Art. 197; 
 
Art. 197 - Constranger alguém, mediante violência ou grave 
ameaça: 
I - a exercer ou não exercer arte, ofício, profissão ou indústria, 
ou a trabalhar ou não trabalhar durante certo período ou em 
determinados dias: 
Pena - detenção, de um mês a um ano, e multa, além da pena 
correspondente à violência; 
II - a abrir ou fechar o seu estabelecimento de trabalho, ou a 
participar de parede ou paralisação de atividade econômica: 
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa, além da 
pena correspondente à violência. 
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Item II ��� Atentado contra a liberdade de contrato de trabalho – Art. 198; 
 
Art. 198 - Constranger alguém, mediante violência ou grave 
ameaça, a celebrar contrato de trabalho, ou a não fornecer a 
outrem ou não adquirir de outrem matéria-prima ou produto 
industrial ou agrícola: 
Pena - detenção, de um mês a um ano, e multa, além da pena 
correspondente à violência. 
 
Item III ��� Frustração de direito assegurado por lei trabalhista – Art. 203; 
 
Art. 203 - Frustrar, mediante fraude ou violência, direito 
assegurado pela legislação do trabalho: 
Pena - detenção de um ano a dois anos, e multa, além da pena 
correspondente à violência. 
§ 1º Na mesma pena incorre quem: 
I - obriga ou coage alguém a usar mercadorias de determinado 
estabelecimento, para impossibilitar o desligamento do serviço 
em virtude de dívida; 
II - impede alguém de se desligar de serviços de qualquer 
natureza, mediante coação ou por meio da retenção de seus 
documentos pessoais ou contratuais. 
§ 2º A pena é aumentada de um sexto a um terço se a vítima é 
menor de dezoito anos, idosa, gestante, indígena ou portadora 
de deficiência física ou mental. 
 
Item IV ��� Exercício de atividade com infração de decisão administrativa – 
Art. 205; 
 
Art. 205 - Exercer atividade, de que está impedido por decisão 
administrativa: 
Pena - detenção, de três meses a dois anos, ou multa. 
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Sendo assim, todas as condutas configuram crime contra a organização do 
trabalho. 
 
9. (Auditor – Fiscal do Trabalho / 2006) Comete o crime de atentado 
contra a liberdade de associação, previsto no artigo 199 do Código 
Penal, quem constrange alguém, mediante violência ou grave ameaça: 
 
A) a celebrar contrato de trabalho. 
B) a participar de determinado sindicato. 
C) a não exercer arte, ofício, profissão ou indústria. 
D) a não fornecer a outrem matéria-prima. 
E) a participar de suspensão ou abandono coletivo de trabalho. 
 
GABARITO: B 
COMENTÁRIOS: Exige do candidato o conhecimento do artigo 199 do Código 
Penal que dispõe sobre o crime de atentado contra a liberdade de associação. 
 
Art. 199 - Constranger alguém, mediante violência ou grave 
ameaça, a participar ou deixar de participar de determinado 
sindicato ou associação profissional. 
 
Embora esta questão seja facilmente resolvida com o conhecimento do art. 
199, aproveito para fazer uma ressalva. Observe que na alternativa “E” 
encontramos ostermos suspensão e abandono coletivo. Qual a 
diferenciação entre essas expressões? 
Para a correta compreensão, vamos exemplificar: 
Imagine que Tício e Caio, empregados da Ouriços S.A. resolvem se unir para 
paralisar o trabalho. Neste caso, estará caracterizado o abandono coletivo do 
trabalho? 
A resposta é negativa, pois o parágrafo único do artigo 200 dispõe: 
 
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Parágrafo único - Para que se considere coletivo o abandono de 
trabalho é indispensável o concurso de, pelo menos, 
três empregados. 
 
Diferentemente, na suspensão coletiva de trabalho, que é causada pelos 
empregadores, exige-se somente um mínimo de duas pessoas. 
É importante ressaltar que não é necessário a união de dois empregadores. 
Basta o de mais de uma pessoa (Ex: empregador + empregado), ainda que 
componentes de uma mesma pessoa jurídica empregadora. Ex: Empregador e 
dez empregados. 
Para a sua PROVA, do exposto, o que você tem que saber é o seguinte: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10. (ICMS – PB / 2006) Não constitui crime contra a organização do 
trabalho: 
 
A) a invasão de estabelecimento industrial, comercial ou agrícola. 
B) o atentado contra a liberdade de associação. 
C) o exercício de atividade com infração de decisão administrativa. 
D) a apropriação indébita previdenciária. 
E) o aliciamento para fim de emigração. 
 
GABARITO: D 
COMENTÁRIOS: Esta é fácil! Apropriação indébita previdenciária é crime 
contra a previdência e não contra a organização do trabalho. 
ABANDONO COLETIVO DE TRABALHO � MÍNIMO TRÊS 
PESSOAS � PRATICADA PELOS EMPREGADOS. 
SUSPENSÃO COLETIVA DE TRABALHO � MÍNIMO DUAS 
PESSOAS � PRATICADA PELOS EMPREGADORES. 
JÁ TEMOS TRÊS 
ADEPTOS AO 
ABANDONO 
COLETIVO!!! 
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11. (Juiz do Trabalho Substituto / 2006) São crimes contra a 
organização do trabalho previstos no Código Penal brasileiro, exceto: 
 
A) Atentado contra a segurança de serviço de utilidade pública. 
B) Atentado contra a liberdade de associação. 
C) Aliciamento com fim de emigração. 
D) Sabotagem e boicotagem. 
E) Exercício de atividade com infração de decisão administrativa. 
 
GABARITO: A 
COMENTÁRIOS: Para resolver esta questão é só lembrar da tabela já 
apresentada e verificar qual crime não foi estudado. Por acaso falamos em 
atentado contra a segurança de serviço de utilidade pública? Não!!! Logo, esta 
é a resposta da questão. 
 
12. (TRT – 23ª Região / 2006) São considerados crimes contra a 
organização do Trabalho; 
 
A) O atentado contra a liberdade do trabalho, o atentado contra a liberdade de 
contrato de trabalho e boicotagem violenta; o aliciamento de trabalhadores de 
um local para outro do território nacional; 
B) O assédio sexual e o constrangimento ilegal praticado pelo empregador 
contra empregado; 
C) O assédio sexual, a redução à condição análoga à de escravo e o atentado 
contra a liberdade de associação; 
D) O assédio sexual, a redução à condição análoga à de escravo e o atentado 
contra a liberdade de contrato de trabalho e boicotagem violenta; 
E) O atentado contra a liberdade do trabalho, Atentado contra a liberdade de 
contrato de trabalho e boicotagem violenta; aliciamento de trabalhadores de 
um local para outro do território nacional; a redução à condições análogas a de 
escravo e o assédio sexual; 
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GABARITO: A 
COMENTÁRIOS: Assédio sexual como crime contra a organização do 
trabalho??? Claro que está INCORRETO. 
Somente com este conhecimento já seria possível responder a questão, mas 
relembrando MAIS UMA VEZ (Agora é para consolidar!!!): 
São crimes contra a organização do trabalho: 
 
ATENTADO CONTRA A LIBERDADE DE TRABALHO 
ATENTADO CONTRA A LIBERDADE DE CONTRATO DE TRABALHO E BOICOTAGEM 
VIOLENTA 
ATENTADO CONTRA A LIBERDADE DE ASSOCIAÇÃO 
PARALISAÇÃO DE TRABALHO, SEGUIDA DE VIOLÊNCIA OU PERTURBAÇÃO DA ORDEM 
PARALISAÇÃO DE TRABALHO DE INTERESSE COLETIVO 
INVASÃO DE ESTABELECIMENTO INDUSTRIAL, COMERCIAL OU AGRÍCOLA. SABOTAGEM 
FRUSTRAÇÃO DE DIREITO ASSEGURADO POR LEI TRABALHISTA 
FRUSTRAÇÃO DE LEI SOBRE A NACIONALIZAÇÃO DO TRABALHO 
EXERCÍCIO DE ATIVIDADE COM INFRAÇÃO DE DECISÃO ADMINISTRATIVA 
ALICIAMENTO PARA O FIM DE EMIGRAÇÃO 
ALICIAMENTO DE TRABALHADORES DE UM LOCAL PARA OUTRO DO TERRITÓRIO 
NACIONAL 
 
13. (Juiz do Trabalho Substituto / 2005) Ary, proprietário de uma 
oficina de conserto de automóveis, sob ameaça de violência física, é 
compelido por seus empregados a fechar o estabelecimento, a fim de 
manifestarem- se, juntamente com outros colegas, na via pública, por 
majoração de salário. Não fora declarada greve da categoria. A 
hipótese configura crime de: 
 
A) atentado contra a liberdade do trabalho. 
B) boicote violento. 
C) constrangimento ilegal. 
D) ameaça. 
E) extorsão indireta. 
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GABARITO: A 
COMENTÁRIOS: Falou em obrigar a fechar o estabelecimento...Lembrou de 
atentado contra a liberdade do trabalho. Observe: 
 
Art. 197 - Constranger alguém, mediante violência ou grave 
ameaça: 
I - a exercer ou não exercer arte, ofício, profissão ou indústria, 
ou a trabalhar ou não trabalhar durante certo período ou em 
determinados dias: 
Pena - detenção, de um mês a um ano, e multa, além da pena 
correspondente à violência; 
II - a abrir ou fechar o seu estabelecimento de trabalho, 
ou a participar de parede (greve) ou paralisação de 
atividade econômica: 
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa, além da pena 
correspondente à violência. (grifei) 
 
O atentado contra a liberdade de trabalho nada mais é do que uma forma de 
constrangimento ilegal, no qual o sujeito ativo visa que a vítima tenha um dos 
comportamentos descritos nos incisos I e II. 
O tipo penal supracitado contém quatro modalidades: 
 
1. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a 
exercer ou não exercer arte, ofício, profissão ou indústria; 
2. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a 
trabalhar ou a não trabalhar durante certo período ou em 
determinados dias; 
3. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a 
abrir ou fechar o seu estabelecimento de trabalho; e 
4. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a 
participar de paralisação de atividade econômica. 
 
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14. (MPT – Procurador / 2005) Constituem crimes contra a 
organização do trabalho: 
 
I - O atentado contra a liberdade de associação; 
II - O aliciamento de trabalhadores de um local para outro do território 
nacional; 
III - A participação em suspensão coletiva de trabalho, provocando a 
interrupção de serviço de interesse coletivo; 
IV - O exercício de atividade com infração de decisão administrativa. 
 
A) todas as alternativas são verdadeiras; 
B) apenas duas alternativas são verdadeiras; 
C) apenas uma alternativa é verdadeira; 
D) apenas uma alternativa é falsa; 
E) nenhuma é verdadeira. 
 
GABARITO:A 
COMENTÁRIOS: Mais uma questão que exige do candidato o conhecimento 
dos delitos contra a organização do trabalho. 
 
15. (Analista Judiciário / 2004) Paulo reteve a documentação pessoal 
de sua empregada doméstica, que havia pedido demissão, visando 
impedi-la de desligar-se do seu emprego. Nesse caso, Paulo praticou o 
crime de: 
 
A) atentado contra a liberdade de contrato de trabalho. 
B) atentado contra a liberdade de trabalho. 
C) frustração de direito assegurado por lei trabalhista. 
D) atentado contra a liberdade de associação. 
E) boicotagem violenta. 
 
GABARITO: C 
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COMENTÁRIOS: A retenção de documentos a fim de impedir o desligamento 
caracteriza a frustração de direito assegurado por lei trabalhista, tipificado no 
art. 203 do Código Penal. Veja: 
 
Art. 203 - Frustrar, mediante fraude ou violência, direito 
assegurado pela legislação do trabalho. 
§ 1º Na mesma pena incorre quem: 
[...] 
II - impede alguém de se desligar de serviços de qualquer 
natureza, mediante coação ou por meio da retenção de 
seus documentos pessoais ou contratuais. 
 
Observação sobre o delito: 
 
Atente que a frustração do direito assegurado deve ocorrer mediante 
VIOLÊNCIA OU FRAUDE. Seria, por exemplo, o caso do empregador que, 
mediante força física, obriga os empregados a assinar recibos com valores 
diferentes do que foi efetivamente pago. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16. (Analista Judiciário / 2004) O traficante Tício foi morto pela polícia 
em tiroteio na Favela Marujo. Nero, Goto e Duda, moradores da favela, 
constrangeram, mediante ameaça de morte feita através de ligação 
telefônica, os comerciantes José e João a fecharem os seus 
QUESTIONAMENTO MUITO IMPORTANTE!!! 
A VIOLÊNCIA TRATADA NO ART. 203 ABRANGE APENAS A FORÇA 
FÍSICA OU TAMBÉM A VIOLÊNCIA MORAL? 
SEGUNDO A DOUTRINA MAJORITÁRIA, ABRANGE SOMENTE A 
VIOLÊNCIA FÍSICA, POIS QUANDO O LEGISLADOR QUER REFERIR-SE 
À VIOLÊNCIA MORAL, MENCIONA-A EXPRESSAMENTE, UTILIZANDO 
O TERMO “GRAVE AMEAÇA”. 
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estabelecimentos de trabalho. Nero, Goto e Duda praticaram o crime 
de: 
 
A) frustração de direito assegurado por lei trabalhista. 
B) atentado contra a liberdade de trabalho. 
C) paralisação de trabalho de interesse coletivo. 
D) atentado contra a liberdade de associação. 
E) invasão de estabelecimentos comerciais. 
 
GABARITO: B 
COMENTÁRIOS: A conduta descrita na questão se enquadra perfeitamente no 
inciso II do artigo 197 que versa sobre o delito de atentado contra a liberdade 
de trabalho. Veja: 
 
Art. 197 - Constranger alguém, mediante violência ou grave 
ameaça: 
[...] 
II - a abrir ou fechar o seu estabelecimento de trabalho, 
ou a participar de parede ou paralisação de atividade 
econômica. 
 
17. (Auditor Fiscal do Trabalho / 2003) No crime de frustração de 
direito assegurado por lei trabalhista (art. 203 do Código Penal), é 
correto afirmar que: 
 
A) não incorre na mesma pena quem impede alguém de se desligar de serviços 
de qualquer natureza, mediante coação ou por meio de retenção de seus 
documentos pessoais ou contratuais. 
B) é essencial à tipificação do delito o emprego de fraude ou violência à 
pessoa. 
C) não há causa especial de aumento de pena se a vítima for menor de dezoito 
anos. 
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D) pune-se o delito a título de culpa. 
E) não incorre na mesma pena quem obriga alguém a usar mercadorias de 
determinado estabelecimento, para impossibilitar o desligamento do serviço 
em virtude de dívida. 
 
GABARITO: B 
COMENTÁRIOS: Ao tratar do crime de frustração de direito assegurado por lei 
trabalhista, o CP leciona: 
 
Art. 203 - Frustrar, mediante fraude ou violência, direito 
assegurado pela legislação do trabalho. 
 
Agora, com base no artigo 203, vamos analisar as alternativas: 
 
Alternativa “A” ��� Contraria o inciso II, do parágrafo 1º, do artigo 203: 
 
§ 1º Na mesma pena incorre quem: 
I - obriga ou coage alguém a usar mercadorias de determinado 
estabelecimento, para impossibilitar o desligamento do serviço 
em virtude de dívida; 
II - impede alguém de se desligar de serviços de qualquer 
natureza, mediante coação ou por meio da retenção de 
seus documentos pessoais ou contratuais. 
 
Alternativa “B” ��� Está perfeita. Conforme você estudou, há necessidade, 
para a tipificação do delito, do emprego de fraude ou violência à pessoa. 
 
Alternativa “C” ��� Contraria o parágrafo 2º, do art. 203: 
 
§ 2º A pena é aumentada de um sexto a um terço se a vítima é 
menor de dezoito anos, idosa, gestante, indígena ou portadora de 
deficiência física ou mental. 
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Alternativa “D” ��� Só é punido a título de DOLO. 
 
Alternativa “E” ��� Contraria o inciso I, do parágrafo 1º, acima apresentado. 
 
18. (Juiz do Trabalho Substituto / 2003) Caracteriza-se atentado 
contra a liberdade de trabalho: 
 
A) constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a participar de 
parede ou paralisação de atividade econômica; 
B) constranger alguém, mediante violência, a participar de associação sindical; 
C) constranger alguém, mediante grave ameaça, a celebrar contrato de 
trabalho; 
D) aliciar trabalhadores, com o fim de levá-Ios de uma para outra localidade 
do território nacional; 
E) frustrar, mediante fraude, direito assegurado pela legislação do trabalho. 
 
GABARITO: A 
COMENTÁRIOS: Ao tratar do delito de atentado contra a liberdade de 
trabalho, o Código Penal dispõe: 
 
Art. 197 - Constranger alguém, mediante violência ou grave 
ameaça: 
I - a exercer ou não exercer arte, ofício, profissão ou indústria, 
ou a trabalhar ou não trabalhar durante certo período ou em 
determinados dias: 
II - a abrir ou fechar o seu estabelecimento de trabalho, ou a 
participar de parede ou paralisação de atividade econômica. 
 
Perceba que a alternativa “A” se enquadra perfeitamente no tipificado no inciso 
II. Vamos analisar as outras alternativas: 
 
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Alternativa “B” ��� Trata do delito de atentado contra a liberdade de 
associação: 
 
Art. 199 - Constranger alguém, mediante violência ou grave 
ameaça, a participar ou deixar de participar de determinado 
sindicato ou associação profissional. 
 
Alternativa “C” � Atentado contra a liberdade de contrato de trabalho 
e boicotagem violenta: 
 
 Art. 198 - Constranger alguém, mediante violência ou grave 
ameaça, a celebrar contrato de trabalho, ou a não fornecer a 
outrem ou não adquirir de outrem matéria-prima ou produto 
industrial ou agrícola. 
 
Alternativa “D” ��� Aliciamento de trabalhadores de um local para outro 
do território nacional: 
 
Art. 207 - Aliciar trabalhadores, com o fim de levá-los de uma 
para outra localidade do território nacional. 
 
Alternativa “E” ��� Frustração de direito assegurado por lei trabalhista: 
 
Art. 203 - Frustrar, mediante fraude ou violência, direitoassegurado pela legislação do trabalho. 
 
19. (Juiz do Trabalho Substituto / 2003) A Escola de 1º grau Machado 
de Assis foi condenada, em ação trabalhista, a pagar R$ 10.000,00 
(dez mil reais) a José Ferreira, antigo zelador do Colégio. Por ocasião 
do pagamento, o Diretor do estabelecimento de ensino fê-lo, emitindo 
cheque sem suficiente provisão de fundos. Logo, pode-se afirmar que: 
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A) há crime contra a organização do trabalho, qual seja atentado contra a 
liberdade de contrato de trabalho e boicotagem violenta; 
B) há crime contra a organização do trabalho, pois frustrou-se, mediante 
fraude, direito assegurado por decisão trabalhista; 
C) não há crime contra a organização do trabalho; 
D) há crime contra a organização do trabalho em concurso formal com 
estelionato; 
E) o Diretor da Escola praticou o crime de sabotagem. 
 
GABARITO: C 
COMENTÁRIOS: Esta questão é fácil, mas acaba confundindo o candidato 
através da história que é contada. Realmente, emitir cheque sem fundo é 
crime, mas não contra a organização do trabalho. 
 
20 - (AFRFB / 2009) Paulo, dirigente do sindicato dos metalúrgicos de 
São Bernardo, constrange Márcia, metalúrgica não filiada, a participar 
do sindicato dos metalúrgicos, ameaçando-a de ser demitida caso não 
se associe imediatamente. Tal ameaça foi presenciada por policial que 
se encontrava casualmente ao lado de Márcia. À luz do Código Penal, 
julgue os itens abaixo assinalando o correto. 
 
a) Márcia não tem direito de se opor à filiação, desse modo a conduta de Paulo 
é lícita. 
b) Paulo cometeu o crime de atentado contra a liberdade de trabalho. 
c) Paulo cometeu o crime de atentado contra a liberdade de associação. 
d) Caso Paulo seja preso em flagrante, este deverá ser preso junto com os 
outros detentos até que seja paga fiança ou decretada a sua liberdade 
provisória. 
e) Paulo estará sujeito a advertência administrativa, não tendo cometido 
nenhum delito. 
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GABARITO: C 
COMENTÁRIOS: No caso em tela, Paulo, mediante grave ameaça, constrange 
Maria a participar de sindicado. Tal conduta se enquadra perfeitamente no 
artigo 199 do CP que dispõe sobre o crime de atentado contra a liberdade de 
associação. 
Observe: 
 
Art. 199 - Constranger alguém, mediante violência ou grave 
ameaça, a participar ou deixar de participar de determinado 
sindicato ou associação profissional. 
 
21. (Juiz do Trabalho – TRT / 2006) Determinado empregador tem as 
seguintes condutas: 
 
I. Deixa de lançar mensalmente nos títulos próprios da contabilidade da 
empresa as quantias descontadas dos empregados. 
II. Impede, mediante coação, determinado empregado de se desligar dos 
serviços, inclusive retendo seus documentos pessoais. 
III. Recruta trabalhadores, mediante fraude, com o fim de levá-los para 
território estrangeiro. 
IV. Obriga os empregados a usarem mercadorias de determinado 
estabelecimento, para impossibilitar o desligamento do serviço em virtude de 
dívida. 
 
Considerando as condutas acima, o empregador teria cometido os 
seguintes crimes, respectivamente: 
 
A) sonegação de contribuição previdenciária; frustração de direito assegurado 
por legislação trabalhista; aliciamento para o fim de emigração; redução à 
condição análoga à de escravo. 
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B) omissão de lançamento de contribuição fiscal; frustração de direito 
assegurado por legislação trabalhista; aliciamento de trabalhadores de um 
local para outro do território nacional; frustração de direito assegurado por 
legislação trabalhista. 
C) sonegação de contribuição previdenciária; frustração de direito assegurado 
por legislação trabalhista; aliciamento para o fim de emigração; frustração de 
direito assegurado por legislação trabalhista. 
D) omissão de lançamento de contribuição previdenciária; frustração de direito 
assegurado por legislação trabalhista; aliciamento para o fim de emigração; 
frustração de direito assegurado por legislação trabalhista. 
E) sonegação de contribuição previdenciária; atentado contra a liberdade de 
trabalho; aliciamento para o fim de emigração; frustração de direito 
assegurado por legislação trabalhista. 
 
GABARITO: C 
COMENTÁRIOS: 
Item I ��� Trata-se do delito de sonegação de contribuição previdenciária: 
 
Art. 337-A. Suprimir ou reduzir contribuição social previdenciária 
e qualquer acessório, mediante as seguintes condutas: 
[...] 
II – deixar de lançar mensalmente nos títulos próprios da 
contabilidade da empresa as quantias descontadas dos segurados 
ou as devidas pelo empregador ou pelo tomador de serviços; 
 
Item II ��� Trata-se do delito de frustração de direito assegurado por 
legislação trabalhista: 
 
Art. 203 - Frustrar, mediante fraude ou violência, direito 
assegurado pela legislação do trabalho: 
§ 1º Na mesma pena incorre quem: 
[...] 
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II - impede alguém de se desligar de serviços de qualquer 
natureza, mediante coação ou por meio da retenção de 
seus documentos pessoais ou contratuais. 
 
Item III ��� Trata-se do delito de aliciamento para o fim de emigração: 
 
Art. 207 - Aliciar trabalhadores, com o fim de levá-los de uma 
para outra localidade do território nacional. 
 
Item IV ��� Trata-se do delito de frustração de direito assegurado por 
legislação trabalhista: 
 
Art. 203 - Frustrar, mediante fraude ou violência, direito 
assegurado pela legislação do trabalho: 
§ 1º Na mesma pena incorre quem: 
I - obriga ou coage alguém a usar mercadorias de 
determinado estabelecimento, para impossibilitar o 
desligamento do serviço em virtude de dívida; 
 
22. (Agente Fiscal – PI / 2008- Adaptada) Analise as afirmativas 
abaixo: 
 
 Constitui crime funcional contra a ordem tributária: 
 
I - extraviar livro oficial, processo fiscal ou qualquer documento, de que tenha 
a guarda em razão da função; sonegá-lo, ou inutilizá-lo, total ou parcialmente, 
acarretando pagamento indevido ou inexato de tributo ou contribuição social; 
II - patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a 
administração fazendária, valendo-se da qualidade de funcionário público. 
III - exigir, solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou 
indiretamente, ainda que fora da função ou antes de iniciar seu exercício, mas 
em razão dela, vantagem indevida; ou aceitar promessa de tal vantagem, para 
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deixar de lançar ou cobrar tributo ou contribuição social, ou cobrá-los 
parcialmente. 
 
Está incorreto o que se afirma em: 
 
A) I e II 
B) Somente I 
C) Somente II 
D) I, II e III 
E) NRA 
 
GABARITO: E 
COMENTÁRIOS: Caro(a) aluno(a), a partir de agora começaremos a tratar da 
lei nº 8.137/90 que versa sobre os crimes contra a ordem tributária. 
 
Analisando o último edital para AFRFB, pode-se perceber que a banca foi bem 
restritiva na cobrança da supracitada lei, exigindo apenas o capítulo I, Seção II 
que trata dos crimes praticadospor Funcionários Públicos. 
 
“Mas professor... Mais crimes praticados por funcionários públicos??? Assim 
não é possível!!!!” 
 
É possível sim, e não só possível como fácil. Observe o que dispõe a lei nº 
8.137/90 no capítulo I, Seção II: 
 
Art. 3° Constitui crime funcional contra a ordem tributária, além 
dos previstos no Decreto-Lei n° 2.848, de 7 de dezembro de 
1940 - Código Penal (Título XI, Capítulo I): 
I - extraviar livro oficial, processo fiscal ou qualquer documento, 
de que tenha a guarda em razão da função; sonegá-lo, ou 
inutilizá-lo, total ou parcialmente, acarretando pagamento 
indevido ou inexato de tributo ou contribuição social; 
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II - exigir, solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou 
indiretamente, ainda que fora da função ou antes de iniciar seu 
exercício, mas em razão dela, vantagem indevida; ou aceitar 
promessa de tal vantagem, para deixar de lançar ou cobrar 
tributo ou contribuição social, ou cobrá-los parcialmente. Pena - 
reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa. 
III - patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado 
perante a administração fazendária, valendo-se da qualidade de 
funcionário público. Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, 
e multa. 
 
Perceba que os crimes apresentados nos incisos I, II e III são bem 
semelhantes a alguns já vistos: 
 
• Inciso I � Semelhante ao delito de extravio, sonegação ou 
inutilização de livro ou documento. Veja: 
 
Art. 314 - Extraviar livro oficial ou qualquer documento, de 
que tem a guarda em razão do cargo; sonegá-lo ou inutilizá-
lo, total ou parcialmente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Inciso II � União do crime de concussão com a corrupção passiva: 
 
DIFERENÇAS 
ACRESCENTA AO DELITO DE EXTRAVIO, SONEGAÇÃO OU INUTILIZAÇÃO 
DE LIVRO OU DOCUMENTO UM RESULTADO NATURALÍSTICO, QUAL SEJA: 
ACARRETAR PAGAMENTO INDEVIDO OU INEXATO DE 
TRIBUTO OU CONTRIBUIÇÃO SOCIAL 
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Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, 
ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão 
dela, vantagem indevida. 
 
Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou 
indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, 
mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de 
tal vantagem. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Inciso III � Semelhante ao delito de advocacia administrativa. 
Observe: 
 
Art. 321 - Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado 
perante a administração pública, valendo-se da qualidade de 
funcionário. 
 
 
 
 
 
 
 
Visto isso, fica claro que para sua PROVA, no que diz respeito aos crimes 
contra a ordem tributária previstos no edital, basta conhecer bem os delitos 
DIFERENÇAS 
APÓS UNIR OS VERBOS CORRESPONDENTES À CONCUSSÃO E À 
CORRUPÇÃO PASSIVA, ACRESCENTA UM FIM ESPECIAL: 
PARA DEIXAR DE LANÇAR OU COBRAR TRIBUTO OU 
CONTRIBUIÇÃO SOCIAL, OU COBRÁ-LOS PARCIALMENTE. 
DIFERENÇAS 
SUBSTITUI A EXPRESSÃO ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA POR 
ADMINISTRAÇÃO FAZENDÁRIA. 
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estudados quando tratamos dos Crimes contra a Administração Pública e ter 
conhecimento das diferenças em relação a eles. 
 
Analisando a questão, em todas as alternativas temos CRIMES FUNCIONAIS 
CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA, logo, nenhum item está incorreto! 
 
23 - (AFRFB / 2009) Temístocles, advogado e funcionário público com 
poder de gestão no fisco, patrocina cliente que deve valor ao fisco, 
solicitando na repartição, em janeiro de 2009, que o valor devido deixe 
de ser cobrado para que o débito seja prescrito. Tal conduta é 
denunciada pelo Ministério Público e enviada ao Poder Judiciário. 
Antes do recebimento da denúncia pelo juiz, Temístocles paga o 
tributo devido e seus acréscimos. Com base nessa informação e na 
legislação especial penal, é correto afirmar que houve: 
 
a) abolitio criminis. 
b) legítima defesa da honra. 
c) nova legislação mais favorável ao agente. 
d) circunstância atenuante. 
e) causa de extinção de punibilidade. 
 
GABARITO: E 
COMENTÁRIOS: Como o pagamento foi efetuado ANTES do RECEBIMENTO 
DA DENÚNCIA, podemos afirmar, nos termos do art. 34, da Lei n.º 9.249/95, 
que se operou a extinção da punibilidade. 
A extinção da punibilidade dos crimes contra a ordem tributária (sonegação 
fiscal) era disciplinada pelo artigo 14 da Lei n.º 8.137/90 que determinava que 
o pagamento do débito tributário feito antes do recebimento da denúncia 
criminal era causa excludente da punibilidade, mas foi revogado pelo art. 98 
da Lei n.º 8.383/91. 
O art. 34 da Lei n.º 9.249/95, contudo, voltou a admitir a mencionada extinção 
da punibilidade. Observe: 
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Art. 34. Extingue-se a punibilidade dos crimes definidos na Lei nº 
8.137, de 27 de dezembro de 1990, e na Lei nº 4.729, de 14 de 
julho de 1965, quando o agente promover o pagamento do 
tributo ou contribuição social, inclusive acessórios, antes do 
recebimento da denúncia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
24. (Auditor - TCE / 2011) A conduta do funcionário público que, em 
razão da função exercida, solicita vantagem indevida para deixar de 
lançar tributo configura: 
 
A) corrupção ativa. 
B) concussão. 
C) excesso de exação. 
D) crime funcional contra a ordem tributária. 
E) corrupção passiva. 
 
GABARITO: D 
COMENTÁRIOS: Neste tipo de questão, basta ter cuidado para não ser afoito 
e assinalar de pronto a corrupção passiva. Observe que no caso em tela, 
RECEBIMENTO 
DA DENÚNCIA 
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claramente temos o crime funcional contra a ordem tributária previsto no art. 
3º, II da lei nº. 8.137/90. 
 
Art. 3° Constitui crime funcional contra a ordem tributária, além 
dos previstos no Decreto-Lei n° 2.848, de 7 de dezembro de 
1940 - Código Penal (Título XI, Capítulo I): 
[...] 
II - exigir, solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou 
indiretamente, ainda que fora da função ou antes de iniciar seu 
exercício, mas em razão dela, vantagem indevida; ou aceitar 
promessa de tal vantagem, para deixar de lançar ou cobrar 
tributo ou contribuição social, ou cobrá-los parcialmente. 
(grifei) 
 
25. (Auditor Fiscal do Trabalho / 2006) O funcionário público que, 
valendo-se dessa qualidade, patrocina interesse privado perante a 
administração fazendária, comete: 
 
A) crime funcional contra a ordem tributária. 
B) crime de advocacia administrativa. 
C) crime de prevaricação. 
D) crime de peculato. 
E) crime de inserção de dados falsos em sistema de informações. 
 
GABARITO: A 
COMENTÁRIOS: Esta questão derruba muitos candidatos, pois muitos, quase 
que automaticamente, assinalam o crime de advocacia administrativa. 
Observe que no crime funcional contra a ordem tributária temos a expressão 
“ADMINISTRAÇÃO FAZENDÁRIA”, ao passo que na advocacia administrativa 
temos “ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA”.CURSO ON-LINE – DIREITO PENAL – EXERCÍCIOS P/ AFRFB 
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Art. 3° Constitui crime funcional contra a ordem tributária, além 
dos previstos no Decreto-Lei n° 2.848, de 7 de dezembro de 
1940 - Código Penal (Título XI, Capítulo I): 
[...] 
III - patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado 
perante a administração fazendária, valendo-se da qualidade de 
funcionário público. 
 
26. (Inspetor Fiscal / 1998) Se o funcionário público inutiliza 
parcialmente livro oficial de que tinha a guarda em razão da função, 
acarretando pagamento inexato de tributo. 
 
A) Não comete crime, o que só acarreta se houvesse inutilização total. 
B) Comete somente crime funcional contra a ordem tributária. 
C) Comete somente o delito de sonegação de livro oficial do Código Penal. 
D) Comete crime funcional contra a ordem tributária e delito de sonegação de 
livro oficial do Código Penal em concurso material. 
E) Comete crime funcional contra a ordem tributária e delito de sonegação de 
livro oficial do Código Penal em concurso formal. 
 
GABARITO: B 
COMENTÁRIOS: Mais uma questão que exige a diferenciação entre os 
CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA e os CRIMES CONTRA A ORDEM 
TRIBUTÁRIA. 
No caso apresentado no enunciado, temos claramente o delito citado no inciso 
I do art. 3º da lei nº 8.137/90. Veja: 
 
Art. 3° Constitui crime funcional contra a ordem tributária, além 
dos previstos no Decreto-Lei n° 2.848, de 7 de dezembro de 
1940 - Código Penal (Título XI, Capítulo I): 
I - extraviar livro oficial, processo fiscal ou qualquer documento, 
de que tenha a guarda em razão da função; sonegá-lo, ou 
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inutilizá-lo, total ou parcialmente, acarretando pagamento 
indevido ou inexato de tributo ou contribuição social 
 
OBSERVAÇÃO: SE NAS ALTERNATIVAS, NA SUA PROVA, VOCÊ VERIFICAR QUE 
EXISTE A OPÇÃO CRIME CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA, ANALISE MUITO BEM 
A QUESTÃO PARA NÃO COMENTER ERROS!!! 
 
27. (Auditor / 2011) Analise os itens abaixo 
 
I - Terão direito à prisão especial os dirigentes de entidades sindicais de todos 
os graus e representativas de empregados, empregadores, profissionais 
liberais, agentes e trabalhadores autônomos. 
II - O empregado eleito para a função de representação profissional ou para 
cargo de administração sindical, quando sujeito a prisão antes de condenação 
definitiva, será recolhido a prisão especial à disposição da autoridade 
competente. 
III - O empregado eleito para a função de representação profissional ou para 
cargo de administração sindical, quando sujeito a prisão, mesmo após 
condenação definitiva, será recolhido a prisão especial à disposição da 
autoridade competente. 
 
Está correto o que se afirma em: 
 
A) I e II 
B) I e III 
C) somente I 
D) I, II e III 
E) somente II 
 
GABARITO: A 
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COMENTÁRIOS: Está questão exige o conhecimento da lei nº 2.860/56 que 
trata de determinadas causas de prisão especial. Esta lei, exigida no edital de 
sua prova, restringe-se ao seguinte: 
 
Art. 1º - Terão direito à prisão especial os dirigentes de entidades 
sindicais de todos os graus e representativas de empregados, 
empregadores, profissionais liberais, agentes e trabalhadores 
autônomos. 
Art. 2º - O empregado eleito para a função de representação 
profissional ou para cargo de administração sindical, quando 
sujeito a prisão antes de condenação definitiva, será recolhido a 
prisão especial à disposição da autoridade competente. 
 
Apesar de o art. 5° da Constituição da República consagrar o princípio da 
igualdade, estabelecendo que "todos são iguais perante a lei, sem distinção de 
qualquer natureza", a Lei Maior, o Código de Processo Penal e a legislação 
extravagante conferem a certas pessoas o direito à prisão especial, ou seja, o 
"privilégio" de ficar preso em cela ou estabelecimento penal ou não, diverso do 
cárcere comum, até o julgamento final ou o trânsito em julgado da decisão 
penal condenatória. 
A prisão especial é concedida às pessoas que, pela relevância do cargo, 
função, emprego ou atividade desempenhada na sociedade nacional, regional 
ou local, ou pelo grau de instrução, estão sujeitas à prisão cautelar decorrente 
de infração penal. Abrange autoridades civis e militares dos três poderes da 
República e pode ser relacionada à natureza do crime, à qualidade da pessoa e 
à fase do processo. 
Esta lei é extremamente contestada, pois é difícil concluir o porquê de 
dirigentes de entidades sindicais possuírem determinados privilégios não 
extensíveis à maioria da população, tal qual a prisão especial. 
Desta forma, para sua PROVA, basta uma simples leitura dos dispositivos 
legais e, em minha opinião, dificilmente este assunto será exigido. 
 
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Analisando a questão, o único item incorreto é o III, pois a prisão especial é 
cabível antes da condenação definitiva. 
 
28. (AFRFB / 2009) Fátima retém a contribuição social dos seus 
empregados Celso e Gabriel a título de envio posterior dos referidos 
valores ao INSS. Entretanto, deixa de repassar à Previdência Social as 
contribuições recolhidas dos contribuintes no prazo legal. Sobre a 
conduta de Fátima, é possível afirmar que: 
 
a) a conduta é crime previsto no Código Penal Brasileiro. 
b) há crime contra a Previdência Social sem que haja apenamento previsto em 
lei. 
c) não é possível a extinção da punibilidade, se ela confessar e efetuar o 
pagamento antes do início da ação fiscal. 
d) a sua conduta só está sujeita ao pagamento de multa administrativa. 
e) a conduta é crime previsto na legislação extravagante. 
 
GABARITO: A 
COMENTÁRIOS: Questão que exige o conhecimento do crime de apropriação 
indébita previdenciária, previsto no artigo 168-A do Código Penal nos seguintes 
termos: 
 
 
Art. 168-A. Deixar de repassar à previdência social as 
contribuições recolhidas dos contribuintes, no prazo e forma 
legal ou convencional 
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. 
 
Vamos analisar as alternativas: 
 
Alternativa “A” ��� Correta ��� A situação apresentada se enquadra 
perfeitamente no artigo 168-A do CP. 
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Alternativa “B” ��� Incorreta ��� A alternativa se torna errada a partir do 
instante que diz que não há pena para a conduta. 
 
Alternativa “C” ��� Incorreta ��� A lei dispõe sobre a possibilidade de extinção 
da punibilidade caso haja a confissão e o pagamento antes do início da ação 
fiscal. Observe: 
 
Art. 168-A 
[...] 
§ 2o É extinta a punibilidade se o agente, espontaneamente, 
declara, confessa e efetua o pagamento das contribuições, 
importâncias ou valores e presta as informações devidas à 
previdência social, na forma definida em lei ou regulamento, 
antes do início da ação fiscal. 
 
Alternativa “D” ��� Incorreta ��� A conduta gera efeitos na esfera penal e não 
somente na administrativa. 
 
Alternativa “E” ��� Incorreta ��� A conduta é crime previsto no CÓDIGO 
PENAL. 
Esta questão nos permite fazer uma breve revisão sobreos crimes contra a 
previdência. 
Vamos esquematizar: 
CRIME CONDUTA CONSUMAÇÃO TENTATIVA 
APROPRIAÇÃO 
INDÉBITA 
PREVIDENCIÁRIA 
Deixar de repassar à previdência 
social as contribuições recolhidas 
dos contribuintes, no prazo e 
forma legal ou convencional. 
Recolher, no prazo legal, 
contribuição ou outra importância 
destinada à previdência social que 
tenha sido descontada de 
pagamento efetuado a segurados, 
Consuma-se o delito na data 
do término do prazo 
convencional ou legal do 
repasse ou recolhimento das 
contribuições devidas ou do 
pagamento do benefício 
devido. 
 
 
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a terceiros ou arrecadada do 
público. 
Recolher contribuições devidas à 
previdência social que tenham 
integrado despesas contábeis ou 
custos relativos à venda de 
produtos ou à prestação de 
serviços. 
Pagar benefício devido a 
segurado, quando as respectivas 
cotas ou valores já tiverem sido 
reembolsados à empresa pela 
previdência social. 
*** É extinta a punibilidade se o 
agente, espontaneamente, decla-
ra, confessa e efetua o 
pagamento das contribuições, 
importâncias ou valores e presta 
as informações devidas à 
previdência social, na forma 
definida em lei ou regulamento, 
antes do início da ação fiscal 
*** É facultado ao juiz deixar de 
aplicar a pena ou aplicar somente 
a de multa se o agente for 
primário e de bons antecedentes, 
desde que: 
 I – tenha promovido, após o início 
da ação fiscal e antes de 
oferecida a denúncia, o 
pagamento da contribuição social 
previdenciária, inclusive acesso-
rios; ou 
II – o valor das contribuições 
devidas, inclusive acessórios, seja 
igual ou inferior àquele 
estabelecido pela previdência 
social, administrativamente, como 
sendo o mínimo para o 
ajuizamento de suas execuções 
fiscais. 
SONEGAÇÃO DE 
CONTRIBUIÇÃO 
PREVIDENCIÁRIA 
Suprimir ou reduzir contribuição 
social previdenciária e qualquer 
acessório, mediante as seguintes 
condutas: 
I – omitir de folha de pagamento 
Consuma-se o delito com a 
efetiva supressão ou redução 
da contribuição social 
previdenciária. 
 
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da empresa ou de documento de 
informações previsto pela 
legislação previdenciária segura-
dos empregado, empresário, 
trabalhador avulso ou trabalhador 
autônomo ou a este equiparado 
que lhe prestem serviços; 
II – deixar de lançar mensalmente 
nos títulos próprios da 
contabilidade da empresa as 
quantias descontadas dos 
segurados ou as devidas pelo 
empregador ou pelo tomador de 
serviços; 
III – omitir, total ou parcialmente, 
receitas ou lucros auferidos, 
remunerações pagas ou 
creditadas e demais fatos 
geradores de contribuições 
sociais previdenciárias. 
 
***É extinta a punibilidade se o 
agente, espontaneamente, 
declara e confessa as 
contribuições, importâncias ou 
valores e presta as informações 
devidas à previdência social, na 
forma definida em lei ou 
regulamento, antes do início da 
ação fiscal. 
***É facultado ao juiz deixar de 
aplicar a pena ou aplicar somente 
a de multa se o agente for 
primário e de bons antecedentes, 
desde que: 
II – o valor das contribuições 
devidas, inclusive acessórios, seja 
igual ou inferior àquele 
estabelecido pela previdência 
social, administrativamente, como 
sendo o mínimo para o 
ajuizamento de suas execuções 
fiscais. 
 
 
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29. (Juiz do Trabalho Substituto / 2005) No crime de sonegação de 
contribuição previdenciária, se o agente, espontaneamente, declara e 
confessa as contribuições, as importâncias ou os valores e presta as 
informações devidas à previdência social, na forma definida em lei ou 
regulamento, antes do início da ação fiscal, há: 
 
A) causa de diminuição da pena. 
B) circunstância atenuante. 
C) causa de extinção da punibilidade. 
D) arrependimento posterior. 
E) causa de exclusão da culpabilidade. 
 
GABARITO: C 
COMENTÁRIOS: O enunciado da questão traz as exigências legais necessárias 
para que se opere a extinção da punibilidade no caso do delito de sonegação 
de contribuição previdenciária. Observe: 
 
Art. 337-A 
[...] 
§ 1o É extinta a punibilidade se o agente, espontaneamente, 
declara e confessa as contribuições, importâncias ou valores e 
presta as informações devidas à previdência social, na forma 
definida em lei ou regulamento, antes do início da ação fiscal. 
 
Do exposto no supra artigo, podemos concluir que para que ocorra a 
extinção de punibilidade, deve o agente cumprir simultaneamente 
os seguintes requisitos: 
 
 
 
 
 
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1. PESSOALIDADE ��� A retratação deve ser feita pelo 
PRÓPRIO agente. 
2. ESPONTANEIDADE ��� Devem ser espontâneas as 
condutas de declarar e confessar. 
3. PRESTAÇÃO DE INFORMAÇÕES DEVIDAS À 
PREVIDÊNCIA SOCIAL. 
4. ANTES DO INÍCIO DA AÇÃO FISCAL. 
 
30. (AFT / 2010) Assinale a opção correta, entre as assertivas abaixo, 
relacionadas aos crimes praticados por funcionários públicos contra a 
ordem tributária, nos termos da legislação penal (Lei n. 8.137, de 
27/12/1990). 
 
a) O crime de patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a 
administração fazendária, valendo-se da qualidade de funcionário público, 
pode ser apenado cumulativamente com multa. 
b) O crime de exigir, solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou 
indiretamente, ainda que fora da função ou antes de iniciar seu exercício, mas 
em razão dela, vantagem indevida; ou aceitar promessa de tal vantagem, para 
deixar de lançar ou cobrar tributo ou contribuição social, ou cobrá-los 
parcialmente, admite a suspensão do processo. 
c) O crime de patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a 
administração fazendária, valendo-se da qualidade de funcionário público, é 
crime de menor potencial ofensivo. 
d) Não é possível que particular responda pelos delitos previstos no Capítulo I, 
Seção II – Dos crimes contra a Administração Pública previstos na Lei n. 
8.137/1990. 
e) O crime de patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a 
administração fazendária, valendo-se da qualidade de funcionário público, não 
admite a tentativa. 
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GABARITO: A 
COMENTÁRIOS: Nesta questão, mais uma vez a ESAF se superou. Com 
tantos pontos a serem abordados no edital, resolve exigir dos candidatos o 
conhecimento das penalizações referentes aos crimes funcionais contra a 
ordem tributária. Vamos analisar: 
 
O art. 3º da lei nº 8.137/90 atribui ao crime de patrocinar, direta ou 
indiretamente, interesse privado perante a administração fazendária, valendo-
se da qualidade de funcionário público, uma penalização de reclusão, de 1 
(um) a 4 (quatro) anos, e multa. Logo, correta a alternativa “A”. 
 
Alternativa “B”: Está errada, pois a suspensão do processo, segundo a lei nº 
9.099/95, é cabível nos crimes em que a pena mínima cominada for igual ou 
inferior a um ano, o que não é o caso do crime apresentado. 
 
Alternativa “C”: A lei nº 9.099/95dispõe em seu art. 61 que consideram-se 
infrações penais de menor potencial ofensivo as contravenções penais e os 
crimes a que a lei comine pena máxima não superior a 2 (dois) anos, 
cumulada ou não com multa. 
Como o delito apresentado pela banca possui penalização de um a quatro 
anos, obviamente não se enquadra neste conceito e a alternativa está 
incorreta. 
 
Alternativa “D”: Como a qualidade de funcionário público é elementar dos 
citados delitos, com base no art. 30 do CP, essa qualificação será comunicada 
ao particular no caso de concurso de pessoas. 
 
Alternativa “E”: Está errada a alternativa, pois o delito admite tentativa. 
 
 
 
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LISTA DOS EXERCÍCIOS APRESENTADOS 
 
1. (Juiz Substituto – TRT / 2007) Constituem Crimes Contra a 
Organização do Trabalho: 
 
I. Frustrar, mediante fraude ou violência, direito assegurado pela 
legislação do trabalho. 
II. Exercer atividade, de que está impedido por decisão administrativa. 
III. Recrutar trabalhadores com o fim de levá-los de uma para outra 
localidade do território nacional. 
IV. Recrutar trabalhadores, com o fim de levá-los para território 
estrangeiro. 
V. Invadir ou ocupar estabelecimento industrial, comercial ou agrícola, 
com o intuito de impedir ou embaraçar o curso normal do trabalho, ou 
com o mesmo fim danificar o estabelecimento ou as coisas nele 
existentes ou delas dispor. 
Responda: 
A) Apenas as proposições I, II e III estão corretas. 
B) Apenas as proposições II, III e IV estão corretas. 
C) Apenas as proposições III e IV estão incorretas. 
D) Apenas as proposições III, IV e V estão incorretas. 
E) Apenas as proposições III e V estão corretas. 
 
2. (Analista - TRT / 2010) Quem recrutar trabalhadores fora da 
localidade de execução do trabalho, dentro do território nacional, sem 
assegurar condições do seu retorno ao local de origem, 
 
a) não comete crime contra a organização do trabalho, porque o recrutamento 
ocorreu dentro do território nacional. 
b) só comete crime contra a organização do trabalho se o recrutamento for 
feito mediante fraude. 
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c) comete crime contra a organização do trabalho e incorre na pena de 
detenção, de um a três anos, e multa. 
d) só comete crime contra a organização do trabalho se o recrutamento for 
feito mediante cobrança de qualquer quantia do trabalhador. 
e) só comete crime contra a organização do trabalho se a vítima for menor de 
dezoito anos ou portadora de deficiência física ou mental. 
 
3. (AFT / 2010) Carlos e Mário, isoladamente, abandonam o seu 
trabalho (greve) destruindo a porta do escritório e batendo no chefe 
Beltrão. À luz do previsto dos Crimes contra a Organização do Trabalho 
na parte especial do Código Penal, julgue os itens abaixo, assinalando 
o correto. 
 
a) Carlos e Mário devem responder pelo delito tentado de paralisação de 
trabalho, seguida de violência ou perturbação da ordem. 
b) Carlos e Mário não devem responder pelo delito de paralisação de trabalho, 
seguida de violência ou perturbação da ordem. 
c) Carlos e Mário devem responder pelo delito de paralisação de trabalho, 
seguida de violência ou perturbação da ordem na sua forma culposa. 
d) Carlos e Mário devem responder pelo delito de paralisação de trabalho, 
seguida de violência ou perturbação da ordem. 
e) Só Carlos deve responder pelo delito de paralisação de trabalho, seguida de 
violência ou perturbação da ordem. 
 
4. (Juiz - TRT / 2012) Antônio dos Martírios trabalhou na empresa 
Enseada Eletromóveis por trinta anos, até tornar-se seu gerente. A 
empresa foi vendida, e os novos proprietários trouxeram um novo 
gerente para administrá-la. Assim, resolveram despedir Antônio dos 
Martírios. Porém, foram avisados, pelo advogado da empresa, sobre a 
existência, na convenção coletiva de trabalho da categoria, de cláusula 
prevendo estabilidade dos empregados no emprego, nos cinco anos 
que antecedem à aposentadoria. Em virtude do empecilho legal, mas 
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não querendo a permanência do antigo empregado no cargo de 
gerente, a empresa determinou que não fosse atribuída nenhuma 
atividade a Antônio dos Martírios, colocando-o em uma sala vazia, com 
apenas uma cadeira, com vistas a forçá-lo a pedir demissão. Após seis 
meses nessas condições, Antônio dos Martírios, psicologicamente 
abalado, pediu demissão. A conduta da empresa, definida, no âmbito 
das relações de trabalho, como assédio moral, no Direito Penal 
constitui a figura típica de: , 
 
a) Constrangimento ilegal; 
b) Atentado contra a liberdade de trabalho; 
c) O assédio moral não constitui conduta penalmente punível; 
d) Frustração de direito assegurado por lei trabalhista; 
e) Atentado contra a liberdade de contrato de trabalho. 
 
5. (Juiz - TRT / 2012) José Felício, já aposentado por idade, diante das 
dificuldades financeiras, e sendo ainda forte, aos 50 anos de idade, 
aceitou proposta de emprego em fazenda de soja no interior do Estado 
do Mato Grosso do Sul. Chegando à fazenda, foi informado que deveria 
pagar as despesas de transporte do seu estado de origem até o Mato 
Grosso do Sul, e que o estabelecimento comercial mais próximo ficava 
a 85 km da fazenda, não sendo fornecido meio de transporte para lá, 
de modo que deveria comprar os produtos para alimentação e higiene 
no “armazém” da fazenda. Após três meses de trabalho, José Felício 
pediu demissão, mas foi informado que não poderia deixar a fazenda 
sem pagar a sua dívida no “armazém”, em valor superior às suas 
verbas rescisórias. José Felício fugiu da fazenda, junto com outros 
empregados, sem os seus documentos, que haviam sido retidos pelo 
aliciador. A fiscalização do trabalho chegou à fazenda e, após libertá-
los, entregou ao Promotor de Justiça os documentos dos empregados 
que haviam fugido. O Promotor de Justiça ofereceu denúncia: 
 
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a) por crime de frustração de direito trabalhista, tendo por sujeito ativo o 
aliciador e o proprietário da fazenda, em co-autoria; 
b) por crime de crime de frustração de direito trabalhista, tendo por sujeito 
ativo o proprietário da fazenda, e por crime de aliciamento de trabalhadores, o 
aliciador; 
c) por crime de frustração de direito trabalhista, tendo por sujeito ativo o 
proprietário da fazenda; por crime de aliciamento de trabalhadores, o 
aliciador; ambos com a circunstância majorante de terem praticado o crime 
contra idoso; 
d) por crime de aliciamento de trabalhadores, delito mais grave e com pena 
maior, que absorve o crime de frustração de direito trabalhista, inclusive a 
pena relativa à violência acaso praticada; 
e) por crime de redução à condição análoga à de escravo e aliciamento de 
trabalhadores, tendo por sujeito ativo o aliciador e o proprietário da fazenda, 
em co- autoria. 
 
6. (Magistratura do Trabalho TRT / 2006) São crimes contra a 
organização do trabalho: 
 
I. Redução da pessoa à condição análoga à de escravo. 
II. Atentado contra a segurança de serviço de utilidade pública. 
III. Atentado contra a liberdade de trabalho. 
IV. Atentado contra a liberdade de associação. 
V. Aliciamento

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